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são o autor (requer a tutela jurisdicional) e réu (em face do que é pedido) e que
constituem um dos elementos da denominada Teoria das Três Identidades adotada pelo
CPC, o qual, assim caracteriza os elementos da ação: partes, causa de pedir e pedido.
Para Chiovenda, parte é “aquele que demanda em seu próprio nome a atuação de uma
vontade da lei, e aquele em face de quem essa atuação é demandada” (Instituições de
Direito Processual Civil, Saraiva, n.214).
Na mesma linha, Moacyr Amaral Santos assim as define: “partes, no sentido processual,
são as pessoas que pedem, ou em face das quais se pede, em nome próprio, a tutela
jurisdicional” (Primeiras Linhas de Direito Processual Civil, Saraiva, n.275).
Cumpre, então, identificar a figura denominada Terceiro pela Legislação Pátria, a
qual, permite seu ingresso na relação processual espontaneamente, com o intuito de
defender seus interesses, cujas situações estão previstas no instituto da Assistência
Simples ou Litisconsorcial(artigos 50 a 55 do CPC), e Oposição (artigos 56 a 61 do CPC),
ou quando são chamadas a participar do processo de forma provocada que pode ser por:
Nomeação à autoria (artigos 62 a 69 do CPC), Denunciação à lide (artigos 70 a 76 do
CPC) e Chamamento ao processo (artigos 77 a 80 do CPC).
Cabe ressaltar, ainda, que o ingresso de Terceiros em processo alheio só poderá ocorrer
nas situações previstas na Lei restando, por conseqüência, defesa a intervenção destes
nas hipóteses de ausência de permissão legal.
Sob este aspecto, considera Cândido Rangel Dinamarco, “como a tutela
jurisdicional é sempre concedida a uma pessoa, em relação a um bem e em detrimento
de outra, seria grotesca transgressão ao princípio constitucional do contraditório a
produção de efeitos sobre a esfera jurisdicional de alguém, sem que houvesse sido parte
no processo. Daí por que o esquema mínimo da relação processual é necessariamente
tríplice, sem a possibilidade de reduzir o processo a um mero diálogo entre um
demandante e o Estado-juiz” (Instituições de Direito Processual Civil, Malheiros).
O Instituto da Assistência encontra-se nos artigos 50 a 55, junto com o capítulo que trata
do Litisconsórcio, mas apesar não estar inserido no capítulo da Intervenção de Terceiros é
uma forma de Intervenção em processo alheio.
Através da Assistência, um terceiro (que não é parte), mas que possui interesse jurídico
que a sentença lhe seja favorável pede em Juízo para ingressar no processo para assistir
a defesa da parte que possui interesse.
Segundo Athos Gusmão Carneiro o “Assistente ingressa no processo não como parte,
mas apenas como coadjuvante da parte, buscando auxiliar na defesa de seu assistido,
que tanto pode ser o demandante como o demandado. Não sendo parte, o Assistente
nada pede para si, não formula pretensão; nem é sujeito passivo de pretensão alheia,
pois contra ele nada é pedido”. (Intervenção de Terceiros, Saraiva).
No artigo 50, caput do CPC encontram-se os requisitos para o ingresso na lide através do
Instituto da Assistência: “Pendendo uma causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro,
que tiver interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma delas, poderá intervir
no processo para assisti-la”.
Assim, consoante distingue o Código de Processo Civil são requisitos para Assistência:
· Deve haver uma causa pendente: a Assistência tem lugar em qualquer momento
processual, mas processo tem que estar pendente, sendo cabível em 01ª Instância desde
a citação do réu (Art.219 do CPC – Da citação válida) até o trânsito em julgado da
sentença em Instância ad quem.
· Deve haver interesse jurídico na intervenção: não se trata de um interesse de fato e
sim de interesse jurídico, o assistente ingressa no processo com o objetivo de auxiliar na
causa de seu assistido para que a sentença lhe seja favorável.
Se o pedido não for impugnado, no prazo de 05 dias, será deferido, se houver
impugnação o Juiz determinará o desentranhamento da petição do Assistente, pois é
documento estranho à Lide a fim de ser autuado em apenso para após, decidir, no prazo
de 05 dias, o incidente processual, conforme dispõe o artigo 51 do CPC, tratando-se de
Decisão Interlocutória, em caso de indeferimento o Assistente ainda pode entrar com
Agravo de Instrumento.
No Código de Processo Civil Pátrio está contemplado dois tipos de Assistência: Simples
e Litisconsorcial.
A Assistência simples está prevista no artigo 50 do CPC, ou seja, é o terceiro, que
ingressa em processo pendente por que possui interesse jurídico que a sentença
proferida seja favorável a seu assistido.
J=Juiz
A=Autor
R= Réu
aa = assistente do Autor
ar = assistente do Réu
Oposição
Com relação aos efeitos da Sentença na ação de oposição Athos Gusmão Carneiro
esclarece que ‘Se procedente (totalmente) a oposição, se a coisa portanto cabe a C, e
não a A nem a B, então necessariamente se apresenta improcedente a pretensão,
exposta na ação principal de A contra B, Teremos, destarte, oposição procedente e ação
improcedente. Mas, quando improcedente a oposição, o juiz dirá, na ação principal, se a
coisa ou direito controvertido irá tocar ao autor ou ao réu, isto é, julgará procedente ou
improcedente o pedido do autor. É possível, outrossim, a procedência parcial da oposição
e a procedência parcial da ação principal”. (Intervenção de Terceiros, Saraiva).
Visualização da Oposição:
Nomeação à autoria
No que tange à recusa do nomeado, salienta Daniel Ustárroz que “ tendo sido esta aceita
pelo autor, deve sim o magistrado analisar as provas carreadas antes de homologar sua
retirada. Se concluir que o mesmo obra com má-fé, ou que é conveniente seu ingresso no
processo a fim de preservar o efeito útil de sentença futura, terá havido citação valida” (A
Intervenção de Terceiros no Processo Civil Brasileiro, Livraria do Advogado).
No mesmo posicionamento Luiz Fux sugere “entendemos de melhor visão prática a
solução que vincula o nomeado, apesar de sua recusa, o que, aliás, segue a mesma linha
da denunciação da lide, em que a recusa de qualidade pelo denunciado não o isenta dos
efeitos da decisão (CPC, art.75,II). Contudo, de lege data, não é essa a regulação legal
para o problema” (Intervenção de Terceiros, Saraiva).
Juiz
/ \
Autor Réu (nomeante, nomeia terceiro “C” )
( “C” citado e autor concordam – regra da dupla concordância, sai o réu e entra o terceiro
nomeado – extromissão)
Juiz
/ \
Autor C ( na condição de réu legítimo, parte do processo)
Denunciação à Lide
Por outro lado, quando a denunciação for feita pelo réu disciplina o artigo 75 do CPC
as seguintes alternativas:
- se o denunciado a aceitar e contestar o pedido, o processo prosseguirá entre o autor, de
um lado, e de outro, como litisconsortes, o denunciante e o denunciado; - se o denunciado
for revel, ou comparecer apenas para negar a qualidade que Ihe foi atribuída, cumprirá ao
denunciante prosseguir na defesa até final; - se o denunciado confessar os fatos alegados
pelo autor, poderá o denunciante prosseguir na defesa.
Juiz
/ \
Réu C ( denunciado na condição de réu )
Juiz Juiz
/ \ + / \
Autor Réu + C (denunciado) Réu C
(denunciante)
( denunciado)
Chamamento ao Processo
Juiz
/ \
Autor Réu (chama terceiro “C” )
Juiz
/ \
Autor Réu + “C” ( litisconsórcio passivo)