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Políticas, Culturas e Práticas Inclusivas na FAETEC: um pouco de

História

Lucindo Filho1

Hoje quando comemoramos os quase 06 anos de lançamento do Programa de


Inclusão na Rede FAETEC, tenho aqui a missão de fazer um breve histórico desse
movimento nesta prestigiosa instituição de Educação Profissional e do qual tive o privilégio
de ser ativo participante. Procurarei ainda em minha fala, fazer uma breve analise dos
processos e dinâmicas desenvolvidos pelo Programa buscando principalmente compreender
e refletir sobre os caminhos e possibilidades da escola se constituir em espaço de promoção
da igualdade, valorização da diversidade e promoção da cidadania.
O Programa de Inclusão na Educação Profissional desenvolvido na Rede de
Ensino FAETEC foi estruturado a partir de solicitação da Presidência da Instituição, à
época exercida pelo Dr. Cláudio Mendonça, tendo a decisão político-administrativa
estabelecido foco em possibilitar o acesso e participação de pessoas com deficiências nas
ações educacionais desenvolvidas nas unidades de ensino da instituição.
Iniciado em novembro de 2003 com a montagem de Unidade de Gestão do
Programa do qual fizeram parte as professoras Bianca Fogli, Margareth Maria Neves e a
Assistente Social Sheila Fonseca, o Programa de Inclusão foi estruturado na crença de que
a inserção e efetiva participação de pessoas com deficiência no processo escolar se daria,
pela sensibilização da comunidade escolar quanto às barreiras atitudinais, isto é
preconceitos e estigmas, a percepção e eliminação das barreiras físicas, a valorização de
novas formas de ensinar, o estabelecimento de foco nas necessidades e nos diferentes
caminhos de aprendizagem de cada um, do estabelecimento de novos processos relacionais
com os alunos, e a importância da formação continuada dos professores e demais
profissionais da educação, ou seja, o que passava no nosso entendimento da época,
essencialmente pela instrumentalização dos mesmos quanto aos saberes e práticas
acumulados pela educação especial, no sentido de atender às necessidades educacionais
especiais de alunos com deficiências ou com problemas graves de aprendizagem.
1
Pedagogo, Mestre em Educação, ex-Diretor Técnico do Instituto Benjamin Constant, planejou e gerenciou a
implantação do Programa de Inclusão na rede FAETEC, no período nov./2003 a dez/2006.
O desenvolvimento do Programa nos fez perceber que esta era uma visão restrita
do processo e suas dinâmicas, pois como promover a inclusão de pessoas com deficiências
em uma instituição cujas escolas por diferentes caminhos excluem o tempo todo e que
também não garantem a participação plena por variáveis que ora se situam no plano interno
e espelham as contradições sociais, ora estão fora do controle ou da linha de
governabilidade2 da instituição escolar?
Cabe destacar que pensar a inclusão na educação profissional é entender a
categoria trabalho3, em sua centralidade, conforme aponta Marx (1987), sendo assim um
valor de uso, essencial à vida humana, e, portanto um princípio fundamental, que deve
estar presente em todo o processo de educação e deve ser perseguido no contexto do
movimento de inclusão na educação no Brasil.
Entretanto a questão da inclusão vem sendo tratada no âmbito da educação,
como de resto em outras áreas de formulação de políticas, como ação focal, voltada para
equacionar a questão social da exclusão. Assim, esta temática aparece freqüentemente
associada à idéia da “colocação”4, ou seja, o lugar em que grupos historicamente excluídos
(pessoas com deficiências5, grupos étnicos, minorias sociais, minorias culturais e grupos
discriminados pelo gênero ou orientação sexual) serão escolarizados.

2
Em conformidade com Oliveira (1995) entende-se aqui governabilidade como a capacidade de governar
apoiada em tendências muita concretas da sociedade.
3
O trabalho é o principal fundamento da cidadania, considerando que a cidadania comporta uma dimensão
econômica e uma dimensão social. O trabalho e especialmente sua forma dominante, o trabalho assalariado,
emancipou os trabalhadores do visco das sujeições locais; os camponeses, das tutelas da tradição e dos
costumes; a mulher da reclusão na ordem doméstica. Assim, na sociedade contemporânea, e para a maioria de
seus membros, é o fundamento de uma cidadania econômica. Também está no princípio da cidadania
social:esse trabalho representa a participação de cada um numa produção para uma sociedade e, portanto na
produção da sociedade(CASTEL,1998,p.580).
4
“Colocação” – Proposta de inclusão na Educação, cujo objetivo é definir o lócus de escolarização dos alunos
com necessidades educacionais especiais, representa o reconhecimento que toda pessoa tem direito à
Educação, ou seja, a grande preocupação é o acesso à Educação (SÁNCHEZ, 2005, p.13).
5
Pessoas com deficiências – Embora na Legislação Brasileira apareça o termo pessoas portadoras de
deficiências, a sociedade civil organizada adota o termo pessoas com deficiência, também adotado neste
trabalho.
Quando referenciamos a proposta da inclusão no processo educacional pela
necessidade de “incluir os excluídos” corremos o risco de estar tratando a questão social da
exclusão6 de forma homogênea, como afirma Castel:
Focalizar a atenção sobre a exclusão apresenta o risco de funcionar como
uma armadilha, tanto para a reflexão como para a ação. Para a reflexão
economiza-se a necessidade de se interrogar sobre as dinâmicas sociais
globais que são responsáveis pelos desequilíbrios atuais; descreve-se da
melhor forma estados de despossuir, mas criam-se impasses sobre os
processos que os geram; procede-se a análises setoriais, renunciando-se à
ambição de recolocá-las a partir dos mecanismos atuais da sociedade.
Sem dúvida, há hoje os in e os out, mas eles não estão em universos
separados. Não se pode falar em uma sociedade de situações fora do
social. O que está em questão é reconstruir o continuum de posições que
ligam os in e os out, e compreender a lógica a partir da qual os in
produzem os out. (CASTEL, 1997, p. 22)

Nesta altura a Unidade de Gestão do Programa já estava ampliada com as


participações das professoras Terezinha Ramos, Elizabeth Canejo, Ana Helena Gonçalves,
Ana Cristina, Léa Dina, Tatiana Carvalho, Kátia Vanffossen e Maria Cristina Lacerda e
inúmeros outros colaboradores. Aliás a questão da participação de colaboradores constitui
um capítulo especial, destacando-se a participação da Prof.a Dra Mônica Pereira dos Santos
e da Prof.a Dra Valdelúcia Alves da Costa, que sempre que chamadas a colaborar o fizeram
sem qualquer ônus para a Faetec.
Com o decorrer do trabalho entendemos que a inclusão na Educação não deve
ser vista como uma ação política afirmativa, ou como elemento de amenização das ações
políticas neoliberais que questionam a própria noção social de direito e de igualdade
(GENTILI, 1996), mas como processo de luta dos movimentos sociais organizados na
arena pública, pela conquista do direito à educação, e também pela transformação da
educação em elemento de mudança das desigualdades sociais.
Cada vez mais ganhava centralidade em nossas preocupações a questão da
relação da Educação com o todo; nos sinalizava o cenário social de contradições, de
exclusões, de aprofundamento das desigualdades econômicas e sociais, estabelecidas pela
visão política, econômica e social neoliberal, que na esteira das flexibilizações,

6
A exclusão não é uma ausência de relação social, mas um conjunto de relações sociais particulares da
sociedade tomada como um todo, em uma situação limite significaria se encontrar fora dos circuitos vivos das
trocas sociais (CASTEL, 1995)- É um estado de relações que se explica pela forma como se pertence
(SANTOS, 1995).
desregulamentações e principalmente pela definição clara estabelecida pela Reforma do
Aparelho do Estado, das funções do Estado mínimo, que transforma a educação não em
direito social, responsabilidade do Estado, mas em valor de troca, em mercadoria,
atribuição da esfera público-privada, o que nos levaria a indagar: é possível construir
caminhos de inclusão, de igualdade e de cidadania no e pelo espaço escolar?
Neste percurso, posso dizer que este é um momento de crise interna, após muito
debate e reflexões, sem deixar de lado as questões instrumentais específicas, pois no
imaginário da comunidade escolar esta parecia ser uma questão fundamental, A Unidade
de Gestão do Programa procurou estabelecer processos de aproximação com a realidade
escolar, buscando compreender como se estabeleciam os caminhos e dinâmicas das práticas
inclusivas nas unidades de ensino da Rede FAETEC. Neste momento as Escolas Técnicas e
os CETEPs do Grande Rio participavam da proposta, destacando-se ainda as participações
do IST Rio de Janeiro, do ISE de Bom Jesus de Itabapoana, do ISERJ e das Escolas de
Campos.
Assim é que foi implementado nas unidades escolares situadas no Grande Rio,
projeto de formação continuada de mediadores, profissionais de educação representantes de
cada unidade escolar envolvida, e que teriam o papel de ser o elo entre a equipe gestora do
Programa e suas respectivas unidades de ensino, promovendo estudos, reflexões sobre as
práticas desenvolvidas e exercendo papel mobilizador quanto às questões pertinentes à
construção de uma escola democrática.
Podemos afirmar que esta ação desenvolvida sob a forma de pesquisa
participante conformou no grupo, naquela oportunidade, o significado que atribuímos à
Educação Inclusiva7, termo que na nossa prática não utilizamos, optando por inclusão na
educação por entendermos a inclusão como processo, não se reduzindo à ressignificação da
Educação Especial8 ou à inclusão (“colocação”) de grupos excluídos de longa data, mas
7
O princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças deveriam aprender juntas,
independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter. As escolas inclusivas devem
reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando tanto estilos como ritmos
diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de currículo
apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino e quaisquer outros recursos de forma a tornar
ou assegurar uma educação efetiva (Declaração de Salamanca, 1994, p.61).
8
Por Educação Especial, modalidade da Educação escolar, entende-se um processo educacional definido por
uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais especiais organizados
institucionalmente para apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços
educacionais comuns de modo a garantir a Educação escolar e promover o desenvolvimento de
potencialidades dos educandos que apresentam necessidades educacionais especiais, em todas as etapas e
amplia-se na perspectiva de tornar real no espaço escolar, a constituição de uma “educação
civil democrática”9 (SINGER,1996), que estabeleça o compromisso de favorecer e
construir dinâmicas e relações pedagógicas e sociais mais iguais, justas, democráticas e
menos ancoradas na meritocracia hegemônica excludente.

Nossa vivência, o que se confirma a quem tenha acesso aos relatórios do


Programa, permite afirmar, que o mesmo teve por escopo em suas ações buscar a
valorização do servidor de carreira na composição da unidade gestora, como caminho de
uma educação de qualidade, promover o acompanhamento do trabalho das Unidades de
Ensino no que tange às práticas educativas voltadas para o reconhecimento e valorização da
diversidade humana – buscar implementar oportunidades de desenvolvimento de uma
cultura acerca da diversidade para toda comunidade escolar, por meio de cursos
instrumentais, tais como: LIBRAS, BRAILLE e Orientação e Mobilidade, DOS VOX etc.
As ações desenvolvidas objetivaram ainda, provocar um processo de sinergia
entre as instituições de ensino e ressignificação das instituições e serviços especializados de
apoio à educação como: a Escola Especial Favo de Mel (unidade especializada no
atendimento às pessoas com deficiência mental), o CERPI (Centro de Reabilitação
Psicomotora Infantil, unidade de atendimento em reabilitação na área da saúde), que
passaram a atuar como serviços especializados de suporte ao processo de Apoio à Inclusão,
por meio do Projeto de Apoio à Inclusão - PAI e do Centro de Reabilitação e Prevenção em
Saúde na Educação – CERPSE.
Além disso, o Programa procurou implementar uma política de discriminação
positiva por meio de uma política de cotas, na qual 30% das vagas no concurso para as
Escolas Técnicas, Cursos Concomitantes e Pós-Médio foram reservadas para pessoas com
deficiências – foi implementada a seleção e contratação de intérpretes de Libras – Língua
Brasileira de Sinais. Realizando-se ainda, o levantamento da situação de acessibilidade
arquitetônica das unidades da rede FAETEC, como também a formação dos profissionais
de engenharia e arquitetura no conceito do desenho universal; buscou-se ainda o

modalidades da Educação Básica (MEC. Resolução CNE/CEN Nº 2/2001. Art. 3º).


9
Para Singer a educação civil democrática, encara a educação e a escola como espaço de processo de
formação cidadã, tendo em vista o exercício de direitos e obrigações típicos da democracia.
estabelecimento de parceria com a Academia e centros de excelência como IBC e INES 10
na finalidade da capacitação continuada de gestores, professores e profissionais de apoio.11
Entretanto, empiricamente, ficava um forte sentido de que as questões
conceituais e fundamentais, para o entendimento e promoção de uma escola democrática e
inclusiva, não constituíam o eixo central no imaginário e culturas e práticas desenvolvidas
nas unidades de ensino a partir do movimento de inclusão. Questões como igualdade e
cidadania pareciam ceder lugar a questões de ordem metodológica, de como se trabalha na
educação com pessoas com deficiências, situação que colocaria o movimento de inclusão
na educação na rede FAETEC em consonância com o que de resto, na minha visão, parece
ocorrer na chamada política de inclusão na realidade educacional brasileira, ou seja, a
questão central da chamada política de inclusão na educação é uma questão de ordem
metodológica, de infraestrutura, como também de organização e gestão, e está focalizada na
questão do acesso e permanência de pessoas com deficiências na escola, salvo algumas
poucas exceções.
Mais tarde estas questões forma por mim investigadas em minha Dissertação de
Mestrado intitulada Inclusão na Educação Profissional: barreiras e possibilidades para
a promoção da igualdade e construção da cidadania, defendida em janeiro de 2008.
No trabalho de pesquisa que me propus a fazer no Mestrado busquei investigar
os processos e dinâmicas desenvolvidas pelo Programa de Inclusão na Educação
Profissional na Rede de Ensino da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio
de Janeiro - FAETEC. Procurei saber como gestores e profissionais da educação, atuantes
nas unidades de ensino técnico, participantes do Programa, expressavam a compreensão e
reflexão sobre as barreiras e possibilidades da escola se constituir, em espaço de promoção
de igualdades, valorização da diversidade e promoção da cidadania.
Este objetivo central, que orientou as questões da pesquisa e em si todo o
desenvolvimento do trabalho, partiu da realidade na educação brasileira, da flagrante
dualidade que condena expressivo contingente de crianças e jovens a não participação das
oportunidades proporcionadas pela educação, seja pela exclusão precoce, seja pelo não

10
IBC- Instituto Benjamin Constant – Instituição federal de ensino, centro de referência na educação de
pessoas cegas e de baixa visão, localizada no bairro da Urca, Rio de Janeiro- INES – Instituto Nacional de
Educação de Surdos - Instituição federal de ensino, localizada no bairro de Laranjeiras, Rio de Janeiro, ambas
as instituições são vinculadas ao MEC.
11
Os dados foram extraídos dos relatórios de gestão do Programa dos anos de 2004, 2005 e 2006, .
acesso, ou mesmo pela condenação de só ter acesso, a uma escola pública, que proporciona
uma educação de 2ª classe, contribuindo para o eterno ciclo vicioso da não participação das
conquistas sociais, levando a uma cidadania menor.
O referencial teórico inicialmente teve como eixo o contexto das relações entre
capital e trabalho, a conformação do mundo do trabalho e suas transformações ocorridas ao
longo do século XX, assim como a correlação desta realidade com a Educação Profissional
no Brasil. A partir desta contextualização o segundo eixo conceitual foi estruturado com
base na evolução dos conceitos de igualdade e cidadania e a sua correlação com os
processos de inclusão/exclusão presentes nas políticas sociais em especial as políticas de
educação para o trabalho.
A pesquisa fundamentou-se na Teoria Crítica, se caracterizando como um estudo
de abordagem qualitativa, tendo utilizado como instrumentos a entrevista semi-estruturada,
o questionário e o grupo focal.
Os resultados apontaram que os sujeitos da pesquisa percebem a essencialidade
das categorias igualdade e cidadania quando se trata de repensar a escola em processo de
ruptura com padrões estabelecidos que atendam aos interesses homogeneizantes e de
reprodução das elites; outro aspecto a destacar é a importância dada ao estreitamento dos
espaços entre os atores na definição de políticas; chama ainda a atenção a dificuldade
apresentada na expressão dos sujeitos da pesquisa sobre a relação ente igualdade e
alteridade.
Por fim, aproveitando a oportunidade deste encontro, quando falo para uma
considerável parcela de educadores efetivamente compromissados com a educação, para
chamar a atenção que o desenvolvimento do processo de inclusão na educação
necessariamente passa pelo debate e reflexão acerca da democratização da educação, e
quando falo aqui em educação, diante da enorme polissemia que cerca as nossas palavras,
quero precisar que estou falando de educação pública, e que também precisamos discutir,
refletir sobre as nossas políticas, culturas e principalmente sobre nossas práticas de
igualdade. Igualdade é um tema apaixonante, bastante estudado nas áreas jurídica e
econômica e muito pouco estudado em educação.
É um engano pensar que a igualdade formal, a igualdade de todos perante a lei,
trouxe a reboque a igualdade material e o reconhecimento e valorização da diversidade
humana
Então se quisermos refletir sobre estes princípios na educação pública brasileira,
antes comemorarmos a Declaração de Salamanca é necessário ler e reler o Manifesto dos
Pioneiros da Educação Nova12, que está próximo de completar 80 anos, mas que constitui
um marco de nossas preocupações com o direito de todos à educação pública gratuita e de
qualidade.
Nos últimos tempos tenho me dedicado ao relevante tema da educação integral
e já que estamos falando de cidadania e igualdade entendo como bastante oportuno lembrar
o nosso grande Darcy Ribeiro que, juntamente com Anísio Teixeira, são os mentores da
escola de tempo integral no Brasil. Darcy atribuiu o adjetivo “mentirosa” àquela educação
que não esteja preparada para receber e trabalhar com crianças e jovens que não têm acesso
a bens materiais e simbólicos que definem, de forma direta, o desempenho. É ainda Darcy
Ribeiro quem afirmava ser inviável educar crianças desnutridas ou com problemas de
saúde, odontológicos e outros, em estado de total precariedade, sendo necessário que
associado e em interface com o processo educacional sejam estabelecidos os programas de
efetivo combate a estas desigualdades.

Tal reflexão leva a perguntar, com base no art. 206 da Constituição Federal
(que, preocupa-se com “a igualdade de condições para o acesso e permanência na
escola”), se as condições proporcionadas às crianças das camadas populares na escola
pública permitirá assegurar-lhes a igualdade, em termos de seu processo de
desenvolvimento ou, mesmo minimamente, como preceitua o art. 22 da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, se poderá "assegurar-lhe a formação
comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para
progredir no trabalho e em estudos posteriores"?

12
Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova – constitui documento datado de 1932, que consolidou a visão
de um segmento da elite intelectual, que vislumbrava a possibilidade de interferir na organização da sociedade
brasileira do ponto de vista da educação. Redigido por Fernando de Azevedo, foi assinado por 26 intelectuais,
entre os quais Anísio Teixeira, Afrânio Peixoto, Lourenço Filho, Roquete Pinto, Delgado de Carvalho,
Hermes Lima e Cecília Meireles. Defendia a bandeira de uma escola única, pública, laica, obrigatória e
gratuita (BOMENY, 1991).
Procurando aqui não me alongar mais, louvo o esforço de continuidade da atual
administração da FAETEC em manter viva esta chama da luta pela educação civil cidadã,
mas é preciso debater mais, criar mais espaços de reflexão sobre políticas, culturas e
praticas de educação, só assim estaremos no caminho de uma educação para todos, mas não
a educação da regulação, da homogeneização, mas sim a educação democrática e para a
autonomia, como é justo e necessário.

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