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12/08/2010, às 10:18
Tags: CloudComputing
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Em primeiro lugar quero felicitar todos os leitores e desejar um excelente ano de 2009.
Por mais tenebrosas e funestas que sejam as tendências, tendência não é futuro e ele há
de ser maravilhoso para todos. Nesta época do ano costumo parar um pouco para
³recarregar as baterias´ e aproveito para colocar algumas leituras em dia. Ano passado
nessa época eu reli a biografia de Johanes Kepler que me inspirou o texto Entre a
desgraça e a genialidade , texto que adorei escrever. Nesta virada de ano, meio que por
acaso, acabei lendo muita coisa sobre computação em nuvem (³cloudcomputing´). Isso
despertou em mim uma visão crítica sobre o assunto.
Muito se tem falado e há informações ou conceitos um pouco desconexos. Muitas
empresas estão usando o discurso de ³cloudcomputing´ e não estão necessariamente
falando da mesma coisa. Vejamos alguns exemplos.
V
'apenas os recursos efetivamente
usados pelo cliente. Esta é a diferença fundamental em relação a um servidor dedicado
que continua consumindo energia e espaço mesmo quando ocioso. O cliente do serviço
de nuvem pode alterar a configuração da máquina a qualquer momento pela web, não há
perigo do servidor quebrar pois tudo roda numa nuvem que se autoconserta, o cliente é
transferido para outro servidor sem perceber´-Gilberto Mautner presidente da
LOCAWEB.
Esta é uma ótima solução que a LOCAWEB oferece para seus clientes. Mas se ler a
frase mais uma vez e com mais atenção verá que a tecnologia descrita é a de
VIRTUALIZAÇÃO de servidores. A empresa foi pioneira há muitos anos ao introduzir
servidores dedicados virtuais para seus clientes. Um ³maquinão´ ou um bom ³cluster´
de servidores há anos já era usado de forma muito mais racional que os permitiu
oferecer produtos de hospedagem dedicada de domínios em ambientes virtualizados. O
VMware ESX, parrudo e tolerante a falhas, com o espertíssimo recurso de migração de
máquinas virtuais dinamicamente, seja no caso de sobrecarga em um certo conjunto de
servidores, seja no caso de uma pane física de uma das máquinas é o pilar mestre desta
solução da LOCAWEB. Mas eu pergunto: então VIRTUALIZAÇÃO é CLOUD
COMPUTING?? Pode ser?
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(-Cezar Taurion gerente de novas tecnologias aplicadas da IBM Brasil.
Blue Cloud
³. Mas relendo as palavras citadas podemos perceber que a ³big blue´ chama de
computação em nuvem a sua solução de ³Grid Computing´. Só para homogeneizar os
conceitos entre os leitores, um ³Grid´ é um sistema computacional no qual o
processamento é altamente distribuído. Aqui mesmo no FORUMPCs já escrevi a
respeito : Haverá um Grid em seu caminho? . Além disso, a belíssima iniciativa do
³Folding@Home´, também com a participação de muitos usuários do ForumPCs é um
bom exemplo.Não é exatamente um Grid, mas o conceito é o mesmo. Milhares (ou até
milhões) de PCs são aproveitados para analisar um bloco de dados sobre proteínas
humanas. Computação em Grid apareceu inicialmente no meio científico e acadêmico,
mas seu uso foi expandido para outras áreas. A IBM foi uma das empresas que fez isso
de forma competente. A ³mágica´ por trás do ³Grid Computing´ é tornar transparente
às aplicações a infra-estrutura utilizada para o processamento e permitir o crescimento
do poder computacional pela adição de mais e mais ³máquinas pensantes´. De certa
forma é como VIRTUALIZAÇÃO ÀS AVESSAS, pois torna dezenas, centenas ou
milhares de CPUs em uma única CPU virtual gigante enquanto a virtualização clássica
transforma uma única, grande e muito poderosa CPU em várias outras que
compartilham toda esta capacidade. Mas de novo eu pergunto: então GRID é CLOUD
COMPUTING?? Pode ser?
Da MICROSOFT não se ouve muito falar em computação em nuvem, mas existe uma
solução ³no forno´ que é conhecida como AZURE que faz o ³provisionamento´ de
máquinas conforme a necessidade, ou seja, alocação dinâmica de recursos. Assim um
sistema de e-commerce por exemplo, pode estar usando trinta computadores em suas
rotinas e com facilidade alocar outras dez, vinte ou mais máquinas para reforçar o
processamento. Isso soa como o ³Grid´ da IBM, mas provavelmente muito mais
fundamentado em software e em ambiente homogêneo da Microsoft. Parece uma boa
solução, mas o conceito mais puro e teórico de um Grid envolve ambiente heterogêneo.
Por outro lado forçar uma plataforma homogênea simplifica muito a implementação«
Esse eu também quero muito conhecer.
Muitas outras empresas também estão pegando carona nessa onda de ³cloudcomputing´
como Yahoo, Oracle, SAP, etc. O fato concreto é que existem diversas definições no
mercado para o termo em questão. Na minha visão cada um dos fornecedores desvia o
conceito para o lado que ele apresenta maior competência ou expertise. Dessa forma
todos estariam certos mas também errados, pois chamam de ³cloudcomputing´ apenas a
parte aplicável da tecnologia que lhes interessa mais. Assim o conceito ³real´ de
computação em nuvem pode ser considerado como a soma de todas estas facetas
apresentadas por estas e outras empresas.
Esta discussão toda sobre o assunto me faz lembrar uma jocosa comparação.
Computação em nuvem é como ³sexo na adolescência´: todos falam a respeito o tempo
todo, todos querem fazer, muitos dizem que fazem, mas não fazem e os poucos que
fazem não fazem direito! Exagero da comparação à parte é assim que enxergo o
assunto. Quando o adolescente (a tecnologia) amadurecer CERTAMENTE serviços de
TI, pessoal e corporativo terão características de real uso sob demanda, como a luz
elétrica de sua casa. Se precisar de mais potência, basta demandá-la que o provedor de
energia suprirá sua real necessidade. Um maravilhoso cenário no qual virtualização,
provisionamento de recursos instantaneamente e sob demanda, armazenamento global,
ilimitado e distribuído, com baixo custo, fundamentados em conexões de alta
velocidade e total disponibilidade (sem falhas ou interrupções) transformarão
completamente a forma como entendemos e usamos os computadores atualmente.