Sunteți pe pagina 1din 2

SENADO FEDERAL - SSTAQ

Sessão: 020.1.54.O Data: 01/03/2011

O SR. PRESIDENTE (José Sarney. Bloco/PMDB – AP) – Com a palavra o


Senador Aloysio Nunes Ferreira.
O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (PSDB – SP. Para discutir. Sem
revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, um governo que
tem no seu organograma 37 Ministérios e que se prepara para criar mais um, um governo
que multiplicou os cargos comissionados como o Governo do PT, um governo que tem
Ministério dos Esportes, Casa Civil e órgãos de planejamento de boa qualidade técnica
por que precisaria criar uma Autoridade Olímpica Pública? Qual é a necessidade disso?
Com os 180 cargos comissionados – inicialmente eram 480, a proposta passou por uma
severa lipoaspiração, mas ainda sobra muita gordura, especialmente no momento em
que o Governo diz que é necessário cortar gastos –, será que o Governo não dá conta de
organizar os Jogos Olímpicos? Para não dizer que, se quisesse criar uma autarquia,
poderia fazê-lo, como foi dito aqui por outros colegas, mediante projeto de lei
eventualmente em regime de urgência.
A inamovibilidade do presidente dessa autarquia é talvez mais sólida do que
o próprio mandato parlamentar. Aliás, o termo mandato aqui é usado impropriamente. É
uma nomeação a termo. Um Parlamentar pode ter seu mandato cassado se incorrer em
quebra de decoro parlamentar – não precisa ser condenado criminalmente com sentença
transitada em julgado nem mesmo em processo administrativo, basta que seu
comportamento infrinja aquilo que se entende por decoro parlamentar. Mas o presidente
da Autoridade Olímpica que o governo quer criar, com voto contrário do PSDB, tem
mandato mais sólido do que o próprio Parlamentar.
A Medida Provisória nº 489 perdeu eficácia. Esta Medida Provisória, que
tratava desse tema da Autoridade Olímpica, gerou um grande movimento de indignação
no País, porque ela se propunha a alterar as regras da Lei de Licitações, criando um
regime especial de licitação para as Olimpíadas. Talvez ainda sob o impacto das coisas
malfeitas que ocorreram nos Jogos Pan-Americanos, houve, por todos os lados, um
movimento de: olha, alto lá!
O fato é que o Congresso não votou a Medida Provisória nº 489, cujo núcleo
era esse conjunto de regras excepcionais para a licitação das obras e serviços das
Olimpíadas. Jogou pela porta afora. A medida perdeu eficácia. Ora, aquilo que o
Congresso se recusou a aprovar, que saiu porta afora, está entrando agora pela janela.

1
SENADO FEDERAL - SSTAQ

Sessão: 020.1.54.O Data: 01/03/2011

Srªs e Srs. Senadores, o art. 1º do Projeto de Lei de Conversão, que nos


vem da Câmara, propõe ratificar, na forma do anexo – um anexo misterioso, obscuro,
oculto –, os termos do Protocolo de Intenções celebrado entre a União, o Estado do Rio
de Janeiro e o Município do Rio de Janeiro.
Muito bem. Neste protocolo, na sua Cláusula 4ª, inciso III, está dito – este
protocolo que nós vamos ratificar – que, excepcionalmente, para consecução dos seus
objetivos, poderá a Autoridade Olímpica contratar, inclusive por meio de regime
diferenciado de licitações e contratos, para obras e serviços estabelecidos em lei federal.
E lá vem a pergunta: que lei federal é essa? Será a Medida Provisória nº
489, que perdeu a eficácia, por não ter sido votada, mas cujos efeitos jurídicos não foram
disciplinados ainda por decreto legislativo? Será que é essa medida provisória, é essa a
lei federal a que se refere o projeto de lei de conversão, estabelecendo um regime
realmente diferenciado, com exceções gritantes à Lei das Licitações?
É uma pergunta que fica e que vai ficar, inclusive, na cabeça dos
investidores, daqueles que vão construir, aqui no Brasil, estádios, prestar serviços, buscar
participar do grande evento que serão as Olimpíadas. A insegurança jurídica nunca atraiu
investidores. Além disso, Srs. Senadores, creio que seria realmente um cheque em
branco, absolutamente inadmissível e desnecessário, que este Senado iria entregar à
Presidência da República.
O SR. PRESIDENTE (José Sarney. Bloco/PMDB – AP) – Senador Gim
Argello.

S-ar putea să vă placă și