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A ambiguidade como recurso de construção da mensagem

Denatran apela para "pegação" em campanha educativa para o Carnaval

Prof. Diógenes Afonso*

O Denatran [Departamento Nacional de Trânsito], órgão subordinado ao


Ministério das Cidades, resolveu estimular a "pegação" neste carnaval. As
cidades-alvos foram Recife, Rio de Janeiro e Salvador que, como se sabe, são
polos carnavalescos para lá de animados.

Quem já começou a se indignar com a informação, recomendamos muita


calma, pois o propósito do Denatran é, por assim dizer, nobre. “Pegação” ["A
melhor pegada", no texto da campanha] não tem o sentido que,
convencionalmente, se atribui. Não significa se relacionar sensualmente com
alguém ou mesmo bolinar outro[a]. "Pegação" é pedagógico e pretende
conscientizar motoristas a se valerem de táxis, ônibus e caronas neste período
momesco, evitando, desse modo, acidentes de trânsito na volta para casa ou
na ida para os polos de animação.

Interessante notar que a propaganda institucional veiculada pelo órgão fez


uso, a partir da expressão "A melhor pegada", da ambiguidade [1] como
recurso linguístico para convencer os foliões e as folionas [o feminino "foliã",
de largo uso na comunidade linguística brasileira, não é "indicado" pela norma
ortográfica oficial vigente. Isso não tem a menor importância no estágio de
análise que ora desenvolvemos].

A campanha "SOU LEGAL NO TRÂNSITO" para o período carnavalesco apoia-


se na ambiguidade como recurso expressivo auxiliar, a fim de fazer com que
os foliões "criem juízo" e não aliem álcool com direção. Para isso foram
confeccionados "manuais", wallpapers, aquadoors, camisetas, painéis e outras
peças [ver imagens abaixo] com o objetivo de disseminar a orientação.

A ambiguidade percebida nas diversas peças intenciona atingir o imaginário do


folião[ona] enquanto destinatário[a] por excelência, já que, ao apelar para o
componente sexual - implicitado no campo semântico da expressão "A melhor
pegada" e na apresentação de modelos masculino e feminino abraçados ou não
-, ativa, subliminarmente, uma certa "interdição" para o ato. Diríamos, para
os atos: a "pegação" no sentido sexual e a irresponsabilidade de dirigir após a
ingestão de álcool.

1
Claro deve ficar que só a abordagem global das peças - envolvendo as várias
linguagens [verbal e não-verbal] - e o conhecimento de mundo do receptor
desfazem a ambiguidade e proporcionam uma leitura que pretende expressar
uma vontade: a de que não haja acidentes automobilísticos por imprudência e
irresponsabilidade.

Por essa ótica, "A melhor pegada" assume um sentido educativo, pois sugere o
uso de outros meios de transportes, de certo modo mais seguros.

Pode-se dizer, então, que a eficiência comunicativa se realiza nesta


campanha pelo uso dos recursos que a língua oferece, isto é, pelo uso da
ambiguidade como recurso de construção da mensagem.
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[1] É o que se pode chamar de dupla interpretação gerada por fatores como
polissemia lexical, conhecimento linguístico e cultural do destinatário,
contextualização.

* Graduado em Letras / Especialista em Linguagens da OjE [Olimpíadas de


Jogos Digitais e Educação]

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