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1. INTRODUÇÃO
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Anápolis, juntamente com outras cidades que abrigavam pólos de
desenvolvimento regional, se empenhava para manter estes terminais.
Desenvolvimento significa prosperar, crescer, e a ferrovia dinamizou o
processo de urbanização no estado: antigas cidades alcançadas pelos trilhos
se modernizaram. (BORGES in COELHO 2004, p.89).
2. HISTÓRIA DE ANÁPOLIS
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Hoje, a cidade está com 308.808 habitantes, sendo a segunda maior
cidade do estado em extensão territorial. A economia anapolina permanece
vinculada ainda ao comércio, tanto local, mas predominantemente de
exportação, abastecido pelo Porto Seco. Outra questão importante da
economia está relacionada com as indústrias farmacêuticas e outras indústrias
localizadas no Distrito Agroindustrial de Anápolis – DAIA.
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se como ponto final dos trilhos, o que a transformou em entreposto comercial
na troca de mercadorias de uma vasta região do estado. A cidade tornou-se
uma espécie de “portal do cerrado”, uma passagem obrigatória pra os
trabalhadores. Em 1950, o município anapolino já era conhecido como pólo
agroindustrial.
3. A CIDADE
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Pontilhão – pequena ponte ferroviária
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Figura 01 - Antiga Estação Suporte Figura 02 - Antiga Estação Central
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ficava a parte industrial. Este sentido de crescimento ao norte deve-se
principalmente pelo fato dos produtos de exportação serem provenientes
destas regiões, principalmente Pirenópolis.
Figura 04 – Mapa de ocupação de Anápolis em 1907 Figura 05 – Mapa de ocupação de Anápolis em 1920-1935
Fonte: POLONIAL, 1995 Fonte: POLONIAL, 1995
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meados de 1950, os produtos eram trazidos, também da região de Jaraguá. A
cidade estendia-se por onde era conveniente para a economia. A estrada de
ferro gerou empregos, logo, a população via como benefício a ocupação ao
longo de trechos que proporcionavam retornos financeiros.
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Figura 08 – Mapa de ocupação de anápolis
depois da ferrovia
Fonte: Núcleo Gestor do Plano Diretor Participativo
de Anápolis – 2005/2006 – modificado pela autora
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Agroindustrial de Anápolis – DAIA, que atualmente ainda é abastecido pela
ferrovia.
Na figura 08, é perceptível como a queda da ferrovia afetou a cidade. As
periferias anapolinas passam a ser ocupadas, deixando de existir a relação dos
moradores com o centro. A economia passa a ser de comércio varejista e o
núcleo inicial da cidade torna-se um lugar de luxo para os moradores, sendo
necessário o surgimento de bairros afastados para abrigar os funcionários que
movimentam a cidade. Nesta figura, há o projeto da nova estrada de ferro, a
Norte-Sul, e serão necessárias desapropriações, o que causará um impacto
negativo sobre os moradores da região sudoeste.
Segundo Panerai (2006, p. 51), entender o processo de crescimento é
importante porque oferece uma apreensão global da aglomeração numa
perspectiva dinâmica. A maneira como as cidades se formam, crescem e se
modificam pode ser explicada pela crise econômica que permaneceu e pela
mudança de natureza da crise urbana. Os bairros acompanham a linha férrea
de 1935. A morfologia urbana é determinada pelo modelo das quadras e das
vias, que surgiam para abastecer e interligar os bairros à linha férrea. Logo, as
quadras se adaptavam para abrigar e organizar a vida da sociedade anapolina
na época da implantação da ferrovia.
Atualmente, em algumas partes da cidade ainda há trechos que
relembram a história anapolina. As estações urbanas estão adaptadas às
funções que lhe foram impostas. No trecho final da estrada de ferro, existem
alguns exemplos de edificações que formavam a composição da paisagem
ferroviária e alguns galpões, ilustrados nas figuras 09 e 10. Com a Plataforma
Logística Multimodal, a linha férrea continua interligando a economia anapolina
às demais.
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Os meios de transporte, o comércio, a educação, o turismo são alguns
dos diversos itens que movimentam e dão vida a uma cidade. Anápolis é
fortemente marcada pelo período anterior e posterior à linha férrea.
Anteriormente, a cidade era um núcleo pequeno que se expandia em torno de
um centro, a Igreja Santana, o ponto inicial do aglomerado. A partir da
implantação dos trilhos, os cidadãos acomodavam-se à medida que facilitasse
o acesso e o fornecimento de produtos à ferrovia.
4. REFERÊNCIAS
LEMOS, Amália Inês G. de; CARLOS, Ana Fani Alessandri. DILEMAS URBANOS – NOVAS
ABORDAGENS SOBRE A CIDADE. São Paulo: Editora Contexto, 2003.
VILLAÇA, Flávio. ESPAÇO INTRA-URBANO NO BRASIL. São Paulo: Studio Nobel, 2001.
Entrevista com Edvaldo Antônio Corrêa e Irene Rodrigues de Oliveira no Museu de Anápolis
em 18/05/2007.
www.ibge.com.br
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