Resumo para a 1ª prova de Econômico

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) é órgão judicante

com jurisdição em todo o território nacional, passando a se constituir em
autarquia federal com a publicação da lei 8884/94. Está vinculado ao Ministério
da Justiça, e tem sede e foro no Distrito Federal.

Requisitos para ser um conselheiro do CADE:

- Ter 30 anos de idade, no mínimo;

- Ter notório saber jurídico ou econômico;
- Ter reputação ilibada;
- Ser aprovado pelo Senado Federal;
- Ser nomeado pelo Presidente da República.

O mandato do Presidente e dos Conselheiros é de dois anos, permitida uma

recondução.

No caso de renúncia, morte ou perda de mandato do Presidente do CADE,

assumirá o Conselheiro mais antigo ou o mais idoso, nessa ordem, até nova
nomeação, sem prejuízo de suas atribuições.

No caso de renúncia, morte ou perda de mandato de Conselheiro, proceder-se-

á a nova nomeação, para completar o mandato do substituído.

O Plenário do CADE é composto por um Presidente e seis Conselheiros.

As decisões do CADE serão tomadas por maioria absoluta, com a presença

mínima de cinco membros.

As decisões do CADE não comportam revisão no âmbito do Poder

Executivo, promovendo-se, de imediato, sua execução e comunicando-se, em
seguida, ao Ministério Público, para as demais medidas legais cabíveis no
âmbito de suas atribuições.
A perda de mandato do Presidente ou dos Conselheiros do CADE só poderá
ocorrer em virtude de:

- decisão do Senado Federal, por provocação do Presidente da República, ou

- em razão de condenação penal irrecorrível por crime doloso, ou

- processo disciplinar;
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Compete ao Plenário do CADE (aqui há somente algumas):

- decidir sobre a existência de infração à ordem econômica e aplicar as

penalidades previstas em lei;

- decidir os processos instaurados pela Secretaria de Direito Econômico do

Ministério da Justiça;

- decidir os recursos de ofício do Secretário da SDE;

- ordenar providências que conduzam à cessação de infração à ordem

econômica, dentro do prazo que determinar;

- aprovar os termos do compromisso de cessação de prática e do

compromisso de desempenho, bem como determinar à SDE que fiscalize seu
cumprimento;

- apreciar em grau de recurso as medidas preventivas adotadas pela SDE ou

pelo Conselheiro-Relator;
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É atribuição da Procuradoria do CADE promover a execução judicial das

decisões e julgados da autarquia.
 O Procurador-Geral será indicado pelo Ministro de Estado da Justiça e
nomeado pelo Presidente da República, dentre brasileiros de ilibada reputação
e notório conhecimento jurídico, depois de aprovado pelo Senado Federal.

O Procurador-Geral participará das reuniões do CADE, sem direito a voto.

Aplicam-se ao Procurador-Geral as mesmas normas de tempo de mandato,

recondução, impedimentos, perda de mandato e substituição aplicáveis aos
Conselheiros do CADE.

Nos casos de faltas, afastamento temporário ou impedimento do Procurador-

Geral, o Plenário indicará e o Presidente do CADE nomeará o substituto
eventual, para atuar por prazo não superior a 90 (noventa) dias, dispensada a
aprovação pelo Senado Federal, fazendo ele jus à remuneração do cargo
enquanto durar a substituição

O CADE poderá requerer ao Ministério Público Federal que promova:

- a execução de seus julgados;

- a execução do compromisso de cessação;
- a adoção de medidas judiciais.
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Compete à Secretaria de Direito Econômico:

- acompanhar, permanentemente, as atividades e práticas comerciais de

pessoas físicas ou jurídicas que detiverem posição dominante em mercado
relevante de bens ou serviços, para prevenir infrações da ordem econômica,
podendo, para tanto, requisitar as informações e documentos necessários,
mantendo o sigilo legal, quando for o caso;

- instaurar processo administrativo para apuração e repressão de infrações

da ordem econômica;
- recorrer de ofício ao CADE, quando decidir pelo arquivamento das
averiguações preliminares ou do processo administrativo;

- remeter ao CADE, para julgamento, os processos que instaurar, quando

entender configurada infração da ordem econômica;

- celebrar, nas condições que estabelecer, compromisso de cessação,

submetendo-o ao CADE, e fiscalizar o seu cumprimento;

- sugerir ao CADE condições para a celebração de compromisso de

desempenho, e fiscalizar o seu cumprimento;

- receber e instruir os processos a serem julgados pelo CADE, inclusive

consultas, e fiscalizar o cumprimento das decisões do CADE.

Esta lei aplica-se às pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou

privado, bem como a quaisquer associações de entidades ou pessoas,
constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente, com ou sem
personalidade jurídica, mesmo que exerçam atividade sob regime de
monopólio legal.

Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa,

os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam
produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados:

I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência

ou a livre iniciativa;
II - dominar mercado relevante de bens ou serviços;
III - aumentar arbitrariamente os lucros;
IV - exercer de forma abusiva posição dominante.

A conquista de mercado resultante de processo natural fundado na maior

eficiência de agente econômico em relação a seus competidores não
caracteriza o ilícito de dominação de mercado relevante.
ATENÇÃO: Ocorre posição dominante quando uma empresa ou grupo de
empresas controla parcela substancial de mercado relevante (20 % deste),
como fornecedor, intermediário, adquirente ou financiador de um produto,
serviço ou tecnologia a ele relativa.
Este percentual ser alterado pelo CADE para setores específicos da
economia.

ATENÇÃO: quem tem posição dominante aumenta preço sem perder base de
clientes.

Na caracterização da imposição de preços excessivos ou do aumento

injustificado de preços, além de outras circunstâncias econômicas e
mercadológicas relevantes, considerar-se-á:

I - o preço do produto ou serviço, ou sua elevação, não justificados pelo

comportamento do custo dos respectivos insumos, ou pela introdução de
melhorias de qualidade;
II - o preço de produto anteriormente produzido, quando se tratar de
sucedâneo resultante de alterações não substanciais;
III - o preço de produtos e serviços similares, ou sua evolução, em
mercados competitivos comparáveis;
IV - a existência de ajuste ou acordo, sob qualquer forma, que resulte
em majoração do preço de bem ou serviço ou dos respectivos custos.
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CARTEL é a forma natural de neutralizar a concorrência pela:

1) conquista de posição monopolística.

2) realização de acordo (neutralizar mutuamente a força concorrencial,
reproduzindo condições de monopólio).

É praticado pelas empresas que atuam no mesmo mercado geográfico/material

e que visem a neutralizar a concorrência

Exemplo:
SE HÁ AUMENTO DE PREÇO PELO GRUPO DE CARTEL, A DEMANDA
SE CANALIZA PARA OS OUTROS CONCORRENTES. SE ESTES PODEM
ABSORVÊ-LA, GRUPO DE CARTEL TEM POSIÇÃO DOMINANTE, MAS
NÃO TEM PODER DE MERCADO, NÃO HAVENDO CONLUIO. ASSIM, A
REPRESENTAÇÃO É ARQUIVADA.

VENDA CASADA é caracterizada pela prática que:

1. Atrelar produto ou serviço a outro produto ou serviço.
2. Transferir poder de mercado existente de um produto para outro.
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SEAE: Secretaria de Acompanhamento Econômico/MF

Órgão específico e singular do Ministério da Fazenda, é encarregado de:

- acompanhar os preços da economia,
- subsidiar decisões em matéria de reajustes e revisões de tarifas públicas,
- apreciar atos de concentração entre empresas,
- reprimir condutas anticoncorrenciais.

O perfil da SEAE acima exposto reflete-se nas suas três esferas de atuação.

A promoção da concorrência pode ser alcançada por meio da correção de

falhas em estruturas regulatórias.

Poder de Mercado: forma de atuar independente e indiferente à existência

ou ao comportamento de outros agentes. A posição dos concorrentes de menor
porte estará sujeita ao comportamento do detentor de maior poder econômico.
Este pode impor preços independentemente dos concorrentes.

Concorrência: ação desenvolvida por um grande número de competidores,

atuando livremente no mercado de um mesmo produto, de maneira que a
oferta e a procura provenham de compradores ou de vendedores cuja
igualdade de condições os impeça de influir, de modo permanente ou
duradouro, no preço dos bens ou serviços.
Agente que detém parcela substancial de um determinado mercado (market
share) tende a gerar um poder de mercado (market power).
Critérios a serem observados para caracterizar o poder econômico em um
dado mercado:

1-Constestable market (entrada e saída é sempre possível)

2-Elasticidade cruzada (produto não é facilmente substituível por outro
similar)
3-Estrutura avançada da empresa (integração vertical, redes de
distribuição)
4-Vantagens tecnológicas
5-Grau de crescimento do setor
6-Aspecto temporal

Para se definir um mercado relevante devem-se avaliar dimensões do

produto e geográficas.

Dimensão geográfica do mercado relevante é o espaço máximo em que

uma cesta de produtos concorre entre si. É negociável em regime de
concorrência. Varia de acordo com o produto.

Para fazer uma análise do mercado “M” é necessário verificar que produtos
podem substituir “M” para o consumidor e quais os possíveis concorrentes que
podem produzir “M” ou algo similar.
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Parte histórica

1865 a 1873: corporações surgem para combater o excesso de concorrência.

Sherman Act, de 1890: Standart Oil é obrigada a se dividir em várias empresas.

CLAYTON ACT, de 1914: exemplifica e condena práticas restritivas da
concorrência (venda casada, aquisição de outras companhias). Quer evitar a
formação de monopólios.

Primeira lei no Brasi foi o Decreto Lei 7666/45, Lei Malaia. Dispunha sobre:
- averiguar as práticas contrárias ao interesse da economia nacional;
- determinar aplicação de sanções;
- autorizar as práticas.

Lei 4.137/62 incumbiu o CADE da repressão e prevenção contra os abusos

do Poder.
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Slides de SISTEMA BRASILEIRO DA CONCORRÊNCIA

CADE é, essencialmente, um Tribunal Administrativo.

SDE tem como função básica a instrução dos processos administrativos e

averiguações preliminares do SBDC.

SEAE é um órgão consultivo que atua na instrução de processos referentes a

atos de concentração.

Tipos de processos administrativos:

- atos de concentração: analisam-se pedidos de aprovação de fusões e/ou

aquisições;
- averiguação preliminar: investiga potenciais infrações contra a ordem
econômica sobre as quais ainda não pesem indícios consistentes de
existência;
- processo administrativo: apura a existência de infração contra a ordem
econômica;
A regra da razão significa que uma restrição à concorrência somente é
considerada infração se for injustificável em termos de promoção da
concorrência. Se provocar algum benefício, a restrição é admitida. É aceita no
Brasil.

Infração PER SE é aquela entendida pela simples existência do ato.

Se indícios de infração são suficientes, abre-se o processo administrativo. Se

não forem suficientes, abre-se averiguação preliminar.

SDE pode fazer inspeção na sede da empresa investigada, devendo-se antes

avisar com 24 horas de antecedência.

SDE pode requerer busca e apreensão na sede de investigados.

Finda a instrução, a SDE emite parecer pela condenação ou absolvição do

representado e envia o processo ao CADE para julgamento.

O ato de concentração é instruído pela SEAE, que pode requerer

informações das partes ou de terceiros para subsidiar sua opinião.

O CADE pode, frente a um ato de concentração potencialmente danoso,

determinar medida cautelar com providências que assegurem a
reversibilidade da operação, em caso de posterior reprovação pelo próprio
CADE.

Em substituição à medida cautelar, firma-se o Acordo de Preservação de

Reversibilidade da Operação.
O descumprimento das decisões do CADE sujeita o administrado a sofrer
execução, proposta pela Procuradoria do CADE, que prevê inclusive a
possibilidade de intervenção judicial na empresa.

O controle repressivo consiste na investigação e punição de práticas

definidas como infração contra a ordem econômica, tais como:
Prejudicar livre concorrência ou livre iniciativa;
Dominação de mercado relevante;
Aumento arbitrário de lucros;
Abuso de posição dominante;

O controle preventivo dá-se por meio da análise de operações de

concentração e de cooperação econômica.

A ação educativa dá-se pela difusão da cultura da concorrência, significando

praticar a advocacia da concorrência.

Poder econômico é a capacidade de uma empresa ou de um grupo de

empresas atuando de forma concertada determinar ou influenciar de forma
significativa as variáveis de mercado de um produto ou serviço.

Benefícios da concorrência:
- a oferta de bens e serviços a menores preços e maiores qualidades;
- incremento de qualidade e de avanços tecnológicos;

CADE pratica atividades preventiva e repressiva.

SDE pratica as duas também.
SEAE pratica atividade preventiva e educativa.

Processo administrativo instaurado na SDE garante contraditório e a ampla

defesa.

Ministério Público pode promover Ações Civis Públicas nos casos envolvendo
condutas anticompetitivas.

Decisão do plenário do CADE que impuser multa ou obrigação de fazer ou não

fazer constituirá título executivo extrajudicial.
A circunstância de prática de preços iguais ou parecidos em um determinado
mercado não significa obrigatoriamente que há formação de cartel, pois num
mercado altamente competitivo os preços podem convergir.

Acordo de leniência é uma espécie de “delação premiada” na esfera

administrativa: um membro de cartel denuncia a prática e todos os co-autores,
apresentando provas da existência do acordo em troca de imunidade
administrativa e criminal.

Uma vez firmado o Acordo de leniência, suspende-se automaticamente a

possibilidade de oferecimento de denúncia e o prazo prescricional.

A extinção da punibilidade penal se opera automaticamente.

O acordo de leniência é feito com a SDE e independe de chancela do

CADE, que apenas observa o cumprimento de seus requisitos legais.

A medida preventiva é de natureza liminar. Para ser decretada deve estar

presente o indício ou fundado receio de que o representado:

- cause ou possa causar ao mercado lesão irreparável ou de difícil

reparação;
- torne ineficaz o resultado final do processo;

Termo de compromisso de cessação de prática (TCCP) constitui título

executivo extrajudicial caso seja descumprido. Uma vez firmado o termo, o
processo administrativo restará suspenso até que o compromissado
cumpra com as obrigações estabelecidas.