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| A reação dos africanos | A descolonização | Os partidos e movimentos africanos | Dificuldades africanas | Principais países, líderes,
movimentos e partidos africanos | Bibliografia
África Negra
(colonização, escravidão e independência)
Introdução
O Continente africano limita-se ao Norte pelo Mar Mediterrâneo, ao Oeste pelo Oceano
Atlântico e ao Leste pelo Oceano Índico. De uma maneira simplificada podemos dividi-
lo em duas zonas absolutamente distintas: o centro-norte é dominado pelo imenso
deserto do Saara (8.600.000 de km2), enquanto que o centro-sul, depois de percorrer-se
as savanas, é ocupado pela floresta tropical africana.
África Negra
(colonização, escravidão e independência)
O tráfico de escravos
África Negra
(colonização, escravidão e independência)
O comércio triangular
África Negra
(colonização, escravidão e independência)
No plano filosófico ela foi repudiada na obra de Montesquieu (L’esprit de les Lois,
livro. XV,1748), onde afirmou que “a escravidão, por sua natureza, não é boa: não é útil
nem ao senhor nem ao escravo: a este porque nada pode fazer de forma virtuosa; aquele
porque contrai dos seus escravos toda a sorte de maus hábitos... porque se torna
orgulhos, irritável, duro, colérico, voluptuoso e cruel. (...) os escravos são contra o
espirito da constituição, só servem para dar aos cidadãos um poder e um luxo que não
devem ter.”
Mais radical do que ele foi o pensamento de J.J. Rousseau (in Le Contrat Social, 1762)
para quem “os homens haviam nascido livres e iguais” e que a renuncia da liberdade
eqüivalia a renúncia da vida. Como a escravidão repousava sempre a força bruta “...os
escravos não tinham nenhuma obrigação ou dever para com os seus amos”.
(*) Esta abordagem, que afirma ser a escravidão anti-econômica sob prisma moderno,
continua gerando polêmica. Historiadores econômicos conservadores norte-americanos,
como R.W.Fogel, insistem em afirmar que a escravidão não era incompatível com a
industrialização. Apresentando uma série de abordagens pontuais demonstrando a
prosperidade de certos setores industrias sulistas.
África Negra
(colonização, escravidão e independência)
A partilha da África
A partir do momento que o continente africano não podia mais fornecer escravos, o
interesse das potências colônias inclinou-se para a sua ocupação territorial. E isso deu-
se por dois motivos, O primeiro deles é que ambicionavam explorar as riquezas
africanas, minerais e agrícolas, existentes no hinterland, até então só parcialmente
conhecidas. O segundo deveu-se à competição imperialista cada vez maior entre elas,
especialmente após a celebração da unificação da Alemanha, ocorrida em 1871. Por
vezes chegou-se a ocupar extensas regiões desérticas, como a França o fez no Saara
(chamando-a de França equatorial), apenas para não deixa-las para o adversário.
Antes da África ser dominada por funcionários metropolitanos, a região toda havia sido
dividida entre várias companhias privadas que tinham concessões de exploração. Assim
a Guiné estava entregue a uma companhia escravista francesa. O Congo, por sua vez,
era privativo da Companhia para o Comércio e Industria, fundada em 1889, que dividia-
o com a companhia Anversoise, de 1892 .O Alto Níger era controlado pela Companhia
Real do Níger, dos britânicos. A África Oriental estava dividida entre uma companhia
alemã, dirigida por Karl Peters, e uma inglesa, comandada pelo escocês W.Mackinnon.
Cecil Rhodes era o chefe da companhia sul-africana que explorou a atual Zâmbia e
Zimbawe, enquanto o rei Leopoldo II da Bélgica autorizava a companhia de Katanga a
explorar o cobre do Congo belga.
África Negra
(colonização, escravidão e independência)
O Congresso de Berlim
África Negra
(colonização, escravidão e independência)
A conquista da África foi entremeada de tenaz resistência nativa. A mais célebre delas
foram as Guerras Zulus, travadas no século 19 pelo rei Chaka (que reinou de 1818 a
1828) na África do Sul, contra os ingleses e os colonos brancos boers. Entrementes, os
colonizadores começaram a combater as endemias e doenças tropicais que dificultavam
a vida dos europeus através do saneamento e da difusão da higiene. A África era temida
pelas doenças tropicais: a febre amarela, a malária e a doença do sono, bem como da
lepra. O continente, igualmente, ocupado por missões religiosas, tanto católicas como
protestantes. Junto com o funcionário colonial, o aventureiro, o fazendeiro, e o
garimpeiro branco, afirmou-se lá, em caráter permanente, o padre ou o pastor pregando
o evangelho.
África Negra
(colonização, escravidão e independência)
A descolonização
Apesar da existência de 800 etnias e mais de mil idiomas falados na África, podemos
encontrar alguns denominadores comuns entre os partidos e movimentos que lutaram
pela descolonização. O primeiro deles é de que todos eles ambicionavam a
independência, conquistada tanto pela vertente de radicalismo revolucionário ou através
do reformismo moderado, que tanto podia implantar uma republica federativa como
uma unitária.
África Negra
(colonização, escravidão e independência)
Dificuldades africanas
Essas lutas geraram uma crônica instabilidade em grande parte do Continente que
contribuiu para afastar os investimentos necessários ao seu progresso. Hoje a África,
com exceção da África do Sul, Nigéria e o Quênia, encontra-se praticamente
abandonada pelos interesse internacionais. Os demais parecem ter mergulhado numa
interminável guerra tribal, provocando milhões de foragidos (na África estão 50 % dos
refugiados do globo) e um número incalculado de mortos e feridos. É certamente a parte
do mundo onde mais guerras são travadas. Como um incêndio na floresta, encerra-se a
luta numa região para logo em seguida arder uma mais trágica ainda logo adiante.
De certa forma todos os povos pagam pelos seus defeitos culturais. Neste sentido o
arraigado tribalismo africano é o grande impedimento para concretizar a formação de
um estado-nacional estável. Enquanto as massas negras não conseguirem superar as
rivalidades internas dificilmente poderão formar regimes sólidos, íntegros, que superem
a dicotomia entre ditadura ou anarquia tribal. A grande geração que conseguiu a
independência, homens como K.Nkrumah, Jomo Kenyatta, Agostinho Neto, Samora
Machel, Kenneth Kaunda, Julius Nyerere, Leopold Senghor ou Nelson Mandela estão
mortos ou envelheceram. Nenhum dos sucessores desses grandes homens, têm
conseguido o respeito da população e o carisma necessário para manter seus respectivos
países unidos. Em muitos casos eles foram substituídos por chefes dominados por
interesses localistas e familiares, de visão estreita, sem terem o sentido de abrangerem o
restante dos seus cidadãos. É hora pois dos líderes africanos pararem de jogar pedras
sobre o passado colonial e assumirem a responsabilidade pelo destino dos povos que
ajudaram a emancipar.
África Negra
(colonização, escravidão e independência)
Data da
País Líder Movimento/Partido
Independência
Movimento p/libertação de
Angola Agostinho Neto 1975
Angola (MPLA)
African National Congress
África do Sul Nelson Mandela 1994
(ANC)
Costa do Pelix Houphouet-
Reunião democratica africana 1957
Marfim Boigny
Ghana Kwame Nkrumah Convention Peopel’s Party 1957
Partido Democrático da Guiné
Guiné Sekú Turé 1958
(PDG)
Movimento democrático da
Madagascar Tsiarana 1960
renovação malgache
Hastings Kamuzu
Malawi Malawi Congress Party 1961
Banda
Frente de libertação de
Moçambique Samora Machel 1975
Moçambique(FRELIMO)
Nigéria Benjamin N. Azikiwé National Concil of Nigeria and 1960
Camerun
Mau-mau/ Kenya central
Quênia Jomo Kenyatta 1963
association
Bloque democratique
Senegal Leopold Senghor 1948
senegalien
Tanganica African National
Tanzânia Julius Nyerere 1964
Union/Zanzibar
Joseph
Zaire Kasavubu/Patrice Movimento “Abako” 1960
Lumumba
Zimbawe African
Zimbawe Robert Mugabe 1980
NationalUnion (ZANU)
África Negra
(colonização, escravidão e independência)
Bibliografia
Bertaux, Pierre - Africa: desde la préhistoria hasta los Estados atuales - Siglo XXI,
México, 1978, 4ª ed.
Davidson, Basil - Mãe negra. África, os anos de provação - Livraria Sá Costa editores,
Lisboa, 1978.
Ferro, Marc - História das Colonizações - Companhia das letras, São Paulo, 1996
Fieldhouse, David K. - Los imperios coloniales desde el siglo XVIII - Siglo XXI,
México, 1984, 2ª ed.
Bantos
Quem são os bantos, história dos bantos, línguas
dos bantos, onde habitam
Introdução
- Lingala
- Luganda
- Quicongo
- Cinianja
- Xichona
- Ndebele
- Zulu
- Suazi
- Xhosa
História da África
Cultura africana, povos, história, Bérberes,
Bantos, Império de Gana, civilizações antigas,
economia, arte, religião, trabalho e sistemas de
produção, alimentação, saúde, comércio
Introdução
O povo Bérbere
Os bantos
Este povo habitava o noroeste do continente, onde atualmente são os
países Nigéria, Mali, Mauritânia e Camarões. Ao contrário dos bérberes,
os bantos eram agricultores. Viviam também da caça e da pesca.
Arte Africana
Características da arte africana, exemplos, influências, obras
de arte, elementos artísticos e culturais, máscaras de madeira,
obras em ouro e marfim, as esculturas e pinturas, influências e
arte afro-brasileira
Máscara de Madeira
Introdução
Chegada ao Brasil
Para compreender a cultura material das sociedades africanas, a primeira questão que se
impõe é a imagem que até hoje perdura da África, como se até sua "descoberta", fosse
esse continente perdido na obscuridade dos primórdios da civilização, em plena
barbárie, numa luta entre Homem e Natureza.
E é isso que fez com que a distorção da imagem do continente africano, atingisse
também os povos que ali habitavam. De acordo com as ciências do século XIX,
inspiradas no evolucionismo biológico de Charles Darwin, povos como os africanos
estariam num estágio cultural e histórico correspondente aos ancestrais da Humanidade.
Dotados do alfabeto como instrumento de dominação não apenas cultural, mas
econômica também, os europeus estavam em busca de suas origens, sentindo-se no
vértice da pirâmide do desenvolvimento humano e da História. Vem daí as relações
estabelecidas entre Raça e Cultura, corroborando com essa distorção.
Por isso, a história da África, pelo menos antes do contato com o mundo ocidental, em
particular antes da colonização, não pode ser compreendida tomando-se como
referência a organização dominante adotada pelas sociedades ocidentais. Normalmente
fica no esquecimento, dado ao fato colonial, que não existe uma África anterior, a que
se convencionou chamar África tradicional, diversa e independente, com suas
particularidades sociais, econômicas e culturais.
Normalmente se esquece de pensar que a "ação civilizadora" européia era para tirar suas
elites da emergência de sua própria falência econômica: os europeus precisavam se
apropriar de novas terras e mercados para alcançar hegemonia. E fizeram isso na
perspectiva da exploração, sob pretexto de "descobrir" o que estava "perdido", tanto no
globo terrestre (como se fosse seu quintal) como na história (como se ela fosse um
produto acabado), sendo eles os sujeitos, no presente, do tempo e do espaço - passado e
futuro. Ignoraram que os africanos já mantinham contatos seculares (provavelmente
milenares) com outras civilizações: a egípcia, por exemplo, é africana, apesar das
relações estabelecidas, e reconhecidas historicamente, com o Mediterrâneo antigo.
Deve-se ainda lembrar que a penetração árabe no território africano vem do século VII,
enquanto os primeiros contatos dos europeus com os africanos foram estabelecidos a
partir do século XV. E tais contatos foram de viajantes e mercenários, do lado ocidental,
e chefias bem estruturadas, do lado africano, resultando, em alguns casos, e durante
alguns séculos, num comércio ativo, dada a força de grandes estados tradicionais na
África, num clima muito diferente da situação colonial que sobreveio apenas no fim do
século passado. Essa exploração teve o apoio da Etnologia da época, mas tornou-se um
dos fundamentos da Antropologia, cujo desenvolvimento, através de várias teorias sobre
as relações do Homem com a Natureza e a Cultura, permite-nos perceber as diferenças
como características e valores fundamentais para a permanência e dinâmica da
Humanidade.
É através dela que se permitiu reconhecer que os estados tradicionais africanos não
foram apenas instrumentos de governo eficazes e agentes da história, mas estimularam a
produção de grandes patrimônios materiais.É o caso das artes de Ifé e Benin, bem como
das artes luba e kuba.
Além disso, na tradição oral, ou no registro oral da história dos povos africanos,
podemos constatar que o tempo é marcado pelo evento, e que esse evento não se situa
num vazio: ele supõe um lugar exato, um instante único (p. ex., a queda de um cometa
célebre, uma enchente inusitada, marcando feitos de um governo determinado, de um
chefe conhecido e nominado). Do mesmo modo, pode-se pensar na revalidação da
informação histórica em objetos que expressam, através de mesclas de estilo ou da
própria iconografia, deslocamentos das comunidades africanas, formando grandes
correntes migratórias pelo continente, seja de caráter cultural, comercial ou outro.
A mudança social provocada pelo fato colonial faz parte dessa história, mesmo que a
intenção da colonização era acabar com ela. O período colonial africano é recente,
durando de 1883-1885 até pouco mais da metade do século XX. Nesse período, os
governos europeus dividiram e reagruparam as sociedades tradicionais da África em
colônias, cujas fronteiras não correspondiam aos seus territórios originais.
Nas décadas de 1950 e 1960, depois das independências conquistadas individualmente,
mas num grande movimento de solidariedade entre nações, as linhas de divisa colonial
foram de modo geral absorvidas na configuração dos países atuais, a partir de então com
seus próprios governos. Mesmo assim, até hoje são países que lutam com dificuldade,
tentando recuperar suas origens ancestrais, e prosseguir suas vidas dentro do quadro da
globalização imposto mundialmente. As lutas civis, e a presença de ditadores
compactuados com potências estrangeiras na África atual refletem ainda os problemas
que a exploração européia e a ideologia do desenvolvimento causaram aos povos
africanos, esgotando seus minérios e suas florestas, degradando seu meio ambiente,
alterando seu ecossistema, estabelecendo uma ordem completamente diferente sobre
uma experiência secular de vida.
É evidente que a exploração da África não se deu apenas na sua colonização, esta já tão
truculenta em si mesma, lembrando que durante esse período os africanos não foram
apenas usurpados em suas economias e territórios, mas em seus modos de existência e
de pensamento, principalmente através de ações missionárias. Sabe-se como a Igreja
manipulou o Cristianismo sob pretexto de uma ação civilizatória compactuada com
países europeus.
Aqui está se falando apenas daqueles que permaneceram no continente e não dos que
foram seqüestrados para a industria da escravidão que durou pelo menos quatro séculos.
Pode-se dizer que se o futuro de alguns africanos (os que foram feitos escravos)
continuou aqui no Brasil (e nas Américas), e o passado de povos africanos na África
ficou na memória coletiva e no silêncio da cultura material, tem-se muito a repensar
sobre a nossa história em comum, encontrando valores para o futuro.
Por isso, não se pode admitir nada de primitivo na história e na cultura material dos
povos africanos, vez que se trata de sociedades que têm atrás de si mesmas existência
milenar. Tem-se testemunhos plásticos e iconográficos do séculos V, VI e até VII a.C.
nos países do Mediterrâneo antigo, que demonstram não apenas a presença da
civilização egípcia, como também das civilizações da África sub-saariana, esta chamada
de África negra. Vê-se aqui a antigüidade das culturas africanas, bem como sua
dinâmica, alimentada não apenas por fluxos internos, mas também externos, desde
longa data. Ao lado de tudo isso, lembrar que descobertas arqueológicas vêm
demonstrando a precedência da espécie humana e de suas indústrias no continente
africano, antes dos seus vestígios em território europeu, como o caso do exemplar mais
antigo do homo sapiens sapiens descoberto no Quênia, datado de 130 mil anos atrás.
É importante, portanto, ter sempre em vista que o continente africano é imenso, com
centenas de grupos étnicos ou sociedades, que não devemos chamar de tribos, pois o
sistema de parentesco, além de não ser a única forma de organização, manifesta-se em
grande diversidade e complexidade na composição dos grupos culturais. Hoje as
sociedades africanas são sociedades modernizadas, o que não quer dizer que antes elas
não tinham organização. Com uma hierarquia de obrigações e direitos, e com uma
tecnologia própria ditada pela sua economia, seja ela de subsistência ou de comércio,
algumas sociedades tradicionais voltavam-se mais para a agricultura, outras para a caça
e pesca, e não raro, essas atividades eram mescladas. Não há conhecimento de grupos
africanos sem um tipo de organização, seja em pequenas chefias a grandes repúblicas e
reinos, até que as grandes potências ocidentais invadiram e colonizaram o território
africano.
Em contrapartida, se devemos também estar alerta para não se valer do que, entre nós, é
tido como premissa de civilização, achando que com isso chega-se à compreensão de
outros povos. Ao lado de técnicas de metalurgia ou cultivo, ao lado de chefias ou de um
comércio ativo, cada sociedade, cada cultura tem um sistema de categorias próprias de
pensamento e existência, sendo ele o que a diferencia das outras, e o que lhe dá real
relevância perante a Humanidade. A cultura material e a arte, pelo seu caráter concreto
(de "coisas", objetos), podem ser veículos eficientes para que tais categorias não fiquem
tão vulneráveis à ação destruidora do etnocentrismo, desde que sejam enfocadas como
produtos de sociedades diferentes e não desiguais.
Todos os artigos de África
As artes plásticas da África que se vê nos livros e coleções são produtos desenvolvidos
ao longo de séculos. Sejam esculpidos, fundidos, modelados, pintados, trançados ou
tecidos, os objetos da África mostram a diversidade de técnicas artísticas que eram
usadas nesse continente imenso, e nos dão a dimensão da quantidade de estilos criados
pelos povos africanos.
Tais estilos são a marca da origem dos objetos, isto é, cada estilo ou grupo de estilos
corresponde a um produtor (sociedade, ateliê, artista) e localidade (região, reino, aldeia).
Mesmo assim, deve-se lembrar que os grupos sociais não podem ser considerados no
seu isolamento, e, portanto, é natural que a estética de cada sociedade africana
compreenda elementos de contato. Além disso, cada objeto é apenas uma parte da
manifestação estética a que pertence, constituída por um conjunto de atitudes (gestos,
palavras), danças e músicas. Isso pode determinar as diferenças entre a arte de um grupo
e de outro, tendo-se em vista também o lugar e a época ou período em que o objeto
estético-artístico era visto ou usado, de acordo com a sua função.
Portanto, a primeira coisa a reter é que, na África, cada estátua, cada máscara, tinha uma
função estabelecida, e não eram expostas em vitrines, nem em conjunto, nem
separadamente, como vê-se dos museus. Outra coisa deve ser lembrada: a arte africana é
um termo criado por estrangeiros na interpretação da cultura material estética dos povos
africanos tradicionais, diferente das artes plásticas da África contemporânea que se
integram no circuito internacional das exposições.
Se hoje ainda há uma produção similar aos objetos tradicionais, ela deve-se no maior
das vezes às demandas de um mercado turístico, motivado pela curiosidade e exotismo.
Com referência aos objetos muito semelhantes aos tradicionais ainda em uso em rituais
religiosos ou festas populares há, assim como no Brasil, na África atual, uma cultura
material, que, apesar de sua qualidade estética, é considerada, também pelos africanos
de hoje, "religiosa" ou "popular" nos moldes ocidentais, onde o antigo e moderno são
historicamente discerníveis. Isso não quer dizer, no entanto, que, através de conteúdos e
símbolos, a arte africana atual não esteja impregnada do tradicional, ainda que se
manifestando em novas formas. Ao contrário, as especificidades da estética tradicional
africana é visível também, nos dias atuais, nas produções artísticas dos países de fora da
África, principalmente daqueles, como o Brasil, cuja população e cultura foram
formadas por grandes contingentes africanos.
Neste texto tratar-se-á sempre dessas produções realizadas pelos africanos antes da
ruptura entre tradição e modernidade. Daqui para frente, deve-se relativizar o uso do
tempo verbal, e lembrar que a expressão arte africana é, queira-se ou não, um
reducionismo inventado por estrangeiros, mas que está cristalizada entre nós, relativa a
toda produção material estética da África produzida antes e durante a colonização, até
meados do século XX, trazida à Europa por viajantes, missionários e administradores
coloniais.
Não seria difícil encontrar nessa arte africana alguns elementos de aproximação com os
de correntes da arte ocidental, do naturalismo ao abstracionismo. Mas esse tipo de
comparação não é capaz de desvendar o verdadeiro sentido da arte africana tradicional,
porque esta não foi feita para ser realista ou cubista, isto é, ela não era um exercício de
reflexão sobre a forma, ou sobre a matéria, como nas artes plásticas entre nós. Apesar
disso, pode-se identificar na arte africana os elementos que permitiram a artistas, como
Picasso, a revolucionar a arte ocidental.
O cubismo, portanto, é uma invenção intelectual dos europeus, que nada tem a ver com
a intenção dos africanos: enquanto no cubismo a representação do objeto se dá de
diversos pontos de vista, em diversas de suas dimensões formais ao mesmo tempo, a
estética africana busca, ao contrário, uma síntese do objeto ou do tema construído
materialmente, plena de objetivo, inspiração e conteúdo.
Uma estátua não representa, normalmente, um Homem, mas um Ser Humano integral,
que tem uma parte física e espiritual - do passado e do futuro. Tem, por isso, um lado
sagrado, ligado às forças da Natureza e do Universo. Uma máscara ou uma estátua
concentram forças inerentes do próprio material de que são constituídas, ou que
comportam em seu interior ou superfície, além de sua própria força estética. Elas não
têm, portanto, uma função meramente formal.
Mas pode-se distinguir uma arte produzida na África ocidental e a produzida na África
central. E dentro dessas grandes áreas geográficas, pode-se distinguir estilos seja pelos
detalhes, seja pelo tema ou tipo do objeto produzido. Por exemplo, as produções
artísticas dos Dogon e Bambara são muito distintas embora situadas, por alguns autores,
dentro de uma mesma faixa estilística (chamada de "sudanesa"), já que elas apresentam
uma certa continuidade formal ou temática, além do fato de que tais sociedades ocupam
territórios contíguos permeados por identidades históricas, geográficas e ambientais. No
entanto, as portas de celeiro são renomadas entre os Dogon, e o tema do antílope é mais
reconhecido, embora não exclusivo, na arte Bambara.
É oportuno lembrar que a distinção entre os estilos só pode ser determinada por uma
série de estudos interdisciplinares que apoiam a análise morfo-estilística. Entre essas
disciplinas estão a arqueologia e etno-história, que, apesar de suas especificidades, estão
intimamente ligadas à etnografia e à Antropologia.
Assim, o material nem sempre era usado por sua abundância ecológica e a escolha do
material não era arbitrária: como o objeto que iria ser produzido, o material tinha um
valor simbólico em cada centro de produção. Algumas máscaras e estátuas deveriam ser
esculpidas em madeira de árvores determinadas; a confecção de adornos implicava no
uso de determinadas fibras e sementes, e, em alguns casos, de tipos diferentes de contas,
se não de um tipo de liga metálica, de marfim e outros materiais de origem inorgânica e
animal.
Antes de mais nada, deve-se lembrar que a dissociação entre Religião e outras esferas
da Cultura existente no Ocidente, e na Modernidade, não faz parte da natureza da
Humanidade. E, como já visto, as sociedades da África pertencem a complexos culturais
muito antigos, reciclando valores arraigados pela Tradição, caracterizando-se por uma
maneira de produzir bens espirituais e materiais de acordo com sua história e com o
meio ambiente onde se formaram.
Cada cultura africana tinha, antes da ruptura social, sua forma de conceber o mundo, de
explicar suas origens e de formular o que lhes convêm, conforme mostram os mitos e
lendas, bem como o discurso das pessoas mais antigas, que viveram antes ou durante a
situação colonial. Isso demonstra a grande diversidade cultural no continente,
correspondente à diversidade de formas e estilos na arte tradicional.
Apesar disso, no plano filosófico, pode-se assinalar um aspecto que dá unidade aos
povos da África tradicional: o indivíduo é considerado vivo porque tem um ascendente
(é filho, neto de alguém), e quem vai lhe garantir a finalidade e memória de sua vida e
existência é a perspectiva de seu descendente (seu futuro filho e neto). Portanto a noção
de morte está concretamente ligada à de vida: morrer significa não procriar. Sem filhos,
a linhagem familiar se extingue - vida e morte não são apenas biológicas, mas sociais
principalmente. A existência do indivíduo se traduz através do seu ser-estar (o que
implica em tempo e espaço ou lugar) no mundo, através do cotidiano, no trabalho ou no
lazer, sempre conectado ao universo social, cósmico, natural e sobrenatural ao mesmo
tempo, sendo impossível separar o que é concreto e espiritual, ou determinar o que é
sagrado ou profano, na vida desses povos.
Nesse contexto, o exercício da existência volta-se para questões que vão além do poder
econômico, o que não exclui a preocupação social e individual com o status (disputado
e atribuído a indivíduos de prestígio como sábios e dirigentes), já que ele é uma das
chaves para que o grupo tenha uma estrutura para permanecer unido e forte visando ao
advento de futuras gerações.
Outras duas características nos sistemas filosófico e de crenças das sociedades africanas
tradicionais é a consciência de periodicidade e infinitude, isto é, a idéia de que o
descendente vem do ascendente e a idéia, que vem em decorrência disso, de que o
passado está intimamente ligado ao futuro, passando pelo presente.
Um indivíduo vivendo em sociedade em um determinado período histórico supõe a
existência de outro ou outros indivíduos (filho, neto, bisneto, etc) em períodos
subsequentes, graças à existência daqueles que vieram antes dele, e criaram regras para
que seus contemporâneos e conterrâneos pudessem seguir vivendo, articulando-se
conforme as condições de sobrevivência. Há um provérbio de origem africana em que
pode-se constatar essa característica de infinitude, de que a vida é infinita: "uma vez que
é dia, depois noite, qual será o fim deles?".
Esse tipo de pensamento comporta uma perspectiva dinâmica que não corresponde à
idéia de que esses povos não teriam história antes dos europeus chegarem, e que eles
viviam sempre do mesmo modo que seus avós e bisavós. Outro provérbio africano nos
permite constatar essa característica de periodicidade, de que a vida é periódica - e
histórica: "as coisas de amanhã estão na conversação das pessoas de amanhã".
Vê-se aqui uma preocupação em regrar o que acontece no presente, o que é uma
responsabilidade dos que vivem para garantir a existência do futuro, e que não há nada
de estático nisso, ao contrário, há uma previsão de mudança, uma consciência de que há
um dinamismo na vida, na existência, não apenas por modificações ambientais naturais,
mas também modificações técnicas e filosóficas determinadas pela sucessão de
gerações.
Temas como a fertilidade da mulher e fecundidade dos campos são freqüentes e quase
que indissociáveis na expressão artística, estabelecendo a relação entre a abundância de
alimento e a multiplicação da prole, um fator concreto em sociedades agrárias. O tema
do duplo remete à relação de fatores complementares ou antagônicos (dia-noite,
homem-mulher). Todas essas formas gráficas e representativas são um recurso para
apresentar, sob forma material, um conjunto de idéias sobre a existência concebida
visando ao equilíbrio e à perpetuação biológica e espiritual do grupo social.
Topo de máscara, arte senufo, Costa do Marfim,
acervo MAE-USP
Dizem que os africanos não tinham Deus, ou que tinham vários deuses, o que não
parece ser muito preciso. Em quase todas as populações da África foram registrados
depoimentos da criação do mundo, em que existe apenas um único "Deus". Trata-se de
uma força primordial, um Criador que criou o Mundo e os Homens, colocou-os na
Terra, e deixou-os ao seu Destino.
Essas histórias de origem podem ser chamadas de mitos porque se trata de seres não
conhecidos em vida (que estão na memória coletiva), sendo por isso míticos, sem que se
caia no erro de desconsiderá-los, como fizeram os ocidentais, como idéias sem valor
científico e histórico. Tais mitos de origem comportam freqüentemente o relato de pares
primordiais, de gêmeos ou duplas, que vieram para cultivar e povoar o mundo, e, muitas
vezes, seres zoo-antropomorfos que, dotados da tecnologia (instrumentos agrários ou de
caça), vieram para ensinar os Homens a produzir e obter alimento, para se
multiplicarem, zelando, eles - os Homens -, pela sua própria permanência em vida.
Uma das diferenças dessas idéias com relação às idéias de mundo cristãs é a consciência
de que cada ser que está presente no mundo tem seu papel, e que a força dos Homens é
humana, e não divina. Daí a necessidade de uma relação constante com os antepassados,
visando às futuras gerações. Esse pode ser apontado como um significado substantivo
das várias formas de culto de ancestrais.
É por isso que a vida dos povos africanos é tida como muito mais ritualizada que no
mundo cristão. O mundo material e o espiritual são concebidos juntos, quase que
inseparáveis, o que implica em modelos de culto e religião completamente diferentes do
que se adotou no Ocidente, que por sua vez serviu de modelo para outros povos
formados na modernidade, como é o caso brasileiro.
Os Candomblés (são várias as formas como essa religião brasileira de origem africana
se apresenta) conservam formas de culto muito próximas às de cultos tradicionais da
África ocidental (sobretudo dos Fon e dos Ioruba), adotando emblemas, nomes e outras
características de suas divindades (e, às vezes, das divindades dos povos de línguas
bantu, ou dos chamados Bantos, da África central), bem como a hierarquia de poder
iniciático.
Mas, numa aproximação ainda que a grosso modo, eles teriam uma estrutura de
panteão, como a das religiões grega e cristã. Isso quer dizer que existe um Criador e
uma porção de outras divindades articuladas em camadas subalternas. Os cultos
tradicionais da África, por sua vez, voltavam-se, em linhas gerais, aos antepassados ou a
divindades da Natureza. Neste último caso, poderia ser enquadrado o Culto de Orixás -
apelação dada às divindades de origem ioruba ou nagô (os voduns, inquices e caboclos
são divindades de povos africanos de outras origens) -, em que se baseiam a maioria dos
candomblés, muito embora muitas dessas divindades celebram chefes políticos
sacralizados, com uma qualidade divina, de uma localidade (ou reino) determinado,
onde são considerados como antepassados.
Para concluir, grande parte da escultura antropomórfica seja da África ocidental, seja da
central, é uma "presentificação" desses personagens míticos ou mesmo conhecidos em
vida - antepassados fundadores de territórios, chefes de linhagem ou chefes eleitos
renomados por feitos realizados durante seus governos. Em peças desse tipo transparece
a grande relação entre política e religião, motivo pelo qual estátuas, bustos e cabeças,
tendo uma força acumulada de vários níveis, não podiam ser vistas por todas as pessoas,
se não os altos iniciados nos cultos, ou seja, aqueles que tinham status social e religioso,
sendo que em muitas sociedades, o chefe político era também o sacerdote supremo.
E, neste final, resta a contradição: grande parte da arte africana, que tanto mobiliza o
olhar pelo impacto estético, era feita, antes de ser tirada de seu contexto, para não ser
vista, a menos que houvesse uma ocasião precisa para isso. Está aí está a demonstração
da grandeza e do poder de uma cultura material, depositária não de segredos, mas de
fundamentos, a serviço da história e cultura dos povos africanos, que dentro e fora de
seu território original, continuam sua existência, formando novos valores, como
acontece entre nós, no Brasil.
África subsariana
• 1 Diversidade étnica
• 2 Línguas
• 3 População
• 4 História
• 5 Doenças da região
• 6 Caracterização política
• 7 Ambiente
o 7.1 Hidrografia
o 7.2 Clima
o 7.3 Fauna e flora
• 8 Notas e Referências
A diversidade étnica desta região de África é patente nas diferentes formas de cultura,
incluindo as línguas, a música, a arquitetura, a religião, a culinária e a indumentária dos
diferentes povos do continente.
[editar] Línguas
[editar] População
O continente africano tem hoje cerca de 780 milhões de habitantes, dos quais 500
milhões vivem na África subsariana. Essa população tem um crescimento populacional
na ordem dos 2,5% ao ano.
Esse crescimento elevado da população tem criado duas preocupações muito sérias:
[carece de fontes?]
[editar] História
A teoria mais aceite entre os antropólogos e arqueólogos diz que a "África é o berço da
humanidade", mas o "homem negro" talvez tenha sido o último a surgir entre os
representantes das grandes etnias. Na Antigüidade, a Núbia e a Abissínia foram as
primeiras regiões a receber influências externas, principalmente egípcias, a partir do III
milênio a.C.. O território a oeste do Chade permaneceu mal conhecido, e passou
lentamente do Neolítico à Idade do Ferro. Existiram grandes impérios: Gana, Mali,
Songai, Bornu. A partir do século VIII, os Estados sudaneses sofreram a influência dos
muçulmanos e tornaram-se fortemente islamizados. O império de Gana, entre o Senegal
e o Níger, desenvolveu-se a partir do século IX e foi destruído em 1076-1077 pelos
almorávidas. Seu território controlado no início do século XIII pelo Reino de Sosso,
passou em 1240 à dominação do Império de Mali, que herdeiro de sua riqueza, se
estendeu por uma zona bastante extensa no Sudão ocidental. Esse império entrou em
lento declínio a partir do século XV e foi perdendo terreno para o império Songai, que
cresceu às suas custas a partir de então. O golpe final do império de Mali foi dado pelo
Reino de Segu, por volta de 1670.
A partir de 1815, a França tentou lentamente extrair recursos do Senegal, que ocupou
em 1658. A Grã-Bretanha se instalou na Costa do Ouro (Golden Coast) a partir de 1875
e na Nigéria desde 1880, ano em que a França desencadeou a "corrida do ouro", com a
Marcha do Níger. A Conferência de Berlim (novembro de 1884-fevereiro de 1885) não
decidiu a partilha da África, mas acelerou a instalação territorial das potências européias
e a constituição de grandes impérios coloniais: inglês, holandês, italiano, belga e
alemão, junto aos restos do império espanhol e português. Até a Segunda Guerra
Mundial, a África subsaariana evoluiu em ritmos diversos, em função do meio e dos
recursos, da precariedade das vias de comunicação, da densidade das populações e da
urbanização. Por toda parte a massa camponesa (90% da população) sofreu com o
domínio colonial. Entretanto a urbanização, acentuada após a Segunda Guerra Mundial,
e a formação de de elites letradas desenvolveram a consciência da identidade africana.
Após a Segunda Guerra Mundial o prestígio da etnia branca diminuiu (derrota de 1940,
lutas intestinas entre franceses, rivalidade franco-inglesa), fato acentuado com a
propaganda dos movimentos pan-africanistas, que já existiam desde antes da guerra.
Essa evolução foi geralmente pacífica, salvo a rebelião malgaxe de 1947, as sublevações
kikuyus (mau-mau) do Quênia, de 1952 a 1956, e a revolta da União das populações de
Camarões (1955-1958), O processo de descolonização iniciado em 1944 (Conferência
de Brazzaville), acelerou-se após 1960, ano em que muitos países africanos
conquistaram a independência. Apesar disso continuaram com graves problemas
econôomicos e políticos, a despeito do apoio das antigas metrópoles. A África tornou-
se, por outro lado, território de disputa entre os dois blocos então dominantes na política
mundial, acentuada pela assistência militar que a União Soviética, China, Cuba, Estados
Unidos, Grã-Bretanha, França e outras potências forneciam a governos africanos sob
sua influência.
A fragilidade econômica de muitos países africanos levou-os a buscar ajuda nas antigas
metrópoles, das potências que apoiaram os novos governos pós-independência, ou sob
forma multilateral, dos organismos internacionais como a ONU ou a Comunidade
Econômica Européia. Para superar suas fraquezas os países africanos formaram a
Organização da Unidade Africana (OUA), criada em 1963 em Adis-Abeba. A África
negra hoje atravessa uma crise política e econômica que se caracteriza pela rejeição aos
partidos únicos, pelo aumento das tensões tribais e por um desastre econômico sem
precedentes. Desde o início dos anos 80 a recessão vem se ampliando, com a queda das
matérias-primas e o aumento da dívida externa e do desemprego num continente onde a
pupulação cresce num ritmo inédito na história. Tais dados demográficos, no entanto,
podem transformar-se profundamente com a evolução da Aids: em 1991, metade dos 5
a 8 milhões de indivíduos portadores do vírus eram africanos.
Até o final dos anos 80, a maioria dos dirigentes se manteve no poder graças a partidos
únicos que garantiam os privilégios de uma minoria, apoiada na corrupção generalizada.
A crescente pressão dos direitos humanos, no entanto, tem obrigado vários países a se
justificarem perante a comunidade internacional. Nesse contexto, em 1990 a África
negra passou por mudanças políticas fundamentais, caracterizadas pela implosão dos
sistemas vigentes: pluripartidarismo e democracia tornaram-se as palavras de ordem. O
Benim renunciuou ao marxismo-leninismo, a Costa do Marfim legalizou os partidos de
oposição após 3 anos de autoritarismo e Gabão, Zaire, Tanzânia, Camarões, Zâmbia e
Congo por sua vez, se abriram ao pluripartidarismo. Na África do Sul as leis que regiam
o apartheid foram abolidas em 1991, e a maioria dos países da África austral caminha
para a democratização, adotando o pluripartidarismo, novas constituições e eleições
livres, na esperança de atingir a estabilidade política indispensável ao desenvolvimento
ecônomico.[1]
Na República dos Camarões, nos anos 20, um médico chamado Jamot implementou
uma estratégia de controle eficaz, enviando equipes móveis às aldeias para diagnosticar
e tratar o máximo de pacientes possível. O programa do Dr. Jamot obteve sucesso no
bloqueio da transmissão da doença do sono, esvaziando a reserva humana de
tripanossomas. Mas, recentemente, as guerras civis desestruturaram sistemas de saúde e
forçaram pessoas a migrar, permitindo que tais reservas fossem reconstruidas.
*Malária: A malária está presente em mais de 100 países e ameaça 40% da população
mundial. A cada ano, 500 milhões de pessoas são infectadas, a maioria delas na África
subsaariana (Estima-se que 90% dos casos mundiais e 90% de toda a mortalidade por
malária ocorram na África subsaariana. A doença também ocorre nas Américas Central
e do Sul, sobretudo na região amazônica, e em países da Ásia), e 2 milhões de pessoas
morrem dessa doença. As vítimas são principalmente crianças de áreas rurais. A malária
é a primeira causa de morte de crianças menores de 5 anos na África, e mata uma
criança a cada 30 segundos no mundo.
Esta região da África é marcada, em geral, por governos autoritários e corruptos que não
se preocuparam em melhorar as condições econômicas dos seus países. Nos últimos
anos, no entanto, verifica-se uma tendência democratizadora em toda a região, com
eleições multipartidárias realizadas regularmente.
[editar] Ambiente
[editar] Hidrografia
A maior bacia hidrográfica da África e segunda do mundo, apenas superada pela do rio
Amazonas, é a do rio Congo, com 3 680 000 km2. O rio Nilo, com 6690 km, é o
segundo mais longo do mundo. O Zambeze e o Limpopo correm para o oceano Índico.
O Orange, o Níger, o Gâmbia e o Senegal desembocam no Atlântico.
[editar] Clima
O clima tropical predomina na maior parte da África, tanto na zona tropical, úmida no
verão e seca no inverno, quanto na zona equatorial, com temperaturas elevadas e chuvas
abundantes.
Nos grandes desertos, como o Saara e o Kalahari, as temperaturas são altas de dia e
baixas à noite. Nos extremos norte e no sul do continente encontram-se estreitas regiões
de clima ameno, de tipo mediterrâneo.
A fauna é uma das mais ricas do mundo. Na floresta equatorial há muitas aves, símios
(chimpanzés e gorilas), répteis e anfíbios. Na savana, rinocerontes, girafas, elefantes,
hipopótamos, leões, leopardos e hienas. No deserto, chacais, insetos e répteis. Na zona
mediterrânea, lebres, cabras, raposas e aves de rapina.
Notas e Referências
↑ a b c
Grande Enciclopédia Ilustrada Larousse Cultural,
Editora Nova Cultural Ltda.
Índice
[editar] Pré-história
[editar] Antiguidade
Pode dizer-se que a história recente ou "moderna" da África, no sentido do seu registro
escrito, começou quando povos de outros continentes começaram a registrar o seu
conhecimento sobre os povos africanos – com exceção do Egito e provavelmente dos
antigos reinos de Axum e Meroe, que tiveram fortes relações com o Egito.
• História do Egipto
• História da Etiópia
• Fenícia
• Axum
• Meroe
• Grande Zimbabwe
• Paisagem Cultural de Mapungubwe
• África Subsaariana
Pode dizer-se que a história recente ou "moderna" de África, no sentido do seu registo
escrito, começou quando povos de outros continentes começaram a registar o seu
conhecimento sobre os povos africanos – com excepção do Egipto e dos antigos reinos
de Axum e Meroe, que tiveram fortes relações com o Egipto e já tinham a sua escrita
própria.
Na África existiam muitas tribos primitivas (segundo a visão etnocentrista européia) que
viviam em contato com a natureza e não tinham tecnologia avançada. Havia guerras
entre tribos diferentes, a tribo derrotada na guerra se tornava escrava da tribo vencedora.
A questão racial assumiu uma forma radical na África do Sul: embora os negros,
mestiços e descendentes de indianos constituíssem 86% da população, eram os brancos
que detinham todo o poder político, e somente eles gozavam de direitos civis.
Na década de 1950, foi fundado o Congresso Nacional Africano (CNA), partido político
contrário ao apartheid na África do Sul. Em 1960, o CNA foi declarado ilegal e seu
líder Nelson Mandela, condenado à prisão perpétua. De 1958 a 1976, a política do
apartheid se fortaleceu com a criação dos bantustões, apesar dos protestos da maioria
negra (vide Massacre de Soweto).
As duas grandes guerras que fustigaram a Europa durante a primeira metade do século
XX deixaram aqueles países sem condições para manterem um domínio econômico e
militar nas suas colônias. Estes problemas, associados a um movimento independentista
que tomou uma forma mais organizada na Conferência de Bandung, levou as antigas
potências coloniais a negociarem a independência das colônias, iniciando-se a
descolonização.
Este processo foi geralmente antecedido por um conflito entre as "forças vivas" da
colónia e a administração colonial, que pode tomar a forma duma guerra de libertação
(como foi o caso de algumas colónias portuguesas e da Argélia). No entanto, houve
casos em que a potência colonial, quer por pressões internas ou internacionais, quer por
verificar que a manutenção de colónias lhe traz mais prejuízos que benefícios, decide
por sua iniciativa conceder a independência às suas colónias, como aconteceu com
várias das ex-colónias francesas e britânicas. Nestes casos, foi frequente o
estabelecimento de acordos em que a potência colonial tem privilégios no comércio e
noutros aspectos da economia e política.
Referências
[editar] Bibliografia
1. (1993)
Descrição do ficheiro
ISO
3166- BE DE ES FR GB IT PT
1
États
Franç Belgi Allemag Grande- Portug
Espagne France Italie indépend
ais que ne Bretagne al
ants
Estados
Portu Bélgi Aleman Grã- Portug
Espanha França Itália independ
gais ca ha Bretanha al
entes
Независи
Русс Бель Герман Франц Великобр Итали Португ мые
Испания
кий гия ия ия итания я алия государс
тва
ISO
3166- BE DE ES FR GB IT PT
1
Copa do Mundo FIFA de 2010
Candidatos
A África do Sul construiu cinco novos estádios de futebol em preparação para a Copa
do Mundo FIFA de 2010. Será a primeira vez da história do país que a região terá
estádios especialmente dedicados ao futebol. Sob o antigo governo do apartheid, os
estádios eram construídos exclusivamente para o rúgbi e o críquete.
A África do Sul tem pouca tradição no futebol, em 2002 participou da Copa da Coreia e
Japão no grupo B, sendo eliminada na 1.ª fase da copa num grupo em que participavam
as seleções da Espanha, da Eslovênia e do Paraguai, participou também da Copa de
1998, na França.
Uma delegação da FIFA completou uma primeira visita à África do Sul depois que o
país foi escolhido como sede da Copa do Mundo de 2010. Os dirigentes disseram em
seguida que vários aspectos técnicos e legais foram debatidos antes de os membros da
FIFA deixarem o país.
"A FIFA está procurando cumprir todo o processo do país-sede o mais rápido possível e
vai montar um escritório na África do Sul no início do ano que vem", disse Danny
Jordaan, que encabeça o comitê local.
Um comitê de quatro homens, do qual Jordaan é um dos integrantes, foi composto para
acertar a organização local.
Em meados de 2010 na verdade é 2008, em virtude dos atrasos nos preparativos com a
possibilidade da África do Sul não terminar a tempo as obras necessárias, especulou-se
sobre a troca da sede da Copa. Foram cogitadas a Alemanha[1] que possuía toda a
estrutura montada para a Copa do Mundo 2006,além da Espanha e Austrália.
Uma greve foi iniciada pelos operários sul-africanos no dia 8 de julho de 2009. Obras
nos estádios, rodovias, ferrovias, aeroportos e hospitais chegaram a ser interrompidas.
Os operários pediam algo em torno de 15% de aumento salarial.[2] Os atrasos, que já
eram evidentes ficaram mais complicados com a greve. Representantes da organização
do torneio chegaram a admitir que o cronograma das obras poderia sofrer alterações.[3]
Mascote
Ver artigo principal: Zakumi
Chamada Jabulani, a bola oficial é produzida pela Adidas. A bola possui 11 cores
diferentes, cada uma representando os dialetos e etnias diferentes da África do Sul. O
nome da bola signifca "Trazendo alegria para todos", em IsiZulu.
Televisão
Ver artigo principal: Transmissão dos jogos da Copa do Mundo FIFA
de 2010
No Brasil
Em Portugal
Países classificados
Ver artigo principal: Eliminatórias da Copa do Mundo FIFA de 2010
Assim como nos últimos mundiais, este ano a competição também terá a presença de 32
seleções, que foram classificadas através do processo eliminatório iniciado em 25 de
agosto de 2007 e finalizado em novembro de 2009.
As vagas estão distribuídas pela confederação africana com seis vagas (incluindo o país-
sede), asiática com quatro, norte-americana, centro-americana e caribenha com três, sul-
americana com quatro e europeia com treze. A oceânica disputou uma vaga de
repescagem com o quinto colocado das eliminatórias asiáticas. Há uma outra vaga de
repescagem, que foi disputada entre o quinto colocado das eliminatórias sul-americanas
e o quarto colocado das eliminatórias norte-americana, centro-americana e caribenha.
Neste mundial, as duas Coreias disputarão, pela primeira vez, uma mesma Copa do
Mundo. Destaca-se também, a 19ª participação do Brasil no torneio, mantendo seu
recorde de ser a única seleção a participar de todas as edições.
Sedes
Entre os estádios, quatro foram sedes da Copa do Mundo de Rugby de 1995 (Free State
Stadium, Ellis Park Stadium, Loftus Versfeld Stadium e Royal Bafokeng Stadium).
Cidade do
Bloemfontein Durban Joanesburgo
Cabo
Moses
Free State Green Point Ellis Park
Mabhida Soccer City
Stadium Stadium Stadium
Stadium Capacidade:
Capacidade: Capacidade: Capacidade:
Capacidade: 95.000
48.000 70.000 61.000
70.000
Porto
Nelspruit Polokwane Pretória Rustenburgo
Elizabeth
Nelson Royal
Mbombela Peter Mokaba Loftus Versfeld
Mandela Bay Bafokeng
Stadium Stadium Stadium
Stadium Stadium
Capacidade: Capacidade: Capacidade:
Capacidade: Capacidade:
43.000 46.000 52.000
50.000 42.000
Curiosidades
Seções de curiosidades são desencorajadas
sob as políticas da Wikipédia.
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Foto:
Marta Reis/G1
Mansão em Joanesburgo (Foto: Marta Reis/G1)
Foto:
Marta Reis/G1
Na vizinha Ekurhule, fica a comunidade de Tokosa, uma das mais pobres do país, que
protagonizou em junho do ano passado uma onda de protestos violentos por melhores
condições de vida. Em Tokosa falta quase tudo.
“Não temos água encanada, eletricidade ou habitações dignas. Esse lugar não pode ser
chamado de casa, está num estado tão ruim que nem porcos podem viver aqui”, reclama
o morador Betwell Khatlade.
Ricos de Joanesburgo fazem questão de ostentar (Foto: Marta
Reis/G1)
Foto:
Marta Reis/G1
Apesar de ter a economia mais pujante do continente, a África do Sul tem pelo menos
40% da população abaixo da linha da pobreza, vivendo com menos de dois reais por
dia. Um milhão de sul-africanos ainda moram em barracos sem água nem eletricidade.
A desigualdade de renda no país ganhou força principalmente durante o Apartheid,
quando menos de 10% da população - leia-se brancos - detinha toda a riqueza do país.
Além de não terem direito à propriedade, os negros não podiam ocupar cargos
importantes no governo ou em empresas privadas. Além disso, eram removidos dos
bairros nobres para as periferias – as townships.
saiba mais
“O governo deve nos dizer por mais quanto tempo vamos viver deste jeito. Já faz 15
anos que esperamos por esses serviços e nada acontece. Não dá mais”, critica Sipho
Duma, líder comunitário de Tokosa.