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Fontes Principais ou Primárias: Para o Direito Comercial estas fontes constituem-se hierarquicamente no mais importante instrumento
para interpretação de questões jurídicas. São normas que todo juiz ou tribunal que vier a apreciar e decidir determinada questão deverá
aplicar de imediato.
Como exemplo de legislação comercial complementar podemos destacar: Decreto-lei 3.708/19 que cuida das Sociedade por cotas de
responsabilidade limitada; a lei 4728/65 que regula o Mercado de Capitais; a lei 5772/71 que institui o Código de Propriedade Industrial
e a lei 6404/76 que substituiu o Decreto-lei 2627/40 que regulamentou as sociedades por ações.
Fontes Subsidiárias: São normas que servem de apoio para a solução de questões de relevante importância para o Direito Comercial.
- Leis Civis - Na falta de uma norma expressa ou de uma lei especial para o caso, recorre-se às leis civis. Os artigos 121 e 428 do
Código Comercial, que tratam, respectivamente, dos contratos e das obrigações comerciais, reforçam esta informação.
- Doutrina - Ela surgiu na Roma Antiga e compreendia a interpretação pelos jurisconsultos de matéria de alta relevância.
Compõe-se dos trabalhos forenses, tratados, pareceres e opinião dos mestres.
- Jurisprudência - É o conjunto de julgados que são proferidos pelos mais importantes tribunais do país, de modo constante e
uniforme. A jurisprudência porque são emanadas pelas altas cortes de Justiça tem grande poder de persuasão. Para que a jurisprudência
seja obedecida é necessário que seja predominante.
- Usos e Costumes - O Prof. Carvalho de Mendonça define os usos e costumes como as normas que são observadas de modo
uniforme e público pelos comerciantes de uma região e por eles considerado obrigatório para na ausência da lei regular as questões
comerciais. Para que possam ser praticados os usos e costumes devem atender os seguintes requisitos:
- Estar de acordo com a boa-fé;
- Serem geralmente empregados pelos comerciantes de uma mesma região;
- Não contrariar qualquer princípio legal do Código Comercial ou lei publicada após a sua promulgação.
A lei 4726/65 que regula as Juntas Comerciais, em seu artigo 50, disciplina o assentamento dos usos e
costumes, os quais serão posteriormente encaminhados ao Departamento Nacional do Registro do Comércio para que possam ter uso
obrigatório.
- Analogia - É o ponto de semelhança entre coisas diferentes. Juridicamente, podemos definir a analogia como uma operação
lógica pela qual suprem-se as omissões da lei, aplicando-se as normas de direito que disciplinam casos semelhantes. Através da
analogia é possível aos juízes decidirem questões diferentes através de pontos de semelhança.
O ponto de partida para a identificação da diferença entre empresário e comerciante, empresa e comércio, estabelecimento
empresarial e comercial está na teoria adotada pelo nosso ordenamento jurídico para a identificação do sujeito de certas normas
específicas do Direito Privado, como a Lei de Falência e Recuperação de Empresas.
Inicialmente, com a promulgação do Código Comercial de 1850 e com a necessidade da adoção de uma teoria capaz de
apresentar os elementos necessários para a identificação do sujeito de tais normas, o ordenamento jurídico brasileiro, inspirado no
Código Comercial Francês de 1808, adotou a Teoria dos Atos de Comércio. Para essa teoria, a identificação do sujeito das
normas do Direito Comercial se dá em função da atividade por ele exercida. Assim, todo aquele que explore uma atividade
considerada como um ato de comércio é um comerciante, submetendo-se às normas próprias do Direito Comercial. Ressalte-se
que, embora o Código Comercial de 1850 não tenha identificado em seu texto os atos de comércio, o Regulamento n. 737, de
1850, os especificou taxativamente.
Desse modo, nos termos do revogado art. 19 do Regulamento n. 737/1850, eram considerados atos de mercancia, ou seja, atos
de comércio, ou simplesmente comércio, as seguintes atividades: compra e venda ou troca de bens móveis ou semoventes;
operações de câmbio, banco e corretagem; fabricação, depósito, expedição e transporte de mercadorias; realização de espetáculos
públicos, seguros, fretamentos; e a armação e expedição de navios. Todo aquele, portanto, que explorasse qualquer uma das
referidas atividades seria considerado um comerciante pelo simples fato de explorar um ato de comércio, submetendo-se às
normas do Direito Comercial.
Nesse sentido, sob a vigência da Teoria dos Atos de Comércio, nada mais correto do que designar o seu sujeito como
comerciante; a atividade por ele explorada como comércio; o conjunto de bens por ele organizado para exploração de sua
atividade como estabelecimento comercial; e o ramo do Direito Privado composto por normas a ele destinadas como Direito
Comercial.
É previsível o insucesso de uma teoria cujo sujeito seja identificado em função do exercício de determinadas atividades
previamente estabelecidas em lei, excluindo-se do âmbito de sua incidência todos aqueles sujeitos que venham a explorar novas
atividades não existentes ou relevantes à época. Diante da evidente limitação da Teoria dos Atos de Comércio às novas atividades
que, no início do século XX, passaram a ter maior importância para a economia mundial, Cesare Vivante desenvolveu uma nova
teoria para a identificação do sujeito das normas do Direito Comercial, recepcionada inicialmente pelo ordenamento jurídico
italiano, no Código Civil de 1942. Trata-se da Teoria da Empresa, que inspirou a reforma da legislação comercial de inúmeros
outros países de tradição jurídica romana.
No Brasil, muito embora as inovações trazidas pela Teoria da Empresa já inspirassem tanto o legislador pátrio na edição de leis
esparsas quanto os Magistrados em seus julgamentos, somente com a entrada em vigor do Código Civil de 2002 a citada teoria
foi definitivamente incorporada em nosso ordenamento jurídico.
Para a Teoria da Empresa, a identificação do sujeito das normas do Direito Comercial não se dá mais em razão da atividade por
ele explorada, tal como era na vigência da Teoria dos Atos de Comércio, mas sim em razão da forma como o sujeito explora a sua
atividade. Desse modo, será considerado empresário, ou seja, sujeito das normas do Direito Comercial aquele que exercer
profissionalmente uma atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços (art. 966 do CC).
Note-se que, para a Teoria da Empresa, pouco importa a atividade explorada pelo sujeito, podendo ser tanto a produção ou
circulação de bens como a de serviços. O que caracterizará o empresário é a forma pela qual ele explora essa atividade. Assim, se
o sujeito atuar com profissionalismo, visando ao lucro (atividade econômica) e organizando os fatores de produção (atividade
organizada), será considerado um empresário, submetendo-se a certas normas que somente a ele serão aplicadas, como a Lei de
Falência e Recuperação de Empresas.
Sob a vigência da Teoria da Empresa, portanto, nada mais correto do que designar o seu sujeito como empresário; a atividade
por ele explorada como empresa; o conjunto de bens por ele organizado para exploração de sua atividade como estabelecimento
empresarial; e o ramo do Direito Privado composto por normas a ele destinadas como Direito Empresarial.
Nota-se, assim, que a diferença existente entre os vocábulos empresário e comerciante, empresa e comércio, estabelecimento
empresarial e comercial não é meramente terminológica. Isso porque nem todo aquele que era considerado um comerciante pela
Teoria dos Atos de Comércio pode ser hoje considerado um empresário pela Teoria da Empresa. A diferença entre esses sujeitos
e demais expressões relacionadas está nos critérios estabelecidos em cada uma dessas teorias para a sua devida identificação.
Empresário coletivo
Pessoa Jurídica - é denominada Sociedade Empresária. (é o chamado empresário coletivo) pessoa jurídica que se constitui sob a forma se
sociedade.
Os sócios da sociedade empresária não são empresários, são pessoas naturais unidas em sociedade, que ganham dinheiro,
explorando empresarialmente uma atividade econômica e não se tornam empresários. A sociedade por elas constituída, pessoa jurídica
com personalidade autônoma, sujeito de direito independente, é que será empresária, para todos os efeitos legais. Os sócios da sociedade
são os empreendedores, investidores e os empreendedores, além do capital, costumam devotar trabalho à pessoa jurídica como
administradores ou a controlando, já os investidores se limitam a aportar capital. As regras aplicadas ao empresário individual não se
aplicam aos sócios da sociedade empresária. O empresário coletivo é a pessoa jurídica que se constitui sob a forma societária, são
atividades de maior envergadura econômica, exploradas, normalmente, por sociedades anônimas ou limitadas, que viabilizam maiores
aportes de capitais e limitação de perdas.
As sociedades se formam pela manifestação da vontade de duas ou mais pessoas, que se propõem através de um contrato a unir
esforços e recursos para a consecução de uma atividade econômica e a partilha entre si dos resultados. Como requisitos de validade
decorrentes da natureza das sociedades, encontramos a contribuição dos sócios para a constituição do capital (art. 981/CC) e a participação
nos resultados (art. 1.008/CC).
EXTRA
A importância econômica e social desse agente econômico, que assume pessoalmente os riscos da atividade empresarial, é evidenciada
pelas informações lançadas pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio - DNRC no site www.dnrc.gov.br. Estatisticamente,
de um total de 8.915.890 empreendimentos, os empresários individuais totalizaram 4.569.288 e as sociedades limitadas 4.300.257. As
demais espécies societárias, como sociedades anônimas, cooperativas e tipos menores (sociedades em nome coletivo e em comandita,
simples e por ações) foram responsáveis apenas por 46.345 dos empreendimentos. Como se vê, no país do desemprego, os empresários
individuais, com seus pequenos e médios negócios, representam uma parcela bastante expressiva da economia. A limitação de
responsabilidade é um importante redutor de riscos e, por conseguinte, um incentivo legal ao desenvolvimento das atividades
econômicas. Para obtê-la, e de todo modo, os empresários dão azo a sociedades artificiais, quase sempre constituídas no modelo de
limitadas que de fato possuem um único sócio. São aquelas em que o quadro social é composto por dois empreendedores e um deles
figura apenas formalmente para atender a pluralidade subjetiva exigida por lei. É o sócio de favor, desvinculado à empresa, com
participação diminuta ou irrisória no capital social e incapaz de contribuir de modo relevante na maior parte das deliberações. Portanto, a
responsabilização ilimitada do empresário individual, além de estar na contra-mão da história, por já ter sido revista por diversos países,
como Alemanha, Itália, Portugal, Espanha, Bélgica e Dinamarca, impõe perda de competitividade internacional e incentiva simulações,
sugerindo atuação empresarial unipessoal escamoteada na forma de sociedades limitadas de mera aparência.
A responsabilidade patrimonial e a insegurança do empresário individual
O empresário individual, denominado costumeiramente de firma individual, não é considerado pessoa jurídica pelos temos da lei
civil (artigo 44 do Código Civil), e, portanto, conforme veremos adiante, não possui autonomia patrimonial. Em que pese assim seja
considerado pela Secretaria da Receita Federal, porquanto a sua constituição regular lhe garante um número de CNPJ (cadastro nacional
de pessoas jurídicas), sendo equiparado a pessoa jurídica, ex vi do artigo 1503 do Decreto nº 3000/99 (Regulamento do Imposto sobre a
renda e proventos de qualquer natureza), tal circunstância é meramente de natureza tributária. Neste sentido, Laudo Camargo Fabretti
(2003, p. 38) comenta que
“Não obstante pertencerem exclusivamente a uma pessoa física, as atividades econômicas da
empresa individual recebem o mesmo tratamento tributário das pessoas jurídicas. Portanto,
sujeita às mesmas obrigações tributárias, ou seja, a principal (pagamento dos impostos, taxas e
contribuições) e às acessórias (dever de escriturar livros contábeis e fiscais; conservar livros e
documentos até que ocorra a prescrição ou a decadência; prestar informações etc).”
De fato, essas inúmeras obrigações administrativas, muitas delas previstas no atual Código Civil, e fiscais, são idênticas às
cabíveis à sociedade empresária. Contudo, esse viés não lhe permite, pela legislação brasileira atual, invocar a sua responsabilidade
secundária (subsidiária). Com efeito, a responsabilidade por dívidas contraídas por seu negócio alcança seu patrimônio particular de
forma ilimitada e solidária. E esse é o entendimento da jurisprudência pátria, sem ressalvas.
Por isso, considerando essa situação, concordo com Sebastião José Roque (2003, p. 107), ao afirmar que:
“não surgem mais empresas individuais, pois será uma temeridade alguém arriscar seu nome
pessoal num empreendimento que poderá sofrer abalos. No caso de falência dessa empresa, não
só o patrimônio particular, mas o nome patronímico de seu titular será atingido e poderá
prejudicá-lo pelo resto da vida.”
A insegurança do empresário individual, perante credores, portanto, é evidente, e por isso inibe a sua constituição como prática
comercial, salvo naquelas hipóteses onde o risco do empreendimento é pequeno e, via de corolário, o negócio seja de menor
complexidade.
Art. 5º - A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à pratica de todos os atos da vida civil;
Parágrafo único – Cessará, para os menores, a incapacidade:
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público independentemente de homologação judicial,
ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II – pelo casamento;
III – pelo exercício de emprego público efetivo;
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com
dezesseis anos completos tenha economia própria".
Assim, a menoridade que cessava apenas aos 21 anos, passa para os 18 anos; a incapacidade relativa para os menores que era para
maiores de 16 anos e menores de 21 anos passa a ser para maiores de 16 anos e menores de 18 anos.
A Lei nº 6.015 de 31.12.1973, que dispõe sobre os registros públicos, em seus artigos 89, 90 e 91 regula o ato de emancipação, previsto
no item I do art. 5º, sendo o ato de emancipar efetuado por sentença judicial ou por escritura pública. Esta última modalidade é a mais
utilizada: o instrumento público é lavrado no Cartório de Registro Civil da comarca em que reside, e ali, consolidado o ato, do qual lhe
será fornecida uma certidão. Este documento é encaminhado à Junta Comercial para arquivamento. Somente a partir de então é que o
emancipado estará apto a exercer plenamente o ato de ser empresário.
Há os que são juridicamente capazes, contudo, legalmente impedidos para comerciar:
- Os chefes e agentes do Poder Executivo (federal, estadual, municipal) e os seus auxiliares (ministros e secretários);
- Os membros dos Tribunais de Contas (ministros e conselheiros);
- Os órgãos do Legislativo (deputados e senadores): art. 54, II, CRFB/88;
- Os magistrados art. 47, II, LOMAN;
- Os membros do MP: art. 36, I, lei 8625/93 c/c art. 44, III LONMP,
- Os funcionários públicos: art. 117, X, lei 8112/90, c/c art. 195, VI e VII da lei
1711/52;
- Os estrangeiros com visto provisório: lei 6815/80;
- Os militares na ativa (das três ar mas) e corpos policiais: arts. 180 e 204 do CPM e art. 35 do Dec-lei 1.029 /69, c/c art. 29 da lei 6.880/80
(Estatuto dos Militares);
- Os falidos, enquanto não-reabilitados (art. 102 da lei 11.101 /2005).
- Os corretores oficiais: (art. 36, do dec. 2.191 /32 );
- Os leiloeiros (dec. 2.198/36, art. 36);
- Os prepostos comerciais: (CLT, art. 482);
- Os devedores do INSS: ( Lei 8.212 /91, art. 95, §2º);
- Os cônsules remunerados, nos seus distritos: (dec. 4.868/82, art. 11 e dec. 3529/89, art. 42);
- Os médicos para o comércio farmacêutico: dec. 19.606/31 c/c dec. 20.877 e lei 5991/73.
Ser absolutamente ou relativamente incapaz para o exercício de empresário não significa ter impedida a participação em sociedades
mercantis. O Código de Processo Civil em seu art. 8º diz que: "Os incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, tutores ou
curadores, na forma da lei civil". Os absolutamente incapazes serão representados por quem a lei determina, não comparecendo aos atos
e tendo a assinatura de um representante no lugar da sua. Os relativamente incapazes serão assistidos, podendo comparecer aos atos,
contanto que assistidos e ambos deverão assinar quando necessário.
O fato de ser somente acionista ou quotista, sem qualquer função administrativa, não significa nenhum impedimento, podendo participar
de sociedades, como acionistas ou quotistas:
a) menor de 16 anos: desde que seja representado; neste caso, o representante é que assina no lugar do menor, contanto que suas quotas
ou ações sejam integralizadas no ato da subscrição;
b) menor de 18 e maior de 16 anos: desde que seja assistido; neste caso, o representante assina o documento juntamente com o menor e
suas quotas ou ações terão que ser integralizadas também no ato da subscrição;
c) menor de 18 e maior de 16 anos: este, de acordo com o Código Civil, artigo 4º, poderá ser emancipado, e desta forma, será
considerado habilitado para qualquer ato da vida civil, podendo assim, ser empresário em toda a sua plenitude, inclusive ser titular de
firma individual;
d) funcionário público da União: O Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União (Lei nº 1.711 de 28.12.1952), em seu artigo 5º
veda ao funcionário exercer o comércio ou ser parte em sociedade comercial como gerente ou administrador, podendo fazê-lo como
acionista, quotista ou comanditário, ou quando se tratar de cargo público de magistério;
e) militar da ativa: o Estatuto dos Militares (Lei nº 5.774, de 23.12.1971) veda sua participação em empresas, nas mesmas circunstâncias
que os Funcionários Públicos Civis da União.
f) funcionário público estadual: é vedada, enquanto na atividade, participar de diretoria, gerência, administração, conselho técnico ou
administrativo em empresa ou sociedade que seja:
1 - contratante ou concessionária de serviço público estadual;
2 - fornecedor de equipamento ou material de qualquer natureza ou espécie, a qualquer órgão estadual.
g) estrangeiro:
h) corretores oficiais: estão impedidos de comerciar, salvo se constituírem sociedade com objetivo comercial único e específico de
corretagem;
i) as pessoas: estão também impedidas de comerciar, as enquadradas no art. 71, inciso III, do Decreto nº 57.671, de 19.01.1966 (pessoa
que esteja sendo processada ou que tenha sido definitivamente condenada pela prática de crime cuja pena vede, ainda que de modo
temporário, o acesso a funções ou cargos públicos, ou por crime de prevaricação, falência culposa ou fraudulenta, peita ou suborno,
peculato, ou ainda por crime contra a propriedade, a economia popular ou a fé pública).
O ato de ser empresário é o que envolve o titular de firma individual, gerente ou diretor de empresa ou ainda, participante do Conselho
de Administração ou Fiscal. O fato de ser somente acionista ou quotista, sem qualquer função administrativa, não gera nenhum
impedimento.
Seguindo a mesma linha do Direito Econômico temos uma das mais modernas legislações acerca da proteção às relações de
consumo. O Direito do Consumidor através do código consumerista4 impôs regras claras para as relações de consumo ampliando as
responsabilidades dos fornecedores de produtos e serviços. O conhecimento destas regras evita enormes transtornos não só ao
faturamento das empresas através das pesadas indenizações por danos materiais e morais como à suas imagens. Assim, através de uma
política clara de atendimento e de respeito ao consumidor as empresas conseguem crescer, prosperar e se diferenciar de concorrentes.
Erros nestas políticas, com certeza, trarão consequências negativas para o desempenho empresarial.
Atualmente os atos e a atividade empresarial repercutem também nas normas de Direito Penal como veremos a seguir. Tanto o
Código de Defesa do Consumidor quanto a Legislação Ambiental trazem em seus textos normas específicas tratando dos Crimes contra
o Consumidor5 e dos Crimes contra o Meio Ambiente6. Estas normas têm reflexo diretamente sobre os gestores de empresas. Em matéria
tributária7 também encontramos normas específicas de natureza penal imputando aos seus transgressores penas por seus atos ilícitos.
E, seguindo o nosso raciocínio, na esfera do Direito Comercial temos temas de extrema relevância para o mundo dos negócios
sendo abordados. Entre eles podemos destacar os temas ligados à própria existência das empresas seja sob a forma de Sociedades
Anônimas seja sob a forma de Limitadas. Além disso, trata do processo de recuperação de empresa através do pedido de concordata ou
sua de sua extinção através do pedido de falência. A emissão de títulos, os direitos autorais ou propriedade industrial, registro de patentes
e de marcas também fazem parte do Direito Comercial.
2 Podemos citar como exemplo, a ANATEL no segmento de telecomunicações, a ANA no segmento de exploração e fornecimento de água e saneamento, a ANEEL no segmento de energia
elétrica, a ANP no setor petroquímico, a ANTT no setor de transportes terrestres e a ANTAQ esta última no setor de transportes aqüaviários.
6 Lei 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, Lei dos Crimes Ambientais (dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
7 Crimes contra a Ordem Tributária. Leis 4.729/65, 8.137/90, 9.613/98 e Decretos 325/91, 2.730/96 e 2781/98.
Com a vigência do novo Código Civil Brasileiro, conforme citado anteriormente, temos um texto específico direcionado ao
contexto empresarial. Afora isso as relações obrigacionais e contratuais ali estão inseridas juntamente com a definição de capacidade, de
propriedade e inúmeros outros temas que interferem na regularidade dos negócios das empresas.
E por último, mas ainda sem esgotar o assunto, vemos o crescimento das relações internacionais ampliando a importância do
Direito Internacional principalmente através dos organismos internacionais sejam eles de fomento8, sejam eles de regulação9. No
comércio internacional, não possuir noções de Direito Internacional, é conquistar o fracasso. Institutos, como o da Arbitragem, surgem
com extrema força agilizando os negócios e prevenindo uma solução rápida e eficaz para eventuais conflitos.
As micro e pequenas empresas desenvolveram-se no mundo de forma mais contundente a partir da crise do petróleo em 1973 e da
queda do Muro de Berlim que por um lado mostravam a necessidade do mundo comercial de tornar-se mais hábil e flexível e por outro, a
nova ordem mundial permitia o acesso a informações que a configuração anterior do mundo não autorizava seu conhecimento por fazer
parte de estratégias políticas.
As micro e pequenas empresas constituem importantes postos de trabalho. No Brasil, esse segmento teve, e tem, importante papel
como maior fonte de empregos, absorvendo a maior parte da mão de obra oriunda das demissões em massa de grandes empresas,
assoladas pelo alto índice de desestatização, abertura econômica (globalização) e políticas governamentais recessivas.
Desta forma, através do conhecimento do número de micro e pequenas empresas, podem servir de parâmetro do desenvolvimento social
e econômico dos países, sendo muito importante o surgimento de políticas fiscais e creditícias que contemplem ao mesmo tempo as
micro e as pequenas empresas.
Infelizmente no Brasil ainda há inúmeras dificuldades para a efetiva implantação de uma política que estimule a criação dos pequenos
negócios.
Embora as excelentes sistematizações do regime das pequenas empresas italianas, foram os alemães os primeiros a instituir um
regime diferenciado para os pequenos comerciantes e isentá-los das normas referentes à registro comercial, livros de comércio e mandato
mercantil.
No mundo de uma forma geral existem alguns conceitos diversos devido aos diferentes critérios de classificação. Na França adota-
se o critério legal, na Hungria o da propriedade, enquanto na Alemanha distingue-se entre indústria e ofício e no Japão diferencia-se
quanto a empresa independente ou subordinada e nos países da Comunidade Europeia o critério é o número de empregados.
Nossa legislação não se preocupou em definir seus conceitos, sendo feitas referências as pequenas e micro empresas para fins de
concessão de benefícios e levando em conta o porte da empresa pelo seu faturamento bruto, no Estatuto da Micro e Pequena Empresa
(Lei 9.841 de 5 de outubro de 1999 regulamentado pelo Decreto 3.474 de 19 de maio de 2000) e pelo SIMPLES (Lei 9.317 de 5 de
dezembro de 1996).
No Brasil, segundo definição do BNDES feita pela receita bruta ao ano, considera micro aquelas com faturamento de até R$ 900
mil; pequena, as com faturamento até R$ 7,8 milhões e médias as com receita de até R$ 20 milhões. Pelo Estatuto, considera-se como
micro as empresas com receita de até R$ 244 mil, pequenas as que vão até R$ 1,2 milhão e não faz referência às médias. A Receita
Federal classifica as micro como aquelas que tem receita bruta ao ano de até R$ 120 mil, pequena as que vão até R$ 1,2 milhões e
médias aquelas que chegam no limite de R$ 24 milhões. Já o Sebrae valendo-se do número de empregados, vai classificar as micro
empresas no setor industrial aquelas com até 20 empregados, as pequenas aquelas com até 100 e as médias aquelas com até 500. No
setor de comércio e serviços: até 10 empregados nas micro, 50 nas pequenas e 100 nas médias.
A criação de micro e pequenas empresas passou a ser considerado como fator estratégico na expansão do mercado de trabalho
mundial, do crescimento econômico e do desenvolvimento local e regional, coesão social e pela capacidade de descobrir
empreendedores entre as mulheres e os jovens geralmente à margem deste universo empresarial segundo os propósitos expostos na Carta
de Bolonha.