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Resumo
O objetivo desse estudo foi investigar os componentes de pressão (S1 e S2) que surgem na mem-
brana periodontal (MP) quando sujeitos a cargas transversa e vertical equivalentes a 1 N. Um outro
objetivo foi quantificar a alteração na pressão que ocorre quando o osso alveolar é reduzido em al-
tura aproximadamente 1, 2.5, 5, 6.5 e 8 mm, respectivamente. Seis modelos tridimensionais (3D)
de elemento finito (MEF) de um incisivo central superior humano foram projetados. Os modelos
apresentavam a mesma configuração, exceto para a altura do osso alveolar. Atenção especial foi
dada às alterações dos componentes de pressão produzidos nos níveis cervical, apical e sub-apical.
Na ausência de perda de osso alveolar, uma força de inclinação de 1 N produziu pressões, as quais
alcançaram 0.072 N/mm2 na margem cervical, acima de 0.0395 N/mm2 no ápice e acima de
0.026 N/mm2 na região sub-apical. Na presença de 8 mm de perda de osso alveolar, os resultados
foram –0.288, 0.472 e 0.722 N/mm2, respectivamente, para as mesmas áreas e pontos de amos-
tragem. Na presença de 8 mm de perda de osso alveolar os resultados abrangeram –0.019, -0.043
e 0.185 N/mm2 para o movimento intrusivo. Os resultados demonstraram que a perda de osso
alveolar causada aumentou a produção de pressão sob a mesma carga, comparada com o suporte
ósseo saudável (sem reabsorção óssea alveolar). Os movimentos de inclinação resultaram em um
nível maior de pressão na margem cervical da MP em todos os pontos de amostragem e em todos
os estágios de perda óssea alveolar. Detectou-se que esses componentes de pressão aumentados
estavam nos níveis sub-apical e apical para o movimento intrusivo.
Traduzido de Initial stress produced in the periodontal membrane by orthodontic loads in the presence of varying loss
of alveolar bone: a three-dimensional finite element analysis
European Journal of Orthodontics, v. 24, n. 1, p.21-33, Fev. 2002
correlacionar todos os resultados com o tecido hu- tos com altura óssea reduzida. Por outro lado, há
mano. Em outras palavras, a reflexão morfológica autores que acreditam existir um risco maior de
verdadeira dos tecidos humanos de suporte não é reabsorção radicular em pacientes adultos quan-
prática (Oppenheim, 1911; Reitan, 1960, 1964; do forças ortodônticas grandes são aplicadas para
Fortin, 1971). produzir o movimento corpóreo contínuo (Thi-
3) Modelos matemáticos representando a situ- lander, 1985) e intrusivo (Thilander, 1985; Lu et
ação in vivo: nesses modelos, a forma e a função al., 1999).
do referido processo são representadas de forma Demonstrou-se que os incisivos superiores
compatível com equações matemáticas (Hay, (Ketcham, 1929) e os inferiores (Goldson e Hen-
1939; Steyn et al., 1978). rikson, 1975) são mais freqüentemente envolvi-
4) Holografia a laser: esse procedimento requer dos do que outros dentes na reabsorção radicular
instrumentos caros, embora demonstre a pressão apical. Estes constituem duas áreas de interesse na
na superfície do corpo em estudo. (Burstone e retração de incisivo e intrusão no tratamento or-
Pryputniewicz, 1980). todôntico.
5) Análise do elemento finito: trata-se de uma A reabsorção radicular apical constitui um fe-
forma numérica de análise que permite identificar nômeno que ocorre como conseqüência de algum
as pressões e os deslocamentos. Envolve descon- tratamento ortodôntico. Não foi detectada nenhu-
tinuação da série contínua (dividindo a estrutura ma diferença entre as técnicas ortodônticas fixas
de interesse) em alguns elementos (Desai e Abel, (Beck e Harris, 1994) ou entre gêneros (Spurrier
1972; Reddy, 1993). A descontinuação trata-se de et al., 1990; Beck e Harris, 1994). Sem considerar
uma subdivisão teorética da estrutura enquanto a forma de aplicação de força, Lu et al. (1999)
permanece sua continuidade. O problema é solu- demonstraram a atividade mais elevada de reab-
cionado para cada elemento e, em seguida, har- sorção na região radicular apical do que na área
monizado para se alcançar uma resposta represen- inter-radicular. A ocorrência de reabsorção radi-
tativa de todo o sistema. Esse método provou ser cular apical não pode ser prevista com base na
eficaz em muitos campos odontológicos, tais como morfologia das estruturas facial e dento-alveolar
a simulação do movimento dentário e a otimiza- (Taithongchai et al., 1996). Além disso, embora
ção do mecanismo ortodôntico (Farah et al., 1973; Costopoulos e Nanda (1996) tenham demonstra-
Farah e Craig, 1974; Yettram et al., 1977; Tanne do ser impossível correlacionar a quantidade de
et al., 1988, 1991; Wilson et al., 1990; Andersen reabsorção radicular com o grau de intrusão, as
et al., 1991; McGuinness et al., 1991, 1992; Hart diferenças significantes entre um grupo controle
et al., 1992; Koolstra e Van Eijden, 1992; Cobo et e de intrusão podem ser determinadas estatistica-
al., 1993; Tanne e Matsubara, 1996; Puente et al., mente.
1996; Geramy, 2000a,b,c). Relatou-se (Spurrier et al., 1990) que a rea-
A implicação de uma redução de osso alveolar bsorção é menos freqüente e menos severa em
foi avaliada do ponto de vista da alteração no cen- incisivos tratados endodonticamente do que em
tro de resistência (Geramy, 2000a). Embora 0.017 dentes vitais (controle). Há evidência de que a
mm/ano de reabsorção óssea possa ser considera- reabsorção radicular ortodôntica freqüentemen-
da relativamente normal (Corn e Mark, 1989), a te seja precedida pela hialinização da membrana
reabsorção aumentada pode ser detectada nos pa- periodontal (MP) (Rygh, 1977). Kurol e Owman-
cientes indicados para o tratamento ortodôntico. Moll (1998) demonstraram áreas hialinizadas
Melsen (1991) sugeriu aplicar uma força intru- opostas a uma superfície radicular intacta (54%)
siva moderada no tratamento de pacientes adul- ou próximas a uma área de reabsorção radicular
MATERIAIS E MÉTODOS
Seis modelos tridimensionais (3D) de elemen-
to finito (MEF) de um incisivo central superior fo-
ram projetados. Cada modelo abrangeu 556-726
nódulos e 310-475 elementos (Figura 1) com base
na anatomia dentária de Ash (Ash, 1984) com
modificações menores para se obter o melhor for-
mato. Um elemento octaédrico isoparamétrico em
forma de tijolo foi escolhido para se construir os
modelos. Cada modelo continha um dente, sua MP,
esponjosa, e o osso cortical. Foram providenciados
14 nódulos externos para cada seção para possibi-
litar a modelação apropriada (Figura 2). A raiz foi
FIGURA 1 - Modelos 3D utilizados no estudo. (a) Altura óssea alveolar normal. (b)
secionada em sete níveis de alturas verticais varia- 2.5 mm de perda óssea alveolar. (c) 8 mm de perda óssea alveolar.
das, 1 mm na área cervical, 1.5 mm na raiz média
e 2.5 mm para outros níveis (Figura 1). O uso de entre os modelos utilizados nessa investigação foi
uma rede com tamanhos diferentes de elemento a altura do osso alveolar, assumida como equiva-
fornece resultados mais precisos onde necessário e lente a 13 (altura óssea alveolar normal), 12, 10.5,
minimiza os números de nódulo na regiões de me- 8, 6.5 e 5 mm, respectivamente.
nos importância. De acordo com Coolidge (1937) a A força aplicada para todos os estágios des-
MP apresenta diversa espessura in vivo (Tabela 1). A se estudo foi de 1 N (98.1 gf). Dessa forma, a
utilização dessas espessuras variadas torna os mo- comparação dos resultados com outros estudos
delos mais precisos e realísticos. A única diferença foi possível (Tanne e Sakuda, 1983; Williams e
agindo. A análise foi realizada em um computa- Distância da crista Distal Lingual Mesial Labial
dor Pentium II com a Versão super sap. 7.1 (Al- alveolar (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
gor Interactive Systems, Inc., Pittsburgh, EUA). 13.0 0.25 0.25 0.22 0.25
As propriedades do material foram derivadas de 10.5 0.18 0.22 0.20 0.22
outras investigações (Tabela 2). Nesse estudo, 8.0 0.15 0.20 0.17 0.20
assumiu-se a proporção de Poisson da MP de 6.5 0.14 0.18 0.16 0.18
0.49, a qual fornece uma natureza incompres- 5.0 0.15 0.20 0.17 0.20
sível a ela e explica suas características biológicas 2.5 0.18 0.22 0.20 0.22
com mais precisão (Tabela 2). 0 0.19 0.24 0.21 0.24
A direção da força aplicada ocorreu como se
segue: linguo-labialmente para inclinar o dente la-
bialmente (F = 1 N) e inciso-gengivalmente para
o movimento intrusivo (F = 1 N) e um binário
para neutralizar a tendência de inclinação da força
apical.
A ausência de qualquer distância do eixo dentá-
rio longitudinal no caso da aplicação de força linguo-
labial evitou qualquer tendência de rotação.
Cinco pontos diferentes posicionados sobre a
periferia da raiz (A, B, C, D e E) foram seleciona-
dos (Figura 2).
Entre os critérios utilizados para avaliar a es- FIGURA 3 - Alteração de S1 e S3 no movimento de inclinação devido à perda
trutura sob o carregamento e julgar a pressão em óssea alveolar. Os padrões S1 e S3 para cada perda óssea alveolar são prati-
camente os mesmos. O aumento da pressão cervical em cada fase do estudo
determinados pontos, foram utilizadas as assim é óbvio.
FIGURA 4 - Variação de S1 no movimento de inclinação em diferentes pontos FIGURA 6 - Variação de S1 produzida por um movimento intrusivo em pontos
de amostragem com diversos graus de perda óssea alveolar. A diferença entre diferentes de amostragem com diversos graus de perda óssea alveolar. A pres-
a pressão produzida nos pontos da amostragem é mínima na altura óssea alve- são produzida no nível sub-apical foi significantemente influenciada pela perda
olar normal. Quanto mais ocorre perda óssea alveolar, maior a diferença entre óssea alveolar. Houve alterações mínimas nas pressões produzidas nos níveis
as pressões do ponto de amostragem. Há uma alteração do sinal de pressão ao apical e cervical.
longo da superfície radicular.
RESULTADOS
Movimento de Inclinação
Altura óssea alveolar normal. No caso de for-
ças direcionadas linguo-labialmente, o nível au-
mentado de pressão estava na margem cervical da
MP em todos os pontos da amostragem, -0.072
N/mm2 para A; -0.062 N/mm2 para B; 0.0016
N/mm2 para C; 0.052 N/mm2 para D; e 0.055
N/mm2 para E (Tabela 3). Movendo-se da região
FIGURA 5 - Alteração de S1 e S3 com diversos graus de perda óssea alveolar cervical ou apical em direção ao centro de rota-
quando carregada por uma força intrusiva. Não houve nenhuma alteração sig-
nificante no estado de pressão devido à perda óssea alveolar. (Ao contrário, um ção o nível de pressão diminuiu (Figura 3). Houve
movimento de inclinação foi influenciado significantemente pela perda óssea
alveolar.)
uma alteração do sinal em pressão (compressiva
versus tracional), e um aumento de pressão nos
pontos de amostragem A, B, D e E. Entretanto, o
ponto C não seguiu o mesmo padrão. Isso pode ser
explicado pela direção da movimentação dentária
chamadas pressões principais máxima (S1) e mí- e sua localização. Os sinais de pressão foram os
nima (S3). Essas pressões ocorrem no plano de mesmos no nível apical e sub-apical.
pressão transversa zero, perpendicular uma a ou- A pressão máxima no nível sub-apical foi de
tra, mas não necessariamente coincidentes com os aproximadamente 37.5 por cento da pressão cer-
eixos X, Y e Z. Os resultados foram avaliados para vical. Na presença de cargas de inclinação, o ponto
a MP, visto que a movimentação dentária constitui C demonstrou a menor quantidade de pressão de
essencialmente um fenômeno com base na MP. todos os pontos da amostragem na margem cer-
TABELA 2 - Uma revisão das propriedades físicas utilizadas por pesquisadores e aquelas neste estudo. Todos os valores estão em N/mm2.
Osso Osso
Dente MP
canceloso cortical
Módulo de Proporção de Módulo de Proporção de Módulo de Proporção de Módulo de Proporção de
Young Poisson Young Poisson Young Poisson Young Poisson
vical (Tabela 3). Perda óssea alveolar. Os valores ram no ponto C, os valores absolutos aumentados
mais elevados de pressão (S1 e S3) foram detec- em direção aos pontos A e E (Figura 4). O mesmo
tados no nível cervical (Tabela 3). A pressão prin- padrão ocorreu para S3.
cipal máxima (S1) aumentou gradualmente com A avaliação cuidadosa da Tabela 3 revelou dois
um aumento de reabsorção óssea alveolar (Figura resultados principais:
3). A avaliação dos valores de pressão revelou que 1) Houve uma alteração do sinal de pressão ao
os menores valores de S1 e S3 no nível cervical fo- longo da superfície radicular em todos os pontos
TABELA 3. Componentes de pressão da MP em diferentes níveis radiculares e pontos de amostragem com diversos graus de perda óssea alveolar quando submetidos a
uma força de inclinação (F = 1 N).
Nível radicular Ponto de Perda óssea = 0 mm Perda óssea = 1 mm Perda óssea = 2.5 mm Perda óssea = 5 mm Perda óssea = 6.5 mm Perda óssea = 8 mm
amostragem _________________ _________________ _________________ _________________ _________________ _________________
S1 S3 S1 S3 S1 S3 S1 S3 S1 S3 S1 S3
12 - 13 A -0.072 -0.075
B -0.062 -0.065
C 0.0016 -0.0015
D 0.052 0.050
E 0.055 0.053
10.5 - 12 A -0.055 -0.058 -0.084 -0.088
B -0.039 -0.042 -0.061 -0.064
C 0.0013 -0.0011 0.0021 -0.0015
D 0.032 0.030 0.049 0.046
E 0.039 0.037 0.060 0.057
8 - 10.5 A -0.034 -0.037 -0.055 -0.058 -0.101 -0.107
B -0.025 -0.026 -0.039 -0.042 -0.072 -0.076
C 8.4e-4 -7.8e-4 0.0014 -0.0012 0.0023 -0.0025
D 0.027 0.025 0.043 0.040 0.077 0.073
E 0.037 0.035 0.059 0.056 0.109 0.103
6.5 - 8 A -0.0015 -0.033 -0.0035 -0.006 -0.0089 -0.013 -0.048 -0.062
B -0.0025 -0.003 -0.0056 -0.0062 -0.014 -0.016 -0.077 -0.081
C 4.8e-4 1.4e-4 0.0011 2.8e-4 0.0012 -8e-4 0.005 -0.006
D 0.027 0.0039 0.0099 0.0084 0.023 0.020 0.108 0.112
E 0.037 0.0097 0.021 0.017 0.046 0.042 0.217 0.204
5 - 6.5 A 0.0044 0.0027 0.0038 0.0015 -0.0022 -0.006 -0.062 -0.072 -0.222 -0.246
B 0.0049 0.0041 0.0051 0.004 0.0019 9.6e-5 -0.037 -0.042 -0.148 -0.161
C -5.7e-4 -9.7e-4 -7.4e-4 -1.2e-3 -5.7e-4 -0.001 0.0028 0.0013 0.015 0.0082
D -0.0036 -0.0046 -0.0027 -0.0042 0.0013 -5.9e-4 0.051 0.046 0.186 0.174
E -0.0022 -0.0040 -0.2.7e-4 -2.9e-3 0.0063 0.0024 0.073 0.062 0.248 0.229
2.5 - 5 A 0.0205 0.0193 0.028 0.025 0.036 0.034 0.046 0.041 0.0103 0.0101 -0.288 -0.316
B 0.014 0.013 0.018 0.017 0.024 0.022 0.031 0.027 0.0072 4.4e-4 -0.191 -0.211
C 0.001 -3.6e-4 0.0016 -2.3e-4 0.0016 -9.7e-4 0.0025 -0.0014 0.002 -0.0014 3.9e-4 -8.5e-3
D -0.012 -0.013 -0.016 -0.017 -0.021 -0.023 -0.026 -0.029 0.001 -0.0058 0.213 0.193
E -0.019 -0.020 -0.026 -0.027 -0.035 -0.037 -0.042 -0.048 -0.0015 -0.0114 0.330 0.30
0 - 2.5* A 0.039 0.037 0.055 0.052 0.080 0.076 0.167 0.158 0.265 0.250 0.472 0.433
B 0.028 0.026 0.040 0.037 0.057 0.053 0.119 0.111 0.190 0.175 0.338 0.307
C 0.0015 -6.6e-4 0.0026 -4.7e-4 0.0025 -0.0021 0.0053 -0.0045 0.0086 -0.0078 0.015 -0.018
D -0.025 -0.027 -0.034 -0.037 -0.051 -0.055 -0.107 -0.116 -0.168 -0.183 -0.294 -0.325
E -0.037 -0.039 -0.051 -0.054 -0.077 -0.018 -0.160 -0.170 -0.251 -0.0268 -0.44 -0.475
-0.25 - 0** A 0.027 0.022 0.036 0.030 0.062 0.052 0.149 0.127 0.28 0.24 0.722 0.633
B 0.024 0.020 0.033 0.028 0.055 0.026 0.130 0.111 0.24 0.207 0.600 0.522
C 3.8e-4 -9.2e-4 2e-4 -0.0016 0.0015 -0.0013 0.0035 -0.0029 0.0065 -0.0047 0.017 -0.0088
D -0.022 -0.026 -0.033 -0.038 -0.047 -0.055 -0.111 -0.130 -0.206 -0.240 -0.511 -0.589
E -0.025 -0.029 -0.038 -0.044 -0.053 -0.062 -0.129 -0.151 -0.245 -0.284 -0.632 -0.722
TABELA 4. Componentes de pressão (S1 e S3) da MP em pontos de amostragem em níveis diferentes com diversos graus de perda óssea alveolar quando submetidos
a uma carga intrusiva ( F = 1 N).
Nível Ponto de Perda óssea Perda óssea Perda óssea Perda óssea Perda óssea Perda óssea
radicular amostra- = 0 mm = 1 mm = 2.5 mm = 5 mm = 6.5 mm = 8 mm
gem ___________ ___________ ___________ ___________ ___________ ___________
S1* S3 S1 S3 S1 S3 S1 S3 S1 S3 S1 S3
Cervical A -0.0043 -0.0077 -0.0089 -0.0124 -0.0054 -0.0098 0.0012 -0.0042 -0.018 -0.024 -0.019 -0.023
B -0.012 -0.156 -0.0036 -0.007 -0.011 -0.015 -0.0011 -0.004 0.008 0.014 -0.016 -0.02
C -0.0065 -0.0101 -0.0109 -0.0147 -0.002 -0.007 -0.018 -0.025 -0.0087 -0.0045 -0.024 -0.029
D -0.016 -0.019 -6.8e-4 -0.0032 -0.011 -0.015 -0.0024 -0.0066 -0.0131 -0.0166 -0.016 -0.0198
E -0.009 -0.012 -0.0046 -0.0017 -0.0055 -0.010 -0.012 -0.017 -0.0181 -0.0242 0.019 -0.023
Apical A -0.026 -0.029 -0.028 -0.031 -0.03 -0.033 -0.035 -0.038 -0.038 -0.042 -0.043 -0.047
B -0.025 -0.028 -0.027 -0.03 -0.029 -0.031 -0.033 -0.037 -0.036 -0.039 -0.041 -0.045
C -0.028 -0.031 -0.03 -0.033 -0.033 -0.036 -0.038 -0.041 -0.041 -0.045 -0.046 -0.05
D -0.025 -0.027 -0.0259 -0.0286 -0.028 -0.031 -0.032 -0.036 -0.036 -0.039 -0.040 -0.044
E -0.026 -0.029 -0.0276 -0.0304 -0.030 -0.033 -0.035 -0.038 -0.038 -0.042 -0.043 -0.047
Sub-api- A 0.115 0.110 0.122 0.117 0.132 0.126 0.152 0.146 0.166 0.159 0.185 0.178
cal
B 0.099 0.096 0.106 0.101 0.114 0.110 0.132 0.127 0.144 0.138 0.161 0.154
C 0.025 0.024 0.026 0.025 0.285 0.027 0.033 0.031 0.0361 0.034 0.405 0.038
D 0.1003 0.096 0.107 0.103 0.115 0.110 0.133 0.127 0.145 0.139 0.162 0.156
E 0.116 0.112 0.124 0.119 0.133 0.127 0.154 0.148 0.168 0.161 0.188 0.180
*N/mm 2
TABELA 5. Aumento na pressão para os pontos A e C com diferentes graus de TABELA 6. Aumento na pressão para os pontos A e C com diferentes graus
perda óssea quando um movimento de inclinação é induzido. Os aumentos são de perda óssea quando um movimento intrusivo é induzido. Os aumentos são
expressos como uma proporção relativa à pressão presente antes que a perda expressados como uma proporção relativa à pressão presente antes que a perda
óssea tenha ocorrido. óssea tenha ocorrido.
Ponto Perda óssea Perda óssea Perda óssea Ponto Perda Perda óssea Perda óssea
de = 0mm = 2.5mm = 8mm de óssea = 2.5mm = 8mm
amos- __________ __________ __________ amos- = 0mm __________ __________
tragem tra- _______
gem ___
S1 S3 S1 S3 S1 S3
S1 S3 S1 S3 S1 S3
Cervical A 1 1 1.41 1.42 4 4.21
Cervical A 1 1 1.25 1.26 4.42 2.98
C 1 1 1.44 1.7 0.25 5.7
C 1 1 0.31 0.72 3.69 2.86
Apical A 1 1 2 2 12.1 11.7
Apical A 1 1 Aproxima- 1.13 Aproxima- 1.6
C 1 1 1.7 3.18 9.7 27.3 damente damente
Sub- A 1 1 2.29 2.36 26.7 28.77 C 1 1
apical
Sub- A 1 1 Aproxima- 1.14 Aproxima- 1.6
C 1 1 3.94 1.41 44.12 9.56 apical damente damente
C 1 1
Tanne et al. (1987), em um estudo 3D do (1991), McGuinness et al. (1992) e Puente et al.
MEF, relatou uma pressão da margem cervical de (1996). O resultado para a pressão apical no pon-
0.012 N/mm2 (1.2 gf/mm) quando uma força de to A na situação normal (0.039 N/mm2) está bem
inclinação direcionada lingualmente de 1 N foi abaixo do valor de 0.05 N/mm2 (5 gf/mm2) obtido
aplicada ao centro de um modelo pré-molar man- por Cobo et al. (1993).
dibular. Esse valor é praticamente o mesmo que A perda óssea alveolar causa um aumento nos
aquele relatado por Tanne e Sakuda (1983), isto é, valores de pressão em todos os pontos da amostra-
que uma pressão de 0.01 N/mm2 ocorre no nível gem. A pressão principal máxima no nível apical,
cervical em resposta a uma força de 1 N, aplica- na presença de um movimento de inclinação e
da na região mesiodistal sobre a superfície labial 8 mm de perda óssea alveolar, foi de –0.288 N/
de um dente. McGuinness et al. (1991) relataram mm2, a qual é praticamente equivalente ao valor
um valor de pressão de 0.02 N/mm2 na margem obtido por Cobo et al. (1993), isto é, 0.364 N/
cervical para uma força de inclinação direcionada mm2 (36.36 gf/mm2). O sinal de pressão difere
mesiodistalmente de 1 N aplicada ao centro do devido uma direção diferente de força. Assumin-
dente, enquanto o valor de pressão no ápice foi do-se uma relação linear entre a força aplicada e
de 0.002 N/mm2. McGuinness et al. (1992) ava- a pressão resultante e a pressão máxima sugerida
liaram a pressão cervical principal máxima (S1) e por Lee (1965, 1996), a força de inclinação ideal
relataram um valor de 0.072 N/mm2, enquanto seria aproximadamente 0.36 N (36 gf).
no ápice foi de 0.0038 N/mm2. A aplicação de níveis mais elevados de força
A tendência rotacional acompanhando um resultaria em pressões um tanto mais elevadas do
movimento de inclinação e a forma de sua elimi- que sugerido, o que significa antecipar uma área de
nação não foi discutida. O resultado desse estudo hialinização no nível cervical. É importante conside-
para S1 no ponto de amostragem A foi de 0.072 rar a pressão produzida no nível sub-apical, o nível
N/mm2 no nível cervical, 0.0395 N/mm2 no api- delgado sob a parte apical do ápice, o qual é tão
cal e 0.0268 N/mm2 no sub-apical. importante quanto outras partes da MP. O resul-
Os valores obtidos nesse estudo são maiores do tado de um movimento de inclinação na situação
que aqueles de Tanne e Sakuda (1983), Tanne et al. normal (primeira coluna da Tabela 3) indica que
aproximadamente 37.5 por cento da pressão (S1) 1) Propriedades físicas diferentes são utilizadas.
no nível cervical será produzida na extremidade 2) Suposições diferentes de simplificação são
labial do nível sub-apical. A pressão sub-apical adotadas na modelação.
(S1) eleva-se até 2.5x no ponto A, 3.1x na direção 3)Os dentes originais utilizados para a mode-
mesiodistal (ponto B) e até 43x no ponto C com lação apresentam variação normal em dimensões
relação à pressão cervical na presença de 8 mm e configurações.
de perda óssea alveolar. As proporções de incre-
mento de pressão para S1 nas etapas subseqüentes A aplicação de uma força de 1 N em todas as
de perda óssea alveolar podem ser observadas na fases dessa investigação tornaram o estudo e re-
tabela 5. sultados comparáveis a outros (Tanne et al., 1987;
A proporção mais elevada de aumento de pres- McGuinness et al., 1991, 1992). A força aplicada
são, devido ao suporte alveolar reduzido, ocorre utilizada para produzir o movimento intrusivo foi
no nível sub-apical. A comparação da proporção reduzida a 10 por cento (0.1 N) de sua magnitude
da pressão da área apical para a cervical (primeira original para se alcançar uma força intrusiva real
e última coluna da tabela 3) demonstra que a pro- aplicável clinicamente. Um tipo linear de análi-
porção varia de 1:0.375 para a altura óssea alveolar se estática facilita converter os resultados. Dessa
normal para aproximadamente 2:1 para 8 mm de forma, os resultados estavam dentro da variação
perda óssea alveolar. A pressão que ocorre no nível proposta por Lee (1965, 1996). A conformi-
cervical no ponto A durante a movimentação den- dade da suposição de comportamento elástico
tária intrusiva no modelo sem perda óssea alveolar linear da MP está, entretanto, aberta à discussão.
foi de –0.0043 N/mm2; a qual está de acordo com Embora os dados acumulados sugiram que a MP
o valor de 0.0046 N/mm2 relatado por Wilson et comporta-se visco-elasticamente, a aplicação das
al. (1994) para as mesmas condições. Entretan- forças nesse estudo causaria apenas uma pequena
to, os valores para a pressão apical relatados por quantidade de movimentação dentária inicial. Foi,
Wilson et al. (1994) diferem dos resultados des- portanto, considerado razoável assumir um com-
se estudo. O modelo deles apresentou as pressões portamento linear-elástico para todos os materiais
mais elevadas no nível cervical, porém nesse es- envolvidos.
tudo o nível de pressão mais alto (S1) foi exibido
nos níveis apical e sub-apical. Os resultados atuais CONCLUSÕES
(Tabela 4) indicam que a pressão (S1) produzida 1) Quando os movimentos de inclinação ocor-
no nível sub-apical é aproximadamente 26 vezes rem no modelo, o nível mais elevado de pressão é
àquela no nível cervical. A proporção compará- detectado no nível cervical.
vel para a pressão apical (S1) é de aproximada- 2) A reabsorção óssea alveolar causou um
mente 6. Apesar da produção das pressões mais aumento na pressão principal máxima (S1) e na
elevadas no nível sub-apical, a proporção mais pressão principal mínima (S1) em relação àquela
alta do incremento de pressão com altura óssea detectada com uma altura óssea anormal de até
alveolar decrescente está no nível cervical, o qual 4.19 vezes no ponto A do nível cervical, até 26.6
chega a 4.5x mais do que o normal no ponto A da vezes no nível apical no ponto C e até 44.1 vezes
amostragem (Tabela 6). Esse resultado constitui no nível sub-apical no ponto C.
aproximadamente o dobro daquele para o mesmo 3) Os componentes de pressão sub-apical (S1
ponto nos níveis apical e sub-apical. Parece que as e S3) foram avaliados como um aspecto de distri-
diferenças entre os resultados atuais e aqueles de buição de pressão.
outros autores deve-se ao seguinte: 4) Os resultados em relação aos movimentos
Abstract
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Key words: Mouth breathing. Upper lip. Orbicular muscle. Malocclusion. Electromiography.