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Disciplina Biologia II
6.1 Nomenclatura
Considerando uma espécie qualquer, o milho por exemplo, ela possui uma série
de características que a distingue de outra espécie qualquer. Muitas vezes pode ocorrer de
duas espécies possuírem caracteres tão semelhantes que é difícil distingui-las, ou ainda,
possuírem uma grande variabilidade de formas. Isto ocorre devido ao próprio processo
evolutivo, ou seja, muitas espécies não estão definidas ou estão em processo de formação
de duas ou mais.
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c. Todos os nomes devem ser escritos em latim ou latinizados. Isso porque o latim é
uma língua "morta" e não sofre modificações (não evolui). Além disso, não nacionaliza a
ciência, já que não dá preferência a nenhuma nação atual.
d. Os nomes de taxa devem ter a letra inicial maiúscula, exceto de espécie.
e. O nome científico de uma espécie é sempre formado por duas palavras
(nomenclatura binomial, já descrita no texto).
f. O nome científico da espécie deve vir acompanhado do nome (abreviado) do autor
que a descreveu. Ex.: Rosa alba L. Quando ocorre dois nomes de autores, sendo o
primeiro entre parênteses, significa que o segundo modificou a posição sistemática. Ex.:
Bulbostylis capillaris (L.) Clarke.
g. O nome científico da espécie deve vir grifado ou destacado no texto.
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Tabela 6.1 : Resumo dos principais sistemas de classificação utilizados para vegetais.
EICHLER, 1883 TIPPO, 1942 WITTAKER, BOLD, 1970
1969
7. Algas
Embora não se possa descrever a organização da vida primitiva com absoluta
certeza, os registros fósseis indicam firmemente que organismos semelhantes às algas atuais
viveram há mais de três bilhões de anos. Isso não permite afirmar categoricamente que as
algas foram os seres vivos mais antigos, pois os registros fósseis são sempre incompletos,
mas há indícios de que as algas, juntamente com as bactérias e certos fungos, são
organismos extremamente antigos (Bold, 1972). Por isto e em virtude da relativa
simplicidade da maioria das algas, o estudo sobre a diversidade do reino vegetal se iniciará
nesses organismos.
O termo alga, usado a partir de 1753 e introduzido por Lineu é aplicado a uma
variedade tão grande de organismos que hoje não se pode atribuir um significado preciso a
ele. As algas abrangem as Talófitas clorofiladas (e seus aparentados não pigmentados) que
têm como único caráter comum a ausência do envoltório multicelular nos esporângios e
gametângios, tal como ocorre nas briófitas mais primitivas. A única exceção é o gametângio
das Caráceas.
As algas habitam água doce ou salgada e podem ocorrer também no solo ou em
associação com fungos (formando os líquens), vegetais ou certos animais.
Por serem organismos fotossintetizantes têm um importante papel como produtores
primários formando a base do ciclo nutricional para a vida aquática animal. Além disso
oxigenam o ambiente e ainda podem fixar nitrogênio atmosférico (cianofíceas).
As algas ainda podem ser úteis ao homem de várias maneiras: como alimento (muitas
espécies marinhas são utilizadas como alimento pelos orientais) ou em dentifrícios e etc. Por
outro lado, muitas algas podem excretar produtos tóxicos ao homem e demais animais,
como é o caso da "maré vermelha" que mata peixes e ocorre devido a um "bloom"
(crescimento excessivo) de Gonyaulax e outras pirrófitas.
denominada frústula. Esta é formada por duas partes, as tecas, que se encaixam uma na
outra. Essas algas se reproduzem por cissiparidade, ocorrendo inicialmente um afastamento
das duas metades seguido de divisão do núcleo e das outras partes. Cada célula-filha ficará
com uma das tecas e será formada outra no interior da restante. Assim, uma célula-filha terá
o tamanho igual da célula-mãe e a outra será menor. Após várias gerações, onde as algas
vão diminuindo de tamanho, as células acabam abandonando a cápsula, aumentando de
volume e gerando uma nova frústula completa (figura 7.1).
A formação do auxósporo (do grego = aumentar) muitas vezes é acompanhado de
reprodução sexuada entre duas células que abandonaram suas frústulas ao mesmo tempo.
c) Hormogônios: nas cianofíceas filamentosas, cada "fio" é uma colônia filamentosa que
não ultrapassa certo comprimento, podendo se multiplicar por fragmentação. Cada
filamento que se separa da colônia recebe o nome de hormogônio. Essa separação pode se
dar por morte de algumas células do filamento, isolando o fragmento, ou por simples quebra
do filamento.
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Figura 7.2: Tipos de reprodução sexuada com base na forma dos gametas. (a) isogamia:
os gametas têm igual tamanho e forma. (b) anisogamia, um gameta (convencionalmente dito
masculino, é menor que o outro. (c) oogamia, onde o gameta feminino é imóvel.
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Zigoto(2n)
(n)
Mitose
germinação
Zigoto (2n) fecundação (n) gametas
(n)
Obs: indivíduo diplonte = geração esporofítica = esporófito
indivíduo haplóide = geração gametofítica = gametófito
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Divisão 1 : Cianophyta
Divisão 2: Chlorophyta
Incluem-se nesta divisão as algas verdes. Contém clorofila a, b, ? -caroteno e várias
xantofilas (principalmente luteína). As células contém de um a muitos núcleos (cenocíticas) e
desde um até muitos cloroplastos com as formas mais diversas.
São de distribuição tão ampla quanto as algas azuis, porém têm predominância nas
formações de água doce. Há muitas formas tubulares e membranosas marinhas. Existem
representantes unicelulares, coloniais, filamentosos, membranosos e tubulares. A
reprodução sexuada vai desde a isogamia até oogamia. Além disso, em muitos gêneros
ocorre reprodução assexuada por zoósporos, por ex: Chlamydomonas. A reprodução
assexuada pode-se fazer por simples divisão, pela dissociação de filamentos ou pela
formação de zoósporos, aplanósporos ou autósporos. Algumas algas verdes filamentosas
não ramificadas, como Spirogyra reproduzem-se sexuadamente por um processo de
conjugação, que consiste na união de gametas amebóides. Em certas ordens há uma nítida
alternância de gerações. Apresentam amido como material de reserva (nos pirenóides).
Em certas espécies não há, basicamente, paredes transversais ou septos dividindo as
células ao longo de toda a fase vegetativa do ciclo vital. Tais células não divididas e
multinucleadas são chamadas cenocíticas e resultam de repetidas divisões nucleares sem a
formação de paredes celulares. Codium magnum, a maior clorofícea conhecida, é um
membro desta linha evolutiva e pode atingir até 8 metros de comprimento.
Clorofíceas multicelulares: um dos passos mais críticos na história dos vegetais foi
a transição da condição de célula solitária, tal como Chlamydomonas, para de
multiplicidade celular. Encontram-se vários tipos de multiplicidade celular entre as
clorofíceas , dependendo do plano no qual as divisões ocorrem. Caso as divisões se
restrinjam a um único plano, resultarão filamentos (por exemplo, Spirogyra). Caso ocorram
divisões em dois planos, podem originar filamentos ramificados (é o caso de Cladophora)
ou lâminas planas. Se as divisões forem em três planos, haverá a formação de um corpo
tridimensional como ocorre em Ulva (alface do mar).
A figura 7.3 mostra esquemas de alguns gêneros da Divisão Chlorophyta.
Divisão 3: Euglenophyta
Os euglenóides, como são chamados, são unicelulares flagelados e bem
conhecidos através de exemplos como Euglena, Phacus e Trachelomonas. Não
apresentam parede celular, mas sim uma película ou lórica (em Trachelomonas). Vivem
em água doce, mas podem habitar água salgada, geralmente são mixotróficos e alguns
heterotróficos.
Possuem clorofila a e b e carotenóides. Armazenam carboidratos na forma de
paramido, que se forma fora do cloroplasto.
A reprodução se dá por divisão celular. As células se dividem longitudinalmente
formando duas células novas idênticas. Não há reprodução sexuada conhecida.
As formas são flageladas, sendo um flagelo longo emergente com pêlos muito finos
em um dos lados e um outro flagelo pequeno, não emergente.
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Classe Xanthophyceae
Algas verde-amarelas, com clorofila c, na maioria unicelular, flagelada (2 flagelos lisos
de tamanhos diferentes), algumas filamentosas, cenocíticas e coloniais. Vivem
preferencialmente em água doce. Material de reserva: crisolaminarina, não têm fucoxantina.
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A reprodução sexuada é como nas clorófitas. Competiram com as algas verdes pelas águas
continentais e não foram bem sucedidas.
Classe Bacillariophyceae (Diatomáceas).
As diatomáceas diferem das demais Crisófitas pela ausência de flagelos (presentes
apenas em alguns gametas masculinos) e pela parede celular peculiar (dividida em duas
partes).
A maior parte das Chrysophyta pertencem a
este grupo. São chamadas diatomáceas porque o talo
é dividido em duas partes (duas tecas ou valvas que
formam a frústula) que se encaixam uma na outra. A
maioria é unicelular ou filamentosa, poucas são
coloniais. As células contém de dois a muitos
cloroplastos.
As paredes celulares das diatomáceas
(frústulas) são formadas por pectina e fortemente
impregnadas com sílica e por isso persistem após a
morte do protoplasma interior, formando grandes
depósitos de frústulas. Esses depósitos de "diatomito",
formados essencialmente de carapaças de
diatomáceas, encontram larga aplicação na indústria,
como material refratário ao calor; como filtro especial
para líquidos corrosivos; como abrasivo usado em
dentifrícios, etc. Tais depósitos ocorrem em várias
partes do mundo, no Brasil aparecem na região
nordeste.
Motilidade das Diatomáceas: Apesar da
ausência de flagelos e de outras organelas
locomotoras, muitas espécies de diatomáceas penales
são móveis. A locomoção resulta de uma secreção
rigorosamente controlada que ocorre em resposta a
estímulos químicos e físicos. Todas as diatomáceas
móveis parecem possuir, ao longo da célula, um sulco
delicado (a rafe) que aparentemente evoluiu para um
aparelho locomotor.
Divisão 7: Pyrrophyta
Também chamados de Dinoflagelados, a maior parte dos membros dessa divisão são
organismos unicelulares, biflagelados, muitos dos quais são marinhos e outros de água doce.
São conhecidas cerca de 2100 sp, muitas abundantes e de alta produtividade no plâncton
marinho.
Os dinoflagelados apresentam 2 flagelos que se movem no interior de dois sulcos, um
dos quais circunda a célula como um cinto e o outro mostra-se perpendicular àquele. A
oscilação dos flagelos nos respectivos sulcos faz com que o organismo gire como um pião
grande se movimenta.
Uma grande parte dos dinoflagelados apresenta placas de celulose duras que formam
uma parede (teca) como se fosse uma armadura. As placas encontram-se no interior da
membrana plasmática e não no seu exterior como a parede celular da maioria das algas
(figura 24).
A maior parte dos dinoflagelados contém clorofilas a e c, mascaradas por
carotenóides. Há algumas espécies heterotróficas desprovidas de pigmentos e a substância
de reserva é o amido.
Muitos dinoflagelados são bioluminescentes, capazes de converter a energia
química em energia luminosa, fluorescendo as águas à noite como por exemplo, Noctiluca
scintillans. O dinoflagelado Gymnodinium breve é o responsável pela maioria das marés
vermelhas e suas conseqüências no Golfo do México. OBS: O mar vermelho,
aparentemente, recebeu esse nome graças aos “blooms” de Trichodesmium, uma
cianobactéria vermelha.
Os dinoflagelados simbiontes não possuem tecas e ocorrem como células esféricas
douradas, chamadas zooxantelas. Essas são responsáveis principalmente pela produtividade
fotossintética que possibilita o desenvolvimento de recifes de coral em águas tropicais,
notoriamente pobres em nutrientes. Os tecidos dos corais podem conter cerca de 30.000
dinoflagelados / ml. Neste caso, os dinoflagelados produzem ao invés de amido glicerol, que
é diretamente usado na nutrição dos corais.
Reprodução: divisão longitudinal
Zoósporos.
Poucas têm reprodução assexuada.
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Divisão 8 : Haptophyta
Principalmente água salgada, mas com algumas espécies de água doce geralmente
unicelulares, com dois flagelos lisos iguais ou não no tamanho. Se caracterizam por
apresentarem o haptonema que é um tipo de flagelo geralmente em espiral pelo qual o
organismo pode se fixar em substratos. Podem ter o corpo coberto por escamas orgânicas
(celulose) ou inorgânicas (CaCO3 os cocolitoforídeos).
Material de reserva: Crisolaminarina.
Pigmentos: Clorofila e fucoxantina.
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8 Briófitas
Acredita-se que as plantas terrestres tenham se desenvolvido a partir de algas verdes
aquáticas. As evidências que suportam esta hipótese incluem o fato de que as algas verdes
apresentam muitas características bioquímicas e metabólicas em comum com as plantas
terrestres. Ambas contém os mesmos tipos de pigmento fotossintético (clorofila a, b e
carotenóides) e também armazenam o excesso de carboidrato sob a forma de amido . Além
disso, pode-se ainda dizer que tanto algas verdes como plantas terrestres apresentam a
celulose como o maior componente das paredes celulares.
As plantas usam a clorofila para absorver a energia radiante que é então convertida
em energia química encontrada nos carboidratos. Em adição às clorofilas a e b, todas as
plantas têm carotenóides.
Uma das adaptações mais importantes das plantas para sobreviver no meio terrestre
é uma cobertura cerosa, a cutícula, sobre suas partes aéreas. A cutícula é essencial para a
existência no meio terrestre, pois ajuda a prevenir a evaporação e dessecamento dos
tecidos vegetais. Mas não podemos esquecer que as plantas terrestres obtém sua fonte de
carbono da atmosfera, (o CO2). Este gás deve ser acessível aos cloroplastos dentro das
células e, de certa forma, existe uma pequena troca de gases através da cutícula. Porém, o
CO2 e O2 são realmente trocados através de finas aberturas, ou estômatos, nos caules e,
principalmente, nas folhas.
Os vegetais superiores têm os órgãos sexuais multicelulares, ou gametângios, que
possuem uma camada de células estéreis circundando os gametas. Cada órgão feminino, o
arquegônio, produz um único ovo (oosfera). O anterídio (gametângio masculino) produz
anterozóides. A oosfera fertilizada se desenvolve num embrião multicelular dentro do
gametângio feminino. Existe uma alternância de gerações claramente definida. A porção
haplóide do ciclo de vida é chamada de geração gametofítica porque origina os gametas,
por mitose. A porção diplóide do ciclo de vida é a geração esporofítica, que produz
esporos imediatamente após a meiose.
O gametófito produz anterídeos e arquegônios. O anterozóide alcança o
arquegônio numa variedade de caminhos e funde-se com a oosfera, resultando num zigoto.
Este processo é conhecido como fertilização. O zigoto é diplóide e é a primeira célula na
geração esporofítica. Ele se divide por mitose e desenvolve-se num embrião multicelular que
é suportado e protegido pelo gametófito. Eventualmente, o embrião maduro é o esporófito.
O esporófito tem células que são capazes de se dividir por meiose. Estas células sofrem
divisão meiótica e formam esporos haplóides. Os esporos representam o primeiro estágio
na geração gametofítica e por mitose forma o gametófito, continuando o ciclo.
Os musgos e outras briófitas são plantas não-vasculares. Algas aquáticas têm pouca
necessidade de um sistema vascular porque seu ambiente aquático transporta seu alimento e
outras substâncias essenciais. Em contraste, plantas terrestres que não têm tecido vascular
são restritas em tamanho, já que elas não tem como transportar alimento, água e minerais
essenciais por distâncias extensas. Além disso, desde que necessitam de um meio ambiente
úmido para reprodução, a maioria das briófitas é encontrada ativamente crescendo em
áreas úmidas, embora algumas tolerem áreas secas.
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Devemos salientar aqui que as briófitas, junto com certas algas, são consideradas as
únicas plantas não vasculares. No entanto, em vários musgos o caulídio dos gametófitos e
esporófitos têm um filamento central de células condutoras de água conhecidas como
hidróides. Os hidróides são células alongadas com paredes inclinadas delgadas e altamente
permeáveis à água e solutos. Eles lembram os elementos traqueais de plantas vasculares
pela ausência de protoplasto vivo; conseqüentemente, os hidróides são vazios quando
adultos. Diferente dos elementos traqueais, entretanto, os hidróides especializados não
possuem paredes espessadas. Em alguns gêneros de musgos, os elementos crivados
(células condutoras de alimento, também conhecidos como leptóides) ficam ao redor dos
hidróides. Os elementos crivados são células alongadas e ao contrários dos hidróides, os
elementos crivados têm cloroplastos vivos quando maduros. Provavelmente as células
condutoras de água e alimento dos musgos e plantas vasculares tiveram origem comum,
com base na sua similaridade em estrutura e função.
As briófitas são comumente divididas em 3 classes: os musgos, as hepáticas e as
antoceráceas. Esses três grupos de plantas podem ou não estar proximamente relacionados.
Entretanto, seus ciclos de vida são similares. São plantas relativamente pequenas, muitas
menores do que 2 cm, não ultrapassando 20 cm de comprimento, na maioria. Aparecem
em ambientes geralmente quente e úmidos, mas algumas espécies de musgos habitam
desertos relativamente secos.
Como característica distintiva das briófitas, além da ausência de tecidos vasculares,
tem-se uma característica conseqüente que é a falta de folhas, caules e raízes verdadeiras.
Na maioria das briófitas, o gametófito está ligado ao substrato por meio de células
alongadas e isoladas ou filamentos celulares denominados rizóides (que significa com a
forma de raiz). Esses servem de apoio para as plantas, porque a absorção de água e
minerais comumente se processa diretamente por todo o gametófito, já que não há
estruturas como raízes verdadeiras, embora haja exceções.
Uma segunda característica distintiva das briófitas é a natureza de sua alternância de
gerações: os gametófitos são maiores e sempre independentes quanto a nutrição, ao passo
que os esporófitos são menores, variavelmente dependentes, e permanentemente ligados
aos gametófito, ou seja, o gametófito é a geração dominante nas briófitas (entre as
plantas vasculares ocorre o inverso).
As briófitas algumas vezes são referidas como os “anfíbios” do reino vegetal. Isso
porque para que a fertilização se dê, os anterozóides, que são biflagelados, têm que nadar
através da água até atingir a oosfera dentro do arquegônio. O zigoto formado fica contido
no interior do arquegônio, onde ele se desenvolve até embrião. Na maturidade o esporófito
(embrião desenvolvido) de muitas briófitas consta de um pé basal que permanece embutido
no arquegônio, uma haste (também chamada de seta) e uma cápsula ou esporângio.
Geralmente as células do esporófito jovem e maduro realizam fotossíntese, mas após a
produção dos esporos, a clorofila normalmente desaparece.
A divisão Bryophyta tradicionalmente subdivide-se em 3 classes:
Hepaticae (9000 sp), Anthocerotae (100 sp) e Musci (14500 sp).
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Classe Hepaticae
A Classe Hepaticae (hepáticas) grupo mais primitivo, ou Marchantiopsida é
composta por plantas pequenas e seu nome data do século IX, quando se acreditava que,
devido a forma de fígado dos gametófitos de alguns gêneros, essas plantas poderiam ser
úteis para o tratamento de doenças relacionadas a esse órgão.
Os gametófitos de certas hepáticas são achatados (fig. 8.1), tendo talos dorsiventrais
(achatados, possuindo superfície superior e inferior distintas), os quais derivam de um
meristema apical. A maioria das espécies têm gametófitos foliáceos. Os rizóides são
unicelulares, ao contrário daqueles dos musgos. Os gametófitos em geral precedem
diretamente dos esporos. Os esporófitos são, geralmente, menos complexos que os
musgos. Há nessa Classe espécies anfíbias como Riccia e Ricciocarpus. Não existem
mecanismos especiais para a dispersão de esporos nos esporófitos, esses quando maduros,
morrem, apodrecem e liberam os esporos.
Marchantia : gênero terrestre razoavelmente extenso, tem gametóforos com
anterídeos (os anteridióforos) e com arquegônios (arquegônióforos) (figura 8.2). Os
esporófitos de Marchantia são mais diferenciados que Riccia e Ricciocarpus, constituído
de um pé, seta e esporângio ou cápsula.
Reprodução assexuada nas hepáticas: fragmentação (principal tipo) e propágulos
(ou gemas). Os propágulos originam-se em estruturas especiais em forma de taça,
denominadas conceptáculos e localizadas em superfície dorsal do gametófito, sendo que os
conceptáculos podem surgir em Marchantia, mas não em Riccia ou Ricciocarpus.
Classe Anthocerotae
As hepáticas podem ser também folhosas ao invés de talosas, é o caso dessa classe.
Existem apenas 5 gêneros, sendo Anthoceros (fig. 8.3) o mais conhecido, com habitats
úmidos e sombrios. O gametófito parece com o das hepáticas folhosas, mas contém um
único e grande cloroplasto. Possuem extensas cavidades internas repletas de mucilagem e
freqüentemente habitadas por algas azuis do gênero Nostoc, que fornecem N2 fixado.
Anterídeos e arquegônios estão submersos na parte dorsal do gametófito e numerosos
esporófitos podem se desenvolver no mesmo gametófito.
Classe Musci
Os gametófitos de todos os musgos são representados por duas fases distintas:
protonema (filamento inicial, fig. 8.4) que surge diretamente do esporo germinante, e o
gametófito folhoso. Alguns ramos do protonema penetram no solo e formam os rizóides
(que são multicelulares nesta classe), outros dão origem a estruturas semelhantes a gemas,
capazes de gerar gametófitos (haplóides) folhosos. O gametófito provido de “folhas” é
usualmente vertical e não mais dorsiventralmente achatado como nas hepáticas.
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Figura 8.4: Ciclo de vida de uma briófita (musgo) (adaptado a partir de Stern, 94).
9 Traqueófitas
As traqueófitas agrupam todos os vegetais que apresentam tecidos de condução,
são as chamadas plantas vasculares.
Para entender melhor, devemos lembrar que as plantas “terrestres” incluem 2 grandes
grupos:
1. As briófitas, que não apresentam tecido vascular e, na verdade, são gametófitos com
esporófitos fisicamente ligados a eles.
2. As plantas diplóides (esporófitos) produtoras de esporos, com tecido vascular bem
desenvolvido. A fase haplóide (gametófito) do seu ciclo pode ser de vida livre e
fotoautotrófica ou heterotrófica. As plantas vasculares exibem um grau de complexidade
que não é igualado pelas plantas avasculares.
As plantas vasculares primitivas consistiam de eixos ramificados dicotomicamente
(divididos em duas partes iguais), nos quais faltavam folhas e raízes. Com a especialização
evolutiva, várias diferenças surgiram no corpo da planta, levando a diferenciação de caule,
raiz e folha.
9.1 Pteridófitas
As pteridófitas são criptógamas vasculares com uma acentuada alternância de
gerações. Elas apresentam certas combinações de caracteres fundamentais, que não se
encontram nas Briófitas ou nas plantas com sementes. Diferem destas últimas por possuírem
gametófito e esporófito independentes na maturidade. Nas Pteridófitas, a geração mais
desenvolvida é o esporófito, apresentando maior diferenciação anatômica e morfológica.
O gametófito (também chamado de protalo) pode ser verde, superficial ao solo,
com rizóides ou ser subterrâneo e incolor, nunca abandonando a membrana do esporo que
o originou. A fecundação se dá por meio de anterozóides flagelados.
Diferenças entre as Pteridófitas e outros grupos vegetais:
a) Em relação às Algas:
As pteridófitas apresentam arquegônios e anterídeos e o embrião fica retido dentro
do arquegônio. Apresentam tecido de condução.
b) Em relação às Briófitas
Nas Pteridófitas, a geração esporofítica é mais desenvolvida, além de apresentarem
tecido de condução.
c) Em relação às Fanerógamas
O gametófito das pteridófitas é de vida livre. O esporófito cresce ininterruptamente,
desde zigoto até a maturidade. Não ocorre a formação de semente.
Existem duas teorias para a origem do grupo Pteridófita: 1) A partir das Briófitas e 2)
A partir de algas clorofíceas.
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Classificação :
A classificação das Pteridófitas é baseada em caracteres do esporófito, tais como:
estrutura esporangial, disposição dos esporângios e estrutura vegetativa.
As Pteridófitas incluem 5 divisões :
Figura 9.3: Polipodiófitas. 1) Doryopteris, trecho de folha com soro marginal contínuo. 2-3)
Adiantum, folíolos férteis e detalhe dos soros. 4-7) diferentes gêneros mostrando folíolos
férteis. 8) Elaphoglossum, folha fértil. 9) esporângio. (Segundo Joly, 91).
Em resumo, o principal avanço dos fetos sobre os musgos e outras Briófitas foi a
presença de tecidos vasculares especializados. Com esses sistemas condutores, as plantas
vasculares são capazes de atingir maiores tamanhos que os musgos porque água, minerais
dissolvidos e alimento (seiva elaborada) podem ser transportados para todas as partes da
planta. Embora as pteridófitas sejam plantas relativamente pequenas em regiões
temperadas, há espécies nos trópicos que crescem a alturas de 2 a 4 metros, como as
samambaiaçu (Dicksonia sellowiana) do Brasil.
Todas as pteridófitas têm verdadeiros sistemas de tecidos vasculares, sendo a maioria
com raízes e folhas verdadeiras. O ciclo de vida das pteridófitas envolve uma alternância de
gerações claramente definida (fig. 9.4 ). A planta predominante é a geração esporofítica.
Seu corpo é composto de um caule horizontal junto ao chão, chamado rizoma, do qual
emergem raízes e folhas (fronde).
Figura 9.4: Ciclo de vida de uma Polipodiophyta (daptado a partir de Stern, 94).
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9.2 As fanerógamas
(Do gr. phanerós, ‘aparente’, ‘visível’; gamos, ‘casamento’)
1) Os esporos vegetais são compostos por uma única célula, enquanto as sementes
contém uma estrutura multicelular.
As coníferas ocupam vastas áreas da Terra hoje em dia. Alcançam do Ártico aos
Trópicos e são a vegetação dominante nas regiões florestais do Canadá, nordeste europeu
e Sibéria. São bastante importantes economicamente na produção de papel, extração de
resinas, ornamentação, etc., além de atraentes durante o inverno, pois estão sempre verdes.
Somente poucas espécies são decíduas (folhas caducas).
As coníferas são a classe mais significativa das gimnospermas atuais, incluindo cerca
de 50 gêneros e 550 espécies, atingindo alturas superiores a 117m e diâmetros maiores que
11m. Pinus, que é muito comum para nós, é uma conífera típica. Produz micrósporos
(esporos masculinos) e megásporos (esporos femininos) em estruturas separadas chamadas
cones ou estróbilos, que são também chamados de micro e megastróbilos (cones
masculinos e femininos, respectivamente) e que geralmente situam-se numa mesma planta
(figura 9.5 (b) e (e)).
O grão de pólen cresce na forma de um tubo que digere seu caminho (através do
tecido gametófito feminino) até o óvulo, dentro do arquegônio. Então, a célula dentro do
grão de pólen divide-se para formar células espermáticas (que não têm flagelos), uma das
quais se funde com a oosfera, formando o zigoto. Esse cresce, originando um embrião de
Pinus jovem, fazendo parte da semente (figura 9.6).
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Vale lembrar ainda de Ginkgo, uma espécie arbórea nativa da China e que
representa o gênero mais antigo entre as espécies viventes da classe das coníferas. Fósseis
de 200 milhões de anos foram descobertos e são muito parecidos com as espécies atuais.
Ginkgo é o único gênero vivo. É uma planta cultivada desde épocas muito remotas nos
jardins dos templos chineses e hoje é cultivada em todo o mundo (figura 9.7).
Figura 9.7: Ginkgo. Aspecto geral do ramo com sementes. (Adaptado a partir de Joly,
91).
Figura 9.8: A) Gnetum, ramo florífero. B) Ephedra. 1. ramo florífero; 2. espiga com flores
masculinas; 3. espiga com flores femininas. C) Welwitschia. 1. aspecto geral da planta
masculina; 2. espiga com flores masculinas; 3. espiga com flores femininas. (Modificado a
partir de Joly, 91).
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Figura 9.9: Taxus. A) aspecto geral do ramo; B) óvulo; C) óvulo cortado longitudinalmente; D)
ramo com estróbilos masculinos. (Modificado a partir de Joly, 91).
Lemna, pelos gêneros xerofíticos como o cactos e pelas epífitas, como muitas orquídeas e
bromélias.
As angiospermas distinguem-se das gimnospermas principalmente pelas seguintes
características:
1) formação do ovário (através do dobramento e soldadura das margens do
megasporófilo, o que permitiu o desenvolvimento dos óvulos no interior de um espaço
fechado e protegido);
2) Redução mais avançada do gametófito feminino;
3) Dupla fecundação - formação de tecido de reserva de nutrientes absolutamente novo na
evolução das plantas, o endosperma.
Subclasses Subclasses
Magnoliidae Alismatidae
Hamamelidae Arecidae
Classe Caryophyllidae Classe Liliopsida Commelinidae
Magnoliopsida (Monocotiledôneas)
(Dicotiledôneas)
Dilleniidae Zingiberidae
Rosidae Liliidae
Asteridae
Cotilédones 2 1
A Flor
A principal característica das angiospermas é a flor, que constitui um ramo
determinado, portador de esporófilos. A palavra angiosperma deriva do grego angeion,
que significa vaso, receptáculo, urna e sperma que quer dizer semente. A estrutura da flor
que mais se distingue é provavelmente o carpelo, ou seja, a urna que engloba os óvulos, o
qual se transforma em fruto logo após a fecundação. Faremos uma breve revisão a seguir,
sobre a morfologia da flor, já descrita sob outro ângulo anteriormente.
As flores podem apresentar-se unidas de várias maneiras em agregados
denominados de inflorescências (fig. 9.10). A haste de uma inflorescência ou de uma flor
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isolada recebe o nome de pedúnculo e a haste de uma única flor em uma inflorescência
recebe o nome de pedicelo. O termo dado a porção do pedicelo onde as partes florais se
inserem é receptáculo.
A maior parte das flores possui dois grupos de apêndices estéreis: as sépalas e as
pétalas, que se prendem ao receptáculo situado abaixo das partes férteis da flor, ou seja,
estames e carpelos. As sépalas encontram-se abaixo das pétalas e os estames abaixo dos
carpelos.
O conjunto de sépalas forma o cálice e o de pétalas forma a corola. Juntos, cálice
e corola constituem o perianto. As pétalas e as sépalas são basicamente foliáceas em sua
estrutura e com freqüência as sépalas são verdes e as pétalas vivamente coloridas, embora
muitas flores possuam cores semelhantes em ambas as partes.
Os estames (fig. 9.11), que em conjunto formam o androceu, são microsporófilos.
Na grande maioria das angiospermas atuais, o estame consiste de uma fina haste (filete)
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Se uma flor possui tanto estames quanto carpelos, elas são consideradas perfeitas
ou hermafroditas. Caso inexistam estames ou carpelos a flor é dita imperfeita ou
unissexuada, podendo ser masculina ou feminina. Se tanto flores masculinas como
femininas ocorrem no mesmo indivíduo, ele é denominado monóico, ao passo que, se
existirem em indivíduos distintos a planta é dióica.
Uma flor que apresenta todas as partes florais é chamada completa, mas se faltar
uma das partes ela é dita incompleta. Assim, uma flor imperfeita é sempre incompleta.
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Figura 9.13: Três tipos de placentação. A) parietal; B) axial (ovário plurilocular); C) central
livre. (Segundo Raven, 78).
Esporogênese
A produção de flores com seus esporófilos marca a maturação do esporófilo das
fanerógamas.
Por outro lado, em outras espécies, a divisão nuclear ocorre durante a germinação
do tubo polínico. O gametófito masculino maduro contém somente três núcleos: um
vegetativo e dois núcleos gaméticos.
Figura 9.15. A1) Saco embrionário em processo de fecundação. A 2-5) fases sucessivas de
formação do embrião. B Corte esquemático num óvulo fecundado. C) corte transversal de um
fruto (cariopse) de gramínea. D) Corte transversal esquemático de um fruto carnoso
(pêssego).
Os frutos simples podem ser secos ou carnosos. Exemplo de frutos carnosos são as
bagas como tomate e uva e as drupas como a cereja, pêssego e ameixa.
Maçã, pera e marmelo são frutos simples que se originam de ovários compostos;
durante o desenvolvimento, o receptáculo e outras partes acessórias aumentam de tamanho
e se tornam carnosas.
A embriogenia e desenvolvimento o fruto, processos também envolvidos na
reprodução das angiospermas, já foi discutido anteriormente (veja capítulo sobre frutos).
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Os Agentes Polinizadores
Os vegetais terrestres, ao contrário da maior parte dos animais, não podem se
locomover de um lugar para o outro a fim de encontrar alimento ou abrigo e muito menos,
sair em busca de seus parceiros para a reprodução. De modo geral, eles precisam satisfazer
as necessidades passivamente. As plantas floríferas, ou melhor, as angiospermas
desenvolveram uma série de características que lhes possibilitaram “movimentar-se” a
procura do parceiro, características estas que estão incorporadas à flor. A medida que
atraem insetos e outros animais, dirigem suas atividades de modo que isto resulte numa alta
freqüência de fecundação cruzada entre os vegetais conseguindo, de certo modo,
transcender sua condição de imobilidade.
As primeiras fanerógamas, entre elas vários grupos de gimnospermas, polinizavam-
se passivamente pela ação do vento. Os óvulos que eram conduzidos sobre as folhas ou
dentro dos cones, transpiravam gotas de seiva viscosa pela micrópila, como ocorre até hoje
nas coníferas. Estas gotas levaram os grãos de pólen até as micrópilas. Insetos,
provavelmente besouros, que se alimentavam dessa seiva e da resina dos caules e folhas
devem ter se deparado com os grãos de pólen ricos em proteína e com as gotículas
viscosas dos óvulos. O fato de tais insetos passarem a retornar regularmente a estas fontes
de alimento, fizeram deles os primeiros agentes polinizadores.
Quanto mais atrativas fossem as plantas para o inseto, mais freqüentemente eles as
visitariam e mais sementes seriam produzidas. Assim, qualquer mutação que ocasionalmente
tornasse as visitas mais eficientes ou freqüentes, ofereciam uma vantagem seletiva imediata.
Muitos progressos evolutivos são considerados como uma conseqüência direta, da
polinização por meio de insetos. Além de fontes comestíveis da flor e do pólen, as plantas
também evoluíram de modo a desenvolver glândulas especializadas em suas flores,
conhecidas como nectários. Tais glândulas secretam o néctar, atrativo para insetos.
O fato de se atrair insetos para flores provocou benefícios e problemas. Problemas
porque houve a necessidade de proteger o óvulo dos insetos predadores. A evolução por
seleção natural do carpelo fechado provavelmente foi uma conseqüência disto. Mudanças
posteriores da flor (como ovário ínfero, por ex.) podem também servir para proteger os
óvulos.
Um outro desenvolvimento foi a flor bissexuada. A presença de carpelos e estames
na mesma flor serve para tornar mais eficiente cada visita de um polinizador. Isto, por sua
vez, conduziu ao desenvolvimento precoce da auto incompatibilidade genética, ou seja, a
inabilidade de um organismo autofecundar-se. A auto incompatibilidade genética
naturalmente provoca a fecundação cruzada.
No início da era cenozóica, abelhas, vespas, borboletas e mariposas deram entrada
ao cenário evolutivo. O aumento da diversificação destes insetos de trombas compridas,
para os quais as flores são freqüentemente a única fonte de alimento, foi uma conseqüência
direta da evolução das angiospermas.
Os insetos tiveram, por sua vez, grande influência no curso evolutivo das
angiospermas e contribuíram duplamente para a sua diversificação. Uma parte dos insetos
visita um grupo muito restrito de plantas para sua alimentação, porém uma dada espécie
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forte fragrância adocicada. Ex.: tabaco e dama-da-noite. Outras flores que não são
brancas, mas que sobressaem no fundo escuro da noite são polinizadas por mariposas,
como por ex.: Amaryllis belladonna, que é rosa.
As flores são de corola tubulosa onde na base há o nectário, de modo que o acesso
só é possível para as trombas longas das mariposas e borboletas.
Besouros :
Muitas espécies de angiospermas atuais são polinizadas principalmente por
besouros. Essas plantas têm flores grandes e solitárias, como as de magnólia, ou então são
pequenas agregadas em inflorescências, como alguns membros ad família da erva-doce
(Apiaceae). Nos besouros o olfato é muito mais desenvolvido que a visão, sendo as flores
geralmente brancas e opacas, mas com forte odor (de frutas ou de fermentação). Os
besouros podem alimentar-se diretamente das pétalas, pólen ou outras partes florais.
Abelhas vespas e moscas:
As abelhas formam o mais importante grupo de visitantes florais, sendo animais
responsáveis pela polinização de mais espécies vegetais que qualquer outro grupo animal.
Fêmeas e machos alimentam-se de néctar, e as fêmeas ainda coletam pólen para alimentar
as larvas. As abelhas têm peças bucais, pêlos e outros apêndices com adaptações especiais
para a coleta e transporte do néctar e pólen. Diferente de nós, as abelhas podem perceber
o ultravioleta como uma cor distinta, porém não o fazem com o vermelho.
As flores que são visitadas por abelhas têm pétalas vistosas, geralmente azuis ou
amarelas, com um padrão distintivo (guias de néctar, etc.) pelo qual as abelhas podem
reconhecê-las. Essas flores nunca são puramente vermelhas e frequentemente têm
características especiais não detectáveis no visível.