Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
O marxismo-leninismo
Que Fazer? é o título de uma obra do russo Vladimir Ilich Ulianov,
Lênin (1870-1924), escrita em 1902. O autor afirmava que o proletariado
jamais chegaria ao socialismo por si só. Era preciso guiá-los do alto, por
uma vanguarda revolucionaria, ou seja, intelectuais de esquerda que
conduziriam os trabalhadores à revolução. Esses “revolucionários
profissionais” poriam fim ao regime czarista russo imediatamente, sem
esperar o desenvolvimento do capitalismo industrial.
A Revolução de 1905
Em 1903, no Congresso de fundação do partido Operário Social-
Democrata da Rússia, Lênin obteve o apoio da maioria dos participantes,
daí seus partidários serem chamados de bolcheviques (significa maioria em
russo). Mas um grupo minoritário, os mencheviques (significa minoria em
russo), considerava que, diante do atraso da Rússia e da ausência de um
proletariado urbano organizado, a revolução só seria possível se assumisse
um caráter democrático e burguês. A revolução deveria colocar no poder a
burguesia, para garantir o desenvolvimento do capitalismo e, a partir daí, a
formação de um proletariado organizado.
Distante dessas discussões, em 1905, o czar Nicolau II envolveu a
Rússia numa catastrófica guerra contra o Japão pelo domínio da Coréia e
da Manchúria. Durante a guerra, no Domingo Sangrento, o czar, numa
prova de tirania, ordenou o massacre de uma manifestação pacifista que
pedia a saída russa do conflito enquanto cantavam: “Deus salve o czar!”.
Em protesto contra o massacre explodiram greves, assassinatos de
autoridades, revoltas em nações submetidas pelo Império Russo, rebeliões
camponesas e estudantis, que se multiplicavam por toda a parte. Estava em
curso a Revolução de 1905. A insatisfação com as condições precárias
levou à rebelião também os marinheiros do encouraçado Potemkin,
igualmente massacrados por Nicolau II. As greves paralisaram a economia
do país.