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Economia I

Capitalismo Puro e Socialismo

No conteúdo anterior vimos como os preços e as quantidades de equilíbrio são


determinados separadamente nos mercados individuais de fatores e de produtos. Neste
conteúdo, ampliaremos a nossa análise com o estudo de todo os mercados de recursos e
produtos – o sistema competitivo de mercado, também conhecido como sistema ou
economia de mercado ou simplesmente capitalismo. A imprensa e a televisão informam
regularmente sobre o progresso da Rússia, das nações do Leste Europeu e da China no
seu processo de transição do socialismo para o capitalismo. Quais são precisamente as
características do capitalismo que essas nações estão tentando reproduzir em suas
próprias economias?

Neste conteúdo, iremos apresentar a ideologia do capitalismo e explicaremos


como o capitalismo puro ou o laissez-faire (expressão de origem francesa, que significa
“deixar fazer”) opera. Muito embora o capitalismo puro nunca tenha existido na prática,
ele se constitui numa primeira aproximação às economias como a dos Estados Unidos e
de outras nações industrialmente avançadas. Para ficarmos mais próximo da realidade do
capitalismo moderno, modificaremos essa análise nos próximos conteúdos.

Ao examinarmos o capitalismo puro, discutiremos em primeiro lugar as suas


premissas e instituições básicas – as práticas, as relações e organizações mais
significativas. Em seguida, consideraremos outras instituições que são comuns a todas as
economias industriais avançadas. Por fim, explicaremos como um sistema de mercado
coordena a atividade econômica e contribui para a utilização eficiente dos recursos
escassos. Para que possamos alcançar esse terceiro objetivo, será necessário uma boa
compreensão dos conceitos de oferta e demanda apresentado no capítulo anterior.

A Ideologia Capitalista

Começaremos examinando com detalhes os princípios básicos de definem o


capitalismo:

1. Propriedade privada;
2. Liberdade de escolha e de ação;
3. O auto-interesse como o incentivo dominante entre os agentes;
4. Concorrência;
5. Confiança no sistema de preços e
6. Papel limitado do governo.

Propriedade privada

Num sistema capitalista, os recursos de propriedade (terra, capital) são possuídos


em geral pelos indivíduos e firmas, e não pelo governo. De fato, a propriedade privada
do capital é o caráter distintivo do capitalismo. O direito de propriedade privada e a
liberdade de negociação restritiva apenas pela obediência aos contratos legais permitem
que os indivíduos ou as firmas privadas controlem, empreguem e disponham dos
recursos de propriedade como julgarem mais apropriado. O direito à herança – o direito
do proprietário em determinar quem irá receber a sua propriedade no momento de sua
morte – é o que sustenta a instituição da propriedade privada.

O direito de propriedade é muito importante, pois estimula o investimento, a


inovação, as trocas e o crescimento econômico. Por que alguém iria manter estoques na
loja, construiria uma fábrica ou prepararia a terra para plantação se outro indivíduo,
incluindo o governo, pudesse tomar essa propriedade para seu próprio benefício?
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Os direitos de propriedade também se aplicam à propriedade intelectual, através


de patentes e direitos autorais. Esses mecanismos de longo prazo incentivam as pessoas
a escrever livros, músicas e programas de computador e a inventar novos produtos e
processos de produção, sem temer que outras pessoas os roubem ou se apropriem das
recompensas que eles possam trazer.

Outro papel importante dos direitos de propriedade é que eles facilitam as trocas.
Um título de propriedade de um automóvel ou a escritura de uma fazenda de gado
garantem a uma potencial comprador que o vendedor é seu legítimo proprietário. Por
fim, como os direitos de propriedade, as pessoas podem gastar seu tempo, energia e
recursos produzindo mais bens e serviços, em vez de utilizá-los para proteger e manter a
propriedade que eles já produziram e adquiriram.

Existem amplos limites legais ao direito de propriedade privada. Por exemplo, é


proibida a utilização da propriedade privada para produzir drogas ilegais. Além disso,
mesmo no capitalismo puro, a propriedade governamental de certos recursos pode ser
essencial à produção de “bens públicos”, como por exemplo, defesa nacional, educação
básica, tribunais e prisões.

Liberdade de Escolha e de Ação

A liberdade de escolha e de ação está fundamentalmente relacionada à


propriedade privada. O capitalismo exige que as várias unidades econômicas façam as
escolhas certas, as quais são expressas e implementadas por meio dos mercados
existentes na economia.

Liberdade de ação – significa que as empresas são livres para obter os recursos
econômicos, para organizar estes recursos para a produção dos bens e serviços que eles
escolham e para vendê-los nos mercados que mais as agradem. No capitalismo puro, não
existem obstáculos artificiais, restrições impostas pelo governo ou por outros produtores
que impeçam os empresários de entrar ou sair de uma determinada indústria.

Liberdade de escolha – significa que os proprietários podem empregar ou dispor


de sua propriedade e de seu dinheiro como julgarem melhor. Também significa que os
trabalhadores são livres para desempenhar quaisquer funções para as quais estejam
qualificados. Por fim, significa também que os consumidores têm liberdade, dentro dos
limites impostos pelas suas rendas, para comprar o conjunto de bens e serviços que
melhor atenda às suas necessidades.

A liberdade de escolha do consumidor na economia capitalista é talvez a mais


importante dessas liberdades. O consumidor está numa posição particularmente
estratégica; num certo sentido, o consumidor é soberano. Em última análise, são os
consumidores que determinam, por meio de suas escolhas o que a economia capitalista
deve produzir. As firmas e os fornecedores de recursos decidem livremente o que
produzir, mas dentro de certas restrições. Mais precisamente, eles não são “livres” para
produzir os bens e serviços que os consumidores não desejam, pois produzir tais bens
não seria lucrativo.

O Auto-Interesse – a principal força motora do capitalismo é o auto-interesse.


Cada unidade econômica tenta fazer o que é melhor para si mesma. Os empresários têm
por objetivo maximizar os lucros de suas firma ou, caso estejam operando em
circunstâncias adversas, minimizar os prejuízos. Os fornecedores de recursos tentam
obter o preço mais alto possível na venda ou aluguel de seus recursos. Os trabalhadores
tentam maximizar a sua utilidade (satisfação) encontrando empregos que ofereçam a
melhor combinação entre salários, benefícios marginais e condições de trabalho. Os
consumidores, ao comprar um certo bem, buscam obtê-lo ao preço mais baixo possível.
Os consumidores também alocam as suas despesas de forma a maximizar a sua
utilidade. Em resumo, o capitalismo considera que o auto-interesse é o modus operandi
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para as várias unidades econômicas, à medida que tais unidades expressam livremente
as suas escolhas. Dessa forma, a motivação do auto-interesse dá direção e coerência ao
que seria, do contrário, uma economia extremamente caótica.

Concorrência

A liberdade de escolha exercida pelos indivíduos na busca de ganhos monetários


para si mesmo é a base da concorrência. A concorrência, na sua forma pura, requer:

1. Grande número de compradores e vendedores atuando de forma


independente nos mercados de produtos ou recursos;
2. Liberdade dos compradores e vendedores em entrar e sair de qualquer
mercado, de acordo com o seu auto-interesse econômico;

Grandes Números – A essência da concorrência é a ampla difusão do poder


econômico entre os dois agentes principais – firmas e famílias – que compõem a
economia. Quando muitos compradores e muitos vendedores estão num determinado
mercado, nenhum comprador ou vendedor é capaz de influenciar o preço de um
produto ao demandar ou ofertar uma quantidade muito grande do mesmo. Vamos
examinar o conteúdo dessa afirmação a partir do lado da oferta do mercado de um
produto.

Sabemos que quando um produto de torna muito escasso seu preço aumenta.
Uma geada inesperada no sul do Brasil pode afetar a colheita de cítricos e aumentar
bastante o preço das laranjas. Do mesmo modo, se um único produtor ou um pequeno
grupo de produtores atuarem juntos e tentarem de alguma forma restringir a produção
total de um certo produto, eles poderão aumentar o preço e se beneficiar com isso. Ao
controlar oferta, uma firma pode alterar as condições de mercado voltando-as para o seu
próprio interesse. A concorrência na sua forma mais pura significa que existem tantas
firmas atuando de forma independente que elas quase não têm influência sobre a oferta
de mercado ou então sobre o preço, pois elas estão contribuindo com uma fração muito
reduzida da produção total.

Suponha que existam 10.000 fazendeiros, cada qual produzindo e vendendo 100
alqueires de trigo no mercado de grão do Brasil, quando o preço do trigo é $4 por
alqueire. Será que um único fazendeiro que se sentisse insatisfeito com esse preço
poderia causar uma escassez artificial de trigo e elevar o preço acima de $4? A resposta
é “não”. Mesmo que o fazendeiro Jones tivesse retido completamente sua produção, ele
reduziria a quantidade total ofertada de 1.000.000 para 999.900 alqueires. Mas isso não
representa escassez! A oferta estaria quase inalterada, e o preço de $4 estaria mantido.

Concorrência significa que cada vendedor está fornecendo uma quantidade


minúscula da oferta total de mercado. Os vendedores individuais não podem produzir
variações sensíveis na produção total: portanto, um vendedor, como produtor individual,
não pode manipular o preço do produto. É por essa razão que os economistas dizem que
o vendedor individual em condições de concorrência está “à mercê do mercado”.

O mesmo raciocínio aplica-se ao lado da demanda do mercado. Existem muitos


compradores atuando de forma independente. Portanto, os compradores individuais não
podem manipular o mercado em benefício próprio, recusando-se a comprar ao preço de
mercado.

Um produtor que cobre um preço acima do preço de equilíbrio irá perder vendas
para outros produtores. Um empregador que esteja pagando abaixo do salário de
equilíbrio perderá empregados para outras firmas. Portanto, a concorrência é a força
reguladora básica no capitalismo puro.
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Entrada e Saída Fáceis – A concorrência também implica que seja fácil para os
produtores entrar ou sair de uma indústria; não existem barreiras artificiais à expansão
ou à contração de indústrias específicas. Essa liberdade de uma indústria em contrair-se
ou expandir-se fornece a uma economia de mercado a flexibilidade necessária para
permanecer eficiente ao longo do tempo. A liberdade de entrada e saída permite à
economia ajustar-se às variações nas preferências dos consumidores, na tecnologia e na
disponibilidade e recursos.

Mercados e Preços

O mecanismo básico de coordenação de um sistema capitalista é o sistema de


mercado. Não existe capitalismo sem uma economia de mercado. As decisões tomadas
pelos compradores e vendedores de produtos e de recursos se expressam por meio de
um sistema de mercado. Nos capítulos anteriores vimos que o mercado é um mecanismo
ou acordo que coloca compradores (demandantes) e vendedores (ofertantes) em contato
uns com os outros. As preferências de compradores e vendedores são registradas no lado
da demanda e da oferta nos vários mercados, e o resultado dessas escolhas é um
conjunto de preços para os produtos e recursos. Os preços são a base sobre a qual os
fornecedores de recursos, os empresários e consumidores decidem e revisam livremente
suas escolhas, à medida que buscam o seu próprio interesse.

Da mesma forma que a concorrência é o mecanismo de controle, o sistema de


mercado e preços é a força de organização básica do capitalismo. O sistema de mercado
é um elaborado sistema de comunicação por meio do qual uma quantidade inumerável
de escolhas individuais é registrada, resumida e comparada umas com as outras. Aqueles
que obedecem ao que o sistema de mercado dita são recompensados; aqueles que o
ignoram são penalizados pelo sistema. Por meio desse sistema de comunicação, a
sociedade decide o que a economia deve produzir, como a produção pode ser organizada
eficientemente e como os resultados do esforço produtivo devem ser distribuídos entre
as unidades econômicas individuais que constituem o capitalismo.

O sistema de mercado não é apenas o mecanismo pelo qual a sociedade decide


como alocar seus recursos e distribuir a produção resultante, mas é também o sistema
pelo qual as decisões são levadas a efeito.

Governo Limitado

Uma economia capitalista pura promove um alto grau de eficiência na utilização


de seus recursos. Existe pouca necessidade de intervenção governamental na operação
dessa economia, além de seu papel de impor amplos limites legais ao exercício das
escolhas individuais e à utilização da propriedade privada. O conceito de capitalismo puro
como uma economia que se regula e se ajusta por si mesma exclui qualquer papel
econômico adicional para o governo.

Outras Características

A propriedade privada, a liberdade de ação e de escolha, o interesse próprio como


uma força motivadora, a concorrência e a confiança no sistema de mercado estão quase
que exclusivamente associados com o capitalismo puro.

Além disso, existem instituições e práticas que caracterizam todas as economias


modernas, incluindo aquelas economias que são centralmente planificadas:

1. A utilização de tecnologia avançada e de amplas quantidades de bens


de capital;
2. Especialização e
3. A utilização da moeda.
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A tecnologia avançada e a especialização são pré-requisitos para o emprego


eficiente dos recursos de uma economia. A utilização de moeda ajuda a sociedade a se
especializar e a utilizar a tecnologia avançada.

Utilização Extensiva de Tecnologia e de Bens de Capital

Todas as economias industriais avançadas estão baseadas na tecnologia mais


avançada e na utilização extensiva dos bens de capital. No capitalismo puro, a
oportunidade e a motivação para o progresso tecnológico são criadas pela concorrência,
pela liberdade de escolha, pelo interesse próprio e pelo fato de que a recompensa
monetária pelos novos produtos ou novas técnicas de produção vai diretamente para o
inovador. Desse modo, o capitalismo puro incentiva a utilização extensiva e o rápido
desenvolvimento de bens de capital complexos: ferramentas, maquinaria, fábricas que
produzem em larga escala e instalações para armazenagem, comunicação, transporte e
marketing. Numa economia centralmente planificada, ao contrário, a motivação para o
progresso tecnológico é fraca; deve surgir através das ordens do planejador central.

Por que os bens de capital e o progresso tecnológico são importantes? Porque o


método mais direto de se fabricar um produto é geralmente o menos eficiente. As
ineficiências da produção direta podem ser evitadas pela produção indireta – a
construção e a utilização de capital para auxiliar na produção de bens de consumo. Seria
ridículo para um fazendeiro realizar o seu trabalho com as mãos vazias. Existem amplos
benefícios obtidos – na forma de produção mais eficiente e, portanto, de uma produção
mais abundante – com a criação de ferramentas de produção (equipamentos de capital)
e sua utilização no processo produtivo. A produção do fazendeiro aumentará com a
utilização de um trator, arado, etc. Existem formas mais eficientes para um fazendeiro
obter água de um poço do que simplesmente tirá-la com a mão!

Mas devemos fazer uma observação. Lembre-se da principal mensagem da curva


de possibilidade de produção: se uma economia está operando em sua curva de
possibilidade de produção, os recursos utilizados para a produção de bens de capital
devem ser desviados da produção de bens de consumo. A sociedade deve sacrificar
alguns bens de consumo hoje para produzir os bens de capital que lhe permitirão ter
mais bens de consumo amanhã. Maior abundância amanhã requer sacrifícios hoje.

Especialização

É impressionante até onde a sociedade se baseia na especialização. A maior


parte dos consumidores não produz quase nada dos bens e serviços que consome, e
ainda, consome pouco ou quase nada do que produz. O trabalhador que gasta a maior
parte de sua vida construindo componentes de motores navais pode nunca “consumir”
um cruzeiro no mar. O trabalhador que dedica 8 horas por dia à instalação de janelas nos
carros Ford pode comprar um Honda. Poucas famílias pensam em produzir a sua própria
comida, seu abrigo ou suas roupas. Muitos fazendeiros vendem o seu leite para a
cooperativa local e compram margarina na mercearia do bairro. Há muito que a
sociedade aprendeu que a auto-suficiência gera ineficiência. O “pau-para-toda-obra”
pode ser um indivíduo esperto, mas certamente não é eficiente.

Divisão do Trabalho

De que maneira a especialização humana – a chamada divisão do trabalho –


melhora a produção da sociedade?

1. Utiliza diferentes habilidades – A especialização permite que os indivíduos se


beneficiem das suas diferentes habilidades e talentos. Se o homem das cavernas
A é forte, veloz e acurado com uma lança e o homem das cavernas B é fraco e
lento, mas paciente, essa distribuição de talentos pode ser utilizada de forma
mais eficiente se o indivíduo A caça e o indivíduo B pesca.
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2. Permite aprender fazendo (learning by doing) – Mesmo se as habilidades


dos indivíduos A e B forem idênticas, a especialização ainda pode ser vantajosa.
Dedicando todo o seu tempo a uma única tarefa, você mais provavelmente
desenvolverá as habilidades apropriadas e descobrirá melhores técnicas do que
dividendo seu tempo entre um grande número de tarefas diferentes. Você só
aprende a ser um bom caçador caçando!
3. Poupa tempo – A especialização – dedicar todo o tempo de alguém a uma única
tarefa – evita a perda de tempo envolvida na mudança de um trabalho para o
outro.

Por todas essas razões, a divisão do trabalho resulta em maior produção total a
partir dos recursos limitados de uma sociedade.

Especialização Geográfica – A especialização também opera em bases regionais e


internacionais. As laranjas poderiam ser cultivadas no Nebraska, mas, devido à
inconveniência da terra, à precipitação atmosférica e a temperatura, os custos seriam
muito altos. A Flórida poderia alcançar algum sucesso na produção do trigo, mas por
razões similares tal produção seria custosa. Isso explica porque os habitantes do
Nebraska produzem os bens – trigo em particular – para os quais seus recursos são mais
bem adaptáveis, e os habitantes da Flórida fazem o mesmo, produzindo laranjas e outros
cítricos. Ao se especializarem ambos produzem uma quantidade maior de bens do que
aquela necessária em nível local. Assim, os habitantes de Nebraska e os habitantes da
Flórida trocam seus excedentes – trigo por laranja. A especialização permite que cada
área produza os bens nos quais é mais eficiente, e possibilita que ambos os produtores
desfrutem de maior quantidade de todos os bens do que seria possível de outra maneira.

Do mesmo modo, em termos internacionais, os Estados Unidos se especializam


em itens tais como aeronaves comerciais e computadores e os exportam em troca de
produtos eletrônicos do Japão, bananas de Honduras e artesanato da Tailândia. Tanto a
especialização humana quanto a especialização geográfica são essenciais para a
utilização eficiente dos recursos escassos.

Utilização da Moeda

Quase todas as economias, avançadas ou primitivas, utilizam o dinheiro. Este


cumpre várias funções, mas a primeira e mais importante é a função de meio de troca,
porque facilita o comércio.

No nosso exemplo, os habitantes de Nebraska devem troca o trigo que produzem


pelas laranjas da Flórida se ambos os estados pretendem dividir os benefícios da
especialização. Se o comércio entre os estados fosse muito caro ou proibido por alguma
razão, os ganhos da especialização estariam perdidos. Assim sendo, Nebraska e Flórida
seria obrigados a atuar de forma mais auto-suficiente – produziriam tanto laranja quanto
trigo e todos os demais produtos que seus consumidores desejassem. Um meio
conveniente e barato de trocar bens é um pré-requisito da especialização.

A troca pode ocorrer com base em escambo, isto é, a troca de bens por bens,
como por exemplo trigo por laranjas. Mas tal troca pode impor sérios problemas para a
economia, pois ela requer uma dupla coincidência de necessidades. No nosso exemplo,
admitimos que os habitantes de Nebraska possuem excesso de trigo para comercializar e
desejam adquirir laranjas. Consideramos também que os habitantes da Flórida possuem
excesso de laranja para trocar e que querem adquirir trigo. Contudo, se essa coincidência
de desejos não existisse, o comércio entre eles não seria possível.

Suponha que Nebraska não esteja interessado em adquirir as laranjas da Flórida,


mas sim as batatas de Idaho. Ironicamente, Idaho deseja adquirir as laranjas da Flórida,
mas não quer o trigo de Nebraska. Para tornar a história mais complicada, suponha que
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a Flórida deseja um pouco de tribo de Nebraska, mas não as batatas de Idaho. A


situação está resumida na Figura abaixo.

Em nenhum desses casos existe coincidência de desejos. O comércio via escambo


entre essas economias seria com certeza muito difícil. Para superar esse impasse, as
economias utilizam a moeda, que é simplesmente uma instituição social conveniente
para facilitar as trocas de bens e serviços. Historicamente, gado, tabaco, conchas,
pedras, pedaços de metal e muitos outros bens foram utilizados como moeda, com
variado grau de sucesso, como um meio de facilitar as trocas.

Mas para desempenhar o papel de moeda um item precisa passar em apenas um


teste: Ele deve ser de aceitação generalizada pelos vendedores na troca pro bens e
serviços. A moeda é definida em nível social; tudo aquilo que a sociedade aceita como
meio de troca é moeda.

NEBRASKA
Possui excedente de trigo.
Deseja adquirir batas

(1)Dinheiro (2)Dinheiro

(1)Trigo (2)Batatas

(3)Laranjas

FLÓRIDA IDAHO
Possui excedente de laranjas. Possui excedente de batatas.
Deseja adquirir trigo Deseja adquirir laranjas

(3)Dinheiro

Muitas economias aceitam pedaços de papel como moeda. É o que acontece com
a economia Nebraska-Flórida-Idaho; os três estados utilizam papel-moeda, o dólar, como
moeda. A utilização de dólares como meio de troca permite que essas economias
superem seu impasse comercial, como demonstrado na Figura acima.

Em termos mais específicos:

1. Os habitantes da Flórida trocam moeda por parte do trigo de Nebraska;


2. Os habitantes de Nebraska trocam a moeda recebida da venda do trigo por
parte das batatas de Idaho;
3. Os habitantes de Idaho trocam a moeda recebida da venda de batatas por
parte do excedente de laranjas da Flórida.

A aceitação do papel-moeda (ou qualquer outro tipo de moeda) como meio de


troca permite um comércio em três vias, que possibilita que cada estado se especialize
na produção de um produto e obtenha o(s) outro(s) produto(s) que seus residentes
desejam, apesar da ausência de coincidência de desejos entre quaisquer duas das
partes. Caso a troca se baseasse na coincidência de desejos, não teria permitido o
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comércio e também não permitiria que os três estados se especializassem. A eficiência


da especialização não teria ocorrido para esses estados.

Em termos globais, o fato de diferentes nações possuírem diferentes moedas


atrapalha a realização da troca e da especialização internacional. Contudo, os mercados
de troca internacionais permitem que os residentes americanos, japoneses, alemães,
britânicos e mexicanos troquem dólares, ienes, marcos, libras e pesos uns pelos outros
para realizar as trocas internacionais de bens e serviços.

Socialismo

Em um sistema socialista os recursos são alocados por instruções expressas de


alguma autoridade superior. Quais bens e serviços devemos produzir? Aqueles que
temos ordens produzir. Como devemos produzir? Da maneira como mandam que
façamos. Quem deve ficar com o produto? Quem a autoridade determinar.

Em uma economia (centralizada) socialista, o governo planeja a maneira como os


recursos são alocados. É por isso que as economias centralizadas são também chamadas
economias de planejamento centralizada. Mas as economias centralizadas estão
desaparecendo rapidamente. Até poucos anos atrás, entre os exemplos estariam a ex-
União Soviética, a Polônia, a Romênia, a Bulgária, a Albânia e muitos outros países. A
partir do fim da década de 80, todos esses países abandonaram o planejamento
centralizado. Os únicos exemplos restantes são Cuba, China e Coréia do Norte, e mesmo
essas economias – embora ainda dominadas pelo planejamento centralizado – estão se
afastando dessa corrente.

Propriedade dos Recursos

Outra característica importante dos sistemas econômicos se refere a como


funciona a propriedade sobre os recursos. O proprietário de um recurso – seja um
terreno, uma fábrica ou o tempo de trabalho da própria pessoa – determina como ele
será utilizado e recebe renda quando outros o usam. E há, na história humana, três
modos principais de propriedade sobre recursos.

Sob a propriedade comunitária, os recursos são de propriedade de todos, ou de


ninguém, dependendo do ponto de vista. Estão à disposição de quem quiser, nenhuma
pessoa ou organização impõe restrições ao seu uso ou cobra tarifas por eles. É difícil
encontrar economias com propriedade comunitária considerável sobre os recursos. Karl
Marx acreditava que, com o tempo, todas as economias se desenvolveriam para atingir a
propriedade comunitária e chamou de comunismo o sistema que previu. Na verdade,
nenhuma das economias que se intitulavam marxistas (como a ex-União Soviética)
atingiu a visão comunista de Marx. Isso não deve surpreender, pois a propriedade
comunitária em ampla escala só pode funcionar quando não há conflitos entre os
indivíduos a respeito de como os recursos devem ser usados. Assim, o comunismo exige
o fim da escassez – algo muito pouco provável no futuro previsível.

Ainda assim, há exemplos de propriedade comunitária em menor escala. As


aldeias tradicionais mantêm propriedade comunitária sobre a terra e, por vezes, o gado.
Em algumas fazendas cooperativas de Israel – os chamados kubbutzin – a terra e o
capital são de propriedade de todos os membros. Muitas vezes há um só televisor, uma
única cozinha e apenas uma sala de brincar para as crianças – tudo de propriedade
comunitária. Podem surgir conflitos quando as pessoas divergem a respeito de como
esses recursos podem ser usados, mas quaisquer conflitos são resolvidos por consenso e
não por decreto ou pelo estabelecimento de tarifas pelo uso.

Mais perto de nós, a maioria das famílias funciona com base no princípio da
propriedade comunitária. A casa, o televisor, o telefone e a comida que está na geladeira
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são tratados como se fossem possuídos conjuntamente. De forma mais ampla, quem é o
“dono” de nossas calçadas, ruas e praias públicas? Na verdade, ninguém. Na prática, os
cidadãos estão livres para utilizá-los sempre que quiserem. Isso é, essencialmente,
propriedade comunitária.

Sob o socialismo, o Estado detém a maioria dos recursos. O melhor exemplo é a


ex-União Soviética, onde o Estado era proprietário de toda a terra e todos os bens de
capital existentes no país. De muitas maneiras, era também proprietário do trabalho dos
lares individuais, na medida em que era o único empregador do país e o desemprego era
considerado crime.

A propriedade estatal também existe entre economias não socialistas. Nos Estados
Unidos, os parques nacionais, os sistemas estaduais de estradas de rodagem, as bases
militares, as faculdades e universidades públicas e os edifícios governamentais são todos
recursos de propriedade do Estado. Mais de um terço do território do país é de
propriedade do Governo Federal. As Forças Armadas, mesmo sob o atual sistema de
serviço militar voluntário, são um exemplo em que o Estado é proprietário do trabalho do
soldado – ainda que por um período limitado.

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