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Controvérsias na Ortodontia

Tracionamento dentário:
mitos, coincidências e fatos - Parte I
Reabsorção Interna e Reabsorção Cervical Externa
por Alberto Consolaro

Em 1977 era comum tracionar os caninos não irrom- sem recobrimento de cemento ou esmalte. A manobra ci-
pidos “laçando-os” com fios metálicos na região cervical. rúrgica promove inflamação na região e a exposição destas
Esta prática foi abandonada, pois muitos casos evoluíam “janelas” de dentina podem induzir a reabsorção cervical
para a reabsorção cervical externa e até para a anquilose externa, freqüentemente detectada na clínica ortodôntica
alveolodentária. nestes casos. Para previnir-se desta conseqüência o cirurgião
Na evolução, preconizava-se a perfuração do canino deve ser alertado; de forma competente ele propiciará uma
na sua porção mais incisal, mas esta técnica apresentava exposição suficiente da coroa para a colocação do braquete,
inconveniente: lesava a estrutura dentária e mas não manipulará cirurgicamente a
comprometia a estética. Muitas vezes fratu- região cervical do canino.
rava-se a área perfurada pela força aplicada Parece lógico considerar que “laçar” o
no fio e para prevenir-se deste problema canino com fios metálicos ou perfurar sua
alguns profissionais perfuravam mais cen- coroa para tracioná-lo são manobras de
tralmente a coroa envolvendo maior área caráter histórico e à luz do conhecimento
da dentina, induzindo pulpites localizadas atual não mais justificável. Além de exigir
e até reabsorções internas. Os instrumen- a manipulação cirúrgica da junção amelo-
tos rotatórios eram usados sem irrigação cementária, a presença do fio com força
gerando calor excessivo. Este calor excessi- aplicada promove uma inflamação conti-
vo pode necrosar a camada odontoblástica nuada na região e isto estará associado à
subjacente e a polpa inflamada mobiliza os reabsorção cervical externa. Já a perfuração
clastos para reabsorverem a dentina expos- pode promover pulpopatias como pulpites
ta. Quem protege a dentina da reabsorção subclínicas e lesão da camada odontoblás-
interna são os odontoblastos que “reves- tica pelo calor com conseqüente e possível
tem” a dentina como um epitélio-“like”. reabsorção interna.
Atualmente para o tracionamento do canino coloca-se O tracionamento do canino superior constitui uma
braquete no esmalte e aplica-se uma força no fio metálico manobra segura e valorosa na prática clínica, mas deve ser
associado. Na cirurgia encontra-se inicialmente o folículo feita fundamentada em conhecimento biológico, científico
pericoronário firmemente aderido ao esmalte, também e atual. Esta manobra “per se” com forças e movimentos
conhecido deselegantemente como “saco” pericoronário. O adequados não altera a polpa dentária, não lesa os odonto-
cirurgião deve abrir o folículo pericoronário e expor uma blastos, logo não provoca reabsorção interna. Se algum caso
superfície de esmalte suficiente para as manobras de colagem. de dente tracionado apresentar reabsorção interna deve-se
Assim realizado e a força aplicada bem dimensionada em lembrar que esta pulpopatia tem como principais causas os
casos corretamente indicados, teremos o sucesso terapêutico. traumatismos dentários e as pulpites crônicas. Nos trauma-
O folículo pericoronário será reconstituído em alguns dias, tismos dentários podem ocorrer pequenos deslocamentos da
voltando a recobrir o esmalte. camada odontoblástica para o centro da polpa e ocorrer a
Os cirurgiões são caprichosos e quando acessam o exposição dentinária indutora de reabsorção interna.
canino, para se obter uma visão mais ampla da coroa, ou Mas alerto: deslocamentos e reposicionamentos cirúrgi-
até para a foto ficar mais bonita, muitos cirurgiões “de- cos do canino no alvéolo seguido de tracionamento consti-
sencapam” toda a coroa, removendo por completo todo tuem verdadeiros traumatismos dentários iatrogênicos!
o folículo pericoronário que está firmemente aderido na
Prof. Dr. Alberto Consolaro
região cervical, intimamente associado à junção ameloce- Professor Titular em Patologia Bucal pela Faculdade de Odontologia
mentária, uma região com micro-áreas de dentina exposta de Bauru - FOB-USP - e-mail: alberto@fob.usp.br

100 • R Clín Ortodon Dental Press, Maringá, v. 2, n. 5, p. 100 - out./nov. 2003

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