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Resenha Capítulo 8. Fordismo.

No capítulo 8 (O fordismo) do livro “Condição pós-moderna”, David


Harvey vai mostrar como se deu o fordismo, durante o período de
expansão do pós-guerra, entre 1945 e 1973, que compreendia um
conjunto de práticas de controle do trabalho, tecnologia, hábitos de
consumo e configurações de poder econômico (conjunto este, que pode
ser chamado fordista-keynesiano). A hipótese explorada pelo autor é a
de que os eventos recentes são uma transição no regime de acumulação
e no modo de regulamentação social e política a ele associado, e para
desenvolvê-la recorre à linguagem da “escola da regulamentação”, que
nada mais é do que “uma materialização do regime de acumulação, que
toma a forma de normas, hábitos, leis, redes de regulamentação, etc.,
que garantem a unidade do processo”.

O fordismo teve início em 1914 quando Henry Ford introduziu o dia


de oito horas de trabalho por cinco dólares, porém o reconhecimento do
fordismo se deu mais tarde. Ford reconhecia que a produção em massa
(já estabelecida por Taylor – taylorismo) significava consumo em massa,
e também um novo sistema de reprodução da força de trabalho, uma
nova política de controle de gerência do trabalho, uma nova estética e
uma nova psicologia, e assim, uma nova sociedade democrática,
racionalizada, modernista e populista. Esse pensamento era inovador e
era o que distinguia o fordismo do taylorismo. Apesar disso, o fordismo
demorou para se estabelecer como um regime adulto (já que, mesmo
tendo passado duas décadas, ainda se falava no fordismo em seu estado
inicial). Isso porque Ford acreditava que essa sociedade poderia ser
construída apenas com aplicação do poder corporativo, para ele não era
só disciplinar o trabalhador, mas com renda e tempo de lazer
suficientes, fazer com que esse trabalhador consumisse os produtos
produzidos em massa (produzidos em quantidades cada vez maior).
Assim, Ford chegou a aumentar os salários de seus trabalhadores no
início da Grande Depressão, para que eles consumissem mais, mas isso
não deu certo e foi preciso demitir funcionários e cortar salários. Para
resolver essa crise do capitalismo foi necessárias o New Deal,
estabelecido por Roosevelt, e a intervenção do Estado.

O estabelecimento do fordismo durou meio século, e dependeu de


inúmeras decisões individuais, corporativas, institucionais e estatais,
que na maioria das vezes eram escolhas políticas para combater a crise
do capitalismo e a Grande Depressão. No período entre-guerras, houve
dois impedimentos principais ao fordismo: primeiro, as relações de
classe no mundo capitalista não era propícia à aceitação de um sistema
de produção que tinha como base à familiarização do trabalhador com
longas horas de trabalho rotinizado, que exigia poucas habilidades
manuais, com baixo controle sobre o projeto, o ritmo e a organização do
processo produtivo, pelo trabalhador. Para acabar com essa barreira, foi
preciso uma revolução das relações de classes, fazendo com que o
fordismo se encaixasse e disseminasse na Europa. Segundo, a maneira e
os mecanismos de intervenção estatal usados, para que isso mudasse,
chegando a uma nova forma de uso do poder estatal, foi necessário
conceber um novo modo de regulamentação e o acontecimento da crise
do capitalismo na década de 30. Esse problema de uso do poder do
Estado só foi resolvido em 1945, levando tornando o fordismo um
regime de acumulação maduro. Desse modo, o fordismo tornou-se a
base do período de expansão pós-guerra, entre 1945 e 1973.

Esse período de expansão foi caracterizado por altas e estáveis taxas


de crescimento econômico em países capitalistas avançados, aumento
nos padrões de vida, contenção das crises e das ameaças de guerras, e
preservação da democracia de massa. O fordismo se aliou ao
keynesianismo,e o capitalismo teve um surto de expansões
internacionalistas, alcançando o mundo todo e atraindo inúmeras
nações e também um grande desenvolvimento industrial. Todo esse
crescimento só foi possível devido à construção de novos poderes
institucionais e pelos novos papéis assumidos, ambos pelo Estado, ao
ajuste do capital corporativo em relação à lucratividade segura, aos
novos papéis assumidos pelo trabalho organizado, em relação ao
desempenho no mercado de trabalho e nos processos de produção.

Para garantir o crescimento e o aumento do padrão de vida, ao


mesmo tempo em que mantinha-se a estabilidade para a realização de
lucros, utilizava-se o grande poder corporativo. O Estado se esforçava
para controlar os ciclos econômicos, combinando políticas fiscais e
monetárias, à medida que a produção de massa necessitava de
estabilidade nas condições de demanda para continuar sendo lucrativa,
assim o Estado investia em setores públicos, que era imprescindível
para o crescimento da população e do consumo e também para garantir
o relativo pleno emprego. A maneira como ocorria o intervencionismo
estatal variava muito entre um Estado e outro. É interessante perceber
como, governos nacionais tão diferentes ideologicamente, combinavam
o estado de bem-estar social, a administração econômica keynesiana e
o controle de relações de salário, para garantir o crescimento econômico
e o aumento do padrão de vida da população.

O fordismo pode ser visto como um modo de vida total, ele é um


modo de regulação que envolve a acumulação e um estado de bem-
estar social, e não apenas um modo de produção em massa. O fordismo
dependia muito da ampliação dos fluxos de comércio mundial e de
investimento internacional. Esse internacionalismo trouxe uma nova
cultura internacional, apoiando-se em novas capacidades de reunir,
avaliar e distribuir informação, a abertura do comércio internacional
representou a globalização de matérias-primas baratas. A expansão
internacional do fordismo se deu numa “conjuntura particular de
regulamentação político-econômica mundial e uma configuração
geopolítica em que os Estados Unidos dominavam por meio de um
sistema bem distinto de alianças militares e relações de poder” (p. 132).

Como nem todos eram atingidos pelos benefícios do fordismo, ocorre


um descontentamento e insatisfação, por parte dos excluídos, mesmo
no apogeu do sistema, produzindo sérias tensões sociais e fortes
movimentos sociais. Era o Estado que suportava o crescente
descontentamento, que chegava a gerar desordens por parte dos
excluídos. O poder do Estado era legitimado, cada vez mais, em
decorrência da capacidade de expandir os benefícios do fordismo a
todos e de garantir as assistências públicas devida (saúde, educação,
habitação), era disso que dependia o contínuo crescimento da
produtividade, sendo, somente assim, viável o Estado keynesiano de
bem-estar social. Também havia descontentamento cultural devido ao
consumo padronizado. Todo esse descontentamento une-se e forma um
movimento político-cultural durante o apogeu do sistema. Os países de
Terceiro Mundo também se encontravam insatisfeitos com o fordismo,
que prometia uma modernização, mas o que ocorria era uma
degradação da cultura em troca de míseros ganhos em padrão de vida.
Mesmo assim, o fordismo se manteve até 1973, conseguindo manter o
padrão de expansão.

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