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Desde que comecei a escrever para o Treino Pesado, alguns temas sempre
ficaram martelando na minha cabeça. Assuntos mais polêmicos, teorias e
idéias mais radicais, diferentes do que se ensina nas academias e
faculdades dos dias de hoje. Coisas que quase ninguém ouviu falar, seja
porque caíram no esquecimento, em razão do que eu chamo de
"conspiração das academias " (procure nos nossos arquivos essa matéria),
ou simplesmente pela ignorância de quem devia estar ensinando direito,
em vez de repetir os textos da faculdade como um papagaio. Dentro desse
grupo de assuntos, alguns eu já coloquei por aqui, como o caso do
Winstrol, que a muito tempo eu estava querendo publicar, e outros ainda
esperam a hora certa, a inspiração, para que eu escreva com o tratamento
que o assunto merece. Nesses dias, essa inspiração para um deles apareceu.
Na verdade, uma soma de fatores contribuiu para fazer com a minha
cabeça despertasse para relembrar uma pesquisa antiga. O primeiro deles
aconteceu em Recife, em uma viagem que fiz por lá na semana retrasada.
O cara que quer pular em cima da boazuda que anda na rua. Aquele que
fala o que vem a cabeça, ou responde, imediatamente, a uma agressão.
Claro, que não falo de tudo isso de uma vez, mas quantos de nós, vez ou
outra, não nos expressamos desse modo ? E porque paramos ? O freio da
cultura da repressão, ou da civilização, como preferirem. E se você agir
desse modo, a maioria das pessoas vai recriminá-lo. O sujeito furou a fila
na sua frente, e você, prontamente, dá-lhe uma mãozada. Que absurdo vão
dizer, que cara grosso, só porque um mal-educado passou a frente dele. E
isso acontece, não pelo ato violento em si, mas porque você ousou romper
com asamarras, e as pessoas não gostam disso.
Se sua honra fosse atacada, sua esposa ou filha ofendidas, você tinha o
direito de chamar o ofensor para um duelo. Todos tinham que estar prontos
para uma situação assim. E para isso, era óbvio que treinavam. Nada de
leis, advogados, polícia. Mexeram com sua mãe, com sua esposa ? Sem
problemas, pode chamar o sujeito para um duelo, e depois de furá-lo com a
espada, volte para casa com sua honra limpa. Nada de processos na
delegacia. Consequência disso ? Os malas pensavam algumas vezes antes
de sair ofendendo um cavalheiro. Obviamente vivemos outros tempos hoje,
e esses costumes já foram esquecidos. Ninguém mais tem interesse em
estar pronto para defender sua honra, em qualquer momento. A não ser a
classe de atletas que foram citadas anteriormente. Ofender a esposa de um
sujeito com 100 kgs e 50 de braço, ou mexer com a mãe de um praticante
de vale-tudo, não deverá acabar em boa coisa para o infeliz autor da atitude
irresponsável.
Outra civilização que chama a atenção são os árabes. Embora se fale muito
em gregos, cavaleiros medievais, alguém pode ter alguma dúvida da
ferocidade e habilidade dos filhos de Alá em combate ? Durante séculos
deram enorme trabalho aos ingleses pela posse das terras do Oriente
Médio, e para muitos historiadores modernos, as Cruzadas nunca foram
vencidas pelos ocidentais, e sim por eles, os árabes. E mesmo hoje em dia,
com a invasão dos americanos ao Iraque, temos uma clara mostra do que
significa "raça" e "honra" para esse pessoal. O pessoal do Tio Sam, com
toda a parafernália tecnológica, não consegue intimidar a turma de lá.
Maomé, e seus seguidores, seguiam um hábito antigo, de seus ancestrais, e
permaneciam em jejum durante todo o dia, deixando a noite para suas
refeições. Acreditavam que assim mantinham seus espíritos sempre em
alerta, prontos para uma briga, caso necessário. E podiam ficar em
combate durante horas, sob o sol quente.
Mas se falamos tanto em instinto, não seria uma contradição pensar que
isso deveria nos levar a comer toda a hora, e não apenas a noite ? Para
Hofmekler, após 15 dias seguindo a dieta, perdemos a fome durante o dia,
e passamos a ser dominados pelo instinto natural de comer apenas a noite.
E isso vai acontecer por que esse é nosso impulso natural, e não porque
está escrito em um manual de dietas. Essa é a razão da grande dificuldade
em pararmos de comer a noite, porque é para isso que nosso organismo foi
programado, desde que passamos a andar sobre duas pernas.
Caso você queira tentar a dieta, e não tenha a força de vontade necessária
para começar logo com o jejum do dia, elimine o café, a primeira refeição,
e depois de alguns dias elimine, também, o almoço, e continue até que sua
primeira refeição aconteça por volta das 18:00 hs. Notaram que falei em
primeira refeição ? Isso porque quando a dieta trata de apenas uma
refeição, na verdade ela divide esse período da noite para três refeições.
Por exemplo, a primeira as 18:00, a segunda as 21:00, e a última a 00:00
hs. E não é necessário que sejam respeitados os mesmos intervalos entre
uma e outra. Siga a sua vontade. Se quiser comer de uma em uma hora, até
a hora de dormir, ok. Apenas sigo o seu instinto. Essa fase de jejum, que
começa ao acordar, e segue até o começo da noite, recebe o nome de
undereating, e o período da comilança é chamado de overeating.
Espero que nosso leitores tenham gostado dos conceitos filosóficos dessa
metodologia de dieta. Acredito que esse seja, apenas, o primeiro de vários
artigos sobre o mesmo assunto, já que pretendo me aprofundar mais nos
modos de execução da dieta, bem como nos horários e suplementações,
sempre com o objetivo do ganho de massa muscular e força, com o menor
acúmulo de gordura possível.
Poucos artigos geraram tantos emails como esse, aqui no Treino Pesado. O
pessoal adorou, e muita gente escreveu com várias dúvidas sobre o
assunto. E claro, com esse barulho todo, também apareceram algumas
confusões. Nessa sequência do artigo anterior, vou tentar esclarecer
algumas das dúvidas. Li novamente os textos que já havia feito, em cima
do que é dito no livro.
Pesquisei muito pela internet, e mandei alguns emails para o próprio Ori
Hofmekler. Alem do meu interesse pessoal pela dieta, já que resolvi seguir
o método, e até criei uma comunidade no Orkut, relatando a minha
experiência diária - http://www.orkut.com/Community.aspx?
cmm=29680730 - e também de outros leitores que aderiram a experiência.
Então, deixando de lado toda a falação, vamos ao que interessa.
UM POUCO DE BIOLOGIA
ADAPTAÇÃO
Essa fase deve durar quinze dias. Não espere milagres, e até devem
acontecer sintomas relacionados a hipoglicemia, como dores de cabeça e
tonturas. Mas mesmo nesse início, a sensação de disposição já vai começar
a aumentar, o que serve de estímulo para que se persista na dieta. Use
termogênicos e estimulantes naturais, como a cafeína. Acordou, levantou
da cama, café para dentro! Chá verde e Iohimbina também podem ajudar
bastante, alem de inibir o apetite. Outra importante arma, logo de manhã, é
a glutamina, de 5 a 10 gramas (o que já foi citado no artigo anterior), e se o
leitor conseguir manipular, porque não se acha pronta para comprar no
Brasil, use l-tirosina também, 5 gramas. Essa soma de glutamina, tirosina,
e jejum, pode causar um ótimo pico de GH. E falando da glutamina, essa
quantidade, 5 a 10 gramas, deverá ser tomada de 2 ou 3 em 3 horas,
durante todo o undereating. Caso a fome se torne algo incontrolável, ou a
perda de peso esteja acontecendo de modo muito rápido, use algum shake
de proteína, com água, e nada de carbo. É sempre bom lembrar que
devemos evitar o pico de insulina. Use de 20 a 40 gramas de proteína
nesses shakes, mas nunca tome pela manhã. Deixe para a hora do almoço,
e tome outro logo antes do treino, mas NUNCA depois! Só coma algo na
fase do pós-treino uma hora depois, e se for possível, que esse seja o início
do overeating.
AS REFEIÇÕES
MINHA CONCLUSÃO