Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Transformada de Laplace
209
Aplicamos a definição:
Z ∞ Z ∞
kt
F (s) = L{e } = −st kt
e e dt = e(k−s)t dt
0 0
Z A
(k−s)t e(k−s)A 1
= lim e dt = lim − −
A→∞ 0 A→∞ k−s k−s
1
= ,
s−k
se s > k.
Exemplo 96. f (t) = t3 , t ≥ 0
Aplicando a definição:
Z ∞ Z A
3 −st 3
F (s) = L{t } = e t dt = lim e−st t3 dt
0 A→∞ 0
e A3 3e−sA A2 6e−sA A 6e−sA
−sA
6 6
= lim − − 2
− 3
− 4
+ 4 = 4,
A→∞ s s s s s s
se s > 0.
(
0 se 0 ≤ t < 5
Exemplo 97. f (t) =
5 se 5 ≤ t
Z ∞ Z A
−st
F (s) = L{f (t)} = e f (t)dt = lim 5 e−st dt
0 A→∞ 5
−5s
e e−sA
5e−5s
= 5 lim − = ,
A→∞ s s s
se s > 0.
Como a transformada de Laplace envolve integração, é natural que a transfor-
mada herede propriedades da integral. Uma destas propriedades é a lineari-
dade.
Sejam f e g duas funções cujas transformada de Laplace existem para s > a1 e
s > a2 , respectivamente. Então, para s > max{a1 , a2 }, então:
Z ∞
L{αf (t) + βg(t)} = e−st αf (t) + βg(t) dt
0
Z ∞ Z ∞
−st
=α e f (t) + β e−st g(t)dt
0 0
= α L{f (t)} + β L{g(t)}, para todo α, β ∈ R.
Acabamos de provar o seguinte teorema:
210
Teorema 13. Se α e β são constantes, então
L{α f (t) + β g(t)} = α L{f (t)} + β L{g(t)}
para todo s tal que as transformadas tanto de f quanto de g existam.
O resultado acima permitem que calculemos a transformada de algumas fun-
ções a partir de outras transformadas já conhecidas.
Exemplo 98. Calcule L(5 + 8 t3 ) se t ≥ 0.
1 6
Como L(1) = e L(t3 ) = 4 ; aplicando o teorema:
s s
5 48
L(5 + 8 t3 ) = 5 L(1) − 8 L(t3) = − 4,
s s
se s > 0.
Exemplo 99. Calcule L(cosh kx) e L(sinh kx) se t ≥ 0.
ekx + e−kx 1
Como cosh kx = e L(ekx ) = , se s > k; aplicando o teorema:
2 s−k
1 1 s
L(cosh kx) = L(ekx ) + L(e−kx ) = 2 ,
2 2 s − k2
1
se s > k. Analogamente L(sinh kx) = , se s > k.
s2 − k 2
existem
211
Exemplo 100. Consideremos
(
0, para t < 2
f (t) =
1, para t ≥ 2
Exemplo 102. A função f (t) = cos 2t é de ordem exponencial em [0, ∞), pois para
C = 1 e k = 0,
|f (t)| = | cos 2t| ≤ C ekt = 1, ∀t > 0
Para a classe da funções que são contínuas por partes e de ordem exponencial,
a transformada de Laplace está bem definida e vale o seguinte teorema:
212
Note que:
Z ∞ Z M Z ∞
−st −st
e f (t) dt = e f (t) dt + e−st f (t) dt
0 0 M
A A
A
e(k−s)t
Z Z
−st −st kt
|e f (t)| dt ≤ C |e e | dt = C
M M k − s M
e(k−s)A e(k−s)M
=C −C .
k−s k−s
Logo
Z A
lim |e−st f (t)| dt < ∞
A→∞ M
e isto implica: Z ∞
e−st f (t)dt < ∞.
0
O Teorema acima nos diz que se uma função for contínua por partes e de or-
dem exponencial, então esta função tem transformada de Laplace e sabemos
também que a transformada está bem definida para todos os valores de s mai-
ores do que uma certa constante k.
lim F (s) = 0
s→∞
Até agora, estabelecemos no Teorema 14, condições suficientes para que pos-
samos calcular a transformada de Laplace de uma certa classe de funções e
conhecemos, no Corolário, uma propriedade das transformadas de Laplace de
funções pertencentes a esta classe. É conveviente observar, que há funções que
não satisfazem as hipóteses do Teorema 14 e ainda assim têm transformada de
Laplace. Além disso, dentre estas funções encontramos exemplos cujas trans-
formadas não têm a propriedade apontada no Corolário.
213
Claramente f satisfaz as hipóteses do Teorema 14.
A
A
e−st sen t 1 A −st
Z Z
−st
e sen t dt = − +s e cos t dt
0 s 0 0
A A
e−sA sen A e−st cos t 1
Z
=− − − s2 e−st sen t dt
s s2 0 0
2 A
s +1 −sA
sen A e −sA
cos A 1
Z
e
e−st sen t dt = − − + 2
s2 0 s s 2 s
Logo,
Z ∞ Z A
−st
F (s) = L{sen t} = e e−st sen t dt
sen t dt = lim
A→∞
0 0
s2
e−sA sen A e−sA cos A 1
= 2 lim − − + 2
s + 1 A→∞ s s2 s
1
= 2 , s>0
s +1
Lembremos que estamos interessados em introduzir a transformada de Lapla-
ce para simplificar a resolução de equações diferenciais. Queremos determi-
nar uma função y(t), solução de uma equação diferencial, resolvendo um pro-
blema associado para Y (s), a transformada de Laplace de y(t). Logo, uma
vez determinada Y (s), queremos encontrar y(t). Ou seja, queremos inver-
ter o operador transformada de Laplace. Para tanto, devemos provar que se
L{f } = L{g}, temos f = g. O próximo resultado nos dirá que f e g são “quase
idênticas”.
L{y} = φ(s)
puder ser resolvida para y(t), a solução é “essencialmente” única. Esta solução
se chama Transformada Inversa de Laplace da função φ(s), e é denotada por:
L−1 {φ(s)}.
214
A transformada inversa também é um operador linear. De fato, consideremos
φ(s) = F1 (s) + F2 (s) e L{f1 (t)} = F1 (s) e L{f2 (t)} = F2 (s), temos para s > s0 ,
Portanto:
L−1 {F1 (s) + F2 (s)} = L−1 {φ(s)} = f1 (t) + f2 (t) = L−1 {F1 (s)} + L−1 {F2 (s)}
2
6s − 2s4 + 24
Exemplo 104. Calcule L −1
s4 (s2 + 4)
6s2 − 2s4 + 24
−1 −1 6 2
L =L −
s4 (s2 + 4) s4 s2 + 4
−1 6 −1 2
=L −L
s4 s2 + 4
= t3 − sen 2t
Teorema 16 (1o Teorema do deslocamento). Se L{f (t)} = F (s) existe para s > a
e se c ∈ R, então a transformada de Laplace da função ect f (t) existe para s > a + c e é
dada por
L{ect f (t)} = F (s − c).
Reciprocamente, se f (t) = L−1 {F (s)}, então
O Teorema acima nos diz que uma translação no eixo s corresponde a uma
multiplicação da função em t por uma exponencial.
215
Completando quadrados:
1 1 1
= 2 = .
s2 − 4s + 5 s − 4s + 4 + 1 (s − 2)2 + 1
Como:
1
F (s) = L{sen t} = , s > 1;
s2 +1
logo:
L−1 {G(s)} = L−1 {F (s − 2)} = e2t sen t
s s s
=L =F , se > a.
c c c
Exemplo 106. Calcule L{f (t)}, com f (t) = sen 3t
Como:
1
F (s) = L{sen t} = , s > 0,
s2 + 1
logo:
1 s 1 1 1 9 3
L{sen 3t} = F = 2 = = 2 , s > 0.
3 3 3 s 2
3 s +9 s +9
+1
3
216
Então, a transformada de Laplace da função −tf (t) existe para s > k e é dada por:
d d
L{−tf (t)} = L{f (t)} = F (s).
ds ds
A aplicação repetida do resultado acima nos diz que:
dn dn
L{(−t)n f (t)} = L{f (t)} = F (s)
dsn dsn
A propriedade acima é útil para se encontrar uma transformada inversa quando
é mais fácil trabalhar com a derivada da transformada do que com a própria
transformada.
1
− 2
L{−tg(t)} =
d
G(s) = s =− 1 .
ds 1 s2 + 1
1+ 2
s
Portanto,
−1 1 sen t
g(t) = L arctg =
s t
1. f seja contínua em [0, A] e que f ′ seja contínua por partes no intervalo [0, A]
para qualquer A > 0;
217
Então, a transformada de Laplace de f ′ (t) existe para s > k e é dada por
L{f ′ (t)} = sL{f (t)} − f (0) = sF (s) − f (0)
Sejam t1 < t2 < · · · < tn , ti ∈ [0, A] os (possíveis) pontos de descontinuidade
de f ′ , logo:
Z A Z t1 Z t2 Z A
−st ′ −st ′ −st ′
e f (t) dt = e f (t) dt + e f (t) dt + · · · + e−st f ′ (t) dt.
0 0 t1 tn
Portanto,
Z A Z t1
−st ′ −st1
e f (t) dt = e f (t1 ) − f (0) + s e−st f (t) dt
0 0
Z t2
−st2 −st1
+e f (t2 ) − e f (t1 ) + s e−st f (t) dt
t1
Z A
−sA −stn
+···+e f (A) − e f (tn ) + s e−st f (t) dt
tn
Z A
= e−sA f (A) − f (0) + s e−st f (t) dt
0
Logo,
Z A
′
L{f (t)} = lim e−st f ′ (t) dt
A→∞ 0
Z A
−sA
= lim e f (A) − f (0) + s lim e−st f (t) dt
A→∞ A→∞ 0
= s L{f (t)} − f (0), s > k,
como |f (t)| ≤ C ekt , se t ≥ M; então:
lim e−sA |f (A)| ≤ C lim e(k−s) A = 0 ⇒ lim e−sA f (A) = 0
A→∞ A→∞ A→∞
218
e se, além disso, f for contínua e de ordem exponencial, temos
1. f, f ′ , . . . , f (n−1) sejam contínuas em [0, A] e que f (n) seja contínua por partes
no intervalo [0, A] para qualquer A > 0;
Então, a transformada de Laplace de f (n) (t) existe para s > k e é dada por
L{f (n) (t)} = sn L{f (t)} − sn−1 f (0) − sn−2 f ′ (0) − · · · − sf (n−2) (0) − f (n−1) (0)
Seja f (t) = tn
n
d n!
L n
f (t) = L{n!} = n!L{1} = , s > 0.
dt s
n
d
L f (t) = sn L{f (t)} + sn−1 f (0) + sn−2 f ′ (0) + · · · + sf (n−2) (0) + f (n−1) (0),
dtn
n
d
L f (t) = sn L{tn },
dtn
n!
L{tn } = n+1 , s > 0
s
Teorema 21. Seja F (s) = L(f (t)); então:
Z t
F (s)
L f (x) dx = , se s > 0.
0 s
Rt
Seja g(t) = 0 f (x) dx; então g ′ (t) = f (t):
219
8.3 Resolução de PVI
Com a teoria desenvolvida até aqui, podemos aplicar a Transformada de La-
place para resolver problemas de valor inicial.
Exemplo 109. Resolva o PVI:
(
y ′′ − y ′ − 6y = 0
y(0) = 2, y ′(0) = −1
Portanto:
y ′′ − 2 y ′ + 1 = 0
220
Sejam y(0) = k1 e y ′(0) = k2 . Usando o Teorema 20, obtemos
Portanto:
(s − 2)k1 + k2
Y (s) = L{y(t)} =
s2 − 2s + 1
Como:
(s − 2)k1 + k2 (s − 1)k1 − k1 + k2 k1 −k1 + k2
2
= 2
= + ,
(s − 1) (s − 1) s−1 (s − 1)2
1 t 1
L −1
=e, L −1
= t et
s−1 (s − 1)2
−1 −1 (s − 2)k1 + k2
y(t) = L {Y (s)} = L
(s − 1)2
−1 1 −1 1
= k1 L + (k2 − k1 )L
s−1 (s − 1)2
221
Portanto:
1!
L{y ′′ + y} = L{y ′′(t)} + L{y(t)} = L{t} = , s>0
s2
1
s2 L{y(t)} − sy(0) − y ′(0) + L{y(t)} = [s2 + 1]L{y(t)} − s + 2 =
s2
1 1 1 s 2
Y (s) = L{y(t)} = 2 2
+s−2 = 2 2 + 2 − 2
s +1 s s (s + 1) s + 1 s + 1
1 1 s 2
Y (s) = 2 − 2 + 2 − 2
s s +1 s +1 s +1
−1 −11 3 s
y(t) = L {Y (s)} = L − +
s2 s2 + 1 s2 + 1
−1 1 −1 1 −1 s
=L − 3L +L = t − 3 sen t + cos t
s2 s2 + 1 s2 + 1
Portanto:
L{y ′′ + 4 y ′ + 13 y} = L{y ′′(t)} + 4 s L{y(t)} − y(0) + 13 L{y(t)}
= L{2 t + 3 e−2t cos 3t}
2 s+2
= 2 +3 , s > 0,
s (s + 2)2 + 9
2 3( s + 2)
s2 + 4 s + 13 Y (s) + 1 = 2 +
s (s + 2)2 + 9
1 2 3(s + 2)
Y (s) = 2 + −1 .
s + 4s + 13 s2 (s + 2)2 + 9
222
Por outro lado:
−1 1 1 3 1
L = L−1 = e−2t sen 3t,
s2 + 4s + 13 3 (s + 2)2 + 9 3
2 A B Cs+D
= + 2+ 2
s2 (s2 + 4 s + 13) s s s + 4 s + 13
4 1 1 1 1 3 +4s
=− + + ;
169 s 13 s2 169 s2 + 4 s + 13
logo,
−1 2 8 2 8 −2t 10
L 2 2
=− + t+ e cos 3t − e−2t sen 3t.
s (s + 4 s + 13) 169 13 169 3(169)
−1 3 (s + 2) 1 6s 1 −2t
L = e−2t L−1 = e t sen 3t
[(s + 2)2 + 9]2 2 (s + 9)2
2 2
Portanto,
−1 1−1 2 3 (s + 2)
y(t) = L {Y (s)} = L + −1
s2 + 4s + 13 s2 (s + 2)2 + 9
( )
−1 2 −1 3(s + 2) −1 1
=L +L 2 − L
s2 (s2 + 4s + 13) (s + 2)2 + 9 s2 + 4 s + 13
8 2 8 −2t 179 −2t 1
=− + t+ e cos 3t − e sen 3t + e−2t t sen 3t.
169 13 169 3(169) 2
223
1
Z A
L{uc (t)} = lim e−st uc (t) dt
A→∞
0 Z A
−st
= lim + e dt
A→∞ c
e−sA e−sc
= lim − +
A→∞ s s
−sc
e
= , s > 0.
s
Podemos usar a função degrau para expressar funções descontínuas que po-
dem ser obtidas por translação de funções conhecidas. Por exemplo, se tiver-
mos a função g(t) cujo gráfico é igual ao gráfico da função f (t) transladado de
224
uma distância c no sentido positivo do eixo t,
y=g(t)
Z A Z A−c
−st −sc
L{uc (t)f (t − c)} = lim e uc (t)f (t − c)dt = lim e e−su f (u)du
A→∞ A→∞
Z 0∞ 0
225
A relação acima nos diz que
L−1 {e−cs F (s)} = uc (t)f (t − c)
O Teorema 22 nos diz que uma translação no eixo t de uma distância c no sen-
tido positivo de t corresponde a uma multiplicação da transformada em t por
uma exponencial.
226
Exemplo 115. Resolva o PVI:
( (
y ′′ + 4 y = g(t) cos 2t, 0 ≤ t < 2π
com g(t) =
y(0) = 0, y ′(0) = 0 0, t ≥ 2π
L{cos 2t − u2π (t) cos 2(t − 2π)} = L{cos 2t} − L{u2π (t) cos 2(t − 2π)}
s
= 2 − e−2πs L{cos 2t}
s +4
s e−2πs s
= 2 − .
s + 4 s2 + 4
Denotando, Y (s) = L{y(t)}, obtemos:
s(1 − e−2πs )
s2 Y (s) + 4 Y (s) = isto é:
s2 + 4
s(1 − e−2πs )
Y (s) = .
(s2 + 4)2
1
Como L −1
= sen 2t, usando o Teorema 18, podemos calcular:
s2 + 4
−1 s −1 1 d 2 1 −1 d 2 t sen 2t
L 2 2
=L − 2
=− L 2
= .
(s + 4) 4 ds s + 4 4 ds s + 4 4
Portanto,
−1 s(1 − e−2πs ) −1 s e−2πs s
L =L −
(s2 + 4)2 (s2 + 4)2 (s2 + 4)2
−2πs
−1 s −1 e s
=L − L
(s2 + 4)2 (s2 + 4)2
t sen 2t u2π (t) (t − 2π) sen 2(t − 2π)
= − .
4 4
227
Portanto, a a solução do PVI é:
(
t, 0 ≤ t < 2π
y(t) = L−1 {Y (s)} =
t − (t − 2π), t ≥ 2π
1
4 t sen 2t, 0 ≤ t < 2π
=
π
sen 2t,
t ≥ 2π.
2
Então:
A Z p k
X Z p
1 − e−(k+1)sp
Z
−st −su −nsp −su
e f (t)dt = e f (u) du
e = e f (u) du
0 0 n=0 0 1 − e−ps
Z A Z p
−st −su 1 − e−(k+1)sp
F (s) = lim e f (t) dt = e f (u) du lim
A→∞ 0 0 k→∞ 1 − e−ps
Z p
1
= e−st f (t) dt.
1 − e−ps 0
228
Exemplo 117. Calcule L{f (t)}, com
(
1, 0≤t<1
f (t) =
0, 1 ≤ t < 2,
f (t + 2) = f (t).
1 2 3 4
Z 2 Z 1
1 −st 1
F (s) = e f (t) dt = e−st dt
1−e −2s
0 1−e −2s
0
−st 1
1 e 1−e −s
1
= − = = , s > 0.
1−e −2s s 0 s(1 − e )
−2s s(1 + e−s )
-6 -4 -2 2 4 6
229
Z π Z π
1 −st 1
F (s) = L{f (t)} = e f (t) dt = e−st sen t dt
1 − e−πs 0 1 − e−πs 0
1 s2 e−sπ + 1 1 + e−πs
= = , s > 0.
1 − e−πs s2 + 1 s2 (s2 + 1)(1 − e−πs )
8.6 Convolução
Exemplo 119. Resolva o PVI
(
y ′′ + y = cos t,
y(0) = y ′ (0) = 0.
Portanto:
Logo,
1
Y (s) = L{y(t)} = L{cos t} = L{sen t}L{cos t}.
s2 +1
É de se esperar que possamos relacionar as funções sen t e cos t com a tran-
formada inversa do produto das transformadas de sen t e cos t. O próximo
teorema nos dirá que a função
Z t
h(t) = f (τ )g(t − τ )dτ é tal que H(s) = L{h(t)} = L{f (t)}L{g(t)}.
0
230
1
Usando a identidade: cos A sen B = sen(A + B) − sen(A − B) , temos:
2
t
1 t
Z Z
(cos t) ∗ (sen t) = cos τ sen(t − τ ) dτ = sen t − sen(2τ − t) dτ
0 2 0
1 1 t
= τ sen t + cos(2τ − t)
2 2 0
1 1 1
= t sen t + cos t − cos(−t)
2 4 4
t sen t
= .
2
Teorema 24. Se f e g são funções contínuas por partes e de ordem exponencial, então
a transformada da convolução (f ∗ g)(t) existe para s > k e é dada por:
Análogamente,
L−1 {F (s) G(s)} = (f ∗ g)(t)
Observe que:
Z ∞ Z ∞ Z t
−st −st
e (f ∗ g)(t) dt = e f (τ ) g(t − τ ) dτ dt
0 0 0
Z ∞Z t
= e−st f (τ ) g(t − τ )dτ dt
0 0
231
Logo,
Z ∞ Z ∞ Z t
−st
e (f ∗ g)(t) dt = e−st f (τ ) g(t − τ ) dτ dt
0
Z0 ∞ 0 Z ∞
= f (τ ) e−st g(t − τ ) dt dτ,
0 τ
Z ∞ Z ∞ Z ∞
e −st
(f ∗ g)(t) dt = e−s(u+τ ) g(u) du dτ
f (τ )
0
Z0 ∞ 0
Z ∞
−sτ
= e f (τ ) dτ e−su g(u) du,
0 0
logo, obtemos:
L{(f ∗ g)(t)} = L{f (t)}L{g(t)}.
232
Devido a esta característica, vamos substituir a função g(t) por uma função
simples que tenha o mesmo impulso. Consideremos as funções
1, a ≤ t < a + ε
da,ε (t) = ε
0, caso contrário
1/ ε 2
1/ε
1
1/ ε
a a+ ε 2 a+ε 1 a+ ε
Vemos que para todo ε > 0, a função da,ε (t) tem um impuslo unitário no inter-
valo [a, a + ε]. De fato:
Z a+ε
1
Iε = da,ε (t) dt = a + ε − a = 1.
a ε
Como a função da,ε (t) se anula fora do intervalo [a, a + ε], temos:
Z ∞
Iε = da,ε (t) dt = 1.
0
Vamos agora considerar que a força atue em intervalos cada vez menores. Isto
é, com ε cada vez menores, isto é:
lim da,ε (t) = 0, t 6= a,
ε→0
Z ∞
lim da,ε (t) dt = lim Iε = 1.
ε→0 0 ε→0
As condições acima nos dão elementos para definir o chamado impulso ins-
tantâneo que teria as seguintes propriedades:
δa (t) = 0, t 6= a,
Z ∞
δa (t) dt = 1.
0
233
δa (t) definida pelas condiçõea acima não é uma função no sentido usual e é
chamada δ de Dirac.
Podemos definir formalmente a transformada de Laplace da função δ de Dirac
motivados pelo Teorema do valor médio para integrais. Se g(t) é contínua em
[a, a + ε], então existe t ∈ [a, a + ε], tal que
Z a+ε
g(t) dt = g(t) a + ε − a g(t) ε.
a
Logo:
∞ a+ε
1
Z Z
lim g(t) da,ε(t) dt = lim g(t) dt = lim g(t) = g(a),
ε→0 0 ε→0 a ε ε→0
e Z ∞
g(t)δa (t) dt = g(a).
0
Notação: δ(t) = δ0 (t)
L{x(t)}[s2 + a1 s + a0 ] = G(s),
G(s)
L{x(t)} = 2 .
s + a1 s + a0
A função
1
W (s) =
s2 + a1 s + a0
234
é chamada função transferência e
w(t) = L−1 {W (s)}
é chamada função peso, pelo Teorema 24,
Z t
x(t) = w(t) ∗ g(t) = w(τ ) g(t − τ ) dτ.
0
235
e
Logo:
Então,
s 1 2 1 2
Y (s) = L{y(t)} = 3 − + G(s)
s2
+ 4 2 s + 4 2 s2 + 4
2
1 1
= 3 L{cos 2t} − L{sen 2t} + L{sen 2t}G(s)
2 2
Portanto:
1 1
y(t) = L−1 {Y (s)} = 3 cos 2t − sen 2t + (sen 2t) ∗ (g(t))
Z2 t 2
1 1
= 3 cos 2t − sen 2t + sen 2τ g(t − τ ) dτ,
2 2 0
é a solução do PVI. Logo:
1
w(t) = sen 2t,
2
1
xh (t) = 3 cos 2t − sen 2t,
2
1 t
Z
xp (t) = w(t) ∗ g(t) = sen 2τ g(t − τ ) dτ.
2 0
Vejamos agora, no caso de uma equação de ordem 2, como interpretaremos
equações diferenciais sujeitas à uma força do tipo δ de Dirac. Queremos dar
sentido a um problema do tipo
236
Diremos que x(t) é uma solução da equação diferencial (8.2) se
Exemplo 124. Uma massa m = 1 é presa a uma mola com constante k = 4. Não há
resitência. A massa é solta do repouso com x(0) = 3. No instante t = 2π, a massa
é atingida por um martelo, proporcionando um impulso igual a I = 8. Determine a
função que descreve o movimento da massa.
Portanto:
L{x′′ (t)} + 4 L{x(t)} = L{δ2π (t)},
logo,
1 −2πs
s 2 e−2πs
X(s) = L{x(t)} = 3 s + 8 e } = 3 + 4
s2 + 4 s2 + 4 s2 + 4
−2πs
= 3 L{cos 2t} + 4 e L{sen 2t}
237
e:
4 3
sen δ = e cos δ = .
A A
Como δ ≈ 0, 9273, utilizando identidades trigonométricas, podemos reescrever
x(t), na forma: (
3 cos 2t, t < 2π
x(t) =
5 cos(2t − 0, 9273), t ≥ 2π.
A função x(t) é a solução do PVI. Vemos que o efeito do impulso em t = 2π
altera a amplitude do movimento oscilatório instantaneamente. Isto provoca
uma descontinuidade na velocidade.
238
8.8 Exercícios
1. Das seguintes funções, quais são contínuas por partes em [0, ∞)? Justifique
sua resposta.
2 t+1
a) f (t) = et b) f (t) = ln(t2 + 1) c) f (t) =
t−1
t−2 1
d) f (t) = 2 e) f (t) = e t
t −t−2
k) f (t) = 1 l) f (t) = t
3 4
a) b)
s2
+4 (s − 1)3
2 2s + 2
c) 2 d) 2
s + 3s − 4 s + 2s + 5
8s2 − 4s + 12 3s
e) f) 2
s(s2 + 4) s −s−6
2s − 3
g) 2
s −4
239
4. Calcule:
e−s 1 − e−πs 2(s − 1)e−2s
a) L −1
b) L −1
c) L −1
s3 s2 + 4 s2 − 2s + 2
a) y ′′ + y = t, y(0) = 1, y ′(0) = −2
c) y ′′ + 3y ′ + 2y = 0, y(0) = 1, y ′(0) = 0
d) y ′′ − 5y ′ + 6y = et , y(0) = 1, y ′ (0) = 1
e) y ′′ − 4y ′ + 4y = 0, y(0) = 1, y ′(0) = 1
h) y ′′ + y = t2 + 1, y(0) = π 2 , y ′(0) = 2π
(
1, 0 ≤ t < 1
j) y ′′ + 2y ′ + y = f (t), y(0) = 1, y ′ (0) = 0; com f (t) =
0, t ≥ 1
240
(
t, 0≤t<1
k) y ′′ + y = g(t), y(0) = 0, y ′ (0) = 1 com g(t) =
1, t≥1
7. Use a transformada de Laplace para encontrar uma solução geral das se-
guintes equações:
a) y ′′ − 2y ′ + 2y = 0 b) y ′′ − y ′ − 6y = 0
c) y ′′ + 2y ′ + y = 4e−t d) y ′′ − 2y ′ + 2y = cos t
( (
0, 0≤t<2 0, 0≤t<1
a) f (t) = 2
b) f (t) =
(t − 2) , t ≥ 2 t2 − 2t + 2, t≥1
0,
0≤t<π
c) f (t) = t − π, π ≤ t < 2π
0, t ≥ 2π
241
y
d) 1
0 1 2 3 4 5 t
−1
e)
0 1 t
a)
0 π 2π 3π 4π 5π 6π 7π t
b)
0 1 2 3 4 5 6 7 t
242
y
c)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 t
d)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 t
−1
1
e)
0 π 2π 3π 4π t
s 1 s
a) L −1
b) L −1
c) L −1
, a 6= 0
(s + 1)2
2 s (s + 1)2
2 (s + a2 )2
2
1
13. Seja F (s) = L{f (t)}. Mostre que f (t) = − L−1 {F ′ (s)}.
t
243
14. Use o resultado do exercício anterior para determinar f (t) quando F (s) =
L{f (t)} é dada por:
s+a
a
a2
a) ln b) arctg c) ln 1 + 2
s−a s s
cos at − 1
15. Calcule L
t
( (
x′ = x − 2y x′ = x + y
a) y ′ = x − y b) y ′ = 4x + y
x(0) = y(0) = 1 x(0) = 2, y(0) = 3
( (
x′ − 3x − 4y = −1 x′′ − 2y = 2
c) y ′ − 2x − y = 1 d) y ′ + x = 5e2t + 1
x(0) = 2, y(0) = 1 x(0) = x′ (0) = 2, y(0) = 1
x + y + z = 1
′
2x + 3 x 1
a) b) c)
2
x + 3x − 10 (x + 1)(x2 + 5x + 6) x2
− 3x + 2
x 2x − 1 x2 + 1
d) 2 e) 2 f) 3
x +x−6 x −4 x − 4x
3x + 5 x+7 x3 + 2x2 − 3x + 1
g) 3 h) i)
2x + 12x2 + 10x (x + 1)(x2 − 4x + 3) x2 + 2x − 8
x2 + 1 x+1 x2 + 1
j) k) 2 l)
(x − 3)(x2 + 4x + 3) x (x − 1) (x + 1)2 (x − 1)
x−3 2x + 5 x2
m) 2 n) 3 o) 2
x − 4x + 4 x + 3x2 − 4 (x − 3x + 2)2
x−1 1 1
p) 2
q) r) 4
x(x + 2x + 4) (x + 1)(x2 + 1) x −1
244
x4 + 1 u2 + 1 2x + 1
s) t) u)
x4 + x2 u3 + 1 (x2 − 4)2
x3 + x + 1 x3 − 1
v) 2 w)
x − 2x2 + 1 (x + 1)2 (x2 + 1)2
245