Estudos Bíblicos para Adolescentes
Estudo 8: DEUS CONTA COM VOCÊ!
Texto bíblico: Êxodo 3 a 4.18
DE JOSÉ A MOISÉS
Deus fez uma aliança com Abraão para abençoar
"todas as famílias da terra" (Gênesis 12.3), reafir-
mou a aliança em Isaque (Gênesis 22.15-18) e Jacó
(Gênesis 28.13-15). Deus deu filhos a Jacó (Gênesis
35.23-26). José foi vendido como escravo por seus
irmãos, foi levado para o Egito.
José, filho de Jacó ou Israel (Gênesis 35.10), tor-
nou-se governador do Egito e, num tempo de ex-
trema fome (Gênesis 41.56-57), os hebreus para lá
se mudaram (Gênesis 46.1-8), cresceram, prospe-
raram. Com a chegada de um novo faraó, perde-
ram a proteção e foram escravizados (Êxodo 1.10-
14). Porém, continuava a existir uma aliança e Deus
sempre cumpre suas promessas. Você pode ler toda
a novela de José no livro de Gênesis 37 a 50.
Moisés foi vocacionado por Deus para que a alian-
ça fosse mais uma vez renovada. Mas era necessá-
rio tirar o povo da escravidão no Egito. O Deus de
aliança e promessa levanta pessoas, capacita e
envia com uma missão.
MOISÉS
Quando bebê, Moisés escapou do assassinato or-
denado pelo Faraó. Saiu de um cesto no rio direto
para o colo da filha do Faraó. Depois de criado na
corte, foi para o deserto, aprender quem era o Deus
de seus pais e de seu povo. Sua vida foi transfor-
mada e ele foi vocacionado por Deus.
PARA PENSAR
Abraão foi chamado e enviado por Deus em mis-
são. Jacó e Moisés também. Qual o envolvimento
de uma pessoa (você, por exemplo) nos planos de
Deus? Qual o nível de participação e o que é ne-
cessário para uma pessoa ser chamada por Deus?
A VOCAÇÃO DE MOISÉS
Moisés foi convocado por Deus para uma missão.
No arbusto (sarça) que ardia em chamas, mas não
SÉRIE: PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA - PARTE 2
queimava, a presença de Deus assusta Moisés
(Gênesis 3.1-4). De fato, era a santidade de Deus
que o assustava (3.5-6). Ali, na sarça, Deus:
Fala (3.4) - A voz de Deus se manifestou em meio
ao fogo na sarça. É possível ouvir a voz de Deus
das mais diversas maneiras.
Vê (3.7) - Deus cuida de nós, Ele vê o que vive-
mos (Salmo 113.6).
Ouve (3.7) - quem reclama não tem tempo para
clamar a Deus e ser ouvido.
Age (3.8) - "Desce" e se envolve com seu povo,
fala com Moisés. Ele é Deus próximo.
Liberta (3.8-9) - a libertação é da escravidão es-
piritual e física.
Envia missionários/as (3.10) - Deus nos envol-
ve em sua missão. Moisés é o missionário de Deus.
Essa é a Aliança! Lembre-se, sempre tem duas par-
tes: Deus e você. Ele sempre contará com você para
que "sejam benditas todas as famílias da terra".
REJEITAR OU ACEITAR
Às vezes, mesmo com todos os sinais e manifesta-
ções de Deus, as pessoas evitam compreender que
são chamadas. Há sempre desculpas, explicações,
debates. Volta e meia, mais tempo é gasto em reuni-
ões que na ação em resposta ao chamado de Deus.
Com profetas foi assim. Jeremias se disse muito cri-
ança (Jeremias 1.6). Isaías se disse muito pecador
(Isaías 6.5) e Moisés também reclamou muito. Seus
argumentos foram:
1. Sou o Zé Ninguém (Êxodo 3.11): "Quem sou eu?".
2. Não sei pregar (3.13): "O que eu direi?"
3. Ninguém vai me levar a sério (4.1): "Eis que não
crerão no que eu falar!"
4. Eu sou gago e não sei falar em público (4.10): "S-
sou pe-pe-pesado de-de li-língua".
5. Nem estou a fim de ir (4.13): "Envie outro, menos
a mim".
71 VOLUME 0: O DEUS QUE CAMINHA CONOSCO
PARA PENSAR Foram as 10 pragas, a Páscoa, o Mar Vermelho, o
Maná e, principalmente, a renovação da aliança.
Mas, uma pessoa sozinha com Deus é maioria. Deus
queria Moisés, tinha que ser ele. Deus rebate todas Os Dez Mandamentos são a marca maior da alian-
as negativas pessimistas de Moisés. Veja: ça com Deus, renovada no monte Sinai. Deus dis-
se que se recordava dela (Êxodo 6.5) e que have-
1. Você não vai sozinho: eu estou com você (3.12)
ria benção se ela fosse observada (Êxodo 19.5).
- a força não seria apenas do pastor de ovelhas
Moisés liderou esse movimento de renovar a fideli-
Moisés, mas da presença de Deus em pessoa.
dade a Deus e ao pacto de benção.
2. Pregue que o "EU SOU" te enviou (3.14-15) -
O povo responde: "Tudo o que falou o Senhor, fa-
saber o nome de Deus era algo extraordinário.
remos" (Êxodo 24.3). E confirmou essa intenção
3. Recebe "super-poderes" (4.2-9 e 17) - dons do de perseverança e fidelidade (24.7-8). É a resposta
Espírito Santo, capacidade para realizar sinais mi- do povo que recebe a seguinte promessa:
lagrosos, uma linguagem que um Faraó poderoso
"Então disse: Eis que eu faço um concerto; farei
entenderia.
diante de todo o teu povo maravilhas que nunca
4. Eu posso curar tua gagueira e te ensino a falar foram feitas em toda a terra, nem entre gente algu-
(4.11-12) - Deus transforma as pessoas, isso é con- ma: de maneira que todo este povo, em cujo meio
versão, muda valores, hábitos e o caráter. tu estás, veja a obra do Senhor; porque cousa ter-
rível é o que faço contigo" (Êxodo 34.10)
5. Você não vai sozinho, Arão vai contigo (4.13-
16) - A missão é feita em parceria. "O cordão de SE LIGA NESSA!
três dobras não arrebenta tão fácil" (Eclesiastes 4.9-
12). A missão une as pessoas. Deus deseja duas coisas: santidade e fidelidade.
Continua sendo o desejo de Deus, pois da santida-
de nasce toda a experiência de compreensão da
vontade, do plano e de quem é Deus. Da fidelida-
COM MOISÉS, A ALIANÇA SE RENOVA
de, nasce a intenção de viver sempre nos cami-
E lá foi Moisés, com Arão a tira-colo, falar com o nhos de Deus, agradando e obedecendo. Essa ali-
faraó para que o povo fosse liberado da escravidão. ança é com você!

ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES

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SÉRIE: PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA - PARTE 2 72 VOLUME 0: O DEUS QUE CAMINHA CONOSCO
 ORIENTAÇÕES PARA A APLICAÇÃO DO ESTUDO

Texto bíblico: Êxodo 3 a 4.18 Em que situação (condutor ou conduzido) se sen-

OBJETIVO
Compreender que a aliança de Deus continua e
que Deus levanta pessoas para que Sua vontade
se cumpra, apesar de dificuldades e ameaças.
PONTO DE PARTIDA
Deus age em favor do necessitado, do sofredor, do
pequeno, do miserável. O amor de Deus é revela-
do em sua ação de libertação. Lembrar a missão
de Jesus - declarada com a leitura de Isaías 61 (cf.
Lucas 4.18-21) - é compreender que Deus age em
favor de quem necessita.
A opressão deve ser anulada, a violência deve ser
transformada em paz e solidariedade, e a injustiça
deve se converter em justiça e igualdade. "Em lu-
gar de vergonha, dupla honra" (Isaías 61.7). Deve
existir liberdade de culto (Êxodo 5.1-2), principal-
mente sob um regime de governo (Faraó) em que
o líder se proclama deus.
PROCEDIMENTO
tiu mais confortável? O que foi mais difícil? É me-
lhor conduzir ou ser conduzido?
4. Tendo em mente o objetivo, faça suas próprias
anotações no preparo da lição. Busque exemplos
da vida dos/as adolescentes que estão com você:
situações da Igreja, do bairro, da família, da esco-
la. Busque exemplos da realidade da vida de sua
comunidade.
5. Deus tem poder para fazer tudo sozinho, porém
conta com a nossa participação. É uma boa lição
para fazer um desafio à participação nos ministéri-
os da Igreja, na missão de Deus, no pastorado, e
outras oportunidades de libertação de pessoas em
nome da aliança.
6. Entoe cânticos com o tema. Sugerimos um mais
conhecido abaixo:
JESUS É A ALIANÇA
Intro: C G/B Am Am7 C G/B Am G

1. Inicie com oração. C G/B Am Am7

Jesus é a aliança
2. Leia o texto bíblico de modo partilhado ou dra- Dm F/G G
matizado (Êxodo capítulo 3 a 4.18). Se preferir, Entre você e Deus
leia por trechos que considerar mais relevantes, para
ganhar tempo em sala de aula. F
Hoje Ele te chama
3. Dinâmica: "Conduzir ou ser conduzido" G
Para renovar
a. Há duas possibilidades: 1. refletir sobre a experi-
Em
ência de ser levado (ou escravizado) sem saber para
Hoje Ele te chama
onde. 2. seguir um libertador (Deus) que envia Am
pessoas para ajudar no caminho. Para restaurar
b. Prepare alguns pedaços de tecido macio (para F
Hoje Ele te chama
cobrir os olhos) para metade da turma.
G C C7
c. A outra metade vai servir como condutor/guia Para reviver e amar
de quem está vendado/a; 7. Caso algum adolescente não integrado em mi-
d. Crie um "caminho" entre cadeiras que dificulte a nistérios da Igreja deseje fazê-lo, fale com seu pas-
passagem das duas pessoas (quem está sendo con- tor ou pastora.
duzido e o/a condutor/a); 8. Encerre com oração.
e. Depois de uma volta pode se inverter para que POR DENTRO DO ASSUNTO
o condutor agora esteja "cego" e seja levado por
alguém. NO EGITO

f. Por fim: pergunte sobre os sentimentos diferentes Diante dos sucessivos conflitos contra povos vizi-
entre ser conduzido e conduzir. O que é melhor? nhos, sobretudo cananeus e filisteus, além das difi-
SÉRIE: PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA - PARTE 2 73 VOLUME 0: O DEUS QUE CAMINHA CONOSCO
culdades econômicas decorrentes disso e das con-
dições geográficas da Palestina, muitos hebreus
abandonaram suas terras em direção ao Egito, onde
teriam passado mais de 400 anos. É um período
que inicia com a história de José como governa-
dor do Egito, acolhendo sua família com alimentos
e proteção dentro das fronteiras do Reino do Faraó.
José garantia as boas relações com o Faraó, que
lhes cedia para pastagem as terras férteis em torno
do delta do Nilo. Obtinham assim uma eficiente
produção agrícola e uma barreira contra os ban-
dos de beduínos invasores.
Com os novos governos, José perdeu influência e
seu povo não foi mais reconhecido como protegi-
do. Os hebreus foram mantidos como escravos no
Egito entre 1300 e 1220 a.C. Pouco numerosos,
eram quase sempre prisioneiros de guerra e traba-
lhavam nas minas e na construção de pirâmides,
templos e palácios.
DEUS + MOISÉS = LIBERTAÇÃO
Conhecer o nome de Deus é o movimento
de maior intimidade possível para o crente. É ter a
certeza do chamado, da vocação e da presença
confirmadora da missão.
"Eu sou o que sou" (Êxodo 3.14) parece um enig-
ma. Esse é o nome que indica o caráter de Deus:
Javé ou Iavé. Deus se revela como aquele que é,
que está. Ele tem em si todos os desejos e necessi-
dades de um povo oprimido; o Deus que ouve o
clamor e desce para junto do povo carente de Sua
presença (3.7-8). Ele é Emanuel - "Deus Conosco"
(Mateus 1.22-23).
A força motivadora para a missão em Êxodo
é: servir a Deus só faz sentido quando compreende-
mos o caráter libertador de sua intervenção no mun-
do e na história humana. Um caráter que se revela
em um nome que contém libertação. Libertação dos
poderes escravizantes do Egito e, ainda mais, em
Jesus, do domínio do pecado sobre o ser humano.
A partir da revelação de Seu nome, Deus pode
apresentar a Moisés o conteúdo de seu envio: a li-
SÉRIE: PALAVRA QUE ILUMINA A VIDA - PARTE 2
bertação do povo israelita. Libertar o povo da es-
cravidão do Egito é libertá-lo também do esqueci-
mento em que recaiu. Ele precisa lembrar/trazer à
memória que é descendente de Abraão, a quem
Deus fez promessas (Êx 3.15-16; Gn 12.1-2).
O conteúdo da missão é também o conteúdo do
caráter de Deus. Ele não deve ser meramente vene-
rado ou adorado, como os deuses egípcios, apenas
em templos ou festas consagradas. É um Deus que
atua no dia a dia, no meio das dores do povo.
Outra importante ênfase da missão de Deus com
Moisés estava em retomar a aliança que Deus
estabeleceu com Abraão (Gn 12.1-2). Essa ali-
ança consistia em liberdade de vida e condições
de sobrevivência numa terra fértil (Gn 15.18;
17.2-8).
O texto de Êxodo fala que Deus lembrou-se de sua
aliança, isto é, havia chegado o momento próprio
de sua intervenção e efetuação da promessa feita
ao ancestral Abraão (Êxodo 2.24).
O CLAMOR: MOTIVO DA LIBERTAÇÃO
A grande diferença entre o Deus Javé e os outros
deuses consiste em sua capacidade de ouvir, sentir
e agir em favor do fiel (Salmo 115.5-7). O povo de
Israel desenvolveu a sua fé num Deus que ouve,
age, fala, vê. Um Deus que, além de tudo isso, co-
loca-se ao lado do povo que clama por Seu socor-
ro (Êxodo 2.23-24).
A motivação de Deus para aparecer a Moisés é ter
ouvido o clamor do povo (Êxodo 3.7-8): clamor
surgido da dureza da servidão. Primeiro, a morte
dos meninos (Êxodo 1.15-22); depois, a opressão
dos feitores do Faraó (Êxodo 2.11; 64.6-8). Da
mesma forma como Deus se move ao ouvir o grito
do povo, Ele espera que o vocacionado responda
à voz de Sua convocação. Moisés resiste, mas aca-
ba cedendo: a força de quem chama é sempre maior
do que a capacidade de quem é chamado. A res-
posta é, pois, um ato de fé, embora não muito fir-
me (Êxodo 4.13-17)! Deus continua a vocacionar
pessoas para cumprir com Sua Aliança. Em Jesus
Cristo não apenas uma ou outra pessoa, mas sim
todo crente é um ministro/a vocacionado/a.
74 VOLUME 0: O DEUS QUE CAMINHA CONOSCO