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A importância do Plano de Gerenciamento dos Resíduos da Construção

Civil (PGRCC) para a proteção ambiental e segurança do trabalhador


em obras: Estudo de caso da cidade de Curitiba
Eng. Adriane Farias Lopes (1), Dr. Eloy Fassi Casagrande Jr. (2)
(1) Curso de Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho, UTFPR, Brasil. E-mail:
adrianefl@gmail.com
(2) Departamento de Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil-PPGEC, UTFPR, Brasil. E-mail:
eloy.casagrande@gmail.com

Resumo: Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa sobre a implantação do Plano de
Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil (PGRCC) em construtoras da cidade de Curitiba e
qual a sua contribuição para evitar acidentes de trabalho, poluição ao meio ambiente, reaproveitamento
e reciclagem dos materiais. O estudo teve como metodologia a revisão bibliográfica, visitas a obras e
envio de questionários a 31 profissionais responsáveis da área de segurança do trabalho ou meio
ambiente das construtoras. Dos questionários enviados, somente cinco disseram possuir PGRCC e
responderam o questionário, apesar do Decreto Lei Municipal 1.068/2004 que regulamenta as diretrizes
do CONAMA 307/2004, para o PGRCC em Curitiba. A primeira conclusão é que a grande maioria das
construtoras ainda não considera o PGRCC uma importante ferramenta para minimizar os impactos dos
resíduos da obra sobre o meio ambiente. Já as que acatam a lei, afirmaram que em relação aos
funcionários foi explicado sobre as práticas de gerenciamento de resíduos, assim como aplicado
ferramentas de sensibilização e treinamento. Na questão de disposição dos resíduos das obras, os
mesmos são enviados para os aterros apropriados e usinas de reciclagem ou são reaproveitados na
própria obra. Para estas, além de ajudar na conservação do meio ambiente, o PGRCC trouxe pontos
positivos de acordo com as opiniões dos responsáveis, uma vez que o canteiro de obras fica mais
organizado, reduzindo o número de acidentes com os trabalhadores. Sobre as dificuldades encontradas
foi diagnosticado reclamações em relação ao custo do transporte, pois os locais de reciclagem estão
localizados em locais muito distantes das obras.
Palavras-chave: Impactos Ambientais; Acidentes de Trabalho; Plano de Gerenciamento dos Resíduos da
Construção Civil.

Abstract: This article presents results of research on the implantation the Construction Waste
Management Plan (PGRCC in Portuguese) in the building companies in the city of Curitiba and what its
contribution to preventing work accidents, environmental pollution, reuses and recycling of materials.
The study had as methodology the bibliographical revision, visits to construction and sending out
questionnaires to 31 responsible professionals of the area of occupational safety or environment of the
constructors. Of the questionnaires sent, only five had said to possess PGRCC and answered the
questionnaire, although the Municipal Law 1.068/2004 that it regulates the guidelines of CONAMA
307/2004, for the PGRCC in Curitiba. The first conclusion is that the great majority of the constructors
not yet consider the PGRCC an important tool to minimize the impacts of the residues of the construction
on the environment. Already the ones that accept the law had affirmed that in relation to the employees it
was explained on the practical of management of residues, as well as applied tools of sensitization and
training. In the question of disposal of the residues of the constructions, the same ones are sent for the
appropriate landfill and plant of recycling or are reused in the proper construction. For these, beyond
helping in the conservation of the environment, the PGRCC brought positive points according to opinions
of the responsible, one time that the construction site come more organized, reducing the number of
accidents with the employees. On the joined difficulties, it was diagnosed claims in relation at the cost of
the transport; because the recycling places are located in very distant places of the constructions.
Key-words: Waste Management; Occupational Safety, Environmental Impacts of Construction

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1. INTRODUÇÃO
O Brasil está vivendo um momento muito especial da sua história econômica com um crescimento médio
de aproximadamente 4% nos últimos três anos. Isto impulsionou a indústria da construção civil fazendo
com que o número de obras pelas cidades brasileiras aumentasse consideravelmente. Como
conseqüências os resíduos gerados pelo setor tiveram seu volume aumentado. De acordo com as
definições do que são estes resíduos, estes podem ser gerados através de demolições, restos de obras e
solos de escavações.
A Resolução CONAMA 307/2002 estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão de
resíduos da construção civil, porém esta não está sendo cumprida ou cumprida timidamente por aqueles
que atuam no setor da construção. Geradores contratam caçambas para a retirada dos resíduos sem ter a
certeza de que estes vão ser depositados em áreas licenciadas. Em muitos casos, acabam indo parar em
lixões clandestinos, nas margens de rios e córregos ou em terrenos baldios, e afeta o meio ambiente e a
saúde da sociedade em geral.
A correta segregação e disposição final dos diferentes tipos de resíduos das obras de construção civil
permitem sua valorização, através da reutilização, reciclagem e a redução dos custos. Na cidade de
Curitiba, este procedimento já é exigido para o licenciamento ambiental da obra, de acordo com o
Decreto Lei 1068/2004. Associado a isto, tem o item 18.29 Ordem e Limpeza da NR 18, na qual
estabelece basicamente que os canteiros de obras devem apresentar-se organizados, limpos e
desimpedidos, notadamente nas vias de circulação, passagens e escadarias.
O objetivo deste estudo é demonstrar quais os desafios encontrados para a implantação da gestão de
resíduos da construção civil por parte das construtoras dentro dos procedimentos da segurança de trabalho
da Norma NR 18 e da Resolução CONAMA 307/2002 no município de Curitiba, pode contribuir para a
proteção do meio ambiente e para a segurança dos trabalhadores.

1.1. Justificativa
Apesar de existir legislação, mas devido a falta de incentivos e de fiscalização as construtoras preferem
não atribuir muita importância ao gerenciamento de resíduos da construção civil que são produzidos em
suas obras. Na maioria dos casos, não sabem nem mesmo onde está sendo depositado esse resíduo, uma
vez que contratam serviços de terceiros para este trabalho.
Como conseqüência da falta de um gerenciamento dos RCC ocorre impactos ambientais e até mesmo na
obra pode vir a ocorrer acidentes com os trabalhadores. No caso de Curitiba, e Região Metropolitana,
devido a melhora econômica no setor da construção civil, houve um grande aumento no volume de obra,
o que consequentemente aumentou também a produção de resíduos.
Também há dúvidas quanto a percentagem de empresas que já adotaram o Plano de Gerenciamento de
Resíduos da Construção Civil e como estes estão sendo implantados.

2. REFERÊNCIA

2.1. Legislação
Para efetivar a redução dos impactos ambientais gerados pelos resíduos da construção civil o Conselho
Nacional do Meio Ambiente – CONAMA criou no dia 5 de julho de 2002 a Resolução 307, na qual
estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão destes resíduos, disciplinando as ações
necessárias e fixando as responsabilidades de forma a minimizar os impactos ambientais.
A partir do Decreto Lei 1068/2004, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) de Curitiba passa
a exigir o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, elaborado em conjunto
com os diferentes setores da sociedade. Em suas diretrizes, o gerenciamento dos resíduos da construção
civil deve ter critérios e procedimentos que possam propiciar benefícios sociais, econômicos e
ambientais.
Para organizar os canteiros de obras e como conseqüência diminuir os acidentes e os impactos
ambientais, foi criada a NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção,

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que estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a
implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições
e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção.
Segundo o Art. 2º da Resolução CONAMA Nº. 307, de 5 de Julho de 2002, Resíduos da Construção Civil
(RCC) são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e
os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em
geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso,
telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de
entulhos de obras, caliça ou metralha.
Como objetivo dos geradores deve ser a redução da geração dos resíduos, a reutilização e a reciclagem.
Desta forma a separação dos resíduos de acordo com as classes é fundamental para viabilizar a
reciclagem e a destinação correta. E conforme o CONAMA 307/02, em seu Art. 3º, a classificação para
os resíduos da construção civil deve ser realizada da seguinte forma:
Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:
a) De construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infra-estrutura,
inclusive solos provenientes de terraplanagem;
b) De construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos,
telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;
c) De processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-
fios etc.) produzidas nos canteiros de obras.
Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão, metais,
vidros, madeiras e outros;
Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações
economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do
gesso;
Classe D – de acordo com a nova redação dada pela Resolução n° 348/04, são resíduos perigosos
oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados
ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações
industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros
produtos nocivos à saúde.

2.2. Gestão de Resíduos da Construção Civil – RCC


Os canteiros de obra devem ter como prioridade a minimização das perdas geradoras de resíduos, evitar
riscos de acidentes aos funcionários e o reaproveitamento de resíduos na própria. E isto pode ser atingido
através do Plano de Gerenciamento de Resíduos Construção Civil, com a segregação, disposição final e
transporte adequado dos resíduos.
O potencial do reaproveitamento e reciclagem de resíduos da construção é enorme, e a exigência da
incorporação destes resíduos em determinados produtos pode vir a ser extremamente benéfica, já que
proporciona economia de matéria-prima e energia. Segundo Pinto e Gonzáles (2005) existem várias ações
para Plano de Gerenciamento de RCC, no qual trazem bons resultados.
No caso de Curitiba, o Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, elaborado e
implementado pela SMMA do município, estabelece diretrizes técnicas e procedimentos para o exercício
das responsabilidades dos pequenos e grandes geradores.
Assim, são exigidos os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, que deverão ser
elaborados e implementados pelos geradores em obras acima de 600 m2 e terão como objetivo estabelecer
os procedimentos necessários para o manejo e destinação ambientalmente adequada dos resíduos.
As etapas de um Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil são: a caracterização,
triagem, acondicionamento, transporte e destinação. Com a implantação do gerenciamento adequado dos
resíduos da construção civil existem várias vantagens para a sociedade, as empresas, ao meio ambiente, a
saúde das pessoas e a todos que participam do processo.

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2.3. Coleta e transporte dos resíduos da construção civil
A qualidade do ambiente urbano é comprometida tanto pela ação do próprio gerador quanto pela
inexistência ou ineficiência dos serviços de coleta e pela disposição inadequada desses resíduos (lixões a
céu aberto, terrenos baldios, etc.). E desta forma, entender o papel das empresas de coleta e transporte de
entulho no sucesso da implantação e consolidação de um sistema de gestão integrada de RCC torna-se,
portanto, uma tarefa indispensável. Entre as principais limitações ou dificuldades em administrar um
negócio de coleta e transporte de entulho podem ser mencionados: o custo, as distâncias das unidades
licenciadas ou autorizadas para disposição final, e a regulamentação insuficiente e/ou baixa capacidade de
fiscalização por parte das prefeituras municipais.
Como forma de controlar a disposição correta dos resíduos, a SMMA de Curitiba exige que no momento
da contratação do transporte, o gerador deverá assinar o Manifesto de Transporte de Resíduos - MTR,
pois este será utilizado para o controle do transporte e da destinação final dos resíduos. Este é um
documento importante que deverá ser anexado a um Relatório de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil para que seja assim emitido o Certificado de Vistoria de Conclusão de Obras (CVCO).

2.4. Disposição final


Segundo Smiderle (2003), o simples fato da possibilidade de transferir o montante de resíduo gerado da
obra por meio de empresas especializadas, induz ao construtor a falsa impressão de solucionar o impacto
ambiental gerado; uma vez que se paga por esta tarefa. A coresponsabilidade, apesar de implícita, não é
cobrada ou fiscalizada por órgãos fiscais, habitualmente, observado no dia-a-dia dos canteiros de obras;
simplesmente são emitidos documentos informando o local onde foi depositado o resíduo e a
identificação das empresas transportadoras competentes à realização desta atividade.
De acordo com o SINDUSCON – PR há, pelo menos, três empresas instaladas no Paraná – em Ponta
Grossa, São José dos Pinhais e Colombo – e uma quarta que está se instalando em Almirante Tamandaré.
A Soliforte, instalada em Colombo é uma dessas empresas, que atende principalmente a Curitiba e tem
capacidade para reciclar 6 mil metros cúbicos de resíduos classe A por mês, além de oferecer uma série
de produtos com qualidade para diversos fins (SOLIFORTE, 2009). Os materiais que a empresa recicla,
são: Resíduos de concreto, Resíduos Cerâmicos, Resíduos de Argamassa e Rocha Natural.
De acordo com a pesquisa realizada pelos autores Oh, Gonçalves, Mikos (2003), em Curitiba no âmbito
das empresas de transporte de resíduos (caçambas) identificou-se a situação de que os resíduos sólidos da
indústria da construção estão sendo dispostas em aterros clandestinos.
Se os resíduos da construção civil tiverem uma gestão correta, é possível realizar o reaproveitamento dos
resíduos nas próprias obras ou a reciclagem para outro uso, como utilização em pavimentação, agregado
para concreto ou para a confecção de argamassa, cascalhamento de estradas; preenchimento de vazios em
construções; preenchimento de valas de instalações e reforço de aterros.
Seguindo as normas da Resolução CONAMA 307/2002 – Artigo 10, os resíduos da construção civil
deverão ser destinados conforme suas classificações, sendo da seguinte forma:
Classe A: estes resíduos deverão ser utilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a
áreas de aterros de resíduos da construção civil.
Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário,
sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;
Classe C: deverão ser reutilizados, reciclados, armazenados, transportados ou encaminhados para
destinação final desde que devidamente licenciada ou devolvidos aos fabricantes, em conformidade com
normas técnicas específicas.
Classe D: Deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com normas técnicas
específicas.
Essas atitudes resultam na eliminação dos bota-foras existentes, proporcionando melhorias do ponto de
vista ambiental e introduzindo no mercado um novo material com grande potencial de uso (SCHENINI;
BAGNATI; CARDOSO, 2004).

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2.5. Treinamento de trabalhadores
Para se obter um melhor resultado no processo de gerenciamento dos resíduos é necessário que todos os
funcionários da empresa saibam como realizar as tarefas. Assim, faz-se necessário empregar
procedimentos que especifiquem como este processo deve ser desempenhado, realizar treinamento às
pessoas envolvidas, responsáveis pela execução e controle do projeto.
Segundo Souza, apud Guimarães e Kruger (2006), o importante é que seja fornecida mais educação e
treinamento no manuseio e controle dos materiais. É preciso convencer os próprios trabalhadores da
indústria da construção, e não apenas a diretoria, de todos os benefícios que a qualidade nos serviços pode
causar.
A experiência de sucesso da empresa portuguesa CEIFA Ambiente, localizada em Lisboa, que
desenvolveu uma metodologia própria de Gestão Integrada de Resíduos para o Ambiente (GIRA), a
informação, comunicação e moderação são elementos básicos de uma gestão eficiente. Para a CEIFA, as
pessoas e entidades diretamente envolvidas nessas atividades que, de fato, decidem e implementam,
através dos seus atos no dia o nível de qualidade ambiental a atingir na obra dentro de um certo período
de tempo previamente estabelecido. Sendo que estes objetivos podem ser melhora alcançados com o
apoio de um consultor da área (CAIXINHAS E CASAGRANDE JR., 2005).

2.6. Meio ambiente e segurança


O atendimento às normas de segurança na obra é parte essencial da sua qualidade ambiental, seja na
proteção dos operários como na proteção das populações vizinhas e do meio ambiente, e, especialmente,
na circulação dos funcionários na própria obra. A correta gestão de resíduos na obra evitará a maioria dos
impactos negativos das obras urbanas, tais como: armazenamento incorreto de insumos e sem dispositivos
de proteção e segurança, destacandose os particulados (areia, pedra, cimento) e combustíveis (óleo, gás,
madeiras), que poderão provocar a contaminação do solo e do lençol freático, bem como o carregamento
de material para a drenagem natural ou construída (SECOVI, 2000).
A NR 18, no item 18.29 Ordem e limpeza, impõe algumas ações que devem ser seguidas para um melhor
aproveitamento dos serviços dos funcionários. Os coordenadores das obras devem planejar os fluxos de
trabalhos e movimentação de materiais, definir os locais de estocagem e como será a remoção dos
entulhos. E cabe também, aos coordenadores, apontar as diretrizes para os operários realizarem de forma
correta a gestão dos resíduos. É importante, também, realizar treinamentos e passar as informações aos
trabalhadores de forma clara e compreensível, para que se tenha um resultado positivo (MUTTI;
OLIVEIRA; CASCAES, 2000).
A falta de ordem e limpeza nos locais de trabalho depõe contra a segurança, assim como dificulta o bom
andamento do serviço em todos os demais aspectos. Peças, caixas, madeiras e tudo o mais que estiver fora
do lugar, atravancando o acesso e que comprometa a segurança do trabalho. Mesmo coisas pequenas fora
do lugar são perigosas, principalmente quando são escorregadias ou roliças e ficam abandonadas no chão
(ZÓCCHIO,1965a).
Segundo Zócchio (1965b) existem alguns tipos de acidentes que podem ocorrer nas obras por falta de
ordem e limpeza, são eles:
• Acidente – Tipo: são considerados os mais comuns, como exemplo pode-se citar o trabalhador ao
movimentar-se pela obra bate num material que estava jogado no canteiro e que tem como destino o lixo,
e consequentemente sofre um ferimento.
• Batida – Contra: este tipo de acidente é quase que exclusivamente de ordem pessoal. É a pessoa que
bate acidentalmente qualquer parte do corpo contra objetos fixos ou móveis. Exemplos são as batidas com
as mãos, braços e pés, nos resíduos que estão “largados” pela obra; e batida na cabeça que são comuns na
movimentação da pessoa em lugar estreito, com muito acumulo de materiais (úteis ou não).
• Quedas no mesmo nível: peças e outros objetos deixados no chão, especialmente nas passagens, dão
origem a tropeções, desequilíbrios e consequentemente quedas.
• Poeiras: a falta de organização gera poeiras, que podem ocasionar alergias na pele e de respiração.

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• Outros tipos: são consideradas as torções no tornozelo, por pisar em falso; pisão em pregos ou em
outros objetos pontiagudos que estejam no chão, que pode infeccionar e trazer complicações.

3. METODOLOGIA
A metodologia utilizada para desenvolver o presente estudo foi com base principalmente nas respostas
obtidas pelos responsáveis da área de segurança do trabalho ou meio ambiente, através do questionário
que foi proposto às empresas que atuam no setor da construção civil em Curitiba.
A escolha pelas construtoras que implantaram o Plano de Gerenciamento dos Resíduos da Construção
Civil em suas obras foi através de busca pela internet, de grande parte das construtoras de Curitiba,
posteriormente foi realizado um contato com 31 empresas e diagnosticado que apenas 5 possuem esse
planejamento e que se dispuseram em responder o questionário. Sendo que do total 9 construtoras não
retornaram o e-mail (de apresentação e/ou questionário), 15 afirmaram não ter o planejamento implantado
e 2 estão em fase de implantação.

4. RESULTADOS
Das 31 construtoras que foram contatadas, apenas 22 deram retorno se possuem ou não o planejamento, e
as que afirmaram que sim responderam o questionário. Dessas 22 empresas, 68,18% afirmaram ainda não
terem implantado o PGRCC; 22,72% já implantaram e 9,1% estão em processo de implantação do
Planejamento.
As construtoras que afirmaram não ter o Planejamento de Resíduos da Construção Civil (68,78%), a
maioria disse que todos os tipos de resíduos das obras são destinados sem separação para as caçambas e
que não sabem dos destinos que são dados a esses resíduos.
As construtoras que estão em fase de implantação (9,1%) avisaram que se encontram no processo de
treinamento dos funcionários e de fechamento de contrato com os responsáveis para a destinação de cada
tipo de resíduo. O restante das construtoras entrevistadas (22,72%) afirmou já ter implantando em suas
obras o PGRCC. No qual 60% possuem o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, 20%
apenas realizam a segregação e direciona os resíduos com o intuito de descartar com destino certo e
limpar o canteiro, e os outros 20% desempenham o Gerenciamento de Resíduos (que ocorre em obras
com menos de 600m²), e esta ação foi conseqüência de um financiamento na Caixa Econômica Federal
que obrigaram a realização de o processo de gerenciamento.
Na questão do treinamento aos funcionários, teve construtoras que afirmaram que o trabalho para a
implantação do PGRCC foi desenvolvido através da aplicação de práticas de gerenciamento de resíduos,
ferramentas de sensibilização, treinamentos específicos e estabelecimento de procedimentos para a
triagem, transporte, acondicionamento e disposição final dos resíduos. Também houve uma empresa que
teve certa dificuldade, pois os funcionários não tinham conhecimento suficiente, porém depois dos
treinamentos começaram a separar os materiais nas suas próprias casas, incentivando vizinhos, amigos e
familiares a aderirem à reciclagem.
Para a destinação correta dos resíduos das obras, os mesmos são enviados para os aterros apropriados e
usinas de reciclagem. Uma das construtoras afirmou que os materiais são separados e que os de bom
estado são armazenados para uso posterior na própria construtora ou outras obras. Os danificados,
principalmente metais e alumínios, são negociados; o papel quase não sobra, os catadores levam tudo, a
caliça vai para caçamba; e o gesso (paredes e forro Dry-wall) para uma caçamba especial, que tem destino
certo, para uma usina de gesso que por sinal, de todos os materiais de demolição, este é o mais crítico.
A construtora que implantou o Plano de Gerenciamento dos Resíduos das obras para conseguir um
financiamento da Caixa Econômica Federal, afirmou que para a destinação dos resíduos eles procuram
trabalhar com empresas que obtenham licença ambiental, pois as construtoras são responsáveis ou co-
responsáveis pela destinação. Entretanto outra empresa de construção informou que os materiais
excedentes são destinados para áreas apropriadas – usina de reciclagem, sendo que a caliça é
reaproveitada no próprio canteiro de obra, e transformada em argamassa para ser utilizada no
assentamento de piso e tijolo.

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O Planejamento dos Resíduos da Construção Civil ou o Gerenciamento de Resíduos nas obras trouxe
pontos positivos para a qualidade das obras em função da organização do ambiente, como foram citadas
no questionário pelos engenheiros responsáveis: redução de materiais, diminuição dos índices de
acidentes, ordem e limpeza, e aumento da produtividade.
A opinião dos responsáveis pelas áreas de meio ambiente e/ou segurança do trabalho das construtoras é
que este Planejamento dos Resíduos da Construção Civil nas obras deixa o canteiro mais organizado e
oferece como conseqüência mais dinamismo, agilidade aos serviços, diminui a quantidade de acidentes e
ajuda a preservar o meio ambiente. Sobre as dificuldades encontradas foi possível observar que existem
reclamações em relação ao custo, pois os locais de reciclagem são muito longe, o que acaba encarecendo
o serviço de retirada de entulhos; e que para a implantação do PGRCC é preciso que os diretores das
construtoras “comprem” a idéia, porque se eles não ajudarem acaba dificultando o processo.
Desta forma é possível observar que poucas são as construtoras que realmente atribuem o devido valor ao
meio ambiente e aos seus próprios funcionários, controlando e minimizando os problemas ambientais e os
acidentes causados pela geração de resíduos nas obras.

5. CONCLUSÃO
Com o crescimento do meio urbano, existem muitas obras sendo construídas em todo o Brasil, e isto
acaba gerando uma grande quantidade de resíduos da construção civil, que acarreta conseqüências
maléficas ao meio ambiente, aos funcionários e as populações vizinhas. Sendo assim o Planejamento de
Resíduos da Construção Civil é uma maneira eficaz de gerenciar os resíduos das obras e assim ajudar a
manter o meio ambiente e os canteiros de obras.
De acordo o CONAMA 307/02, em seu Art. 3º, os resíduos da construção civil são classificados nas
categorias A, B C e D, orientando para que esses possam ser reaproveitados, reciclado, armazenados
corretamente ou encaminhados para tratamento adequado. Os resíduos podem ser reutilizados na própria
obra ou reciclados para originarem outros produtos, e, para isso, também se faz necessário a realização de
treinamentos e educação para que todos (desde funcionários até diretores) tenham maior compreensão de
como agir com os resíduos e qual a importância destes procedimentos.
Um exemplo é a cidade Curitiba, Paraná, no qual exige desde 2008 um plano de gerenciamento dos
resíduos para a emissão de alvarás e para as transportadoras de resíduos obterem a licença. Assim, terão
que identificar os tipos de materiais, propor um sistema de separação e especificar como se dará a
destinação final. Evidentemente, para que este processo seja implementado, deve ser acompanhado por
uma rigorosa fiscalização.
No decorrer do estudo, houve dificuldade em encontrar as construtoras que possuem o PGRCC, e assim,
pode-se observar que existem ainda muitas construtoras que não se preocupam com os resíduos gerados
por suas obras e nem nas conseqüências que isto pode acarretar para a qualidade dos serviços; estas
apenas contratam as caçambas que levam os resíduos, sem a correta separação, para um local que
ninguém sabe onde se localiza.
Durante a pesquisa foi possível diagnosticar através dos questionários que as poucas empresas que
implantaram este planejamento estão tendo resultados positivos como: limpeza e organização nos
canteiros; reaproveitamento dos resíduos dentro da própria obra; redução do desperdício (menor geração
de resíduos); e redução dos riscos de acidentes de trabalho.
Entretanto, para a implantação do PGRCC também ocorreram algumas dificuldades como: ausência de
comprometimento da direção da empresa e da gerência da obra; e falta de incentivo por parte do governo,
o que torna o custo elevado para a implantação e manutenção do planejamento.
Atitudes como da Caixa Econômica Federal têm como conseqüência fazer as empresas cumprirem com
suas obrigações perante o meio ambiente, já que por vontade própria o estudo, aqui, apresentado
demonstra que a maioria não faz. No entanto, é preciso que todos tenham consciência que este processo
resulta em benefícios relevantes para a segurança dos funcionários e para o meio ambiente, além diminuir
custos com materiais.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Construção Civil do município de Curitiba e altera disposições do Decreto n.1.120/97. Decreto n. 1068 de 18 de
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