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WHAT HAPPENS AFTER DEFAULT?

STYLIZED FACTS ON ACCESS TO CREDIT


Economia Bancária

WHAT
WHAT HAPPENS
HAPPENS AFTER
AFTER
DEFAULT?
DEFAULT?
STYLIZED
STYLIZED FACTS
FACTS ON
ON ACCESS
ACCESS
TO
TO CREDIT
CREDIT

Trabalho n.º 1 Economia Bancária

Análise
Análise do
do artigo
artigo de:
de:

Diana
Diana Bonfim
Bonfim || Daniel
Daniel A.
A. Dias
Dias || Christine
Christine Richmond
Richmond

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Os autores do artigo em análise efectuam um estudo sobre as empresas portuguesas que


entram em incumprimento relativamente aos seus financiamentos bancários, tendo como
finalidade analisar a evolução durante o período de incumprimento, a sua resolução e a posição
da empresa após a resolução.
Entender-se-á como resolução a capacidade da empresa recuperar a confiança da banca e
deter financiamento após o incumprimento, sendo que o objectivo do artigo, segundo os
autores, é analisar quanto tempo demora a restabelecer a ligação e se terá ou não acesso a
novos financiamentos, sendo que, este acesso dependerá também da dimensão da empresa, se
esta detém ligação a apenas uma entidade bancária ou a várias e se falhou ou não com o seu
principal financiador. Foi observado ainda a reincidência, ou seja, se se verifica o registo de
incidentes posteriores à resolução do inicial, de que forma estará interligada com a dimensão
da empresa e com a dimensão e extensão do incumprimento.
Os autores no ponto nº 2 efectuaram uma análise da literatura relacionada onde é feita uma
abordagem ao tema concluindo que na maioria dos estudos empíricos sobre o incumprimento e
a respectiva recuperação concentram-se em empresas de capital aberto dos Estados Unidos,
salientando a reorganização da falência e procedimentos de liquidação. Também os estudos
fora dos Estados Unidos embora considerados raros, fornecem o mesmo tipo de informação e
análise, logo a presente investigação preenche uma lacuna na literatura existente.
A base de dados escolhida regista todos os incumprimentos acima dos 50 euros e
respectivas renegociações. Para o estudo foram consideradas todas as empresas que registaram
incidentes pelo menos durante um trimestre e só saíram desta situação se durante um trimestre
não registaram incidentes ou se saíram da base de dados.
Os pontos subsequentes da pesquisa estão elaborados em duas partes: 1ª quando a empresa
está em incumprimento e a 2ª após o período de incumprimento (“these two issues - the "in
default" and "post default" periods”pág. 3), com a análise das variáveis: tempo, montante,
relação creditícia com os bancos e possível reincidência, fornecendo-nos assim uma
perspectiva global de como reagem as empresas e as entidades bancárias que as financiam
perante o incumprimento, usando como auxilio tabelas e gráficos econométricos com o
comportamento das diferentes variáveis desenvolvidas no ponto 4 e 5.
Por último, no apêndice os autores efectuam uma pequena abordagem à legislação sobre a
Insolvência em Portugal e nos Estados Unidos.

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Análise Critica
Este artigo nasceu da necessidade de preenchimento de uma lacuna empírica relativamente
ao que acontece às empresas após o incumprimento “What happens to firms post-default? And
when are firms able to regain Access to financial markets after experiencing an episode of
financial distress / default?”
Estas questões tornaram-se mais relevantes devido à crise financeira global iniciada em
2007, que provocou instabilidade acentuada das empresas, levando, muitas delas, ao
incumprimento dos seus empréstimos bancários. Também a literatura sobre o incumprimento
das empresas aumentou consideravelmente devido à introdução do novo acordo Basileia II,
publicado em 2004 pelo Comité de Basileia. Segundo Chianamea (2006) este tem como
objectivo manter a solvência das instituições financeiras pela manutenção de um capital
suficiente às possíveis perdas de valor dos activos do banco, dando muito mais atenção ao risco
inerente a cada processo de financiamento.
Assim, os autores do artigo em análise têm como objectivo obter resposta para as questões:
• as empresas irão superar a crise e conseguir novo acesso ao crédito?
• quais os factores mais importantes neste processo?
• será que as características do incumprimento podem afectar a retoma do acesso ao
crédito?
Para ajudar à evidência empírica foi utilizada a base de dados da Central de Riscos do
Banco de Portugal e escolhida uma amostra que inclui todas as empresas portuguesas com
empréstimos bancários entre 1995 e 2008. O espaço temporal escolhido detém dois
acontecimentos relevantes: a convergência para a UEM (União Económica e Monetária) e a
crise financeira de 2007 e 2008. Este estudo detém qualidade de informação, pois esta base de
dados é actualizada mensalmente por todos os bancos. É extremamente importante que, para a
atribuição de novos financiamentos, se verificar se existe registo de incidentes, renegociações,
tipos de crédito e se aplicável até a respectiva prestação. Desta forma, aquando de um novo
financiamento, acedendo à base de dados, estamos já a eliminar algum risco relativo à
concessão de crédito, porque com a análise verificamos se a empresa possui algum tipo de
financiamento, registo de incidentes, à quanto tempo e gravidade dos mesmos.
Segundo Chianamea (2006) com o surgimento de Basileia II tem existido uma crescente
preocupação na gestão do risco associada a novos financiamentos, tendo as entidades
financeiras desenvolvido medidas internas de mensuração, efectuando a ponderação pelo tipo

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de exposição ao risco e pelo tipo de mutuário, ou seja, as instituições têm desenvolvido ratings
internos avançados o que, dada a sua maior precisão e sensibilidade ao risco, permite uma
melhor avaliação e controlo do risco de crédito, estipulando um prémio de risco ajustado a
cada financiamento.
Quando uma empresa entra em incumprimento, o tempo que demora a resolvê-lo é um
factor determinante para a definição da sua gravidade, logo, quanto mais tempo demorar, mais
difícil será ultrapassá-lo. Segundo os autores verifica-se que, em média, se o incumprimento
não estiver resolvido em menos de 1 ano, poderá levar vários a ser resolvido, sendo que, 50%
dos episódios duram 5 trimestres e, destes, metade são resolvidos em menos de 1 ou 2
trimestres.
Quanto ao período pós incumprimento, 59% das empresas têm acesso ao crédito, mas,
destas, apenas ¼ estão em condições de aumentar a sua dívida bancária. O estudo demonstra
também que, na maioria dos casos, a retoma das relações bancárias está relacionada com a
entidade onde a empresa tinha financiamento, pois a sua credibilidade no mercado ficou
danificada e será mais fácil restabelecer a ligação confiança e valorização com a entidade
financeira que conhece as capacidades da empresa na superação de uma situação complicada.
Salienta-se ainda que, após 1 ano, 25% das empresas entram novamente em
incumprimento. No entanto, o artigo refere que todas aquelas que conseguem recuperar de uma
situação de incumprimento ocorrido em período de recessão têm menos probabilidade de voltar
a passar uma situação de crise recuperando mais depressa o acesso ao crédito, isto porque, a
probabilidade de incumprimento será menor, pois se a empresa consegue recuperar de uma
situação económica desfavorável, reconquista muito mais facilmente a confiança do mercado
financeiro, na sua estrutura e na sua capacidade de criar valor.
Os episódios de incumprimento segundo os autores estão caracterizados em três elementos:
1) incidência e montante do incumprimento; 2) a duração do episódio de incumprimento; 3) os
prejuízos em última análise enfrentados pela instituição financeira. O entendimento de cada um
destes elementos é de enorme importância, pois detêm um impacto directo na forma como as
instituições financeiras efectuam a gestão da sua exposição ao risco e na forma como as
agências de regulamentação determinam as suas políticas.
Com base na análise dos dados, os autores verificaram que no período da amostra existiu
um aumento significativo da concessão de crédito às empresas e do número de empresas com
acesso ao crédito, devendo-se, este facto, em muito à liberalização do mercado financeiro

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português no final da década de 80 e princípio de 90, bem como ainda devido aos critérios de
convergência com a UEM.
A concessão de crédito teve uma tendência crescente, o qual foi acompanhado de forma
positiva entre 1995 e 2000 pelo registo da diminuição do incumprimento, no entanto, a partir
de 2001, esta tendência inverteu-se e os incumprimentos tornam-se mais frequentes, embora o
seu tamanho e gravidade diminuíssem gradualmente no decorrer do período da amostragem.
Quanto ao tempo em incumprimento, os autores, mediante a análise de dados, puderam
concluir que o tempo e a gravidade do incumprimento estão directamente correlacionados, ou
seja, as empresas que se mantêm mais tempo em incumprimento são aquelas em que os
choques iniciais foram também mais graves. Contudo, o tempo em incumprimento, em média,
não é muito grande, pois mais de 50% das empresas ultrapassa a crise, no máximo, em 5
trimestres, sendo que os casos mais complicados são os que detêm uma durabilidade de mais
de 3 trimestres. A partir do 6.º trimestre será muito mais difícil resolver o episódio de
incumprimento. Os autores salientam ainda que as empresas maiores detêm mais facilidade em
ultrapassar situações de crise e, se o choque for temporário, existe toda a vantagem na
negociação entre devedores e financiadores. Porém, se este se prevê ser permanente, a
probabilidade de honrar os compromissos é diminuta, logo a negociação não será benéfica.
Segundo Chianamea (2006) as perdas incorridas pelos bancos, de acordo com o Basileia II,
podem ser esperadas e inesperadas. Se a perda for esperada o banco deve efectuar provisões,
logo se realmente se concretizar fica coberto o incumprimento pelo valor provisionado, prática
aliás frequentemente utilizada pelos bancos. Agora, se a perda for inesperada, ela pode ser
calculada de duas formas: pelo modo padrão ou por modelos internos, sendo este último
subdividido em foundation e avançada, ficando os riscos cobertos por capital dos bancos.
Para um melhor entendimento do cálculo das perdas em Basileia II, segundo a directiva
habitualmente designada por Capital Requirements Directive (CRD), descrita no site do Banco
de Portugal (2009), o novo regime de adequação de capital encontra-se subdividido em três
pilares: o 1.º - determinação dos requisitos mínimos dos fundos próprios para cobertura de
riscos de crédito (aplicável ao artigo em análise), de mercado e operacional; o 2.º - processo de
avaliação pela autoridade de supervisão e o 3.º - Disciplina de Mercado. Quanto ao risco de
crédito, este detém dois métodos de cálculo, o método Padrão, que tem como alicerce as
notações divulgadas por agências de notação externas reconhecidas para o efeito. De um modo
geral, este método baseia-se na ponderação dos riscos em função do tipo de mutuário e do tipo
de posição em risco. O segundo, método das Notações Internas (IRB), possui duas vertentes,

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que no caso da vertente “Foundation”, possibilita a utilização de metodologias internas para o


cálculo dos requisitos de fundos próprios, com base em estimativas próprias da probabilidade
de incumprimento (PD); no caso da vertente “Advanced” possibilita a utilização de estimativas
próprias da perda dado o incumprimento (LGD) e da posição em risco individual bruta em caso
de incumprimento (EAD).
Os autores na análise dos dados sobre as perdas sofridas pelos bancos, apenas conseguem
verificar os write-offs, ou seja, significa que a empresa vai retirar o financiamento do seu
activo, para o qual já efectuou provisões e já não o espera receber. Desta forma, verificaram
que apenas 30% dos incumprimentos geram write-offs, no entanto o aumento constante da
perda absoluta tem possivelmente provocado mudanças estratégicas nos comportamentos dos
bancos, levando-os a colocar os créditos em write-off em vez de manter os empréstimos de má
qualidade no seu activo por longos períodos de tempo.
De acordo com os dados apresentados no artigo, 12% das empresas que saíram da base de
dados da Central de Riscos do Banco de Portugal depois de registarem incidentes ainda estão
em funcionamento, logo isto pode significar que não obtiveram mais acesso a crédito ou
desistiram do financiamento bancário, optando apenas pelos fundos próprios. Sendo que,
aquelas que se mantiveram com acesso a financiamento registaram, pelo menos, um incidente
nos três anos seguintes à resolução do incumprimento. É de salientar que 60% das empresas
não têm mais acesso a crédito e 25% mantêm o que já detinham. Se tiver decorrido o primeiro
ano e o incidente não se encontrar resolvido, as probabilidades de voltar a obter financiamento
são muito reduzidas.
Será evidente que o que define a exclusão ao crédito se relaciona com diversas variáveis
como a dimensão da empresa, a gravidade do incidente, o tempo que levou até à sua resolução
e se trabalha com vários bancos ou não, aparentando ser claro que todos estes ponderadores
estão relacionados com os critérios de gestão de risco dos bancos, cada vez mais exigentes
após a implementação de Basileia II e após a crise financeira despoletada em 2007/2008.
O acesso ao crédito de empresas com registo de incidentes pode ser efectuado de duas
formas, conforme descrito na página 16:
• definição ampla, onde as empresas apenas têm acesso ao crédito já contratualizado;
• definição restrita, incorpora as empresas que obtêm novos financiamentos.
Os autores concluíram que as empresas maiores e que se relacionam com várias entidades
bancárias têm mais possibilidade de se voltarem a financiar, já as empresas com maior
probabilidade em solicitar um novo financiamento a uma nova instituição bancárias são as

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mais pequenas e com poucas relações bancárias, estando correlacionada com o nível de
confiança dos financiadores.
Segundo Luís Mira Amaral, num debate realizado no Instituto Superior Bancário a
01/07/2003 sobre a aplicação de Basileia II, “as repercussões negativas que o acordo terá no
acesso ao crédito por parte das PME, pois estas terão teoricamente pior cotação – logo maior
probabilidade de incumprimento –, quer nos ratings de agências externas, quer nos bancos
que utilizem o método IRB avançado.” Torna-se importante referir que alguns bancos apesar
das probabilidades de incumprimento estão dispostos a dar um voto de confiança e a financiar
novos clientes que num passado recente tenham registado incidentes.

Referências Bibliográficas

• Chianamea, D. R. (2006, Janeiro/Junho). Basileia II: risco e concorrência bancária.


[Versão electrónica]. Economia Política Internacional: Análise Estratégica, 8, 52-62.
Acedido em 06 de Março de 2011, disponível em http://www.eco.unicamp.br/asp-
scripts/boletim_ceri/boletim/boletim8/06_DANTE.pdf

• Amaral, L. M. (2003). Basileia II é difícil mas necessário, concluem especialistas.


Acedido em 06 de Março de 2011, disponível em
http://www.centrodecontacto.com/index.php?article=2219&visual=11

• Banco de Portugal. (2009). Basileia II. Acedido em 06 de Março de 2011, disponível


em http://www.bportugal.pt/pt-
PT/Supervisao/SupervisaoPrudencial/Paginas/BasileiaII.aspx

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