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FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

RAIO X DA PARTICIPAÇÃO NO FÓRUM POLICÊNTRICO 2006

Capítulos Caracas e Bamaco

Esta publicação foi impressa em papel reciclado


SUMÁRIO

Introdução 5

Metodologia e amostra 9

Primeira parte
Grandes números do Fórum Social Mundial 13

Segunda parte
Caracterização do público presente no FSM 2006 17

Terceira parte
Informação e participação política 25

Quarta parte
Engajamento político, inserção e participação 31

Quinta parte
Temas da agenda política 41

Sexta parte
Olhar do público sobre o Fórum 53

Conclusão 81

Créditos 85
INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta e analisa os dados da pesquisa feita no Fórum Social Mundial (FSM) 2006, realizado
em Caracas (Venezuela) e em Bamaco (Mali), pela primeira vez em versão policêntrica. O FSM em Karachi
(Paquistão) não foi incluído na pesquisa – por ter sido realizado posteriormente, impossibilitou a adaptação
do questionário e a organização da equipe de campo.

Conhecer e identificar o perfil de participantes foi o principal objetivo da pesquisa, feita sob a coordenação
do Ibase e sob a orientação do Grupo facilitador brasileiro do FSM, em parceria com o Instituto Paulo Freyre,
entidade integrante do Conselho Internacional do FSM, com o patrocínio da Petrobras e apoio da Novib.

A pesquisa realizada e este relatório representam apenas uma forma de aproximação e a expressão de uma pe-
quena parte – porém representativa – do que acontece no FSM. Com a publicação destes resultados, pretende-se
alimentar o debate sobre o FSM, apontando tendências ou simples pistas sobre a pauta de discussão e sobre a
participação heterogênea e multidisciplinar de participantes e representantes de vários países do mundo.

Além disso, pretende-se fortalecer o FSM, divulgar os resultados, contribuir para o desenvolvimento e fisca-
lizar as ações que nele se inspiram. O objetivo é o de envolver o maior número de pessoas possível para que
aconteça o que foi pensado e discutido, trazendo maior impacto para cidadãs e cidadãos do planeta, e, ao
mesmo tempo, construir uma memória coletiva, longitudinal e longeva.

A primeira parte do trabalho mostra os dados gerais sobre o Fórum: países e percentual de participação
desagregada por país. A segunda parte apresenta uma caracterização do público presente no FSM 2006,
em Caracas (Venezuela) e em Bamaco (Mali), e seus principais cruzamentos, fazendo-se uma análise das
diferenças de perfil entre os locais de realização do Fórum.
A terceira parte apresenta os resultados da informação e da participação política. A quarta parte apresenta
os resultados referentes aos indicadores do engajamento político, com seus resultados agregados por Fó-
rum e sob a ótica de variáveis específicas. As questões de opinião estão presentes na quinta parte, que traz
os indicadores por Fórum e como eles são desagregados por origem de participante, pelo sexo, pelo nível
educacional e pelas faixas de idade.

Finalmente, na sexta parte do trabalho são apresentadas as opiniões de participantes sobre questões impor-
tantes para o planejamento e para a autonomia política do Fórum Social Mundial. Esses resultados também
são desagregados por origem de participante, pelo sexo, pelo nível educacional e pelas faixas de idade.

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7
METODOLOGIA E AMOSTRA

O trabalho de modelagem da pesquisa e a discussão sobre o método para aplicar questionários em um evento
com as características do Fórum Social Mundial levaram em conta alguns elementos considerados essenciais.

Em primeiro lugar, o Fórum costuma ser um evento que envolve pessoas de todos os continentes. Nesse
sentido, o acesso à pessoa entrevistada oferece algum grau de preocupação. Também importante é a ori-
gem da participação do ponto de vista geográfico. A experiência em outros Fóruns, bem como os custos
para a participação, não podem deixar de levar em conta as distâncias, que impõem constrangimentos
maiores ou facilidades, dependendo da localidade.

Pensando nesses elementos, e tendo em vista a idéia de que uma grande participação de pessoas “lo-
cais” acabaria por absorver qualquer chance de levantar a opinião de uma maior diversidade de par-
ticipantes, decidimos dividir o trabalho em três amostras independentes de estratos de grupos sociais
diferentes. Tal estratificação se deu pelo critério geográfico, empregado na Venezuela e em Mali: o
primeiro estrato consistiu em realizar uma amostra com as pessoas “locais” ou nacionais do país de re-
alização do evento; o segundo era constituído pelas pessoas do continente, para as quais a participação
era muito mais acessível; finalmente, o terceiro estrato contou todas as pessoas que não pertencessem
aos dois anteriores, chamadas de “resto do mundo”. Sem essa decisão, e dada a composição da parti-
cipação, uma amostra aleatória simples para registrar a opinião de pessoas de fora do continente teria
um tamanho incompatível com os recursos disponíveis.

Dessa forma, as entrevistas foram feitas para três estratos de amostras independentes, aleatórias e simples
dentro de cada estrato, com totais por Fórum ponderados à luz dos registros sobre a participação concre-
ta das pessoas em cada evento. O número de entrevistas por estrato foi acertado no mesmo tamanho, em
800 unidades, e as equipes de entrevistadores(as) foram recrutadas localmente entre universitários(as).
Após o recrutamento, o instrumento foi utilizado para os treinamentos que se seguiam, que incluíram a
aplicação dos questionários para a familiarização com o processo de entrevista e o instrumento em si. Por
fim, houve a preocupação de que as entrevistas fossem feitas com uma distribuição de entrevistadores(as)
pelos diferentes espaços físicos designados aos eventos do Fórum. Tal distribuição, além de toda a parte
relativa ao recrutamento, contou com a inestimável contribuição de coordenadores(as) locais da pesquisa.

O questionário, composto por 24 perguntas, foi dividido nas seguintes partes:

• identificação do entrevistado;

• uso da mídia;

• estratégias de intervenção;

• temas para a agenda política e questões sobre o Fórum em si.

As questões eram, em sua maioria, de múltipla escolha. O processamento e a entrevista deveriam ser realiza-
dos com pequeno consumo de tempo e dinheiro, priorizando-se a simplicidade. Vale ressaltar que alguns da-
dos referentes aos totais das tabelas podem apresentar variações residuais decorrentes de arredondamentos.

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PRIMEIRA PARTE:
GRANDES NÚMEROS DO FÓRUM

O Fórum Social Mundial 2006 se diferenciou dos outros por ter sido policêntrico, realizando-se em três cida-
des: Bamaco (19 a 23 de janeiro de 2006), Caracas (24 a 29 de janeiro de 2006) e Karachi ( 25 a 28 de março
de 2006). O policentro teve, no total, a participação de 127 mil pessoas, aquém do último FSM (2005). A
tabela 1 mostra a evolução do número de participantes desde a primeira edição, em 2001.

Tabela 1– FSM 2006

Grandes números – 2001 a 2006

Ano País Nº de pessoas

2001 Brasil 20.000

2002 Brasil 50.000

2003 Brasil 100.000

2004 Índia 115.000

2005 Brasil 155.000

2006 127.000

Venezuela 72.000*

Mali 25.000

Paquistão 30.000

Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006


* Dado estimado
Segundo estimativa, nos Fóruns onde a pesquisa foi realizada, a participação de pessoas originárias do país-sede e
de países do mesmo continente é maior que a participação de outros países (tabela 2): em Caracas, cerca de 65%
de participantes moravam na Venezuela e mais de 27% nos países da América Latina; em Bamaco, cerca de 72%
eram malienses e quase 20% habitantes de países do continente africano. Esse movimento era esperado. Aconte-
ceu o mesmo nos países-sede de outras edições.

Tabela 2 – FSM 2006

Presença de entrevistados(as) por nacionalidade e por capítulo (em %)

Países Venezuela Mali

Total 100,0 100,0

Continente de realização do FSM 93,1 92,1

No país 65,2 72,3

No continente 27,9 19,9

Resto do mundo 6,9 7,9

Estados Unidos e Canadá 3,1 0,7

América Central e Caribe 0,9 0,1

Europa 2,7 6,2

África 0,0 -

América do Sul - 0,1

Ásia 0,1 0,6

Oceania 0,1 0,1

Outro país (indefinido) 0,0 0,2

Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

Na Venezuela, entre os países do resto do mundo se destacam países da Europa, Estados Unidos e Canadá,
e países da América Central e Caribe. Em Mali, é marcante a presença de participantes de países europeus,
cerca de 6% do total. A tabela 3 mostra a lista de 47 países que tiveram as maiores representações e a clas-
sificação de outros, em cada continente, para os outros 101 países participantes.

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Tabela 3 – FSM 2006

Nacionalidade de entrevistados(as) por capítulo (em %)

Países Venezuela Mali Países Venezuela Mali

Total 100 100 Holanda 0,1 0,3


Venezuela 65,2 0,0 Honduras 0,1 0,0
Mali 0,1 72,3 Índia 0,0 0,1
África do Sul 0,0 1,0 Inglaterra 0,5 0,3
Alemanha 0,3 0,1 Itália 0,2 0,9
Argélia 0,0 0,3 Quênia 0,0 1,0
Angola 0,0 0,1 Marrocos 0,0 0,2
Argentina 4,1 0,0 Mauritânia 0,0 0,6
Bélgica 0,1 0,4 México 0,3 0,0
Benin 0,0 0,9 Moçambique 0,0 0,1
Bolívia 0,5 0,0 Níger 0,0 1,3
Botsuana 0,0 0,2 Nigéria 0,0 1,7
Brasil 5,5 0,0 Paraguai 0,4 0,0
Burkina Fasso 0,0 1,6 Peru 1,6 0,0
Canadá 0,9 0,5 Senegal 0,0 2,0
Chile 2,1 0,0 Suriname 0,1 0,0
Colômbia 10,8 0,0 Tanzânia 0,0 0,1
Congo 0,0 0,5 Uruguai 0,6 0,0
Costa do Marfim 0,0 1,1 Zâmbia 0,0 0,2
Cuba 0,2 0,1 Zimbábue 0,0 0,3
Egito 0,0 0,2 Outros países da África 0,0 2,3
El Salvador 0,1 0,0 Outros países da Europa 0,3 0,4
Equador 1,9 0,0
Outros países da América
0,2 0,0
Espanha 0,4 0,5 Central e do Caribe
Estados Unidos 2,2 0,2
Outros países da Ásia 0,1 0,2
França 0,7 3,3
Outros países da Oceania 0,1 0,1
Gana 0,0 0,6
Outros países (indefinido) 0,0 0,2
Guiné 0,0 3,7
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

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SEGUNDA PARTE:
CARACTERIZAÇÃO DO PÚBLICO PRESENTE NO FSM 2006

Como nos Fóruns anteriores, o público participante do FSM 2006 é bastante jovem (tabela 4). Na Venezuela
e em Mali, mais de 56% de participantes tinham até 34 anos. Em relação ao local de origem, africanos(as)
não-malienses formam o grupo que participou do Fórum com mais idade: 57,4% tinham 35 anos ou mais.

Tabela 4 – FSM 2006

Presença por idade segundo local de origem e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Idade
Latino-
Venezuelanos(as) Outros países Total Malienses Africanos(as) Outros países Total
americanos(as)
Total 100 100 100 100 100 100 100 100
14–24 anos 37,0 31,3 22,2 34,4 30,5 10,1 11,9 24,9
25–34 anos 25,0 30,7 40,1 27,6 31,2 32,5 30,7 31,4
35–44 anos 15,3 17,1 17,3 15,9 16,7 28,7 20,8 19,4
45–54 anos 13,4 13,8 13,5 13,5 16,4 20,9 20,5 17,6
55 anos ou mais 9,3 7,0 6,9 8,5 5,2 7,8 16,1 6,6
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

Na tabela 5, podemos observar a evolução da presença por idade no FSM desde a edição de 2003. O Fórum
em Mali teve a menor presença de participantes de 14 a 34 anos dos quatro últimos Fóruns. Na Venezuela,
a proporção de participantes manteve-se parecida com os outros anos, com exceção de 2005, quando pes-
soas mais jovens representaram quase 71% do total de participantes do FSM. Vale ressaltar o aumento da
presença de participantes com mais de 55 anos, passando de 4% em 2005, em Porto Alegre, para cerca de
9% na Venezuela e em Mali.
Tabela 5 – FSM 2006

Presença por idade nos FSM de 2003 a 2006 (em %)

Idade 2003 2004 2005 2006 Venezuela Mali

Total 100 100 100 100 100 100


14–24 anos 31,1 37,4 42,2 32,0 34,4 20,4
25–34 anos 32,1 25,1 28,6 28,6 27,6 31,4
14–34 anos 63,2 62,5 70,8 60,6 62,1 51,7
35–44 anos 18,1 19,9 15,0 16,8 15,9 20,7
45–54 anos 13,3 12,7 10,2 14,6 13,5 18,6
55 anos ou mais 5,4 4,9 4,0 8,0 8,5 8,9
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

Em geral, a escolaridade de participantes é alta, como mostra a tabela 6. A maioria tem mais de 12 anos de
estudo (superior incompleto/completo, mestrado ou doutorado). No entanto, identificamos uma diferença
entre participantes locais dos dois capítulos. Entre malienses, cerca de 23% têm mestrado ou doutorado,
enquanto 7% de venezuelanos(as) têm essa escolaridade. Entre participantes de outros países em Mali, essa
proporção é de quase 40%, enquanto na Venezuela não chega a 24%.

Tabela 6 – FSM 2006

Presença por escolaridade segundo local de origem e capítulo (em %)

Venezuela Mali

Escolaridade
Latino- Outros Outros
Venezuelanos(as) Total Malienses Africanos(as) Total
americanos(as) países países

Total 100 100 100 100 100 100 100 100

Até 4 anos de estudo 2,7 2,1 1,0 2,4 6,9 1,8 2,3 5,5

De 5 a 12 anos de estudo 22,2 11,3 7,2 18,1 27,5 8,2 8,6 22,1

Superior (in)completo 67,9 74,8 68,0 69,8 43,0 57,8 49,6 46,5

Mestrado / doutorado 7,2 11,8 23,8 9,6 22,6 32,2 39,5 25,9

Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

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Na Venezuela, a presença de homens e mulheres foi mais equilibrada do que em Mali, onde elas represen-
tavam menos de um terço de participantes (tabela 7). No entanto, essa proporção é bem diferente quando
consideramos o local de origem. As malienses representavam menos de um quarto do total de participan-
tes, ao passo que as participantes de outros países eram cerca de 49%.

Tabela 7 – FSM 2006

Presença por gênero segundo local de origem e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Gênero
Latino- Outros Outros
Venezuelanos(as) Total Malienses Africanos(as) Total
americanos(as) países países
Total 100 100 100 100 100 100 100 100
Feminino 46,6 42,1 42,6 45,1 24,0 37,5 48,9 28,6
Masculino 53,4 57,9 57,4 54,9 76,0 62,5 51,1 71,4
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

Podemos observar, na tabela 8, a relação entre gênero e faixa etária de participantes. Em Mali, a distribui-
ção etária para homens e mulheres não apresenta diferenças significativas. Já na Venezuela, as mulheres
participantes são mais jovens: 39% delas têm até 24 anos. Entre os homens participantes, 31% se encon-
tram nessa faixa de idade. Com relação à escolaridade por gênero, participantes apresentam uma distribui-
ção semelhante na Venezuela e em Mali, como mostra a tabela 9.

Tabela 8 – FSM 2006

Presença por idade segundo gênero e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Idade
Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total

Total 100 100 100 100 100 100


14–24 anos 39,2 30,9 34,4 25,7 24,7 24,9
25–34 anos 26,3 28,8 27,6 30,8 32,1 31,4
35–44 anos 14,6 16,9 15,9 17,3 20,2 19,4
45–54 anos 13,3 13,7 13,5 18,9 16,8 17,6
55 anos ou mais 6,6 9,8 8,5 7,3 6,2 6,6
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

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Tabela 9 – FSM 2006

Presença por escolaridade e gênero segundo capítulo (em %)

Venezuela Mali
Escolaridade
Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total

Total 100 100 100 100 100 100


Até 4 anos de estudo 2,3 2,5 2,4 5,9 5,5 5,6
De 5 a 12 anos de estudo 18,3 18,2 18,2 21,1 22,3 21,9
Superior (in)completo 70,3 69,7 70,0 50,7 45,0 46,6
Mestrado / doutorado 9,1 9,7 9,4 22,3 27,2 25,8
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

Ainda sobre a caracterização de participantes, destacamos a ocupação declarada que, essencialmen-


te, aponta “estudantes” como o maior grupo na Venezuela (36,7%), seguido por “trabalhadores(as)
autônomos(as)” (11,8%) e “empregados(as) de empresa privada” (10,1%) – tabela 10. Em Mali, “estudan-
tes” também são o maior grupo (24,2%), seguido por “empregados(as) de entidades da sociedade civil”
(16,6%) e “desempregados(as)” (13,5%). Ficam claras as diferenças de público entre os dois Fóruns quando
considerada a ocupação.

Tabela 10 – FSM 2006

Presença por ocupação e por capítulo (em %)

Ocupação Venezuela Mali

Total 100 100


Estudante 36,7 24,2
Empregado(a) de ONG / entidade sociedade civil / partido
7,6 16,6
político / sindicato
Autônomo(a) 11,8 6,9
Empregado(a) de empresa privada 10,1 7,4
Funcionário público(a) 9,8 9,6
Desempregado(a) 6,2 13,5
Empregador(a) 6,2 6,3
Camponês(a) 1,1 4,2
Outra 9,1 6,6
NS / NO 1,4 4,7
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

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Considerando a variável gênero na análise da ocupação declarada pelos(as) participantes, observamos
outras diferenças (tabela 11). Por exemplo, entre as mulheres do capítulo Venezuela existem mais “es-
tudantes”; entre as mulheres do capítulo Mali existem mais “estudantes” e “empregados de ONGs, de
entidades da sociedade civil, de partidos políticos ou sindicatos”, em proporções muito semelhantes
(19% e 24%, respectivamente).

Tabela 11 – FSM 2006

Presença por ocupação segundo gênero e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Ocupação
Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total

Total 100 100 100 100 100 100


Estudante 37,0 29,0 32,3 19,0 21,4 20,4
Funcionário público(a) 6,5 10,0 8,5 10,7 9,8 10,4
Autônomo(a) 11,2 14,6 13,2 9,3 6,0 7,1
Empregado(a) de empresa privada 10,8 11,2 11,0 7,0 8,1 7,6
Empregado(a) de ONG / entidade
11,9 12,7 12,3 24,2 19,7 20,9
sociedade civil / partido político / sindicato
Camponês(a) 0,7 1,4 1,1 1,7 4,4 3,4
Empregador(a) 4,8 7,2 6,2 7,0 7,6 7,3
Desempregado(a) 5,7 5,2 5,4 5,6 12,2 10,0
Outra 10,1 7,8 8,8 10,3 7,7 8,9
NS / NO 1,3 0,9 1,2 5,2 3,1 3,9
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

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Outra característica investigada sobre participantes foi a vinculação a algum tipo de religião. Grande diversi-
dade foi encontrada, como podemos observar na tabela 12, entre os Fóruns e no interior deles. Participantes
de outros países são menos religiosos(as) – 24% na Venezuela e 29% em Mali. Entre latino-americanos(as),
38% tinham alguma religião, uma proporção significativamente menor que de venezuelanos(as): 52%. En-
tre africanos(as) e malienses, a vinculação religiosa chegou a 88% e 94%, respectivamente. Estima-se que,
em Mali, 90% da população seja muçulmana e 9% tenha alguma crença indígena (Fonte: site África Hoje.
Disponível em: <http://africa.sapo.pt/11/224090.html> ).

Tabela 12 – FSM 2006

Presença por religiosidade segundo local de origem e capítulo (em %)

Venezuela Mali

Latino-
Venezuelanos(as) Outros países Total Malienses Africanos(as) Outros países Total
americanos(as)

Total 100 100 100 100 100 100 100 100


Sim 51,8 38,4 24,1 46,1 93,8 88,0 29,3 87,3
Não 48,2 61,6 75,9 53,9 6,3 12,0 70,7 12,7
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

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TERCEIRA PARTE:
INFORMAÇÃO E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA

Os meios de comunicação exercem forte influência na formação de opinião (tabela 13). Quando pergun-
tadas sobre qual desses veículos julgavam mais importante para se informarem, muitas pessoas aponta-
ram mais de uma opção, transformando as respostas em indicações de proporções (um escore).

As revistas e outros meios aparecem como os veículos menos utilizados para obter informação. Surgem
grandes revelações nessa eleição, de acordo com o local de origem dos(as) participantes. Estão listados,
abaixo, os meios de comunicação – do mais importante ao menos importante –, conforme as declarações
de participantes do FSM.

• venezuelanos(as): TV, Internet, jornal e rádio;

• malienses: rádio, TV, jornal e Internet;

• africanos(as), latino-americanos(as) e estrangeiros(as) não-latino-americanos(as) participantes do FSM


2006 capítulo Venezuela: Internet, jornais, TV e rádio;

• para estrangeiros(as) não-africanos(as) participantes do FSM 2006 capítulo Mali: Internet, jornais, rádio e TV.
Tabela 13 – FSM 2006

Meios de comunicação mais utilizados para obter informações segundo local de origem e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Meio de
comunicação Latino- Outros Outros
Venezuelanos(as) Total Malienses Africanos(as) Total
americanos(as) países países

Internet 35,6 45,6 61,0 40,2 17,0 35,3 50,2 23,3

Jornais 24,6 25,4 26,8 25,0 23,2 30,9 47,4 26,7

TV 39,2 21,7 12,1 32,4 37,0 28,4 12,2 33,2

Rádio 8,8 11,8 10,7 9,8 44,4 28,0 21,5 39,3

Revistas 2,0 3,1 4,5 2,5 5,1 9,5 7,5 6,1

Outros 2,7 3,2 1,0 2,8 2,2 3,3 1,2 2,3

Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006


Nota: resposta múltipla.

Com relação à freqüência que utilizam cada veículo para obter informação (tabelas 14A e 14B): diariamen-
te, cerca de 53% de participantes na Venezuela usam a TV; 46,5% a Internet; 46% o rádio e 36% os jornais.
Em Mali, 69% ouvem rádio e 67,5% assistem à TV diariamente, mas os jornais e a Internet são acessados
todos os dias por uma proporção bem menor de pessoas: 35% e 31%, respectivamente.

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Tabela 14A – FSM 2006

Freqüência de utilização dos meios de comunicação para obter informação segundo capítulo (em %)

Venezuela
Meio de comunicação
Várias vezes por
Nunca Mensalmente Semanalmente Diariamente
semana
Jornais 6,5 9,4 22,5 26,0 35,6
Revistas 18,6 28,9 29,5 16,9 6,2
TV 7,9 6,8 10,4 22,1 52,8
Rádio 8,2 8,2 11,6 26,2 45,8
Internet 10,0 6,2 11,7 25,5 46,5
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

Tabela 14B – FSM 2006

Freqüência de utilização dos meios de comunicação para obter informação segundo capítulo (em %)

Mali
Meio de comunicação
Várias vezes por
Nunca Mensalmente Semanalmente Diariamente
semana
Jornais 11,8 11,6 18,3 23,7 34,7
Revistas 26,2 29,6 16,4 16,3 11,5
TV 4,8 1,7 4,9 21,1 67,5
Rádio 4,4 1,7 4,5 20,4 69,1
Internet 21,2 10,9 17,4 19,4 31,1
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

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Também foi perguntado aos(às) participantes como utilizam o tempo na rede internacional (tabela 15).
Seguem, abaixo, as principais formas de utilização:

• no capítulo Venezuela: 24% acessam o site do FSM freqüentemente ou sempre e 30% nunca acessam. No
capítulo Mali, 19% acessam freqüentemente ou sempre e 43% nunca acessam;

• o acesso a sites sobre eventos da sociedade civil internacional é feito freqüentemente ou sempre por cerca
de 29% de participantes na Venezuela e por 27% em Mali. A proporção de participantes que nunca acessam
é ainda maior: 31% na Venezuela e 35,2% em Mali;

• os sites de mídias alternativas têm acesso freqüente por 43% de participantes do capítulo Venezuela e
cerca de 25% do capítulo Mali. Nunca são acessados por 22% e 43%, respectivamente;

• em Mali e na Venezuela, cerca de 53% e 54% de presentes nunca assinaram petições on-line ou partici-
param de campanhas por e-mails ou chat;

• na Venezuela, 45% nunca expressam opinião política em fórum, lista de discussão ou chat, mas
25% o fazem freqüentemente ou sempre. Em Mali, 49% nunca expressaram e 21% o fazem freqüen-
temente ou sempre;

• com relação a baixar programas de domínio público, como Linux e Open Office, por não ser uma ativida-
de que se faça regularmente (basta um único acesso para baixá-los e outro, posteriormente, para atualizá-
los), podemos considerar que a proporção de 41% de participantes na Venezuela e 42,5% em Mali que já
acessaram, e possivelmente já instalaram os programas em seus computadores, é bastante significativa.

28
Tabela 15 – FSM 2006

Utilização do tempo na Internet por capítulo (em %)

Venezuela Mali
Como utiliza o tempo
na Internet
Nunca Às vezes Freqüentemente Sempre Nunca Às vezes Freqüentemente Sempre

Visita o site do FSM 30,3 45,4 20,0 4,2 42,5 38,1 14,2 5,2
Visita sites sobre eventos
da sociedade civil 31,3 40,1 23,1 5,5 35,2 38,0 18,0 8,9
internacional
Visita sites de mídias
22,0 35,2 30,1 12,8 43,1 31,8 19,4 5,7
alternativas
Assina petições on-line ou
participa de campanhas 54,1 26,3 13,0 6,6 53,0 27,9 13,4 5,7
por e-mail e chat
Expressa opiniões políticas
em fóruns, listas de 44,8 29,8 17,6 7,8 48,9 30,0 13,4 7,8
discussão ou chat
Baixa programas de
domínio público, como 60,0 22,6 10,3 7,0 57,5 24,4 11,4 6,7
Linux e Open Office
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

29
QUARTA PARTE:
ENGAJAMENTO POLÍTICO, INSERÇÃO E PARTICIPAÇÃO

Os dados apresentados a seguir estão relacionados às questões sobre participação em “movimentos so-
ciais populares”, “partidos políticos”, “grupos culturais”, “ONGs”, entre outros. São filiações e/ou partici-
pações que apontam o engajamento em ações ou espaços participativos. No capítulo Venezuela, a maior
participação na sociedade civil se deu por meio de “movimentos sociais populares” (56%) e de “grupos
culturais” (50%).

Em Mali, 38,7% participam de “comitês ou associações voluntárias”, 38,4% de “movimentos sociais po-
pulares” e 36,8% de “ONGs”. A participação em “movimentos sociais populares” de presentes no capítulo
Venezuela cresce à proporção que o local de origem se afasta do país-sede: 52,9% de venezuelanos(as),
60,7% de latino-americanos(as) e 65,3% de estrangeiros(as) que não são latino-americanos(as). Em Mali,
observamos uma diferença entre malienses, africanos(as) e resto do mundo: 36,1%, 37,7% e 60% partici-
pam, respectivamente.
Isso também acontece na participação em “ONGs”. Aproximadamente 24% de venezuelanos(as) e 35,9%
de latino-americanos(as) participam dessas instituições, enquanto a participação entre estrangeiros(as) não-
latinos(as) é de 47,2%. Em Mali, também percebemos uma diferença significativa com relação à partici-
pação em “ONGs”: 28,9% de malienses e 57,8% de africanos(as) declararam participar dessas instituições
contra 51,7% de participantes de outros países, como pode ser visto na tabela 16.

Tabela 16 – FSM 2006

Participação na sociedade civil por local de origem e capítulo (em %)

Movimentos, Venezuela Mali


instituições,
associações da Latino- Outros Outros
Venezuelanos(as) Total Malienses Africanos(as) Total
sociedade civil americanos(as) países países

Movimentos sociais
52,9 60,7 65,3 56,0 36,1 37,7 60,0 38,4
populares
Comitês / Associações
38,7 41,1 50,3 40,2 38,6 37,7 42,8 38,7
voluntárias

Gupos culturais 49,8 50,8 47,7 50,0 21,8 17,2 30,8 21,6

ONGs 23,7 35,9 47,2 28,9 28,9 57,8 51,7 36,8

Sindicatos ou associações
19,2 29,8 31,1 23,1 30,1 19,8 31,1 28,1
profissionais

Partidos políticos 25,2 25,4 28,3 25,5 25,5 11,7 23,9 22,5

Cooperativas 33,4 23,6 27,9 30,2 16,2 15,3 12,5 15,7

Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006


Nota: resposta múltipla.

32
Em relação à participação considerando a variável gênero (tabela 17), observamos que na Venezuela a
participação das mulheres é maior que a dos homens em “cooperativas” e “sindicatos ou associações
profissionais”. Em Mali, a participação delas é maior também nas “cooperativas” e “grupos culturais”. Os
homens, por sua vez, têm uma presença maior em “movimentos sociais populares” no Mali, e em ONGs,
tanto em Mali como na Venezuela.

Tabela 17 – FSM 2006

Participação na sociedade civil por gênero e por capítulo (em %)

Movimentos, Venezuela Mali


instituições, associações
da sociedade civil Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total

Total 100 100 100 100 100 100


Movimentos sociais
21,9 22,2 22,1 18,8 17,7 18,0
populares
Comitês / Associações
17,3 14,8 15,9 19,9 17,7 18,3
voluntárias
Gupos culturais 20,7 19,0 19,7 9,3 10,6 10,2
ONGs 12,2 10,7 11,4 19,0 16,8 17,5
Sindicatos ou associações
8,5 9,4 9,0 18,8 17,7 18,0
profissionais
Partidos políticos 8,0 11,7 10,1 8,1 11,6 10,6
Cooperativas 11,4 12,2 11,9 6,1 8,0 7,5
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

33
Complementando a questão sobre engajamento de participantes, foi perguntado sobre a participa-
ção em alguma rede internacional para ações políticas (tabela 18). No FSM 2006 capítulo Venezuela,
percebemos que 20% de venezuelanos(as), 35% de latino-americanos(as) e 51% de participantes de
outros países declararam participar. Já em Mali, a amplitude foi menor, apesar de seguir o mesmo pa-
drão: 26% de malienses, 34% de africanos(as) e 45% de estrangeiros(as) não-africanos(as). Podemos
concluir que a participação em redes internacionais na média total de participantes é significativa,
mas está longe de ser uma prática majoritária.

Tabela 18 – FSM 2006

Participação em redes internacionais para ações políticas segundo local de origem e capítulo (em %)

Venezuela Mali

Latino- Outros Outros


Venezuelanos(as) Total Malienses Africanos(as) Total
americanos(as) países países
Total 100 100 100 100,0 100 100 100 100,0
Sim 19,6 35,0 51,2 26,1 26,3 34,3 44,6 29,5
Não 80,4 65,0 48,8 73,9 73,7 65,7 55,4 70,5
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

Como pode ser visto na tabela 19, a variável gênero parece não influenciar na participação em redes inter-
nacionais no caso de Mali, mas revela leve presença maior dos homens no caso da Venezuela.

Tabela 19 – FSM 2006

Participação em redes internacionais para ações políticas segundo capítulo e gênero (em %)

Venezuela Mali

Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total

Total 100 100 100 100 100 100


Sim 23,3 28,3 26,1 29,7 29,1 29,2
Não 76,7 71,7 73,9 70,3 70,9 70,8
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

Ainda sobre o engajamento de participantes, podemos observar, na tabela 20, as atividades de militância
social e política das quais eles e elas participam, considerando seus locais de origem. As atividades estão orde-
nadas da maior para a menor participação, com pequenas inversões de acordo com o capítulo do FSM 2006.

34
Tabela 20 – FSM 2006

Participação em atividades de militância social e política segundo local de origem e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Atividades
Latino- Outros Outros
Venezuelanos(as) Total Malienses Africanos(as) Total
americanos(as) países países
Conferências e seminários
com especialistas em 64,2 81,0 82,0 70,3 54,4 60,2 76,3 57,6
temas sociais
Seminários com
organizações da sociedade 53,6 70,3 75,5 59,9 43,9 61,4 68,9 49,8
civil
Protestos de rua sem
61,7 74,7 74,2 66,3 40,9 42,9 67,4 43,7
violência
Eventos educacionais 63,3 71,5 68,4 66,0 48,7 49,8 54,2 49,4
Reuniões para planejar
58,0 71,2 69,5 62,6 38,0 42,6 50,3 40,1
ação coletiva
Encontros de organizações
43,1 55,4 54,9 47,5 35,9 51,7 55,8 41,0
de base
Campanha pública 39,4 48,4 53,1 42,9 34,4 39,8 49,7 36,9
Abaixo-assinado ou
31,8 43,4 54,2 36,7 25,6 35,7 64,5 31,1
petição
Participação em políticas
públicas (orçamento 24,5 32,0 26,9 26,8 23,1 19,1 21,6 22,2
participativo, comitê gestor)
Protesto de rua com
19,3 35,9 33,0 25,1 10,4 11,3 23,2 11,7
desobediência civil
Outros 20,1 26,0 34,0 22,7 5,2 8,8 8,7 6,3
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

Dos(as) participantes do Fórum na Venezuela, os(as) próprios(as) venezuelanos(as) têm a menor participa-
ção em todas as atividades. O mesmo ocorre com malienses, exceto quanto à “participação em políticas
públicas (orçamento participativo, comitê gestor)”, na qual eles e elas são 23%, africanos(as) são 19% e
participantes de outros países, 22%.

No geral, a participação de latino-americanos(as) é semelhante a dos(as) participantes de outros países no Fórum


na Venezuela, com exceção de “abaixo-assinado ou petição”. Nessa atividade, a participação de presentes de
outros países é maior (54%) que a de latino-americanos(as) — 43%. Em Mali, podemos observar que, em todas
as atividades, participantes de outros países se dizem mais presentes do que africanos(as).

35
Com relação à participação em eventos da sociedade civil internacional (tabela 21), considerando o local de ori-
gem, podemos perceber diferenças significativas em quase todos os eventos, tanto em Mali como na Venezuela.
No Fórum realizado na América Latina, a participação em eventos da sociedade civil internacional é maior nas
“mobilizações pela paz e contra a guerra” (cerca de 76%). Em Mali, é maior na “participação no FSM”.

Outras variações podem ser facilmente observadas com relação aos eventos de “mobilização em cúpulas do
Banco Mundial, FMI ou OMC”, de “mobilizações em cúpulas G-7/G-8, além de “campanhas contra acordos
de livre comércio”, nas quais participantes de outros países declararam participar significativamente mais que
africanos(as) e malienses. Na Venezuela, também observamos uma diferença relacionada aos eventos de “mo-
bilizações em cúpulas do Banco Mundial, FMI ou OMC” e “mobilizações em cúpulas do G-7/G-8”: A presença de
participantes de outros países nesses eventos é consideravelmente maior que a de venezuelanos(as).

Tabela 21 – FSM 2006

Participação em eventos da sociedade civil internacional segundo local de origem e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Eventos Latino Outros Outros
Venezuelanos(as) Total Malienses Africanos(as) Total
Americanos(as) países países
Mobilizações pela paz e
74,5 78,2 83,9 76,3 42,9 34,7 65,8 43,2
contra a guerra
Fóruns sociais nacionais
53,9 64,0 56,0 57,1 40,6 56,7 62,4 46,2
ou regionais
Fórum Social Mundial 44,0 51,0 51,7 46,7 57,3 49,8 60,7 56,0
Campanha global pela
40,8 50,3 37,3 43,4 45,1 38,5 27,6 42,1
educação
Campanhas contra
acordos de livre- 32,7 60,4 55,7 42,6 14,9 23,4 42,2 19,3
comércio
Campanha pela abolição
22,2 42,2 38,2 29,3 25,0 30,9 44,4 28,1
da dívida externa
Mobilizações em cúpulas
do Banco Munidal, FMI 6,7 23,3 29,0 13,3 13,3 12,7 25,6 14,3
ou OMC
Mobilizações em
8,9 13,0 25,3 11,4 17,9 12,7 34,2 18,2
Cúpulas do G-7 / G-8
Mobilizações em
11,2 16,3 25,2 13,7 12,7 13,4 14,8 13,0
conferências da ONU
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

36
Para entender os motivos pelos quais as pessoas participam de eventos da sociedade civil internacional
(tabela 22), foi apresentada uma lista com oito opções para que participantes dissessem quais seriam os
principais. “A troca de experiência com outros(as) participantes” é apontada como principal motivo por
latino-americanos(as) presentes – incluindo venezuelanos(as) – e africanos(as) – incluindo malienses. Partici-
pantes de outros países, nos dois capítulos, sinalizam a “construção de redes internacionais pela sociedade
civil” como principal motivo.

Tabela 22 – FSM 2006

Motivo da participação em eventos da sociedade civil internacional segundo local de origem e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Motivos
Latino- Outros Outros
Venezuelanos(as) Total Malienses Africanos(as) Total
americanos(as) Países Países
A troca de experiência
com outros 41,6 39,8 34,6 38,6 49,3 49,8 45,6 48,4
participantes
Construir redes
internacionais pela 30,4 37,9 42,7 36,9 40,9 48,8 50,2 45,3
sociedade civil
Propor políticas
31,2 36,5 35,9 34,5 32,6 35,7 41,9 35,8
públicas alternativas
Protestar contra
29,8 33,7 31,9 31,8 21,3 23,2 32,7 24,8
poderes globais
Atrair atenção da
mídia e divulgar 22,0 19,0 25,5 22,2 39,6 35,0 34,3 37,1
informação
Aprender sobre temas
29,4 25,0 24,1 26,2 25,8 27,3 33,6 28,3
globais
Pressionar os
representantes dos 14,1 14,8 17,9 15,6 21,3 21,9 27,5 23,1
governos
Outros 5,0 4,5 4,7 4,7 10,7 10,1 7,6 9,8
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

37
Sobre posicionamento político também foi perguntado como os(as) participantes definem suas atitudes diante
da globalização (tabela 23). No capítulo Venezuela, a “rejeição” e a “mudança radical” foram as opções mais
citadas, seguidas pelas “políticas reformistas”. Latino-americanos(as) e venezuelanos(as) declararam que sua
atitude com relação à globalização é “rejeição” seguida por “mudança radical”, ao contrário de participantes do
Fórum em Mali, que opinaram pela “mudança radical” seguida por “políticas reformistas”.

Tabela 23 – FSM 2006

Como os(as) participantes definem suas atitudes perante a globalização segundo local de origem e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Atitude Latino- Outros Outros
Venezuelanos(as) Total Malienses Africanos(as) Total
americanos(as) países países
Total 100 100 100 100 100 100 100 100
Rejeição 43,2 43,3 29,4 42,2 23,7 23,7 18,4 23,3
Mudança radical 19,7 25,0 38,4 22,5 27,9 33,1 44,3 30,2
Políticas
17,1 19,3 23,2 18,1 23,7 25,0 26,9 24,3
reformistas
Apoio 11,5 3,4 4,5 8,8 18,5 13,3 5,1 16,3
Outros 8,5 9,0 4,5 8,4 6,2 4,9 5,3 5,9
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

38
Finalmente, os(as) participantes foram questionados(as) sobre posição política (tabela 24). No capítulo Vene-
zuela, a maioria de participantes (locais, latino-americanos(as) e de outros países) disseram ser de esquerda. Em
Mali, malienses e africanos(as) declararam não ter posição política. Porém, a maioria de participantes de outros
países – assim como participantes do FSM na América Latina – disseram ser de esquerda.

Tabela 24 – FSM 2006

Posição política de participantes segundo local de origem e capítulo* (em %)

Venezuela Mali
Posição política
Latino- Outros Outros
Venezuelanos(as) Total Malienses Africanos(as) Total
americanos(as) países países
Total 100 100 100 100 100 100 100 100
Esquerda 61,6 67,7 71,5 64,0 25,1 31,3 66,2 30,4
Centro-esquerda 12,3 15,9 16,4 13,6 6,0 12,7 15,1 8,3
Centro 6,8 4,1 5,3 5,9 10,5 10,6 4,9 9,9
Centro-direita 1,7 1,3 1,9 1,6 2,9 4,2 3,0 3,2
Direita 1,0 1,6 1,2 1,2 10,5 6,0 2,2 8,7
Não tem posição 16,5 9,5 3,8 13,7 45,2 35,2 8,5 39,4
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
*Considerando as forças políticas existentes em seus países

39
QUINTA PARTE:
TEMAS DA AGENDA POLÍTICA

A seguir, podemos ver os resultados referentes à opinião de participantes do Fórum Social Mundial, dos ca-
pítulos Venezuela e Mali, sobre os temas da agenda política. Participantes do capítulo Venezuela mostraram
visões ou ênfases de avaliação bem diferentes dos(as) presentes em Mali sobre os itens de avaliação aponta-
dos pela pesquisa com respeito a propostas de enfrentamento de crises econômicas nos seus países.

Na tabela 25, podemos observar que “restringir as liberdades civis (livre expressão, associação etc.)”
foi o item com maior percentual de total discordância entre participantes do Fórum realizado na Ve-
nezuela (78%). Em Mali, essa medida foi também a mais rejeitada (60%), juntamente com “restringir
a liberdade da imprensa (59%)”.

Em Bamaco, cerca de 41% de participantes do FSM disseram discordar totalmente do item “diminuir as
exigências das leis ambientais para as empresas”. No capítulo Caracas, esse percentual chegou a 71%. Com
relação a “diminuir os direitos trabalhistas exigidos das empresas”, o diferencial entre Mali e Venezuela foi
menor, se comparado ao item anterior, porém, ainda bastante relevante: 48% contra 72%, respectivamente.
A medida que se mostrou menos rejeitada no capítulo Venezuela foi “aumentar impostos” (60%), enquanto
em Mali a menos rejeitada foi “diminuição das exigências das leis ambientais” (41%).
Tabela 25 – FSM 2006

Concordância com relação às medidas para enfrentar crises econômicas nos próprios países por capítulo (em %)

Venezuela Mali
Medidas a serem
tomadas Discordo Concordo Sem Discordo Concordo Sem
totalmente
Discordo Concordo totalmente totalmente
Discordo Concordo totalmente
opinião opinião

Diminuir as
exigências das leis
70,6 18,4 5,2 1,5 4,3 40,9 18,2 22,3 9,1 9,5
ambientais para as
empresas
Diminuir os
direitos trabalhistas
72,0 21,2 3,4 0,9 2,5 48,1 22,3 13,0 7,8 8,8
exigidos nas
empresas
Restringir as
liberdades civis
78,2 17,6 2,0 0,7 1,5 60,0 20,4 6,8 6,2 6,6
(livre expressão,
associação)
Restringir a
liberdade de 70,4 20,7 5,6 0,9 2,3 58,6 22,9 7,0 4,7 6,7
imprensa
Aumentar os
60,0 21,9 11,2 1,8 5,0 45,0 22,7 15,1 4,8 12,4
impostos
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

42
Na Venezuela (tabela 26), dentre aqueles(as) que discordaram totalmente das medidas propostas por local
de origem, a mais rejeitada por venezuelanos(as) foi “restringir as liberdades civis (livre expressão, associação
etc.)” – 76%. O mesmo acontece em relação às opiniões de latino-americanos(as) e participantes de outros
países – 81% e 83%, respectivamente. Em Mali, vemos que para participantes locais “restringir as liberdades
civis (livre expressão, associação etc.)” e “restringir a liberdade da imprensa” são as medidas que despertaram
maior discordância – 56% e 53%.

Tabela 26 – FSM 2006

Distribuição, por local de origem e capítulo, dos(as) que discordam totalmente das medidas a serem tomadas caso seu país enfrente dificuldades (em %)

Venezuela Mali
Medidas a serem tomadas
Latino- Outros Outros
Venezuelanos(as) Total Malienses Africanos(as) Total
americanos(as) países países
Diminuir as exigências das leis
68,6 74,2 75,0 70,6 36,8 45,2 65,3 40,9
ambientais para as empresas
Diminuir os direitos trabalhistas
69,5 76,2 77,7 72,0 44,2 51,9 71,1 48,2
exigidos nas empresas
Restringir as liberdades civis (livre
76,4 81,2 83,4 78,2 55,6 66,7 79,1 60,0
expressão,associação)
Restringir a liberdade de imprensa 67,8 73,8 81,3 70,4 53,2 67,3 79,8 58,7
Aumentar os impostos 60,8 63,6 39,0 60,0 47,7 44,9 23,2 45,0
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

43
Ao analisarmos a opinião de participantes sobre medidas a serem tomadas se o país em que residem estivesse
em dificuldades, considerando a variável gênero (tabela 27), percebemos algumas diferenças. As mulheres
dos dois capítulos rejeitaram mais que os homens o item “aumentar impostos”. Em Mali, elas também rejei-
taram mais o tema “diminuir as exigências das leis ambientais para as empresas”.

Tabela 27 – FSM 2006

Distribuição, por gênero e capítulo, dos(as) que discordam totalmente das medidas a serem tomadas caso seu país enfrente
dificuldades (em %)

Venezuela Mali
Medidas a serem tomadas
Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total

Diminuir as exigências das leis


70,5 70,9 70,7 44,5 39,7 41,1
ambientais para as empresas
Diminuir os direitos trabalhistas
72,0 71,9 71,9 48,2 48,4 48,3
exigidos nas empresas
Restringir as liberdades civis (livre
79,4 77,1 78,1 62,2 59,6 60,3
expressão, associação)
Restringir a liberdade de imprensa 70,4 70,2 70,3 58,2 59,2 58,9
Aumentar os impostos 62,8 57,8 60,0 46,8 44,5 45,2
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

44
A análise dessa questão de acordo com o nível educacional de participantes mostra que, tanto para o Fó-
rum da Venezuela como para o de Mali, os níveis de educação mais altos (superior completo/incompleto
e mestrado/doutorado) tendem a discordar mais que a média do respectivo capítulo, exceto para os itens
“aumentar impostos”, como pode ser visto nas tabelas 28A e 28B.

Tabela 28A – FSM 2006


Distribuição, por escolaridade e capítulo, dos(as) que discordam totalmente das medidas a serem tomadas caso seu país
enfrente dificuldades (em %)

Venezuela

Medidas a serem tomadas Superior


Até 4 anos de De 5 a 8 anos De 9 a 12 anos Mestrado /
compl. ou Total
estudo de estudo de estudo doutorado
incomp.
Diminuir as exigências das leis
64,5 58,8 56,5 73,9 77,7 71,0
ambientais para as empresas
Diminuir os direitos trabalhistas
57,3 61,9 60,5 74,1 82,7 72,1
exigidos nas empresas
Restringir as liberdades civis (livre
77,9 65,3 65,9 80,5 85,9 78,3
expressão, associação)
Restringir a liberdade de
81,4 56,9 56,3 72,5 78,8 70,4
imprensa
Aumentar os impostos 63,7 63,6 57,0 60,9 56,0 60,0
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

Tabela 28B – FSM 2006


Distribuição, por escolaridade e capítulo, dos(as) que discordam totalmente das medidas a serem tomadas caso seu país
enfrente dificuldades (em %)

Mali

Medidas a serem tomadas Superior


Até 4 anos de De 5 a 8 anos De 9 a 12 anos Mestrado /
compl. ou Total
estudo de estudo de estudo doutorado
incomp.
Diminuir as exigências das leis
30,3 31,6 31,9 43,4 45,7 40,8
ambientais para as empresas
Diminuir os direitos trabalhistas
38,8 38,4 38,5 51,9 52,9 48,7
exigidos nas empresas
Restringir as liberdades civis (livre
45,9 44,2 49,2 64,9 66,8 60,9
expressão,associação)
Restringir a liberdade de
45,8 37,8 50,3 62,6 64,5 59,4
imprensa
Aumentar os impostos 47,3 38,5 57,4 47,8 34,6 45,3
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

45
Com relação à idade, podemos perceber, pelos dados da tabela 29, que participantes do Fórum na Vene-
zuela com mais de 50 anos tendem a discordar mais do que os(as) mais novos. Ocorre o mesmo com relação
aos(às) participantes do capítulo Mali com 45 anos ou mais, com exceção do item “aumentar impostos”.

Tabela 29 – FSM 2006

Distribuição, por idade e capítulo, dos(as) que discordam totalmente das medidas
a serem tomadas caso seu país enfrente dificuldades (em %)

Venezuela Mali
Medidas a serem 50 50
tomadas 14– 24 25–34 35–44 45–54 14–24 25–34 35–44 45–54
anos e Total anos e Total
anos anos anos anos anos anos anos anos
mais mais
Diminuir as exigências
das leis ambientais 66,3 71,6 74,0 71,1 77,6 70,6 35,1 39,9 40,7 45,9 48,4 40,5
para as empresas
Diminuir os direitos
trabalhistas exigidos 66,9 74,1 74,8 71,9 79,2 71,9 41,9 44,0 46,5 59,6 61,3 47,8
nas empresas
Restringir as
liberdades civis (livre 76,2 81,6 77,6 77,9 78,2 78,3 51,2 60,2 57,8 70,3 71,8 60,0
expressão,associação)
Restringir a liberdade
68,2 71,0 71,6 71,9 71,8 70,3 46,6 63,6 57,7 65,7 66,1 58,6
de imprensa

Aumentar os impostos 55,6 60,6 62,5 65,1 64,6 60,1 51,4 47,4 40,3 39,6 37,1 45,0

Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006


Nota: resposta múltipla.

46
Participantes do FSM foram questionados(as) também sobre o posicionamento que adotariam (ou adotam)
em relação a alguns temas da agenda política, como é apresentado na tabela 30. A “legalização do aborto”
é um tema que gerou discordância significativamente menor entre participantes do Fórum na Venezuela do
que entre participantes do FSM em Mali (19,4% contra 44,4%). No entanto, a maior divergência de opini-
ões foi em relação ao tema “união civil entre as pessoas do mesmo sexo”. Na Venezuela, menos de 18% de
participantes disseram discordar totalmente; em Mali, esse percentual chegou a quase 64%, sendo o tema
que gerou mais discordância entre participantes deste capítulo. No Fórum realizado na América Latina, a
“privatização do abastecimento de água” foi o que gerou maior discordância: 75% de participantes disse-
ram discordar totalmente. Para participantes do capítulo Mali, esse percentual chegou a 59%. Outro tema
polêmico foi a “proibição do trabalho infantil”, muito mais forte para participantes do FSM em Mali, onde
esse percentual chega a 33%, do que para quem participou do FSM na Venezuela – 10%.

Tabela 30 – FSM 2006

Posicionamento de participantes com relação aos temas apresentados (em %)

Venezuela Mali
Temas
Discordo Concordo Sem Discordo Concordo Sem
Discordo Concordo Discordo Concordo
totalmente totalmente opinião totalmente totalmente opinião
Liberação das sementes e dos
47,3 25,0 12,4 3,6 11,7 49,3 16,7 15,5 7,5 11,1
alimentos transgênicos
Legalização do aborto 19,4 19,6 27,8 26,7 6,4 44,4 16,5 16,9 11,1 11,1
Privatização do abastecimento
75,1 19,7 2,9 0,9 1,4 59,0 21,9 8,6 4,9 5,5
de água
União civil entre pessoas do
17,8 15,4 29,5 27,6 9,8 63,8 13,2 9,0 7,9 6,1
mesmo sexo
Voto obrigatório 34,1 28,4 20,4 11,7 5,3 33,5 21,2 21,7 13,1 10,5
Proibição do trabalho infantil 10,1 8,8 20,5 57,9 2,6 33,1 13,3 16,4 26,4 10,8
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

47
É possível observar, na tabela 31, essas questões por local de origem. Sobre a “legalização do aborto”, par-
ticipantes do Fórum na Venezuela e em Mali apresentaram variações de opinião parecidas. Venezuelanos(as)
e malienses discordaram significativamente mais do que participantes de outros países. Variação semelhante
acontece também em relação aos temas “união civil entre pessoas do mesmo sexo” e “proibição do trabalho
infantil”. Nesses itens, participantes locais discordaram mais que outros(as) participantes, principalmente
estrangeiros(as) de outros continentes. Em Mali, a “união civil entre pessoas do mesmo sexo” chegou a ter
uma diferença de mais de 58 pontos percentuais entre malienses e participantes de outros países.

Tabela 31 – FSM 2006

Distribuição dos(as) que discordam totalmente dos temas apresentados por local de origem e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Temas
Latino- Outros Outros
Venezuelanos(as) Total Malienses Africanos(as) Total
americanos(as) países países
Liberação das sementes
e dos alimentos 43,3 54,7 56,1 47,3 46,5 51,3 66,9 49,3
transgênicos
Legalização do aborto 23,4 12,8 8,3 19,4 47,1 46,8 18,7 44,4
Privatização do
73,0 79,6 77,6 75,1 58,9 57,6 63,3 59,0
abastecimento de água
União civil entre pessoas
20,9 13,2 6,1 17,8 71,0 61,3 12,8 63,8
do mesmo sexo
Voto obrigatório 34,2 35,1 29,4 34,1 38,6 24,7 13,8 33,5
Proibição do trabalho
12,3 6,4 4,6 10,1 37,4 26,6 13,8 33,1
infantil
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

Quando a análise dos temas é feita considerando a variável gênero (tabela 32), é possível observar que
na Venezuela não houve diferenças significativas. Em Mali, os homens rejeitaram mais a “união civil entre
pessoas do mesmo sexo”, enquanto as mulheres rejeitaram mais a “liberação das sementes e alimentos
transgênicos”. Quanto à “privatização do abastecimento de água”, percebemos uma relação inversa de
opinião entre os(as) participantes dos capítulos do FSM 2006. Na Venezuela, os homens discordaram
mais do tema (78% contra 72%); em Mali, foram as mulheres que discordaram mais (63% contra 57%).

48
Tabela 32 – FSM 2006

Distribuição dos(as) que discordam totalmente dos temas apresentados por gênero e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Temas
Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total

Liberação das sementes e alimentos


46,2 48,1 47,2 53,9 48,1 49,7
transgênicos
Legalização do aborto 18,9 19,8 19,4 41,6 46,2 44,8
Privatização do abastecimento de água 71,7 78,1 75,2 63,2 57,3 59,0
União civil entre pessoas do mesmo sexo 15,7 19,5 17,8 55,2 67,6 64,1
Voto obrigatório 32,6 35,3 34,1 30,4 34,8 33,6
Proibição do trabalho infantil 9,9 10,5 10,2 34,1 32,6 33,0
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

Como mostram as tabelas 33A e 33B, a escolaridade parece influenciar a opinião de participantes sobre
os temas apresentados. Na Venezuela, a “legalização do aborto” e a “união civil entre as pessoas do mes-
mo sexo” geraram uma discordância menor em participantes de maior nível educacional. Em Mali, os(as)
mais escolarizados(as) discordaram menos do “voto obrigatório” e discordaram mais da “liberação das
sementes e alimentos transgênicos”.

Tabela 33A – FSM 2006

Distribuição dos(as) que discordam totalmente dos temas apresentados por escolaridade e capítulo (em %)

Venezuela

Temas De 9 a 12 Superior
Até 4 anos de De 5 a 8 anos Mestrado /
anos de compl. ou Total
estudo de estudo doutorado
estudo incomp.
Liberação das sementes e dos alimentos transgênicos 58,4 32,7 33,3 50,0 54,5 47,5
Legalização do aborto 39,7 21,8 25,9 18,3 12,2 19,5
Privatização do abastecimento de água 79,9 74,1 65,2 76,2 81,8 75,2
União civil entre pessoas do mesmo sexo 37,8 40,2 19,2 16,2 12,5 17,7
Voto obrigatório 36,1 32,1 28,5 35,4 36,2 34,4
Proibição do trabalho infantil 16,3 6,0 12,5 9,3 11,7 10,0
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

49
Tabela 33B – FSM 2006

Distribuição dos(as) que discordam totalmente dos temas apresentados por escolaridade e capítulo (em %)

Mali

Temas De 9 a 12 Superior
Até 4 anos de De 5 a 8 anos Mestrado /
anos de compl. ou Total
estudo de estudo doutorado
estudo incomp.
Liberação das sementes e dos alimentos
44,1 46,0 41,2 50,3 54,7 49,4
transgênicos
Legalização do aborto 47,1 32,9 49,3 45,5 43,0 45,0
Privatização do abastecimento de água 55,9 55,7 62,2 59,6 60,0 59,8
União civil entre pessoas do mesmo sexo 70,9 49,0 71,8 64,0 59,4 63,8
Voto obrigatório 52,3 42,7 41,4 31,2 29,2 33,9
Proibição do trabalho infantil 26,3 37,1 47,0 34,7 24,4 33,4
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

A opinião de participantes do capítulo Venezuela, observada na tabela 34A, parece não ser influenciada
pela idade. Em Mali (tabela 34B), a discordância sobre a “liberação das sementes e alimentos transgênicos”
é maior quanto maior for a idade. Uma tendência inversa pode ser observada na questão da “proibição do
trabalho infantil”: quanto maior a idade, menor a proporção de participantes que discordam desse tema.

Tabela 34A – FSM 2006

Distribuição dos(as) que discordam totalmente dos temas apresentados por idade e capítulo (em %)

Venezuela
Temas
14–24 anos 25–34 anos 35–44 anos 45–54 anos 50 anos e mais Total

Liberação das sementes e


38,8 52,1 55,8 50,6 47,5 47,5
dos alimentos transgênicos
Legalização do aborto 22,2 16,6 20,4 21,5 12,7 19,4
Privatização do
73,1 75,8 79,3 75,2 72,8 75,1
abastecimento de água
União civil entre pessoas do
16,2 13,1 19,9 28,6 18,8 17,8
mesmo sexo
Voto obrigatório 31,6 34,9 42,1 32,0 32,3 34,3
Proibição do trabalho infantil 12,5 10,2 5,7 12,0 5,7 10,1
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

50
Tabela 34B – FSM 2006

Distribuição dos(as) que discordam totalmente dos temas apresentados por idade e capítulo (em %)

Mali
Temas
14–24 anos 25–34 anos 35–44 anos 45–54 anos 50 anos e mais Total

Liberação das sementes e


40,7 49,5 50,8 54,1 57,7 49,1
dos alimentos transgênicos
Legalização do aborto 38,8 52,6 39,7 42,7 41,1 44,2
Privatização do
61,4 59,4 56,7 57,3 61,8 59,1
abastecimento de água
União civil entre pessoas do
67,8 71,1 59,9 59,7 37,2 63,9
mesmo sexo
Voto obrigatório 38,5 34,2 27,9 34,7 18,0 33,1
Proibição do trabalho
40,0 34,4 28,4 28,1 24,5 32,9
infantil
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

51
SEXTA PARTE:
OLHAR DO PÚBLICO SOBRE O FORUM

A seguir, veremos os resultados relativos à opinião de participantes sobre o Fórum Social Mundial nos capí-
tulos Venezuela e Mali. Pouco menos da metade de participantes na Venezuela e em Mali (42,1% e 45,6%,
respectivamente), disseram estar familiarizados(as) com a Carta de Princípios do FSM. No entanto, cerca de
20% de participantes do Fórum na Venezuela e 15% de participantes em Mali disseram não se considerar
familiarizados(as) – gráfico 1.

Gráfico 1 – FSM 2006

Familiaridade com a Carta de Princípios do FSM segundo capítulo

100%

80% 42,1%
45,6%

60%

40% 37,7%
39,3%

20%

15,1% 20,2%
0%
Mali Venezuela

Sim Um pouco Não

Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006


No capítulo Venezuela, participantes latino-americanos(as) se mostraram mais familiarizados(as) com a Car-
ta de Princípios do Fórum. No capítulo Mali, foram os(as) participantes de outros países (tabela 35).

Tabela 35 – FSM 2006

Familiaridade com a Carta de Princípios do FSM por local de origem e capítulo (em %)

Venezuela Mali

Latino- Outros Outros


Venezuelanos(as) Total Malienses Africanos(as) Total
americanos(as) países países
Total 100 100 100 100 100 100 100 100
Sim 38,4 48,9 44,0 41,8 45,4 43,2 50,3 45,4
Um pouco 38,3 35,9 41,3 37,8 39,2 42,5 33,0 39,4
Não 23,3 15,2 14,7 20,4 15,4 14,3 16,8 15,3
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

Quando a questão foi analisada segundo o sexo, participantes do FSM na Venezuela e em Mali não apre-
sentaram diferenciais significativos (tabela 36).

Tabela 36 – FSM 2006

Familiaridade com a Carta de Princípios do FSM por gênero e capítulo (em %)

Venezuela Mali

Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total

Total 100 100 100 100 100 100


Sim 43,5 40,3 41,8 41,4 46,4 45,0
Um pouco 36,0 39,2 37,7 43,8 38,1 39,6
Não 20,5 20,5 20,5 14,8 15,6 15,4
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

Nos dois capítulos, a relação entre escolaridade e familiaridade com a Carta de Princípios varia, mas de for-
ma um tanto errática, como pode ser observado nas tabelas 37A e 37B. Esse é um ponto que necessitaria
ser mais investigado.

54
Tabela 37A – FSM 2006

Familiaridade com a Carta de Princípios do FSM por escolaridade e capítulo (em %)

Venezuela

Até 4 anos de estudo De 5 a 8 anos de estudo De 9 a 12 anos de estudo Superior compl. ou incomp. Mestrado / doutorado Total
Total 100 100 100 100 100 100
Sim 23,2 49,2 48,2 38,7 58,5 42,0
Um pouco 40,5 35,8 23,4 41,2 32,9 37,6
Não 36,2 15,0 28,4 20,2 8,6 20,4
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

Tabela 37B – FSM 2006

Familiaridade com a Carta de Princípios do FSM por escolaridade e capítulo (em %)

Mali

Até 4 anos de estudo De 5 a 8 anos de estudo De 9 a 12 anos de estudo Superior compl. ou incomp. Mestrado / doutorado Total
Total 100 100 100 100 100 100
Sim 37,2 75,3 52,3 43,0 44,0 45,8
Um pouco 36,4 21,3 36,4 42,2 37,8 39,0
Não 26,4 3,4 11,3 14,8 18,3 15,3
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

Com relação à idade (tabela 38), no Fórum na Venezuela, participantes com mais de 35 anos declararam es-
tar mais familiarizados(as) com a Carta de Princípios do que participantes com menos de 25 anos. Em Mali,
não foi possível observar uma relação entre a idade e a familiaridade com a Carta de Princípios do FSM.

Tabela 38: FSM 2006

Familiaridade com a Carta de Princípios do FSM por idade e capítulo (em %)

Venezuela Mali

14–24 25–34 35–44 45–54 50 anos e 14–24 50 anos e


Total 25–34 anos 35–44 anos 45–54 anos Total
anos anos anos anos mais anos mais
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Sim 33,0 43,6 49,7 47,0 49,2 42,1 46,5 47,0 43,9 46,2 38,9 45,6
Um pouco 37,3 35,7 38,5 42,3 37,2 37,7 37,4 37,8 41,4 40,7 44,0 39,3
Não 29,7 20,7 11,8 10,7 13,6 20,2 16,1 15,2 14,7 13,1 17,1 15,1
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

55
Para participantes do capítulo Venezuela, a principal deficiência do Fórum está relacionada com os “problemas
de organização e infra-estrutura”, citados por 56,7%. Para participantes do capítulo Mali, essa questão não é o
principal problema. Citada por 33,5% de participantes, está em terceiro lugar entre as maiores deficiências para
malienses. A “falta de entendimento por parte da opinião pública” foi a segunda mais citada por participantes
do Fórum em Caracas e considerada a maior deficiência do Fórum por participantes do capítulo em Mali (52,7%).
A “falta de atenção por parte dos líderes políticos” foi fortemente destacada por participantes em Mali (45,8%).
Porém, para participantes na Venezuela, essa foi uma das deficiências menos citadas. (gráfico 2).

Gráfico 2 – FSM 2006

As principais deficiências do FSM na opinião de participantes por capítulo

20,0%
Divisão entre organizadores
24,9%

29,0%
Falta de atenção ou manipulação por parte da imprensa
35,7%

45,8%
Falta de atenção por parte de líderes políticos
21,7%

30,0%
Falta de autonomia financeira
19,0%

52,7%
Falta de entendimento por parte da opinião pública
37,1%

21,6%
Mensagem política confusa
19,8%

23,2%
Pouco compromisso de participantes
28,3%

33,5%
Problemas de organizações e infra-estrutura
56,7%

10,5%
Uso de violência em manifestações
5,3%

8,8%
Outros
22,7%

0% 20% 40% 60%

Mali Venezuela

Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

56
Analisando a opinião de participantes em relação às deficiências do FSM por local de origem (tabela 39),
podemos observar diferenças entre africanos(as) e malienses em relação aos(as) participantes de outros pa-
íses. “Falta de atenção ou manipulação por parte da imprensa” foi citada como uma deficiência por 24,9%
de africanos(as) e por 42,9% de participantes de outros países. “Pouco compromisso dos(as) participantes”
é a opinião de 26,5% de africanos(as) e 13,4% de fora do continente. “A falta de autonomia financeira”
também despertou opiniões diferentes. Para 31,4% de malienses essa é uma deficiência do FSM, enquanto
18,8% de participantes de outros países têm essa opinião.

Na Venezuela, podemos observar que para 39,2% de participantes locais a “falta de atenção ou manipula-
ção por parte da imprensa” é uma deficiência, ao passo que 27,1% de latino-americanos(as) têm essa opi-
nião. Algumas diferenças também podem ser observadas com relação a ”pouco compromisso dos(as) parti-
cipantes” entre latino-americanos(as) – 31,4% – e participantes de outros países – 21,3% –; e com relação à
“mensagem política confusa” entre venezuelanos(as) – 18,1% – e participantes de outros países – 27,3%.

Tabela 39 – FSM 2006

As principais deficiências do FSM por local de origem e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Deficiências
Latino- Outros Outros
Venezuelanos(as) Total Malienses Africanos(as) Total
americanos(as) países países
Falta de atenção ou
manipulação por parte da 39,2 27,1 33,9 35,5 29,7 24,9 42,9 29,8
imprensa
Falta de entendimento por
36,7 38,5 34,5 37,0 54,2 47,9 47,2 52,4
parte da opinião pública
Falta de atenção por parte de
21,1 21,7 26,6 21,6 45,9 43,8 45,8 45,5
líderes políticos
Pouco compromisso de
27,6 31,4 21,3 28,2 23,9 26,5 13,4 23,5
participantes
Mensagem política confusa 18,1 21,8 27,3 19,8 19,8 17,9 24,4 19,8
Divisão entre organizadores 26,8 20,7 23,9 24,9 19,3 15,0 15,3 18,1
Uso de violência em
5,8 4,4 3,7 5,3 11,4 8,6 4,6 10,3
manifestações
Problemas de organizações e
55,2 59,4 60,7 56,7 30,1 43,5 37,8 33,4
infra-estrutura
Falta de autonomia financeira 18,3 19,5 21,2 18,9 31,4 29,7 18,8 30,0
Outros 22,3 23,6 22,3 22,7 7,8 10,2 9,9 8,5
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

57
A opinião sobre as principais deficiências do FSM parece não ser diferenciada entre homens e mulheres
participantes do Fórum na Venezuela (tabela 40). Em Mali, a deficiência “problemas de organização e in-
fra-estrutura” apresentou uma diferença de opinião entre participantes: 41,1% das mulheres disseram ser
essa uma deficiência e apenas 30,6% dos homens têm essa opinião. Há ainda uma variação entre mulheres
(46,5%) e homens (55,1%) na questão da “falta de entendimento por parte da opinião pública”.

Tabela 40 – FSM 2006

As principais deficiências do FSM por gênero e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Deficiências
Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total

Falta de atenção ou manipulação por


36,2 35,0 35,6 30,0 29,5 29,7
parte da imprensa
Falta de entendimento por parte da
36,0 38,3 37,2 46,5 55,1 52,6
opinião pública
Falta de atenção por parte de líderes
20,9 22,2 21,6 41,1 47,6 45,7
políticos
Pouco compromisso de participantes 29,0 27,4 28,1 21,2 24,0 23,2
Mensagem política confusa 18,8 20,7 19,8 20,3 19,9 20,0
Divisão entre organizadores 25,7 24,2 24,9 19,5 17,4 18,0
Uso de violência em manifestações 5,2 5,3 5,3 10,4 10,4 10,4
Problemas de organizações e infra-
57,0 56,5 56,7 41,1 30,6 33,6
estrutura
Falta de autonomia financeira 17,7 19,7 18,8 25,4 31,9 30,1
Outros 23,8 21,7 22,6 12,8 6,6 8,4
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

Sobre escolaridade, nota-se uma relação um pouco errática, mas com tendência à diferenciação, se forem
olhados os extremos (“até 4 anos de estudo” e “superior ou mais”) em Mali e na Venezuela (tabelas 41A e
41B). Os(as) participantes com mais anos de estudo (superior incompleto/completo e mestrado/doutorado),
tanto do Fórum na Venezuela quanto em Mali, apontaram que “problemas de organização e infra-estrutu-
ra” é uma das principais deficiências do FSM (1º no ranking da Venezuela e 3º do Mali). O mesmo ocorre
com relação à “falta de entendimento por parte da opinião pública” nos dois Fóruns. Na Venezuela, “divisão
entre organizadores” foi mais destacado como uma deficiência entre pessoas com até 12 anos de estudos.
Merece destaque ainda a constatação de uma inversão de tendências entre participantes na Venezuela e no
Mali ao apontar a deficiência “pouco compromisso de participantes”.

58
Tabela 41A – FSM 2006

As principais deficiências do FSM por escolaridade e capítulo (em %)

Venezuela
Deficiências
Até 4 anos De 5 a 8 anos de De 9 a 12 anos Superior compl. Mestrado /
Total
de estudo estudo de estudo ou incomp. doutorado
Falta de atenção ou manipulação por parte da imprensa 35,7 51,5 38,3 34,7 33,0 35,7
Falta de entendimento por parte da opinião pública 31,6 43,9 31,6 37,4 42,3 37,1
Falta de atenção por parte de líderes políticos 19,1 19,7 25,9 21,1 20,5 21,7
Pouco compromisso de participantes 18,9 22,8 31,2 28,7 25,6 28,3
Mensagem política confusa 10,4 17,9 15,7 20,9 21,3 19,8
Divisão entre organizadores 30,6 26,9 28,9 24,0 23,9 24,9
Uso de violência em manifestações 3,8 2,5 6,8 5,3 2,5 5,1
Problemas de organizações e infra-estrutura 47,7 51,7 46,6 59,0 59,2 56,7
Falta de autonomia financeira 29,0 22,1 18,4 18,1 22,1 19,0
Outros 33,6 22,5 25,2 21,1 25,5 22,5
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

Tabela 41B – FSM 2006

As principais deficiências do FSM por escolaridade e capítulo (em %)

Mali
Deficiências
Até 4 anos De 5 a 8 anos de De 9 a 12 anos Superior compl. Mestrado /
Total
de estudo estudo de estudo ou incomp. doutorado
Falta de atenção ou manipulação por parte da imprensa 36,4 28,4 33,3 28,6 25,4 29,0
Falta de entendimento por parte da opinião pública 40,5 51,0 55,6 53,6 51,8 52,7
Falta de atenção por parte de líderes políticos 36,7 49,5 46,5 46,8 44,8 45,8
Pouco compromisso dos participantes 30,9 21,1 23,9 22,9 21,8 23,2
Mensagem política confusa 23,7 13,2 12,8 21,0 23,1 20,0
Divisão entre organizadores 18,9 17,3 20,4 17,8 18,2 18,4
Uso de violência em manifestações 14,8 7,3 12,8 9,7 10,1 10,5
Problemas de organizações e infra-estrutura 26,0 29,2 26,4 34,3 39,0 33,5
Falta de autonomia financeira 23,0 37,2 24,4 31,8 30,8 30,0
Outros 11,1 3,1 10,5 9,2 7,3 8,8
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

59
Como pode ser observado nas tabelas 42A e 42B, a idade não parece ser um fator que influencia muito as
opiniões sobre deficiências de participantes dos dois capítulos pesquisados. Na Venezuela, nota-se uma di-
ferença entre pessoas mais jovens e mais velhas nos quesitos “falta de atenção ou manipulação por parte da
imprensa” e “falta de entendimento por parte da opinião pública”, dado registrado na tabela 42A. Tendência
semelhante foi registrada em Mali nos quesitos “pouco compromisso de participantes”, “mensagem política
confusa” e “problemas de organização e infra-estrutura”, como apontado na tabela 42B.

Tabela 42A – FSM 2006

Principais deficiências do FSM por idade e capítulo (em %)

Venezuela
Deficiências
14–24 anos 25–34 anos 35–44 anos 45–54 anos 50 anos e mais Total

Falta de atenção ou
manipulação por parte da 32,8 35,0 35,0 34,8 51,9 35,6
imprensa
Falta de entendimento por
33,9 37,7 35,7 39,8 47,0 37,1
parte da opinião pública
Falta de atenção por parte
21,0 20,2 21,3 25,2 23,8 21,6
de líderes políticos
Pouco compromisso de
28,3 29,4 31,8 22,9 26,6 28,3
participantes
Mensagem política confusa 22,7 20,4 13,4 19,3 17,4 19,7
Divisão entre organizadores 22,8 24,6 28,8 24,3 26,6 24,8
Uso de violência em
5,1 4,3 8,3 5,7 2,6 5,3
manifestações
Problemas de organizações
56,0 56,8 56,9 59,6 56,2 56,9
e infra-estrutura
Falta de autonomia
19,7 17,8 19,9 21,2 12,9 18,9
financeira
Outros 22,8 24,0 24,4 20,2 17,5 22,6
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

60
Tabela 42B – FSM 2006

Principais deficiências do FSM por idade e capítulo (em %)

Mali
Deficiências
14–24 anos 25–34 anos 35–44 anos 45–54 anos 50 anos e mais Total

Falta de atenção ou
manipulação por parte da 36,0 29,4 25,1 23,8 33,0 29,4
imprensa
Falta de entendimento por
49,5 52,4 60,1 51,0 44,4 52,5
parte da opinião pública
Falta de atenção por parte
46,0 47,4 43,8 44,3 46,7 45,7
de líderes políticos
Pouco compromisso de
26,7 23,5 24,7 18,5 14,1 23,1
participantes
Mensagem política confusa 19,5 18,5 16,3 25,0 26,1 19,9
Divisão entre organizadores 18,8 19,5 14,1 18,5 16,9 17,9
Uso de violência em
12,9 10,2 7,9 11,6 6,5 10,5
manifestações
Problemas de organizações
27,2 33,1 38,3 36,5 39,3 33,6
e infra-estrutura
Falta de autonomia
26,6 30,9 36,0 29,2 27,5 30,3
financeira
Outros 9,9 8,3 7,0 8,5 8,5 8,5
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

61
Os(as) presentes ainda foram perguntados(as) sobre quais seriam os pontos fortes do FSM. “Ter um espaço para
o debate democrático de idéias” e “defender os direitos humanos, a democracia e a diversidade” foram destaca-
dos por participantes do capítulo Venezuela e do capítulo Mali, como pode ser observado no gráfico 3.

Gráfico 3 – FSM 2006

Os pontos fortes do FSM na opinião de participantes por capítulo

32,6%
Apresentar alternativas para globalização neoliberal 32,3%

51,9%
Defender os direitos humanos, a democracia e a diversidade 52,2%

29,2%
Promover a articulação de redes internacionais 32,3%

35,6%
Ser um espaço para intercâmbio de experiências 33,2%

52,0%
Ter um espaço para debate democrático de idéias 49,7%

0% 20% 40% 60%

Mali Venezuela

Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

Com relação às opiniões sobre os pontos fortes do Fórum segundo a origem de participantes (tabela 43),
pode-se observar que tanto venezuelanos(as) como malienses foram os(as) que mais destacaram o item
“defender os direitos humanos, a democracia e a diversidade” (57,3% e 55,6%, respectivamente). “A pro-
moção e articulação de redes internacionais” como um ponto forte do Fórum despertou opiniões diferentes
entre participantes locais e participantes de outros países nos dois capítulos. Em Mali, essa diferença chegou
a 25 pontos percentuais (16,3% para malienses contra 41,2% para participantes de outros países).

62
Tabela 43 – FSM 2006

Principais pontos fortes do FSM por local de origem e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Pontos fortes
Latino- Outros Outros
Venezuelanos(as) Total Malienses Africanos(as) Total
americanos(as) países países
Ter um espaço para debate democrático de idéias 49,3 51,1 47,2 49,7 60,8 55,9 56,8 59,5
Apresentar alternativas para globalização neoliberal 30,0 35,9 39,7 32,3 31,1 37,8 42,9 33,4
Defender os direitos humanos, a democracia e a
57,3 43,4 39,4 52,2 55,6 43,2 28,4 51,0
diversidade
Promover a articulação de redes internacionais 29,6 36,8 38,9 32,3 16,3 23,5 41,2 19,7
Ser um espaço para intercâmbio de experiências 32,9 33,4 35,5 33,2 43,4 41,3 44,6 43,1
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

Na tabela 44, observamos que as opiniões sobre os pontos fortes do Fórum parecem não variar entre
homens e mulheres participantes do FSM na Venezuela e em Mali.

Tabela 44 – FSM 2006

Principais pontos fortes do FSM por gênero e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Pontos fortes
Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total

Ter um espaço para debate democrático de idéias 48,8 50,0 49,5 56,7 60,9 59,7
Apresentar alternativas para globalização neoliberal 30,5 34,0 32,4 31,0 34,3 33,3
Defender os direitos humanos, a democracia e a diversidade 53,4 51,3 52,2 51,6 51,0 51,2
Promover a articulação de redes internacionais 31,8 32,4 32,1 23,3 18,5 19,9
Ser um espaço para intercâmbio de experiências 34,1 32,8 33,4 45,9 41,8 43,0
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

Para participantes do FSM na Venezuela com nível educacional mais alto (tabelas 45A e 45B), dois itens tiveram
importância maior que a média: “ter um espaço para o debate democrático de idéias” e “defender os direitos
humanos, a democracia e a diversidade”. Em Mali, essa tendência também pode ser observada para o primeiro
item, além do “apresentar alternativas para a globalização neoliberal”. Participantes com mais baixa escolaridade
na Venezuela apontaram o item “ser um espaço para intercâmbio de experiências” com maior peso que parti-
cipantes com alta escolaridade. O mesmo ocorreu em Mali, mas para o item “defender os direitos humanos, a
democracia e a diversidade”, que foi mais destacado entre pessoas com nível de escolaridade mais baixo.

63
Tabela 45A – FSM 2006

Principais pontos fortes do FSM por escolaridade e capítulo (em %)

Venezuela

Pontos fortes do FSM Superior


Até 4 anos De 5 a 8 anos de De 9 a 12 anos Mestrado /
compl. ou Total
de estudo estudo de estudo doutorado
incomp.
Ter um espaço para debate
45,2 33,9 41,6 50,9 58,6 49,6
democrático de idéias
Apresentar alternativas para
28,1 32,1 30,9 33,1 31,8 32,5
globalização neoliberal
Defender os direitos humanos, a
49,9 59,5 63,1 50,5 45,8 52,1
democracia e a diversidade
Promover a articulação de redes
27,9 29,8 25,1 32,8 41,5 32,3
internacionais
Ser um espaço para intercâmbio
39,3 41,2 33,1 33,7 25,8 33,2
de experiências
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

Tabela 45B – FSM 2006

Principais pontos fortes do FSM por escolaridade e capítulo (em %)

Mali

Pontos fortes do FSM Superior


Até 4 anos De 5 a 8 anos de De 9 a 12 anos Mestrado /
compl. ou Total
de estudo estudo de estudo doutorado
incomp.
Ter um espaço para debate
49,9 43,0 57,6 59,7 66,2 60,0
democrático de ideias
Apresentar alternativas para
24,4 21,4 23,4 36,0 39,5 33,6
globalização neoliberal
Defender os direitos humanos,
66,1 57,8 65,9 47,7 42,0 50,7
a democracia e a diversidade
Promover a articulação de redes
22,4 31,8 19,7 19,4 19,8 20,1
internacionais
Ser um espaço para intercâmbio
44,6 42,4 33,5 46,4 43,0 43,0
de experiências
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

64
Quando analisamos as opiniões de participantes sobre os pontos fortes do Fórum com relação à idade
(tabela 46), percebemos que tanto na Venezuela como no Mali há uma diferenciação entre pessoas mais
jovens (mais fraca) e mais velhas (mais intensa) nos itens “apresentar alternativas para globalização neolibe-
ral” e “promover articulação de redes internacionais”. No Mali, sobre o Fórum “defender os direitos huma-
nos, a democracia e a diversidade”, percebemos uma tendência: quanto menor a idade, mais esse ponto foi
citado. Tendência semelhante foi observada na Venezuela, porém em relação ao FSM “ser um espaço para o
intercâmbio de experiências”: pessoas mais novas destacaram mais esse item como ponto forte do evento.

Tabela 46 – FSM 2006

Principais pontos fortes do FSM por idade e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Pontos fortes do
FSM 14– 24 25–34 35–44 45–54 50 anos 14–24 25–34 35–44 45–54 50 anos e
Total Total
anos anos anos anos e mais anos anos anos anos mais
Ter um espaço
para debate
50,6 48,3 51,2 48,8 48,6 49,6 57,7 55,9 62,5 64,2 62,7 59,5
democrático de
idéias
Apresentar
alternativas para
28,9 32,8 30,9 35,2 42,4 32,3 26,0 35,6 40,8 32,7 34,3 33,5
globalização
neoliberal
Defender os
direitos humanos,
50,5 48,3 56,7 57,2 55,4 52,2 58,1 53,9 46,7 43,9 39,8 51,0
a democracia e a
diversidade
Promover a
articulação
27,1 37,1 34,3 30,8 34,7 32,1 16,4 19,8 21,2 19,3 24,7 19,4
de redes
internacionais
Ser um espaço
para intercâmbio 40,0 35,5 28,0 26,0 20,4 33,2 45,1 42,0 40,6 43,6 50,9 43,4
de experiências
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

65
Quanto aos recursos utilizados por participantes para ir ao Fórum, a maioria presente na Venezuela disse
ter utilizado “recursos próprios” (75,4%). Essa também foi a principal fonte de recursos de participantes em
Mali (42,1%), seguida do “apoio das organizações em que participam” (35,1%) – gráfico 4.

Gráfico 4 – FSM 2006

Fonte dos recursos para participar do FSM por capítulo

12,5%
Ajuda de amigos(as)
4,3%

35,1%
Apoio da organização em que participa
17,6%

12,6%
Apoio de organização externa
2,8%

3,5%
Apoio do governo
4,9%

42,1%
Recursos próprios
75,4%

0% 20% 40% 60% 80%

Mali Venezuela

Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

Como mostra a tabela 47, a principal fonte utilizada pelos(as) participantes locais foi “recursos próprios”. No
Fórum da Venezuela, esse percentual chegou a 78,5%; em Mali, quase a metade dos(as) participantes locais
utilizaram essa fonte. Podemos perceber que aqueles(as) que tiveram o “apoio da organização em que partici-
pa” para ir ao FSM tendem a ser, em maior número, de fora do país onde está sendo realizado o Fórum.

66
Tabela 47 – FSM 2006

Fonte de recursos utilizada para participar do FSM por local de origem e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Fontes de recursos
Latino-
Venezuelanos(as) Outros países Total Malienses Africanos(as) Outros países Total
americanos(as)
Recursos próprios 78,5 70,7 65,6 75,4 46,8 26,4 42,1 42,1
Apoio da organização em
13,8 24,6 25,7 17,6 31,0 45,6 44,4 35,1
que participa
Apoio de organização
1,5 4,8 6,9 2,8 8,9 25,5 11,4 12,6
externa
Apoio do governo 5,4 3,8 4,2 4,9 3,9 1,2 6,5 3,5
Ajuda de amigos(as) 5,1 2,3 5,5 4,3 14,2 9,7 4,7 12,5
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

As fontes de recursos utilizadas para a participação no Fórum Social Mundial parecem não ter diferenças
significativas quando analisadas por gênero. Esse fato pode ser observado nos dois capítulos, como mostra
a tabela 48. Podemos perceber, nos dois capítulos, a seguinte tendência: quanto maior a escolaridade, mais
os(as) participantes utilizam “recursos próprios” para ir ao FSM. Uma tendência inversa foi observada com
relação ao “apoio da organização em que participa” e “ajuda de amigos”: quanto menor a escolaridade,
mais os(as) participantes recorrem a esses meios para ir ao FSM (tabelas 49A e 49B).

Tabela 48 – FSM 2006

Fonte de recursos utilizada para participar do FSM por gênero e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Fontes de recursos
Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total

Recursos próprios 76,3 74,6 75,4 41,2 42,5 42,1


Apoio da organização em que participa 17,6 17,7 17,6 36,0 35,2 35,5
Apoio de organização externa 3,2 2,5 2,8 12,0 12,7 12,5
Apoio do governo 4,1 5,4 4,8 2,1 4,2 3,6
Ajuda de amigos(as) 4,3 4,3 4,3 12,4 12,2 12,3
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

67
Tabela 49A – FSM 2006

Fonte de recursos utilizada para participar do FSM por escolaridade e capítulo (em %)

Venezuela

Fontes de recursos De 5 a 8 De 9 a 12 Superior


Até 4 anos Mestrado /
anos de anos de compl. ou Total
de estudo doutorado
estudo estudo incomp.
Recursos próprios 49,3 57,4 67,2 78,7 76,4 75,3
Apoio da organização em que participa 26,8 27,4 20,0 16,6 15,3 17,6
Apoio de organização externa 5,8 7,4 1,6 2,3 6,2 2,8
Apoio do governo 12,5 5,0 7,1 4,4 3,5 4,9
Ajuda de amigos(as) 16,3 8,9 7,3 3,6 0,6 4,4
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

Tabela 49B – FSM 2006

Fonte de recursos utilizada para participar do FSM por escolaridade e capítulo (em %)

Mali

Fontes de recursos De 5 a 8 De 9 a 12 Superior


Até 4 anos Mestrado /
anos de anos de compl. ou Total
de estudo doutorado
estudo estudo incomp.
Recursos próprios 32,9 32,5 33,4 43,2 49,5 42,1
Apoio da organização em que participa 45,5 34,9 38,5 33,1 36,3 35,7
Apoio de organização externa 18,2 25,2 8,3 14,8 9,0 12,7
Apoio do governo 2,2 3,1 6,8 3,4 1,9 3,6
Ajuda de amigos(as) 14,8 21,4 16,8 11,5 7,1 11,8
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

68
Com relação à idade (tabela 50), seria necessário explorar mais a relação com a fonte de recursos utilizados,
pois apresentam um padrão errático. Na Venezuela, pessoas mais novas utilizaram mais “recursos próprios”
para participar do Fórum. Em Mali, podemos perceber que pessoas mais novas recorrem mais à ”ajuda de
amigos” para participar do FSM.

Tabela 50 – FSM 2006

Fonte de recursos utilizada para participar do FSM por idade e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Fontes de recursos
14–24 25–34 35–44 45–54 50 anos 14–24 25–34 35–44 45–54 50 anos
Total Total
anos anos anos anos e mais anos anos anos anos e mais
Recursos próprios 77,0 77,1 74,4 73,9 66,3 75,3 42,4 49,0 33,3 33,8 54,1 41,9
Apoio da organização em que
15,0 17,5 19,5 15,4 29,1 17,7 30,3 27,1 45,3 44,0 38,9 35,2
participa
Apoio de organização externa 1,7 3,5 2,6 5,0 2,1 2,8 7,3 11,5 18,2 17,4 10,4 12,7
Apoio do governo 3,5 6,4 4,6 6,3 4,0 4,9 6,4 1,4 4,6 3,2 0,7 3,6
Ajuda de amigos(as) 6,5 4,3 3,5 2,6 0,1 4,4 20,7 14,6 6,5 7,9 1,0 12,5
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

Sobre as propostas para tornar o FSM mais democrático e ter mais impacto (gráfico 5), os três pontos mais
mencionados por participantes na Venezuela foram: “oferecer mais informações sobre o evento”, “aumentar
o número de organizações participantes e de países representados” e “construir uma agenda mais ampla so-
bre temas da economia, sociedade, meio ambiente e paz”, com 45,7%, 39,6% e 36,3%, respectivamente.

69
Gráfico 5 – FSM 2006

Propostas para tornar o FSM mais democrático e ter mais impacto por capítulo

16,1%
Abrir discussões sobre agenda e documentos
24,8%

18,9%
Ampliar o trabalho sobre propostas políticas comuns
30,9%

Aumentar o número de organizações participantes e de 45,7%


países representados 39,6%

39,9%
Buscar o equilíbrio entre organizações do Norte e do Sul
25,5%

Construir uma agenda mais ampla sobre temas de 22,2%


economia, sociedade, meio ambiente e paz 36,3%

27,6%
Criar uma rede permanente de todas as redes 33,8%

20,2%
Igualdade de gêneros
16,6%

24,6%
Introduzir votos por organização sobre assuntos de destaque 18,1%

52,9%
Oferecer mais informações sobre o evento
45,7%

5,1%
Outros 10,4%

0% 20% 40% 60%

Mali Venezuela

Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

Entre participantes do FSM em Mali, os dois itens que tiveram maior destaque, assim como no Fórum na
Venezuela, foram: “oferecer mais informações sobre o evento” (52,9%) e “aumentar o número de organiza-
ções participantes e de países representados” (45,7%). No entanto, diferentemente do Fórum na Venezuela,
o terceiro item de maior destaque foi “buscar o equilíbrio entre organizações do Norte e do Sul” (39,9%).

70
Analisando a opinião de participantes dos dois capítulos sobre como o Fórum Social Mundial poderia se tor-
nar mais democrático e ter mais impacto, segundo a origem do(a) participante (tabela 51), pode-se perceber
que participantes locais citaram mais o item “aumentar o número de organizações participantes e de países
representados”. Participantes de fora do país-sede, em Mali e na Venezuela, diferenciam-se de participantes
locais no item “ampliar o trabalho sobre propostas políticas comuns”.

No capítulo Mali, três outros itens apresentaram diferenças relevantes: “introduzir votos por organização sobre
assuntos de destaque” foi bastante citado por participantes locais, principalmente quando comparado com par-
ticipantes de outros países (27,3% e 11,1%, respectivamente). Também podemos observar uma diferença sig-
nificativa quanto à “igualdade de gêneros” no Fórum em Mali. Para 29% de africanos(as), essa é uma proposta
para tornar o Fórum mais democrático e ter mais impacto, mas apenas 17,3% de participantes de outros países
têm essa opinião. Vale ressaltar ainda a diferença de opinião em Mali entre esses(as) participantes com relação a
“buscar o equilíbrio entre organizações do Norte e do Sul”: 44,2% de estrangeiros(as) não-africanos(as) citaram
essa proposta e apenas 33,1% de africanos(as) tiveram a mesma opinião. Dentre venezuelanos(as), “oferecer
mais informações sobre o evento” foi o ponto mais destacado, mas, assim mesmo, menos do que malienses.

Tabela 51 – FSM 2006

Propostas para tornar o FSM mais democrático e ter mais impacto por local de origem e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Propostas
Latino- Outros Outros
Venezuelanos(as) Total Malienses Africanos(as) Total
americanos(as) países países
Aumentar o número de organizações participantes e de países
42,3 34,5 33,9 39,6 48,6 41,1 30,9 45,7
representados
Buscar o equilíbrio entre organizações do Norte e do Sul 27,1 21,3 27,0 25,5 41,3 33,1 44,2 39,9
Igualdade de gêneros 15,3 19,4 16,9 16,6 18,1 29,0 17,3 20,2
Oferecer mais informações sobre o evento 49,0 38,8 41,3 45,7 54,1 51,0 47,4 52,9
Abrir discussões sobre agenda e documentos 22,6 28,6 30,4 24,8 14,9 18,5 20,9 16,1
Ampliar o trabalho sobre propostas políticas comuns 28,6 35,1 36,2 30,9 16,4 19,7 40,1 18,9
Criar uma rede permanente de todas as redes 32,2 35,9 40,3 33,8 26,2 30,9 31,2 27,6
Construir uma agenda mais ampla sobre temas de economia,
37,8 34,0 31,9 36,3 22,4 22,6 19,8 22,2
sociedade, meio ambiente e paz
Introduzir votos por organização sobre assuntos de destaque 18,8 17,5 14,3 18,1 27,3 20,1 11,1 24,6
Outros 8,8 13,2 13,9 10,4 4,5 6,7 7,3 5,1
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

71
A opinião de participantes do Fórum na Venezuela sobre como o FSM poderia se tornar mais democrático e
ter mais impacto, apresentou diferenças quando analisadas por gênero. Em Mali, a proposta de “igualdade
de gêneros” foi um ponto no qual identificamos divergências de opiniões. Enquanto 25,2% das mulheres de-
clararam que essa é uma proposta para que o FSM se torne mais democrático e tenha mais impacto, apenas
17,9% dos homens tiveram essa opinião. Ainda em Mali, observamos outra diferença entre homens e mulhe-
res: 48,3% dos homens participantes disseram que deveria “aumentar o número de organizações participan-
tes e de países representados”, ao passo que entre as mulheres participantes esse percentual foi de 39,7%.

Na Venezuela, identificamos uma variação de opiniões quanto à proposta “oferecer mais informações sobre
o evento”. A metade das mulheres disse que esse item é relevante para tornar o FSM mais democrático e
ter mais impacto, enquanto pouco mais de 40% dos homens manifestaram essa opinião, como pode ser
observado na tabela 52.

Tabela 52 – FSM 2006

Propostas para tornar o FSM mais democrático e ter mais impacto por gênero e capítulo (em %)

Venezuela Mali
Propostas
Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total

Aumentar o número de organizações


39,5 39,6 39,6 39,7 48,3 45,8
participantes e de países representados
Buscar o equilíbrio entre organizações do
25,1 25,8 25,5 37,5 41,3 40,2
Norte e do Sul
Igualdade de gêneros 15,5 17,4 16,6 25,2 17,9 20,0
Oferecer mais informações sobre o evento 50,4 41,5 45,5 49,5 54,3 52,9
Abrir discussões sobre agenda e
25,5 24,2 24,8 16,3 16,2 16,2
documentos
Ampliar o trabalho sobre propostas
31,1 30,9 31,0 20,5 18,5 19,1
políticas comuns
Criar uma rede permanente de todas as
32,0 35,0 33,7 26,6 28,3 27,8
redes
Construir uma agenda mais ampla sobre
temas de economia, sociedade, meio 36,1 36,6 36,4 25,4 20,9 22,2
ambiente e paz
Introduzir votos por organização sobre
16,7 19,6 18,3 27,8 23,8 24,9
assuntos de destaque
Outros 9,7 11,1 10,4 5,9 4,8 5,1
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

72
Se analisarmos essas propostas considerando a escolaridade dos(as) participantes, observamos uma tendên-
cia com relação a “construir uma agenda mais ampla sobre temas de economia, sociedade, meio ambiente
e paz” no Fórum na Venezuela (tabela 53A): quanto menor a escolaridade, mais esse item foi destacado
como uma possibilidade para tornar o FSM mais democrático e ter mais impacto. O mesmo aparece no item
“introduzir votos por organização sobre assuntos de destaque”. Ainda na Venezuela, podemos observar que
quem tem mais escolaridade tende a achar a “ampliação do trabalho sobre propostas políticas comuns”
uma proposta significativa para tornar o FSM mais democrático.

Tabela 53A – FSM 2006

Propostas para tornar o FSM mais democrático e ter mais impacto por escolaridade e capítulo (em %)

Venezuela
Propostas
Até 4 anos De 5 a 8 anos De 9 a 12 anos Superior compl. Mestrado /
Total
de estudo de estudo de estudo ou incomp. doutorado
Aumentar o número de organizações participantes e de países
31,1 41,1 49,7 38,9 31,4 39,6
representados
Buscar o equilíbrio entre organizações do Norte e do Sul 26,6 37,5 26,3 25,2 22,1 25,6
Igualdade de gêneros 22,9 23,1 16,1 15,7 19,0 16,5
Oferecer mais informações sobre o evento 36,7 50,2 47,7 45,9 41,7 45,7
Abrir discussões sobre agenda e documentos 27,3 17,8 21,5 25,0 32,1 25,0
Ampliar o trabalho sobre propostas políticas comuns 20,9 14,2 29,4 31,1 42,1 31,1
Criar uma rede permanente de todas as redes 25,1 33,9 27,1 35,6 33,6 33,9
Construir uma agenda mais ampla sobre temas de economia,
39,5 37,3 37,9 36,2 33,7 36,3
sociedade, meio ambiente e paz
Introduzir votos por organização sobre assuntos de destaque 26,1 18,8 14,9 18,4 19,6 18,2
Outros 17,3 14,9 10,4 10,0 9,2 10,3
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

Em Mali, como mostra a tabela 53B, observamos que quanto menor a escolaridade, mais a proposta de
“aumentar o número de organizações participantes e países representados” é destacada. A mesma ten-
dência, menos acentuada, verifica-se na proposta “introduzir votos por organização sobre assuntos de
destaque”. No sentido oposto, no qual as propostas tendem a ser mais valorizadas quando a escolaridade é
maior, estão: “igualdade de gêneros”, “ampliar o trabalho sobre propostas políticas comuns” e “criar uma
rede permanente de todas as redes”.

73
Tabela 53B – FSM 2006

Propostas para tornar o FSM mais democrático e ter mais impacto por escolaridade e capítulo (em %)

Mali

Propostas De 5 a 8 De 9 a 12 Superior
Até 4 anos Mestrado /
anos de anos de compl. ou Total
de estudo doutorado
estudo estudo incomp.
Aumentar o número de organizações
61,4 51,4 53,9 44,3 37,5 45,3
participantes e de países representados
Buscar o equilíbrio entre organizações do
37,1 48,6 38,6 39,0 43,7 40,4
Norte e do Sul
Igualdade de gêneros 14,2 18,3 21,1 20,2 20,0 20,0
Oferecer mais informações sobre o
54,2 43,1 47,1 55,0 55,9 53,4
evento
Abrir discussões sobre agenda e
11,9 13,6 12,0 16,8 17,3 15,7
documentos
Ampliar o trabalho sobre propostas
12,8 16,2 13,3 19,5 25,3 19,5
políticas comuns
Criar uma rede permanente de todas as
20,5 21,6 25,2 29,6 26,3 27,2
redes
Construir uma agenda mais ampla sobre
temas de economia, sociedade, meio 23,1 24,4 18,5 23,4 20,9 21,9
ambiente e paz
Introduzir votos por organização sobre
32,0 27,7 28,8 22,4 24,8 24,9
assuntos de destaque
Outros 5,9 2,0 5,3 5,5 4,9 5,2
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

A seguir, analisamos a opinião de participantes sobre as propostas para tornar o FSM mais democrático e
ter mais impacto considerando a idade. Como podemos observar na tabela 54, existe uma propensão entre
participantes do Fórum em Mali com relação à “igualdade de gênero”: quanto maior a idade, mais é citada
tal proposta. Algo parecido ocorre com relação a “ampliar o trabalho sobre propostas políticas comuns”
e “criar uma rede permanente de todas as redes”. Tende a apresentar tendência invertida, com jovens
apoiando mais as propostas “aumentar o número de organizações participantes e de países representados”,
“oferecer mais informações sobre o evento” e “construir uma agenda mais ampla sobre temas de economia,
sociedade, meio ambiente e paz”.

74
Tabela 54 – FSM 2006

Propostas para tornar o FSM mais democrático e ter mais impacto por idade e capítulo (em %)

Venezuela Mali

50 50
Propostas 14–
25–34 35–44 45–54 anos 14–24 25–34 35–44 45–54 anos
24 Total Total
anos anos anos e anos anos anos anos e
anos
mais mais
Aumentar o número de
organizações participantes e 44,3 34,0 45,6 31,9 40,7 39,7 55,1 45,1 37,6 44,2 37,8 45,6
de países representados
Buscar o equilíbrio entre
organizações do Norte e 22,5 27,8 24,1 28,7 27,2 25,5 37,4 39,6 42,2 46,9 33,2 40,4
do Sul
Igualdade de gêneros 16,8 14,4 16,6 18,2 21,2 16,7 14,0 18,0 21,8 28,9 28,5 20,3
Oferecer mais informações
46,7 44,2 46,7 46,4 40,3 45,5 54,5 52,0 54,6 51,0 47,6 52,7
sobre o evento
Abrir discussões sobre
17,9 30,6 24,6 25,4 33,1 24,7 15,5 16,9 17,4 14,5 15,8 16,2
agenda e documentos
Ampliar o trabalho sobre
27,4 29,9 33,4 35,7 35,6 30,9 15,8 17,7 21,6 18,7 30,1 18,9
propostas políticas comuns
Criar uma rede permanente
30,3 36,3 37,5 28,0 42,3 33,8 23,3 27,3 30,7 26,5 38,8 27,5
de todas as redes
Construir uma agenda
mais ampla sobre temas de
38,1 35,5 35,1 39,7 31,4 36,6 22,4 27,1 19,8 18,1 15,9 22,2
economia, sociedade, meio
ambiente e paz
Introduzir votos por
organização sobre assuntos 21,7 15,6 14,3 22,2 11,7 18,1 25,9 24,2 27,7 21,4 22,6 24,7
de destaque
Outros 10,8 11,5 11,7 8,2 6,1 10,4 5,8 6,2 6,3 2,3 2,8 5,2
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006
Nota: resposta múltipla.

Avaliando a mesma questão entre participantes da Venezuela, constata-se tendência de maior apoio quan-
to maior a idade nas propostas “abrir discussões sobre agenda e documentos”, “ampliar o trabalho sobre
propostas políticas comuns” e “criar uma rede permanente de todas as redes”. Participantes com menos de
24 anos se diferenciam no apoio mais firme com relação a participantes com mais de 50 anos na proposta
“introduzir votos por organizações sobre assuntos de destaque”.

Dos(as) participantes do Fórum na Venezuela, mais da metade (57,1%) se mostrou disposta a contribuir
financeiramente para que o FSM tenha mais autonomia política. Em Mali, a maioria (51,9%) respondeu

75
que “depende”. Porém, somando-se as pessoas que estão dispostas a contribuir sem restrições com as que
apoiariam com condicionalidades, chega-se a 91,8% em Mali e a 68% na Venezuela. Na Venezuela, a pro-
porção de participantes que declararam não estarem dispostos a contribuir é expressivamente maior do que
em Mali. No Fórum realizado na América Latina, cerca de um terço disse não estar disposto(a) a dar uma
contribuição financeira; em Mali esse percentual não chegou a 10%. (gráfico 6).

Gráfico 6 – FSM 2006

Disposição para contribuir financeiramente para que o FSM tenha mais autonomia política por capítulo

100%

80% 39,9%
57,1%
60%

40% 10,9%
51,9%

20%
32,1%
8,2%
0%
Mali Venezuela

Sim Depende Não

Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

Nos dois capítulos, como podemos observar na tabela 55, o local de origem parece não influenciar na dis-
posição para contribuir financeiramente para que o FSM tenha mais autonomia política. Analisando essa
questão por gênero, observamos no Fórum em Mali que os homens estariam mais dispostos a contribuir
(42,8%) que as mulheres (33,2%). Na Venezuela, não foi possível identificar uma relação entre gênero e a
disposição para contribuir financeiramente para o FSM, como pode ser observado na tabela 56.

76
Tabela 55 – FSM 2006

Disposição para contribuir financeiramente para que o FSM tenha mais autonomia política por local de origem e capítulo (em %)

Venezuela Mali

Latino- Outros Outros


Venezuelanos(as) Total Malienses Africanos(as) Total
americanos(as) países países
Total 100 100 100 100 100 100 100 100
Sim 57,7 56,1 55,3 57,1 40,4 40,3 35,3 39,9
Não 32,0 32,8 29,7 32,1 7,4 9,1 12,9 8,2
Depende 10,3 11,1 15,0 10,9 52,2 50,6 51,8 51,9
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

Tabela 56 – FSM 2006

Disposição para contribuir financeiramente para que o FSM tenha mais autonomia política por gênero e capítulo (em %)

Venezuela Mali

Feminino Masculino Total Feminino Masculino Total

Total 100 100 100 100 100 100


Sim 55,6 58,2 57,0 33,2 42,8 40,1
Não 32,4 31,8 32,0 10,3 6,9 7,9
Depende 12,0 10,1 11,0 56,5 50,3 52,0
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

As tabelas 57A e 57B mostram a distribuição de participantes por escolaridade quanto à disposição de
contribuir financeiramente com o Fórum. Podemos notar que, na Venezuela, participantes com cinco a oito
anos de estudo estão menos dispostos(as) a contribuir. É possível observar também uma relação inversa
entre os dois capítulos para participantes com até quatro anos de estudo. Na Venezuela, quase 70% desse
grupo está disposto a contribuir financeiramente, ao passo que em Mali esse percentual não chega a 28%.
Em compensação, é o grupo que mais apoiaria dependendo das circunstâncias.

77
Tabela 57A – FSM 2006

Disposição para contribuir financeiramente para que o FSM tenha mais autonomia política por escolaridade e capítulo (em %)

Venezuela

Até 4 anos de De 5 a 8 anos de De 9 a 12 anos de Superior compl. Mestrado /


Total
estudo estudo estudo ou incomp. doutorado
Total 100 100 100 100 100 100
Sim 68,9 50,8 56,2 56,5 62,4 57,1
Não 30,3 38,8 27,7 33,2 27,0 31,9
Depende 0,8 10,4 16,1 10,3 10,7 10,9
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

Tabela 57B – FSM 2006

Disposição para contribuir financeiramente para que o FSM tenha mais autonomia política por escolaridade e capítulo (em %)

Mali

Até 4 anos de De 5 a 8 anos de De 9 a 12 anos de Superior compl. Mestrado /


Total
estudo estudo estudo ou incomp. doutorado
Total 100 100 100 100 100 100
Sim 27,5 40,7 39,8 40,4 42,1 40,1
Não 14,6 4,3 9,4 6,8 8,2 8,0
Depende 57,9 55,0 50,8 52,8 49,7 52,0
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

Já com relação à faixa etária (tabelas 58A e 58B), pode-se observar que na Venezuela participantes com 45
anos ou mais se mostraram mais dispostos(as) a contribuir financeiramente para que o Fórum tenha mais
autonomia política. Dentre os(as) participantes do Fórum em Mali, participantes na faixa etária de 45 a 54
anos são os(as) que mais apóiam.

78
Tabela 58A – FSM 2006

Disposição para contribuir financeiramente para que o FSM tenha mais autonomia política por idade e capítulo (em %)

Venezuela

14–24 anos 25–34 anos 35–44 anos 45–54 anos 50 anos e mais Total

Total 100 100 100 100 100 100


Sim 56,2 54,2 56,4 62,1 63,4 57,1
Não 31,8 35,3 31,0 28,4 31,4 32,1
Depende 12,0 10,5 12,6 9,5 5,2 10,8
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

Tabela 58B – FSM 2006

Disposição para contribuir financeiramente para que o FSM tenha mais autonomia política por idade e capítulo (em %)

Mali

14–24 anos 25–34 anos 35–44 anos 45–54 anos 50 anos e mais Total

Total 100 100 100 100 100 100


Sim 36,7 38,1 42,1 49,0 35,3 40,3
Não 6,0 8,7 8,7 8,8 8,1 8,0
Depende 57,3 53,2 49,2 42,3 56,6 51,8
Fonte: Ibase – Pesquisa FSM 2006

79
CONCLUSÃO

A diversidade tem sido a marca dos eventos que constituem o que se convencionou chamar de Pro-
cesso Fórum Social Mundial. Sua edição anual não foge à regra e amplifica essa característica. Porém,
ainda há muitos desafios, nos deparamos com novas questões sempre que tentamos sistematizar os
eventos que constituem o Fórum. Em 2006, não foi diferente, mas o policentrismo trouxe a oportuni-
dade de detectar com mais consistência as opiniões das pessoas presentes em dois continentes. Isso
foi bom, uma vez que a distância continua sendo um entrave à participação de pessoas e instituições
de países mais pobres.

O próximo Fórum Social Mundial será na África, cujos povos têm tido pouca oportunidade de estarem pre-
sentes no eventos, como já detectado em pesquisas anteriores. De imediato, esta é uma ocasião para tornar
o Fórum mais global, mais acessível e permeável às opiniões das pessoas que habitam esse continente. Foi
o que aconteceu após a edição de Mumbai, na Índia. Por outro lado, se analisarmos de um ponto de vista
mais estratégico, a situação nos impõe questões sobre a vitalidade do Fórum.

O processo de fazer o Fórum se pretende inovador ou, ao menos, um caminho que proporciona menor
verticalização e maior autonomia das pessoas que participam e fazem o Fórum. Essa autonomia se refle-
te, mais uma vez, na diversidade. Porém, até que ponto a diferença dialoga com a igualdade? Queremos
diversidade de práticas, de hábitos, mas igualdade de direitos. O Fórum, em si, tem por proposta um
outro mundo, mas esse outro mundo só será válido se ele mesmo permitir ou engendrar o germe das
alternativas à sua própria transformação, e não um novo pensamento único.

Essa diversidade é aparente em várias situações, o que mantém o Fórum vibrante. Basta olharmos para a
composição nacional, para a diferença de opiniões sobre questões políticas ou sobre o suporte ao Fórum.
As sistematizações dão pistas para entendermos o Fórum e as pessoas que dele participam, seja individual-
mente ou representando alguma instituição.

No Fórum, nos alimentamos das informações sobre as dificuldades, os problemas, os desafios ou embates
pelos quais outros grupos e sociedades passam, sobre o que acontece em várias outras localidades do glo-
bo, não discriminando a etnia, o regime político ou a língua de cidadãs e cidadãos.

Nesse sentido, o FSM cumpre o papel de grande espaço mundial de vigilância por processos democráticos
na relação entre cidadãos e cidadãs e organizações da sociedade civil, poder público e instituições privadas.
Se essas últimas se valem de recursos quase ilimitados para coordenar suas ações em escala global, com o
Fórum se constrói, hoje, um sonho até então impossível de ser almejado pelas organizações da sociedade
civil. Como um contraponto, o Fórum tem cumprido esse papel, especialmente em um cenário mundial de
enfraquecimento da capacidade do poder público de mediar as relações dentro de seu espaço territorial,
que se torna ainda menor se pensarmos nas entidades transnacionais.

As trocas simbólicas já são amplamente realizadas quase sem resistências – provocando uma pasteurização
cultural – e as econômicas tornam-se cada vez mais livres e sem controle. O Fórum nos permite outros tipos
de troca: de cidadanias, de direitos e de reforço mútuo pelo apoio transnacional às causas pelas quais se
luta, fortalecendo essa mesma cidadania e o sentimento de solidariedade para além das fronteiras nacio-
nais, ajudando a entender melhor nosso lugar no mundo.

Um desafio que parece cada vez maior está relacionado ao papel dos meios de comunicação e à capacidade
de coesão do processo FSM – seja em seus encontros anuais, seja nos vários eventos realizados pelo mundo
ao longo do ano. Como manter uma relação estreita entre as várias organizações, grupos e pessoas que
participam desse processo, de forma a fortalecê-lo?

O Fórum é um espaço construído por seus(suas) participantes. Como fortalecer sua autonomia, além do de-
bate sobre espaço ou movimento, que cada vez mais é alvo das atenções das pessoas presentes? Autonomia
é uma questão sobre a qual começamos a perscrutar opiniões. Talvez não baste praticar o que acreditamos
apenas no Fórum e tenhamos que investir parte de nosso tempo na manutenção desse grande alto-falante,
dessa caixa de ressonância da diversidade de opiniões, de críticas e lutas mundiais.

As conquistas alcançadas por nossas próprias organizações costumam levar algum tempo para serem realiza-
das. Por que seria diferente com o Fórum? Se participamos de um espaço, esperamos que outras organizações
também se envolvam e contribuam, fortalecendo ainda mais o próprio espaço e a si mesmas. Uma questão
que parece chave nesse debate sobre a autonomia e a vitalidade do Fórum é a dos resultados que ele permitiu
potencializar, das redes que logrou perpetuar e das informações que hoje conseguimos trocar.

Será que estamos conseguindo reequilibrar a balança das forças que disputam um lugar ao sol na arena
de decisões sobre políticas públicas? Temos acumulado experiências que nos permitem afirmar, com se-
gurança, sobre a importância do trabalho de memória e o registro dessa iniciativa. Essa segurança reside,
justamente, na força que o Fórum ganha, paulatinamente, e na capacidade de agregação de novos atores.
Sem tal memória estaríamos mais vulneráveis a discursos superficiais de desvalorização e de menosprezo
sobre a importância desse espaço de troca. A transparência é o antídoto para a crítica fácil e a vitamina para
a vitalidade da participação.

Identificar de que forma essa cidadania global se manifesta, reforça, apóia e se difunde para outros locais
– criando efeitos dominó – é um dos desafios que podemos ajudar a iluminar. Imaginamos que algumas
das questões levantadas aqui poderão ser objetos de futuras análises e levantamentos, de tal modo que
consigamos contribuir para o mapeamento desse movimento de cidadania global ao mesmo tempo que
tocamos, superficialmente mas com precisão, em elementos que merecem um posterior aprofundamento.
CRÉDITOS:
PESQUISA SOBRE PERFIL DE PARTICIPANTES DO FSM 2006

Patrocínio Aplicação de questionários/


Petrobras entrevistadores(as)
Abel Moises Garcia Vera
Apoio Alberto Rafael Alvarado Galiz
Novib Alfonsina Marin Ceballos
Ali Eduardo Rondon Perez
Coordenação geral Astrid Paravisini
Cândido Grzybowski Beitsy A. Angel C.
Carlos Ernesto Contreras Castellanos
Assistentes de coordenação Cesar Andres Parra Rojas
Leonardo Méllo e Márcia Tibau Christian Hernandez
Daniel David Rodriguez Alvarez
Estatístico responsável Daniel Urbina
Marco Antônio de Souza Aguiar Diego Granados Diaz
Edicson Daniel Velasquez Casanova
Análise de dados e elaboração Eduardo Jose Campos Diaz
do relatório Estephanie Rivero
Cândido Grzybowski Fatima Coromoto Diaz
Leonardo Méllo Gabriel Napoleon Arraiz P.
Márcia Tibau Gilberto Nunez
Jose Daniel Cuevas
Processamento dos dados Jose Luis Solorgano
Overview Pesquisa Karen Andreina Morales Meza
Karim Camprovin
Coleta dos dados Leonardo Hernandez Malave
Carlos Alberto Torres Manuel G. Sanchez
Leonardo Méllo Maria Gabriela de Sousa Correia
Moema Miranda Narcisa Garcia Navarro
Natalia Vizcaya
Supervisão do trabalho de campo Nathacha Alejandra Subero Castillo
Carlos Costa Filho Rafael Nieves
Carlos Numiez Raul Isaac Fernandez
Daniel Napoleão Arraiz Rosana Amaiz Silverio
Jesus Salazar Tomas Mujica
Yazel Parra
RAIO X DA PARTICIPAÇÃO NO FÓRUM POLICÊNTRICO 2006
Janeiro 2007

Patrocínio Petrobras

Apoio Novib

Uma publicação Grupo facilitador brasileiro do FSM

Produção Ibase

Coordenação Editorial Iracema Dantas e Leonardo Méllo

Edição AnaCris Bittencourt

Revisão Flávia Leiroz

Fotos Vanor Correia e Samuel Tosta / Arquivo Ibase

Programação visual Imaginatto Design e Marketing

Impressão Grafitto

Tiragem 2.000 exemplares

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