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Técnicas Qualitativas

Tese de Doutoramento em Ciências da Educação (especialidade de


Desenvolvimento Curricular), Universidade do Minho

Título: Percepções e experiências da escola, trajectórias escolares e


expectativas futuras: um estudo com alunos do ensino secundário

Autor: Teixeira, Cidália Maria Ferreira

Orientador: Fernandes, Maria Assunção Flores

Data: 13-Set-2010
[em linha]. Disponível: http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/11014 [acedido
Fev. 2011]

Débora Nandja
Dulce Oliveira
José Nunes
Técnicas Qualitativas
TEMA 4 – 2ª Parte

Breve descrição do problema de investigação

Qualitative researchers are interested in life as it is lived in real situations.


(Woods, 2006)

Em síntese, com esta tese de Doutoramento, a doutoranda Cidália Teixeira pretendeu


a aquisição de uma visão ampla e holística das percepções e das experiências dos
alunos do ensino secundário sobre a escola, assim como das suas trajectórias
escolares e expectativas futuras.

Questões problema:
a) Quais as percepções dos alunos do Ensino Secundário sobre a escola?
b) Que influência tiveram os seus professores na sua trajectória escolar?
c) Que variáveis condicionaram as suas escolhas ao longo do seu percurso
escolar?
d) Como percepcionam a instituição escolar, atendendo às experiências
curriculares e extracurriculares mais relevantes no seu percurso formativo?
e) Como se vêem a si próprios enquanto alunos?
f) Quais as suas expectativas e projectos para o futuro?

Objectivos:
a) Analisar as percepções dos alunos sobre a escola em geral, a educação e o
ensino;
b) Conhecer experiências curriculares e extracurriculares relevantes no seu
percurso;
c) Compreender a influência de pessoas marcantes ao longo da sua trajectória
escolar;
d) Entender a visão de si próprios enquanto alunos;
e) Compreender a influência da escola na escolha do curso e no seu percurso
escolar;
f) Analisar as suas expectativas, enquadradas nos seus projectos para o futuro.

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TEMA 4 – 2ª Parte

A investigação realizada foi de índole qualitativa e não quantitativa, já que ambicionou


“compreender e interpretar a realidade tal e qual como é entendida pelos sujeitos
participantes nos contextos estudados” (Gómez, Flores & Jiménez, 1999, apud
Teixeira, 2010: 91), neste caso, dando “voz” 1 a alunos do ensino secundário de 12º
ano. Cremos que a opção foi correcta, porquanto o paradigma construtivista
(qualitativo) tem como objectivo interpretar a realidade, questionando as diferentes
construções dessa mesma realidade e os significados elaborados pelos actores
sociais.
Desta forma, a relevância desta investigação residiu precisamente na
“captação da realidade tal como a vêem, vivem e constroem os alunos.” (Teixeira,
2010: 96)

Tipo de casos estudados

Dentro das várias possibilidades da investigação qualitativa foi escolhido o estudo


descritivo e interpretativo, dentro do paradigma construtivista, com as seguintes
etapas:
1.ª Revisão da literatura nacional e estrangeira e de estudos desenvolvidos no
âmbito do movimento da voz dos alunos;
2.ª Enquadramento teórico e metodológico das temáticas em estudo;
3.ª Elaboração e validação das pistas para o relato do percurso escolar, para aferir
a compreensão do enunciado por parte dos discentes e definir o tempo necessário
para a escrita da narrativa;
4.ª Solicitação da produção da narrativa aos alunos dos diferentes cursos;
5.ª Análise vertical dos relatos escritos;
6.ª Análise comparativa ou horizontal das narrativas; análise comparativa
constante;
7.ª Codificação, categorização e análise dos dados das narrativas;
8.ª Elaboração e validação do guião da entrevista;
9.ª Realização da entrevista;

1
(…) the voices, feelings, actions and meanings of interacting individuals are heard. (Denzin, 1989, p. 83)

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10.ª Análise de conteúdo dos dados da entrevista. Descrição e interpretação dos


mesmos; complemento da análise das narrativas.
11.ª Apresentação da trajectória escolar dos alunos, a partir dos dados recolhidos
a respeito do seu percurso escolar, nas três fases da investigação (narrativa,
entrevista e email).
Foram utilizadas fundamentalmente quatro técnicas de recolha de dados: a análise
documental, os relatos escritos, a entrevista semi-directiva e o e-mail.

Análise documental
A pesquisa documental constituiu-se como o primeiro contacto com a realidade, dando
uma ajuda significativa, pois as entrevistas aos diferentes actores educativos (alunos,
professores, encarregados de educação e órgãos de gestão) iniciaram já com algu m
conhecimento da escola e do seu funcionamento. Concomitantemente, a análise
documental permitiu elaborar a contextualização da escola e complementou a
caracterização do seu corpo discente.

Relatos Escritos
O recurso às narrativas, numa primeira fase do projecto, conduziu o participante a uma
reflexão mais acurada sobre si e sobre a sua história de vida. Ao convocar as opiniões
pessoais dos próprios participantes, em discurso directo, compreendeu-se com mais
profundidade as suas percepções sobre a escola. Concomitantemente, as narrativas
conferiram ao participante a capacidade de estabelecer uma ordem de ideias própria.
Entretanto, a ênfase da narrativa não foi colocada em largos e vagos períodos de
tempo, mas em situações/tempos específicos, uma vez que se pretendeu que os
participantes focalizassem a sua atenção em aspectos relevantes para a investigação.
Após uma revisão da literatura relacionada com a metodologia da investigação e co m
estudos já realizados sobre o movimento da voz dos alunos, foi elaborado um conjunto
com pistas que poderiam nortear a redacção da narrativa sobre o seu percurso
escolar, atendendo aos objectivos do estudo e à informação que se pretendia recolher.

O guião estruturou-se em três partes:

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1. Identificação do aluno: nome; sexo; anos de frequência na escola; anos de


permanência na turma; retenções e idade;
2. Pistas para o registo escrito (história do percurso escolar);
3. Referência à possibilidade de relatarem outros aspectos não focados no guião.

A Entrevista
Foi escolhida a entrevista semidireccionada, para que os sujeitos pudesse m
livremente expressar-se sobre as temáticas em análise. Optou-se pela realização de
entrevistas semidirectivas, em que o investigador dispõe de uma série de perguntas-
guias, relativamente abertas, para que os participantes tenham liberdade para
discorrer sobre as questões que lhes são colocadas.

O e-mail
Dois anos após o primeiro contacto com os alunos, foi enviado um e-mail para saber
se as suas expectativas em termos académicos, profissionais e pessoais se tinha m
cumprido. Nesta fase, pretendeu-se saber se a concepção que tinham da escola se
mantinha ou se se havia alterado, entre outras questões.

Guião da entrevista utilizado

O Guião da Entrevista foi adaptado de um guião anteriormente validado das


entrevistas já realizadas, no âmbito de um projecto, e tem como objectivos aqueles
que foram identificados nas Questões problema.
A entrevista está subdividida em 5 blocos:
1. Legitimação da entrevista e motivação – apresentadas as linhas gerais da
investigação e os procedimentos na entrevista, como técnica de recolha de
dados. É solicitado a colaboração do aluno para o sucesso da investigação,
garantindo a confidencialidade das informações e pedir autorização para gravar
a entrevista em áudio.
2. Percepções da escola – solicitado ao aluno que se pronuncie sobre os anos
passados na escola, a sua imagem desta, o seu percurso, o apoio na obtenção
dos resultados, o design curricular do Ensino Secundário, as disciplinas, a
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oferta formativa, a organização dos tempos lectivos e se é uma boa escola,


sempre de uma forma justificada; Interrogar sobre o apoio prestado pela escola
aos alunos, nomeadamente a Biblioteca, os recursos disponíveis e as
actividades; solicitar que se refira à relação com os colegas e funcionários,
ambiente entre os alunos, a importância da presença dos Encarregados de
Educação na escola e a relação com o Conselho Executivo e se acham que a
voz dos alunos é ouvida.
3. Representações dos alunos sobre eles próprios – questionados sobre as
suas experiências curriculares mais marcantes, as disciplinas favoritas, aulas
que mais agradam, as actividades extra-curriculares existentes e a sua
participação, tudo de uma forma justificada; a influência da escola na escolha
do curso, as expectativas de futuro, ingresso no ensino superior/mercado de
trabalho e a profissão que gostaria de vir ter, sempre justificando.
4. Percepções dos professores – solicitado ao aluno que descreva os seus
professores, exemplos de uma boa e má experiência em sala de aula e seus
aspectos mais marcantes, a ajuda dos professores no sucesso, realização e
felicidade; professores mais marcantes, aspectos que estes podiam melhorar e
o papel do Director de Turma, suas qualidades e apoio aos alunos.
5. Sugestões a melhorar – pedir que diga o que tornaria a escola ainda melhor/
com mais sucesso (exemplificando), solicitar que se pronuncie acerca do que
na sua opinião mais contribui para o sucesso da escola; No final perguntar se
quer acrescentar mais alguma coisa.
Pensamos que o guião da entrevista está muito bem estruturado, em primeiro lugar
apresenta a investigação, motivando o entrevistado e garantindo a confidencialidade
dos dados recolhidos. Seguidamente vai questionando os alunos sobre a escola,
sobre os seus pares (colegas, funcionários, Encarregados de Educação e Conselho
Executivo) e professores, tudo de uma forma justificada. No final, são pedidas
sugestões de melhoria com exemplos e algo que o aluno queira acrescentar à
entrevista.

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Análise do discurso registado na entrevista

Para a análise do discurso privilegiou-se a abordagem indutiva em que as categorias e


os temas emergiam dos dados, para, a partir daí, analisar as narrativas e ponderar as
técnicas de recolha de dados que melhor se ajustava m à investigação em curso.
Desta forma, o procedimento que mais se adequou à análise dos relatos escritos e das
entrevistas foi a análise de conteúdo.
Não foram estabelecidas previamente as categorias. Estas foram sendo construídas
ao longo do processo, seguindo sempre as qualidades inerentes a este tipo de
investigação: a exclusão mútua; a homogeneidade; a pertinência; a objectividade; a
fidelidade e a produtividade.
A análise dos dados foi feita de forma faseada. Assim, num primeiro momento, foi feita
uma análise vertical (analisando as narrativas e as entrevistas dos sujeitos
separadamente), seguindo-se a uma análise comparativa de modo a identificar
padrões e/ou temas similares, bem como diferenças nos relatos dos participantes e,
numa fase seguinte, uma análise horizontal, destacando e tratando cada um dos
temas. O critério semântico ditou o fio condutor da categorização e análise.
O processo de análise de conteúdo foi validado por pesquisadores externos ao
processo, a fim de confirmar a pertinência dos dados obtidos e da categorização e
codificação efectuadas.
Assim, de forma resumida, foram realizados os seguintes passos no tratamento e na
análise das narrativas e das entrevistas:
1. Leitura integral de cada narrativa e entrevista;
2. Análise temática: selecção das unidades de significação a codificar,
destacando partes do texto;
3. Identificação de categorias e subcategorias;
4. Construção de tabelas com as dimensões e as categorias para a análise das
narrativas e das entrevistas;
5. Produção de um enunciado interpretativo e descritivo alicerçado na inferência.

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Software utilizado para a análise

Na investigação não foi utilizado nenhum software para a análise do conteúdo. No


entanto, existem alguns programas que auxiliam no tratamento de dados qualitativos,
como por exemplo: MAXQDA e o NVIVO.
Este tipo de aplicações QDA (Quality Data Analysis) permite organizar a informação a
explorar e visualizar padrões, sendo uma ajuda poderosa para o investigador poder
tirar algumas conclusões.

Referências Bibliográficas
Denzin, N. (1989) Interpretive Interactionism, London, Sage

Denzin N.; Lincoln, Y. (Eds.) (1994): Handbook of qualitative research. California:


Sage.
Fairclough, N. (s/d). Analysing Discourse, Textual analysis for social research.London
& New York: Routledg [em linha]. Disponível em:
http://www.fd.unl.pt/docentes_docs/ma/AMH_MA_4763.pdf [acedido Fev. 2011]

Teixeira, C. (2010): Percepções e experiências da escola, trajectórias escolares e


expectativas futuras: um estudo com alunos do ensino secundário (Tese de Mestrado).
[em linha]. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/11014
[acedido Fev. 2011]

Tesch, R. (1993): Qualitative Research: Analysis Types of Software Tools. New York:
Falmer Press.

Webgrafia

http://www.maxqda.com/

http://www.qsrinternational.com/other-languages_portuguese.aspx

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