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Cfrlinha c;Brblia

HELEN G. GRAUMAN

Ilustrações de

O
~
,
jP.y/ ELSIE
J••é Ma.l.calc.
Tradução de
S. DE LIMA BRUSCAGIN

Primeira Edição
2 Milheiros

CASA PUBLICADORA BRASILEIRA


Santo André - São Paulo
Título do Original em inglês:
MUSIC IN MY BIBLE

Prefácio

Tnnto quanto me lembre, a mUSlca e tudo que com ela se


rlllnl:Íona me tem fascinado. Qualquer referência à música
nUM Escrituras tem-me intrigado e despertado minha mais pro-

funda curiosidade. Por esta razão, quando um coiega no co-


I~~io decidiu
nl'/\rdo com preparar
referênciasum nos
trabalho sôbrede a Ellen
escritos música G.bíblica de
White,
l\~lIurdci seu término com o mais profundo interêsse. Mas, o
Direitos de tradução e
II'III>nlhorevelou-se
dt~ tlllC havia poucoresumido
material e adesapontante, com o a passar
respeito. Com desculpa
do
publicação em língua portuguêsa
1t'lI1pO, meu interêsse no assunto da música bíblica persistiu.
da
Mesmo assim, ficou latente por muitos anos.
CASA PUBUCADORA BRASILEIRA I hí algum tempo fui encarregada de planejar a música
pura um grupo de jovens em uma igreja local; solicitaram-me
Av. Pereira Barreto, 42
(Juc divulgasse alguns dos alvos musicais para os meses seguin-
Sto. André - São Paulo It's. Ao planejar o discurso, grandes vistas abriram-se diante
1968 dc
Meumim no vasto
interêsse campo
latente da pesquisa
despertou. da música
A palestra na Bíblia.
converteu-se em
lima série de palestras, as quais foram recebidas com grande
lntl~rl':sse. Ao preparar os assuntos, li novamente tôda a Bí-
blia, e várias porções foram lidas muitas vêzes. Logo descobri
quc scriao material
t6picos, necessário
era uma
difíci yesquisa profunda, Meu
de se encontrar. pois,estudo,
em muitos
acom-
punhado de orações, levou-me à biblioteca de uma grande me-
Ir6pole, com uma atenciosa bibliotecária no setor musical; a
lima grande universidade cuja escola de música possui uma
('xcelente biblioteca; e à minha vasta biblioteca particular.
Das muitas fontes disponíveis de música da Bíblia, algu-
mas merecem menção especial. Music of the Bible de Sir }ohn
Stniner e Musical Instruments de Carl Engel foram de grande
IMPRESSO NO BRASIL valia para encontrar informações a respeito de instrumentos
Printed in Brazil
antigos. Histoire de Musique de Fetis e Bible Music de Lulu
13. Wiley contribuíram com abundância de material. . Idelsohn
(6)
6 MÚSICA EM MINHA BlBLIA

salienta-se entre as autoridades judaicas devido ao seu recen-


te trabalho de transcrever melodias originais ouvidas em con-
gregações judaicas no Oriente Próximo e outros lugares. Mas, índice
a fonte mais importante é a própria Bíblia, a qual tem sido
estudada com cuidadosa atençãO' às interpretações de Ellen G.
White.
Os capítulos seguem a cronologia bíblica. O objetivo prin- Prefácio . 5
cipal é fazer com que a música da Bíblia pareça real. Tenho, 11
freqüentemente, perguntada a mim mesma: "Como soava esta 1. Os Instrumentos de Jubal
música?" Com a ausência de qualquer notação da música bí- 2. "O Cântico do Mar" . 17
blica, a resposta tem sido difícil. Porém, se o livro se tornar 3. Com Tamborins e com Danças. 23
um auxílio, e despertar interêsse em outros estudantes da Bí-
blia, especialmente em amantes da música, o trabalho nãO' terá 4. () Som da Trombeta . 30
sido em vãO'. 5. O Pava CantandO' Coros 37
6. "Um Som Mui Forte de Trombeta" 41
7. "Este Cântico" . 48
8. Um Alegre Ruído 55
9. CânticO' de DébO'ra 60
10. Estudo de Música em 1050 A.c. 66
11. A Música do Menestrel . 72

12. MarchandO' para Sião . 77

13. Preparação para a Magnificente Música do Templo 83


14. Música da Dedicação do Templo 90
15. "Cântico dos Cânticos" 99
16. Música de Tiro . 107
17. A Voz de Chôro 114
18. Música da AdoraçãO' da Imagem 122

19. A Música da DedicaçãO' do Segundo Templo 132


20. O Hinário do Segundo Templo 144
21. A Música e a Alegria de Jesus 155
22. Paulo e Silas Cantaram 166
23. A Música do Céu . 178
(7)
LISTA DAS ILUSTRAÇõES 9

tllo Virá a Ti . 49
Hoc, ..ha Eterna (Hebreu) . 50
Lista das nustra~ões Hodm Eterna (Toplady) 51
Melodia para o Pentateuco 54
Melodia Árabe 75
A. INSTRUMENTOS MUSICAIS O\ntic.:o Penitente 76
Al'ill para Baixo 79
Os instrumentos musicais foram ilustrados por José Manis- Ariu para Tenor 80
calco, que usou fotografias de monumentos, murais e mesmo Snlmo 91 . 82
as próprias ruínas do Egito, AssÍria e Babilônia. Usando ainda Sllll110 132 91
sugestões dessas fontes, em muitos casos incluiu a figura dos Uucm Confia no Senhor . 95
músicos, o que deu uma nota de grande realismo às ilustrações. Lc,~dnvidBaruk (Salmo 144) 96
I)occ f'. a Tua Misericórdia. . 97
Harpa egípcia de dez cordas 10 Melodia do "Cântico dos Cânticos" 101
Sirinx Peruano . 13 Moderna Canção de Amor Egípcia 112
Tamborins '" 27 O Pranto. . 118
Moeda mostrando trombetas 31 uJ(nddish": A Despedida 119
Trombetas do Arco de Tito 32 I ,nll1entações. . 120
Instrumentos de percussão 57 l'c,'ssitura da Gaita de Foles 126
Harpa egípcia . 68 Ál'in Nacional, de Chumba 131
Zarm ou oboé árabe 69 Pc,~l1tateuco 139
Lira egípcia . 87 Al~cntos 140
Keren . . 88 r:t~sta dos Tabernáculos 141
Flauta dupla assÍria. . . 125 Mdodia para o Salmo 134 142
Instrumentos de cordas assÍrios 128 Árin para Soprano . 143
ÓI Fronte Ensangüentada 152
B. PARTITURAS MUSICAIS 'l't~ll1a Marroquino 153
Mngnificat 156
Cantarei ao Senhor . 18
Quando Israel Saiu . Shcma Kolli . 159
21
Côro: Cantarei ao Senhor 21 I tnl]cl Pascal . 165
O Cântico de Moisés. . 28 'I 'c Deum Laudamus . 170
Tessitura Natural da Trombeta 33 J1t'stival Te Deum 170
33 'I'OI1US Peregrinus 171
Melodia dos
Aleluia para Coptas
Trombeta. 39 (;nnto Sefárdico . 171
Chamado do "Shophar" (Galpin) . 46 Ao Deus de Abraão Louvai 174
Chamado do "Shophar" (Grauman) 47 I Tino Grego . 175
Som do "Shophar" . 47 Snnto Deus, o Senhor.
f'. 182
(8)
(~APITULO 1

Os Instrumentos
de Jubal

Os primórdios da música na Terra, conforme


relatoquando
polJrcs e inadequados, do primeiro livro da
comparados comBíblia, parecem
a música do
(:éu. Mas, apesar de haver sido simples, a música é mencio-
Illlda em Gênesis.
() pecado úouxera escuridão à vida dos primeiros habitantes
do mundo. Muito da alegria da vida edênica se havia perdido
1l0Spcnosos dias de labor e suor para arrancar do duro solo os
(,It'lllcntos vitais. Todavia, a música vocal deve ter tornado
lIl:\is leve o trabalho e colorido as horas de lazer das primei-
rlls gcrações. A música instrumental demorou mais, pois, foi
Illl sétima geração depois de Adão - o qual indubitàvelmente
lIillda vivia - que Jubal se tornou o criador da lira e do pífaro
ou [lauta. "E o nome do seu irmão era Jubal: êste foi o pai
de lodos os que tocam harpa e órgão." Gên. 4:21.*
A Jewish Encyclopedia (Enciclopédia Judaica) define Ju-
Id, rilho de Lameque, COma "o pai ... da classe dos músicos,
o rundador da música, o inventor do 'kinnor' ou lira e do 'ugab'
(111 [lauta. :f: digno de nota... o nome 'Juba!' sugere· igual-
ll1('11tc ~:1\' (palavra hebraica que significa 'O chifre do car-
Harpa egípcia de dez cordas neiro - busina'), e portanto 'música'." - VoI. 7.
• /\ e não
rr,';sta ser que notenham
atualizada Brasil. outra
Outrasdesignação, tlldas são:
versões usadas as citações biblicasJames
KJV (King são da edição
Version),
r M"f!'alt (/\ Nova Tradução da Bíblia, por Tiago Moffatt.
(10) (11)
12 MÚSICA EM MINHA BíBLIA OS INSTRUMENTOS DE }UBAL 13

. As versões bíblicas em inglês como a King James, a Ame- 10111 () auxílio das mãos. Uma nota, e possivelmente uma oca-
ncan Standard e outras, (bem COma as versões em português) Ilonu} harmonia, era produzida em cada tubo. Uma escala re-
traduzem. flauta como sendo órgão. Mas, todos concordam que iu1nr ou diatônica como a de Dó M, podia ser tocada usando-se
u~ dos Instrumentos era do tipo de instrumento para ser de- todos os oito tubos. O princípio é idêntico ao da gaita de
dIlhado, ou de corda, e o outro era do tipo de instrumento tuhos comum, usada pelas crianças.
O som do "sirinx" era agudo e peculiar, um tanto abafado.
de sôp;o. ou vento. Mais tarde, ainda que cedo na história DIl,cm ter sido semelhante ao som da Flauta Harmônica do
?a espe~Ie humana, o grupo de instrumentos de percussão foi
IntroduzIdo, como será discutido num próximo capítulo. (lrgl\o. l? interessante notar de passagem que Debussy escreveu
Ulll agradável solo para flauta, intitulado "Sirinx," mostrando a
Esses primeiros instrumentos eram grosseiros, comparados
rdnc;fio que êste compositor reconheceu haver entre a flauta
com nossos padrões. Porém, o princípio fundamental havia sido
descoberto: tanto uma corda dedilhada como uma coluna de r. l\stc antigo instrumento. Em adição à narração do Gênesis
IIflbrcJubal, sua harpa "kinnor" e flauta "ugab," dois outros tex-
ar podiam, quando alongadas ou encurtadas, produzir sons va-
riados. :Mais tarde, êsses sons começaram a obedecer a uma
escala musical.
. M.uitas pessoas, ao lerem na Bíblia que Jubal inventou o órgão,
vIsuahzam o pequeno harmônio que ainda é encontrado em al-
guns lares e capelas, ou pensam nos imponentes órgãos de tubos
~sa~os nos últim.os féculas e~ mesmo atualmente, nas grandes
IgrejaS e catedraIS. Mas, o Instrumento de Jubal, o primeiro
antepassado das co~plicadas maravilhas que temos hoje em dia, Sirinx Peruano
(Flauta de Pan)
é .geralme?~e consIderad? como tendo sido sàmente um imr,er- no Museu Britânico.
feIto prototIpo delas, pOIS, a mais correta tradução de "ugab' é
flauta. Desta forma, o instrumento de Jubal era uma flauta ou
várias delas unidas.
Entre quase tôdas as nações primitivas no mundo, em áreas
completamente diferentes, tais como o Peru, Novas Hébridas
e outros lugares, bem como entre nações antigas como a China
e a Grécia, êste tipo de instrumento tem sido usado. ~ co-
nhecido de todos pelo nOme grego de "Sirinx" ou Flauta de
Pano Entre as autoridades musicais o "sirinx" é considerado co- tos, com menção a êstes instrumentos dos tempos pnmItIVos,
mo sendo idêntico ao "ugab" de Jubal. podem ser encontrados. Ao encontrar Labão a Jacó, que fugia
l'0111 sua família e seu rebanho, expressou seu desgôsto com
Mais recentemente, em 1821, na Inglaterra, alguns músicos
esta triste reprovação: "Por que fugiste ocultamente, e te es-
tinham um elaborado "sirinx," bem complicado, no qual até
canções de três ou quatro partes eram tacadas. Este "sirinx" (juivastecom
de alegria,
mim, e enãocom
me cânticos
fizeste saber
viasse e comparatamborim
que eu ete com
en-
tinh.a qu~tro
quaIs faZIam filas
uma com
escalasetecompleta
flautas de
ou quatro
tubos em cada fila,
oitavas. O ins-as harpa?" Gên. 31 :27.
trumento era firmado debaixo do queixo do músico de ma- Jó se refere aos instrumentos de Jubal também. l? dito
neira que seus lábios pudessem correr de um a o~tro tubo que o livro de J6 foi o primeiro livro da Bíblia a ser escrito. J6
14 MúSICA EM MINHA BíBLIA OS INSTRUMENTOS DE }UBAL 15

se refere à prosperidade e prazeres dos maus em contraste com "'.u!tlldu du hcsitação em imitar os doces sons da voz por uma
seu próprio estado lamentável com estas palavras: "Levantam Imp.rl'clln invenção.
a vo~, ~o ~,om,do tamborim e da harpa e alegram-se ao som Um cxcmplo da especulação dos estudiosos é visto no Gro-
dos orgaos. Jo 21: 12. A tradução de Moffatt diz: "Cantam ",', /J/ct/onary of Music and Musicians, que declara que a
ao som da lira e do tamborim e divertem-se ao som da mú- Id'lu 11111'1I a construção da primeira harpa foi talvez "sugerida
sica da flauta."
,.Iu (llllh:ur da corda do arco. A adição de várias cordas te-
Mais tarde, em sua conversa, Jó novamente contrasta sua ri. .Ido un{doga à união de várias flautas ou assobios para
própria humilhação e o desprêzo com que os seus próprios 'urnulI' o "sirinx." Ambas as invencões aparentemente prece-
servos o tratavam, após a pobreza e aflição física haverem d.r~lIn no cncurtamento, pelos dedos, de diferentes extensões
caído sôbre êle, nestas palavras: "PelO' que se tornou a minha d. \111111 única corda de vibração como no alaúde, ou do en-
harpa em lamentação, e o meu órgão em voz dos que choram." fJUrlllllll'nto da coluna de ar vibrando num tubo mediante a
Jó 30:31. Nestas passagens "TambO'rim" ("tabret" e "timbreI" na tJb.lf\l~'l\u dos furos pelos dedos." - VoI. 2, pág. 324.
Versão King James) refere-se a 'toph,' um instrumento de Podcmos imaginar como Jubal veio a conhecer música. Adão
percussão;
"kinnor." o "órgão" é a flauta de sôpro "ugab", e a harpa é o h.vln l~sl'utado a música dos anjos e tinha sido instruído por
0(11111. Adão pode ter conversado COm Jubal acêrca da música
As conclusões a que chegamos parecem dignas de confi- UClIC1l1llnl, uma lembrança do :Eden, porque lemos: "A seus
ança, ~dependend~ das traduções das passagens bíblicas e com- rIlhUII, c filhos de seus filhos, até a nona geração, descreveu
paraçoes COm os Instrumentos usados nos tempos históricos. :E, li IlIntu c feliz condição do homem, no ParaísO', e repetia a
entre.tanto, bom lembrar que, após o dilúvio, as reconstruções hllltórlu dc sua queda .... Todavia, poucos houve que deram
dos Instrumentos de Jubal dependeram da memória e habili- .tDn~tto às suas palavras." - E. G. White, Patriarcas e Profetas,
dade mecânica de Noé e sua família. As invenções de Jubal
(2.'L cd,), jJág. 78.
Jubul deve ter ouvidO' a voz do seu idoso antepassado. Po-
p~dem depOIS
feItas ha~er dosid~ ~ais aperfeiçoadas do que as reconstruções
dIluvio.
dt111101l imaginar
• C'IlITudado o velho
Paraíso, patriarca
guardada com o pequenO'
por querubins, Jubal como
para adorar, indo
Os estudi?sos de música têm tentado imaginar as manei-
ras pelas quals os homens primitivos vieram a inventar a mú- Nn l'ostUI11Cnaqueles dias. Talvez Adão tenha tentado des-
si~~. C?rre~ perigo de errar pensando que "primitivo" sig- l.'ft'Vl',.os sons da música celestial e os seus efeitos ao pequeno
mf~que Infer~or. Por sua vez, o est:udioso da Bíblia que vê as pri- fupnz, l'uja mente infantil e ouvido musical foram desde cedo
m~Iras ~eraçoes como sendo supenores em estatura, beleza e in- IlIIprcssionados. A música, em vez de rapina e do derramamen-
telIgênCIa a qualquer homem que vive agora, dificilmente pode to dl~ sangue que eram o interêsse dos outros da descendência
crer na estória de que a música primeiro veio ao ouvido hu- dt~ Cnim, da qual êle nascera, era o interêsse de JubaI. Josefo
mano através do SOm agudo da corda do arco do tinir da diz: "Jubal ... exercitou-se a si próprio na música, e inventou
LI llllltério e a harpa." - The Antiquities of the Jews, VoI. 1,
?igorna ou do assobio provocado pelo vento q~e passa pelo
Junco quebrado. :Esses sons podem ter levado à invenção de l'np, 2, par. 2.
instrume.nt~s, mas, é imp~ssível pensar que o homem que gozou Outra questão sôbre esta música primitiva diz respeito à
da .assoclaçao com os anJos no :Eden, e que depois da queda 111111natureza e uso. Novamente as especulações dos estudio-
faZIa seu culto de adoração no seu portão de entrada, não ti- IIOS, bascadas nas evidências históricas, podem ser modificadas
vesse aprendido a cantar e a criar música. f: perfeitamente pdo fato de não têrmos registro de tôda a música antediluvi-
possível que a tardança na invenção de instrumentos tenha sido nnn, Ewen é justificado em sua avaliação da música hebraica:
16 MúSICA EM MINHA BíBLIA

"Assim como os patriarcas da Bíblia eram primàriamente uma


raça pastoril, sua música era de natureza puramente pastoril.
Quase certamente ela era uma meladia que fluía livremente c
CAPtTULO 2
simples, soprada sem abjetivO' através da bôca dos tubos. O
Israel bíblico tinha coração e inspiraçãO' para criar música, mas,
em habilidade técnica, era deploràvelmente deficiente... Suas
melodias pastoris eram primitivas e informes; seus instrumentos
eram poucos e nãO' desenvolvidos." - Hebrew Music, págs. 9
e 10.
"O Cântico
Nas primeiras referências escriturísticas êstes instrumentos
eram associados aos prazeres seculares, às festas e celebrações.
do Mar"
NãO' há, na verdade, qualquer indicação de que êles houves-
sem sido usados para o cultO' a Deus ou qualquer serviço sagra-
do. Estes usos vieram mais tarde, comO' será mostrado nos
capítulos seguintes.
Houve um lugar para a música na vida diária de nossos
antigos antepassados, e a mesmo pode acantecer em nossa vida
hoje. Como Jubal foi estimulada pelas sons da Natureza e
r;t Os primeiros tempos bíblicas, os indivíduos
se reuniam em grupos nas festas, com ale-
das atividades humanas, assim podemO's nós apreciar os sons
will e com música,
d,' Moisés, a Bíbliapara
não cantentamenta
faz menção àmútua;
músicamas,
coralaténaa tempo
Terra
do nosso tempo. O ruído dos motores, a levantar e a abaixar
das vozes, o murmúriO' do vento nas árvores, o fluir e queda ('11\ cOI1?xãa COm a regozijo religioso. A música de ações de
da água, mesmo a barulhO' da tráfego, bem coma as gorjeios
das passarinhas - tudo produz um som que paderia ser iden- W'Il\'as
dos seusfaiinimigos
então ouvida, pois, Deus
e do cativeiro havia livrada os israelitas
egípcio.
tificadO' cam os tans musicais. Pademos afinar nossas auvidos
A multidãO' tinha vindo daquele "curral para escravas" da
cam êsses sans
instrumentos em qualquer
musicais ambiente.
padem fazer parte Hoje, a música
da nossa e as
vida diária, I :,~ito, depois de Deus haver, por meia de Moisés, enviada pra-
tO'mando-a mais alegre e campleta. Klls (lllC caíram sôbre a terra. Finalmente, o Mar Vermelho
",lIvia tragado os perseguidores egípcias, e Israel estava liberto!
I',111[\0, o Espírito de Deus veio sôbre Moisés de um modo
('slwcial, e êle campôs e dirigiu a multidão em glariO'so cânticO',
:!IW :~lgu~n tempO' ~~is" tarde ~o.i chamado pelos judeus, de
() (,~llttca da Mar. O Espmta de Deus repousO'u sO'bre
Moisés, que dirigiu a povo em uma antífana triunfante de
lI~'(')"sde graças, a primeira e uma das mais sublimes que pela
1101I1t'111 sãO' canhecidas," - Ellen G. White, Patriarcas e Pro-
f,·/t1~ (2,a ed.), pág. 291.

As palavras da canto exprimem um exaltada hinO' de louvar.


()" pellsamentas expressos são de majestade poética. Aqui estãO'
palavras dêste cântico, conforme a relato de ExO'da 15:
~,IJ.tlllllilS
(17)
18 MúSICA EM MINHA BíBLIA "O CANTICO DO MAR" 19

"Cantarei ao Senhor, porque sumamente Se exaltou; dklullllis siio consideradas mais antigas. Seu cântico sôbre a
Lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro ... ,,1I,',1'l1ldo Mar Vermelho será dado no próximo capítulo, con-
O Senhor reinará eterna e perpetuamente." l'fll'IIC'lItl' 1\ partc de Miriã nesta grande celebração.
É interessante tentar descobrir como era a melodia. Seu NOu podcmos declarar exatamente quanto desta melodia
do_ lI~hlll'llazianos de séculos recentes se assemelha ao Cântico
tema tem sido a inspiração para um grande número de com-
positores das gerações subseqüentes. Alguns dêsses serão con-
siderados. 110 MIII' dos tcmpos antigos. Isto é de grande interêsse, desde
lJlU1 1111,
Mlll~(·~ .l'~Cl11ploseja difícil de encontrar-se. Sabemos que
101 IIlsplrado por Deus nesta composição. Sabemos também
As notas da música não foram escritas e preservadas, mas,
os judeus são um povo que se agarra às tradições e estas, quer
1111I1 Moisl's
l'f1h'Mlr'Ill'statinha .~onhecimentos
ocaSIao. terrestres,
Estava preparado parabem como oinspiração
receber dom de
nos costumes, na História ou na música perduram com pou-
cas modificações de geração em geração. I )"II~ lIesta emergência suprema, pois havia estudado tôdas
O Rev. F. L. Cohen, em sua "Introduction to Pauer's Tra- "" l'It\lll'Ías do Egito, inclusive música. Lucas escreveu em
ditional Hebrew Melodies, escreveu de modo interessante a Arol! 'I :22: "U Moisés foi instruído em tôda a ciência dos
respeito de vários tipos de antigas canções judaicas, as quais flW1pl'lllS,
I' era poderoso em suas palavras e atos." Grandenwitz
ainda hoje estão em uso, incluindo um comentário concernente 1'11I
111111Music of Israel, corrobora a idéia de que o conheci-
1I1111llo
de Moisés incluía a música. Diz: "E Moisés havia
a esta canção em particular. Há uma melodia preservada pe-
los ashkenazins, judeus eujos antepassados haviam estado lo-
calizados entre os povos teotônico e eslavo, que é usada quando
M.tdo
(!lI" iIlslru ido crer
podel11os nas ciências e músicade pelos
no testemunho Philosacerdotes egípcios
de Alexandria);
a lição do dia é o "Cântico de Moisés;" é a seguinte: 1l1'MIllllloa tradição islâmica, êle continua a viver como patrono
dUMf1l1lllistas."- Pág. 44.
CANTAREI AO SENHOR A IllIlSIGl por êsse tempo havia alcançado um ponto alto
Melodia Ashkenaziana
Ilo H~ito, supcrior ao alcançado em outros países contempo-

,'AIII'ON,!\l1a
Iltlllll'llll' 111ú~ica
VIda d~se~penhava
dIána do povo,no eEgito pap.el ~mportante,
em festIVaIs de estilo não
se-
Can-ta . rei ria Lan·
1'11111I', 11IaStambém no serviço religioso. Fétis, Engel e outros
l'tllll'Ol'lllllllneste ponto.
(:olllpondo o "Cântico do Mar," Moisés usou seu talento
çou mar O ca - va - leiro e o c~ - va· 10.
IlIlIIIkll1 de maneira magnífica. Aqui está a primeira men-
~no dlls L:,scrituras ao canto responsivo, quando um solo res-
"As notas essenciais aqui, lembram as do som de uma trom-
l'ulIII(, 11um grupo coral. O canto antifônico, um grupo coral
beta em Lá M, e chega-se à conclusão de que antigamente o
11'''polldl'llllo a outro, foi usado amplamente mais tarde, e pode
'Leitor da Lição' entoava êsse canto de vitória numa imitação llll' "Ido usado na aventura do Mar Vermelho.
vocal do toque de trombeta, do qual a suave e parcialmente
fluida cantilena dos judeus do norte, e o canto rítmico e fixo t 1m I'l'dator moderno arranjou o "Cântico do Mar" de ma-
dos judeus do sul têm descendido." - Pág. iii. IIl'lrll lJue o solo de Moisés seja respondido primeiramente
Menos sujeitos à influência contemporânea que os ashke-
nazins, são os sefardins, cujos antepassados passaram a Idade "1'01' UIII l'AroMiriã,
dll'l'~'l\odc de homens e depois
cujo solo por também.
é ouvido coros de mulheres sob
Média na Arábia e nos países latinos, e cujas melodias tra- fiO dntico cantado por Moisés e os filhos de Israel é um
20 MúSICA

responsivamente como segue:


EM MINHA BlBLIA

belo exemplo do verso paralelo que foi provàvelmente

Moisés: "Cantarei ao Senhor porque sumamente Se exal-


tou."
Côro de Israel: "Lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro."
Moisés: "O Senhor é a minha fôrça e o meu cântico."
Côro de Israel: "E Ele me foi por salvação."
Moisés: ":Ele é o meu Deus, portanto Lhe farei uma ha-
bitação."
cantado

-
11110
No e·
"O CANTICO

QUANDO ISRAEL

)(0, do de 1$ reI
DO MAR"

- el
SAIU

do E - Si •

l'ra considerado antigo no nono século, e foi sem dú-


viII" OJ'iJ.:inàriamente baseado em antiga melodia hebraica. Mais
hll'llt', Bach usou o tema.
() Salmo 149, cantado por muitas gerações, também co-
to
21

Côro de Israel: "Ele é o Deus de meu pai, por isso O 11It'1l11lrna experiência do Mar Vermelho, e pode ter sido
exaltarei." [''''llndo antifônicamente.
Miriã: "Cantarei ao Senhor, porque sumamente Se exal- Ill1llJ.:inando a eficácia do canto antifônico, podemos con-
tou."
['urllnr com ~ste comentário a seu respeito: "O encanto peculiar
Côro de mulheres: "Lançou no mar o cavalo e o seu ca- ,111Ilnl11l6diaresulta mui amplamente desta alternação, ou seja,
valeiro." do l'nróler antifônico do canto. Isto dá certa vida a cada
V('lno, l~ impede a fadiga da voz." - Joseph Schrembs, Gre-
":2 natural supor então, partindo dêste tipo de afirmativa
lAorltm Chant Manual, pág. 64. :2 fácil verificar que o caráter
e amplificação, que os nossos coros antifônicos provêm desta 1t1l111'tlllÍt'O
do "Cântico do Mar" deu-lhe encanto.
poesia do Velho Testamento, por contribuição de vários es-
critores e são levados à perfeição lírica e poética pelo menestre1 I"nfas
vl"I/'ln do menciona (cap. 12)Foi
Mar Vermelho. um cantado
canto reminiscente
durante a da grande
Festa dos
real, o próprio rei Davi." - Bauer and Peyser, Music Through the
Ages, pág. 18. 'I'n"t'l'Iukulos como uma lembrança da experiência. O arranjo

O canto antifônico tornou-se importante no princípio de f't1llrrla ler sido o seguinte:


Itrl't'N I'I'sponc1endo coros
no verso 5, onderesponsivos, com sugere
a fraseologia as mu-o
nossa era cristã. No segundo século, Santo Inácio, em Antio- "l lAnlil'O do Mar," e onde as vozes femininas são insinuadas
quia, teve uma visão de anjos empenhados no canto antifônico, prln palavra "habitante" (feminino) no verso 6. (Ver a mar-
e talvez Deus tenha dado a Moisés uma visão do referido M"'1Ilda Versão American Standard).
Ilal'ndel escreveu um oratória, "Israel no Egito," em 1738.
cântico
tinuou como modêlo
através para dao igreja
dos séculos "Cântico do e Mar."
cristã, A forma
a salmódia con-
antifônica NAu usou o côro chamado "Cantarei ao Senhor" corno côro
veio a significar dois coros cantando alternadamente, sendo
comum vozes masculinas alternarem-se com vozes femininas. 1I1l111'~n
Ít'o, conquanto tenha empregado fugas de caráter se-
IIlrlhnllle.
ttll'O duplo, Entretanto, deu grande
tendo introduzido importância
o terna com cantoao uníssono
arranjo do
do
:2 difícil, se não impossível, encontrar uma melodia real que
nos dê urna idéia de como o tema do "Cântico do Mar" possa
ter sido. Sobrevive no ''Tonus Peregrinus," ou "Melodia Pe- CANTAREI AO SENHOR
regrina," urna variaçãO' do oitavo modo do antigo salmo, uma
melodia usada no canto do Salmo 106. A melodia do canto-
chão transcrita para a pauta de cinco linhas de hoje, seria
talvez algo COma esta curta frase: Can • ta . rei ao Se - nhor.
22 MÚSICA EM MINHA BíBLIA

primeiro e segundo contraltos e primeiro e segundo tenores


CAPITULO 3
dos Estes
coros masculinos e femininos,
e muitos outros respectivamente,
exemplos como
do canto sacro são segue:
deve-
dores ao "Cântico do Mar," que além de sua aplicação literal
tem também um significado alegórico. "Aquêle cântico não
pertence ao de
a destruição povo judeu
todos unicamente.da justiça,
os adversários Ele aponta, no futuro,
e a vitória final
do Deus de Israel... Libertando nossas almas do cativeiro Com
do pecado, Deus operou para nós um livramento maior do
Tamborins e
'lue o(2.adosed.),
fetas hebreus no eMar
págs. 292 293. Vermelho." - Patriarcas e Pro-
A João, o revelador, foi permitido ver e ouvir como será com Danças
a música dêste grande antítipo "Cântico do Mar" quando os
remidos celebrarem sua vitória por Cristo sôbre o pecado e
a opressão. Ao invés de ser cantado às margens do Velho Mar
Vermelho, êste canto será entoado às margens ou sôbre o Mar
de Vidro. O canto será responsivo e antifônico, como está
descrito no último capítulo dêste livro.
rrl ode capítulo precedente discutim?s o "Câ~ti~o
Moisés," e os louvores coraIS pela vItóna
,llI D(,us por Israel no afogamento dos perseguidores egípcios.
NI1I1IIl!-\rande celebração, as mulheres também cantaram. O
IIrupo l'oral de mulheres era dirigido por Miriã, irmã. de Mo~-
'.11, gl11 era acatada pelos seus irmãos por ser profetIsa. MaIS
tllrdr, li história bíblica liga o dom musical ao dom profético.
Mll'ln, l'(~rtamente, possuía ambos. Também possuía conheci-
lftC'lllo especializado em música e dança.
"J1.nlllo Miriã, a profetisa, a irmã de Arão, tomou o tam-
lJurlm na sua mão, e tôdas as mulheres saíram atrás dela com
tllllllloJ'ins e com danças. E Miriã lhes cantava:
'C(m/a.i ao Senhor porque sumamente Se exaltou, e lançou
tlfl mar o carvaJo com o seu carvaleiro.'''
:Bxo. 15 :20 e 21.

I ~jstllé a primeira menção, nas Escrituras, de mulheres to-


I11llndo parte nos serviços religiosos. Mais tarde, no primeiro
t(llllplo,
Nt1I1I11c.elas tiveramdouma
elebração Marpequena parte vários
Vermelho, nas respostas
outros dos coros.
elementos
lIao (1i~nos de consideração.

t
(28)
24 MÚSICA EM MINHA BíBLIA 25
COM TAMBORINS E COM DANÇAS
No Egito, Miriã estava familiarizada com os costumes da Lemos da vinda da filha de Jefté para encontrar seu tri-
côrte sendo que fôra a intermediária entre sua mãe e a filha IInl'llntc pai, desta maneira:... "Eis que sua filha lhe saiu
de Faraó, durante os primeiros anos de Moisés. Isto foi du- JIOencontro com adufes e com danças." JuÍ. 11: 34.
rante o período da décima oitava dinastia, durante e logo após Isto explica porque era tão excepcional que o rei Davi,
o reinado de T utmés 1.
mnis tarde, executasse a dança sacra ante a arca, quando esta
A partir da décima oitava dinastia tornou-se costume as foi lraziela para Jerusalém. Está subentendido que Mical estava
mulheres tomarem parte na música sacra e na dança. "De (louco disposta a deixar a casa para fazer isso. "Ela deveria, de
acôrdo com Sófocles, as mulheres agora tinham prioridade na nd\rdo com os exemplos de Miriã etc., ter dirigido o côro
música e em assuntos importantes." - Bauer and Penser, Mu- l'~minino e saído para encontrar a arca e o seu Senhor." - Smith,
sic Through the Ages, pág. 16. pd~. 186.
, S~ainer também conta que era costume entre os antigos Mais adiante é mencionado o seguinte fato: "As mulheres
egIpclOs que mulheres tocassem os tambores. Ver o livro The dr l/ldas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul
Music of the Bible, pág. 188. Outras autoridades mencionam l'lllllllndo, e em danças, com adufes, com alegria e com instru-
que a dança era um costume entre os egípcios nas cerimônias mrlltos ele música." I Sam. 18: 6.
religiosas.
Tem havido muita discussão sôbre a dança sacra como é vo, Islo é dito serrítmico
O "princípio um impulso universalse de
de movimento regozijo
estende do po-
através do
encontrada nas Escrituras. Alguns, cO'mo Pfeifer e outras au- IInlverso governando O' deslizar das ondas, o movimento das
toridades alemãs, pensavam que a palavra traduzida COmo sendo mllrés, o reverberar da luz e do som, e o movimento dos corpos
"dança" se referisse a outro instrumento musical, porque o
têrmo "machol," podia ser confundido COm outro que significa n"lt'stcs;
101lllhicono organismo
e nas flexões humano
do sangueêle e sedosmanifesta
tecidos ...no Ainda
pulsar que
au-
"flauta."
li música não seja uma parte essencial da dança, quase que
Porém, Saalchütz, um profundo literato alemão, de acôrdo InvlII'i:\vclmente a acompanha, mesmo na mais rude forma de
~on: o sumário ?e ~tainer, :'é. de opinião que a palavra 11m ritmo batido sôbre um tambor... Entre os zulus,... as
M"lInl!esdanças eram meramente o acompanhamento para dispu-
mdIca específico
nome uma combmaçao de instrumento
de qualquer mUSIca, dança e foesia,
musica Stai-é
e não
especial." IIIH coloquiais e para os cânticos de caçadas, nos quais as
ner acrescenta mais adiante Cpág. 110) que a Versão "King
J ames, ""Sa ."
eptuagmta, a "Vu I"
gata e a "AIema-" tra duzem mulheres The
IIIt'IIS."- faziam perguntas Britannica,
Encyclopedia que eram respondidas
Vol. 7, pág. pelos
795. ho-
a palavra por "dança." Assim o fazem as versões modernas A dança, COmo expressão do sentimento religioso, reapare-
publicadas desde 1879, quando Stainer escreveu."" ('f'U muito tempo depois da dança de Miriã no Mar Vermelho.
Na Bíblia, como bem o demonstra William Smith , esta 11,111 Homa havia uma antiga ordem de sacerdotes, chamada Sa-
dança sacra na celebração de uma grande vitória, ou como 111, os (luais cantavam e dançavam. Sabe-se que a dança fa-
um acompanhamento a comemorações nacionais, era sàmente
executada por mulheres. "As mulheres, entretanto, entre os V l' parte
1,111
Carlosdo IX
serviço religiosoDepois
da França. no tempo dos Imperadores
da metade Carlos
do século XVIII,
n pl'l~tjca continuou nas Catedrais da Espanha e Portugal. A
hebreus, faziam
sentimentos, da dança
e assim sua seus
saudavam maneira principal
maridos de expressar
e amigos na volta drspl'ito das recentes tentativas para reviver a dança religiosa
da batalha . .. Os hebreus parecem ter deixado a dança para 111\cultura ocidental, o mundo social secular tem monopolizado
as mulheres." - A Dictionary of the Bible, art. "Dance," págs. 11dlln~~a.
185 e 186.
Comparando a dança sacra das Escrituras com a dança social
~ Nota: na tradução Almeida, a palavra usada é "dança" também. mista de hoje, Ellen G. White diz: "A primeira tendia à lem-

26 MÚSICA EM MINHA BíBLIA COM TAMBORINS E COM DANÇAS 27

brança de Deus, e exaltava Seu santa name. A última é um l'III1t'XnO com a canto e a dança. Seu propósito era a de per-
ardil de Satanás para fazer as homens se esquecerem de Deus l'lIMIIOO; o cxecutante marcava a ritmO'. As ilustrações mostram
e O desonrarem." - E. G. White, Patriarcas e Profetas (2.a ed.), Jt.
111'11 l'lIlIccpçoes da " top h".
-

pág. 760. r.stl' instrumentO', mencianado dezessete vêzes na Bíblia,


A dança de Miriã no Mar Vermelho era, portanto, um flll IIsado por muitos anos entre os antigos hebreus e será
costume entre as mulheres hebréias de seus dias e de tempos pas- IlIl'lIl'iollndo em capítulas futuras. Foi usada pelas filhas das
teriores. Essa dança era um acompanhamento exuberante à
Jll'lIfl'llIScomo parte das celebrações da ~ús~ca secular e fai
alegria do canto sacro das mulheres, em respastas aos caras masculi- 1I11vldll1I0Stabcrnáculos bem cama nas pnmelras arquestras do
nos dirigidos par Maisés. O instrumento usada para acampanhar
a canto era a tamborim, chamado algumas vêzes de "tabret." 11'11\1'10 primitivo.
() sa Iuus. t'a ca n:ta "Louvem a Seu name com flauta, can-
Ambas as palavras são traduzidas da mesma palavra ariginal,
"toph," que haje é a palavra hebraica para tambor. A Bíblia
menciona dais casos anteriores de usa dêstes instrumentos de
percussãO'. A primeira ocorreu quando Labãa censurou a Jacó
por ter saído secretamente sem que êle pudesse dar a suas
filhas uma festa de despedida.
A segunda é a observação de Jó de que os ímpios tinham
felizes festas musicais, pois "levavam o tamborim e a harpa,"
(Jó 21: 12) cama faziam os filhos de Deus. O "taph," au tam-
barim, então, é símbalo de alegria.
"Os tambores padiam expressar também um sentimentO' de
alegria. O pequeno tamborim é o tambor cigano. É um pe-
queno círculO' de madeira cam uma pele esticada sôbre as
bordas. Tem pequenos discas metálicos amarradas aos lados.
Na história bíblica, sôbre os filhos de Israel, esta espécie de
instrumento é chamada de tamborim. Miriã, a irmã de Moisés,
castumava cantar e dançar acompanhada pelo seu tinir." - Fan-
nie Buchanan, How Man Made Music, pág. 28.
Este pequeno instrumentO' era geralmente redondo, emba-
ra tenham sido encontrados alguns tamborins quadradas na
EgitO'. Cansistia de uma armaçãO', geralmente de madeira, na

qual uma única


descrevendO' pele tambarins
alguns era esticada.árabes,
Era aberto
diz: no
"A fundo.
pele deStainer,
cabra Tamborins com forma circular, retangular
geralmente farma a cabeça dêstes tambores árabes, que eram, e de tambor são tfpicos do Egito. O
exemplo ao lado (aumentado) é um tam-
na maioria das vêzes, tacadas por mulheres, cama era também bor árabe.
° caso entre os antigos egípcios." - Pág. 188. Freqüentemente
tinham discos de metal fixados no lado de fora do círculO'. O
ruído dêstes discos de metal acrescentava ao mesma tempo o
sentimentO' de alegria e a efeito musical, quandO' usados em
COM TAMBORINS E COM DANÇAS 29
28 MÚSICA EM MINHA BíBLIA

tem-Lhe o Seu louvor com adufe e harpa." Sal. 149:3. Je- ~. I('mpos antigos, e que se tinham conservado isolados, guar-
remias, como profeta de Deus, promete: ll'lrlull melodias de vários cânticos hebraicos primitivos. Há um
n,~mC'1'O de melodias, variando ligeiramente de lugar para lugar,
"Ainda te edificarei, e serás edifieada, lllmlut10 semelhantes no seu conteúdo de vários temas, que são
ó virgem de Israel!
d, IlIlc •.~ssc para mostrar como o "Cântico do Mar" poderia ter
Ainda serás adornada com os teus adufes, 11th
e sairás com o CÔfO dos que dançam." Jer. 31 :4.
"Como um exemplo da música dos antigos hebreus, a me-
Temos mostrado o incidente de Miriã dirigindo as mu- lutlhl l1l'ima é dada
(.vldcntemcnte com umporsimples
composta acompanhamento
Sir John EaraÉpiano
Stainer mesmo). cha-
lheres no canto
como sendo e na dança,do acompanhadas
uma continuação pelos nos
hábito das mulheres tamborins,
tempos m"dll o "Olntico de Moisés." De Sola diz que um antiqüíssimo
(,,,bulho espanhol afirma que foi a verdadeira melodia cantada
egíp~ios.
gráfIco doEng:l
EgIto)declara a êste um
nos mostra respeito:
grupo "Outro
feminino(monumento
com dife- 1"1' Miril\ e suas companheiras. Tal lenda prova que a melodia
rentes espécies de instrumentos de percussão, evidentemente
acompanhando seus cantos vocais com os sons rítmicos dos tam- II,uvAvt'1l1lentepertença a um período
r'M"ll1r dos judeus na Espanha." anteriorpág.
- Stainer, ao estabelecimento
208.
?orins e da "darabukka" - como Miriã a profetisa, quando

-
Juntamente com as mulheres de Israel saiu em procissão,
exul~ando com a destrui~ão da hoste de Faraó." - Carl Engel,
Mustc af the Mast Anctent Natians, pág. 238.
Através dos anos, grupos de judeus, cujas tradições vêm

o CANTICO DE MOISÉS

~
nhor, O Deus de A.brão, A - do . ra· mos . p . S

~di.aEno
lo-goà noi·te pa-ra a' - nl-mar, E a·pon·tcln-doo ru-moao lar.
o SOM DA TROMBETA 31

"l:alou mais o Senhor a Moisés dizendo: Faze duas trom-


CAPíTULO 4 br.lus de prata: de obra batida as far~s: e te s~r~o" par~ a
convocação
10: I e 2. da mescongregação,
tinham oe matenal
para ~ partIda d~s arraI~Is."
em maos, pOIS ...Num.os
l'I11lUsde Israel... pediram aos egípcios vasos de prata... e
(I Sl~nhor deu graça ao povo em os olhos dos egípcios e em-

o Som Pl'l~stl\vam-Ihese êlesa despojavam


Joscfo descreve aos "chatsotserah"
trombeta, ou nas12:seguintes
egípcios." :Exo. 35 e 36.
puluvras: "Moisés era o inventor da forma da trombeta que
da Trombeta r.m feita de prata. Sua descrição é a seguinte: em compri-
IIWIIlo tinha menos de um cúbito (45-50 cm). Constava de
UIIl tubo estreito, pouco mais grosso que uma flauta, mas com
llll'gura suficiente para a passagem do fôlego da bôca de um
homem: terminava em forma de sino, como as trombetas co-

o
lIluns. Seu som, na língua hebraica, era chamado de 'Asosra'."
__'J'he Antiquities of the Jews, VaI. 3, capo 12, par. 16. Se
S filhos de Israel estavam acampados no de- JOlldo está certo, o comprimento total não poderia exceder a
serto de Sinai. O recenseamento havia reve-
52 em, ou seja, um cúbito longo. Uma ilustração existente, a
lado haver 603.550 homens acima de vinte anos de idade, de
menos que tenha sido diminuída devido ao desenho o~ às
forma que havia, talvez, entre dois e três milhões de pessoas na lImilnções do tamanho de uma moeda redonda, onde fOI en-
multidão. Moisés havia organizado o grande grupo em acampa- l'olllrada, confirma um comprimento menor, se é que o desenho
mentos de acôrdo com as tribos, cada qual com seus líderes e
!'C'lm'senta, na realidade, trombetas.
príncipes.
Um serviço de culto, centralizado no tabemáculo, havia
sido introduzido. A tribo de Levi havia sido separada para o
sacerdócio. A organização ainda precisava de um importante Moeda, na qual vemos duas trom-
requisito: um meio de comunicação mais possante do que a betas e uma Inscrição que diz: "A
libertação de Jerusalém."
voz humana, pois não havia rádios, telefones, jornais e nem
mesmo sinos em uso geral. Desta forma, Deus supriu a ne-
cessidade. :Ele ordenou que se fizessem trombetas.
Estas trombetas deveriam ser feitas de metal precioso, como
o requeria a honra e dignidade de uma teocracia. "Trombetas
de prata sempre estiveram relacionadas com dignidade e gran- Bllchanan declara o que seria evidente para qualquer mú-
Nil'o (lue a "verdadeira trombeta" sem válvulas, deveria ser
deza," diz igreja
da grande Stainer,de "quer sejamemtacadas
S. Pedro Roma, ante o papacomo
ou usada, no ritual
neste J111ti~
lU'" ou menos
ouvida longa, dIstancIa.
a grande c~r:a ~e 1,25
As m a 1,75 m,
trombetas de seprata
fôssesohda
p~ra
país, por trombeteiros reais e por poucas bandas regimentais tlr. Moisés "devem ter sido muito longas e tido som muito pos-
especiais." - The Music of the Bible, pág. 159. [Nota: :Este IIIIIII"C,"
declara êle. E então acrescenta uma razão óbvia: "Os
livro foi impresso em Londres, e por isso quando se refere a IIlnllis deveriam ser ouvidos por milhares de israelitas em seus
"êste país" refere-se à Inglaterra.] lll'l1mrrlmentos." - How Man Made Music, págs. 49 e 50.
(30)
32 MÚSICA EM MINHA BlBLIA o SOM DA TROMBETA 33

A questão que surge agora é a de quais as notas, correspon-

dentes às notas apenas


1\videntemente, na nossa escala,
umas que Os
poucas. podiam
tons ser produzidas.
produzidos se-

riam
(~ limasemelhantes
trombeta aos produzidos
natural, por para
dobrada, uma corneta
facilitar militar, a qual
o transporte.
li' 1'oJos êstes instrumentos," explica Stainer, "podem produzir
lipenas uma série de sons chamados harmônicos naturais ou
hipersons, os quais
~radativamente são do
a pressão produzidos pelo forçar
ar dos lábios) a coluna(aumentando
de ar que
<.\les contêm - na primeira vez - em duas partes vibrantes, e
l'ntão em três, quatro, cinco, seis e assim por diante." - Pág. 156.

A explicação
miliarizados com omais
tocarsimples para aquêles
dêstes tubos que não
sem válvulas, estão fa-
é encontrada
JlO Grove's Dictionary: "Apenas cinco sons são necessários para
os wírios chamados e sinais (do exército). Oito sons podem,
no entanto, ser obtidos pela adição do Si bemol e do Do acima
do Sol mais agudo, e a oitava do Do mais grave, que, apesar
de ser fraca e de um tom débil, é a verdadeira nota fundamental."
VoI. 1, pág. 416. A dominante, então, em vez da tônica, é
li verdadeira raiz da escala da trombeta natural, COmo é mos-
Irudo na seguinte ilustração:
TESSITURA NATURAL DA TROMBETA
Trombetas do Arco de Tito.
b.o. ~

o formato e maior comprimento são confirmados em um I 5: n I & -& o () -===_


<1]:::::::::_===_==
alto-relêvo no Arco de Tito, esculpido cêrca do ano 80 A. D.

-
~stas trombetas teriam sido tiradas, pelo conquistador, do úl- Uma simples ilustração da tessitura de uma trombeta do
tImo templo ou seja, do templo de Herodesj no entanto, é tipo de corneta é a seguinte, tirada de um manuscrito francês
raz~ável supor-se que elas não tenham sofrido grande modifi- do século XVII, agora no museu inglês:
caçao desde o tempo de Moisés. As instruções haviam vindo
MELODIA PARA TROMBETA
de Deus, e mesmo em tempos posteriores os artesãos teriam Bonte·Selle
seguido o mesmo modêlo.
As trombetas de prata devem ter tido um volume de som
muito gr~nd.e, para .que pudessem cumprir seus propósitos de
tocar os SInaISpara tao grande multidão. Tanto quanto sabemos
elas eram do tipo de "trombetas naturais," instrumentos se~
orifícios, vareta, válvula ou qualquer outro meio de alterar a
altura do som. Mudanças de tons eram conseguidas pelo con-
trôle dos lábios e do ar. 8
td
34 MúSICA EM MINHA BlBLIA o SOM DA TROMBETA 35

Originalmente foram feitos apenas dois "chatsotserah." Com Ill'l'('1I1estas tocadas pelos sacerdotes sob a orientação de Moisés,
o passar do tempo, muitos outros foram feitos. Ao temEo dos 1,'.Ilm G. \iVhite tece o seguinte comentário a respeito da
serviços dos templo, sob a direção de Salomão, sem dúvida !,I'ilm'ira mudança do Sinai para Cades, nas seguintes palavras:
planejados por Davi, havia cento e vinte trombetas de prata 'I )iullte dela [arca] iam Moisés e Arão; e os sacerdotes, levando
Il'CIlllht'tas de prata, estavam estacionados perto. Esses sacer-
na orquestra.
rainha Mais
Atalia em tarde, quando
Jerusalém, o jovem
houve um Joástrombetas
toque de sucedeu naà 1I1I1('sreccbiam ordens de Moisés, as quais comunicavam ao
casa de Deus. !,"VOpllr meio das trombetas." - Patriarcas e Profetas, pág. 392.
Se bem que geralmente fôssem os sacerdotes que tocassem 'I'llIllOU-Se logo um hábito chamar os adoradores para os
a buzina de chifre de carneiro, há relato de que outras pessoas l'lilllls COIl1trombetas de prata. Havia dois chamados para os
as tocavam também. No entanto, unicamente os sacerdotes to-
cavam as trombetas de prata. IU'l'viC.'os
1'111111 do templo
eram usadas. ePostenormente
taber-?áculo, para os quais aspassaram
os chamados trombetasa ser
de
O uso dado às trombetas foi incluído nas orientações originais l'I(('('lllados no "shophar" ou trombeta de chifre de carneiro;
para a sua feitura. Deus ordenou a Moisés que usasse as 1_111S(,1':1 abordado mais detalhadamente no capítulo VI. O
trombetas para reunir a congregação. Quando todos devessem I'rilllt'iro chamado era denominado "o tekiah," e era uma nota
ser reunidos à porta da congregação, ambas as trombetas de dlllll t' bcm distinta. Esta primeira nota prolongada era cha-
prata originais eram soadas. Quando apenas uma trombeta soa-
va, os príncipes e cabeças dos grupos de milhares deveriam reu- IIHldu "o um grande
1111'/.11'('111 som tekiah." Apesar que
mais agradável de aso trombetas de prata pro-
som do "shophar," elas
nir-se. Estes chamados para reunião eram evidentemente altos IIno "nll mais usadas em cerimônias judaicas.
e baixos toques de trombetas, sons que teriam grande al- As trombctas de prata eram também usadas nos serviços do
cance, e não seriam confundidos com outros, E evidente que 1I,11l·lIlllcUloc do templo, quando os sacerdotes tomavam parte
1111 'lIlnil'ício, Ao se sacrificar o animal, podiam-se ouvir as trom-
eram necessárias
executar perfeitosprática e habilidade
chamados da partede dos
nas trombetas sacerdotes
prata. para
Em adição hl'lll" irromperem a tocar. Galpin escreve: "E sabido que o
aos chamados de um tom, havia também os alarmes: "E quando .11111das. trombetas acompanhava o ritual do altar; um toque
na vossa terra sairdes a pelejar contra o inimigo," disse Deus .11'1_IJ'lllllhetas de prata como se fôsse para soprar a fumaça do
a Moisés, "também tocareis as trombetas." Núm. 10:9. ••1I'111'it'illpara o céu: assim que a vítima tivesse sido consu-
Durante a batalha entre os reinos de Judá e Israel, Jero- IIl1du, (I lll'cltório musical silenciava." - Stainer (Supplementary
boão, de Israel, atacou a Abias de Judá, fazendo-o render-se NIIII·s hy Galpin), pág. 92.
completamente. "Então Judá olhou e eis que tinham de pelejar 1\1} desenvolverem-se as restaurações de Jerusalém e do tem-
por diante e por detrás; então clamaram ao Senhor, e os sa- ,,111sl}h a orientação de Esdras e Neemias, cada porção com-
cerdotes tocaram as trombetas." II Crôn. 13: 14. Os inimigos ""'Iudll era dedicada, Nas cerimônias ouvimos outra vez as
amedrontados fugiram. 1I11111S das trombetas de prata. Esdras escreve: "Quando pois,
Outro uso para as trombetas, o primeiro a ser feito após 11. I'dil'il'adorcs lançaram os alicerces do templo do Senhor, então
Deus haver dado as instruções a Moisés, era para levantar ••' ul'll'S('lltaram os sacerdotes, já revestidos e COm trombetas."
acampamento. "Quando retinindo as tocardes, então partirão H.d, {: (o.
os arraiais que alojados estão da banda do Oriente. Mas, quando N('('lllias também relata uma celebração musical no tempo
a segunda vez, retinindo as tocardes, então partirão os arraiais li" dt'dÍl':\l,'iio dos muros reconstruídos. Oito sacerdotes com
que se alojam da banda do Sul: Retinindo-as tocarão para as IItllldIf'lllS de prata são mencionados na procissão dos sacer-
! .11111'.:"I,',ntiio fiz subir os príncipes de Judá sôbre o muro e
suas partidas." 10: 5os esinais
Núm. com 6. Desta maneira, de
cada grupo
jornadeava de acôrdo das trombetas prata, ao I 1"IIt'i dois grandes coros e procissões, sendo um à mão direita
111'1

11_
36 MúSICA EM MINHA BrBLIA

sôbre o muro da banda da porta do monturo . .. e após êles


iam ... [alguns] dos filhos dos sacerdotes, com trombetas.' Neem. CAPITULO 5
12:31-35.

Desta maneira,
importante notamos que
no equipamento as trombetas
sagrado de prata
do santuário, eram parte
chamando os
adaradores para os cultos, anunciando a Páscoa e outros dias
de festas, e marcando a oferta do sacrifício. Seu som era au-
toritário no deserto, indicando as mudanças dos acampamen-
o POVO
tos de Israel. Eram ouvidas para convocar as fôrças para a
guerra, soando o alarme à aproximação de um inimigo, e eram Cantando
ouvidas
clamaçõestambém
de um nos
nôvocampos de batalha.
soberano Anunciavam
e acompanhavam as pro-
os que car- Coros
regavam a arca de Deus.
Desta forma, as trombetas de prata, quer usadas para dar
sinais, quer para convocar os cultos ou para dar alarme, tinham
um som claro e imperioso. Em linguagem figurativa, a ordem
ainda soa:

"Tocai a buzina e1n Gibeá.... LARIDO de guerra há no arraia!!" excla-


Gritai altamente em Bete-Aven." Oséias 5:8. "fJ mou Josué, o general.

Moisés, o chefe da teocracia, que tinha sido avisado por


DC'ulI
"Nao sóbre o que
é alarido dos ovitoriosos,
esperava nem
ao descer
alaridodo dos
Sinai respondeu:
vencidos, mas
O nlurldo dos que cantam eu ouço." [Nota: a tradução inglêsa
d. Morratt diz: "pessoas cantando coros.]"
No grande côro antifônico cantado sob a direção de Moisés
• Mlrin, foi ouvido o genuíno serviço de louvor a Jeová. O que
Mul"ts e Josué escutaram ao descerem da montanha era um
r"l"o t'tllto de louvor. A multidão estava no meio de um festival
a " d"
rll~r o com
Al'fto o povo
o havia cantan
substituído,ochamando-o
coros. de "uma festa a Jeová,"
• fim de satisfazer os pedidos do povo, que estava impaciente

dovldo 11
11l1l11lt' no longa permanência
que êles de Moisés
sempre haviam visto nono monte.
Egito, eEraposslvel-
seme-
"'Pl1lt~ ocorreria na data do festival de Ápis ou OsÍris. Arão
h.vlu tentado impedir a confecção de um deus-bezerro pedindo
p."lC'lltcs e jóias de ouro tão caros ao povo; mas, a turba, im-

p.cl~llw, arremessou-os
fUlao, O bezerro de ouro imediatamente dentro
foi então moldado, do eadinhoÁpis.
representando de
(87)
38 MúSICA EM MINHA BíBLIA o POVO CANTANDO COROS 39

Foi um absurdo, por conseguinte, a proclamação de Arão: Pratt, falando da música em côro entre os hebreus nos
"Amanhã será a festa do Senhor." :Exo. 32: 5. O amanhã havia primeiros tempos, assegura: "O cântico era provàvelmente em
chegado. Milhares de pessoas trouxeram ofertas que foram uníssono, alto e de som desagradável." Sua idéia era de que
sacrificadas no altar erigido em frente ao pedestal construído possuía "alcance limitado, com intervalos rudes e talvez muitos
ao deus reluzente. Lá se reuniram para uma festa e uma orgia ol'l1amentos melódicos." - The History of Music, pág. 46.
selvagem. A ruidosa sessão em que não havia restrições de Esta afirmação não significa que a música no Egito, no
comportamento estava no seu auge quando Josué e Moisés Il'mpo do :Exodo, não tivesse progredido a um alto nível de
ouviram o "alarido dos que cantam" e viram "o bezerro e as dl'sl~nvolvimento. Sim, tinha. Muitas autoridades vão a ponto
danças." Verso 19. dl~ assegurar que a escala usada consistia de tons e meios tons,
Ambos reconheceram no ocorrido uma reprodução do que Ht'ml~lhantes aos do nosso piano moderno. Fetis crê que o sis-
muitas vêzes haviam visto no Egito. Gradenwitz descreve a lt'ma de notação musical possa ser decifrado de gravuras hie-
cena da seguinte maneira: A inteira celebração desta festa era, 1'Oj.4'
íl'icas. Do estudo de mais de quinze instrumentos descobertos
sem dúvida, semelhante à que tinham visto no Egito nas ce- pode se deduzir que a escala não era primitiva. Entretanto, o
rimônias de adoração a Ápis. "Os monumentos gráficos nos l'unlo uníssono parece ter sido uma regra nos grandes grupos
dizem que o canto, a música instrumental e a dança eram ge- l'orais. Era grandemente repetitivo quanto ao tema e estribi-
lho, .Eles devem ter sido, em sua maioria, fortemente rítmicos,
ralmente praticados simultâneamente." - The Music of Israel,
pág. 33. lIl'ompanhados, se não por instrumentos, pelo menos pelo bater
Paulo se refere ao incidente em I Cor. 10:7: "O povo as- de palmas e passos de dança.
sentou-se a comer e a beber, e levantou-se para folgar." Uma I Iú um canto coral ainda existente, usado pelos captas
nota suplementar de Patriarcas e Profetas elucida o têrmo "le- do norte do Egito, o qual dizem ser originário de tempos muito
vantaram-se para folgar," afirmando: "A palavra hebraica tra- 1Illtigos. Dos captas é dito serem "agora racialmente os mais
duzida por 'folgar' significa folgar com saltos, cânticos e danças.
1'III'OSrepresentantes
Brllmmica, dos113.
Vol. 7, pág. antigos egípcios."
Os captas - The Encyclopedia
chamam-se a si próprios
Estas danças, especialmente entre os egípcios, eram sensuais e
imorais." - Pág. 841 (apêndice). POI' um nome que significa "egípcios."
Engel tallluém afirma: "Os eaípcios evidentemente apre- A "Aleluia" dos captas, transcrita abaixo, é apenas uma

cravam :.l
1
cança. Suas d anças não se restringiam apenas a va-
1:> PUl'lcdo longo canto que, entretanto, é a continuação do mesmo
garosas e graciosas atitudes . .. mas, passos excitantes, evoluções II't'dlO vez após outra. Fetis, em Histoire de Musik e Engel
rápidas e até mesmo piruetas eram algumas vêzes introduzidas." MHSic of the Most Andem Nations mencionam êste canto.
- Music of the Most Ancient Nations, pág. 250. :Ele também n talvez o único exemplo a ser encontrado da música coral
se refere às representações gráficas em monumentos egípcios.
ALE LUlA DOS COPTAS
TranSCrIto, Villoteau
Evidências indicam que os egípcios tinham um bem desenvolvido
ritual mus.ical, envolvendo coros de 12.000 vozes e orquestras
com 600 Instrumentos incluindo harpas, liras, alaúdes, flautas
~
e instrumentos
A música do de percussão.
festival do bezerro de ouro deve ter sido
acentuadamente rítmica, selvagem, alta e repetitiva. Esta imitação
satânica do verdadeiro espírito de alegria como fôra simbolizado
~
no "CA' antrco d o M ar " era, por contraste, uma expressão dJ y. •....••. ..•• •..••••••• y6. e y6. yé y6 •.•.•.•.•. é yé y6
abandono próprio.
40 MúSICA EM MINHA BíBLIA

do Egito antigo, que foi conservado vivo pela tradição verbal, e


que séculos atrás foi incorporada aos serviços dos antigos, mas CAPíTULO 6
conservadores,
da música abaixocristãos
depoiscópticos.
de ouvir Villoteau
o cântico. escreveu a notação
Esta é uma parte
do "AI eI ma
. dos coptas " como eAIe a OUVIU:.

No temr.0 da idolatria em Horebe, quando Moisés e Josué "Um Som


ouviram o 'alarido dos que cantam" a Ápis, a tribo de Levi
não tinha estado entre os apóstatas. Esta é talvez uma das razões
Mui Forte
pela~
servmdoquais os sacerdotes
como levitas continuaram ~ ser honrados,
no tabernaculo, não nos
e mais tarde apenas
ser-
viços do templo, mas também sendo os músicos sacros de Israel. de Trombeta"
Este assunto será mais amplamente tratado com o correr dos
capítulos.
Os levitas não estavam entre aquêles de quem o salmista
escreveu: "Fizeram um bezerro em Horebe e adoraram a ima-
gem fundida. E converteram a sua glória na figura de um boi
que come erva." Sal. 106: 19 e 20.
Clm
o
,,~ maneira:
o sonido da buzina ia crescendo de grande
Moisés falava e Deus lhe respondi.a
alta voz." Exo. 19: 19. A buzina que é aqui mencionada é o

. "M!t0tJhar,"
rUIll ida comou as
busina de
buzinas chifre de dos
de prata carneiro. Esta não
sacerdotes, deve ser con-
o "chatsotserah."
Nllturalmente, cada trombeta tinha seu som próprio, porém,
especial,
0\11 Há cadae trombeta
setenta tinha suaaoprópria
duas referências utilidade
"shophar" em Israel.
no Velho Tes-
tlll1Wnto, sendo a última em Zacarias. Era usado em grandes

phllllllha,
.•rol'lamações de interêsse
assinalar nacional,
o fim das como para
hostilidades, chamar a para
proclamar ascen-a
11~l1dade um nôvo rei, e marcar o fim da aspiração de algum
Impostor ao trono. Assinalava também o comêço e o fim de dias
Importantes. Esta trombeta era usada em convocações, para
IIvisnr de algum perigo ou da ar,roximação do inimigo. Os
prorctas usavam o têrmo "trombeta' num sentido figurado para
"visar do perigo de pecados não abandonados. Foi usado mais
lurde figurativamente como um sinal do grande dia do Senhor.
Apesar da primeira referência ao "shophar" nas Escrituras ter
IIldo no Sinai, crê-se que sua origem tenha sido muito mais

rtllllota,
no monte,talvez no atempo
prestes de em
oferecer Abraão. Quando
sacrifício Abraãofilho,
seu único estava
de
Rcôrdo com a ordem de Deus, sua mão foi detida. Lá, prêso
(41)
42 MÚSICA EM MINHA BíBLIA "UM SOM MUI FORTE DE TROMBETA" 43

a um arbusto, estava o cordeiro para o sacrifício. Um chifre Trombetas, durante o primeiro dia do sétimo mês, muitas tro~-
dêste animal, diz a tradição, foi mais tarde usado para a con- betas soavam em intervalos durante o dia. Era uma ocaSIao
fecção do primeiro "Shophar." barulhenta e feliz. O toque dos "shophares" tornava a ocasião
Outros escritores menos devotos afirmam que a origem desta Ilignificativa e impressionante. .
trombeta está envôlta em magia mística e na tradição, ainda Anos mais tarde, salmos foram compostos para serem hd~
do tempo em que os homens acreditavam que os maus espíritos na Festa das Trombetas. O Salmo 81, atribuído a Asafe, fOI
se agrupavam perto das pessoas, e que sàmente um som forte t'scrito para ser usado nesse dia. "Tocai a trombeta ("shophar")
e estrondoso poderia afugentá-Ias. Quando em uso, a buzina Illl Lua nova, no tempo marcado para a nossa solenidade." Verso
era coberta. Este costume foi idealizado para aumentar seus :t As trombetas pontilhavam a cerimônia cor~ longos tO'q~es.
podêres místicos, pois, desde os tempos da antiguidade, os ob- Quando o Dia da Expiação cheoava, nO' dIa. dez do ~étImo
Ill(\S,a ocasião era solene, estando todo o Israel aflIto e pemtente.
jetos sagrados
ocultos da visão.eram mais reverenciados pelos leigos quando
Os "shophares" foram feitos, durante muitos séculos, de chifres ()s
tllo toques,
no mesdosétImo
"~hophar" refletiam
aos dez ~ signi~icado
dos mes, da aocasião:
faras passar trombeta"En-
do
de carneiros. Chifres de outros animais limpos eram usados juhileu; no dia d~ expiação fareis passar a trombeta por tôda
ocasionalmente, é verdade, mas os chifres de carneiros eram ;, vossa terra." Lev. 25:9.
freqüentemente preferidos. O chifre era, primeiramente, amo- r:inalizando o uso do místico número sete, de meses e de
lecido em água quente; então, a parte menor era endireitada.
A extremidade mais larga era deixada em sua forma curva 1l1l0S,vemOs a ocasião assinalada pelo som do "shophar," nos
Illais curtos, mas sempre repetidos sete dias de cada semana,
natural. ~pesar de algumas vêzes se~em apli~ados alguns enfei- pois, como Josefo afirma, seu comêço e fim eram marcados pelo
sOllit1o da buzina de carneiro. "Um dos sacerdotes se levanta-
tes, os chIfres
cortada e furada,comumente
de maneiraeram deIxados
a formar umalIsos. A pontarude.
embocadura era VII, na hora aprazada, e dava um sinal antecipadamente com
A côr e o comprimento variavam. Quanto mais branca a buzina, ullla trombeta para o comêço de cada sétimo. dia, no lusco-fus~o
mais desejável era ela, apesar da coloração dos "shophares" variar do <111 tarde, bem como no iníciO' da noite segumte, quando o .dIa
quase
12 a 21branco até o(de
polegadas prêto.
30 aO53comprimento
em). variava de cêrca de t'~.tava
('('ssar oterminado,
trabalho, ecomo que devenam
quando avisa?do recomeçá-IO'.
ao povo qU~,ndo devenam
- The Wars
tlr lhe Jews, b, 4 capo 9, par. 12. _
~a~ Esc~itura~, o uso do "shophar" aparece pelo menos desde () significado sagrado do número sete en; conexao: com ?
o SmaI.paraFOI
usado entao a que
dirigir vastao multidão
longo e agudo som "E
de Israel. da trombeta
o sonido foi
da "shllphar" é também associado a u~ dos maIS conhecIdo~ mI-
buzina ia crescendo
lhe respondia em alta."
em voz grandeExo.
maneira.
19: 19.Moisés falavatinha
O toque e Deus
um Il\gres
filhos de do Israel
Velho através
Testamento. DepoIs
do Jordão, que Josué
a murada conduzIU
cidade os
de Jericó
surpreendente som de comando. Ele infundia temor e tremor I li " ,. • d
J't'prcscntava um obstácu o que outros sete mIstIcoS aJu aram
aos cO'rações da multidãO' em expectativa, especialmente se êsse 1\ remover de acôrdo com as instruções de Jeová. Sete sacerdotes
som fôsse acompanhado pelos estrondosos trovões e assustadores ('11111 sete ~rombetas de chifres de carneiro, marcharam sete dias
relâmpagos. O pronunciar dos Dez Mandamentos foi, desta ma- 1\0 redor da cidade e repetiram o ritual sete vêzes no último dia.
neira, preludiado por um "fortÍssimo som de trombeta." (Shophar.) P,llliio, quando o; agudos e fortes sO'ns dos sete "shop?ares"
Posteriormente surgiu outro uso especial, mas repetidO', para "lImam ruidosamente e insistentemente, o brado dos mIlhares
o "shophar:" marcar o início do grande Dia da Expiação. Quan· da IlOste de Israel aumentou terrlvelmente o clamor e os muros
do êle anunciava o Ano Jubileu (de 49 em 49 anos), essa fes- (1(, Il'ricó caíram por terra.
ta era celebrada COmmeticulosos usos do "shophar." Na Festa das 'Nos primeiros dias dos juÍzes "quando a ousadia pessoal de
44
MÚSICA EM MINHA BíBLIA "UM SOM MUI FORTE DE TROMBETA" 45

Eúde libertou Israel de um tirano" como Stainer expressou, pura a batalha: "Ao soar das buzinas, diz Eia! e de longe cheira
li guerra." Jó 39:25.
"êle tocou
vaus um 'shophar'
do Jordão e reuniu
em direção o' povo - para
a Moabe." The seMusic
apoderar
of dos
the Mais tarde, os profetas maiores e menares fizeram uso do
Bible, pág. 155.
som do "shophar" num sentido figurativo para admoestar o povo.
Quase cem anos mais tarde, Gideão fêz significativo uso das "Levantai vossa voz como uma trombeta" ordena Isaías. O
tr~m~eta~ de chifre de carneiro. Depois de seu teste de seleção, povo dos últimos dias deveria ficar cônscio. de seus 1?ec~dos por
GIdeao tmha um pequeno exército pronto a segui-lo. Cada um luis sons, COmo nos dias precedentes ao DIa da ExpIaçao.
dos trezentos hamens recebeu um "shophar" e uma moringa de Nas advertências à igreja, concernentes aos perigos dos últimos
bar~o COmto~has acesas .. A um sinal, aquelas trezentas ruidosas dias, Joel e Sofonias usam o símbolo da trombeta de chifre de
buzmas ~e chIfre de c~rneIro começaram a soar. Adicionada àquele l'tn:neiro. "T ocai a buzina em Sião e clamai em alta voz no
so~ havIa, a .cacofoma de trezentas moringas sendo quebradas,
deIxando a vIsta centenas de luzes tremulantes. Os midianitas lIIonte
dia da Minhacomsantidade,"
do Senhar, ordena majestade,
tôda Sua terrível Joel. Joel 2:
é 1.
bemO descrito
grande
fug.iram che~o~ ?e terror e os "shophares" ajudaram a conquistar por Safonias: "Aquêle dia é um dia de indigna~ão, dia de
maIS uma VItOrIa nessa demonstração nacional.
I\ngústia e de ânsia, dia de alvarôço e de desolação, dIa de ~revas
~ trombetas de chifre de carneiro assinalaram o comêço e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas. DIa de
do remado de Salomão. Posteriormente, quando Jeú ascendeu trombeta e de alarido contra as cidades fortes e contra as tôrres
ao trono, o "shophar" o praclamou. Era, assim um sinal cos- I\ltas." Sof. I: 15 e 16.
Agora, que temos os costumes escriturÍsticos destas trombe-
tumeiro; houve, porém, duas ocasiões em que ~, som da trom-
~eta para anunciar n.ovos reis não soou, embora ordens tivessem llls em mente, surge a pergunta: Como soariam estas buzinas
sIdo dadas neste sentIdo. O impostor, Seba (lI Sam. 20) falhou na realidade? A buzina de chifre de carneiro produzia como
no seu atentado de tomar o trono e a trombeta anunciou o fim
lllle uma explosão de SOm. Prática e habilidade e~am necessá-
do se~ levante em vez do início do seu govêrno, COmoêle havia
antecIpado. Absalão também, filho de Davi, que era notável l'Ías paradosproduzir
direito lábios. qualquer som.grande
E requerida Era, pressão
e é, mantlda
de ar edomUlto
la?o
por s~a beleza e. encanto, pedia em vãO' que o "shophar"
an~ncIasse seu remado, pO'rque a conspiraçãO' para depor seu l'Ontrôle
du:t.iria odemelhor
volume de porque
som, ar. "Oum
maior
tuboe longo
mais elongo chifre
ôco soa pro-
melhor
paI e tomar-lhe o lugar falhou quando Absalão foi morto antes t~ mais claro que um curto." - Buchanan, Ho'W Man Made
do tempo marcado para o toque de trombeta.
O forte som do "shophar" era também um sinal de alarma Music,tocador
bom pág. 49.
de Galpin enfatiza:
"shophar" "Os sons
são claros produzidos- por
e vibrantes." um
Stai:ner,
e. perigo no antigo Israel. "Tocará a trombeta [shophar] na Appendix 5, pág. 224. Ele não diz, entretanto, se eram bomtos.
cIdade e o povo não estremecerá?," pergunta Amós. (Amós Não possuindo válvulas e aberturas, o "shophar" produzia
3: 6.). O atalaia tocava. sua buzina quando um inimigo se Ulu limitado número de sons. "Os sons naturais de uma bem
aprOXImava. O trombeteIro de Neemias estava ao seu lado
proporcionada buzina são Do (o primeiro som da es~~la), Do
A
para tocar o alarma aos trabalhadores da reconstrução dos muros llcima, Sol (ou quinta acima). Algumas vezes, a habIlIdade do
de Jerusalém sempre que um inimigo se aproximava. executante, com um chifre descomunal, poderia produzir mesmo
Os chifres de carneiro anunciavam o comêço e o fim das
guerras. Quando Jônatas conquistou as filisteus, "Saul tocau Ulubem
Se quarto
quesom,
por ocuidadosa
segundo Do aci~a." outros
execuçao, - Bucham~n, pá.g. 48.
sons, mclusIve os
a trombeta por tôda a terra, dizendo: Ouçam os hebreus."
harmônicos, podiam ser produzidos: ês:es são os com~ns.
I Sam. 13: 3. Certamente, a buzina de chifre de carnei- "A relação dos intervalos destas sénes permanece malterada
ro era símbolo de guerra. Jó se refere aos cavalos impacientes t'lU todos os tubos abertos, somente o tom pode variar; desta
46 MúSICA EM MINHA BíBLIA "UM SOM MUI FORTE DE TROMBETA" 47

maneira, uma trombeta em Ré, daria Ré, Ré, Lá, Ré, Fá sus- Escutei o som do "shophar" na conclusão do Dia "Yom
tenido etc." - Stainer, pág. 157. No entanto, os sons COmuns
seriam Ré, Ré e Lá. Kippur"
tcmbro deou 1952.
Dia daO Expiação
serviço foijudaico, celebrado
realizado em 29ortodoxa
na sinagoga de se-
"Geralmente apenas a oitava acima da nota fundamental e I,',zra Bessaroth, na esquina da Quinta Avenida, ~om a. Primeira
a décima segunda, ou a décima segunda e a super-oitava são Hua Leste, em Seattle. O chifre era de uma cor meIO escura,
empregadas; de fato, os sonidos de chamados não dependiam dos pctlueno e ligeiramente curvo. O som era mais agudo e de ~ais
corretos intervalos musicais, mas de determinados estilos rít- ulto alcance do que eu havia imaginado. Estava uma. OItava
micos." - Galpin, in Stainer, Appendix 5, pág. 225. lIl'Íma da tônica, então descia uma quarta para a dommante,
Embora o "tekiah," ou primeiro chamado, e o "teruah" ou onde foram tocadas notas curtas e em Staccato. Os sons longos
segundo chamado fôssem tocados nos tempos antigos por trom- c curtos soaram para mim da seguinte maneira:
betas de 'prata,. hoje são toc~dos com o "shophar." O Rev. F. CHAMADO DO "SIIOI'lIAR"
W. Galpm COpIOUas notas destes chamados e mostrou a variação (:\ Grauman
nos padrões rítmicos como êle os escutou há quarenta anos atrás
numa sinagoga em Londres:
n
CHAMADO DO "SHOPHAR"
Galpin
'Pllmeuo
tTekiahl
chama rio

~-~ Em The Jewish Songbook [Hinário Judeu], uma coleção


feita por A. Z. Id~lsohn e edita?a por ~'. Irma CO,?on, são dados
dois pequenos numeras para orga~, mtItulados . Som do Sho-
phar," imitando a trombeta de c~Ifre de carr~eIro. Cada u~
utiliza as duas notas típicas, a tômca e a dommante, como fOI
ouvido no toque do' "shophar." :Este é o n.a 1, pág. 232.

- -
(Tekiah gedoulah) ~ ~
<>
-
Grande Tekiah ~

SOM DO "SHOPHAR"
- ....... Idelsohn
- rim)
ki.ah)
YO (.h'

nolas chamado,
Segundo
(Teruah
entrecortadas ~
sheboriml
5 u~ u
Echa n (T'

notas retinindo .
Segundo chamado.
(Terua h yebabothJ

Isto torna evidente que °


"shophar" é ainda usado nas si-
nagogas judaicas. De fato, é tocado em tôdas as sinagogas do
~undo no A.no Nôvo Judeu e no Dia da Expiação. :f: o único
mstru~e~to Judaico. que s?breviveu até o presente. :f:, portanto,
sem duvIda, o maIS antIgo, tendo-se originado há cêrca de As muitas utilidades da trombeta de chifre de carneiro nos
tempos do Velho Testamento, suas aplicações figuradas para
quatro
do Velho anos. :f: ainda
mil Testamento, o maissomente
embora modernotenha
instrumento musical
êle sobrevivido. nossos dias e sua sobrevivência até hoje, tornam o estudo do
Dizem ser também o menor de todos os instrumentos. "shophar" importante e interessante.
"ESTE CANTICO" 49

"Este Cântico" apresenta Deus como um Pai fiel a, Seus


CAPíTULO 7 l'ilhos em Israel, os quais freqüentemente se voltavam aos Idolos.
Como disciplina, Deus permitiu então que a fome, a esp~da e
C()l)(luistadores inimigos os .importunassem. D~us batalhara por
Seu obediente e arrependIdo povo, Israel:, v~gan?o-~ ,de. seus
udversários. Como epílogo declara:_ :Ele tera mIsencordla da
"Êste SlIa terra e do Seu povo." Deut. 32:43.
"Este Cântico" é de caráter solene. Grande parte dêle é uma
Cântico" lI11vertência. A figura do amor de Deus como a chuva sôbre
li tenra erva, mais tarde inspirou outros compositores. Dudley
BlIck o parafraseia:
ÊLE VIRA A TI

Y
{íJ)OUCO antes
no tôpo do da misteriosa
Monte morte depor
Nebo, encoberto
nuvem, Deus o inspirou mais uma vez como cantor. A grande
Moisés
uma ~ . le vi - rá a ti, Oual chu·va que na rei· va cai.

ode que êle compôs é agora um cântico sem notas. Poae ter Posteriormente em "Este Cântico" outro símbolo foi in-
sido cantado acompanhado por uma "melodia familiar," cómo
Clarke sugere. Nós sabemos que foi cantado por centenas de troduzido,
tinham, semmostrando propriamente
dúvida, observado o cuidado ademajestosa
freqüentemente ~eus. 1,'0d?s
agu~a
gerações. Em milhares de lares judeus as palavras foram me- ensinando e cuidando de seus filhotes. Usando a pequena ágUIa
morizadas; os sacerdotes as entoavam em centenas de leituras "01110 símbolo de Israel, Moisés cantou:
da lei nos jubileus. Quer murmurada, lida ou cantada, sua
cadência poética lhe confere com muito acêrto o título: "Este "Como a águia desperta o seu ninho,
Cântico." se morveJ sôbre seus filhos,
Os primeiros trinta capítulos do livro de Deuteronômio con- estende as suas aJsas,toma-os e os leva s6bre as suas asas,
assim s6 o Senhor o guiou." Deut. 32: 11 e 12.
sistem na recapitulação final da lei feita por Moisés, em apenas
um dia. Então, depois de apresentar Josué como seu sucessor,
O mais significativo símbolo em "Este Cântico" é a Rocha
Moisés escreveu ".:Este Cântico" e a bênção que se seguiu, como
I'epresentando Deus e Cristo em fôrça e duração. .:Este símbolo
seu último é usado vez após vez:
também um legado
resumo dede despedida ao povo.
tôdas as coisas que o".:Este Cântico" Asé
precederam:
bênçãos da obediência e as maldições da desobediência. Eis "me é a Rocha cuja obra é perfeita." Verso 4.
por que se relaciona tão de perto com a própria lei.
". .. e deixou a Deus que o féz,
"E veio Moisés e falou tôdas as palavras dêste cântico aos
ouvidos do povo." Deut. 32:44. "Assim Moisés escreveu êste e desprezou a Rocha de sua salvação." Verso 15.
cântico naquele dia, e o ensinou aos filhos de Israel." Deut. Em oposição, falsos deuses são simbolizados por sua "rocha."
31 :22. Desde então, as gerações posteriores o deveriam ensinar 'em sido dito que esta antítese contrastante se refere aos deuses
'.1
a seus filhos. IIssírios.
(48) 4
50 MúSICA EM MINHA BíBLIA "ESTE CANTICO" 51

"Onde estão os seus deuses, Este título inspirou Wesley e T oplady a escrever um hino
a rocha em quem confiavam?" Verso 37. 'llIC !em sido incluído em mais coleções e cantado mais que
Mais tarde, alguns devotos transmitiram "Este Cântico" e sua '~lIlIl(lllCroutro
I Hocl1a Eterna:" na língua inglê~a por mais de duzentos anos:
simbólica Rocha a seus filhos. Ao estar Ana orando, ela previu
os ensinamentos que ministraria a seu filho Samuel: "Não há . ROCHA ETERNA
Rocha como o nosso Deus." I Sam. 2:2. IsaÍas prenunciou a
Cristo quando cantou o eco de "Este Cântico:" ... "O Senhor
Deus é uma Rocha eterna." IsaÍas 26:4. "Este Cântico" foi, L.~e:~
~~__ \. Toplady
Rocha e - ter- na meu Se . nhor, Quero em Ti me re-tu - giar.
sem dúvida, gravado na mente de Paulo em sua juventude. me "l'\st'C C'an t'ICO,"d e M'"OIses, e
foi mais tarde inspirado a acrescentar à divina interpretação: uma exa Ita da ode de ana Iogias
"E beberam todos duma mesma bebida espiritual, porque bebiam c' ~)('1l1balançadas frases de metáforas e exortações. Mesmo
da pedra espiritual que os seguia, e a Pedra era Cristo." I Cor. 11 111,é. sole~e. I~elsohn afirma que não sendo alegre em seu
IlS I

10:4. IC'IlI:I,nao fOI escnto como outros poemas na Bíblia. Em lugar


dll ('()(lllll11forma de verso "tronco e tijolo" no oriO'inal hebraico
The Jewish Songbook, "um legado dedicado a seu povo" por I,111Il:~Ssao
- . dI'
es~ntas em ,~as co ~nas retas e paralelas, cha-
b ,
Abraão Idelsohn, foi publicado neste país (USA) em 1951. ilK

Encontra-se neste livro uma melodia tradicional dos judeus: 11I1I(h~stronco sobre tronco. - Jewtsh Music, pág. 50.
(,Imkc declara que foi escrita em curtas meias-linhas para
"Rocha Eterna," baseada em antigas melodias. O texto é um
IIlOS!rar (lue é poesia. Josefo se refere a êle como um "cântico
poema hebraico do décimo quarto século, "Mardoqueu." A
pO"1Ít'o,': c?m~ pode ser demonstrado pelo seguinte: "Depois
versão alemã e de "I"to IdIstnbUIção das bênçãos e maldições na assembléia con-
M. Jastrow G. Leopold.
GottheI1.Stein foi traduzida
O que para o ainglês
segue é apenas por
melodia,
embora esteja harmonizada com acompanhamento no livro: 11111111
,l~OSjudeus], êle [Moisés] leu para êles um cân tico poético,
clllr composto
I vro 1ms:!grado; em verso
continha uma hexâmetro, e deixou-o
predição do para êles
que ocorreria no
no fu-
ROCHA ETERNA
Tradicional Hebreu 1111'0, " Da mesma forma, êle entregou êstes livros aos sacer-
dOlc's, COl11a arca, dentro da qual colocou também os Dez
MlIl1d:!lllcntos, escritos em duas tábuas." - The Antiquities of
I ~~&(~
~~~~ . ,/", J"lVS, h. 4, capo 8, par. 44.
"nslc Cântico" deve ter sido colocadO' aO' ladO', se não den-

1@J1_
Rocha eter·na,a ti louvor, Por Teu poder que sal • va, ts

11'0, d:! o:!rra


('olol':!i sagrada.
ao lado LemO's:
da arca "Tomai do
do concêrto livro ,devosso
êste Eterno Deus e,
cânticos
Plll'I\ 1I11Cpossa lá permanecer como uma testemunha contra
nos-sa pro-te - çe'io do mal, ts nos-sa tôr - re for te. De - VI"K todos," Deut. 31 :26 (Moffatt).
Na Illaioria das versões, "Este Cântico" no versÍculo acima

I'~&~ " Il'IId uzi(lo "esta lei." [N ota: "livro da lei" na tradução Al-
1ll141dn,I Pcake em seu Commentary, pág. 242, refere~se a êste

t$i\_
mônios nos as - sus-tam Eo mal nos as . sal ta.

POI1II1, Al'irma que e proeminentes


Stlll'rk, Stcuernagel estudiosos
Bertholet, alemães hebreusde como
ou judeus vasto
l'Ollht'l'illlcnto, que traduziram as escrituras de fontes originais,
Teu poder nos fêz ven-cer Ao fa-Ihar nos-sa fôr ça. Il'IIdllZl'1ll() têrmo como "Este Cântico" no versÍculO' mencionado.
52 MÚSICA EM MINHA BlBLIA "bSTE CÂNTICO" 53

Dêst~ modo, ":Este Cântico" foi considerado de importância ~l:esar d~ não ter sido redigida por muitos séculos, uma
secundána apenas em relaçãa aos Dez Mandamentüs. Foi cülocado Il'llllJçao SurgIU de como esta leitura musical deveria ser feita.
"aa lado da arca" ou mesmO'pOSSIvelmentedentro dela. Na verdade, Ilavia diferentes tr~dições para ~. Pentateuco, bem como para
outros objetos, além das tábuas da lei, lá estiveram, pelo menos III~lIl11aSoutras Escnturas, apropnadas para serem lidas em pÍl-
temporàriamente. "Mais tarde, um pote com O'maná, a vara de hlt,l'O: Por centenas de anos não. havia notação musical, mas
t'Xlstm outro método: pela tradi,Ção, êstes cantos foram pre-
Arão que florescera
arca. (:Exo. e o livro
16:34; NÍlm. da lei
17: 10; füram
Deut. colocados
31 :26; Heb. ao
9:4),ladO' da
mas, ~t~~'vados.'.'P:- entonação bíblica preservada na memória do povo,
101 transmItIda oralmente de geração a geração, Contudo, uma
têm-se a impressão que foram removidos durante os tempos de
confusão (I Reis 8:9)." - John D. Davis, The Westminster It'lltat.iva foi feita nos primeiros séculos para encontrar uma
Dictionary of the Bible, pág. 41. 1I1111ll'IIa pela ,qual estas entonações pudessem ser preservadas."
":Este Cântico," deveria ter também um lugar mais per- Idelsohn, pago 67.
manente do que na arca sagrada - nos corações e mentes de I:,st.as tradições,. tão bem preservadas pelos judeus que re-
tôdas as gerações posteriores. Embora tenha sidO' lido ou can- vl'rCnC!(~vama ~scntura e o c:anto, foram conservadas particular-
tado e ensaiado cada sétima ano em assembléia geral, foi a 1I11'I~tC ~ncontamma.das de inf!uências externas das congregações
hll,hdtlI~!CaS,pelos Judeus sefardicos, os estabelecidos em países
memorização e constantee repetição
mente na imaginaçãa consciênciano düs
lar fiéis,
que opois
fixouno segura-
Israel Ol'll'ntms, Alguns fundadores destas congregações estavam entre
ON judeus levados cativos para a Babilônia.
antigo os pais eram os professôres dos filhos, e ":Este Cântico"
foi um dos compêndios. Mais tarde, nos primeiros séculos de nossa era cristã, algu-
"Ordenou-se ao povO' que confiasse à memória esta história IIIIISmarcas foram introduzidas para ajudar os líderes ou diri-
~t'lIll's a conhecer como a canto deveria ser executado. Havia
poética, e a ensinasse a seus filhos, e filhos de seus filhos.
Illllrcas ele ~árias espécie~, ou caracteres colocados sôbre as pa-
Deveria ser cantada pela congregaçãa quando se reunia para IlIvrns l~ebraIcas elas E~cnturas para dar ao dirigente uma noção
a culto, e ser repetida povO'
pela dos aO' gravar
saírem estas
êles palavras
para o seu dos vános sons, melodIas e inflexões. Primeiro, as marcas foram
labor quotidiano. Era dever pais na
mente sensível de seus filhos, de tal maneira que nunca pu- PO~I~'~~Se simples, in~icand.o apenas quando de~eria a voz ele-
dessem ser esquecidas." - Ellen G. White, Patriarcas e Profetas VIIIse, q~ando devena baIxar e quando devena parar. :Estes,
A

(2.a ed.), pág. 494. C'J'llI11mUltas vezes acompanhados ele certos movimentos cha-
A f~rma da canto d~ ":Este Cântico," cünduz-nos ao tópico 1111\(\1,)$
:'sinais manuais." Com o correr do tempo, as notações
da cantIlena, ou ao antIgo costume de cantar muitas porções C111~I11msse tornaram mais. numerosos e mais complicados. :Eles
das Escrituras. :Este assunto será debatido mais detalhadamente Indicavam o tom, a melodIa e a dinâmica (maior ou menor in-
IC'nsidacle do som), bem como os valôres. Estes sinais foram
no capítulo vinte, ao tratarmos da trabalho de Esdras. 11I1I1h6111 chamados "acentos."
Imaginai o cansaça físico que se seguiria às longas horas
de leitura, mesmo que fôsse entremeada de exaltada poesia! As porções ?as Escrituras: que deveriam ser lidas em pÍl-
Um auxílio era necessário para manter o interêsse e a atenção. hllm, eram prOVIdas de melodIas ou motivos. As melodias usadas
Os judeus, que amavam a beleza e o ritmo, lançaram mão da
mÍlsica. Faziam sua leitura musicada. "Esta leitura musicada p"l'll o Pentateuco,
1I1l'1l1ac,~ões por exemplo,
ou dos Salmos. eramgeral,
Em sentido diferentes elas de
a expressão La-
"Modo
I't'lll11teuco" se refere a êstes motivos. Em sentido específico
foi ~nt~oduzida.
a B!blIa devena para
ser ~espertar o, i~terêsse.
lIda em publIco Talmude dizpelos
e ser Ocampreendida que 0, ",Mod~)Pentateuco"} a ~scala us~da neste grupo de motivos:
ouvintes em doce e musical melodia." - Idelsohn, Jewish Music, r" It!{\ntlco ao modo Dónco-Grego e está mais próximo, em
pág. 35. Ml'IIII1TICnto,à nossa escala menor que à maior.

li
54 MúSICA EM MINHA BíBLIA

Certas características desta antiga canção ou cântico judaico


oriental devem ser guardadas em mente. Não há ritmo fixo, e CAPíTULO 8
não há harmonia deliberada. A melodia é o principal, sempre
dentro dos limites de um motivo deliberado, comumente dentro
de um limite de seis tons.
Naturalmente, a habilidade e imaginação individuais pode-
riam ser usadas para burilar e decorar cada melodia, executando Um
ornamentos e apogiaturas. Nas congregações orientais ou sefár-
dicas, um tom,
ocidentais meio emesmo
europeus, um quarto de tomantigos,
os mais são usados. Nos grupos
chamados ashke- Alegre
nazins, sàmente o tom e meio tom são encontrados. Outro ponto
a ser relembrado no canto oriental é que quando as notas são Ruído
repetidas numa mesma sílaba, não são ligadas, mas o cantor
produz uma vibrante repetição de cada nota em aprêço.
Embora nenhum exemplo da verdadeira música para can-
tar "Este Cântico" tenha sobrevivido, uma frase curta de outra
parte do Pentateuco, Exodo 18, dará alguma idéia do tipo:

MELODIA PARA O PENTATEUCO


"/I)
~ELEBMI com júbilo ao Senhor" [fazei um
alegre ruído ao Senhor, diz a versão em in-
Babilônia Klês], ordena o Salmo 100. Entre os melhores instrumentos
pnra fazer alegre ruído está o gruf,0 dos instrumentos de per-
l'llssão, incluindo o tambor "toph' já mencionado, e o mais
1@7,l, ~
. . hnrulhento, o címbalo. Os címbalos são mencionados na Bíblia
L A
l'O11l0sendo usados na música para serviços religiosos.
O rei Davi, o mais dotado de todos os músicos do Velho
'J'l'stmnento, fêz e tocou muitas espécies de instrumentos mu-
I@z",~
r •
Ilicnis. me se rejubilava com os grandiosos efeitos dos conjuntos
dl~ instrumentos de sôpro, corda e percussão. Os címbalos eram
"Este Cântico," então, de acôrdo com o relatório de Deu- l'lll'ontrados entre êles nas ocasiões de procissões sacras e na
teronômio 32, deveria estar sempre ante o povo, jovens e velhos, m(lsica primitiva do templo planejado por Davi.
quer
Deus, nos grupos foi,
a Rocha, familiares, quer nas
na verdade, congregações.
descrito O Eterno
com as palavras de Duas procissões associaram-se COm o transporte da arca. A
~,~'illlcira foi o d~ casa de ~binadabe para a de Obede-Edom.
"Este Cântico." I rês mcses depOIS a arca fOI levada para seu lugar temporário
dt~
Mnisdescanso
tarde foinatransportada
nova tenda para
instalada parade ela
o templo no Monte
Salomão. Sião.
O próprio
Dnvi, como será melhor discutido no Capítulo XII, dirigiu os
11l(lsicoslevitas, que usavam, entre outros instrumentos, "cím-
hnlos para que se fizessem ouvir levantando a voz com alegria."
I CrÔn. 15: 16.
(65)
56 MúSICA EM MINHA BíBLIA UM ALEGRE RUíDO 57

Três dirigentes musicais são mencionados em conexão com O uso de duas expressões no Salmo 150: "címbalos sono-
isto. "Os cantores Hemã, Asafe e Etã tocavam címbalos de ros" e "címbalos altissonantes," tem levado alguns a acreditar na
bronze." Verso 19. É importante considerar que Asafe e sua (~xistência de dois tipos de instrumentos. São conhecidos três
família eram chefes entre os líderes dos coros, regentes de ti p05 antigos de címbalos, como mostram as ilustrações, mas,
orquestra daquele tempo, pois Idelsohn afirma que apesar de 110 paralelismo da poesia hebraica, encontramos freqüentemen-
primitivamente na história sagrada mais címbalos serem usados, tc uma segunda expressão que é mais um refôrço da pri-
quando o serviço do templo foi inteiramente estabelecido somente
um par dêles foi usado, e pelo próprio líder. Lemos: "Notamos
que os instrumentos de percussão foram reduzidos a um címbalo,
o qual, como já mencionamos antes, não foi empregado na
música propriamente dita, mas meramente para marcar as pausas
e intervalos." - Idelsohn, Jewish Music, pág. 17.
Outra teoria, adotada por alguns, é a de que os címbalos eram
usados para marcar ou acentuar um ritmo desejado ou para
marcar o clímax na música, como ouvimos hoje em composições
orquestrais. Muitos, entretanto, concordam com Idelsohn.
Esdras e N eemias lideraram a reconstrução dos muros em
ruínas de Jerusalém depois do cativeiro, e a colocação dos ali-
cerces para a reconstrúção do templo. Quando as bases dos
muros foram assentadas, uma celebração foi instituída "nos
moldes do ritual de Davi." Os sacerdotes com trombetas e os
asafitas com címbalos, associavam-se aos cantores em louvor a

Deus.cerimônia
rosa Ao ser concluído
acompanhadao muro,
pela êste foi de
música dedicado em alaúdes
címbalos, primo-
e liras, com duas enormes procissões marchando ao redor da
cidade e encontrando-se no templo. Nesta cena de júbilo, no-
vamente os címbalos foram proeminentes; grande quantidade
dêles, ao que parece, foi usada, pois todos os filhos de Asafe
foram convocados para tocá-Ios.
O som característico dos cÍmbalos é indicado na Escritura.
Inltrumentos de percussão: (ao alto, da esquerda para a direita) sistro, clm.
Por exemplo, o magnífico salmo musical, número 150, men- bolos planos, (em baixo) clmbalo de dedo, clmbalo cÔnicos.
ciona os címbalos entre os instrumentos de louvor: "Louvai-O
com címbalos sonoros, louva i-O com cÍmbalos altissonantes." IlIcira do que uma distinção dela. Assim, "sonoros ou altis-
Sal. 150:5.
Também Paulo, usa a imagem musical em I Cor. 13: 1: "Ain- sonantes" J>odem
(it-scrição dêste simplesmente
brilhante estar acrescentando colorido à
instrumento.
da que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse A palavra "címbalo" vem do grego e significa prato ôco ou
caridade, seria como o metal que soa ou como um cÍmbalo reti- bacia. No primeiro tipo, na ilustração acima, era segurado um
nindo." [Sino que tine, na trad. Almeida]. ('m cada mão, e o executante batia um de encontro ao outro
UM ALEGRE RU1DO 59
58 MúSICA EM MINHA BíBLIA

em certos ângulos em relação ao corpo. Para produzir bom som, O uso dos címbalos nas Escrituras, desta forma, parece
êles não se colidiam diretamente, mas com um movimento des- denotar um acentuado ~.entimento de alegria nos serviços reli-
lizante. Este é ainda o método usado na execução dos cím-
balas. Seu SOm é forte e metálico, um retinido surpreendente e r giosos. autoridades,
Muitas Alguns pensam que foram
entretanto, usados
tomam para marcar
o sentido oposto. oOs
tempo.
cím-
insistente. A palavra hebraica para címbalos, "metsiltayim," é balas eram usados sàmente pelos líderes nos serviços religiosos, e
encontrada treze vêzes na Bíblia, começando no tempo do rei
Davi, e continuando até o período da restauração. Isto vem
sugerir que os címbalos foram amplamente usados por um
I seu tinido significava descanso ou cessação de som. O têrmo
"selah" pode ter algumá conexão com o uso dos címbalos como
será tratado mais tarde.
longo período de tempo em arranjos religiosos e seculares.
No segundo tipo ilustrado, os címbalos eram tocados ba-
tendo-se um ao encontro do outro em movimento vertical. Em
adição a êstes tipos, Smith afirma que havia um conjunto de
quatro em alguns tipos de címbalos, sendo dois pratos fixados
em cada mão do executante, e colididos para produzir gran-
de barulho, mais ou menos no estilo das castanholas. De
fato, pequenos discos de metal eram usados de várias maneiras.
É possível que a palavra traduzi da por "campainhas" em Za-
carias 14: 20, na realidade significasse pequenas peças redondas
de metal, como pequenos címbalos ou sininhos, tais como os

que pequenos
de enfeitam discos
os tamborins.
fixados Eles talvez dos
nas mãos fôssem da mesmacomo
executantes, espécie
na
ilustração da página anterior.
Há ainda outro tipo de címbalo chamado "Shalishim," men-
cionado nas Escrituras. Este, assemelhava-se a um chocalho.
Tinha cabo reto, com três argolas que produziam som dentro
de um caixilho reto. É mencionado sàmente uma vez na Bíblia,
e a conclusão do Dr. Stainer sôbre o assunto, corrobora a tradução
posterior de Moffatt. A referida ocasião foi aquela em que as mu-
lheres saíram a saudar Davi após a matança dos filisteus. Elas
vieram "com tamborins e danças de júbilo e címbalos [shalishim]."

I Sam. 18:6. (Trad. Moffatt para o inglês.)


lish."Há Talvez
algumaesteja
diferença de opinião
corretamente sôbre no
ilustrado a aparência do sistro.
desenho do "sha-
Os címbalos, naquele tempo como agora, eram feitos de
um metal forte. Têm sido encontrados címbalos dos tempos
antigos feitos de prata com algum estanho. A versão "King
J"ames usa a pa Iavra "Iatao -" ao d escrever o meta,I ao passo
que Moffatt e a Versão Revised Standard usam "bronze.' [A
tradução Almeida diz: "címbalos de metal.]"
"CANTICO DE D2BORA" 61

"No diatorcidos"
caminhos de Sangar[atalhos
... os- que andavam
tradução por veredas
Moffatt para o i~m ~or
mglês]
CAPíTULO 9
i
(verso 6), evitando as estradas abertas, P?r causa do mêdo. O
\ país estava rodeado de inimigos. ~s maI~ poderosos era~ os
cananeus no norte, cujo rei era JabIm e cUJo general era SIsera.
'Tinha êle novecentos carros de ferro e milhares de soldados.
Israel não os possuía:
Cântico (
"Nenhum escudo para cinco cidades!
de Nenhuma lança para os quarenta mil homens de Israel,"
Verso 8, trad. de Moffatt.
Débora Muitas tribos covardemente se recusaram a oferecer resis-
t~ncia. Débora escarnece dêles: "Rúben por sua indecisão [es-
(}uadrinhações de coração] e sua demora:
"Por que ficaste tu entre os currais
para ouvirdes os bailidos dos rebanhos?" Verso 16.
G
"'-'Jcantou Débora e Baraque. Assim começa a
grande ode de Juízes 5. Débora é a primeira
"Por que vadiastes nos apriscos das ovelhas,
com apenas um ouvido para as notas pastorais?"
grande profetisa mencionada na Bíblia depois de Miriã. Ela Trad. Moffatt, verso 16.
viveu nos dias dos juízes. A maioria dêstes líderes fôra impo- Dã "se deteve em navios" (verso 17), mas,
tente para condenar a decadência moral no meio do povo, e o
. d d I' "é" 1 dI" "Marchou para fora do povo do Eterno,"
pengo os amãe
versanos externos Verso
at 7.
que,Era eela
a possuidora
ec ara: me Trad. Moffatt, verso 13.
levantei por entre Israel." de
grandes dons intelectuais, muito talentosa em música e poesia. :Estes incluíam Manassés, Zebulom, Issacar e Naftali.
Possuía intensa coragem. Era alguém que podia suscitar ação. Débora respondeu ao chamado de Deus para ser um~ líder,
Além disso, mulher muito piedosa, pois reconhecia que seu
poder vinha de Deus, a quem glorificava. com a missão de profetisa .e )uíza, para uma nação dIsp~;sa,
Tais traços eram necessários num líder para aquêle tempo. covarde e medrosa. Ela haVIa Instalado seu 1 quartel-general de-
haixo das palmeiras de Débora, entre Rama e Betel, ?as mon-
Aproximadamente dois séculos se haviam passado desde que Miriã
dirigira as mulheres no cântico do Mar Vermelho. Moisés e tanhas de Efraim (Juí. 4:5), quase no centro do paIS. Com-
preendendo a necessidade de uma resistência armada. co~tra a
Arão tinham morrido, bem como Josué e Eúde. O povo, quase ameaça de invasão do norte pelos cananeus sob a dueçao de
completamente destituído de fé, recusava-se a ouvir os bons juí- Sísera, ela, dirigida por D~us, mando~ ch~n:ar Baraque para
zes. Os tempos eram difíceis. Era estranho, na verdade, que ser seu general. Ela lhe dIsse onde Slsera ma encontrá-lo em
a música e a poesia, bem como canhecimentos militares, tives- batalha e que êle, Baraque, iria vencer.
sem sido dados a uma mulher numa tal terra e num tal século!
"Se fores comigo irei," disse Baraque.
O grande histariador musical Fetis assinala que êsse período "Certamente irei contigo," prometeu Débora, "porém não
"foi o tempo menos favorável para o cultivo das artes." Havia será tua honra pelo caminha que levas, pois à mão de uma
temor por tôda parte. Illulher o Senhor venderá a Sísera." Verso 9.
(60)

1
62 MúSICA EM MINHA BlBLIA "CANTIca DE D:f:BORA" 63

Esta foi a primeira indicação de que as mulheres desem- "Água pediu êle, leite lhe deu elal
penhariam um papel importante nos eventos celebrados pelo em taça de príncipes lhe ofereceu manteiga."
[Coalhada na trad. Moffatt] Verso 25.
"Cântico de Débora." Elas, quebrando o costume comum, saí-
ram da reclusão dos lares orientais. Era um tempo desesperador Pedindo a Jael que mentisse aos seus perseguidores a respeito
e desesperadas medidas foram tomadas.
A batalha foi travada depois que os fiéis de Israel se haviam de sua presença,Nocaiu
misericordiosa. num das
decurso profundo sono.mudanças
freqüentes Foi umaresultantes
anestesia
encontrado no Monte Tabor, ao norte. Então Deus enviou da vida nômade de sua família, esta resoluta mulher não apenas
as fôrças da Natureza para destruir as poderosas fôrças de SÍsera.
Como no Sinai- dirigira
ajudara aa fincar
armação das tendas,
as pesadas estacasmas ela própria
da tenda muitas Agora,
com o malho. vêzes
A terra estremeceu, A terra foi sacudida, com a mão prática, ela imediatamente liquidou SÍsera.
os céus gotejaram, os céus estremeceram, "A estaca estendeu a sua mão esquerda,
As nuvens gotejaram águas, As nuvens destilaram água, ao maço dos trabalhadores a sua direita:
Os montes se dermteram. As montanhas jorraram. Entre os seus pés se encurvou, e caiu ...
(trad. Almeida) (Trad. Moffatt - inglês) Onde se curvou ali ficou abatido." Versos 26 e 27.
Da mesma maneira, durante a batalha dirigida por Baraque: Então uma terceira mulher faz sua entrada na ode. f: a
Até as estréIas desde os lugares dos seus cursos,
pelejaram contra Sísera.
, mãe de Sísera, cercada por suas servas. Débora imagina-a olhando
através da janela:
O ribeiro de Quisom os arrastou,
"Por que tarda em vir o seu carro?" Verso 28.
aquéle .antigo ribeiro, o ribeiro de Quisom.
Trad. Almeida, Juízes 5:4, 20 e 21. Ainda outras mulheres, as esperadas cativas hebréias, são
Até as estréIas no céu combatiam, mencionadas pela mulher musicista e poetisa, nas palavras da
Combatiam Sísera de suas órbitas; mãe de Sísera:
A torrente de Quisom arrastou seus adversários, "Porventura não achariam e repartiriam despojos? ., .. .. ..
A torrernte de Quisom em suas faces! uma ou duas môças a cada homem?" Verso 30.
(Louva, minha alma, o poder do Eterno!)
(T rad. Moffa tt - inglês) O fim se aproxima ràpidamente. Então as linhas finais da
oele do livramento:
Os carros atolaram-se. Os cavalos empinaram, tomaram-se
"Assim ó Senhor, pereçam os Teus inimigosl
indomáveis. Matavam-se
versários. Os relâmpagos
uns eaosa chuva
outros. doOssulisraelitas,
cegaram com
os ad-a Porém, os que Te amam sejam como o Sol quando sai
tempestade pelas costas, viam claramente. na sua fôrça!" Verso 31.
"Então socavam os cascos dos cavalos, O "Cântico de Débora," um dos mais antigos fragmentos
Enquanto os guerreiros galop'avamem fuga." Verso 22, Moffatt. restantes da literatura hebraica, é classificado entre as mais lindas
Logo todos os adversários foram mortos - todos menos Sísera. odes do mundo, as quais são, podemos relembrar, poemas es-
:Ele escapou correndo em direção ao sul, para Quedes. critos para serem cantados. De fato, no início é declarado: "E
Neste ponto, outra mulher, Jael, é apresentada. Seu marido cantou Débora e Baraque... naquele mesmo dia." Apesar
de sua autoria ser muito discutida, há evidências de que a própria
eanterior
o rei Sísera
SÍsera eram
estivera em seuf: lar
amigos. provável
e fôra que
bem em alguma ocasião
recebido. Débora escreveu o "Cântico" e de que êle é muito antigo. A
64 MúSICA EM MINHA BíBLIA "CANTICO DE DB.BORA" 65

forma arcaica feminina da segunda pessoa é encontrada no ori- com acompanhamento musicaL" Desta maneira, os instrumentos
ginal hebraico assim traduzido: "Desperta, 6 Débora!" Verso 12. podiam ter sido empregados também.
O "C'antrco
. d e Déb ora, "d a mesma maneIra
. que o "C'an- Um orat6rio poderia bem ser composto em tômo dêste tema,
tico do Mar," é uma prova de que as mulheres hebréias de usando-se as pr6prias palavras do "Cântico." Em tal composição
então possuíam uma alta posição na sociedade daquele tempo,
em contraste com períodos posteriores, ou com a de outras o soprano seria Débora,
baixo Sísera. O côroo contralto
de mulheresJael, discorreria
o tenor Baraque,
sôbre eo
mulheres orientais em qualquer período. caráter de Débora, a bravura de Jael e as palavras da mãe de
Agora, surgem algumas perguntas. Como era a música do Sísera e das servas. Um côro masculino mostraria o caráter de
"Cântico de Débora?" Qual a sua melodia? Qual o seu plano? Baraque, a petulância e mais tarde a covardia de Sísera, e os
O "Cântico de Débora" é antigo, porque foi, na realidade, vários traços da disposição e indisposição dos homens da tribo;
composto imediatamente depois da vit6ria, e foi cantado por cantariam ainda a respeito das divisões antecipadas dos despojos
de Sísera. Um côro completo de oito partes cantaria:
Débora e Baraque
uníssonas. Da mesmacomo dueto,
maneira que com solo responsivo
no "Cântico do Mar," ea partes
forma
"Assim, ó Senhor, pereçam todos os Teus inimigos!
do arranjo musical deve ser deduzida das linhas do poema. A Porém, os que Te amam, sejam como o Sol quando sai na
sua fôrça!" Verso 31.
ap6strofe
as fôrças inicial a Deus ebem
da Natureza, as referências à Sua Onipotência
como a quadra final, foram sôbre
pro-
vàvelmente cantadas por um côro de sacerdotes na celebração Haendel escreveu um orat6rio intitulado Débora, em 1733.
do Monte Tabor.
Entre os números corais devia haver estribilhos com ex- Seu livreto foi baseado na hist6ria dos Juízes, mas não usava o
texto real das Escrituras. Parece não possuir o espírito da pri-
clamações como:
mitiva e rude música hebraica, pois seu alcance excede em
"Louvai ao Eterno!" muito o da música dessa idade primitiva.
(Louvai ao poder do Eterno, minha alma/) Foi mostrado que o "Cântico de Débora" é outra violenta
Versos 9 e 21, Moffatt.
canção guerreira de caráter her6ico. Contém também passagens
líricas. f: um hino de louvor ao Deus libertador.
A forma equilibrada do poema o toma apropriado para o
cântico antifônico. Baraque cantaria: Débora escreveu como ela atuou, sob inspiração divina. Sua
"Desperta, 6 Débora, crença de que fôra divinamente chamada foi compartilhada
desperta, desperta, com teu grito de guerra!" nfio sàmente por Baraque, mas por todo o povo que se reunia
Verso 12, Moffatt. para suas convocações. Eles "sentiam que a sua sagacidade e
espírito tão vivo e intrépido deveriam ser dádivas de Jeová; foi
Ao que Débora replicaria:
aW..inspiração
Robertson do Todo-poderoso
Nicoll, que lhe Bible,
ed., The Expositor's deu entendimento."-
VoI. 1, pág. 176.
"Levantarte, ó Baraque, filho de Abinoão,
e captura os que te capturavam!" Verso 12, Moffatt. De fato, Débora merecia compartilhar com Baraque um
Estudando todo o cântico em juízes 5, nota-se que êle poderia lugar no chamado rol dos her6is da fé mencionados por Paulo.
fàcilmente ser dividido em coros, solos e duetos. As partes I)l~bora e Baraque celebraram com cântico a grande vit6ria,
corais, pelo menos, foram cantadas acompanhadas por uma me- (jnando, pelo poder
( os estranhos." de Deus,
Hebreus 11: 34."puseram em fugida os exércitos
lodia familiar. Seu equilíbrio faz sentir um ritmo quatemário.
O significado da palavra original "cantar," no verso 3, é "cantar "E cantO'u Débora e Baraque."
1
I
i

ESTUDO DE MúSICA EM 1050 A. C. 67

lIl'rl~scentados a outras matérias no aprendizado de Samuel du-


CAPITULO 10 I'II/lle seu próprio período de educação, e êle os teria transmitido
IIIISjovens reunidos ao. seu redor, pois é evidente que Samuel
t'1'll.um professor, um. Juiz e um profeta. As escolas foram pri-
1I1t'Iramente estabelecldas em Rama e Quiriate-Jearim, e mais
Estudo llll'dt! em Betel, Jericó e Gilgal. Nelas eram ensinadas, além
dc' I1ti~idades industriais, a lei, ~ história sagrada, a música e
de Música li, poesia. , Os estudantes eram ensmados a orar e a responder ao
1,',Npfl'ilO de Deus.
"[ntelectos santificados tiravam do tesouro de Deus coisas
em 1050 A. C. 1I0YI1S e velhas, e o Espírito de Deus se manifestava na profecia
" 110dntico sagrado.
")' .
'. 'azia-se com que a música servisse a um santo propósito,
11 I ~"1 de erguer os pensamentos àquilo que é puro, para
nobrecome
"dll il'an tee despertar na alma devoção e gratidão
Dt'IIS." - Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, pág. 637.
"tntão virás ao outeiro de Deus ... e há de (). t~rmo "profe.tizando" é amplo, incluindo não apenas a
ser que, entrando ali na cidade, encontrarás l'III11Il'Jd~dede ~~edlzer os eventos futuros, mas também poder
um rancho de profetas .. , e trazem diante de si saltérios, e tam- 111\Ol'll~'aoe hablhda~e para usar a música, se não sempre fazê-Ia.
bores, e flautas, e harpas, e profetizarão." I Sam. 10:5. Estas Os lalcntosos levItas na, escolas dos profetas, entre os quais
palavras de Samuel a Saul mostram as estreitas relações entre t'lllllVI1] lemã, tornaram-se hábeis na música. Seu ardor e de-
a música e a inspiração, e nos relembram que os estudantes nas yo~'NIIl~raJ11famosos e contagiantes. Todos os que conviviam com
escolas
I •
dos profetas davam considerável atenção ao estudo da c'lt'N, IllC:1110por pouco tempo, adquiriam seu espírito. Saul,
mUSlca.
10/0(0II p(~s ter sido I ungido, e anos mais tarde os mensageiros
Num dos grupos posteriores de filhos dos profetas estava
incluído Hemã, o próprio neto de Samuel, que se tomou um I'jUt' c'nYIl~ua Ra.ma para capt,urarem
1I11lt'nlclI11presslOnadospor a Davi,
estes esdudantes foram
que setãouniram
profun-a
dos três diretores principais da música coral e instrumental no c\lrll para profetizar. Assim, os formados por estas escolas tor-
templo. É interessante notar o preparo que Hemã e outros mll'l1mse profetas e músicos, e foram líderes em Israel. Hemã,
músicos tinham nesses tempos primitivos. As escolas foram Ilrlo dt, Samuel, foi um dos três diretores-chefes da música do
inauguradas por Samuel, que reuniu grupos de jovens piedosos, hlbt'l'Il1kulo e do templo, e seus filhos continuaram o ministério
IIIlINll'lIl.
inteligentes
de liderança e em
estudiosos,
Israel. que deviam ser treinados para posições "11.l~a~i, j~ntam~nte com os capitães do exército, separou
O próprio Samuel inaugurou sua aprendizagem no templo 1'11111
li Illllusténo os fIlhos de Asafe, e de Hemã, e de Jedutum,
de Silo, o anos.
trezentos velho Aqui
tabernáculo que fôra dos
Eli, à maneira fixado naquele local
verdadeiros havia
sacerdotes CI'~II,pl'Ol'ctizarem
11"1'11 '21: l. com harpas, COm alaúdes, e com saltérios." I
judeus de todos os tempos, conservou vivos os conhecimentos t\ palavra traduzida aqui por "harpa," ou na versão King
"I
J ,UIIC'NSllt'no, é'" e "éb n e.I" P arece ter SI'd o uma h arpa maior,
e tradições
Moisés dos tempos
tão bem recebera idos. Os conhecimentos
de Deus musicaisforam
e das escolas egípcias, que
hllo fo, maior que o "kinnor." Talvez não fôsse tãO' t:lorande
(66)
68 MúSICA EM MINHA BtELIA
ESTUDO DE MúSICA EM 1050 A. C. 69

quanto a harpa moderna para concêrto, pois parece que podia


ser levada de um a outro lugar com razoável facilidade. De- () "nébel" foi usado por estudantes de música e por mUSl-
duz-se do próprio significado da palavra "nébel," que êste tipo ('os do templo durante o tempo de Davi e Salomão. Através
dI' lodos os escritos do Velho Testamento, encontram-se refe-
de harpa devia ter lados arredondados no ângulo oposto à I'l'lll'ias ocasionais a esta harpa, tanto em associações seculares
hipotenusa do instrumneto triangular. Não sendo, pois, com-
pletamente circundada por uma moldura. Um dos lados era 1'01110nas sagradas. E óbvio que, como um dos três líderes
aberto. Assim, evidentemente era instrumento com corpo so- 1Illlsil'ais da idade de ouro da primitiva música do templo, nosso
noro limitado ou nulo. ('studantc de música, Hemã, o conhecesse profundamente tam-
iJ(·Ill.
Quando Saul encontrou o grupo de jovens profetas, aos
qll:lÍs se uniu em profetizar, um dos instrumentos que viu foi o
IlIllliJorim [tambor na trad. Almeida - "tabret" na Versão King
./1I1ll1'S
I ou "toph," já detalhadamente descrito. Apesar de serem
usados tambores triangulares ou quadrados, êsse tipo era um

IIilllPlcs tambor
l'slÍl'ada, pequeno, redondo,
scm possibilidade com urnapara
de ser ajustado pele mudança
firmemente
de
10111,como nos modernos tímpanos. O "toph" era usado para
Harpa eglpcia, provàve!mente muito pa-
recida com o nébel das Escrituras. 1I1'('lltuardos
('lltlll1tes o ritmo do cântico
instrumcntos ou talvez
de corda e de como
sôpro. guia paraos os
Desde exe-
tempos
plIssllllos fôra usado como acompanhamento de melodias, para
1l11II'l'aros andamentos. Poucas procissões religiosas realizavam-se
M'1llacompanhamento da batida de um ou mais dêsses tambores.
S:lld também viu entre os estudantes urna flauta, o "charlil."
( :,,(1 SI'quc êsse instrumento se assemelhava ao oboé ou clarineta,

Stainer estudou a etmologia de "nébel," chegando à palavra plIl'II possuía


"'tis Illudançauma palhetaO na
de tom. somembocadu:a.
era estndente,Havia perfurações
agudo e pene-
que significa "vaso arredondado" ou "cantil de couro." Se esta I 11111 li'. O instrumento moderno a que mais se assemelha é o
derivação fôr verdadeira, o instrumento teria tido uma armação
"iJoto, Ulll
1'I111lla dos mais
l'altasscm antigos
alguns instrumentos,
ou muitos ainda
dos seus que à antiga
aperfeiçoamentos.
ôca. ]osefo diz que o "nébel" possuía doze cordas. Alguns
afirmam que o "nébel-azor" tinha dez cordas, pois "azar" sig-
M uIIss1'lllclhavam
"t' itllS au toric1ades
aosadmitem
"zamr" que os hebreus
dos árabes, aqui tinham oboés que
ilustrados.
nifica dez. No entanto, algumas ilustrações mostram até vinte
cordas.
O "nébel" tinha som profundo e pesado, pois suas cordas
eram longas. Formava o fundamento para o som de outros

... ...
instrumentos, assim corno o faz o diapasão profundo do órgão ou

os pesadosdavam
"nébeis" sons os
básicos do contrabaixo
sons básicos da orquestra
dos acordes, ou os sonsdedohoje. Os
cântico,
uma oitava ou mais, abaixo. Seu som pode ter servido de base
., ' •
para o,; temas executados em outros instrumentos. Zamr ou oboé árabe.
70 MúSICA EM MINHA BíBLIA ESTUDO DE MúSICA EM 1050 A. C. 71

A lista completa dos instrumentos que o jovem Saul viu, "Considerando que a vocação dos levitas era ocuparem-se
incluía também o "kinnor" que foi discutido detalhadamente du parte musical dos serviços religiosos, e que evidentemente
em capítulos anteriores. As repetidas referências a êste pequeno tinham êles bastante tempo para o cultivo da música, parece
tipo de harpa, mostram que foi de uso comum nos tempos do nltnmcnte provável que tenham estudado esta arte tanto cien-
Velho Testamento. Havia variações de tamanho e aspecto: Ilrka como pràticamente. Podemos, portanto, supor que os
algumas eram quadradas, outras triangulares. O terceiro lado lwhrcus possuíssem tratados escritos sôbre teoria da música,

desta harpa era


instrumento era aberto, nas harpas
muito popular entreeleastrês lados.cultas
classes Este depequeno
Israel. hl'lll como
IlILIska instituiçõese vocal.
instrumental para a Eles
prática dos diferentes
possuíam, segundo ramos da
a Bíblia
Novamente, encontramos uma divergência de opinião quanto IlIt'IH.:iona, escolas de profetas em vários lugares, nas quais a
ao número de cordas encontradas no "kinnor." Fetis acreditava IlILIska parece ter sido ensinada sistemàticamente." - Engel, Mu-
haver nove cordas. Jebb declara haver oito. Josefo afirma serem ,~Ic of The Most Ancient Nations, págs. 322 e 323.
dez. Todos concordam, entretanto, que as cordas eram feitas de Alguns estudantes nas escolas dos profetas, assim como He-
tripa de camelo. IlIn, rcalmente se especializaram em música. Sua instrução era
llI'ientada a fim de incluir certa habilidade em instrumentos de
O som era suave, doce, lírico, macio e um tanto agudo. O
"kinnor" era feito primeiramente de pinho como o "nébel." Mais l'ordn, ele sôpro e percussão.
tarde o "kinnor" foi construído de "almug," uma espécie de A instrução coral não foi negligenciada tampouco, e isso
sândalo vermelho da India. vr-rC11l0Smais amplamente em capítulo futuro. Os que pos-
A perfeição na execução de todos êstes instrumentos ou IIl1íU11l boa voz foram instruídos no canto, pois, havia muitos
mesmo a familiaridade COm êles, requeria grande versatilidade. l'llnlorcs no tabernáculo de Davi e nos serviços do templo de
Podemos imaginar o efeito tocante e impressionante. O "nébel" Snlo1l1ão. Não é irrazoável supor que seus cânticos incluíssem
executava o tom grave inicial das cordas ou do uníssono. O nlKlIns dos já discutidos por nós. Poderiam êstes jovens profetas
"toph" marcava o andamento. O "chalil" executava a melodia IWlOraro "Cântico do Mar," "Cântico de Miriã," "Este Cântico"
t1 () "Cântico de Débora e Baraque"? Deveria existir também
com o "kinnor" em uníssono ou talvez numa têrça abaixo ou
1I1l1Uvasta coleção de cânticos baseados em melodias folclóricas
acima, ainda que a harmonia como tal fôsse desconhecida. Com
Oll cantigas.
vários instrumentos
questral e agradável.em Embora
cada grupo,
Engelo não
efeitoveja
podia ser para
razão quase crer
or- A música começou a ter sua forma própria por volta de
IOíO A. C.
que a teoria da música não estivesse avançada, a maioria das
autoridades acreditam que a música era tôda ou dobrada em
oitavas, ou em uníssono. O efeito podia não ser semelhante ao
nosso, mas teria sido impressionante e indutivo à profetização.
Engel afirma que a escala pentatônica era a base da música
daquele tempo, podendo ser comparada aos sons encontrados
em nossa escala de Do M, e de Do, Ré, Mi, Sol, e Lá com a oi-
tava de Do. E quase uma escala completa, uma escala parcial,
executada pela têrça menor entre o terceiro e quatro graus da
escala. Música forte e suplicante, podia ser produzida nesta
escala com os instrumentos. de corda e de sôpro, com os instru-
mentos de percussão acentuando o ritmo.
\.
) A MúSICA DO MENESTREL

flisse possuído de temor e inquietação. :Ele amava a Davi; no


73

CAPITULO 11 I' t'ntnnto, O temia. Reinava o conflito em sua turbada mente.


Ataques de quase loucura sobrevieram ao monarca. Para
~ dissipá-los, seus conselheiros sugeriram o consôlo da música.
Na verdade, o próprio Saul devia ter aprendido algo de música
111\escola de Samuel. Talvez tivesse mesmo sido músico. Sa-
1lt'l1loSque apreciava a música, e esta exercia efeito, sôbre êle.
A Música (.2uimdo foi à escola de Samuel, tentando encontrar Davi, foi
Inl'Illcnciado pela atmosfera espiritual no lugar onde a profecia
do Menestrel ti a música estavam associadas, e êle também profetizou. Na-
t1"t'lcs tempos o profetizar era freqüentemente acompanhado
lIll induzido pela música, como no caso de Eliseu. Se alguma
l'lIisa podia ajudar a Saul, raciocinavam seus cortesãos seria a
1I11'lsÍca. a melhor músico da terra era um jovem rapaz do

l'IIIUPO, chamado Davi.


i\ habilidade de Davi na música era proverbial. ":Ele se
"tntão disse Saul aos seus servos: buscai-me, IOl'nOll () menestrel [poeta ou músico-trovador] de Saul," diz
pois, um homem que toque bem, e trazei-mo.
U1aikic, "e aliviava seu temperamento violento pelos suaves
Então respondeu um dos mancebos, e disse: Eis que tenho
MlIllS[da harpa]." - Bible History, pág. 226. Davi tivera acesso
visto a um filho de }essé, o belemita, que sabe tocar, e é valente
1\ fnsl 1'lI~~ão
oferecida aos talentosos jovens por Samuel. Seu lar
e animoso, homem de guerra, e sisudo em palavras, e de gentil
dlNlavaSl)mente cêrca de doze milhas do alojamento dos profetas, e
presença: o Sen h or eI com eAI e. "
"E sucedia que, quando o espírito mau da parte de Deus ht'1I jmi era um homem influente na comunidade. Davi possuía
vinha sôbre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua IlIthi idade
'1"111110 natural para
apascentava seu música.
rebanho. meEscutava
treinavaos sua
sonsharpa en-
da Na-
mão, então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o mau 1lIl'l'za, correspondendo a cada um dos sons musicais. Ele ouvia
espírito se retirava dêle." I Sam. 16:17, 18 e 23. r crillva.
É a música um auxílio em aliviar mentes perturbadas? É, Podemos imaginar o jovem Davi, chegando à presença do
na verdade, um paliativo, e eficiente, por certos períodos de 1\ll11l1'11lque era para êle "o ungido do Senhor," em vez de
tempo, ao menos; mas o paciente deve cooperar. A causa fun- 1I11111 pessoa aflita. Levava na mão o seu pequeno "kinnor," a
damental do distúrbio precisa ser encontrada, e, como primeiro I't't1lll'na harpa feita de madeira de almugue [provàvelmente
passo, o paciente estar desejoso de abandoná-Ia. _~ndlll(), a mesma madeira da qual Salomão fêz os pilares do
a distúrbio de Saul baseava-se unicamente na falta de 'I't'llIplo; I Reis 10: 12], com as cordas colocadas de uma ma-
111'11'1Isimples. Não usava plectro [pequena peça de metal,
fé. Isto o induziu a ter ciúmes de Davi. Possuía êle um
""MlI (lU pl~ístico usada para dedilhar as cordas], mas tocava
sentimento de insegurança porque o Espírito de Deus o estava l'lIm 11 mão diretamente sôbre a harpa. De fato, de acôrdo
abandonando, tendo sido dado a Davi.
l'lIlIl lIS registros dos rabis, e com a tradição judaica, Davi
l'lIMIlimava pendurar sua harpa acima do travesseiro durante
Seus pecados,
culminando na sua exemplificados no de
visita à feiticeira incidente
En-Dor, dena Agague
noite an-e
terior à sua morte suicida na batalha, fizeram com que Saul 11
11
lIoill', ele
jllVC'1l1 maneira
pastor que dormia
quando o som do
nos vento nas abertos.
campos cordas acordasse
Não há
(72)
74 MÚSICA EM MINHA BíBLIA A MÚSICA DO MENESTREL 75

presunção na maneira de ser do jovem músico. Seu talento ultcrnando com o som suave das cordas... Um tenor lírico,
era tão grande que a música para êle era coisa natural. Talvez
instintivamente cresse que todos conhecessem música e cor- l'olllllmente, tinha tôdas as qualidades requeridas para tocar o
respondessem a ela como êle o fazia. l'Ornção dos judeus,colorido;
mais ornamental por ma tal
doçura
arte eera
por chamada
sua fácil 'kelim'
execução(ins-
do
É razoável supor que Davi usasse os cânticos e temas da trUl1lentos, implementos). Os judeus apreciavam esta qualidade
Natureza para acalmar o rei. Desviando a mente do paciente lírica nos instrumentos, tornando-se o violino o seu instrumento
de si próprio e dirigindo a Deus, o Criador, e às Suas obras I'nvorito. O têrmo usado para 'cantar' era 'han-im' (dulcifi-
cilr) e o rei Davi (era chamado) de 'neim-zemiroth,' o que
criadas, seria eficaz.
dos estudiosos quanto Embora
a quais haja
dos. muita
salmoscontrovérsia por parte
foram, na realidade, dulcificava os cânticos." - Idelsohn, Jewish Music, pág. 192,
escritos por Davi, todos parecem haver concordado em que êle Na Bíblia, Davi é chamado de "o doce salmista de Israel."
haja escrito o Salmo 8, o 19, e pelo menos parte do Salmo 104, Não há notações musicais preservadas da real melodia can-
que são salmos próprios da Natureza, e que, por seu conteúdo, Indn por Davi para tranqüilizar o rei Saul. Crêem alguns que
podia haver similaridade entre o tipo arábico de canto e a dos
poderiam ter vindoàs palavras
Saul respondendo dêsse primeiro período. É fácil visualizar
inspiradas: nlltigos judeus. Stainer diz que a música árabe mostra "uma
"Os céus manifestam a gl6ria de Deus; liw·jrn estrutura melódica, quase escondida sob uma carga de
e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos." Salmo 19: 1. t'sln1l1ha graça." - Pág. 195. Uma frase de tal música é aqui
mostrada:
Também é ampliada a visão da alma perturbada em Salmo 8:
MELODIA ÁRABE
"Quando vejo os Teus céus, obra dos Teus dedos,
a Lua e as estrélas que preparaste;
que é o homem mortal para que Te lembres dêle?
6 Senhor, Senhor nosso,
Quão admirável é Teu nome sôbre tôda aTerra!"
IW~;rn.~
Versos 3, 4 e 9.
Novamente, nos versos seguintes do Salmo 104, a mente do
monarca teria divergido de si para o Criador:
"Faz das nuvens o Seu carro,
1~-I1=t a~ nr
Podemos imaginar então o garboso Davi cantando clara e
z I

Anda sôbre as asas do vento." Verso 3. hlmplcs melodia acompanhada de graciosas notas no "kinnor,"
"6 Senhor, quão variadas são as Tuas obras." Verso 24. 1111 COIlla "doce voz" alternando com os doces sons das cordas.
"Cantarei ao Senhor enquanto eu viver." Verso 33. 1'~l1gclfala do cântico penitente, cantado por uma congre-
"A minha meditação a Seu respeito será suave; ~il,'110de judeus alemães, o qual, segundo a tradição, foi escrito
eu me alegrarei no Senhor." Verso 34.
Suaves cânticos da Natureza, tais como êstes, mudariam a 1't'lo rei Davi.
~t'1I1,deve Indubitàvelmente,
ter sido escrito mais tarde.mesmo que antigo
A melodia poderiaemser ori-
de
inclinação temerosa da imaginação de Saul. Eles eram também 11I1t'J'l'sscpara mostrar um conceito e uma versão modernizada
revestidos de música cheia de apêlo. Ambos, o cântico e a dn melodia de Davi.
melodia, eram harmoniosos e encantadores. De acôrdo com a Qualquer que tenha sido a música, sabemos que cada vez
tradição judaica, Davi era tenor. "Como outros orientais, os
judeus tinham preferência pelo que chamavam de 'doce voz' tjlW o jovem
( f·ixnva pastorde tocava
o espírito Saul. eHavia
cantava para na
eficácia o rei, a escuridão
terapia musical.
76

, ..
I =)~l, _ MúSICA EM MINHA BíBLIA

CANTICO PENITENTE

Mesmo a sua execução habilidosa e eficaz não podia afastar


o temor e a inveja, a não ser por curtos intervalos. Os delírios
tomavam-se mais e mais freqüentes.
"Saul abriu o coração ao espírito de inveja de que sua
alma estava envenenada. .. Permitiu que os ímpetos lhe diri-
(\
I .-
CAPITULO 12

Marchando
Para Sião
gissem o discernimento, até mergulhar-se no furor da paixão ...
Dêste frenesi passava a um estado de desalento e desprêzo de
si mesmo, e o remorso se apoderava de sua alma. Gostava de
"
ouvir Davi tocar harpa, e o espírito mau parecia afastar-se COmopor
encanto durante aquêle tempo." - Ellen G. White, Patriarcas
e Profetas, págs. 696 e 697.
Então o espírito de temor e ciúme, ou inveja, de nôvo o
possuía. Nada, a não ser a eliminação de Davi do reino, parecia
...
I)llvi, com alegria
SlIl11uel6: 12-15.
a
Õ cima,
01, pois,
da Davi,
casa dee trouxe a arca de
Obede-Edom, à ~eus
cIdadepara
com júbilo, e ao som das trombetas." II
de

ser suficiente. Isto só aconteceu após Davi ter sido chamado


para tocar e reanimar Saul muitas vêzes. Como a inveja e o dos Ajehuseus,
cidade de Davi tarde
e mais, era o chamado
local protegido por rochas,
Jerusalém. tomado
A cidade está
temor aumentassem na obscurecida mente do rei, sua doença, ~illJilda numa plataforma rochosa, por pequenas montanhas e
ou delírio, chegou além do poder de tão gentil remédio, como dt'sl'iladciros rodeada de três lados, que a tomam uma fortaleza
a música. Por duas vêzes Saul atirou uma lança em seu me- 111I11lJ':l1. Aqui Davi, pouco depois de suceder a Saul no reino,
nestrel. Cada vez o remorso veio. Certa vez Saul procurou IIISllltou seu quartel-general. O país gozou de uma breve paz.
Davi na escola de Samuel. Lá, também, foi êle influenciado IJl\vi construiu seus palácios, mas, não estava satisfeito.
pela música dos jovens profetas, ao escutarem êles a voz de r:.le queria um centro de adoração na "Cidade de Davi." O
Deus, e profetizou novamente. Logo, nada, a não ser a fuga, 1111'lIlOr local em tôda a área da cidade foi escolhido: o Monte
adiantaria. Assim, Davi escapou, e a longa caçada humana co- S1t1o. Aqui uma nova tenda foi erigida, pois o velho taber-
meçou. Terminou, finalmente, com a morte suicida de Saul IIIkli1o, agora arruinado e gasto pela ação do tempo depois de
na batalha contra os filisteus. vl'!rios séculos, estava em uso em Gibeá cêrca de cinco ou seis
milhas distante. Mas, seu lugar santÍssimO' estava vazio, pois
11 IIre:! de ouro estava guardada, depois da morte de Uzá, na
"IISI1de Obede-Edom. A fim de engradecer a santidade do nôvo
tllllt'I'll:1cUlo O' MO'nte Sião, Davi planejO'u trazer a arca de
Dt'us "com júbilo," numa sagrada, porém alegre procissão mu-
••!l'1\ I.

A procissão com música era grande inovação. As trombetas


,1r prnta e os chifres de carneiros até então eram os únicos
(77)
78 MúSICA EM MINHA BíBLIA MARCHANDO PARA SIÃO 79

instrumentos usados no serviço de adoração. Os instrumentos Imsitor. Tanto quanto sabemos, havia muito pouca harmo-
fora~ Jreqüentemente usados antes disso para induzir ao espírito lIia na música desse tempo.
profetIco como foram usados mais tarde também. Músicos com- O tenor e o baixo talvez fizessem dueto na melodia com
petentes estavam à disposição agora; eram, evidentemente, jovens IIllla oitava de diferença, ou talvez um g r a n d e e impres-
levita~ q:re esti~eram entre os estudantes das escolas dos profetas. Ilionante côro de baixos profundos se unia no canto da melodia
O propno DavI, grandemente dotado e consagrado ao serviço de t'l1I uníssono. Esse pode ter constituído um dos coros antifônicos.
Deus, aprendeu muitos dêles, escrevendo tão bem os salmos As vozes profundas, cantando uma ária, seriam mais efetivamente
litúrgicos, como Bach o fêz séculos mais tarde. ludientadas por um acompanhamento de lira tocada em registro
De acôrdo com a ordem de Deus, os sacerdotes desta vez 11110. Handel usa um arranjo similar no acompanhamento para
carregavam a pesada arca com os varais de madeira especialmente ° solo de baixo "For He Is Like a Refiner's Fire," [Pois Ele é
preparados para isto, colocados sôbre seus ombros. Ao COm- t'OlllO um Fogo de Ourives], de "O Messias." O trecho que
pletarem os seis primeiros passos, sacrifícios foram oferecidos. ,u'gllc é uma parte da "Ária para Baixo" (número 6), come-
Davi,. o rei, havendo-se despojado de suas vestes reais, vestira ~'lIndo "Mas quem subsistirá no dia da Sua vinda?" As oitavas
do haixo em Ré, Fá, Si e Do foram omitidas no trecho, pois,
um sImples éfode de linho como os dos sacerdotes e marchava
di~nte da arca. Isto era permitido, e mostrava espírito de hu- ° lIl'ompanhamento do soprano é suficiente para ilustrar o
mIldade. Ele se tornou um sacerdote músico, diante de Deus, ponto.
o grande Rei.
Os sacerdotes tinham um grupo de trombeteiros que os acom-
panhava~ à frente e. atrás. Tanto as trombetas de prata como
as de chIfre de carneIrO, eram tacadas em determinadas ocasiões.
Hemã, Asafe ~,Etã, eram dirigentes de vários grupos, designados
para tocar os cÍmbalos de metal." I Crôn. 15: 19. Havia 870
dêles espedficam.ente enumerados para comporem os grupos de
sacerdotes e mÚSICOS.A marcha prosseguia COm cânticos e mú-
sica instrumental se. alternando. Milhares de expectadores ali-
nhavam-se na estrada e nas ruas dentro dos portões da cidade.
Entre os instrumentos de música mencionados, estão o "kin- ======-====1
nor, " ou pequena h arpa, e o "n ébe1" ou gran de harpa. O método ri - ves
de seu uso, como instrumento de acompanhamento, tem sido a
causa de muitas conjeturas e discussões. O relato da versão
Revised Standard diz: "Para tocar harpas, 'nébeis,' de acôrdo
com o Alamoth;" e "para conduzir com liras, 'kinnor,' de acôrdo ()s estudiosos têm considerado a combinação do "nébel" com
com o Sheminith." I Crôn. 15:20 e 21. Isto parece estranho. O lf"IIII1IO(h"também. Os "nébeis" eram as harpas maiores e mais
"kinnor" é a harpa pequena e de SOns agudos. Por que teria
WI\V('s, Iratadas anterio;,ment~, e "Alamoth" p~re~e. signi~icar
sido de "acôrdo com Sheminith" que significa "sons graves?" _OpI'llIlOou voz aguda. AplIca-se o mesmo prmcIpIo da Ilus-
Stainer e outros comentadores acham isto estranho na verdade.
1I'1l~'noprecedente. De fato, grande variedade e bele~a se con-
Entretanto, pode ter sido outra indicação do gênio do rei - COm- _f'~lIirill lendo um acompanhamento para tenor num mstrumen-
80 MúSICA EM MINHA BíBLIA MARCHANDO PARA SIÃO 81

to grave. Pensamos no uso que Mendelssohn fêz dêste arran- variada e de grande intensidade. Centenas de levitas se rego-
jo no acompanhamento para "Be Thou Faithful Unto Death" l.ijaram quando esta grande procissão músico-religiosa chegou
[Sê Fiel Até a Morte] em seu oratório "São Paulo." O nos ~)ortões da cidade.
trecho seguinte dá a idéia básica. Quando ouvido com um 'Levantai, ó Portas, as vossas cabeças," cantava um grupo.
acompanhamento orquestral regular, onde o violoncelo executa "E entrará o Rei da Glória," respondia outro.
uma contramelodia, o efeito é de fato agradável. O que segue Este foi um tipo das boas-vindas outorgadas a Cristo quando
é um breve trecho da "Ária para Tenor" (número 40). nle ascendeu aos portões da cidade celestial após a Sua res-
ARIA PARA TENOR 1l1llTcição.Logo a procissão chegou ao seu destino. A Arca Sa-

Monte
~J'Hda veio
Sião.a seu lugar de repouso temporário na tenda do
Lá, depois de oferecerem os sacrifícios queimados e as ofertas
=_.=_ -==_ -==_ -==_ -<::::F Mende;soh"m
Sê fi • el tê mor te E
plIl'íl'icas
wandea clímax
Deus, adacomida
músicafoiconsistia
distribuída
no aos milhares reunidos.
<li' <li

() canto do nôvo salmo


qll(~ Davi compusera especialmente para a ocasião. Aí os
1m II'U 111en tos e can tores se uniram:
"Cuntai-Lhe, stdmodiai-Lhe,

I
,
atentamente falai de tôdas as Suas maravilhas!"
I Crôn. 16:9.

nnlão foi narrada novamente a liderança predominante de


&
I)('tIS
no estabelecimento do Seu povo em Canaã.
Ao prosseguir a alegre jornada, os efeitos musicais eram Novamente, como no "Cântico de Débora" e no "Cântico
impressionantes e poderosos. O caminho parecia curto, pois do Mal'," Deus é adorado pela evidência do Seu poder na Na-
111I't'ZlI :
era acompanhado
grupos diferentes. por grande
O rei, variedade
o monarca mais demusical
ofertasdemusicais de
sua época, "Alegrem-se os Céus e regozije-se a Terra ...
ou talvez de todos os tempos, dançava em solene consagração Huja o mar. .. exulte o campo! ...
ao ritmo dos coros e do tanger dos címbalos, o tocar dos con- Entao jubilarão as árvores dos bosques perante o Senhor."
juntos musicais, as aclamações dos espectadores, e o intermitente Versos 31-33.
tocar das trombetas. Evidentemente, era propósito do rei
relacionar a adoração a Deus não sàmente com uma solene re- (~onll) em outros cânticos, êste salmo termina:
verência, mas também com uma solene alegria. Davi escrevera "1,rJl,wado seja o Senhor Deus de Israel, de século em século."
Verso 36.
um salmo de louvor encontrado em I Crôn. 16, para esta ocasião
especial, e êste parece ter sido repetido depois de chegar ao (JlIando os coros antifônicos terminaram o salmo de louvor
local do nôvo tabernáculo no Monte Sião. I' ON illSll'umentos cessaram de tocar, os milhares na congrega-
Quando a procissão se aproximou dos portões que condu- •••1111, incluindo as mulheres, tiveram também uma parte nO
ziam a Sião, o Salmo agora conhecido como "4" foi cantado e .l'I'vi,'II.Lcmos: "E todo o povo disse: 'Amém!' e louvou ao
assinalado pelo toque rítmico do "toph" e do címbalo, ao terminar Srll!tor," Verso 36.
cada grupo antifônico uma frase e as pautas serem marcadas. () qlll' se sabe da música desta ocasião? Como foi explanado
As trombetas de prata e os "shophares" tocavam. A música era 11 11 If'l'loJ'lllt'ntc, as melodias ou cantos tradicionais mais antigos
11
82 MúSICA EM MINHA BlBLIA
'.

;
são os sefárdicos-orientais, passados de geração em geração pelas
congregações judaicas, por centenas de anos. Um exemplo do CAPtTULO 13
canto antifônico do Salmo 91 como reproduzido abaixo, em iI
parte, dá alguma idéia de como aquela procissão de coros ,'
poderia ter soado. Sabe-se que as mesmas árias eram algumas

~E_
vêzes usadas para diferentes partes dentro do mesmo Modo, I
como o Modo dos Salmos. Assim, esta não seria uma ilustração
muito rebuscada para ajudar nossa compreensão. Prepara~ão
SALMO 91
I'/
'~ Para a Magnificente
f
Música do Templo

I@.~
Yo - sheb be - sei - ter el - yon Le· sei shad - day yitl - 10 . nan.
II

Sole. alia" ===:J


O-mar la-da-naymah-si um-su-da-thi E-Io-hay ev-tah-bo.

As ofertas queimadas, a música, a dança solene e o salmo


NC'f
{'t
"_/1 secasa quefazer
há de se magnífica
há de edificar para o Senhor
em excelência,
sobrcmodo magnificente], para nome e glória em tôdas as
[deve
continuaram até o "Amém" final. Então os guardióes da arca It'fTnS,"disse o rei Davi. I Crôn. 22: 5.
continuaram suas vigílias próximos à nova tenda durante sua per- Ã arca foi colocada no lugar Santíssimo da nova tenda do
manência naquele local. Asafe, o diretor musical chefe, iniciou o
grande trabalho de dirigir a adoração musical no Monte Sião. Monte Sião, quando a paz veio a Israel. O rei Davi .sabia que
Hemã e Etã estavam logo abaixo dêle. Davi, como compositor nOo viveria muito tempo para gozar esta p~z. Os ngores .das
e adorador-rei era o diretor geral. O próprio Davi supervisionou H.\I('I'J'lISe suaspormuitas
fi. h, llnsiava tirar labutas
a arca esagrada,
problemas o tmham
emblema da envelhecIdo.
presença de
mais tarde a preparação da música para os grandiosos serviços
Dt'IIS, de um tabernáculo de pano, e colocá-Ia numa casa per-
de adoração no áureo templo de Salomão.
I\llllH'nte dc cedro, de pedra e de ouro.
"E todo o Israel fêz subir a arca do concêrto do Senhor, fi.1l' mcsmo vivia numa casa com teto. Declara: "Certa-
com júbilo e com sonido de buzinas, [buzinas de chifre de
I\lt'n!l' não entrarei na minha tenda .... enquanto não achar
carneiro], e com trombetas [trombetas de prata] e com cÍm-
halos, fazendo sonido com alaúdes [nébeis] e harpas [kinnors]." IlIglll' para o Senhor, uma morada ~a:a, ~ Poderoso
I Crôn. 15:28. SlIll\lo 132:3-5. Deus negou-lhe o pnvIlegIo por causa dedasJacó."
suas
MIII'I'f'aSe derramamento de sangue. A casa de Deus deveria
_rI' IIl~ar de paz, construída por homem de paz. Desta forma,
l'ol SlIlomão, filho de Davi, quem erigiu a casa "magnífica em
I'HI't·I~l1da."
Entretanto, Deus, a pedido de Davi, deu-lhe o privilégio

•dI'prrl'dta.
fllzcr a Todos
preparação para ela.
os detalhes, Essa preparação
inclusive foi acomp~eta
os planos para mÚSIca,
(83)
84 MÚSICA EM MINHA BíBLIA PREPARAÇÃO PARA A MAGNIFICENTE MÚSICA. .. 85

foram feitos. :Ele começou a escutar mentalmente os acordes mandado do Senhor, a saber, tôdas as obras desta planta." I
Crôn. 28: 19.
da música que queria para o grande dia da dedicação e para
outras inumeráveis ocasiões. Antevendo o estupendo empreen- Cada detalhe foi completamente pré-delineado. Na verda-
dimento, decidiu devotar seu tempo integral para isso. Seria um de, as proporções das duas salas interiores eram as mesmas que
passatempo santificado para os anos depois da sua abdicação. as do tabernáculo no deserto, mas as medidas eram duas vêzes
Teria êle conhecimento de que sàmente teria mais dois anos maiores. O mesmo acontecia com os páteos ao redor do edifíciO',
para tal? separados por paredes baixas. A ornamentação era mais abun-
dante. Todos os interiores e mobílias eram recobertos de ouro
Para ficar completamente livre da pressão das tarefas de
soberano, Davi decidiu abdicar imediatamente. :Este foi seu puro. Circundando os lugares santos nos três lados, estava um
primeiro passo na preparaçãO'. "Fêz a Salomão seu filhO' rei prédio de três andares, divididO' em muitas salas.
sôbre Israel." I Crôn. 23: 1. Mais tarde, com a preparação Para os músicos, é interessante notar a probabilidade de que
terminada, e pO'ucO'antes de sua morte, pela "segunda vez fi- algumas dessas salas contivessem instrumentos musicais e ves-
zeram rei a SalO'mão, filhO' de Davi." I Crôn. 29:22. Um pro- timentas para os músicüs do templO'. Suprimentos e equipa-
grama de preparaçãO' de sete itens havia sido completadO', o mentos de tôdas as espécies se encontravam armazenados aqui,
que era surpreendente. Talvez hüuvesse também cerimônias a como o foram no velhO' e gasto tabernáculo do deserto.
planejar e executar para a coroaçãO' de Salomãü. Também em alguns apartamentos viviam os sacerdotes ofi-
ciantes e os cantores, pois lemos de alguns músicos "habitando
Depüis da abdicação, Davi estabeleceu o local para o templo
no monte Müriá. :Este estava do outro ladO' dO' münte de Sião, nas câmaras, isentos de serviços; porque de dia e de noite
l~stava a seu cargo ocuparem-se naquela obra." I Crôn. 9: 33. f:
separadO' dêle por profundo e estreito vale, agora chamado de
possível que os que estivessem em serviço vivessem lá durante
Tiropoeon, a sua semana de serviço. Todos os 288 grandemente habili-
séculos antes,onde a nova
Abraão vieratenda fôra Isaque
oferecer edificada. Nesse lugar,
em sacrifício. Ali,
também, sôbre a pedra de debulhar trigo de Ornã o jebuseu, dosos ou "peritO's" líderesviver
musicais, ou o grupo
cantores, não poderiam lá durante todo ointeiro
tempo.de Asafe,
4.000
Davi vira o anjo, que trazia a praga, permanecer antes de entrar
como músico-chefe, com seus assistentes, Jedutum e Hemã,
na cidade. O local foi comprado imediatamente.
poderiam ter aposentos permanentes, pois parecem ter sido
Como füi anteriürmente menciünado, uma rocha tinha grande ohrigados a permanecer em serviço a maior parte do tempo, e
simbolismo sagradO' para o povo de Deus. Fôra um tema re- não sàmente numa rotação semanal como os outros.
petido em ":Este Cântico." Davi cantara a seu respeito em seus Davi também planejou a organizaçãO' da parte musical do
salmos: "Só:Ele é a minha Rocha," declarou êle, e outra vez: scrviçü de adoração. Nunca dantes, até êsse tempo, havia a
"Pôs os meus pés sôbre uma Rocha." Sal. 62:2 e 40:2. Fre- música tido mais do que uma pequena parte no serviço re-
qüentemente os cânticos com respeito à rocha deveriam ser ligioso de Deus. Davi, o muito perdoado porque muito amou,
cantados pelo povo em pé sôbre a rocha em que outrora se l'stava tão grato a Deus, que ansiava derramar a riqueza de
malhava trigo. A rocha simbolizava Deus e Cristo. Dessa forma, seus talentos como uma eterna oferta de louvor a Deus.
as associações santificavam o local onde o templo foi erigido. Ele dividiu os 288 que foram treinados em sua escola par-
Depois que a aquisição do local foi realizada, Davi pre- Iicular, em vinte e quatro grupos üu "cursos," com doze pessoas
parou uma completa série de plantas para a construção. Estas l'm cada grupo. Cada um dêsses grupos estava a serviço do
plantas, ou "modelos" haviam sido dadas por Deus a Davi em templo durante uma semana de cada vez, desde a sexta-feira
uma série de revelações diretas, semelhantes às que Moisés ;) noite de uma semana, até depois do serviço religioso do
recebera. "Tudo isto, disse Davi, me foi dado por escrito por sábado da semana seguinte, perfazendo oito dias, sendo que no
86 MÚSICA EM MINHA BlBLIA PREPARAÇÃO PARA A MAGNIFICENTE MúSICA ... 87

sábado os dois grupos estavam juntos. Os grupos eram eviden- Provàvelmente, havia entre as harpas alguns instrumentos de
temente constituídos de homens sàmente, e êstes podiam can- cordas que se assemelhavam aos antigos alaúcles. O alaúde di-
didatar-se, caso tivessem talento, depois de alcançarem a idade feria das harpas com um lado aberto por ter uma caixa de res-
de vinte anos.
Esta rotação era uma sábia provisão para os trabalhos exte- sonância, apesar alaúdes
braço. Alguns de primitiva,
tinhame uma
braçoshaste
retoscurva,
com servindo de
lugar para
nuantes. Muitas referências são feitas à fadiga dos músicos dedilhar as cordas. Ver The World's Earliest Music, de Her-
devido às longas horas de trabalho, enquanto tocavam e can- 111annSmith, pág. 288.
tavam sempre em pé. A música era uma parte integrante de
muitos serviços religiosos.
N a verdade, a partir do tempo de Davi, a música era usada
em conexão com os sacrifícios da manhã e da tarde, com o
culto do sábado e com a celebração da Lua nova e festas de
datas fixas, tais como o dia de Ano Nôvo e o Dia da Expiação.
De interêsse imediato nessa época era o programa musical para
o dia da dedicação, quando os preparativos estivessem terminados,
e o sonho de um templo num magnífico ambiente se tornasse
uma realidade.
Podemos imaginar com que satisfação Davi viu êsses pre-
parativos serem terminados. Nos últimos meses de sua vida,
depois da abdicação, êle poderia reassumir sua associação com
a música, a paixão de sua juventude. A música para a dedicação
do magnífico templo deveria ser de igual magnificência. Os
preparativos de Davi para ela eram triplos: a composição, co-
leção e revisão dos salmos de louvor, incluindo as melodias que
deveriam acompanhá-Ios; fabricação de instrumentos musicais
para serem usados, e o treino dos executantes e cantores.
Havia o problema da ~~colha de quais instrumentos se-
riam apropriados para o uso em música de culto. Os órgãos
de tubos, tais como os temos hoje, eram desconhecidos. Certos Lira egfpcia e antigos alaúdes: (esquerda) lira egfpcia do tipo do kinnor,
. t rumentos como o " cha1'1"
ms I, ou a fIauta, e o "top h", ou alto à direita) alaúde com caixa de resson8ncia, (embaixo) alaúde com
tambor, que podiam ser incluídos nas procissões, foram ex- caixa de resson8ncia e braço para dedilhado.
cluídos na planejada orquestra do templo. :Esses intrumentos
tinham associações seculares. Também entre os instrumentos de corda mencionados no
Os instrumen tos de corda eram considerados próprios. Devia Salmo 92, em conexão com o serviço de louvor do sábado, é
l!l1col1tradoo "nébel-azor" ou "instrumento de dez cordas." Verso
haver grande número dêles. Havia harpas, "kinnor," e "nébel,"
de vários tipos. A triangular, pequena e muito antiga "kinnor" ~, A maioria das harpas dêste período tinha mais ou menos dez
já foi profundamente discutida, Poderia haver algumas mais, cordas. Engel cita parte de uma carta escrita pelo explorador Bruce
lIO grande historiador musical Burney, em que descreve os
9uase 9uadraclas na forma, assemelhando-se
ilustraçao. à lira, COmo na instrumentos inscritos na parede do túmulo de Ramsés lU que
88 MÚSICA EM MINHA BíBLIA PREPARAÇÃO PARA A MAGNIFICENTE MúSICA ... 89
morreu em 1167 A. C. Ele diz: "Resta ainda uma terceira
címbalos, e Davi teria planejado usar vários pares. Ide1sohn crê,
harpa de dez cordas." - Music of the Most Ancient N ations,
instrumento é mostrada no entretanto, que no tempo do primeiro templo, um único par de
pág. 189. Uma ilustração de tal cÍmbalos foi usado, e que era tocado pelo lIdero :e. certo que
frontispício dêste livro. eram usados neste tempo para marcar a cessação de certas partes
Todos êstes tocadores de instrumentos de corda, estavam musicais.
sob o encargo de Jedutum, um dos dois diretores assistentes da
Entrementes, a instrução aos líderes prosseguia na escola
música do templo.
que Davi tinha idealizado. T alve~ na ~ova sede da. tenda ~o
Os instrumentos de sópro também foram usados em grande Monte Sião fôssem realizados ensaIOS tremando os efeItos coraIS,
número. Parecem ter sido, em sua maioria, trombetas de prata. e a exata colocação da voz e harmonia do SOm.
O primeiro par destas, como já foi tratado anteriormente, fôra Outra grande obra foi ainda concluída pelo idoso~ rei, qu~
feito sob a direção de Moisés, de acôrdo com as instruções de
Deus. Das duas trombetas iniciais, Davi elevou a sua quan- não foi mencionada até aqui nas tarefas da preparaçao: ~avI
tidade ao estupendo número de 120. Estas estavam sob o en- falou de "quatro mil para louvarem ao Senhor com os ms-
cargo de outro diretor-assistente, Hemã. trumentos." I Crón. 23: 5. [A Bíblia em inglês acrescenta "ins-
trumentos que eu fiz."] Podemos imaginar Toscanini, ou algum
Outra palavra, referindo-se pOSSIvelmente, a um instrumento,
é "keren," traduzi da por "corneta" em I Crón. 25:5. (Trad. outro regente de orquestra, desenhando ~s instrumentos. que
Almeida antiga.) Muitos crêem que o "keren" se refira a um seus músicos iriam tocar? Em vez de fabncar uma quantIdade
de instrumentos com suas próprias mãos, Davi fêz modelos de
instrumento semelhante à trombeta de chifre de carneiro, sà-
mente mais reta. Era, algumas vêzes, feita de metal. Stainer diz: cada tipo e aperfeiçoou os moldes para que habilidosos artes~os
os fizessem em grande quantidade. Comparar com NeemIas
"Os verdadeiros chifres de animais eram, nos tempos primitivos, 12:36; Amós 6:5.
imitados em metal ou marfim." - Pág. 153. Este era, talvez, o
tipo usado por Hemã. Sendo o único, isto o distinguiria dos O material usado para a fabricação das armações da harpa,
outros. Talvez tivesse uma embocadura de ouro (não desco-
nhecida então), e também ornamentação especial. Hemã seria
, I
lira ou alaúde era em algumas ocasiões, madeira de pinho ou
cipreste e em outras, a madeira almugue,. pro~àve me~te o san-
A

hoje chamado o diretor da seção dos instrumentos de sópro. dnlo vermelho da Índia, o mesmo que fOI maIS tarde Importado
por Salomão para fazer instrumen.tos musicais. ~A madeira era
de tonalidade averme1hada, com lmdas ondulaçoes, e capaz de
adquirir um belo brilho quando polida.
A enorme tarefa estava terminada e os preparativos com-
pletados. "Davi, então, morreu numa boa v:lhice, cheio de dia~;
riquezas e glória: e Salomão, seu filho, remou em seu lugar.
Keren I Crôn. 29:28. Ele morreu sabendo que tudo para o nôvo
templo, incluindo a sua inspiradora música, estava planejado e
preparado. Ele sabia que Salomão cuml?r~ria os seus planos. E~
lisuamúsica
imaginação viu a asua
em tôda beleza do do
beleza, magmfIcente ~emplo,
esperado dIa e. oU\;u
de dedIcaçao.
Os cÍmbalos faziam também parte da orquestra, tocados por Por longo tempo estivera êle a ouvir e~t~ maj:st?sa e equilibra~a
Asafe, como regente musical geral. Nos primeiros tempos, nas música. Não lhe era, portanto, necessano aSSIstIr a apresentaçao
procissões religiosas, mais de uma pessoa parece ter usado oficial. Então Deus permitiu a seu servo descansar em paz.
MúSICA DA DEDICAÇÃO DO TEMPLO 91

sua direção, como o lugar onde estava a presença de Deus.


CAPíTULO 14 Parecer-nos-ia estranho permanecer em pé do lado de fora da
igreja para o culto; tal porém, era o costume na época do pri-
meiro templo. Mais tarde foram construídas as sinagogas.
Agora
vcsse chegarahavia
terminado o dia de dedicação.
algum Embora o foram
tempo, as cerimônias edifícioposter-
esti-
Música gadas até o sétimo mês. A dedicação durou uma semana inteira
c foi seguida pela regular Festa dos T abernáculos do dia 15 ao
21. Então, no oitavo dia, o povo se reuniu em assembléia solene,
da Dedica~ão c no vigéssimo terceiro dia do sétimo mês Salomão despediu o
povo para seus lares.
do Templo A primeira tarefa no dia da dedicação, um santo privilégio,
roi transportar a arca do seu alojamento temporário, na tenda
do Monte Sião, para o lugar permanente no nôvo templo. Os
saccrdotes e os músicos reuniram-se primeiro na tenda do Monte
Sião. Quando os sacerdotes ergueram a arca, os músicos can-
taram o cântico que fôra provàvelmente composto por Davi, em
antecipação para esta ocasião:
tMBORA houvesse Davi completado todos "Levanta-Te, Senhor, no Teu repouso,
os planos para o templo, incluindo seu servi-
Tu e a arca da Tua fôrçaJ." Salmo 132:8.
ço ~u,si~al, a~tes de mo.rrer, passaram-se onze anos antes que
o .e?IfICIO estIvesse termmado. Salomão levou sete anos para O mesmo tema foi repetido depois da dedicação dos sa-
engI-Io no Monte Moriá. l'crdotes no nôvo templo.
Talvez êstes cânticos impressionantes em fôrça de número
, Sua entra~a era do la,d? leste. Através de sua porta de 15
l' volume, acompanhados por tantos instrumentos, soassem es-
pes ç4,5m),. VIa-seo magn~f~co templo que refulgia pelo ouro que
cobna seu pISO,teto e mobIlIa. Do lado de fora da entrada e além Iranhamente aos nossos ouvidos modernos. É o espírito da mú-
Sil':l dos Salmos que é tão universal, em sua qualidade apelativa,
odoedIfIclO,
P?~ti~o, ficava
l?orém odentro do páti?
altar do ,d?s sacerdotes
sacnfIcIo, que circundava
uma estrutura maciça de llllC sobreviveu através dos séculos até hoje. O canto era an-
30 pés (9 m) de largura e 15 pés (4,5 m) de altura. Em frente lirtmico. Talvez um côro cantasse uma frase, a qual era res-
ao altar ~s~ava uma escada de degraus rasos, que descia para o pondida, como no seguinte canto simples ao qual estas palavras
grande patIo de Israel, o qual estava separado do pátio dos sacer- rornm adaptadas:
SALMO 132
dotes por um muro baixo.
A congregação se reunia do lado de fora, no segundo pátio.
Os músicos permaneciam nos degraus e do lado leste do altar.
A maior parte dos sacerdotes oficiantes também ficava do lado
[~~
-i.·=-.~
Er·gue - Te Se - nhor, En - lrd no Teu re -pau - 50.
de for~ grande parte do tempo. Somente quando o serviço o
requena, os sacerdotes entravam no edifício. Nem os músicos
nem a congregação participavam da adoração no interior do
templo. Eram sempre orientados para que ora3sem virados em
[~ Tu e d dI - Cd dd Tu· d For· ld . le . p
(90)
92 MÚSICA EM MINHA BlBLIA 93
MúSICA DA DEDICAÇÃO DO TEMPLO

Os sacerdotes introduziram varas dentro das argolas pre- A cena é bem descrita por Davi Ewen, embora sua descrição
paradas n~ tôpo da arca sagrada e a transportaram conforme se aplique melhor a épocas posteriores do templo.
mstruções Já dadas, a respeitO', havia muito tempO'. A cada Püucos "As cerimônias inaugurais do santo templo consistiam pri-
passos, sacrifícios era oferecidos COm acompanhamento de mú- màriamente de música... O templO' possuía uma orquestra
sica. A distância através da ponte para o nôvü templo era ra- particular para executar os acompanhamentos; coros para cantar
zoàvelmente pequena e logO'foi percorrida, a despeito das muitas estribilhos '" Abaixo e acima dêles estava a ürquestra, e diante
paradas para sacrifícios e música. do grupo de músicos permanecia O' líder dirigindO' as fôrças
A arca, com as tábuas da lei dentro e o propiciatóriü em cima musicais como um moderno regente orquestraL" - Hebrew Mu-
sic, págs. 18 e 19.
foi então cuidadosamente introduzida em seu lugar permanent~
Todo o vastO' grupo de vozes e instrumentos unia-se no
süb as enormes asas estendidas dos querubins as quais mediam canto dos Salmos de louvor. Lemos: "E levantando êles a
30 pés (9 m). '
voz . .. a glória do Senhor encheu a casa de Deus." II Crôn.
"Glória e majestade estão ante a Sua face 5: 13 e 14. Aqui está um ideal para todos os coristas e músicos
fôrça e formosura no Seu santuário:" Salmo 96:6. de todos os tempos: que ao ser ouvida a sua música, a glória
do Senhor encha a casa. (lI Crôn. 5: 11-14).
Depois de colocar a arca no lugar, todüs os sacerdotes saíram Como se desenvolvia a música? É evidente que havia dois
do santuário interno para o pórtico. Os músicos tomaram ime- grupos de cantores em coros antifônicos, acompanhados pelos
diat~mente seus lugares no ladO' oriental do altar. Os grupos es- instrumentos. Mais tarde, curtas frases responsivas eram re-
tendIam-se nos espaçosos degraus que separavam o pátio dos petidas em canto pela cüngregação.
sacerdotes dO' pátio de Israel. Os 120 sacerdotes, que tocavam "6, dai graças aO' Senhor," cantava um grupO'.
as tro~mbetasde prata, .agrupavam-se sob a direção do seu regente, "Porque Sua misericórdia é para sempre," cantava outro.
Hema, com sua buzma (keren). Os muitos executantes dos Mais tarde a congregação repetia:
"Porque Sua misericórdia é para sempre."
instrumentos
de. Jedutum, dequecorda estava~ também
correspündla agrupados
ao regente sob a direção
de concêrto. Havia, O centro para o qual todos os olhares se voltavam era o templo.
eVIdentemente, pelo menüs dois grupos corais. Todos estavam sob 1,',111
seu centro estava a arca. O objeto central, coberto por uma
a direção dO'regente-mor, Asafe, que permanecia na frente com l1uvem que simbolizava a presença de Deus, era o propiciatório
seus cÍmbalos.
Hllhrc a lei. A misericórdia de Deus era a parte essencial na
udoração de Israel. A congregaçãO' cantava repetidamente:
. Esta ~osição era comumen~e ~omada pelos músicos. Dêste
dIa em diante, sua tarefa sena estarem cada manhã em pé "Porque Sua misericórdia é para sempre."
para louvarem e celebrarem ao Senhor e semelhantemente à "Era dever dos trombeteiros e cantores fazerem-se ouvir em
d ') A '
tar e. I Cron. 23: 30. :Eles estavam em serviço também todos uníssono em louvor e agradecimento aO' Senhor." II Crôn. 5: 13.
os sábados, e nas celebrações da Lua nova e tôdas as festas IVersão Revised Standard - inglês]. As trombetas eram capazes
especiais. As tarefas eram definidas comO' sendO' "profetizar H()lIlentede emitir sons longos e curtos, os quais seriam mais ou
com ~arpas! .c~m alaridos e com saltérios." Isto significava que 1IIl'llOStrês notas de nossa escala. Assim, talvez elas dessem os tons
devenam dIrIgIr o .~anto com acompanhamento musical. O que pura os cantores, e acentuassem a melodia com pequenas notas
cantavam era frequentemente de natureza profética e a música em staccato. Talvez tivessem ajudado a unificar o tom da voz
em si, dev~ria induzi~ a um espírito próprio para profetizar. dos cantores.
Tambem aJudava a cnar atmosfera de adoração para os serviços As proporções dos vários tipos de instrumentos musicais po-
do templo. c1t'mser calculadas de acôrdo com o número mínimo reque-
94 MúSICA EM MINHA BíBLIA 95
MÚSICA DA DEDICAÇÃO DO TEMPLO

rido para as várias espécies de instrumentos do templo. Havia Depois, veio a longa e eloqüente oração de Salomão, cUJO
du~s grandes harpas (nébel) para cada nove harpas pequenas tema central era a misericórdia ao pecador arrependido que
(kmnor). As harpas tinham uma diferença de tons de uma orasse em direçãO' daquele tabernáculo. A oração terminou
oitava. Uma vez que havia tantas, algumas devem ter sido com as palavras:
afinadas de maneira que seu diapasão inicial tivesse uma diferença
de uma têrça, produzindo um efeito de harmonia. "Os Teus sacerdotes, ó Senhor Deus, sejam vestidos de salvação,
e os seus santos rejubilarãol"
, Entretanto,.a maioria das autoridades concorda em que havia II CrÔn. 6:41.
somente melodIa, não harmonia, na música hebraica. De uma
coisa estamos seguros: havia grande volume. Trombetas, ins-
Os coros cantaram êste responso com acompanhamento or-
trumentos de corda e címbalos, juntados às vozes, necessitavam
tluestral:
ser executados ao ar livre, pois, nenhum salão fechado poderia
ter suportado seus efeitos. Naquele dia de dedicação ao ar "Vestirei de salvação os seus sacerdotes,
livre, centenas de instrumentos e centenas de vozes tornaram e de júbilo exaltarão os seus fiéis/" Salmo 132: 16.
impressionante a ordem cantada:
"Louvai ao Senhor." No fim da oração e dos cânticos, fogo desceu do céu para con-
Este tipo de s~l~o. antifônico. continuou através dos períodos
dos tempos da hIstona dos antIgos hebreus, até ao tempo de
sumir os sacrifícios
tlnuamente do altar.
desde então Esse fogo
até tempO' °
continuou ardendo con-
do cativeiro.
O Salmo de louvor foi outra vez cantado, e desta vez a
Cristo. De fato, foi além dos primeiros séculos da Era Cristã,
pois os primeiros cristãos usaram a música que conheceram na resposta foi aumentada por milhares de vozes da congregação,
adoração hebraica, conservada pela tradição oral. Durante o 'lue também cantava:
"Louvai ao Senhor, porque, Ele é bom,
pr.imeiro e o segundo séc~los~ o câ~t~co responsivo dos salmos
porque a Sua benignidadet é para sempre." Salmo 136: 1.
f~I u~ado nos. cultos dos pnmeIro~ cnstaos com~ uma conseqüên-
Cla d~ste s,ervIço do templo, e maIS tarde, da musica da sinagoga.
A prmcíplO o salmo era entoado por um único solista. "Tor- Seria interessante reproduzir aqui um exemplo de uma me-
nou-se costun:e, entre a congregação, introduzir alguma pequena lodia tradicional,' composta como num arranjo antifônÍco do

-'.-
resposta no fIm de cada verso. O estribilho era, originalmente,
Salmotranscrito,
l\(lui 125 para oossalmo
modernos
passacoros judaicos. Seguindo
alternadamente o trecho
dos grupos para
muito breve, um curto texto tal como: 'Porque Sua misericórdia
() canto uníssono.
permanece para sempre'." - Grove's Dictionary, VaI. 4, pág. 43.
Por ocasião da dedicação do templo, os coros cantaram alternada-

-
QUEM CONFIA NO SENHOR
mente, .e a c?~gregação também se uniu mais tarde numa resposta. Do Salmo 125
MaIS mUSIca e outras partes do serviço deviam seguir a essa Antifônica Melodia folclórica

m~sica que. leva.va à glória ?O dia da dedicaçãO'. A primeira


COlsaa segmr, fOl um breve dIscurso de SalomãO' sôbre a história r- c' • t I
--- -"
~o projeto, dand.o a Davi, seu pai, o crédito pelos seus prepara- Quem con - fi • a no Se·nho' Quem confi . a no Se· nhor.
tIVOS. Ele repetm o salmO' de Davi enquanto o côro cantava:
"Ali farei brotar a dinastia de Davi,
e o Meu rei escolhido brilhará prosperamente."
Quem con·fi • a no Se· nhor É como o Monte de Si . da.
Salmo 132:17, [Trad. Moffatt.]
I
97
96 MúSICA EM MINHA BíBLIA MÚSICA DA DEDICAÇÃO DO TEMPLO

No dia da dedicação, entretanto, é evidente que o Salmo que Sua benignidade é para sempre" é a inspiração para o
lindo tema do hino de Barnby, começando:
136 foi usado da mesma forma que o foi em muitas outras
ocasiões posteriores da história dos judeus. Uma delas foi a "Doce é Tua misericórdia, Senhor,
dedicação do segundo templo, sob a direção de Esdras. Nova- Ante Teu trono de misericórdia."
mente Mears escreve de Judas Macabeus quando, voltava depois
de ganhar a vitória sôbre as fôrças grego-siríacas: "Era véspera A despeito dos que apreciam a música purista para a igreja
de sábado quando a batalha terminou, e entre seus ricos des- do século XX, há ainda muitos que apreciam a "doce" música re-
pojos, voltando de sua gloriosa vitória, os vencedores louvavam ligiosa, assim como o Israel antigo o fazia.
Il
nas palavras do Salmo 136: "Louvai ao Senhor, porque :Ele é
bom; porque a Sua misericórdia é para sempre." :Este salmo DOCE É A TUA MISERICÓRDIA
tem sido tão freqüentemente usado em ocasiões semelhantes
que tem sido chamado o hino nacional dos judeus." - Prom
Exile to Overthrow, págs. 131 e 132. [Ver I Crôn. 16:41; II
I -~=f;ir-I
Crôn. 7:3 e 6]. Tua gra-ça é doce,ó Deus, Pe - ranle o Ira-no Teu.
No dia da dedicação do primeiro templo, êste salmo constituiu
parte do programa musical do dia. Para dar uma idéia de comO No dia da dedicação do templo foram oferecidos sacrifí-
teria sido o seu efeito, a seguinte melodia antiga, autêntica da cios continuamente. Não foi usado sàmente o imenso altar
tradição dos sefárdicos-orientais, cantada para o Salmo 144, é do sacrifício mas Salomão fizera consagrar o pátio de pedra
reproduzida COm algumas palavras do Salmo 136. Tal apli- para ser usado, para acomodar os milhares que desejassem ofe-
cação é razoável, pois Idelsohn menciona que diferentes salmos recer sacrifícios. Nesse ínterim, a música continuou através

1_
..
eram freqüentemente cantados com a mesma melodia, dentro do dia.
do estilo do Salmo. Assim, o seguinte pode servir como ilus- "O som de trombetas acompanhava o ritual do altar: um
tração: sonido de trombetas de prata" com os cantores e conjuntos de
LEDAVID BARUK (SALMO 144)

1'--
t'Orda "tocando enquanto a fumaça do sacrifício subia; uma vez
Palavras da Salmo 136 S f' d' , I eonsumida a vítima, a música de ofertório silenciava. Aqui
então está a explicação para as difíceis palavras 'Deus subiu

I &~=--.__
["0-------- ==========--
,m"oon,":
rom um grito, o Senhor com,,o som ?e ~ma tr~mbeta'." - ~~l-

1'--
pin, em "Suplementary Notes to Stamer s Mustc of the Btbte,
Ao Se • nhor dai gra· ças, Pois ~ le é
pl~g. 92.
:e evidente que "ao tempo em que começou o holocausto,
começou também o canto ao Senhor, com as trombetas e com
bom. POIS Su a gra - ça é pa - ra sempre. Pa ra
os instrumentos de Davi, rei de Israel." II Crôn. 29:27.
As prescrições dêste Salmo eram executadas:
"Cantai louvores ao Senhor com a harpa [kinnor],
quem ti . rou a ter· ra do mei· o das cÍguas. com a harpa e a voz: do canto.
Com trombetas [shophar] e com buúnas [chatsotserah]
Como antigamente, exultai perante ti face do Senhor, o Rei/" Salmo 98: 5 e 6.
misericórdia de Deus é os crentescentral
o tema de hoje compreendem
de nossa religião. que
"Por-a
7
98 MúSICA EM MINHA BlBLlA

o dia encheu
de Deus da dedicação
o Seu nunca
templo deveria ser do
no início esquecido. A glória
culto musical pe- CAPíTULO 15
rante o altar. Seu relato tem sido preservado por três mil anos
na Sagrada Escritura. "Apesar de os relatórios da música terem
desaparecido, restou suficiente do espírito de aspiração para
compreender o fervor religioso e compreensão poética do antigo
povo hebreu,secular."
necessidade cuja música
- Bauereraand
sua Peyser,
linguagem
Musicritualista
Throughe sua
the "Cântico
Ages, pág. 20.
dos Cânticos"

dE Salomão escreveu o apaixonado poema que


recebeu o seu nome, isto teria sido em sua ju-
ventude, quando a devoção a uma mulher e a um Deus era
seu ideal. Esta sincera devoção recíproca entre o amante e o
ser amado, é o elemento capital do dramático e fervoroso "Cân-
tico dos Cânticos," como é chamado pelos hebreus o Cântico
de Salomão.
Houve oito outros grandes cânticos antes dêste, na história
sngrada, de acôrdo COm os teólogos hebreus, e alguns dêles já
foram considerados neste estudo. Mas, o "Cântico dos Cân-
ticos," foi considerado superior a todos êles. Superior ao cân-
tico de Adão quando seu pecado foi perdoado; ao "Cântico do
Mar" de Moisés, ao Cântico da Rocha dos israelitas (com sua

~gua que aojorra);


Moisés," superior
Cântico a "Este
de Josué Cântico,"
quando o Sol ou "Despedida
parou, de
ao Cântico
de Débora e Baraque, ao cântico de Ana quando Deus lhe pro-
meteu dar Samuel; aos agradecimentos de Davi pela misericórdia
de Deus (II Sam. 22), e mesmo superior ao cântico ainda por vir,
'llle será cantado pelos israelitas quando sua terra lhes fôr
restaurada.
O que faz o "Cântico dos Cânticos" tão grandioso? Seu
verso musical e ricas palavras, o perfume de suas figuras sen-
Ruais, sua beleza de expressão ao descrever a primavera, seu
(99)
100 MúSICA EM MINHA BíBLIA "CANTICa DOS CANTICaS" 101

sentimento pastoril- tudo isso lhe confere lugar entre a maior MELODIA DO "CANTICO DOS CANTICOS"
poesia da literatura mundial. Goodspeed acredita que seu imor- _ll :o- lituana
redouro apêlo origina-se no fato de tratar de "um assunto de
interêsse universal, como o amor e casamento," porque o "Cân-
~
tico dos Cânticos" é uma série de cânticos nupciais. O cântico dos cãn ti - cos de Sa - 10 - mão Sei - je me t-Ie
É, na verdade, a obra-prima e único sobrevivente dos muitos
cânticos usados em festividades de casamento que duravam uma

--
~
semana nos tempos bíblicos, e os quais são de fato ainda ob-
servados em certas vilas remotas na Síria hebraica. Adão Clarke
crê, após estudar por cinqüenta anos o livro, que a aplicação
literal é a correta. Há também aplicações místicas e simbólicas,
~
mas alguns comentários os levam a extremos. Eu dis-se: le-van - tar-me - ei pe-Ia ci - da - de, bus-ca-rei
Os estudiosos hebreus, e os teólogos cristãos desde Orígenes
(teólogo cristão nascida em Alexandria) no terceiro século, têm
dado a êste poema dramático, que pinta a imorredouro amor a - Que-leaQuem a - ma mi - nha ai -ma, bus-Quei-O e não o a • ~~
recíproco de uma jovem (donzela) e um homem, a simbólica
e mística interpretação do amor de Deus por Seu povo ou de
Cristo pela Igreja. O casamento em seu mais alto idealismo
é símbolo desta mística união, uma verdade reiterada tanto no An-tes que re- Fres-que o di. a e cai· am as som-bras
Velho como no Nôvo Testamentos.
"Cristo honrou a relação matrimonial tornando--a também
~
s;mbolo da união entrc :Ele e os remidos. :Ele próprio é o es- Vem de- pres-sa, meu a • ma • do E Fa • ze· te
pôso; a noiva é a igreja, da qual diz: 'Tu és tôda formosa,
amiga l\1inha, e em ti não há mancha'." - Ellen G. White,
A Ciência do Bom Viver, pág. 356. ~
co • mo o sa mo, co - mo o sa . mo
A sinceridade oriental do "Cântico dos Cânticos" faz alguns
cristãos duvidarem de sua elegibilidade para um lugar no cânon
escriturístico. Muitos manuscritos antigos o contém, entretan-
to, incluindo o "Codex Sinaiticus." O "Cântico dos Cânticos" ~ .Ô·bre os mon te, de Se - ther. •
tem sua própria melodia e cantilena para leitura pública tam-
Os acentos ou marcas da cantilena serão amplamente ex-
bém. Por séculos, o costume de lê-Io ou entoá-Io na última noite
planados nO capítulo XX ao tratarmos de Esdras e a música do
de sábado da semana da Páscoa tem sido observado. A seguir, segundo templo.
temos uma melodia lituana, possivelmente baseada em antigas f2 mais fácil entendermos o "Cântico dos Cânticos" quando o
fontes, que foi usada para êste propósito, e foi posta em forma klllos como um poema dramático, mais ou menos na ordem
moderna por Idelsohn. greg<l, que representa as palavras de um personagem, depois
102 MÚSICA EM MINHA BíBLIA "CANTICO DOS CANTICaS" 103

outro e, ocasionalmente, de um grupo de personagens. Os nada menos que catorze diferentes perfumes doces e especiarias
personagens principais são o amado, ou Salomão, o "Príncipe são enumeradas. Seguindo-se a uma separação, a amada e o amado
reúnem-se. Ela pleiteia:
da Paz," edea Paz,"
"Princesa amada sendo
(donzela) ou a Sulamita,
em hebraico a forma que significa
feminina de
"Põe~me como sêlo sôbre o teu coração,
Salomão. As filhas de Jerusalém ou o grupo de môças da ci- como sêlo s8bre o teu braço,
dade, formam realmente o "côro." A inabalável devoção, ado- porque o amor e, f orte como a morte. "
ração e fidelidade do amante e da amada um pelo outro, exem- Cantares de Salomão 8: 6.
plifica o mais alto ideal do matrimônio. Sàmente na monoga-
mia, como Cristo aconselhou, pode isto ser encontrado. De :Este poema dramático, uma série de cinco cânticos, foi
fato, o próprio Salomão, depois de sua vasta experiência na escrito evidentemente em honra a uma celebração matrimonial.
poligamia, adverte contra muitas mulheres. Sugere: Pensam alguns que foi para o próprio casamento de Salomão
"Seja bendito o teu manancial com a princesa egípcia. :t'. agora geralmente considerado como
sendo o único sobrevivente e o melhor de muitos de natureza
e alegra-te com a mulher da tua mocidade.
Como cerva amorosa e gazela graciosa. semelhante, para celebrações nupciais. O lapso de tempo in-
Saciem-te os seus seios em todo o tempo; sinuado está em harmonia com o costume de devotar uma
e pelo seu amor sê atraído perpetuamente." semana para a ocasião. O casamento de Sansão, por exemplo,
Provo 5:18 e 19. durou sete dias. Mesmo hoje, nas comunidades rurais do Ori-
ente, os recém-casados hebreus são honrados com uma semana
"O Cântico dos Cânticos" é tão rico em metáforas que se tor- de festividades.
na um tanto de difícil compreensão. Sua unidade é emocional, con-
No casamento típico hebraico, quando chega a hora de o
sistindo de estado de espírito induzido pela riqueza do apêlo das
palavras, pela cadência musical e pelo tema do amor. :t'. um noivo com
buscar
cissão um sua noiva,
grupo dirige-se
de jovens êle para
amigos, todosa vestidos
casa delana em pro-
melhor
poema da juventude, do primeiro amor e da primavera - pri-
maneira possível. Enquanto isso, a noiva, tôda adornada e
mavera da vida e primavera da Natureza. O poema começa
com um joveEl par trocando cumprimentos. O magnífico ce- pronta,
procissãoespera a chegada
no caminho do aoalegre
de volta futuro grupo,
lar de para
ambos.juntar-se
Algumasà
nário primaveril prossegue nas mais conhecidas frases poéticas
do livro: vêzes estas procissões eram realizadas à noite, COma na parábola
de Jesus. Neste caso, os membros do cortejo nupcial empunha-
"Levanta-te, amiga minha, formosa minha e vem; vam tachas ou "lâmpadas" para iluminar o caminho.
porque eis que passou o inverno; O noivo e seus homens eram precedidos por um grupo de
a chuva cessou e se foi.
Aparecem as fl8res na terra, músicos. Era ocasião
demonstrações de grande alegria
e acompanhamento e felicidade,
musical. tudo COm
Muitas expressões
o tempo de cantar chega,
e a voz da r8la ela Bíblia mostram a grande festividade da ocasião. "Com ale-
ouve-se em nossa terra." Cantares de Salomão 2: 10-12. gria e regozijo serão trazidas." Sal. 45: 15. "A voz de fol-
Kuedo, e a voz de regozijo, a voz do espôso e a voz da espôsa,"
A procissão de Salomão com seu opulento palanquim, se- (J er. 7: 34) eram ouvidas na feliz procissão de ida e volta ao
guido pelos guardas com espadas, é um interlúdio. Então, o lar da noiva, e, com certeza, durante as festividades de tôda a
amado e a amada se revezam para descrever, em figuras, as semana no casamento típico dos tempos bíblicos.
atrações físicas um do outro. Detalhadas descrições dos adornos Os instrumentos musicais eram usados para ajudar na mú-
da noiva são dados. Há um constante apêlo para os sentidos: sica nupcial até depois da queda do segundo templo. Então,
104 MúSICA EM MINHA BlBLIA "CANTICO DOS CANTICOS" 105

por um períodO consideràvelmente longo, a música instrumental terra dos hebreus, durante sua prosperidade nacional, foi uma
terra de música e melodia." - Art. "Music," pág. 590. Em ne-
foi proibida, como
casamentos, não apenas nos serviços
lembrança a Israel sagrados,
de sua mas também
tristeza nos
nacional. nhuma ocasião foi isto tão verdadeiro quanto durante as ceri-
O costume entre os judeus babilônicos, de quebrar um prato mônias nupciais.
em frente à noiva e o noivo, durante as horas alegres da ceri- Assim, a alegre procissão, com instrumentos de corda, o
mônia nupcial, era para fazer lembrar cada um da destruição toque do tambor, o canto, o riso e a alegria, chegavam à casa
de Jerusalém. Por algum tempo os rabis também proibiram a da noiva. Esta, coberta por um véu, e em seu atavio nupcial,
música secular nas festas matrimoniais durante êste período, mas com suas damas, unia-se ao cortejo, e novamente a música,
quando os hinos começaram a ser cantados de uma maneira a alegria e o júbilo precediam e acompanhavam o grupo ba-
irreverente, esta regra foi suspensa. rulhento e feliz em seu caminho à casa do noivo. O povo da
Nos países gregos, em tempos pós-bíblicos, a música grega cidade, ao longo do caminho, vinha para ver o quadro, para
ouvir a música e o riso, e talvez para unir-se por um pouco de
~omou-senao
Judeus _habitual nas. ~erimônias
era permItIdo nupciais,
tocar nem mesmoporque aos mús~cos
durante ocaSIões
,f tempo às linhas laterais. "Com alegria e regozijo serão tra-
alegres tais como tinham sido sempre os casamentos hebraicos. lj
zidas: elas entrarão no palácio do rei," canta o salmista (44:15);
"As fontes judaicas confirmam que nenhum casamento ou fes-
ta eram celebrados sem canto ou música instrumental, e que eregoZIJOde
Isa~~s pode ter atid~_
voltar SIao,umquando
cortejoescreveu:
nupcial como protótipo do
os rabis foram forçados a cancelar algumas destas proibições ... (tE os resgatados do Senhor voltarão
E a música reteve seu papel predominante em procissões e e virão a Sião com júbilo,
celebrações." - Gradenwitz, Music of Israel, pág. 95. Nos e alegria eterna haverá sôbre suas cabeças;
temp?s bíblicos, naturalmente, não havia tal proibição, e o gôzo e alegria alcançarão,
cortejo nupcial tomava-se alegre com o som de música, evi- e d~les fugirá a tristeza e o gemido." Isa. 35: 10.
dentemente tanto instrumental como vocal.
No salmo nupcial, o quadragésimo quinto, há uma refe- Quando o lar do noivo era alcançado, acompanhava êle a
noiva a um apartamento privado, onde o véu era removido e,
rência a instrumentos musicais, que não foi traduzida em tra-
duções mais antigas. [A tradução Almeida também passa por
I pela primeira vez, desde o comêço da cerimônia, êle a via,
alto esta referência.] Afirma que "dos palácios de marfim, II embora se houvessem conhecido antes. Uma festa era oferecida.
instrumentos de corda te fazem feliz." Verso 8. A palavra "E te assentaste sôbre um leito de honra, diante do qual esta-
original encontrada aqui, e que foi traduzida por instrumentos va uma mesa preparada," escreve Ezequiel no capo 23: 41. As
musicais," era "minnin," um têrmo geral para êles. Assim, I'estividades, o banquete, a música, a alegria e folguedos con-
êste grupo deve ter incluído os instrumentos de corda bíblicos tinuavam, então, por uma semana inteira.
usuais: as harpas grandes e pequenas, bem como as liras. Na Foi para esta espécie de tempo jubiloso que Salomão escre-
verdade, o significado de "minnin" é bem manifesto na tradução veu o "Cântico dos Cânticos." Nos tempos antigos, o ideal
comum do Sal. 150: 4: "Louva i-O com instrumentos de corda." original da união espiritual no casamento, como um simbolismo
da intimidade de Deus com Seu povo, foi perdido de vista.
daI.O Ocanto
SOmera
de também uma parte
vozes musicais da músicacom
era associado do acortejo
alegrianup-
do
casamento. No "Cântico dos Cânticos" a donzela se refere à Nos tempos
paração cristãos, foi,a êle
do casamento ~lvidament.e
umao de CrIstoreenfatiza~o p.ela com-
e Sua Igreja. Este
"voz do meu amado" (cap. 2:8), e o amado pleiteia: "faz-me idealismo tende a promover permanente fidelidade de um ho-
mem a uma mulher. O crescimento em beleza espiritual, e o
ouvirDictionary
seu a tua voz, ofporque tua voz
the Bible é doce," verso
menciona: 14. Smith,
"Em tôda ocasião noa contínuo desenvolvimento mental, com tôda a disposição física
106
MÚSICA EM MINHA BlBLIA

possível, assegura melhor tal lealdade que a mera lembrança


da beleza física do tempo do casamento. CAPíTULO 16
t~m Um número
escrito músicasde baseadas
comeositores dos tempos
nos textos mais modernos
do "Cântico dos Cân-
t~c~s:" "O delic~do lirismo do 'Cântico dos Cânticos,' e as pos-
sIbII.ldades que ~le oferece pa;-a a melodia pastoril, começou a
atraIr os compo~Itores numa epoca quando a naturalidade e a
atmosfera pastonl esta.v~m sendo. fa~orecidas por uma sociedade Música
que se afast~ra ~a ngldez da Igreja medieval. Seu primeiro
~rande, arranjo ,foIAOde P~le~tri?a, comple;ado em 1584. Uma de Tiro
mda Serenata sobre o Cantlco dos Canticos' foi composta
~or ~illiam .Boyce da Inglaterra no século XVIII." - Gra-
~nwItz, Mus~c af Israel, pág. 200. Arthur Honegger foi ins-
pIrado pelo lIvro, COmo o foram Marc Lavry e Lucas Poss
entre os compositores contemporâneos. Outro compositor me:-
d~rno, que escreveu uma agradável e incomum composição ins-
plrad~ .no "Cântico dos Cânticos", é Ralph Vaughan Williams.
E :n.uslca temperamental, impressionante, etérea, induzindo o
espmto ao amor e encantamento.
{'f
"_I1PASTA
cos." Amós 5 :23. oNem
de Mim estrépito
tôda dos
a música
teus cânti-
men-
cionada na Bíblia era de caráter santo e agradável a Deus. A
música, tanto secular como religiosa, em algumas circunstân-
cias prestava homenagem a falsos deuses. Dêstes deuses, Baal
ou Baalim, especialmente o Baal dos fenícios, era o mais odioso
ao verdadeiro Deus, }eová. Baal, o deus masculino ou o deus
do Sol, e Astarote, a deusa feminina ou a deusa da Lua, re-
presentavam a necessidade do homem de adorar as coisas cri-
adas em lugar do Criador. Os ritos religiosos em honra a
Baal eram compostos de selvagens orgias sexuais, assassínio de
crianças, as quais eram passadas pelo fogo, e muita música sel-
vagem que acompanhavam as danças desenfreadas dos bêbados em
gritaria. As comemorações seculares acompanhadas da música
e do excesso de vinho, eram também, de certo modo, realizadas
em homenagem a fahos deuses. Havia a música mista, na

(lual, tanto a falsa quanto a verdadeira religião, eram entremea-


(as. Isto levou
ordenando que otalprofeta
espécieAmós a proferir
de canto as palavras
ou música fôsse deabolida.
Deus
A participação na adoração a Baal era uma freqüente ten-
tação parasemelhante,
cumente Israel. Desde a adoração
a heresia no Egito,
do bezerro a qual
de ouro foi o era bàsi-
primeiro
exemplo. Desde o tempo em que os israelitas, nos limites da
(107)
108 MÚSICA EM MINHA BíBLIA MÚSICA DE TIRO 109

Terra Prometida, foram enganados pelas prostitutas midiani- os cultos da verdadeira e falsa religião. Especialmente quando
tas, acarret~ndo a destr~i~ão e dispe~são de Israel, o povo de Tiro ascendeu em importância comercial, sua religião e costu-
!?eus repe~Idamente partIcIpava dos ntuais da adoração a Baal. mes também se tornaram mais influentes. Essa mistura de ado-
A .adoraçao ao Deus de Israel, naturalmente, continuou mas, ração ao verdadeirO' e aos falsos deuses, contribuiu mais do que
pO?Ia-Se perceber ao mesmo tempo um certo interêsse pelas
deIdades de Canaã.", -: Ra?inovitch, Of Jewish Music, pág. 17. cctualquer outra coisa
eus, levando-os para o declínio da religião e da moral dos ju-
ao cativeiro.
A beleza e a mUSIca, Juntamente com as danças animadas DeI'0is que Jerüboão II ascendeu aO' trono, a prosperidade
t~maram tentadoras as orgias dos midianitas. Lemos: "Ilu~ material e a influência pagã tornaram-se grandes na terra de
dIdo~ pela música e a dança, e seduzidos pela beleza das vestais Israel. Uma forte voz foi erguida em denúncia. Era a voz do
gentIlIcas, romperam sua fidelidade para com Jeová. Unindo~ profeta Amós: "Afasta de mim o estrépitO' dos teus cânticos;
porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos." Amós
s~-lhes nos .folguedos e fes~ins, a con~escendência para com o 5:23. [Nota: na Bíblia em inglês diz: "a melodia das tuas
VI?~O an~vI?u-Ihes o~ sentIdos, e derrIbou as barreiras do do-
. '''J
Ilarpas In éb eIs.
mm!o propno. A. raI~ão teve pleno domínio; e, havendo con- Ele ouvira a música de Tiro misturada com os Salmos de
tammado a c,onscIencIa pela depravaçãO', foram persuadidüs a
c;u.rvar-seao~ ~dolos. Oferec~ram sacrifícios sôbre os altares gen- Davi nos centros de adoração. Declarara que Deus abo-
tIhc~s e partIcIparam dos maIS degradantes ritos." - E. G. White, minava o ruído de tais cânticos de adoração. :Ele refere-se à
Patnarcas e Profetas, pág. 454. harpa "nébel," a maior, mas outros instrumentos eram usados
No tempo de Jezabel e Acabe, o profeta Elias denunciou a nesta adoração mista. Era a profanação da tradiçãO' musical do
perver~a ~düraç~o pagã. A música e dança selvagens, juntas à glorioso e dedicado modêlo que fôra instituído por Davi. :Ele,
sua propna mutIlação, caracterizavam a adoraçãO' a Baal no Monte na verdade, fizera muitos instrumentos. Amós se refere aos
Carmelo, COmo é vIvidamente descrito nas Escrituras: "Invo- Foliões que inventaram e usaram os instrumentos como o fêz
caram o nüme de Baal desde a manhã até ao meio-dia, dizendo: Davi, de forma que é evidente que todos üS tipos de instrumen-
Ah, Baal, responde-nos! Porém, nem havia voz, nem quem res-
tos podiam ser encontrados nos centros de adoração de Dã e
Betel.
ponde.sse, enquanto saltavam sôbre o altar que tinham feito ...
- E eles clamavam em grandes vozes, e se retalhavam com A verdadeira música de adoração a Baal parece ter estado
facas e c.om la.ncêtas, conforme aO'seu costume, até derramarem associada com um número mais limitado de instrumentos. :Eles
sangue sobre SI . .. Passado o meio-dia profetizaram êles até que usavam principalmente o tambor e a flauta, indubitàvelmente
a oferta de manjares se oferecesse." I Reis 18: 26-29. ' por suas qualidades rítmicas. "Os ritos [de Baal] constituíam
.O. rei~o do norte, ou as dez tribos, chamadas de Israel, eram um culto de pura sensualidade, absoluto paganismo, que trou-
maIS mcl~nadas à ~dora~ã? de Baal do que Judá, talvez porque xe consigo uma música mais bem adequada à intemperança e
Israel estIv~sse maIS proxImo de Tiro. Isto se tornou especial- orgia. A música orquestral cananita, se assim pode ser cha-
mente realIdade depois que a tíria Jezabel se tornou rainha
mada~ não era
combmação do nada mais que um
ensurdecedor grande
tambor tumult?
e da causado
estndente pel~
flauta.
d~ Isr~el. Também Jeroboão I, depois de sua estada no Egito,
~ez dOl.s bezerros de ouro, um em Dã e outro em Betel, onde - Rabinovitch, pág. 18.
Já haVIa centros de adüração a Jeová. Temendo a divisão da Antes de iniciarmos o assunto da desagradável música se-
d~ lealdade de seus súditos, devido ao seu comparecimento às cular, devemos notar que nem tôda a música secular era for-
l,:osamente desagradável a Deus. O cânticü alegre do semeador
tres randes festas em Jerusalém, Jeroboão instituiu uma festa
anua cêrca de um mês após a Páscoa, em cada um dos locais
onde colocara os bezerros de ouro. Mais e mais se mesclavam edasdomulheres
segador, em
a música festivanunca
suas casas, da colheita da uva, os cânticos
foram condenados. A ale-
110
MÚSICA EM MINHA BíBLIA MúSICA DE TIRO 111

~re mUSIca do casamento era feliz e abençaada. Havia os trumentos de música e cânticos. Nessas festas, tanto hamens
macentes ~ans do tambar, da harpa e do abaé em cerimônias cama mulheres tomavam parte. De fato, as prostitutas da-
de despedIdas au em aleores grupos sociais. Esta nãa era a
música de Tiro. o
queles
homens. diasEmfreqüentemente usavam
Tira, as prastitutas a música
levavam uma para
harpa atrair os
quanda
Havia na terra outro tipo de música que foi condenada pe- andavam pelas ruas. IsaÍas compara Tiro a uma tal mulher.
los prafetas de Deus, inclusive por IsaÍas em Judá, e Amós A música era usada por essas mulheres cama um dos mais pode-
em Israel.. As festas ,d? vinho cam música, especialmente du- rasos meios de seduçãO'. Nestas palavras o profeta compara
rante a vIda de luxuna do reino da norte, justamente antes Tiro durante os 70 anos de esquecimento prestes a vir, com uma
de s~a que~a, foram candenadas em têrmas drásticos. O prostituta:
~mor, ~ comodI?ade, a corrupçãa pela excesso de vinho, a amor
"Tira será cama a cançãO'duma prastituta.
a mUSIca assacIada cam tudo isso, a que as classes privilegiadas
Toma a harpa [kinnor]
se en:regavam, enquanto os pabres eram oprimidos, preparou Radeia a cidade,
a naçao para a sua queda.
ó prastituta entregue aO' esquecimentO':
" .IsaÍas pronunciau uma maldição sôbre tal sorte de pessaas: Taca bem,
AI dos que se levantam pela manhã e seguem a bebedice e se Canta e repete a ária
Para que haja memória de ti!" Isaías 23: 15 e 16.
demaram
nar] até a [nébel],
e ,alaúdes noite, atétamborins
que a vinho os esquenta.
[toph] e pÍfaros E [chalil]
harpas e[kin-
vi-
nho ha n?s seus banquetes, e não olham para a obra do Senhar, As mulheres empenharam-se em tôda a esrécie de música
nem cansIderam as obras de Suas mãos." IsaÍas 5: 11 e 12. secular, tanto a inocente quanto a sedutora. 'Israel gozava a
Cada instrumento aqui mencionada era também usado na vida através da música, tanta vocal como instrumental, e asso-
a.doração a Deus e na música que Ele abençaara; aqui, porém, dava a música com a dança e o vinho, de que tanto homens
sao usadas para conduzir aa pecada e aO' excesso. como mulheresas participavam."
. Qu~~do a ~estruiçã~ final chegau, IsaÍas descreveu de ma- 21. Embara mulheres não - tomassem
Idelsahn, parte
Jewishna Music,
música pág
do.
neIra VIvIda o fIm de taIS celebrações selvagens de vinha:
serviço
secular, do templa,
tanto elas omá.
boa como faziam em muita
O mesmo música com
acontecia de natureza
todos os
"Há lastimasa clamar nas ruas par causa da vinha'
tôda a alegria se escureceu, desterrau-se a gô;a da Terra. povas arientais circunvizinhas naquele tempa.
Cessau a falguedo dos tambarins [toph] :e. evidente que um grupo especial de cantaras, chamadas
Acabau o ruída das que pulam de prazer, "dançarinas," fai trazidO' da FenÍcia. Carl Engel fala dêste as-
E descansau a alegria da harpa, sunto e diz: "As 'dançarinas' preferidas no Egito eram, pro-
cam canções nãO' beberãO'vinha." IsaÍas 24: 11, 8 e 9. vàvelmente, as fenÍcias." "Em muitos túmulos dos antigos egÍp-
dos encantramas representações de môças dançando em festas
Clamando par mi~ericórdia e livramenta, o profeta pra-
mete uma transformaçaa par uma música muita diferente: particulares ao som de várias instrumentos, de maneira se-
melhante às modernas 'Ghawazee' [dançarinas]; no entanta,
"S~ servido, 6 Tu Eterna, de livrar-nas;
E.ntãa tadas as nassas dias mais licenciosas, com uma ou mais destas dançarinas apresen-
Faremas música em Tua casa
lundo-se em estado de completa nudez, embora na presença
Em Teu louvar." Isaías 38:20, Moffatt.
de hamens
Ancient e mulheres
N ations, de alta
págs. 259 posiçãO." - Music of the Most
e 258.
Não sabemas como soava esta música, tacada e cantada
En.tretan.to, o povo de Judá apegou-se a seus Ídalas de pe-
cada, mclusIVe às festas de bebedeiras, acompanhadas por ins- por estas môças vindas da antiga Tiro. Era, indubitàvelmente,
112 MÚSICA EM MINHA BíBLIA MúSICA DE TIRO 113

muito rítmica, e com apenas umas poucas melodias, pois isto


Tiroo como
cativeir.o e a dispersão
os reinos poriam.
de Judá, fim conqUlstados
serIam a tudo. isso, quando, ta?:o
pela Assma
era típico do repertório musical das mulheres orientais da- e Babilônia. O rei de Tiro, Etbaal, seguidor do falso deus Baal,
quele
da tempo.de Gradenwitz
música um grupo cita a descriçãojudias
de mulheres de Robert Lockmann,
na ilha comple- foi comparado por Ezequiel a Lúcifer: antes, or~ulhos?,. pos-
tamente isolada de Djerba, as quais eram "relíquias vivas da suindo tudo, no que se refere a beleza, sabedOrIa, musIca. e
civilização oriental de milhares de anos atrás. Seus cânticos
se prendiam a um pequeno repertório de típicas repetições meló- riquezas; agora, rejeitado e caído por causa, do pecado. EzeqUlel
predisse de Tiro: "E Eu farei cessa..ro arrUl~o, das ~u~s cantIg~s,
dicas; os vários cantos reproduziam essas voltas - ou algumas c o som de tuas harpas [kinnor] nao se OUVIramaIS. EzeqUlel
delas - uma vez após outra." Em lugar do ritmo livre da cantilena,
esta música é caracterizada por um periódico movimento "ascen- 26: 13. . d "Af
A ordem de Deus para Israel ~an::bém fOI execu!a a: . . as-
dente e descendente." "As mulheres acompanhavam seus cânticos ta de mim o estrépito dos teus cantIcos; porque nao OUVIreIas
com tambores ou címbalos que batiam com as mãos." - Music af melodias dos teus instrumentos." Amós 5: 23. Em Judá e Israel,
Israel, pág. 28. como na cidade próxima ao mar, o cativeiro silenciou o som da
Uma moderna canção de amor, egípcia, citada por Carl En- sacrílega música de Tiro.
gel, a qual é muito repetitiva e rítmica, pode ilustrar o tipo de
música executada pelas antigas fenícias no tempo em consi-
deração:

1'11_
MODERNA CANÇAO DE AMOR EGíPCIA

Também em Israel, viu o profeta Amós a música e o vinho


misturados nos banquetes de prazer, para os privilegiados, en-
quanto o pobre estava nu e faminto, e o país prestes a ser destruído
pelos invasores. Em palavras de reprovação pronunciou êle uma
maldição sôbre os que dela participavam:
"Ai dos que repousam em Sião ...
que dorrnis em camas de marfim
e vos estendeis sÔbre vossos leitos ...
que cantais ao som do alaúde [nébel]
e inventais para v6s
instrumentos músicos como Davi ...
mas não vos afligis pela quebra de José."
[Aflição de José, diz a margem.] Amós 6: 1-6.
8
A VOZ DE CHORO 115

CAPITULO 17 mente se trabalho.


nenhum observava Ao higiene
jejum entre os enlutados.
pessoal Não se fazia
era completamente ne-
gligenciada; nem banhos se tomavam. Em séculos posteriores,
a única leitura feita pelo enlutado era a dos livros de Jó ou
Lamentações, ou então êstes livros eram em parte lidos em voz
alta para êle.
A Voz Tão 1000 a morte entrava no lar, apenas o enlutado perma-
necia em ~ilêncio. Tudo o mais, nos funerais dos antigos he-
de Chôro breus, era barulhento. "O Espírito de Deus," diz o Talmude,
não pode habitar em meio à tristeza, nem em meio à tristeza
que é muda, inarticulada, não elevada e purificada pela música."
- Rabinovitch, Of Je1.vish Music, pág. 21.
Parentes e amigos apressavam-se a ir ao aflito a fim de con-
fortá-Ia, e sentavam-se com êle lamentando: "Pobre dêle," ou
"Pobre dela." Um grupo de lamentadores profissionais, geral-
mente mulheres, também se apressava em ir à casa com altas
_/7 vidades
«f SSIM corno a procissãoo nupcial
representavam máximo edesuas festi-e
alegria lamentaçóes, chôro, pranto, música e o canto de lamentos en-
regozijo, a procissão fúnebre e o período de lamentação repre- tremeados de muitos "ais." Algumas vêzes, tanto homens como
sentavam o mais profundo desespêro nos tempos bíblicos. Je- mulheres, uniam-se cantando réquiens em memória, especial-
rusalém é freqüentemente personificada corno urna alegre noiva mente para o povo nobre. Lemos: "E Jeremias fêz uma la-
ou corno urna chorosa viúva, completamente só. Descrições mentação sôbre Josias; e todos os cantores e cantoras falaram de
casuais contam-nos muito dos costumes, tanto nos casamentos, de Josias nas suas lamentações até o dia de hoje, porque os
corno nos funerais daquele tempo, inclusive de sua música. deram por estatuto em Israel." II Crôn. 35 :25. Esta elegia
O luto era caracterizado pela "voz do pranto" e a "voz da perece ter-se perdido, mas, por gerações, foi cantada anualmente.
lamentação," geralmente dos amigos ou carpideiras. O enlu- O "Targum" diz que foi escrita no livro de Lamentações. Po-
tado entregava-se completamente à sua aflição. Sentava-se em deria o capítulo 3 de nosso livro de Lamentações, um tanto
atitude abatida, pois o sentar era urna postura de aflição. Se o diferente em estilo dos outros capítulos, ter sido uma parte do
enlutado era homem, colocava a mão sôbre a bôca, e, exceto lamento original?
pelos soluços, nada dizia, e não participava de conversação al- Outros poetas e profetas escreveram lamentações nos tem-
guma. Urna mulher se lamentava e chorava mais, "sentada só."
Ainda hoje no Oriente, os homens árabes conservam-se em pos bíblicos. O maravilhoso réquiem de Davi em II Sam. 1: 19-
silêncio na tristeza, enquanto as mulheres gritam e choram. 27, composto
ITa os filisteusdepois da morteé um
em Gilboa, de Saul e Jônatas
clássico entre na batalha con-
as lamentações.
O hebreu enlutado arrancava o cabelo da cabeça e da barba.
Algumas vêzes a mulher cortava o cabelo, corno símbolo da Sendo que êle e os honrados eram todos guerreiros, deu .êl~ a
perda de sua beleza feminina e encanto. O enlutado rasgava seu réquiem
deveria um tema deporbatalha
ser acompanhado e declarou
uma melodia que oFoi
específica. cantIco
cha-
as vestimentas comuns em profundo desespêro e aflição, e ves- d
ma o o "C" dA"
antIco o rco. S 'd'
eu repetI o coro: é "C orno
tia-se de saco ou vestimenta preta. Cinza era colocada algumas caíram os valentes." O DI. Clarke diz dêste réquiem de Davi:
vêzes na cabeça, ou o lamentador sentava-se sôbre ela. Comu- "l? quase impossível ler o nobre original sem encontrar cada pa-
(114)
116 A VOZ DE CHORO ll7
MúSICA EM MINHA BíBLIA
;

lavra inflada por um suspiro ou quebrada por um soluço."- "E Jesus, chegando à casa daquele chefe, e vendo instrumentistas
Commentary, VoI. 2, pág. 310. J e o povo em alvorôço." S. Mat. 9: 23.
Tanto o tipo de música tocado, como o caráter dos cânticos
Maior aflição de coração é sentida ao ouvir-se o grito de I
desespêro de pai guando o filho de Davi, Absalão, foi morto. .I fúnebres, fixavam-se pela tradição. Alguns instrumentos que
"Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Quem I. denotavam alegria não eram nem
ouvidos
me dera que morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!" II nem na casa do enlutado, nosnaarredores
"voz de pranto" fúnebre,
da tumba, onde
Sam. 18:33. um grupo profissional ia, não sàmente na procis~ão f~nebre, mas
também diàriamente, durante os costumeIros sete dIas de luto.
Com o decorrer do tempo, o chôro tomou-se mais e mais
Os instrumentos de corda não eram ouvidos nas lamentações.
uma profissão desempenhada pelas mulheres carpideiras. Elas O silêncio das cordas tipificava tanto a tristeza individual como
choravam, gritavam e cantavam certos estribilhos, tais COmo:
a nacional. Os cativos hebreus penduraram suas "harpas nos
saloueiros," em Babilônia. Isaías previu o tempo de tristeza na-
o"Pobre dêle,"o "Pobre
Revelador, costume dela." Posteriormente,
usual forneceu a figura no
paratempo de João
a lamentação cio~al quando, como em pranto por um indivíduo, "Cessou o
pela destruição
sôbre de Babilônia;
as suas cabeças, escreveu
e clamaram êle: e "E
chorando lançaram di-
lamentando, pó
efolguedo dos atamborins,
descansou alegria daacabou
harpa."o ruído
IsaÍas dos
24: que pulam de prazer
8. Parece-nos que o
zendo: "Ai, ai daquela grande cidade!" Apoc. 18: 19.
"kinnor" e o "toph" permaneciam silentes no pranto. Tem-se
Amós descreveu a futura destruição das cidades de Israel no dito que, às vêzes, um pequeno tipo de tambor chamado "eiros"
auge de sua alegria e beleza, declarando: "Em tôdas as ruas foi usado para acompanhar os rítmicos cantos fúnebres, mas
haverá pranto e em todos os bairros dirão: Ai, ai!" Amós 5: 16. normalmente o bater palmas era feito quando o ritmo devia
Jeremias também se refere ao costume. Sua ausência indica ser enfatizado.
O instrumento mais comumente usado na música de la-
completa rejeição,porcomo
"Não lamentarão pode serAi,deduzido
êle dizendo: nesta
irmão meu, passagem:
ou Ah, minha mentação era a flauta ou "chalil." Como foi explicado no
irmã! Nem lamentarão por êle dizendo: Ai, Senhor, ou Ai, Capítulo I O, o "chalil" é considerado COmo sendo um antigo
Majestade!" Jer. 22: 18.
oboé ou oboé duplo. :e. um instrumento de sôpro tocado verti-
Uma das mais antigas profissões franqueadas às mulheres calmente, em vez de horizontalmente, como o é a flauta. Tam-
foi o de lamentadoras ou choradoras fúnebres. Eram chamadas bém o "aulas" grego, a palavra traduzida por flauta [na Bíblia
"mulheres sábias" e possuíam repertório próprio, que consistia em inglês - "Instrumentistas" na tradução Almeida], na pas-
em cânticos chorosos, tanto novos como antigos. Essas lamen- saoem que se refere ao clamor do pranto na casa de Jairo é
tações eram freqüentemente rítmicas, e algumas vêzes acom- co~siderada por Galpin como indicando "a simples flauta ver-
panhadas pelo bater de palmas. Jeremias se refere a isto como ticaL" - Notes to Stainer, The Music af the Bible, pág. 140.
profissão, quando ordena: O som dêste velho oboé era lúgubre ao ouvido antigo. As-
sim os cantores fúnebres, o pranto, o chôro e as lamentações
"Considerai e ehamai as carpideiras,
para que venham; era~ acompanhados pelos tristes sopros do "chalil." Jeremias
e mandai procurar mulheres sábias descreve o coração de Deus soando "por Moabe como flautas"
para que venham também." Jeremias 9:17 e 18. Oer. 48:36), uma figura de linguagem para pintar o pranto
sôbre uma pessoa morta. O "machol," imaginado como sendo
Mesmo mais tarde, no tempo de Jesus, há alusão ao ba- não apenas as danças, mas também a pequena flauta usada para
rulhento costume de ter carpideiras profissionais, quando Jesus
acompanhá-Ias, foi dança
mentação a nossa excluído do pranto.
[machoIJ." Lam."Converteu-se
5: 15. em la-
foi chamado para ressuscitar da morte a jovem filha de Jairo:
118
MÚSICA EM MINHA BíBLIA A VOZ DE CHORO

-
119

.Foi costume I?or n:uitos ano~ eI? Israel que mesmo o espôso melodia mistura o louvor e a resignação com o pranto - as pa-
maIS pobre provIdencIasse carpIdeIras para os funerais da es- lavras foram traduzidas para o português:
pôsa. ~~binovitch m~nciona uma parte dos deveres nestas pa-
lavras: Mesmo o maIS pobre entre pobres, quando perdia a es- "KADDISH":" A DESPEDIDA
pôsa? s~ntia-se constrangido a contratar pelo menos duas dessas
carpIdeIras, e pelo menos um flautista, um entoador de lamenta-
ções, e outro tocado r de flauta, todos seguindo o cortejo fúne-
bre."era- 0f
na !ewish Music, pág. 19. :Esóe costume perdurou
CrIsta.
Stainer, cujas pesquisas fizeram-no uma autoridade no cam-
po dos instrumentos bíblicos, usa um solo de oboé COmoprelúdio
ao "Côro das Carpideiras" (n.o 5) em sua cantata sacra "A
fI~ Seu gran • de no-me.

filha de Jairo." .Seu tom me.nor e sua melodia simples r~pre-


Através de séculos o livro de Lamentações, juntamente com
sentam um sentImento de tnsteza, como pode ser visto nesta
reprodução: o de Jó, foram as únicas leituras que o enlutado fazia durante

o PRANTO o luto. Algumas


Descrevendo, vêzes
como os capítulos
o faz, a futuraeram lidos para
destruição de oJerusalém,
enlutado.
Adóglo MM ~ =80 . Lamentações tipifica, na perda nacional pela destruição, a perda
Obs. Solo com muito expressão ~~ Stomer
I pessoal pela morte. O livro é uma série de poemas com belas
palavras em perfeita métrica de elegia hebraica. Os primeiros
quatro capítulos fazem uso de um recurso literário - o acrós-
~ tico. Respondia à necessidade da alma dos hebreus, de completa
entrega à tristeza, a ponto de ser quase uma felicidade ou
"alegria negra," apesar de sóbrio e solene. Era, talvez, seme-
~ lhante ao pensamento de Milton em "II Penseroso:" ":Estes
prazeres a melancolia dá."
A música antiga, propriamente dita, teria tido SOm diferente Há confôrto no livro de Lamentações para q u a I que r
?esta acima, mas, o espírito aí está, e o tipo do acompanhamento sofredor. Mostra a simpatia de Deus pela tristeza onde diz:
Instrumental é autêntico. "Porque :Ele não aflige nem entristece de bom grado aos filhos
Nos tempos pós-bíblicos certo canto fúnebre conhecido como dos homens." Lam. 3: 33.
o "Kaddish," foi gradualmente desenvolvido 'e foi usado em j Desde o tempo de Esdras, e através de muitos séculos, o
i
muitos países COm melodias variadas. A pri~cípio cantado so- livro de Lamentaçóes teve um tempo específico para sua lei-
mente na morte de pessoas cultas; mais tarde, porém, foi usado tura pública, ou cantilena, sendo a data o dia nono de Ab,
p~r~ outras pessoas também. :E um tipo de Doxologia. "O 'Kad- no fim do verão. Cantava-se o livro completo, tanto na manhã,
dlsh ~ara os mort~s era originalmente recitado para encerrar os quanto na tarde dêsse dia. Possuía melodias específicas para
sete dIas .de luto. - The Jewish Encycloppedia, VoI. 7, pág.
40 I. MaIS tarde passou a ser cantado imediatamente após o cantilena,
haseadas novariando
mesmo um
modopouco
ou noem mesmo
diferentes
tom. países, mas étôdas
"O modo ca-
racterizado pela maneira na qual certos tons iniciais, interme-
sepultamento.intitulado
espanhola, Segue "Laumdespidida,"
exemplo cuja
do "Kaddish"
dignificantede origem
e bela diúrios e finais são acrescentados e contrastados na melodia
120
MÚSICA EM MINHA BlBLIA A VOZ DE CHORO 121

cantada ou .tocada~ dentr~ dos modos escolhidos, o cantor ou "Como se acha solitária aquela cidade
executante tmha _toda a !Iberdade individual para as variações dantes tão populosa!
e para ~ expressao emOCIOnal. - Gradenwitz, The Music of Tornou-se como viúva;
Israel, pago 41. a que foi grande entre as nações,
O modo para Lamentações tinha uma qualidade descrita e princesa entre as províncias,
tornou-se tributária!" Lam. 1: 1.
como a "expansão da alma," com o tom menor expressando
e~oções fer:vorosas. e implorando. Possuía, de fato, um som
tnste; to.davI~ contmha uma nota de esperança. :e baseado no Vários compositores, especialmente alguns jovens composi-
m?do ~Ipodorico, consistindo de tons da escala moderna de tores judeus, escreveram em anos recentes um número de in-
La a La, como s~ toca~se tôdas as teclas brancas do piano. Os teressantes obras estejam
musicais deinspiradas nos temas de pranto con-
da
Bíblia. Embora alguma forma na linguagem
exemplos verd~deIros sao sempre encontrados transpostos. d h d" ,. d" b
Idelso~n CIt~. o ,~eguinte exemplo de uma melodia ara temporanea
A
a c ama a mUSIca mo erna, essas o ras par-
La~e?taç?es, _ongmana dos judeus babilônicos, cujas melc!dias tilham mais da natureza real da música dos antigos hebreus do
tradICIOnaIs s~o usualmente das mais antigas fontes e, portanto, que a de Haendel, por exemplo, que escreveu muitos oratórios
se~elhantes as dos tempos bíblicos. Seu limitado alcance de sacros no estilo clássico e barroco. A "Jeremiah Symphony"
de Leonard Bernstein e o oratório "Le Roi David" de Arthur
seIS tons.• o mant~m ,bem de~tro da capacidade de canto da
I-Ionegger podem ser citados como dois exemplos.

--
~o~ médIa. O efeIto e melancolico, apelante e patético, embora Jesus cresceu nesta Terra, onde a barulhenta demonstração,
aja. uma nota de esperança. As palavras hebraicas são repro-
inclusive o pranto, o chôro, o tocar da flauta e o lamento eram
duzIdadso como
notas canto. no original, porque suas sílabas se adaptam às a regra comum no luto; mas, :Ele demonstrou moderação na
LAMENTAÇÕES tristeza. Embora fôsse o "Homem de Dores, e experimentado
Lem. 1:1 nos trabalhos," tinha :Ele paz interior e contrôle próprio no
LI Bebilônico exterior. :e verdade que chorou sôbre a condenada cidade: "6,
Jerusalém, Jerusalém!" e chorou também no Getsêmani e na

cruz, mas umimpaciência


me mostrou lamento moderado, embora intenso
com a exteriorização ruidosa e dos
pessoal.
sen-
E - ehe yesh. ba . ba • dad ha • ir
timentos das carpideiras, quando entrou na casa de Jairoe, ao
ouvir seu clamor, ordenou que se retirassem. Referiu-Se à morte
como um pacífico sono no qual o ente querido aguarda a res-
rab • ba thi am hay • tha ke • ai • ma • na surreição.
Paulo insta os cristãos a que não se lamentem como o fazem
os outros que "não têm esta esperança." Isaías, muito antes,
havia apontado para o futuro, para a Nova Jerusalém, dizendo:
" . .. e nunca mais se ouvirá nela voz de chôro, nem voz de
~
clamor." Isaías 65: 19. João, o revelador, diz que nela "não
haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor." Apoc

I@~ bem di noth ha - ye tha Ia _ mas.


21:4.
MÚSICA DA ADORAÇÃO DA IMAGEM 123

CAPíTULO 18 o sonho da grande imagem do rei Nabucodonosor, ide~tifican-


do o próprio monarca como a cabeça de ouro.. Aq.uela_Ima~em
persistiu na mente do rei até que, em su~ ImagIn~çao, ~ e. a
viu aumentada e tôda de ouro, como um slmbolo dele propno.
Nessa ocasião foi que Nabucodonosor fêz a proclamação para
Música adorarem
m), erigidaa grande imagem
no campo de ouro
de Dura, de 90 distância
a alguma ao sul (27
pes de altura, de
Babilônia.
A música marcava o InICIO das cenmomas e dava o sinal
da Adora~ão
de quando a adoração devia começar, co~o era costume. Mui-
tos instrumentos musicais eram conhecIdos entre os caldeus
da Imagem neste tempo. Os monarcas possuíam bandas e orquestras para
tocar nos palácios, nas festas dos ricos e nos templos. ..
Os nomes e descrições de muitos dos instrumentos mUSICaIS
citados como havendo sido usados para tocar a música dos
serviços da dedicação, mostram .que alguns. dêles, ,Pelo menos,

, .
n() .
RDENA-SE a vós ... quando ouvirdes o som
da buzina, do pífaro, da harpa, da sambuca, do
eram derivados dos países conqUlstados. A lIsta de Instrume~tos
de Dan. 3, repetida várias vêzes, ocorre na porçã~ do lIvro
escrita em aramaico. Alguns dos instrumentos possmam nomes
salteno, da gaIta de foles e de tôda a sorte de música, vos Wegos, e isto nos ajuda a entender sua natureza e fonte.
prostrareis e adorareis a imagem de ouro que orei N abucodo- f: necessário relembrar que, na Babilônia, encontravam-se
n~sor tem levantado." Dan. 3:4 e 5. Tal foi a proclamação ("üivos de quase todos 03 países do Oriente Próximo. O cos-
feIta pelo arauto aos legisladores da Babilônia reunidos nas
planí.cies de Dur~ cêrca de 580 A. c., quase quatro séculos l~llne
tados de
paraNabucodonosor de levar
sua própria côrte, a "nata"
justifica dos internacional
o gôsto países conquis-
na
depoIs que o serVIço de dedicação do templo de Salomão fôra côrte e sua coleção de instrumentos.
celebrado em Israel, como discutimos no capítulo XIV.
Israel, depois do seu reino de glória e riqueza sob Salomão, A música dos hebreus, por exemplo, especialmen;e de~otada
tinha declinado, sob legisladores de um reinado dividido. A re- nos serviços religiosos, era famosa em todos ~ l~Ises , CIrcun-
vizinhos. "E então, quando a conquistadora ~abIloma, .cIente da
ligi~o se corrompera. Alguns reis, especialmente Ezequias e
JOS13S,restauraram os serviços do templo, inclusive a música. Em
)e )onderante superioridade
ia' 'Cante-nos
prc'J.
um hino musical
de Sião!'dos catIVOS, patétIca
a resposta anSIO~amente
era:
geral, no entanto, as admoestações dos profetas e as ordens I()! como
' cantaremos os cânticos do Senhor em terra estran h)'"a.
de Jeová não foram atendidas, e o povo se voltou à adoração .- Ewen, Hebrew Music, pág. 22.
dos .ído~oslevou
BabIlôma e às prá:icas corrup;as.
catIvoS de Finalmente,
Juda, e entre a conquistadora
êles Daniel e seus três :Este mesmo Salmo 137 de"creve os cativos pendurando suas
"harpas nos salO'ueiros" do Eufrates, porque não tinham coragem
companheiros, príncipes inteligentes e de boa aparência.
ou inspiração ;ara cantar em Babilônia, tão longe do seu santo
. Tendo sido os melhores alunos, e possuindo sabedoria di-
vIna,. êstes homens foram designados para elevadas posições. templo. A .', ,.

Damel permaneceu na Babilônia, onde descreveu e interpretou ('OS,


Agora, a imagem
em grande de ~uro
número, foramfora ~ngIda.aoOcampo
enVIados dIa chegara. ~USI-
de Dura. A
(122)
124
MÚSICA EM MINHA BíBLIA
MúSICA DA ADORAÇÃO DA IMAGEM 125

orquestra se estava formando não longe da imagem. A música


de dedicação da imagem estava prestes a ser tacada com muitos tocado pelos egípcios, como se encontra desenh~do nos _monu-
mcntos. Era um instrumento comum entre mUltas naçoes an-
instrumentos. Que espécie de música seria? Talvez uma COm-
pletaefeito
compreensão dos instrumentos nos dê alguma idéia do ligas, inclusive entre os hebreus. ., .
seu total.
Embora em alguns quad::os nã~ ~pareçam onfIcIos p~ra o~
"Quando ouvirdes o som da buzina," assim começa êste verso i' dcdos, é mais provável que eles eXIstIssem em to~os os Inst~
em consideração. A palavra original para "buzina" (traduzi.da ,tos As flautas duplas eram geralmente de Igual compn-
men . fA . 1 e a
como "corneta" em I Crôn. 25: 5) é usada para descrever o mcnto, embora ocasionalmente uma osse ~aIS onga qu
instrumento de Hemã, o líder da seção dos instrumentos de t Um dos tubos evidentemente, prodUZIa acompanhamen-
ou 'Ia. ,
t O outro com . ab erturas para os d e d os,
o uso de maIS
sôpro na orquestra de Salomão. O "keren," como foi explicado 10 enquan o, . . d fl t
no capítulo 13, era geralmente feito do chifre de um animal,
embora fôsse algumas vêzes mais reto que o "Shophar." Algu-
I
h~ja a melodia pràpriamente dita. Um grupo Inteuo e au as
I s muito embora cada uma fôsse capaz de tocar apenas
mas vêzes o "keren" era feito ou ornamentado de metal. Embora ~I~~a: ~oucas notas, faria um impressionante volume de som.
não mencionado nestes versos, há outro tipo de buzina assíria,
mostrada em alguns monumentos: reta, e mais ou menos seme-
lhante às trombetas de prata de Moisés.
E apropriado que a buzina seja mencionada em primeiro
lugar na lista, pois parece ter sido sempre de importância ca-
pital como instrumento de alarma ou aviso. Era costume, nos
velhos tempos, no Oriente, que um toque de trombeta ou bu-
zina fôsse usado para atrair a atenção. No relato de hist6ria
feito por Josefo, a trombeta é o único instrumento mencionado.
O pr6ximo instrumento da lista é a flauta. A ordem dos

instrumentos na Bíblia [tradução Inglêsa K. J. V.], usada pela


autora, é a seguinte: buzina, flauta, lira, sambuca [triângulo nas Flauta dupla asslria.
mais recentes], harpa e gaita de foles. Esta era a classificação
para um grande grupo de instrumentos semelhantes, sendo todos
em tamanho grande. A palavra "flauta," usada na Bíblia, pode
sugerir a alguns leitores o instrumento moderno, executado
transversalmente. Tal instrumento era conhecido nos tempos
antigos, e pode ser visto em monumentos egípcios; mas não é
êste o tipo mencionado como parte da orquestra do rei Na-
bucodonosor.

A palavra original é "mashrokitha," uma palavra grega sig- Há outro instrumento de sô~ro me~,cionado no grupo: ~ ga~a
nificando um tubo ou, mais corretamente, um tubo duplo. Pos- dc foles, traduzida como : saltério [~m ~lgumas versoes ~
suía dois tubos unidos num único bocal colocado no fim do Bíblia em inglês]. O salterio estava ,In.clUld?, como será de
l11onstrado mais tarde. O nome do ultImo Instrumento men-
instrumento, mais ou menos como no nosso atual clarinete ou
oboé. Conhecido pelos gregos como um instrumento assírio, era donado na lista veio da palavra "sinfonia," c.o~o A ~;~dto~e~
conhecido pelos caldeus antes de ser usado na Gréda, e era I~m anotado na margem: "Caldeu - sinfoma. SIn o:l1a
era semelhante à nossa moderna gaita de foles. De fato, amda
126
MÚSICA EM MINHA BíBLIA 127
MÚSICA DA ADORAÇÃO DA IMAGEM
hoje o~, campo~eses italianos chamam a gaita de foles, a "zan- da música oriental, coral ou instrumental, seja hebraica ou caldéia.
pogna. A; gaIta de foles, em suas várias formas, é um instru-
mento antIgo, sendo de uso geral entre os assírios, persas e
greg~:, por exemplo. tem Asido
qualidade do somcomo
bem descrita da ~aita de semibárbaro
'arcaico, foles, familiare estimulan-
a muitos,
te." E também barulhento, especialmente se um grupo grande
d 1
odas as nações européias, particularmente desde o tempo
as c~uzadas,Ativeram a gaita de foles, embora do século XV de gaitas soa ao mesmo tempo, como está implícito na descrição
em dIante fosse ela mais comum na ESco'cI'a Nos t da música da dedicação da imagem de Dan. 3.
d" . d . empos
mE ~eVaIS,a ga~~a ~ f~les acompanhava algumas vêzes o canto, Os próximos a serem mencionados são os instrumentos de
e 01 cha~adaA o coro num antigo manuscrito. cordas, chamados harpa, sambuca e saltério. Nas traduções
E d~ ~nteresse notar as observações do Rev. Galpin, de ue atualizadas [Versão Revised Standard e Moffatt, em alguns
numa sene de escavações na Pérsia, algumas figuras em te;ra- casos], êstes instrumentos são chamados de "lira," "triângulo"
~o~ foram encon~ra?as n? monte de Susa, supostamente do século
. c., as q~aIS mclmam duas figuras que parecem estar to- eoriginal,
"harpa,"depalavras que mais
acôrdo com EngeI,acuradamente descrevem
Stainer e outras o sentido
autoridades.
cando
152. uma gaIta de foles com um tubo curvo . - Stainer ,. pág O nome do primeiro instrumento de cordas citado é a lira

Como dé bem conhecido, a gaita de foles é um instrumento [harpa danapalavra


vindo versão grega
em português],
"kithara." que é "kithros," no original,
composto e "notas fi,~as ou "drone" - tubo que produz o som
A lira grega era um instrumento de forma retangular, emol-
grYd' e um chanter ou tubo com orifícios para a execução da
durado e sem caixa de ressonância. Comumente possuía cinco
me o umca
uma ~a.. Cada
nota,"drone" é um simples tubo
um a.companhamento que que produz a enase
dá profundidfde
coroo ao som da melodIa tocada pela outra flauta ou "cha t " ou seis cordas,
acredita que a embora
base da algumas
música ilustrações
tacada na mostrem
lira era amais.
escalaEnge!
dia-
O li h " , b d ' n er. tônica com o quarto e sétimo tons omitidos, isto é, a escala
. c anter e um tu o uplo, semelhante ao obo.é. Na moderna pentatônica. Assim, "a lira de cinco cordas (comparada à nossa
gaIta de.t foles há
uma " três
h "drones,"
" cada um capaz de pro.dUZII.
escala de Dó), deveria ter: Dó, Ré, Mi, Sol, Lá; e a lira de
d d no a'l e ~m ~ anter COm uma te,;situra de nove notas seis cordas: Dó, Ré, Mi, Sol, Lá, Dó." - Music of the Most
es e o so ate o Ia, como na pauta abaixo.
Ancient Nations, pág. 154. Cada corda poderia tocar apenas
TESSITURA DA GAITA DE FOLES uma nota.
A ilustração mostra um exemplo da simples forma assíria
o da lira grega. Muitas outras liras mais elaboradas foram en-
contradas em tempos posteriores na Grécia, com molduras cur-
. ~ .entonação não é afina~a de acôrdo com a nossa escala vas, tendo muita ornamentação, mas a ilustração dará uma
dIatollIca, ~orq~e o Do e o Fa são sempre sustenidos. Também idéia de como eram as liras que havia na orquestra de N abuco-
as. n~tas nao sao ben: afinadas umas COm as outras. Isto con- donosor.
tnbm para que combmem com o imutável som do "dr ". Sambl1ca é o nome do próximo instrumento mencionado.
é gera mente um I'a. Para aliviar o constante zumbido
11: one, que
dos A palavra, que denota um instrumento de sôpro medieval com
tubos, "at~almente, muitos ornamentos, conhecidos como "tri~ lima vara assemelhando-se talvez ao nosso trombone, é uma
nados, sao freqüentemente inseridos no "chanter" e t .
tradução errônea. A palavra original aqui é "sabeca," um ins-
n~tas da meI~dia. Tal ornamentação demonstra em si ano~f e~~ trumento assírio muito diferente, em caráter, da sambuca. Está
onental da gaIta de foles, porque a ornamentação é caracterí~ica agora traduzido como triângulo, ou harpa de três pontas. Era
128 MúSICA EM MINHA BíBLIA 129
MúSICA DA ADORAÇÃO DA IMAGEM

conhecido dos gregos e romanos como exemplo da luxúria oriental


Embora os artistas pintem um número variado de cordas, e
em instrumentos
egípcia, musicais.
e evid~ntemente Era semelhante
semelhante à grande
à grande harpa "nébel"harpa
dos nem sempreparece
de cordas uma ter
cravelha para cadaporuma,
sido divisível o número
cinco, apropriado
mais uma para a
hebreus. Este m,s~rumento pode ser visto em alguns dos antigos nota tônica da oitava próxima. Assim, 26 cordas conteriam cinco
monumentos aSSInas. oitavas de Dó, e dezesseis conteriam três oitavas, mais a corda
. O triângulo era grande, porém portátil. Era amarrado à de Dó.
cI~tura do executante em um lado e mantido em pé diante Dêste modo, havia quatro instrumentos de corda de quatro
dele enquanto andava e tocava. Esta harpa não tinha caixa de cantos, ou liras, e três de três cantos, ou harpas. Um outro
ressonância, ou uma parte vertical na frente, como as nossas instrumento de corda, completa o mencionado conjunto: é o
saltério ou "psanterim," chamado de harpa na Versão Revised
Standard. Apenas no terceiro capítulo de Daniel, nas repe-
tidas listas de instrumentos dos versos 5, 7, 10 e 15, é a palavra
"psanterim" encontrada na Bíblia. A palavra é mais bem tradu-
:úda por "dulcimer." O "dulcimer" é um antigo instrumento
conhecido na Assíria, Arábia, Pérsia e outros países, um tanto
semelhante à cítara alemã e ainda algumas vêzes visto naquele

)radas Epor
fX1íS. instrumento plano,
um pequeno retangular,
martelo com muitas
ou plectro. feito decordas vi-
madeira,
),~c~lraou metal, segurado pela mão do executante. Diz Stainer:
J alvez nenhum instrumento tenha passado por menos mu-
danças, ou sido de uso mais difundido que o 'dulcimer'."-
Pág. 51.
A música é produzida pelo mesmo princípio do piano de
cauda de hoje. O "dulcimer" dos tempos europeus era, geralmente,
colocado numa mesa ou outra superfície plana para ser tocado.
Na gravura de um antigo "dulcimer" assírio, o executante está
Instrumentos de cordas assfrios: (da esquerda para a direita) lira, harpa ou
carregando o instrumento. Esse instrumento tem dez cordas, em-
sabeca, dulcfmer. hora os mais modernos tenham mais cordas, comumente com-

harpas de concêrto hoje possuem. O número de cordas variava jlrecndendo três oitavas
ligar de sustenido no tom
nas duas de sol, oitavas.
primeiras com o fáQuando
natural cada
em
de I? a 26. As cordas terminavam na parte inferior, com tipos l'orda é percutida, ela continua vibrando, porque não há amor-
tecedor para parar a vibração COmo no piano. No desenho, o
de pmgentes,
t~nsão os quais
da~ cordas. depoispodiam ter pesos
de afinadas: para ajudar
E possível que aas reter
cordasa l'xccutante parece estar usando a mão esquerda para parar as
fossem feItas de seda, como o são hOje nas harpas burmesas. ('xccssivas vibrações. O instrumento parece estar prêso de um
Indo, ao redor do corpo do músico, a fim de deixar as mãos
E mais provável, entretanto, que fôssem feitas de tripa, COma
livres para tocar.
era a harpa de um egípcio exumado, de tipo e épocas seme- Isto conclui a lista dos instrumentos de corda e sôpro. A
lhantes. Carl escala
afinado pela Engel pentatônica.
acredita que o triângulo, ou sabeca, estava Inhela seguinte revisa-os nos versos sob consideração, mostrando
H
130 MÚSICA EM MINHA BlBLIA MúSICA DA ADORAÇÃO DA IMAGEM 131

o nOmedetalhadamente
original e os nomes traduzidos, dos instrumentos que Um exemplo de poucos compassos de uma melodia hindustana,
foram explicados. "Ária Nacional, de Chumba," que é aparentemente muito an-
Trad. Standard v. keren
AlmeidaPalavra
Rev.
buzina
King
lira
sabeca
flauta James
Original
kithros
mashrokitha
corneta
gaita
triângulo
sambuca V.
de foles
dulcimer
saltério tiga, pode ter alguma semelhança com a ária nacional de Nabu-
harpa
harpa (dupla)
psanterim
symphonia
flauta
codonosor, quando tocada pela orquestra. A melodia tr~dici~-
nal foi mantida de geração em geração neste separado paIS on-
cnta!. Foi obtida em 1842 por G. T. Vigne, quando a ouviu
em sua notação nativa. Mais tarde foi transcrita para a notação
musical moderna. :f'. um exemplo interessante de melodia ori-
ental antiga.
Incluídos em "tôda a sorte de música" deveriam estar os 1I
ARIA NACIONAL, DE CHUMBA
r
instrumentos de percussão, mas êles não foram mencionados. j

,MOd'~
to

Apenas os instrumentos de corda e sôpro são mencionados pelo


nOme na orquestra de Nabucodonosor. Havia também grupos I bi . . . . .
corais. Sabemos que havia muitos músicos bem como outros
adoradores diante da imagem de ouro.
:f'. quase impossível imaginar o terror que a cena inspirava,
a intensa ansiedade estampada em tôdas as faces, quando, ao
ser iniciada a música em sinal para que todos se ajoelhassem
perante a imagem de ouro, aquêles três mancebos permanece-
L&1ij ~
~ ..~-
ram em pé, imóveis, sem se curvarem. Quando os sons das
harpas, trombetas e gaitas de foles chegavam aos ouvidos, jun- Quando osa príncipes
se recusarem hebreus
adorar o ídolo de desafiaram a ordem
ouro, e foram do rei,
lançados por
na for-
tamente com os singelos sons dos saltérios que acrescentavam nalha, um milagre se operou. Os três foram livrados do mal,
sua colaboração, como não deveriam estar-se esforçando todos na fornalha ardente, pela presença real do próprio Filho de
os olhos para terem um vislumbre dêstes estranhos crentes no In-
visível! Deus. Então, uma posterior proclamação, sem o benefício de
instrumentos musicais, tinha em si esta verdade: "Não lü
"O costume de produzir um pesado estrondo de sons mu- outro Deus que possa livrar como Este." Dan. 3:29.
sicais para acompanhar qualquer cena trágica, sobreviveu entre
muitas nações selvagens, sendo a tortura e execução não ra-
ramente acompanhadas pela música mais barulhenta possíveL"
- Stainer, pág. 51.
Embora as notas verdadeiras da música tacada nessa ocasião
não tenham sobrevivido, a pesquisa nos dá uma idéia do seu
caráter. A música da dedicação da imagem era ruidosa, e ta-
cada na sua maior parte em uníssono. Era de ritmo livre, e
baseada na escala pentatônica. Partes do solo eram entremeadas
com efeitos de conjunto. Deve ter havido coros responsivos in-
cluídos na frase "tôda a sorte de música." Era muito forte, im-
pressionante e inspirava temor.
A MúSICA DA DEDICAÇÃO DO SEGUNDO TEMPLO 133

Zorobabel, o primeiro líder judeu, deixou Babilônia para


CAPíTULO 19 dirigir a obra de restauração em Jerusalém, e tornou-se seu pri-
meiro governador. O equivalente a dois ou três milhões de
dólares em dinheiro e outros materiais necessários foram doados
a Zorobabel pelo rei e pelos fiéis judeus remanescentes na
Babilônia. Mais de 42.000 exilados voltaram com essa expe-
dição. Assim, era grande a multidão que fêz a jornada de
A Música volta ao lar.
Essa jornada, bem como a seguinte, autorizada por Dario,
da Dedicação foi animada pela música. A descrição menciona entre os pri-
meiros viajantes "duzentos cantores e cantoras." Esdras 2:65.
do Segundo Josefo, descrevendo o segundo grupo, diz que Dario ordenara
"que os instrumentos musicais que os levitas usavam para can-
Templo tar os hinos a Deus lhes fôssem devolvidos," e êles "viajaram para
Jerusalém com alegria e prazer, sob a direção daqueles a quem Da-
rio enviara com êles, e fazendo ruído com os cânticos, e flautas, e

cÍmbalos."
As harpas, - antes
The Antiquities of theosJews,
,ilentes sôbre liv. 11,de
salgueiros capo 3, par. 8 efo-
Babilônia, 9.
ram trazidas para colaborar na música do segundo templo em
Jerusalém. Os exilados que retornavam eram um povo musical,

. '.
JEREMIAS predissera que dentro de 70 anos
os ex~lados babilônios voltariam. IsaÍas profe- e a música ocuparia
restaurada, grandeo lugar
as~im como fizera em sua vida
antes. e culto na
Chamados pátria
"judeus,"
tIZOUque CIrO sena o lIbertador, mais de um século antes do porque a maioria dêles era da tribo de Judá, haviam conser-
seu nascimento. A Daniel fôra mostrado que Jerusalém seria
reconstruÍda. Ezequiel, no cativeirO', vira um anjo medindO' os vadoDepois
sua fluência musical
de quatro mesesatravés de todos
de jornada, os séculos
a primeira seguintes.
expedição de
arredores do templo, como o faz um carpinteiro planejando uma regresso chegou à sede do templo de Salomão, agora em ruínas
reconstruç~o. Os profetas Ageu e Zacarias ergueram-se du- e rodeado pelo entulho. Tirando os escombros que cobriam o
rante os vm.te anos, e~t~e o comêço e o fim do segundo templo, grande altar, os exilados o reconstruíram, e começaram a realizar
para encorajar sua edIfIcação. Zorobabel, Ester, Esdras e Ne- os serviços sagrados lá. Era o início do outono, comêço do
emias foram favorecidos na côrte pagã e auxiliaram na obtenção sagrado sétimo mês, e aproximava-se o tempo do equinócio ou-
tonal. Três festivais sacros estavam iminentes: a Festa das
de decretos para a restauração do templO' e de Jerusalém.
Trombetas, no primeiro dia ou dia da Lua nova do sétimo mês; o
A obra de reconstrução foi completada em cinco estágios, solene dia da Expiação no dia dez, e a alegre Festa dos T a-
tendo a música assinalado cada um. Os estágios foram os se-
guintes: 1. a chegada dos peregrinos de Babilônia para a sede bernáculos,
quatorze. Emque tôdas
ocupava
estasuma semana
festas tôda, ocupava
a música começando
umanoparte
dia
do templo em Jerusalém; 2. a edificação dos fundamentos do específica e preeminente. A Festa das Trombetas marcava o
templo; 3. a edificação do templo; 4. a edificação dos muros de
início do nôvo ano civil e agrícola. Até o tempo r.resente os
Jerusalém, sob orientação de Neemias; 5. os cultos e a leitura judeus se saúdam uns aos outros neste dia com 'Feliz Ano
da lei sob as ordens de Esdras e Neemias. Nôvo!" Era feriado nacional, tempo de sagrada e solene alegria,
(132)
134 MÚSICA EM MINHA BíBLIA
A MúSICA DA DEDICAÇÃO DO SEGUNDO TEMPLO 135

porque estava associado COm o dia do ]uÍzo. As trombetas to- No ano seguinte, os fundamentos do templo foram ter-
cavam durante o dia em intervalos e em conexão com vários minados. Cedros do Líbano foram trazidos, e pedreiros con-
serviços.
tratados para ajudar na obra. A generosidade do rei e de
Todos os tipos de trombetas são mencionados nas Escrituras outros, tornara possível executar a obra de acôrdo com o plano
como sendo apropriadas para serem usadas nesse dia. Moisés e sem obstáculos. Podemos deduzir que a edificação deveria
pediu que se produzisse um "som de trombeta" ("teruah") du- ser completada no início da primavera. O tempo específico do
rante essa festa (Lev. 23:24). [Nota: na trad. Almeida não ano não está declarado, mas o fato de que um salmo foi can-
há menção a trombetas]; provàvelmente produzido pelo "keren" tado, indica a estação. Os "hallels" [Nota: Salmos cantados
nesses tempos remotos. Mais tarde, depois da introdução das em certos dias de festas], eram comumente cantados em co-
trombetas de prata, o "chatsoterah," essas eram tacadas pelos nexão com os festivais da primavera.
levitas, entre outras ocasiões, "nos princípios dos vossos meses." Os cantores e outros músicos haviam conseguido casas em
Núm. 10: 10. Asafe, chefe musical dos reinados de Davi e vilas adjacentes, e foram chamados para os serviços, e talvez
Salomão, se refere ao uso do "shophar" no mesmo festival, quando treinados pelos descendentes de Asafe, uma vez que "os filhos
ordenou: "Tocai a trombeta ["shophar"] na Lua nova." Sal. de Asafe" se apresentavam com "címbalos" [Nota: saltérios na
81:3.
trad. Almeida], atribuição dos dirigentes de música. (Es-
Mais e mais o "shophar" se tornou o instrumento favorito dras 3: 10.)
para o Dia de Ano Nôvo, e parece ter-se tornado, Com o cor- Havia pelo menos dois coros. A estrutura dos salmos can-
rer do tempo, o único usado para êsse dia. O conjunto de tados nas celebrações musicais mostra que eram cantados an-
t~ombet~s. é uma lind~ parte para qualquer importante ser- tifonalmente; na verdade, o fato é espedficamente afirmado:
VIÇOrelIgIOSO, como fOI Impressionantemente demonstrado no êles cantavam "a revêzes," verso 11. Notamos também, que os
II
serviço d~ coroação da rainha Elizabeth em 2 de junho de 1953. filhos de Asafe tocavam címbalos, indicando mais de um líder.
DepOIS que a Festa das Trombetas findara, no local onde Quando os sacrifícios sagrados eram acendidos, os sa-
o altar fôra reedificado, chegou o tempo dos sagrados e sole- cerdotes com trombetas de prata permaneciam de pé na ex-
nes serviços do Dia da Expiação. Exceto pelo soar das trom- tremidade oriental do altar, em ambos os lados, e faziam soar
betas de prata, tacadas pelos sacerdotes quando as ofertas quei- as trombetas de prata. Então a música dos coros começava;
madas começaram, havia pouca música nesse dia solene. Era talvez estivessem agrupados próximos a cada um dos grupos dos
tempo de jejum, de oração, de confissão, de solene convocação tocadores de trombeta.
e de completo descanso das labutas físicas. O povo deveria Cantavam o Grande "Hallel," Salmo 136; um grupo en-
permanecer em estado de oração a maior parte do dia. Quando toava: "LouvaI. ao Sen h ar, porque n{'o Ie e' b"om, e outro coro
A

o sacerdote entrava no lugar santÍsimo, o som das muitas respondia: "Porque a sua benignidade é para sempre." Verso 1.
campainhas ao redor da barra de sua túnica produzia suave Exceto pelas lamentações de alguns já idosos, que se lem-
e mística música, simbolizando a comunhão de todos COm o bravam da grande glória do primeiro templo, esta dedicação dos
Divino. Mais tarde houve um reavivamento do antigo costume fundamentos do segundo templo foi uma ocasião de júbilo,
de iniciar o décimo dia do sétimo mês com o mm do "shophar" onde a música deu um aspecto festivo.
~o ~ôr do Sol. Esse som é ouvido ainda hoje nas sinagogas A construção ficou apenas nos alicerces por vários anos, embora
JudaIcas.
os sacrifícios fôssem oferecidos no altar, e as festas sagradas
Desta maneira, é evidente que a primeira celebração após
realizadas
tas Ageu elá.Zacarias,
Finalmente
decidiuZorobabeI,
ignorar asencorajado pelosinimigos
ameaças dos profe-
a chegada
do coração eà de
pátria
santafoialegria
a da pela
dedicação, de exílio.
volta do esquadrinhamento
e terminar o templo. Sua fé e seu tato, aliados à providencial
136 MúSICA EM MINHA BíBLIA A MúSICA DA DEDICAÇÃO DO SEGUNDO TEMPLO 137

Ínter~enç~o de ~a~io, t0:n-aram possível completar a obra no parado o seu coração para buscar a lei do Senhor, e para a
terceIro dIa do declmo mes, ou, peIo calendário moderno, mais cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os se~s
ou menos a 12 de março do ano 515 A. C. direitos." Esdras 7: 10. Era êle um homem de tal conhecI-
.O segundo ~e~plo em s,i.não podia ser comparado ao pri- mento e piedade, que o rei lhe d~positou absoluta confian~a,
meIra em aparenCla de glona. Menos ouro reluzia em seu dando-lhe "cem talentos de prata, bem como todo mate;IaI
interior, embora as paredes fôssem cobertas COm êle. A glória
do. "Shequinah," a visível presença de Deus, estava ausente, necessário para equipar
Essa expedição uma meses
de quatro expedição. de retôrn?
~e J~rnada fOI aempreendIda
Jerusale.m.
aSSIm C?~O, e.stivera durante os últimos anos do velho templo. oitenta anos depois daquela sob a dlreçao de Zorobabel.
O pr?plclatono de ouro, com os querubins com asas abertas em Esdras era, de fato, um segundo Moisés. Compilara, co-
piara e editara os livros de Moisés, sem dúvida acrescent?n~o
seu, topo,o de~ap~recera
tru~ram para Vendo,
pnmelro templo. sempre, através
quandode osuma
babilônios des-
visão, Jesus a história da morte de Moisés. :E dito que, se tôdas as COpIaS
F
Cnsto neste segundo templo que Herodes restauraria e em- i- das Sagradas Escrituras se perdessem~ E~dras pod~ria repro-
belezaria mais ,~u ~e~os 500 a;lO.s mais tarde" o profeta Ageu duzi-Ias de memória. As autoridades JudaIcas credItam-lhe. a
declarou. q~e "a glona desta ultIma casa sera maior do que escrita dos livros de Crônicas, Ester, Esdras e mesmo NeemIas
a da pnmeIra. Ageu 2: 9. De outra forma, sua glória era me- e o Salmo 119. Em vez de usar a forma dos antigos carac-
nor. Sua música era menos magnificente que a do primeiro teres alfabéticos hebraicos, Esdras escreveu no estilo quadrado
templo. ou aramaico, usado nas Bíblias hebraicas de hoje. .
" . O simples registro da ocasião afirma que os filhos de Israel Para nós, o ponto de maio~ ~nterês~e é q.ue Esdras :v~-
fIzeram a ~onsagração desta casa de Deus com alegria." Esdras dentemente era um sacerdote mUSlCO,pOIS os lIvros de Crom-
6: 16. ~a~Ia meno~ c~ntores e menos instrumentos do que cas Esdras e Neemias demonstram haverem sido escritos por
na dedlcaçao do pnmeIrO templo, mas a ordem dos serviços alg~ém interessado em música. A parte musical da dedicação
no segundo templo seguia os moldes do primeiro. Os sacer- e culto do segundo templo é constanteme?~e e~fatiza?a. Mais
dotes agrupavam-se na extremidade oriental do altar e nos importante para o desenvolvimento da mUSlca e a leItura mu-
degraus entre o pátio interior, prontos para tocar e tomar parte sical da lei e dos salmos, creditada a êle, sendo que os salmos
no canto quando o serviço o requeresse. formavam uma completa coleção, mesmo nos ~r~meiros te~pos
do segundo templo. De viva voz e de memona, esta .leltur~
to~as~,rovàvelmente, havia
t0r.n~vam parte procissões
(Esdras 2: 65),emainda
que que
"cantores e can-
as mulheres musical passou de geração a gera~ão. Nen?ur.na escnta fOI
nao partIcIpassem, nesse tempo, do serviço musical do sacri- feita para notação musical, mas maIS tarde smaI~ f~ram a~res-
fício e das cerimônias do templo. :Eles, indubitàvelmente to- centados aos manuscritos dos cantores. :Esses smals escntos,
. d "h" como nos primeiros tempos.
cavam .am a o top
, chamados "acentos," são primeiramente e~contra~os nos rol~s
AssIm, o segundo templo foi construído e dedicado como datados de cêrca do século VII A. D.; maIS de mIl anos depOIS
o altar e os alicerces o foram anteriormente. A obra d~ Zoro- de sua primeira introdução por Esdras. , .
babeI estava terminada. Os anos se passaram e os serviços do Essa leitura musical era um plano sablO. O po.vo afasta!a-se
dos ensinos das Escrituras. :Eles necessitavam OUVIrsua leItura
t:mploquecomeçaram
dIda a ser realizados
o povo gradualmente de modo
se afastava negligente,
da santa lei de àDeus.
me- em grandes porções enquanto a congrega~ão permanecia de. pé.
Foi então 9~e. se sentiu a ne~essidade de um líder espiri- Essa maneira agradável de usar a voz ajudava a reter. o mte-
rêsse e a concentração do auditório. Também se faZIam pa-
tual. Na BabI~or:la, agora. sob o Jugo de um rei persa, Arta-
radas para que cada verso fôsse tra~uzid~ Rara o dialeto cor-
xerxes,
Esdras, oo Longammo, haVIa um homem
sacerdote, descendente direto decom tal aptidão.
Arão. Era
Tinha "pre- rente, pois poucos entendiam ° hebralCO classlco.
138
MÚSICA EM MINHA BíBLIA
A MúSICA DA DEDICAÇÃO DO SEGUNDO TEMPLO 139
As cerimônias tiveram lugar, após a conclusão do muro, no PENTATEUCO
primeiro e segundo dias do sétimo mês, fundindo-se aparentemen- E- do 12·21 22 Babilônico
te com a Festa das Trombetas. Na plataforma preparada, xo ~.,. ~ \...)
Esdras permanecia de pé com 13 sacerdotes ao seu lado, lendo
a lei clara ou musicalmente, de modo a prender a atenção
do povo. Ele começava o serviço com uma bênção, evidente-
mente um dos versos finais de um dos primeiros três livros dos
I~ Way-yik - ra mo - she - r. v
salmos que terminava com "Amém e Amém." Isto era feito
em forma responsiva, talvez assim:
Esdras: "Bendito seja o Senhor para sempre." ~ I hem mi - she - CI.U --

Congregação: "Amém e amém." Sal. 89: 52. wa • yo - mer a- e- • \...

"Entre os judeus, o desejo de ler as Escrituras na maneira


descrita em Neem. 8:8 ["Declarando" e "explicando"] tem .h h -lhe-chem. we-s a- h0- lu
!~h :p-pa_sah.

desde
de os tempos musical."
declamação imemoriais resultado
- The no Encyclopedia,
Jewish uso de alguma VoI.
espécie
3,
pág. 537. Essa ocasião foi chamada a "Grande Assembléia," e
os judeus atribuem a ela o início do uso dos acentos ou sinais
manuais. Apenas os livros empregados para a leitura pública
I@l,,~=.w~ ~

têm acentos.
Salmos eram No
lidos tempo de Esdras, apenas o Pentateuco e os
publicamente.
t1~I

-
-..Ll,-_.~~
Essa música se perdeu, a não ser quanto à tradição. Idel- ~~ '- ~ bad - dom a sher b~s-saf. we-hig-ga-lem
60hn, que passou muitos anos no início do século atual viajando
com um gravador e registrando melodias tradicionais da maneira
~
como eram cantadas em muitas congregações judaicas remotas,
el ham-mash-kof we-el she· le ha-me-zu-zot-h -min had-dam a·
afirma que a que segue é uma melodia dos judeus babilônios
para a leitura musical de Exo. 12:21 e 22.
"Chamou, pois, Moisés a todos os anciãos de Israel e dis-
se-Ihes: 'Escolhei e tomai vós cordeiros para as vossas famílias,
e sacrificai a páscoa. Então, tomai um molho de hissôpo, e
~ ------ Ia ---._--=-
molhai-o no sangue que estiver na bacia, e lançai-o na vêrga da
porta e em ambas as ombreiras, do sangue que estiver na bacia;
porém, nenhum de vós saia da porta da sua casa até amanhã."
.-
liÓ'í
~
..~
r lhe - se - u---- ~
--- ish mip - pe - sah b e-'lh o a d bo _ ker.
No exemplo da página seguinte, as palavras hebraicas estão sob
as notas, pois suas sílabas correspondem às notações musicais. Uma f o H' acentos quando necessanos
, . pa ra aJ'u-
passada de olhos à partitura dessa antiga melodia, mostra traços
característicos de muitas. Est<Í tôda dentro da extensão de seis
sentimento
dar a dar °e sentimento,
e eIto. a da mesma f orma q ue os que se usam
tons. Há variedade e beleza através das variações rítmicas. O l1ascomposições ~literárias erosos
modernas.
e dof'
1 IceIs. , o o_
o Seu proposIto prm
compasso é livre. Há algum ornamento. Seu tom é menor em
cípalOsé acentos
mostrar sao nu~ . e o
o começo f"1m das frases e sentenças, as
140
MÚSICA EM MINHA BíBLIA
A MÚSICA DA DEDICAÇÃO DO SEGUNDO TEMPLO 141

ênfases, as pausas, as melodias ascendentes e descendentes, os '. . vi ésimo primeiro dia do mesmo
sons profundos ou obscuros, a vagarosa e elaborada leitura para náculos, do déCImo qUla~to aOd gl . feita por Esdras lembrara
os efeitos impressivos de passagens trágicas. A principal coisa meS. N a ver.d ade , a eItura
A ad eI deveriam ser maIS . cm'd a do-
a ser lembrada é a elevação e abaixamento do sOm. u todos que aqudlas ~stas Fa~ra d~s T abernáculos foi mais ale-
Há trinta acentos para a lei ou Pentateuco, e doze para o samente observa as. ssa es a 1 er outra houvera sido desde
resto das Escrituras, cuja leitura pública é obrigatória, indu grcmente observada do que g~~7:)
Habitações temporárias de
indo os Salmos, Provérbios e Jó. Alguns acentos ficam apenas os dias de Josué .. (Neem .. ci . os deveres diários reduzidos
na primeira letra da palavra, e são chamados "prepositivos." galhos de árvore~ foram e~~~d~~ e udessem gozar das reuniões
Outros ficam na última letra, e são chamados "pospositivos," lIO mínimo, a. fIm de q~ t' u~u somente que desta vez
Alguns são escritos acima, e alguns abaixo da linha do texto. mtos. A leItura dda leI
]'t. dia conem m vez , d e meIO. -dI'a. A música
A seguinte melodia, com sinais de acentos, tem uma tabela durou um quarto e b ' h • da Festa dos T abernáculos.
abaixo para mostrar seus significados. :Este breve sumário, d(' tm la uma. par te na orimonial
. 1 servanCIa de tirar água durante essa f esta
um imenso assunto, nos dá alguma idéia do seu total. ~-nos dIto que o te I' dos sacerdotes que ficavam de
era acomp.anhaâo pe a ::~~IC~S dois pátios interiores do templo
ACENTOS (Ta'amin) pé nos qumze egraus ., s mãos cantavam dos salmos e
e, co;n instrumen~os m~~d~~sn~ belas' melodias. Ver Ewen,
oraçoes, suas. maI~ m24 Isaías transmite em palavras seme-
~J Hebrew MUS1C, pag'''E vos
Ihante pensamento:
1 -" I I 12·3
. I com alegria tirareis águas das fon-

tes de s~ vaçao; SaIas el~dia tradicional (registrada por Idel-


AbaIxo esta uma n: nos elos judeus orientais durante
sohn), cantada bPor ;nuIItos aA sífabas hebraicas adaptam-se às
F t dos Ta ernacu os. s I f'
a es a tradu ão literal para outra lmgua ~na com
notas, e nenhu~na. l' l
1 É um cântico alegre acerca dos
(Iue ficasse maIS
t~d)ernáculos, ramosmtdeIg1V~..
e pa meIras e do povo peculiar de Deus.

ivisar
cessação
elevação
final " · ·f' arrancado
largura da) mão
justo
dispersadorC <:
predecessor
quebrado C'0 dispersadur
FESTA DO
S TABERNÁCULOS
Melodi" Oriental

[~~
~
Suk . ko w~. lu - 10' bl! le .

Esta variação da leitura e exposIçao com, o som das trom


~
betas e os interIúdios musicais, tornavam o meio-dia de leitura ia • hod ia' rã • nu I •
das Escrituras mais fàcilmente aceito pela multidãO' que ouvia. . d· f' dessa Festa dos T abernáculos, haVIa
Depois que os dois dias de júbilo da Festa das Trombetas Dois dias ~epoIs o 1m a leitura da lei e para confissão
haviam passado, e O'solene dia da expiação do décimo dia havia
findado, a congregação era reunida para a Festa dos Taber- lima pecados.
dos convocaçao so~e:r:e para bémlonga
ocupava
oraçãoumdoslugar nestecncon-
ser-
viço. Era um Apremlu~ds~catam
10 para a levitas,
142
MÚSICA EM MINHA BíBLIA A MÚSICA DA DEDICAÇÃO DO SEGUNDO TEMPLO 143
trada em Neemias 9 A I ' -
paráfrase do Salmo '134s
vossas mãos , " b en d'IzeI:Spre
bavris'da9Ul sao semelhantes a uma
u 10" começava: "Levantai ,'15,
Os coros foram então divididos, e cantaram antifônicamen-
te. Havia grande número de pessoas e muito entusiasmo, pois,
Uma tradicional melod'
ao enhor
, i lemos: "A alegria de Jerusalém se ouviu até de longe." Neem.
12:43. Eles "cantavam em voz alta" [Moffatt] e os dois grupos
134: I e 2, vem da :~ ~~r:ra para as palavras do Sal.
"davam graças e iam em procissão." Era verdadeiramente ocasião
som do antigo canto d:sn sIgIUla e, dando alguma idéia do
a mos sendo tamb' d de grande regozijo.
coros responsivos. As paI' em canta a por Havia quinze sacerdotes com trombetas de prata, tocando·as
são: "Eis aqui, bendize i a~v~:~hem r:rugu,ês para a melodia,
que assistis na casa do Senhor o;Ôd~sos vos ,servos do Senhor, talvez em lugares determinados ao longo do caminhO'. Aí
vossas mãos no santuáriO' e ben d"IzeI ao asSenhor."
nOItes. Levantai as a instrução de Moisés foi seguida, pois as trombetas de prata
foram feitas para ser usadas "no dia da vossa alegria." Núm.
10:10.
""" MELODIA PARA O SALMO 134
O restabelecimento da adoração do segundo templo esten-
deu-se por um períodO' de quase cem anos. A reconstrução do

~-ic'-- M%d;o 0';'"'01. j templo eo detérmino


cidindo Jerusalém foi consegui
de cada unidadeda com
apenas em estágios,
os dias de festascoin-
sa-
grados sendo celebrados com grande regozijo e com música.
O chôro e os dias de jejum do cativeiro haviam terminado.
~ O regozijo pela reconstrução completada foi ouvido. Foi um
tempo em que todos obedeciam à instrução de Zacarias: "Ale-
gra-te muito. " ó filha de Jerusalém!" Zac. 9:9,
Em seu oratório "O Messias," Haendel dá estas palavras
~ ao soprano, fazendo uma das mais alegres composi-
ções musicais encontradas, como a frase de abertura da ária
Outra celebração é mencion d h" ,
de Jerusalém Os l' a a na Istona da reconstrução (n.o 18) bem o demonstra:
d ' muros lOram completad d 'd
anos e atraso num f' I b os epOIS e muitos
derança de N~emias ma arre atam~nto de energia, sob a li·· ARIA PARA SOPRANO
Zacarias 9:9 Haendel
pois de 52 dias de f~b:~te~~e~edte vmdo da côrte persa. De-
de resistência e táticas d osa I,VI,
a, e emdface
mImIgos de tôdas d'as espécies
e Israel ,I
era oportuno preparar a cerimônia de d ' ~ara Ispersa- os,
Deus pela Sua proteção e b A _ edlcaçao, em louvor a
I$f- 8
E • Ilul • ta, e • lCul.ta, a -Ie gra· te mui-to.
N . d ençao.
eemlas ividiu os sacerdotes e ob '
Es~ras, o sacerdote,
emlas estava . n'b a, d'mgIa
no outromúsico e esc :e~ emum dOIS
grupo.grupos.
Ne-
dêle. Caminhando umgrupo, c~m sacerdotes e músicos diante
percorreram os mu;os enc~~Po da esquerda e outro à direita
f.lo. Todos os músico ran O~senovamente diante do tem~
'kinnors" "nébeis" e ~ hcapazes dhe tocar foram providos de
"metsI'1'tayim," ou os
, cÍmbalos.
c atsotsera s". Os l'dleres Ievavam o
o HINÁRIO DO SEGUNDO TEMPLO 145
".' ", .•

CAPíTULO 20
não é cronológica
O Salmo 142, pornem de acôrdo
exemplo, com a datacomo
é considerado da composição:
tendo sido
escrito por Davi "quando êle estava na caverna." O Salmo 1,
embora sem título, é considerado como tendo sido o último
a ser escrito. :f: um prelúdio para todo o hinário inserido pelo
compilador, talvez Esdras. Os cinco livros estão separados pelas
o Hinário ~ "Amem
expressoes: I e am é"
m, segum . do os I"lvros I , 2 e; 3 "Lou-
vai ao Senhor," seguindo o livro 4. Esta expressão também co-
do Segundo meça e acaba os Salmos 146-150.
Os cinco livros de Salmos são: I) Salmos 1-41; 2) Salmos
42-72; 3) Salmos 73-89; 4) Salmos 90-106; 5) Salmos 107-150.
Templo Se ignorarmos a controvérsia sôbre a autoria de Davi de qual-
quer dos Salmos, a seguinte divisão indica quantos salmos são

atribuídos
Davi, dois aa Salomão,
cada compositor, baseadade nos
dez aos filhos Corátítulos: setenta a
(uma associação
musical), doze a Asafe, um a Etã, um a Hemã e um a Moisés.
A autoria dos outros salmos não é indicada.
"/1)
~ANT AI louvores ao Senhor com a harpa, Os Salmos incluem orações, louvores, aleluias e "cânticos
. com a harpa e a voz do canto." Sal. 98:5. dos degraus," que eram hinos dos peregrinos, cantados pelos
O lIvro completo dos Salmos foi chamado de "Lo " devotos em seu caminho para Jerusalém, para as festas anuais.
f'01 t h'"Tano d os servIços
. uvores
qua o. ouv?r. era a parte mais importante. Por centena~ de
porque
de cânticos do segundo te:Uplo no Muitos títulos mostram alusões interessantes, as quais serão dis-
cutidas.
ano~, o.s mUSIC?Sdo templo usaram determinados salmos os Tôdas as emoções da alma humana são abordadas na co-
duals. imda retmham muito da forma original, para cada' dia leção completa dos Salmos. Estas incluem triunfo e deses-
o CICo semanal regular de cultos. Eles usavam também al- pêro, confiança e incertezas, orações e louvores. Visto que seria
guns outros para os serviços das festas anuais Os hinos res impossível considerar todos os 150 Salmos individualmente, ape-
tantes eram cantados em muitos outros serviços regulares. - nas alguns serão considerados, devido à sua importância mu-
Além d.o uso dos salmos treinados pelos coros de sa- sical. Títulos e instruções aos músicos mostram que os salmos

o sagra
e~. ?era.
I
cerdoted lev~tas, o que contribuía para a parte musical do culto
l~ro, d~ hinos era provàvelmente familiar ao pov~
.G 10gIco acreditar que, quando cada " ru o,t ou
dlvlsao de cantores .e músicos voltava para suas casasgde~ois de
eram cantados durante os serviços, e um estudo intensivo traz
a convicção de que os Salmos eram na verdade um hinário no
tempo do segundo templo, quando a coleção estava completa.
Os Salmos eram cantados durante os sacrifícios da manhã
s~~ shemana
Vlzm os. de servIço no templo, ensinassem os salmos a seus e da tarde em cada dia da semana. Alguns são indicados para
serem usados na oração da manhã, outros na oração da tarde.
A Os cento e cinqüenta salmos estão divididos em cinco livros A música instrumental era, sobretudo, incidental e como um
acompanhamento para as vozes, embora houvesse interlúdios
e tem ~edanecido nesta ordem desde antes da era cristã pel~ instrumentais considerados como sendo ilustrativos do texto do
menos. .e: e cêrca do ano 100 A. C. O motivo para esta forma
de dlvlsao não está inteiramente esclarecido, pois a ordem Salmo. Na época do primeiro templo, havia grupos de músicos
(144) executantes de instrumentos e não nmtores. Na época do se-
lO
146
MÚSICA EM MINHA BíBLIA o HINARIO DO SEGUNDO TEMPLO 147

gundo templo os instrumentos eram, geralmente, carregados e No fim da oferta, o rei e a congregação curvavam-se em
tocados
as vozes.pelos próprios cantores, COma um acompanhamento para
adoração. ., . d d' t
Embora houvesse uma multiplicidade de instrumentos de Os indivíduos
O cântico traziam
durante sacnflclos
a oferta, teria e sido
ofertas e agra54:eC,~menTo.
o Salmo Eu e
Salmo 100 era para
cada tipo, era certa proporção em seu número comum. O Talmu-
de diz que se supõe que no primeiro século a arques ta consistia
, 'f""
oferecerei voluntàriamente sacn IClOS; e? " . I
de: duas a seis harpas do tipo "kinnor," nove "nébeis," dois a doze ser cantado durante as ofertas de agradecImento: EntraI. pedas
ortas d:E.le com louvor." Quando o incenso era q~elII~a o,
oboés e um par de címbalos, naturalmente, que estavam nas
mãos do dirigente.
p
usava-se I
o S a m 070· . "AquêJes que amam" a Tua salvaçao dIgam
continuamente: Engrandecido seja Deus. .
Poderia haver também uma multiplicidade de cantores nos Foi durante os tempos pós-babilônios qu~ o canto antI-
coros do templo, embora na era do segundo templo nunca tifônico foi desenvolvido e utilizado nos serVIços do segundo
tenham igualado os muitos milhares do tempo de Davi e Sa- tem 10. Há três tipos: Num, o líder canta ou entoa um verso,
lomão. Mas, da mesma forma que com os instrumentos, nas e o Pcôro canta ou entoa uma resp~sta, ou 0A povo pode can~ar
vozes também um mínimo era determinado. De acôrdo com um "Amém." No segundo tipo, o lIder e o .coro alternam m~lOs
o Talmude, por volta do primeiro século A.c., o número mí-
No terceiro tipo ou tipo verdadeIramente responslVo,
nimodoze.
era de cantos requerido para os serviços do segundo templo, h~rs~~a alternação nos ~ersos entre os grupos. Os ju~eus ba-
bilônios ainda cantam os "hallels" de Páscoa'" da maneIra men-
Cada cantor tinha cinco anos de treino. A idade dos can- cionada acima. d
O rimeiro tipo do canto responsivo é encontra o, no 1m
f
tores serviços
dos geralmente variava do
restaurados, entre 20 a templo,
segundo 50 anos.as Nesse período
vozes dos me- do últ[mo Salmo de cada um dos primeiros quatro lIvros dos
ninos eram acrescentadas, como um côro de juvenis, mas êles Salmos :. O verso
- d final do Salmo
- 106, por exemplo,
d lemos' "E todotornao clara
povo
ficavam separados do côro dos adultos; isto explica o título do adi partlclpaçao a congregaçao, on e . , d
Salmo 9, que Moffatt traduz como sendo: "Para um côro a: Amém." O segundo tipo, com o povo unm o-se nos
soprano de meninos."
m~ios versos é evidentemente encontrado no Salmo 136, da
O serviço do segundo templo era modelado de acôrdo com narrar as obras do Criador, como vistas na Nbatu~eza.'dsJn ~
o do primeiro. Neemias refere-se à restauração do culto mu-
q ue cada verso termina êste
" Embora com: "Porquepossa
estribilho Suater er~Jgm a e do
SIdo canta
sical "conforme ao mandado de Davi." Neem. 12:45. "Porque para sempre. d' l' d d
já nos dias de Davi e Asafe, desde a antiguidade, havia chefes por um côro responsivo de levitas, que po ena t~r 1 era o,
foi evidentemente cantado também pela congregaçao.
dos cantores, e cânticos de louvores e ação de graças a Deus."
Verso 46. A ordem do serviço do segundo templo, então, de- , O terceiro tipo' com o côro levítico cantando um verso eda
veria ser semelhante ao do tempo do rei Ezequias, mais ou con regação respo~dendo, podeumserdos
visto ~o deve
Salmo ter107.'
há ~ois estribilhos repetidos, quals SIdoonre~
menos na metade do período de tempo entre Davi e Neemias,
petido pela congreção.
quando êle restaurou o serviço completo do templo, incluindo
sua música. Conforme descrição em II Crôn. 29:26-31, vemos "E clamaram ao Senhor na sua ang~stia, "
que a ordem era a seguinte: e Ele os livrou de suas necesstdades.
A oferta era ~ueimada, enquanto os cantores cantavam "o Esta resposta é semelhante nos versos 6, 13, 19 e 28. Há
canto do Senhor;' as trombetas e instrumentos ordenados por também um estribilho idêntico encontrado neste salmo, que
Davi acompanhavam, e a congregação adorava. ----d-
•• Parte . relimosos
os servIÇOS .' dos J'udeus, que consistem do canto dos Salmos....
148
MÚSICA EM MINHA BlBLIA o HINÁRIO DO SEGUNDO TEMPLO 149

deve ter sido cantado por outro côro levítico, diferente da- dade. Poderiam ser comparados aos hinos de doxologia can-
tados nos nossos cultos de hoje.
quele que cantava o corpo principal do salmo. Este tipo de
salmo, verdadeiramente responsivo ou de estribilho, é encon- Havia também salmos determinados para serem cantados
trado nos versos 8, 15, 21 e 31:
em dias de festas nacionais. O grupo do 113 ao 118 era usado
"Louvem ao Senhor por Sua bondade,
durante a Páscoa, sendo chamados ~e "Hallels," ou ~almos ~e
Aleluia, embora haja outros que tem .estas doxologI~s. Este
e pelas Suas maravilhas para com os filhos dos homens/" grupo será melhor discutido em conexao com o capItulo da
música na vida de Jesus. "
Pode ser mencionado que o Salmo 107 seria o ideal para
o culto familiar ou escolar, para ilustrar o uso do canto res- O Salmo 81, incluindo a ordem "toca~ a trombeta. [ sho-
phar"] na Lua nova" (verso. 3)~ ~oi inclmdo n?s serVIços do
ponsivo. Os pais, o preceptor ou o professor leriam a porção
Dia de Ano Nôvo, como fOI prevIamente. m~nclOna~o. .
principal do salmo. Um grupo de crianças leria o primeiro Para o Pentecoste, a festa celebrada cmquenta dIas depOIS
estribilho cada vez que êle aparecesse, e um segundo grupo o da Páscoa, cantavam-se os salmos responsivos 135 e 136, sendo
segundo estribilho, cada vez que fôsse repetido neste maravi- que o último continha o verso:
lhoso salmo.
"Que dá mantimento a tõda a carne,
Durante
pecíficos eramo cantados
período em
do cada
segundo templo,
dia da semanacertos salmos
e cada es-
semana porque a Sua benignidade é para sempre." Verso 25.
do ano, em adição a muitos outros que variavam de dia para Para a Festa dos Tabernáculos, o Salmo 67 era cantado, e
dia. Eis alguns que eram infalIvelmente repetidos: continha as palavras:
Domingo: Salmo 24 - "Do Senhor é aTerra." "Que as nações cantem de alegria/ ...
Segunda:
de louvor!" Salmo 48 - "Grande é o Senhor e mui digno A terra produziu sua safra,
Pela b~nção de Deus, o nosso Deus!" Versos 4-6, Moffatt.
Têrça:
rosos. Salmo 82 - "Deus está na congregação dos pode-
Evidentemente, o S a1mo 65 f01. t am bém usado nos festivais
"
Quarta: Salmo 94 - "6 Senhor Deus, a quem a vingança de outono, porque lemos:
pertence.
"Coroas o ano com Tua bondade; . "
Quinta:
fortaleza." Salmo 81 - "Cantai alegremente a Deus, nossa e os vales vestem-se de trigo:
por isso ~les se regozijam e cantam." Versos 11-13.
Sexta: Salmo 93 - "O Senhor reina, está vestido de Ma-
jestade." No dia de sábado, os salmos exaltando o Criador ou a
Sábado: Salmo 92 - "Bom é louvar ao Senhor." Natureza eram incluídos. Estes hinos, que descrevem as belezas
Para clareza, os nomes modernos dos dias foram associa- naturais do mundo, conduziam os pensamentos do~ adoradores
a Deus. Entre êles está o Salmo 19, que começa aSSIm:
dos à tabela acima. No original, o título para cada dia está
associado com o seu lugar em relação ao ~ábado. O Salmo "Os céus declaram a glória de Deus."
93, por exemplo, na Vulgata, na Septuaginta, na Etiópica e na
Há também o Salmo 104, contendo o vigésimo quarto verso:
Aráoica,
dia aparece aocomo
precedente sendo um "cântico de louvor . " para o
sábado."
"õ Senhor, quão variadas são as Tuas obr~s!
Todos os salmos acima são salmos de adoração, e muito T6das as coisas fizeste com sabedona.
apropriados para adoração coletiva. Atribuem louvor à Divin- Cheia está a Terra das Tuas riquezas."
150
MÚSICA EM MINHA BíBLIA o HINARIO DO SEGUNDO TEMPLO 151

Em cada sábadO' transcarrida, o SalmO' 92 era cantada cam canexãa entre a tipO' de canta e a idéia da salmO', cama se as
a acampanhamenta da "nébel" de dez cardas, au da "kinnar":
"Quão grandes são, Senhor, as Tuas obras." Versa 5. crianças depasitassem
as protegeriam nas de
em tempO' paistribulaçãO'.
grande canfiança, de que êstes
A música e a sentimentO' parecem carrespander; par exem-
Os títulas das salmas, bem cama o seu canteúda sãO' de
plO', um sentimentO' de safredara resignaçãO', cama se encantra
inte~êsse aO' eS,tudante de música da Bíblia, pais alg~ns dêles na SalmO' 62 ande a frase "A minha alma espera sàmente em
cansIstem de mstruções musicais, canfirmanda a fatO' de que Deus" é atribuída a Jedutum. Outras salmas atribuídas a êle
as salmas eram a hináriO' da segunda templO'. mastram êste mesma sentimentO'. Jedutum, au Etã, fai um
Uma das mais freqüentes instruções para a interpretaçãO' música da tempO' de Davi. Mais tarde, assaciações de músicos
das. salm~s é "cam um acampanhamenta de cardas" au "em receberam a seu name, bem cama a de Cará e Asafe.
~egmath. IstO' aparece em uns sete salmas. A maiaria das Os salmas de instruçãO' têm a títulO' de "maschil." Eles sãO'
mstrumentas .usada~ na culta da templO' eram instrumentas de semelhantes à vaz da experiência dandO' sabedaria. IstO' é bem
cardas. Car~I~1 V~I aO' extrema de dizer que "a arquestra da sintetizada na SalmO' 42: 11:
tem~la cansls;I~ SImplesmente ,de instrumentas de carda . .. e
par I~S~ a mUSlca ~a, ten,rpla , ~ repetidamente chamada apenas
"Porque estás abatida, ó minha alma, ...
A mUSlca de carda, negmah. - Music in the Old Testament Espera em Deus, pois, ainda O louvarei."
pág. 20. '
A sabedaria das salmas da "maschil" pade também se re-
Há um salmO', entretantO', o quinta, que tem em seu tí-
tula~a in~icaçãa .de. que é "pa~~ flautas," a que é a interpretaçãO' ferir dao
melo ias talentO'
camuns especial re~uerida
au especI na mlC
,. Icas. O"'h canta
tam,e" execuçãO'
au "da es das
de
na 'Versaa Revlsed Standard para O' têrmo "sôbre Nehilath" aura," Salmas 56-60, eram cânticas de alto méritO', tanto na
,[,esta é" a expressãO' .usada na traduçãO' AlmeidaJ significandO' assunta cama na música.
furada. au vent~, mstrumenta do tipO' da flauta, au aboé. Outras títulas de salmas designavam meIa dias específicas,
Cama este era a mstrumenta para a canta fúnebre, a música a maiaria dêles mastranda uma relaçãO' definida entre a sen-
pa.ra êsse salmO' ~everia ter sidO' lúgubre, perfeitamente apro- timentO' da salmO' au a seu assunta principal, e a meladia que
a acampanhava. Par exemplO', a SalmO' 22 deve ser cantada
pnada
Um para
autroum.termO',
hma aurefer~nte à_ destru~çãa
anentaçaa das títulO'
musIcal na ímpias.
de várias cam a meladia da "Carça da Manhã," [de acôrda cam a R. S.
salmas, inclusive a duadécima, é "sôbre a Sheminath" [na V.]. O tema de tada a paema é de alguém que é perseguida
tra~~çãa ~lmeida aparece 'Sheminith' que, de acôrda cO'm a cama a é a carça.
a~~hse" feIt~ na ,~ap. XI.I, signific.a "Para vazes graves"] que sig- "Muitos touros me cercaram ...
mfIca a OItava. Carmll canclUI dba que as israelitas antigas Abriram contra mim suas b6cas." Versos 12 e 13, Moffatt.
usavam uma escala de 7 intervalas semelhante à nassa e desta
f "." d . ,
arma, a OItava evena ser lima aitava acima au talvez O SalmO' 81 cantada nas princípias da autana, no tempO'
abaixa, cama Maffatt sugere pela traduçãO' da arde~: "Para as do amadurecime~to das uvas, tem em seu cabeçalhO': "Acam-
vazes graves."
panhado pela 'MeIa dia da Vindima'." "Cam a Meladia de
O SalmO' 46, cameçanda cam: "Deus é nassa refú~ia e 'Safrimenta'," é a indicação na Salmo 53, que mastra Deus
fartaleza," e mbtitulada: "Um cântica sôbre Alamath' sia- alhanda do Céu e vendo que as hamens nãO' crêem n1?le e que
nifica "para vazes de saprana" (Maffatt). f: crença ger~l qt1'e
essas vazes de saprana eram um côro de meninas, usada nas "nãO' há ninguém que faça a bem." Quão apropriado que
a música para êsse hinO' fôsse um pesarosa lam:nta: . Outras
::empos da segunda templO'. Neste salmO' pade ser natada uma salmas, mastranda absaluta canfiança em Deus, saa mtItuladas
153
152 MúSICA EM MINHA BíBLIA o HINÁRIO DO SEGUNDO TEMPLO

~penas: "Para ~ Mel~dia de 'Pomba em Ilhas Longínquas'" e estudo dos salmos hebraicos no original, crê que a composição
literária dêles poderia ser melhor interpretada num tipo de
P~ua a MelodIa do Não o destrua'." Salmos 56 e 57 [d
acordo com Moffatt]. ' e recitativo, que implica em ritmo livre .
TEMA l\1ARROQUINO

I@_
.Isto de~onstra que muitos salmos eram cantados com me-
lodIas I~J:?Ihares. A aprendizagem era feita pela repetição e
as . me Ias que foram amadas e conhecidas pelo ovo e;am
eVIdentemente ~sa~as, talvez modificadas, bem co~o santifi-
cadas pela a:~socIaçao com o culto. :f: possível que certas mu-
danças no. ntmo ou andamento fôssem feitas também. Diz-se Qualquer pela
pressionado leitor dos salmos,
repetição querpalavra
de uma jovem, estranha: é im-
quer idoso,"Selah."
que Martmho Lutero tomou melodias folclóricas como b Agora é geralmente admitido que seja uma orientação musical
dentro do corpo de cada salmo no qual ela ocorre. A palavra "se-
opard~alguns
Iabo ter dos seusas lindos
tôdas hinos, declarando:
boas melodias?" Davison "Por que edeve~~:
afirma lab" é de fato inserida 71 vêzes em 39 salmos. Não é encontrada
Cl h M' "M' d m seu nem uma vez no quarto livro e aparece apenas duas vêzes no
.' 'lt~rc .u~zc: lUtas as músicas de uso corrente em nossas
I~reJ8s, o~Igmaram-se sob influências seculares." - Pág 4 E -
tao menCIOna o lindo coral· "O Sacred Head W"d d~' quinto
de 38 "selahs"
livro, emé salmos
encontrado
que em
são 21
atribuídos
salmos adavídicos.
Davi. Um Há total
dez
("6'. F ronte Ensangüentada") . como tendo uma now o' oun e em oito dos salmos atribuídos a Asafe, quatro em um salmo
cular "A I d' 'b I " ngem se-
de Etã, quatorze em sete salmos dos filhos de Corá e cinco em
"é . . n:e.o Ia eA e a, acrescenta na nota da página 4 dois salmos anônimos. Olhando esta lista, o leitor percebe
. ~m slI~pat:co
ongmal reforço domuito
nao e certamente texto conhecI'do"
sagrado, e em seu arran'J~
_ . "N en h uma ex- ser evidente que Davi foi o originador do seu uso, assim como
ceç~o,
no. entretanto,
Uma olhada pode ser feita
ao tema para seude uso"6'
de abertura como
F umt Ehi- da maior parte da música do templo em geral, pois o têrmo
"Selah" é mais amplamente usado, e de fato quase que ex-
.. d " . ron e n- clusivamente, por êle e seus associados contemporâneos que
dsanguenta a mostra
evotadamente bela. a verdade da afirmação, pois, é uma melodi a eram líderes musicais. Indica um interlúdio musical.
O interlúdio musical evidentemente ilustrava as palavras
ó! FRONTE ENSANG"ÜENTADA
Hossler·Boch precedentes do salmo. O Salmo 47 fornece um exemplo de
como o interlúdio musical teria sido usado. Os primeiros quatro

~oJg
O mesmo elemento de apropriada beleza é tamb' -
versOS, começando com o pensamento "Cantai a Deus com voz
de triunfo," e continuando com a exaltação a Deus como o
grande Rei, são seguidos por "Selah," podendo significar mú-
sica alta e alegre nos instrumentos da orquestra, quando as
oferendas eram iniciadas. Então, quando a fumaça ascendia,
contrado em melodias folclóricas usadas nos cânticos de. e:ti~~s o côro era novamente ouvido nas palavras:
sa~n:os, :f: l~mentável que nenhuma destas melodias fol-
cloncas tenha SIdo preservada intata com o título identificante. En- "Deus subiu com júbilo,
tretanto, GradenwItz reproduziu um tema transcrito de Idelsohn o Senhor subiu ao som da trombeta." Verso 5.
como exem~lo,.do salmódio dos judeus marroquinos, que pode Os "selahs" indicam vários motivos no interlúdio. Os ~ue
~ar relatam triunfo e sacrifício já foram mencionados. Outros / se-
ra alguma Idem do cant~
sem ornamentos, pOISs:m
estesornamentos
vieram umdostanto
tempos
maisantigos.
tarde
lahs" indicam tipos ilustrativos de interlúdios musicais como
gu Iar
O :templo está no
e compasso. O ritmo livre Clarke,
Dr. Adão sem qualquer
depois ocorrência re~
de intensivo os seguintes: jubilosos, tranqüilizadores, silenciosos, majesto-
154 MúSICA EM MINHA BlBLIA

sos, animados, tristes, austeros e solenes. :e. evidente que tais


interlúdios musicais acrescentariam grande interêsse e variedade CAPíTULO 21
aos salmos durante o culto divino.
O mais conhecido de todos os salmos hoje é o Salmo 23,
o Salmo do Pastor. In úmeros arranjos musicais têm sido es-

critos dueto,
solo, para êle,
trio,e quarteto,
é mais cantado
antemasdo ouquecorais.
qualquer outro em
O Salmo do A Música e
Pastor tem também inspirado a música descritiva do tipo pas-
toral sem palavras, tais como a "Sinfonia Pastoral" n.O 13, no
"O Messias" de Haendel. Porém, não há instrução musical, a Alegria
nem título de natureza musical ou alusão musical associada
ao Salmo 23 no original. Era cantado em alguns dos nume- de Jesus
rosos serviços do segundo templo.
Como testemunho cumulando o caráter musical dos salmos,
os últimos cinco são repletos de louvor a Deus, com muitas
referências ao canto e instrumentos. São chamados "os grandes
salmos de Aleluia," todos êles começando com a expressão
"Louvai ao Senhor" ou "Aleluia." Os últimos três salmos cha-
mam para louvar a Deus tôda a criação, animada e inanimada: "~ 0Monte
tendo cantado S. Mat.1 saíram
o hino [Salmo
das Oliveiras." 2~:30. para o
Anjos, hastes, estrêlas, profundezas do mar, neve e gêlo, reis,
Embora os Evangelhos não ~açam refe~~ncia especÍ;~~aÊleca;:~
homens e mulheres com todos os meios possíveis - cantando,
deesus,.
J há muitas referêncIas a outros
ocaSlOesinclusive
nas qu o acontecl-.
dançando e tocando tôda a espécie de instrumentos.
Como uma conclusão adequada aos assuntos da música do ticipou do ~a~to Jun~amente com uanto ~abemos, nenhum dos
Velho Testamento, a lista dos instrumentos no Salmo ISO é aqui mento da ~ltlma cela. Tacl~os qfoi es ecialmente dado à mú-
quatro escntores .dos .Evang
d' .' P
ões se msmuem em suas narrativas
apresentada:
sica , embora mUltas. m Icaç
t do Mestre em re1açao ~. à música e à
"Louvai-O com o som de trombeta" (verso 3): o "shophar"
ou corneta de chifre de carneiro. para mostrar o. sentlmen Os 1 a independentemente das cir-
alegria que remava em ua a m ,
"Louvai-O cOm o saltério e a harpa" (verso 3): o "nébel"
e O'"kinnor." cunstâncias. . d r as controvérsias. Como
Essa alegria estava aCIma as ama g 'd~ d mundo não
"Louvai-O cOm o adufe e a flauta" (verso 4) - o "toph" • 1">1 . "que a escun ao o
ou tambor. Fra Giovanm, c e mostrbava. t I dela contudo, a alegria está
é mais do que uma som ra, aras ,
"Louvai-O com instrumentos de corda e com órgãos" (ver- 1 "
ao nosSOa cance. entiram também alegria na imi-
so 4) : o ".."
mmmm ou h arpa qua dra da e o "b uga. "
Os precursores
. d S de Jesus s
. da Seu anunCIa . dar, Jo.a~oBatista '. causou
"Louvai-O com os cÍmbalos sonoros" (verso 5): os grandes nêncIa e ua vm . N da ão do anjo, Mana,
discos de latão.
a seus pais alegria s?brenatural. . a an~~m Çôs um lindo hino,
"Louvai-O com cÍmbalos altissonantes" (verso 5): talvez mãe de Jesus, sentIU tal alegnad.qtuea~oselre as velhas Escri-
um tipo diferente de cÍmbalo. Ver capítulo VIII. . . d ua constante me I aç h
mspua o em s. "A minha alma engrandece ao Sen or, e
"Tudo quanto tem fôlego, louve ao Senhor!" turas. Começa. (156)
156
MÚSICA EM MINHA BíBLIA
A MÚSICA E A ALEGRIA DE JESUS 157
o meu espírito se aleg D
1:46 e 47. ra em eus, meu Salvador." S. Luc.
O acompanhamento . I d"
bela estação, com flôres brotando e passarinhos cantando. Quando
os peregrinos se aproximaram da cidade, cantavam os salmos de-
1lITIcat, ,,~nao fOI. escnto
. mUSlca
na narrativa
tra IClOnal
d E\para isto ' "O M.dg
signados como "Cânticos dos Peregrinos" ou "Cânticos dos De-
mente, mas tem sido cantado desde o os. ,va~gelhos, nat~ral
Chamado de "O C' . d s. pnmordlOs da era cnstii. graus." das
Trechos
'd antlCo a BendIta Virge M'"'' dentro tuas como
portas, êstes eram ouvidos:
ó Jerusalém." "Haja"Nossos pés estão
paz dentro de
SI
. o usado. " COmo Cântico V . d
espertmo a IUreJa. . desd
mana, tem
teus muros, e prosperidade dentro dos teus palácios," Sal. 122:2 e 7.
ImemoralS. - Grove's Dictio f M .b e os tempos Em Jerusalém, os peregrinos eram acolhidos nos lares dos
lU, pág. 23. Com a melod.nary o US1C and Musicians," VoJ.
abaixo. Ia no tenor, o cântico é reproduzido
habitantes,
pósito. os quaisdepossuíam
A família quartos
Jesus sabia para deonde
visitas
ir. para êste pro-
Em cada lar,
MAGNIFICAT cêrca de dez pessoas comumente comiam a ceia da Páscoa
juntas, e cantavam sua música enquanto assentadas à mesa.
~ ::;;;:ne :g: :c: :J:lI : :; :.=d :} J
O jovem Jesus ficou profundamente impressionado com o
templo, com seus ritos e sua música. Ele conheceu todo o
templo, inclusive seus pátios, suas portas e suas salas adjacen-
tes. Através de tôda a Sua juventude e adolescência, Jesus foi
f?Os8 anJos
:!Jt,l'l:; aJ: 11 ~::
que a'
9t1:; :9
.
11 :8;=1 regularmente às festas nacionais, até depois da cura de Betesda.
A festa mais freqüentemente mencionada através do Seu mi-
h nunClaram o naSClme t d J nistério é a Festa dos Tabernáculos, um festival do outono.
c amaram as novas de "l\T ovas d e oranndo e esus aos I ." Q pastôrcs. Após a intensa aflição de espírito do Dia da Expiação, vinha a
estrêla lue gUI·.
ou os ma os se t
minha e Jerusalém a B ~ ;
b
.,
e a egna.
,
"frnou vlslvel para eles no CI
uando a alegre festa, quando os pecados já haviam sido perdoados, e a
, paz, a alegria e o descamo eram sentidos pelos peregrinos. Ao
ale~ria."
tm .esses ho mens
am aprendido
eram ara es
da E'e em, , abegraram-se ' persas muito
., ' grande
COm
ou babrlollIos que' aproximarem-se da cidade e pararem de cantar, é possível que
S .. s scnturas através do . d d' ouvissem a música do templo antes mesmo de entrarem em seus
e seu regozIJo houvesse tomado a for d s JU eus .Ispersos.
estranhamente aos nossos ouvidos o.ma e ~anto, tena soado pátios.
era baseado na escala de d ezessete' Ptons IS seu O serviço musical do templo, executado pela classe profis-
em vSIstema
d de música
o nosso. Conseqüentemente . t I
tons eram ouvidos entre o.s to' m .erv~ os menores do que meios
ez e sete, Como
sional dos levitas treinados em música, incluía também algumas
respostas da congregação, A orquestra era menor que nos tempos
D ns mtelros. do primeiro templo, e provàvelmente menor que a do tempo de
urante Sua infância Jes h
quer menino J'
u deu o fa;I'a us .codneceu a música como Esdras. Acredita-se que os músicos eram treinados nas escolas
, , ouvm o o canto e 'I qual- do templo. O canto dos salmos era a parte principal da música
smagoga, e aprendendo a ,. f I I' , a cantI ena na
primia freqüentemente o cmonUtSeICat o c anca de Sua cidade. "Ex dos serviços de adoração, embora os instrumentos executassem
d n amento que Lh ' ~ apenas o acompanhamento e pequenas partes. Os coros canta-
cantan o salmos e hinos celest' ," E G ,e Ia no coraçao vam e os instrumentos tocavam em uníssono de uma oitava.
de Israel, deu-s/aos'
templo de Jerusalém.
!~~.
de T ôdas as Na ões ' 5 IaIS. ~ . . Whlte, O Desejado
a;~s S~ mtrodução ~ grande música
' q ando Seus paIS O levaram ao
Os instrumentos eram as harpas, as trombetas, tanto as de
chifre de carneiro como as de prata, e os oboés; a flauta é men-
Essa primeira peregrinação da Pa'
d· f·
f '
scoa Ol uma ocas'ã
e pro UZm pro unda impressão so'b re .ele. E.Ia Pnmavera,
' I o aa egre,
mais
I cionada pelo Talmude no comentário sôbre o primeiro século.
A flauta tocava interlúdios talvez em alguns 'selahs" nos sal-
mos, "porque, para usar a expressão talmúdica, 'é o mais lindo
divisor da música'," - Rabinovitch, Df Jewish Music, pág. 33.
158
MÚSICA EM MINHA BlBLIA 159
A MÚSICA E A ALEGRIA DE JESUS

Havia também um outro instrumento, desconhecido nos tempos lh 1 e elo menos dará alguma idéia
do Velho Te5tamento, o "magrepha," ou 6rgão, que aumentav:1 fárdica, pode as~me ar-sd a e~, "lhema Israel" é a expressão
grandemente o volume do Som. Era COmum dizer-se que (J de como devena ter soa. O. "O S h nosso Deus é o único
"magrepha" podia ser ouvido "até Jeric6." Sendo que esta dis "Ouvi, 6 Israel," que co~tmua: en °í d verdadeira fé de
tava de Jerusalém 17 milhas, a expressão era àbviamente uma Senhor" Esta declaraçao é o tema centra. ~ parte d o "She-
Israel, ~través dos séculos. Aqui está a pnmeIra
linguagem figurada para denotar muito volume de som. O qUl' ma" do décimo século.
era êsse 6rgão, "magrepha?" Tudo leva a crer que diferia Con

t_
mitivos da Bíblia.do antigo "ugab" mencionado nos tempos pri
sideràvelmente SHEMA KOLLI (Ouve minha voz)
Décimo Século

O "magrepha" não é mencionado na Bíblia, mas é descrito


no Talmude. No livreto "Erachin" é mencionado COmo tendo
sido um poderoso 6rgão que ficava no templo de Jerusalém, (' ~ Contar She • mo' ko. li .__ . _
consistia de um estôjo ou caixa de sôpro, com dez orifícios,
contendo dez tubos. Cada tubo podia emitir dez diferentes SOns,
por meio dos orifícios para os dedos ou, talvez, algo semelhantl';
[~~ Con9· ma
canta .____ be k o ------- lot.
desta forma, uma centena de diferentes sons podia ser pro
duzida por
provido êsse pares
de dois instrumento.
de foles e Mais tarde, oatravés
dez chaves, "magrepha" foi
das quais . 1 das reuniões era a
se tocava pág.
com296.
os dedos." - Engel, Music af the Mast Ancient T b I 1 Vamos
Como foi mencionado, a maIS a egre ver e escu t ar alguma coisa
Nations,
Festa dos a ernacu J os.d ena te- os o serva o. Um dos mais
., 1 b d
Jesus ouviu tôda essa música impressionante enquanto to dos ser~iços como esus. ev uela feliz semana, era o fes-
mava parte, COmo adorador, nos serviços, durante as festas na impressIOnantes aconteclmbentos daq '1 da água que correu
. 1 d a agua.
tIva I Ele relem
f . ravad o temIaagre pereorinação no deserto.
cionais no templo em Jerusalém. De acôrdo COm Saminosky da rocha que Moisés enu ~r~n. °fre üentemente tes-
em sua Music af the Ghetto and the Bible, essa era a ordem
comum do serviço, no templo, no comêço da era cristã: A música acompanhava a cenmoma. d' e Ele Jesus
era o antItlpo,
~ . a "A' gua da
temunhava isto,. e co~preelnh
Vida" como dIsse a mu er de . ama Ia qu S ria. Uma descrição do
"O cerimonial do antigo templo começava com os sacerdotes
, I d' , aqlu'
recitando a bênção, os Dez Mandamentos e o "Shema Israel," festival da água e e ~nterdsse . os sacerdotes faziam soar
["Escuta 6 Israel"] seguido pelas oferendas. Então o "magre- "Aos primeiros ralOS a aUb~~:~de rata e as trombetas em
pha," uma espécie de 6rgão de tubos, tocava um interlúdio, e
longa e penetrantemente as trom d p o' de suas cabanas,
os sacerdotes prostravam-se diante do altar. As trombetas ("sho
pares
h") , tocan d o os ch ama dos, d'eSlgnados "k' I"
te Iah" e " terua 1
resposta; e as alegres allamsaaÇ:1~va; ~odi; da festa. Então o
ecoando por montes e va es, d C drom uma ânfora dágua e,
(ver capo IV), introduziam o côro dos levitas cantando os
salmos ou passagens do Pentateuco. Depois, as trombetas reno dto tirava das correntes
sacerdote as trom b e°t'as eoavam
s , subia , ao compasso
erguen o-a, enquan d tem 10 com andar lento e
vavam os toques, para 'iue todo o povo se prostrasse, com o que
o cerimonial terminava. - Pág. 19. da música, os amplos degraus .o 'Os ~o~sos pés estão dentro
dasd enCla
ca tuas. dportas,
o, cantando entretanto.
oI Jerusa . da de
lé m.,,, _ E . G. White, O DeseJa
Não temos c6pias da música dêsse tempo, pois ainda niio
havia notas musicais escritas, mas uma forma do "Shema Israel" Tôdas as Nações, pág. 336. d da dentro de uma bacia de
datada do décimo século, encontrada numa antiga melodia sa. Mais
prata, tardedea um
segura águalad:a, p::r~:a sacerdote, e vinho era derra-
160 A MúSICA E A ALEGRIA DE JESUS 161
MúSICA EM MINHA BlBLIA
mente no Nôvo. Seu propósito era instruir na Lei, nos profetas
mado em outra bacia, segura por outro sacerdote, no lado oposto e nos salmos e aumentar o conhecimento dos jovens e velhos.
~o altar. Então o conteúdo de ambas era despejado num tubo
lIgado ao Cedrom, de onde corria em direção ao Mar Morto. Onde quer q~e dez judeus adultos, do sexo masc~lino, esti~essem
reunidos, aí estava uma sinagoga. Em cada cIdade e vIla da
"H"A música era ouvidah durante todo o serviço COm brados de Palestina essa instituição era encontrada durante o te~po de
osana que acompan avam o canto unido do côro do templo,
Cristo,
era comoe uma
em Jerusalém haviamas
escola bíblica, muitas
com sinagogas.
uma ordem Aregular
smago&a
de
com respostas do povo. "Ali, enfileirados de ambos os lados da
esc~da de braz:co már~or~ do sagrado edifício, serviço, e freqüentemente com leigos em vez de levitas,. :omo
leVItas o servIço de cantICO. A multidão dosdirigia o côro agi-
adoradores, dos
dirigentes. Cada u~a era mant~d~ ,P.or um ~~lador ou mmIstro,
tando ramos de palmeira e murta, unia sua voz aos acordes."
q~e também planejava quem dIrIgIrIa as varras partes dos ser-
- E: G. White, O Desejado de Tôdas as Nações, pág. 336. A VIÇOS. "
santIdade e beleza de tais serviços do templo deve ter produzido Jesus deve ter tido não apenas um conhec~m~nto f.ora do
uma profunda impressão no jovem Jesus. comum das Escrituras, mas também uma boa dIcçao, pOIS num
As festa~ ~aci~nais continuavam a chamá-Lo a Jerusalém. sábado em Nazaré o ministro solicitou-Lhe que lesse a lição e
Durante o ultImo mverno em Sua vida na Terra assistiu Ele a pregas;e. Foi-Lhe 'dado o rôlo ~o profeta I~aías,,, o qual era
um ,festival mencionado em S. João 10:22 e 23. "E em Jerusalém
haVIa a festa da dedicação, e era inverno. E Jesus andava pas- guardado
frontal do num pequeno
edifício, compartImento
e diante dessa "arca" ou arca na umparede
era colocado can-
seando no templo, no alpendre de Salomão." deeiro com sete lâmpadas. Tomando o rôlo e ficando em pé à
Esse festival de meio de inverno fôra instituído aproxima- frente, Ele leu as palavras familiares do pr?feta: "O Espí:-ito
damente duzentos anos antes. Começava em 25 de dezembro do Senhor é sôbre Mim, pois, que Me ungIU para evangehzar
e, durava. ~it~ dias: . Comemorava a vitória de Judas Macabe~ os pobres." S. Luc. 4: 18. Leu numa espécie de cantilena com
s~bre os mImIgos SIrlOSem 164 A. C. e a restauração da adora-
canto musical,
Esdras. porque usou
Sem dúvida êste os
era sinais
o costume d,esde
manuaIS e aos sIgmficatIva
,te~~os ,de
çao no templo, n~~uele tem~o. Como era crença que, por milagre,
um pequeno recIpIente de oleo santo conservou as lâmpadas sa- modulação da voz, nessa leitura das Escrituras. Então, o serviço
gradas gueimando por oito dias, essa festa era chamada também continuou, e, no devido tempo, "assentou-Se" e pregou o sermão,
:'Festa das Lu~es," nOme pelo qual é conhecida entre os devotos pois esta era a ordem natural do serviço no tempo de Jesus:
Judeus de hOJe. Música especial e serviços em memória eram 1. A declamação do "Shema," começando: "Ouvi, ó Israel;
anualmente n~aliz:dos. O Salm~ 3.0, originalmente composto o Senhor nosso Deus é o único Senhor." (Pode ter sido canto res-
para uma dedIcaçao, conforme é mdIcado pelo título, teria sido ponsivo pela congregação.)
cantado como parte dos serviços desta festa. 2. Oração (com a congregação em pé).
Jesus não g~stou gr~nde porção do Seu tempo em Jerusalém, 3. A lição da Lei ou dos profetas, ou ambas.
onde El~ poderra aprecIar a adoração no templo. Em vez disso, 4. Um sermão baseado na lição.
estava atIvo em tôdas as partes das províncias judaicas e de além. 5. Um Amém cantado pela congregação (I Cor. 14:16).
As encostas dos mo~tes, as .praias dos lagos e a sinagoga eram
os lu~ares de ~dor~çao. A smagoga merece alguma consideração Há muitas indicações de que a voz de Jesus tinha qualidade
do leItor com mteresse musical. de impelir, e que Ele próprio respondia ao som da_voz de outros.
A sinagoga é uma instituição iniciada durante o cativeiro Ele ouvira a voz de Deus falando em aprovaçao a Ele e ao
Seu trabalho por ocasião do Seu batismo e de ~u~ transfigur~çã?,
babilônio e mantida durante a dispersão. Conseqüentemente, e novamente no terceiro dia da semana da PaIxao. Sua proprra
não é mencionada no Velho Testamento, mas o é freqüente- 11
162
MÚSICA EM MINHA BíBLIA 163
A MúSICA E A ALEGRIA DE JESUS

voz não apenas acalmara as crianças, os penitentes e sofredores,


mas também ordenara com tal poder que penetrara aos ouvidos A alegria de Jesus se insinua nas parábola~; 9~ando o filh~
pródigo voltou ao lar, houve uma festa com mUSlca e ~~nça.
dos mortos. Lemos: "Clamou COm grande voz: Lázaro, sai Quando a ovelha perdida foi encontrada, houve regoZIJO na
para fora. E o defunto saiu." S. João 11 :43 e 44. Jesus com-
presença dos anjos ~e Deus. ~ .mulher, tendo encontrado a
padecera-Se da voz de lamento e a transformara em alegria. moeda perdida, convIdou seus vlzmhos para se alegrarem c?m
Jesus menciona espedficamente a voz e seu poder, em pa- ela "O reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondIdo
rábolas eJesus
analogias. Na comparação nu~ campo que um homem achou e escondeu, e pelo gôzo dêle
pastor, identificou o interêsse d:Ele próprioquecomqualquer
principal o bom
vai, vende tudo
,
quanto tem, e compra aqueAI e campo. " S . M ato
bom pastor teria para COm suas ovelhas, desta maneira: "As 13:44.
ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz." E acrescentou:
Quando a última semana da vida de Jesus se aproxin:ou,
"As Minhas ovelhas ouvem a Minha voz." S. João 10:4 e 27. :Ele foi a Jerusalém assistir à Páscoa, sabendo que essa sena a
Na manhã da ressurreição, foi a qualidade de Sua voz que a Sua última. A semana iniciou com alegria. :Ele fôra aclamado
identificou à mulher que chorava no sepulcro, quando :Ele a cha- com música e lisonja ao andar sôbre um jumento simbólico
mou pelo nome: "Maria."
Há evidências também de que o ouvido do Salvador estava dos reis conquistadores. Esse jumento er~ guiado por ~á~aro, a
afinado para ouvir os sons musicais em Suas caminhadas diárias. quem Ele ressuscitara dos morto~. _As cnanças, S.eus dISClpulos,
Muito cedo, em Seu ministério, Jesus comparou o trabalho do aquêles a quem curara e a multldao em geral umram-se naA pro-
Espírito Santo ao doce sussurro do suave vento oriental: "ouves clamação e prorromperam a cantar, enquanto acenavam. com folhas
a sua voz," declarou. de palmeiras cortadas das árvores ao longo do cammho. Uma
Há, também, referências aos instrumentos musicais, encon- melodia era repetida uma vez após outra. A"scrianças canta.vam-na
alegremente. Era uma lembrança dos canticos dos anJos por
tradas ocasionalmente, COmo ilustrações acessórias às verdades ocasião do nascimento de Jesus: "Bendito O que vem em nome
que Jesus estava ensinando. O "shophar" ou trombeta, foi do Senhor! Hosana nas alturas!" S. Mat. 21 :9. Estas palavras
mencionado uma vez. No Sermão da Montanha :Ele teria fa- eram as do Salmo 118: 26, uma parte do "h alIeI" usado geral-
lado com um pouco de ironia quando admoestou Seus discípulos: mente na Páscoa, e conhecido desde a infância por cada devoto
"Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante
judeu. . .
Por êsse tempo outra música, Impresslva e exaltada, estava
de ti,.. 6:2.
~at como Era
o fazem os hipócritas
.costume nas tocador
contratar um sinagogasde e"shophar"
nas ruas."para
S.
sendo tocada, porém era geralmente ignorada. "Os sacerdotes
Ir adIante dos ncos doadores, e tocar prelúdios quando as moedas
fazem soar, no templo, a trombeta para o se~viço da tard.e, ~~s
caíam dentro da caixa. Novamente :Ele usou a palavra "trom-
beta," quando disse que no fim do mundo haveria "rijo clamor poucos
que tôdaatendem,
a gente evaios após
príncipes,
Ele'." -alarmados, dIzemOentre
E. G. White, SI: EIS
Desejado de
de trombeta" como um sinal para os anjos ajuntarem os justos Tôdas as Nações, pág. 425.
para Deus.
Ao chegar o fim da última semana, Jesus ensinou dentro
O tocar da flauta, ou dos assobios de brinquedo, ou oboés, que do templo respondendo às necessidades das centenas de pessoas
:Ele observou as crianças executarem nas ruas, foi usado por
Jesus numa lição espiritual. "Tocamos flautas, e vós não dan- que O p;ocuravam. Na tarde antes da Páscoa, Jesus e Seus
discípulos estavam na sala de visitas de ~~a ca:a e?contrada por
çastes," êles declararam. Escutou o oboé sendo tocado pelas Seus discípulos, de acôrdo com Sua dlvma dHe~ao. Isto era
carpideiras na morte da filha de Jairo, como é citado no Cac costumeiro, pois os moradores de Jerusalém habItualmente ofe"
pítulo XVIII, "A voz de pranto." Essa música triste, bem como
as carpideiras contratadas, Jesus fêz silenciar. reciam
turbado seus
pela lares para os de
proximidade peregrinos da Páscoa.
Sua morte, .Embora
Jesus amda ,Per-
ensmou
164
MÚSICA EM MINHA BíBLIA
A MúSICA E A ALEGRIA DE JESUS 165

lições de paz e alegria enquanto observava os costumes da festa HALLEL PASCAL


solene.

jA""m_
Salmo 117 Sefárdíco
Além de comer os alimentos prescritos: cordeiro assado ervas
~margas, pão e vinho, em cada lar os pequenos grupos re~nidos
a mesa cantavam salmos. Naqueles dias os Salmos 113 a 118 Irnb~ 1 •
eram reunidos todos. ~um 10,n~0 hino; a primeira parte era
cantada ant~s da refeIçao e a ultIma parte depois que a refeição
estava termmada. Era chamado o "H alIeI" ou Aleluia embora
como mencionamos no capítulo XX, houvessem também ~utros sal:
mos de Aleluia. O grupo de Salmos 113 a 118 tem sido co-
nhecido através dos tempos como o "H alIeI da Páscoa." Isso
foi o que Jesus e Seus discípulos cantaram na última ceia.
Havia espír~to. de alegria em Jesus, mesmo nesse tempo,
qu~ndo _Ele mSIstIU COm Seus seguidores para que seus co- les, se desejassem recebê-lo. Tomai o amor. Depois, tomai a
raçoe~ nao se perturbassem. Embora soubesse que o Getsêmani, alegria, ordenou Ele. Esta foi a Sua mensagem final, e um
a nOIte de provas e o Calvário O aguardavam, Jesus ainda
cantou. canto de louvor preludiou e acompanhou êsse legado. Seu

"Antes de deixar o cenáculo o Salvador dirigiu os discí- grande desejo


permaneça em para
vós, êles
e o era, afirmou
vosso Ele, completo."
gôzo seja "Que o MeuS. gôzo
João
pulos num hino de louvor. Sua voz se fêz ouvir, não nos 15:11. Novamente, prometeu: "Vossa tristeza se con~erterá
acentos de uma dolorosa lamentação, mas nas jubilosas notas
da Aleluia Pascal: em alegria." S. João 16:20., Em S~a gr~nde prece regIstrada
em
Minha S. alegria
João 17, expressou
completa este
em si deseJO: Verso
mesmos." Para 13.
que tenham a
"Louvai ao Senhor, tôdas as nações:
Louvai-O todos os povos, Pouco antes dos últimos eventos da vida de Jesus na Terra,
Ele predisse: "Outra vez vos verei, e o vosso coração se ale-
Porque
E a Suado benignidade
a verdade é grande
Senhor é para sempre. para conosco, grará, e a vossa alegri~ ninguém v?-l.a tirará." S. João 16:22.
Louvai ao Senhor!" Salmo 117. Depois da Sua ressurreIção, e nos ultImos reaparecImentos ter-
restres, seguidos por Sua ascensão, Seus discípulos receberam
- E. G. White, O Desejado de Tôdas as Nações) pág. 502. êste legado final de alegria: "tomaram com grande júbilo a Je-
,A m~lodia exata .que Jesus cantou com estas palavras não rusalém." S. Luc. 24: 52.
esta escn~a nas Escnturas, pois não havia notas escritas como Nessa ocasião Jesus estava alegre, e evidenciava-se Sua re-
as de hOJe. As melodias tradicionais têm vindo através dos ceptividade à música. Não e~a associada com a músi~a oficial
~éc~los, de gera~ão a geração. Os judeus sefárdicos dos mais do ritual do templo. Aquela amda era executada exclUSIvamente
antIgos. grupos ~nentais cantaram por muitos anos a melodia antiga
da págma segumt~, para o Salmo 117, depois da refeição Pascal, por umadoclasse
escolas profissional
templo. de sacerdotes
Ele possuía e concediamúsicos, treinados
a alegria que é nas
ce-
comemorando o lIvramento de Israel do Egito. lestial e que é, talvez, básica na criação expontânea da música.
\ Con: ~ma melo.dia a~egre COmo esta, o grupo saiu em meio Esta alegria é uma dádiva celeste. Schiller escreve em sua "O de
a e.scur~dao da n.Olte. A frente estavam as inexprimíveis ex- à Alegria," que Beethoven musicou tão lindamente em sua
penênc!as da paIxão. Mesmo agora, Jesus procurava dizer a grande "Nona Sinfonia" (coral):
Seus dIscípulos que havia regozijo de coração à disposição dê-
"Alegria, centelha da chama imortalf"
PAULO E SILAS CANTARAM 167

CAPíTULO 22 três anas na Arábia e dez anas em T arso, após sua conversãa,
ainda adarava na templo, e observava as tradições da lei.

Os ap6stalas
através começaram
da serviçO'nas seu cantinuanda
sinagagas, trabalha missianário,
assim nasem parte,
reuniões
de adaração musical das judeus. Quanda se formavam naVas
grupos de igrejas, êsses sé reuniam em autros lugares, algumas
Paulo e Silas vêzes nas lares, cama é revelada em uma das cartas de Paula.
"A Filemam... e à igreja que está em tua casa." Essas pe-
Cantaram quenas igrejas damésticas nãO' eram desarganizadas. "Mas, faça-
se tudo decentemente e com ardem," ardenau PaulO' aas co-
ríntias. Essa ordem também incluía a música. Na Epístala aas
Hebreus, a Sal. 22:22 é mencianado: "Lauvar-Te-ei na meia
da cangregaçãa." A música fazia parte das cultas dessas navas

"t
e pequenas igrejas nas praias, nas lares, nas cárceres, nas ca-
tacumbas de Roma au em qualquer parte ande se encantrassem
perta da meia-naite PaulO' e Silas aravam e fiéis. Os cristãas primitivas eram caracterizadas par sua música.
escutavam." cantavam hinas a Deus; e as autras presos as
Atas 16:25. Em alguns lugares a música era dirigida par cantares can-
vertidos, filhas de Levi, que eram prafissianais. Entre as prin-
Aa.s daze anas de idade, a mesma idade cam que Jesus cípias fundamentais dessa nova fé, estava a idéia de que cada
peregn~au .pela primeira vez a Jerusalém, PaulO' viu a tem Ia hamem era a seu ~r6pria sacerdote e Jesus Crista na Céu a seu
pela pnmeIra vez, pais vinha então de Tarsa para entrar Pna Suma Sacerdate, 'eternamente, segunda a ardem de Melqui-
melhar escala de sinagaga em tôda a Palest' d' . .d I sedeque." Daravante, a cada um era ardenada: "Partanta ofe-
erudita EGam..a'.liel. Ali perman ""eu até quase Iana:ddmgdIa ~e a reçamas sempre par 1.'!.lea Deus um sacrifíciO' de lauvar, isto
-~ I a e e tnnta
anas. 1
m, arso tmha êle estada radeado pela cultura greoa é, a fruta das lábias que confessam a Seu nome." Heb. 13: 15.
Esta ardem fai obedecida desde o inÍcia da nava fé.
porq~e : arso . era .uma das muitas cidades da margem ci;
MedIterranea, mclumda as da Itália Grécia Maceda'" A" Essas cangregações eram diferentes de qualquer grupO' de
M N d "nIa, SIa
enor e orte a África, que eram os centras da civilizaçãO' canta vista antes. Elas incluíam nãO' apenas judeus, mas gregas,
ramanos e conversas de todas as povos gentílicos. Os hebreus
grdga, ,e~bora I ~as tempas apast6licas ~sses países estivessem sab
a ommlO pohtIca de Rama. Desta forma, vemas cancentrada cristãas lago começaram a arar, cantar e camer cam êsses gen-
em Paulo a essência cultural das hebreus, das gregas e mesma tias, o que era inusitado. Nenhum judeu ortodoxo daquele
~as romanas. A fusãO' de alguns dêsses várias elementas fai tempo, sab quaisquer circunstâncias, partiria o pãO' com um
incircunciso gentio. Era um milagre de Cristo.
Impartante para a música da era primitiva da igreja cristã.
As paredes de separação estavam sendo derribadas, talvez
Mesmo depois de aceitar a Crista, nenhum das discípulas mesma aferecenda uma nava liberdade às mulheres, cama PaulO'
nem o. pr6pria ~aula, fêz qualquer rompimento cam o templ~ sugeriu na carta aas Gálatas: "NistO' nãa há judeu, nem grega;
e das ntas das smagogas. Iam canstantemente ao templo para nãa há escravo nem livre; nãO' há macha nem fêmea, parque
a orar; abservav~m as dias de festa, as ritas e mesma as vatas ta das v6s sais um em Cristo Jesus." Gá!. 3:28. Lídia, Claé,
cama qualquer Judeu ortadaxa. O própria Paula, mesmo ap6~ Dorcas, Febe e Priscila foram mencianadas entre as mulheres
(166)
168
MÚSICA EM MINHA BíBLIA PAULO E SILAS CANTARAM 169

das primórdios da igreja cristã, pois faram dignas de mençãO'. O "aulas" orega era a mais antigo instrumentO' de sôpro da
JoãO', a amado, escreveu de :f:feso: "O anClaa à senhora eleita,
e a seus filhos, aos quais amo na verdade e nãO' somente eu antiga Grécia.t> A palavra é tr~duzida por :'flauta," porém o
b' d ' , "aulas" era, na verdade, a. clanneta ou obae, tacada cam pa-
mas tam em to os os que têm conhecido a verdade." 11 S.
JoãO' 1. lhetas. Era um tipo dobrado, com dois tubas~ comu~ente de
comprimentos diferentes. A flauta ou tuba maIOr passIvelmente
Não apenas era a li?erdade das mulheres gregas que se tocava tons mais graves, em diapasão, que a tuba menor. O
mesclava com a sabedana da Deus dos hebreus mas havia
número de orifícios para variar o diapasãa i~ desd~ qu~tro, nos
muita mistura de cultura dos gregos e hebreus ~a primitiva mais antigos, a 15 nas mais modernos. HaVIa mUltas tIPOS. O
igre~a cristã. As Escrituras do Velho TestamentO' faram tra- "aulas" era a mais papular instrumentO' grega e todos eram
duzld~s para o. grega em Alexandria, nesse tempo centro cul- familiarizados COmêle. No tempo de PaulO', já fôra usado pelos
tural Judeu maIS farte que a da própria Jerusalém. Era desta
greoos por mil anos. Usava-se na. música orgíaca e estava as-
versão, a Septuaginta, que PaulO' comumente extraía textas. sociado com Dionísio, o deus do vmho.
As Epístolas, bem como os Evangelhos, foram escritos em grego
desde o iníciO'. Essa era a língua literária da época em tôda a A "kithara," au har~a. grega, ? principa~
antiga Grécia. Sua mUSlca era e:a
bmItada instrumento
ao tIPO' de Apalo, dao
parte. dentro da fronteira. Mesma em Roma, a capital do
Impéna Latino, os serviços e a música da primeira igreja cristã deus da vida palítica. A "kithar~" consistia d~ ~ma caixa de
ressonância de madeira, com dOIS braças vertIcaIs curvados e
eram na ~Íngua grega. Não foi senão depois da quarta século uma trave. Começando cam 5 cordas na séculO' VIII A.c., e
que o latIm se tarnou a língua da liturgia.
Coma foi pre~iamente mencionado, a cultura da próprio aaumentandO' para noseteséculo
ter 11 cordas na sétimo C. O número
V A. século, a "kithara"
comumchegava
era
~aula era uma mIstura da cultura hebraica com a grega. As- 5 ou 6 cardas tocando as notas: mi, sol, lá, si, ré e mi, mais as
SIm, qua~da PaulO' usa instrumentos musicais como ilustrações,
duplicações de oitavas ao aumentar-se o número de cardas. NãO'
tanto. o .tI~O hebreu cama o grego sãO' encantrados. AO' falar havia tecladO' na "kithara" mas algumas pausas eram canse-
da SmaI literal COm seus trovões, pela "sonida da trombeta"
(Heb. 12), PaulO' refere-se aO' "shaphar" e ao antigo têrmo guidas pela pressão na par;e mais baixa da .carda. A "kith.ara" era
conhecida na Babilônia no tempo de Damel, porque fOI levada
"Fortíssimo. som de trombeta." Novamente, a mesma trombeta,
para lá pelos trabalhadares gregas, senda usada em todo a
que. anunCIava a aproximação de Deus na Sinai, proclamará
a vmda de b"Cristo, quandO' "a trombeta soará", e aO' soar essa mundo de fala grega, na costa da Mediterrânea, na tempO' dos
"'1 .
u tlma trom eta, os santos mortos serãO' ressuscitadas. IstO' se apóstolos. .
refere à trombeta hebraica, o "shophar." O "salpinx" era uma trombeta grega r~ta,. denva.d~ dos
. AO' escrever aos crentes gregos em Corinta, Paulo menciona países orientais, usada para a trans~issãa de SInaIS. EmItIa um
m~tru~ent?s gregos 'para ilustra~ o q,~e queria dizer: "Se as SOm terrificante, senda usada exclUSIvamente na guerra. Como
calsas mammadas, seJa a flauta [ aulas ], seja a cÍtara ["kitha- Paulo declarou, ela jamais soava indistintamente au s~m cer-
ra"], não formarem sons distintos, cama se conhecerá a que se teza. O "salpinx" foi também a tra~~eta reta. simbóh~a que
taca com a flauta au cam a cÍtara? Por que se a trombeta Jaãa, o Revelador, auviu, quandO' a sexto anJo, q~e tIn~~ a
["salpinx"]
lha?' I Cor.der14:7
sonida
e 8. incerto, quem se preparará para a bata- trombeta" (Apac. 9: 14) tocau-a, e libertau um exerCIta. O sal-
pinx" era uma verdadeira trombeta, longa, reta e poderasa. ~~-
O que eram êsses novos instrumentos mencianadas por Pau- bora feita de latãO',era semelhante à trombeta de prata de MOIses.
I?,. ~ m_ais tarde par João, a amada, que estava rodeado pela
clVIbzaçao grega quandO' escreveu o livro do Apacalipse? tura Ademúsica da primitiva
elementos igreja cristã
gregos e hebreus. "Cadaera
paístambém uma mis-
do Mediterrâneo,
171
PAULO E SILAS CANTARAM
L70 MúSICA EM MINHA BíBLIA
d nto gregoriano é de
com efeito, cada igreja, desenvolveu, nesse período de propaga- de declarar que sessenta por c~nto o cadal ou seus padrões
. . d . De fato seu SIstema mO , d
ção, sua própria maneira de serviço religioso, tôdas as quais
continham, até certo ponto, música nativa para sua localidade." %I~~ilic~~ d~cadois ou tr~s .motivos q~e rb~: ba:~d;~e~~id;rá~
através de tôdas as vanaçoes, eram am
- Theodore Finney, A History of Music, pág. 29.
A ordem do serviço era muito semelhante à da sinagoga, e a tica dos hebreus. ti 1 . te
música tinha sua fonte no Velho Testamento e nas tradições Este fato é bem ilustrado e t~lvez, provda o J?e~. seg~g~J'a
_ d "T s Pereorinus muSIca a pnmIIva
orais da música dos hebreus; mesmo assim, a liturgia era fre- comparaçao o ondu S 1 b 114' com um canto hebraico-se-
qüentemente cantada ou salmodiada na língua grega. Com o cristã para o texto o a mo ,
fárdico para o mesmO texto.
correr do tempo as melodias originais e as gregas foram-se
introduzindo. Por exemplo, Breed menciona em sua History "Quando Israel saiu do Egito ,
and Use of Hymns Tunes, pág. 18, que o "Te Deum Lauda- e a casa de Jacó de um , povo
. barbaro,
mus" [Nós Te Adoramos, ó Deus] é de origem muito antiga. Judá ficou sendo o Seu santuano,
e Israel o Seu domínio." Versos 1 e 2.
A versão latina é baseada num original grego, que por sua
vez }?ode provir de fontes hebraicas. Esse tema inicial de TONUS PEREGRINUS
um 'Te Deum" pode ser de uma fonte antiga como a citada.
TE DEUM LAUDAMOS
~~~
~ Egyp' 'o• Dom-"Jo,obd. 'o,." b,,-bo-~.
b17~
~J,b;lO~~
Te Dé. um lou. dá ------- mus.
In ex·j·lu Isroe ex

CANTO SEFÁRDICO

,.~~
Salmo 114
Segundo Consolo e Aguilar
Por séculos, os compositores têm escrito músicas para aCOm-

panhar estas palavras,


entre outros, escreveu eum
em "Festiva
nossos yróprios dias Dudley
Te Deum" inspiradoBuck,
no
velho hino grego que veio a nós em inglês de fontes latinas, Ko • ro • II.' sIm· ch o A • do • noi --- mi· bar· loch • ti • yot

gregas e possIvelmente hebraicas. Esta é a frase de abertura: _ eracidade da afirmativa do


Esta comparaçao
. d comproval
Immanue o a fVR ame.. "O que diz a arte
FESTIVAL TE DEUM
famosa .poetda
osJUcnstaos.
~u: ';l - 'Na verdade , fui tirada da terra dos
ff Dudley Buch, Opus 63, n. 1
da mÚSIca
hebreus'!" , . . -
~·l
Lou - Vil' mos . Til:, Ó Deus.
• da primitiva mUSIca CrIsta, a
• A •

Ante essa nca expe~len~l:e' as torna-se duplamente signi-


a?m?estaç~o de. Paul'd aE lfrit~. falando entre vós em salmos
flCatlVa: Enchel-vos .. 0 .sp , d. e salmodiando ao Senhor
Gradenwitz afirma que o "início da música cristã romana e hinos e cântic~s ,~sPEt~als~ .~a;t~n 109. "A palavra de Crist?
foi baseado - muitos séculos depois da conquista de Jerusa- no vosso coraçao. e.· tôda a sabedoria, enSI-
lém por Roma - nos fundamentos da música hebraica do tem- habite em vós abundadnten:ente, a~~1outros com salmos, hino~
nando-vos e admoestan o-vos uns
plo." - The Music of Israel, pág. 81. Outros vão ao extremo
172
MÚSICA EM MINHA BíBLIA PAULO E SILAS CANTARAM 173

e câ~ticos Col.
coraçao." espirituais,
3: 16. cantando ao Senhor com graça em vosso tanto por judeus cOmo por cristãos. Mas, como instrumento
de muitas utilidades, melhorado através dos séculos, gradual-
Estes _eram os id~ais musicais da igreja primitiva. O canto
e a oraçao estavam mtimamente unidos A ,. " mente
do séculoassumiu
XII, seu
tantolugar
nos ideal nos religiosos
serviços serviços religiosos
hebraicos desde
comocêrca
nos
. - .... . mUSIca na Igreja
cnsta pnmItIva e:a mteiramente vocal. Como vemos ainda ho' e cristãos. Isso foi muito depois do tempo dos apóstolos. No
n~ Canto Greg~nano e cantochão, a música em si não era restri~- segundo século, Clemente de Alexandria mostrou sua ext:-ema
gI ~ por um ntmo regular. O texto ditava o compasso Não antipatia pelos instrumentos no culto sagrado, com as segumtes
havIa, naturalmente, notações musicais ainda A ,: palavras:
aprendida" I 'd" f . mUSIca era
d' d' . pe.o OUVIo, e reqüentemente consistia de melo- "Porque se o povo ocupa seu tempo com flautas, saltérios,
Ias tra. IC~OnaIS.As melodias eram, na verdade, hebraicas em coros, danças, bater palmas à moda egípcia, e outras frivolidades
sUei maIO~Ia, cI~m melodias gregas sendo gradualmente adap- desordenadas, tornam-se bem indecentes e intratáveis, batendo
ta as aqUI e a 1 ao uso da igreja. címbalos e tambores e fazendo barulho com os instrumentos de
.Nol seOi~~s. da igreja, a música consistia do canto congre- engano." Citado por Idelsohn em Jewish Music, pág. 94.
gacIOna.. mgente era talvez um músico ou cantor levita Clemente foi ao extremo de dizer que o salmo 150 se refere
convertIdo. Cada grupo congregacional era formado de hebreus ao corpo como instrumento de louvor! Os nervos são cordas,
g:-eg?s, romanos e outros homens e mulheres "gentios" O~ disse êle, vibradas pelo Espírito, e a língua, um címbalo da
cantIcoJ usados diferiam de uma congregação para outr~ per- bÔca. Na verdade, os primeiros apóstolos, especialmente Paulo,
~~ncen o a .um dos três grupos, ou aos três dêles _ s~lmos
A
consideravam o canto sacro COma sendo inspirado pelo Espírito,
mos e cantICOSespirituais. '
do significado original de "salmos" é "louvores", e su b en t en- eTestamento,
nunca, nemproibiu
Paulo o nem
uso qualquer outro escritor
de instrumentos do Nôvo
nOs serviços reli-
e "d'
-se que evenam ser cantados COm acompanhamento ins- giosos.
tr~m~ntal. Esse era o costume na música de culto tanto no O canto dos salmos nos cultos dos cristãos era muito seme-
pnm~Iro como no segundo templo em que os Salmos' formavam lhante ao dos hebreus. Consistia da antífona responsiva e do
a maIOr p t d h' ,. N
canto litúrgico. Acrescido a isto, havia mais canto congrega-
. ar e o man~. as novas igrejas cristãs não havia
dst~~entos. Embo~a ,nao houvesse qualquer proibição da parte cional. Tanto a ordem do serviço como o conteúdo da música
~ _ nsto ou dos dISCIpulos, não eram encontrados nas i re'as da nova igreja, eram baseados nos da sinagoga e do templo.
cnstas,
d' h . pelo menos nos primeiros dois se'culos. H aVIa . pouco
g J. Dêstes, o mais importante item era o salmo. Com o correr do
m eIro Ttreb a maio~ia dos membros para comprar instru-
~entos. am ém, mUItas das reuniões tinham ue ser rea- tempo, os hinos
a adoração se tornaram
a Deus maispalavras
em outras e mais além
ap,reciados,
das deexpress.ando
DaVI. A
lIzadas secretamen.te, em catacumbas, em algum s~lão sim les igreja tinha menos de duzentos anos quando de ~feso veio a
ou em casas partIculares, e os instrumentos não pode' p , paráfrase dos cento e cinqüenta salmos no estilo de hinos para
m.odulados 'pa:-a ~ais baixo como o poderiam as voze2aAl~: alternar com o canto dos salmos.
dIssod os propnos Judeus, por centenas de anos depois de 70 A D O hino deveria ser cantado por um grupo. O canto congre-
quan o ? templo foi destruído pelo general romano Tito, ~ã~
usavam ~nstrumentos nos seus serviços sagrados durante _ gacional do hino era em unísson?, COm su~ música basead~ n~s
gunda dIspersão. a se modos inerentes no sistema mUSIcal hebraIco e grego. ~ ObVlO
que havia hinos desde o tempo do Velho Testamento. Lemos
? órgão, por exemplo, tornou-se relacionado
com os jogos estas palavras do "Hino de Habacuque:" "Aviva, 6 Senhor,
pagaos romanos do anfiteatro e outros lugares. Foi excluído, a Tua obra no meio dos anos."
174
MÚSICA EM MINHA BíBLIA PAULO E SILAS CANTARAM 175

" . Ai~?a. ho~e existe um hino baseado numa doxologia Ou líssimos. A princípio os primeiros pais da ~greja eram cautelosos
~Igdal . Jud~Ica. É uma paráfrase e a cristianização de um com a música grega, crendo que ela tendIa para o pensamento
hIno cups raIzes me~ódicas se estendem. à antiguidade judaica. carnal e à orgia, em vez da elevação espiritual. Entretan~o,
Sua forma presente e moderna em sentImento, muito diferente os novos hinos gregos, que eram aceitos, vinham ou de melodIas
d~ aequena ~essitura das antigas melodias hebraicas autênticas, da época, ou de melodias antigas, trazidas. pelos membros re-
aIn ~ que seja de certa forma semelhante a elas. :Esse hino pode cém-convertidos, e tinham uma beleza SImples quando cano
ter VIndo de Maimoni~es, q~e nasceu em 1135 e, provàvelmente, tados em uníssonos pelos grupos congregacionais, talvez nos
deu-lhe. uma data maIS antIga. Mais ou menos em 1770 um primeiros serviços ou em ocasiões especiais. Cristo era o tema
cantor Judeu. de Londres, Leon Singer, que se chamava a si central. Os evangelhos também forneciam uma nova fonte
mesn:o ~eom, usando um velho motivo folclórico, fêz uma de inspiração poética, especialmente o Evangelho de Lucas.
comp~laçao para o ministro wesleyano Thomas Olivers. Está Plínio, o môço, um romano que viveu de 62 a 113 A. ~.,
arranjado para harmonia em quatro partes no Cantai ao Senhor e foi assim contemporâneo de Paulo nos últimos anos, dIZ
dos ~dve~ti~tas. do Sétin;o Dia, e publicado Com três das doz~
estrofes ongInaIs. Esta e a melodia e a primeira estrofe em que "em dias
do nascer especiais
do Sol de festa.
para cantar os cristãos
hmos de louvorreuniam~se
a Cnsto, antes
pre-
nossa tradução portuguêsa, embora uma tradução literal do
hebraico fôsse mais forte: dominando o canto antifôni~o -: um méto?~ de can~o ~,ue mo~-
trava distintamente a influenCIa da tradIÇao hebraIca. - EmII
AO DEUS DE ABRAAO LOUVAI Naumann, The History of Music, pág. 179.
Thomas Olivers, c. 1770 Um contemporâneo de Plínio, Inácio de Antioquia, dis-
cípulo do apóstolo João, teve uma visão do Céu em que lhe
foram mostrados os anjos cantando em coros antifônicos. De-
pois disto, o método foi usado mais e mais nas igrejas novas,
~
sem dar-se suplantavam
entretanto, importância àcada
origem da música.
vez mais Os hinos
os hebraicos, gregos,
no uso con'
gregacional.
Clemente de Alexandria, que viveu de 150 a 220 A. D.,
~

-
Su • pre • mo Deus, e • ter· no Pai E Rei, Se • nhor. HINO GREGO

-FJ~I
Clemente de Alexandria

.Em,~
~i
Som· bras 10' sem; rom· pe au • ro· ra em luz: Deus Seu

Meu ser tam·bém da - rá lou • vor Ao Cri • a • dor.

.. Mes~lad.a co~ _uma :profunda influência hebraica da pri


mItIV~ Igreja CrISta, haVIa alguma música de origem grega.
EspecIalm:nte 9uando os hinos começaram a ser cantados pela m"~
congregaçao, fOI descoberto que havia muitos hinos gregos 1)(' de Je· sus, A gló. ria dês· te do· ce ai • vor de paz.
176 MúSICA EM MINHA BlBLIA 177
PAULO E SILAS CANTARAM
co~~ô~ ou ~ditou de uma das mais antigas fontes, um dos mais
pnmItIvos hmos gregos em uso pelas congregações cristãs. Evi- escuro e infestado de vermes, infinitamente pior que a cela
tende~ente foi sua apresentação de um hino positivo e repre- de Bunyan. Depois de serem espancados. tão fortemente pelo
sentatIvo para contrariar o influxo do estilo cromático grego que que mais tarde Paulo disse que ainda trazI~ ~s ~arcas em seu
êle sentia tender ao paganismo. Seu compasso é livre, cantado corpo êle e Silas foram colocados em posIçao tao torturante,
em uníssono como o eram todos os primeiros hinos cristãos, e com ~s pés em troncos, que a d?r de suas feridas era, in.tensa.
podem assemelhar-se aos mesmos hinos que Plínio ouviu os Voltaram-se para Deus, para deSVIar suas mentes da ~angustIa cor-
cristãos cantarem a Deus de manhã cedo. poral. Podemos imaginar as ~rações e as evocaçoes das .c~n-
.Além dos salmos e hinos, Paulo menciona cânticos espiri- fortantes promessas de Deus, amda que na profunda escundao .
tUaiS como parte do repertório musical cristão. O cântico es- Então, à meia-noite, Paulo e Silas cantaram. Cantaram c~m
tanto ardor que tanto os outros prisionei:os como o c~rcereI~o
piritual
Deus, e é enfatiza
aquêle que expressa anelo
seu próprio a relação do indivíduo
e experiência para Em-
da alma. com os escutaram. Dessa referência, e tambem de sua onentaçao
bora os salmos fôssem cantados ou entoados antifônicamente, c posterior em relação à música nas novas, i~rejas,. é. evidente que
os hinos fôssem cantados pelo corpo da congregação em unís Paulo estava bem relacionado com a mUSIca relIgIOsa da época.
Havia muitos cânticos sacros, entre os qua.is se podia ~scolher.
sono, o cântico espiri.tua! ;eria sido um solo vocal~ expressando
A Talvez os dois homens cantassem responslVamente o Grande
o ~le~ar da alma do mdlVIduo a Deus, uma expenencia do seu
propno coração e a resposta do amor de Deus o Pai, o sacrifício Aleluia" Salmo 136. Poderiam ter começado assim:
de Cristo, ou a súplica do Espírito Santo. Pa~lo: "Louvai ao Senhor, porque Ele é boml"
~ucas escreveu três belos cânticos para os quais têm sido Silas: "Porque Sua benig~idade é pa,ra .sempre." .
escntos acompanhamentos musicais desde os tempos apostóli- Ou poderiam ter cantado Juntos a suplIca de DaVI quando
cos. E.ram cantados primeiramente em §rego, mas são agora prisioneiro na caverna de Adulão:
conhecIdos pelos seus nomes latinos: 'Magnificat," ou "O
Cântico de Maria," começando com "A minha alma engrandece "Tira a minha alma da prisão,
ao Senhor" (S. Luc. 1 :46-55); "Nunc Dimittis" ou "O Cântico Para que louve o Teu nome;
Os justos me rodearão, pois
de Simeão," começando com "Agora, Senhor,oudespede em paz me fizeste bem." Salmo 142:7.
Teu servo" (S. Luc. 2:29-35); "Benedictus" "O Cântico de
Zacarias" (S. Luc. 1:68-79). Havia outros.
Qualquer que fôsse o hino cantado pelos ~o!s apóstolos, o
Paulo escreveu um maravilhoso cântico espiritual uns seis
princípio básico d~ Paul? 'para ,~ múSIca ~nsta, a q~al êl~
a~~s depois da noite em que êle e Silas cantaram na prisão ele afirmou que deverIa conSIstIr ~e .Salm?s~ hmos. e cântIcos es
FIhpos. Nenhum grande compositor escreveu acompanhamen- pirituais," é ainda o ideal da Igreja cnsta depOIs de dezenove
to para êste belíssimo texto. Dois compositores contemporâneos
fizeram cada qual um arranjo para o capítulo do amor. Carril' séculos. O canto de tais melodias tem inspirado milhões de
cristãos e muitos ouvintes através dos séculos, assim como o
B. Adams o fêz sob o título de "Amor é Sofredor," e Frederico
W. Root intitulou seu solo vocal "O Amor Nunca Falha." Pode fêz quando Paulo e Silas cantaram na cela de Filipos.
haver outros arranjos musicais para ICor. 13, mas a passagem
está ainda esperando atenção de um compositor de renome.
Estes eram os tipos da música sacra que Paulo e Silas can
taram na prisão à meia-noite. Esse não era um lugar limpo como
nossas modernas prisões, mas era um calabouço frio, imundo,

12
A MúSICA DO CÉU 179

CAPITULO 23 Esta passagem sugere uma haste celestial alegranda-se pela


criaçãO' dêste mundO', após abundante experiência cantandO' para
atos criadares precedentes.
IlustrandO' êste canceita, Jaseph Haydn em seu manumental
aratória "A Criaçãa," usa "um côra de anjas," para cantar
númeras corais na fim de cada dia da cnaçaa. Cada vaz de
A Música sala é a vaz de um anjO'. A frase final da abra é:
"O louvor a J eová durará para sem,pre,"
do Céu
Três escritores bíblicas descreveram as cenas ceIestiais qUt~
indicam um serviçO' cantínuo de cânticas nas côrtes da Céu.
Jaãa descreve as "sêres viventes" de seis asas, os quais eram em
número de quatrO', e radeavam a trano de Deus, cantandO':
"Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-poderoso,
Que era, e que é, e que há de vir!"
, .-11 paucos
f"t músicaprafetas
da Céua quem
fai auvida
faram par apenas
dadas visõesuns
do
paraIsa ~e ~Deus. Embara descrevendO' cenas além do seu pader Em resposta, curvanda-se e calacanda suas caroas diante da
trana, as vinte e quatro anciãas respandiam:
d~ descnçaa, .as prafetas deixaram alguns quadras faladas (llll'
aJudam ~s. leItores da Bíblia a vislumbrar as músicos celestes "Digno és, Senhor,
e sua mU~lca. Alg.uns campasitares de grande habilidade têm de receber glória, e honra, e poder;
tentada cnar arranJos musicais para as palavras da música e(' porque Tu criaste tôdas as coisas
e por Tua vontade são e foram criadas." Apol'. 4:8 e 11.
leste cama nas é dada nas Escrituras. Suas tentativas parôm
fi~am, se,m. dúvida, muita aquém de representar as q~e as es' Essa adoraçãO' antifônica de quartetO' e côra é perpétua
cntares bIbhcas auviram.
"Dia e naite, nunca cessam de cantar."
N as quadras das visões de Isaías as mesmas criaturas de
A primeira música a que as Escrituras se referem foi ('1(('
cutada na .criaç~a da mundO'. A vaz que respandia a Jó em m;'ill seis asas, que sãO' chamadas de "serafins," cantam - li-
aO'redemomha, mterpelau: teralmente "clamavam uns para as outros" - um estribilho se-
melhante:
"Onde estavas tu, quando Eu fundava a Terra?
"Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos:
Faze-Mo saber, se tens inteligência. T óda aTerra está cheia de Sua glória." Isaías 6: 3.
Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes?
Ou quem estendeu sôbre ela o cordel? NãO' há anciãas para respander.
Sóbre que estão fundadas as suas bases
Ou quem assentou a SUaipedra de esquina? ' em Os quatro
vez de sêresau da
aO'redar visãO'
acima, de Ezequiel
e passuem quatro,estãO' sO'b adetronO'
em lugar seis,
Quando as estréIas da alva juntas alegremente cantava",r' asas. Chamadas de "querubins," êles nãO' sãO' descritos cama
estandO' cantandO', mas deveriam estar relacianadas com as cenas
E todos os filhos de Deus rejubilavam?" J6 38:4-7.
(178) apresentadas a JoãO' e a Isaías.
A MúSICA DO CÉU 181
180
MÚSICA EM MINHA BíBLIA
Soava a resposta:
Desta maneira o Céu é descrito corno um lugar de adoração "O Senhor dos exércitos,
musical, onde sêres santos louvam continuamente a Deus. Que Ele é o Rei da Glória," Salmo 24:7 e 10.

escalas êles usam, ou qual a maneira "Hinos de triunfo misturavam-se com a música das harpas
não sabemos; podemos apenas deduzirde que
composição que seguem,
nosso falho sistema
musical produz música muito inferior à dêles. Aquêles que angelicais,
vor: O céude maneira que altissonantes
ressoa com parecia transbordar de júbilo
vozes que e lou-
proclamam:
ouviram a harmonia celestial infortunadamente nada deixaram
relatado, senão o fato de que êles a ouviram. 'Ao que está assentado sôbre o trono, e ao Cordeiro sejam dadas

A música celeste desceu à Terra pelo menos uma vez, para ações de5: graças,
Apoc. e honra,
13." - E. e glória,
G. White, e P?der de
O DeseJado paraTodas
;odo as
o semp~re!J
Naçoes,
ser ouvida por atentos ouvidos de sêres humanos. Nessa oca-
pág. 621. ,
sião a alegria dos anjos transbordara do Céu, alcançando a Uma visão mais recente da musrca do Ceu relata com
Terra. Como gostaríamos de ouvir a música daquele côro de alguns detalhes o cântico dos anjos: "Vi grupos de anjos,
anjos cantando para os pastôres, há dois mil anos atrás!
que estavam em pé, num ,Perfeito quadrad~, tendo cada um
"Glória a Deus nas alturas,
uma harpa de ouro. O pe da harpa possma uma ~eça para
Paz na Terra, boa vontade para com os homens." preparar a harpa ou mudar os tons. Seus dedo~ nao vascu-
S. Lucas 2: 14. lhavam descuidadamente as cordas, mas tocavam dIferentes cor-
das para produzir~m diferentes sons.. . .
"Havia um anJO' que sempre regIa, e que .prImelrO tocava
Muitas tentativas têm sido feitas no sentido de representa.f a harpa e fazia soar a nota; então todos se aJuntava~ numa
oêsse
côrocântico e talvez
(n. o 17) "Glórianada o tenha
a Deus" representado
no "O melhor
Messias" de que
Haendel. rica e perfeita música do Céu. Esta nãO' pode ser descr~ta. .Era
Hinos têm relatado a história vez após vez: "Glória ao Rei que melodiosa celeste, divina, enquanto cada semblante IrradIava
vos Nasceu," "Belém, tu és bendita," "Soou em Meio à Noite a image~ de Jesus, brilhando com glória inexprimível." - E.
Azul," e muitos outros; um sem-número de cânticos de Natal,
em muitas nações, conservam sempre vivo êsse glorioso evento, G. White Testimonies, VaI. 1, pág. 146.
Aquêl~s que sãO' redimidos da Terra, se unirão a êss~ côro
quando o Céu se aproximou mais da Terra. angélico para cantar novos cantos de lo~vor a ~~u~. "E os
Quando Cristo ascendeu ao Céu, depois de Sua ressurreição, resgatados do Senhor vol~arão e vir~o a Srão com JubIlO'. I~a.
os anjos, unidos num côro antifônico O conduziram à Cidade, 35: 10. A jornada ao Ceu será feIta em carrua~ens de anJos
[Sal. 68: 17 Versão Kino JamesJ que clamam: Santo, Santo,
com.
,
Santo, Senhor b I" A o ch egar aos portaIS
Deus todo-poderosO'. . da
DaVIasmars
p~lavras ~o anos
de mIl Salmoantes,
24, dadas, por pela
e usadas revelação profética,
primeira vez naa
cidade, os redimidos recebem cada um uma coroa, uma pal~a
ce~ebração do transporte da arca para Jerusalém. O cortejo d('
anJos cantava o repto: e uma harpa. Com estas, entra~ na cida~e, e em c?mpanhla
dos anjos testemunham a reumao de Adao com Cnsto, can-
"Levantai, ó portas, as vossas cabeças; tando:
Levantai-vos, ó entradas eternas
E entrará o Rei da Gl6ria." "Digno é o Cordeiro que foi morto." Apoc. 5: 12.

Em meio a êsses transportes de alegria, uma ~erimônia es-


O côro
ximação do de
Rei:sentinelas replicava, como que ignorando a apl'O
pecial é realizada. Os cento e quarenta e quatro mIl, que fO,rar:n
trasladados da Terra, tendO' atravessado o tempO' de angustIa
"Quem é €ste Rei da Glória?"
182 MÚSICA EM MINHA BíBLIA 183
A MÚSICA DO Cf:.U

de Jacó, formam uma espécie de "côro da tribulação," cantando no oratório "Elias" de Mendelssohn. Colorido como é, com a
um nôvo cântico que ninguém pode aprender. Apoe. 14:3. É rica qualidade dos efeitos harmônicos do ~éculo XIX, parece,
acompanhado por harpas. João ouviu o "som de harpistas to- não obstante, adequado, e é inspirador ouvI-lo. O. quart~to de
cando suas harpas." A palavra original grega para êsse tipo vozes femininas do qual uma frase é reproduzIda aCIma, é
de harpa é "kithara." Seu propósito é aumentar o efeito es- respondido por ~m côro completo, unindo-se e respondendo um
piritual da música. Um grupo de tais instrumentos de acom- ao outro no decorrer do número.
panhamento seria esteticamente mais inspirador e satisfatório.
O "côro da tribulação" não é o único. Todos os outros re- Compositores russos têm talvez escrito com mais suce~so
música coral para o texto de "louv~r e glória," reprod:lZldo
dimidos com suas vestes brancas formam o "côro das palmas." acima, intitulado "Cherubim Songs. Entre. os composIto:es
Cada um dêles segura uma palma, o símbolo da vitória, en- estão Grechaninov, Tchaikowsky e Bortnyansh Qualquer coro
quanto cantam um cântico responsivo: "Salvação ao nosso
Deus, que está no trono, e ao Cordeiro." Apoc. 7: 10. As quatro que canta estas composições será :spiritualmen.te arrebatado, e
uma congregação, ao ouvir um coro bem tremado, com ~~as
"criaturas viventes" e os vinte e quatro anciãos, circundados
aprimoradas vozes a cantar, sentir-se-á transportada em espmto
pe Ios anJos,
. unem-se a cantar: "Amem. ' I Louvor e gI'ona. e sa-
aos lugares celestiais.
bedoria e ação de graças, e honra e poder, e fôrça ao nosso Deus
para todo o sempre! Amém." Verso 12. João apresenta outra cena de regozijo na música sob o sÍ~-
A cena tôda é de tal magnitude e grandeza que está in- bolo de um hino de casamento, para assinalar o enlace do Cor~e~ro
teiramente acima da imaginação do homem empreender com e Sua espôsa. "E ouvi como que a voz de uma grande mult~da~:
e como a voz de muitas águas, como a voz de grandes trovoes.
sucesso a estupenda tarefa de fazer um acompanhamento mu-
sical para ela. Alguns compositores talentosos tentaram fazê-lo. Apoc. 19:6. Tal descrição forçosamente sugere a trem.enda ex-
tensão tonal e dinâmica dos coros celestes, desde baIXOS pro-
Há um pequeno vislumbre no efeito do quarteto querubÍnico,
fundos até os mais agudos sopranos. PossIvelmente há u~a
SANTO É DEUS, O SENHOR alusão também à limitação do ouvido mortal para escutar mu-

! Ad' I 2 Mendelssohn sica de tão vasto escopo.


"Aleluia: Pois, já o Senhor Deus
I@I; agIO_.~7
. ~~ Todo-poderoso reina.
5"n - to, 5"n . to, 54n - to éo nos. 50 Deus
Regozijemo-nos ealegremocnos
e demos-Lhe glória;
I@c- -~ 5"n . to é o
porque vindas são as bodas do Cordeiro,
nOS-50 Deus e já a espôsa se aprontou." Versos 6 e 7.

f@,~(~ ----...-~ ~ Entre as mais significativas palavr~; :an.tadas ness~ ,grande


celebração estão aquelas denominadas CantIco de MOlses e do
5"n . to é o nOS-50 Deus
- Cordeiro,'" por unirem a velha e a nova dispensação, cantadas
comO'são pelos redimidos de todos os séculos.
====:::::- ~
"Grandes e maravilhosas são as Tuas obras .. _
54n . to é o nos· 50 Deus
Justos e verdadeiros são os Teus caminhos,
184 MÚSICA EM MINHA BíBLIA

Ó Rei dos santos ...


Tôdas as nações virão e se prostrarão diante de Ti."
Apoc. 15:3 e 4. índice Escriturístico

e doEntão, como apropriado


desenvolvimento clímaxsagrada,
da música do grande drama da redenção
os redirnidos ao redor G~NESIS 23:30 ...••.•.••.• 92 68:17 .....•.••.. 181
4:21 11 25:1 67, 92 70 147
do trono de Deus cantam novamente: "Digno é o Cordeiro que 31 :27 13 25,5 .........• 88, 124 81 148
nxoDo 28: 19 84 81: 3 42, 134
foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e fÔrça, e 29:22 84 82 148
12:21, 22 138 29:28 .........•.• 89 89:52 138
honra, e glória, e ações de graças." 12:35, 36 3l 92 148
15 18 11 CRôNICAS
92:3 97
15 :20, 21 23 5:13, 14 ......••. 93 92:5 150
19:19 41, 42 6:41 94
13:14 ...........• 34 93 148
32:5,19 38 94 138
32:17, 18 37 29:26-31 146
29 :27 96 96:6 92
LEVíTICO 35:25 115 98:5 144
23:24 134 98:5, 6 .•........ 97
25:9 43 ESDRAS 100, 55, 147
2:65 .. .. ... 133, 136 104:24 149
NúMEROS 3:10 35
10:1,2 31 104: 3, 24, 33, 34 74
3:10, 11 . 135 106 20, 21, 147
10:5, 6, 9 34 6:16 136
10:10 .•...•.. 134, 143 106: 19, 20 ..•.•... 40
7:10 136 107:6, 13, 19, 28 .. 147
DEUTERONôMIO NEEMIAS
31:22 .•.•.•.••.•• 49 107:8, 15, 21, 31 148
31:26 •.•...•.•... 51 8:7 . 141 113-118 ..•... 149, 164
32 •.•....•....... 54 8:8 . 138 114:1, 2 ...••.••.• 171
8:17 . 141 117 ........•. 164, 165
32:4, 11, 12 ...••• 47 9 .......•..•.•.. 141 118:26 ••....•.... 163
32:44 ••••.....••• 48 12:31-35 ..••.••••• 35 122:2, 7 ...•••.••• 157
JUIZES 12:36 .......•••.. 89 125 . . • 95
4:5, 9 ..•••.•••• 61 12:43 .....•....•. 143 132:3-5 "......... 83
5:3, 9, 12, 21 •.•• 64 12:45, 46 . 146 132:8 •. . . • . . . • • . . 91
5 :4, 20-22, 25 62 JO 132:16 •.....•..•. 95
5:6,8,13,16,17 •• 61 21 :12 13 132:17 ••....•..... 94
5:7 •..•..••..•.• 60 30:31 14 134 ...........•.• 142
5:12 .••.•.••...• 63 38:4-7 178 134: I, 2 .••....... 142
5:2'6-31 •..•....• 63 39:25 45 135 ..•......•.... 139

I 5:31 .•..•.....••
11:34 ...•.•.•.•..
I SAMUEL
10:5 .•....•.••...•
65
~4
66
SALMOS
1 ••....•••••.•.•
8:3, 4, 9 ..••...•
9 ....•.•....•....
145
74
146
136
136:25
96, 147, 149, 177
136:1 •.••...•
..•.....•.•
137 ......•.•..•..
95',135
149
123
19 . 149 142 .••..........• 145
j 13:3 •.•.•.••.•
16:17, 18, 23
44, 45
72 1!:\;:1 '......... 74, 149
151
142:7
149 ." . . • . . . . . . • . • 21
177
18:6 .....•..• 25, 58 22:12,13 ...•.....
22:22 ..........•. 157 149:3 27
11 SAMUEL 150:1-5 ....•••... 154
1:19-27 ....•.... 115 23 ••...••••••••••• 154
150:4 •.......•..• 104

I
6:12-15 •.•..••... 77 24 •..••••....•..• 148
f- 24:7, 10 ..... 180, 181 150,5 ...........• 56
18 :33 •.••.....•.• 116 PROV:llRBIOS
22 •.•...••..•..... 99 30 .•....•...•.••. 160
40:2 . 84 5:18,19 ......•.. 102
I REIS 42:11 . 151 CANTARES
18 :26-29 108 45:8 . 104 2:8, 14 104
I CRôNICAS 45:15 . 105 2:10-12 102
9:33 ..•.••.••.•. 85 46 ......•......•• 150 8:6 103
15:16 ...••......• 55 47:5 . 153 ISAíAS
15:19 56, 58, 78 48 •••••••.•..•••• 148 5:11, 12 110
15:20, 21 ....•.... 78 53 ..•...••.••.••• 151 6:3 ...•.....••.• 179
15:28 •.....•.••.. 82 54 ..•...•........ 147 12 ............•.. 21
16 .•.•...•...••.• 80 56·60 . 151 12:3 141
16:9, 31-33, 36 •.•• 81 62 .•.••..••....•. 151 12:6 ............• 21
22: 5 •.••..••...... 83 62:2 . 84 23:15,16 111
23:1 .•.•••....•.. 84 65: 11-13 ••••..••• 149 24:8 .•...... 110, 117
23,5 .•.••........ 89 67:4-6 ..........•• 149 24:9, 11 110
(185)
186 MúSICA EM MINHA BíBLIA

35:10 105, 181 AGEU 16:25 16(,


38:20 ............ 110 2:9 136
65:19 . . . . . . . . . . .. 121 I CORíNTIOS
SOFONIAS 4:16 1(,1
JEREMIAS 1:15, 16 . 45
7:34
9:17, 18
103
116
ZAGARIAS
10:4 ...•.........
10:7
50
3H índice Geral
9:9 143 13 17(,
22:18 ........•..• 116 14:20 58 13:1 %
31:4 27 14:7, 8 ..........• 1('H
S. MATEUS Para instrumentos musicais, veja referências sob "instrumentos lnencionados na Bíblia."
LAMENTAÇõES 6:2 16'· GALATAS
1:1 120,121 9:23 117 3:28 l('H
3 115 13:44 163
3:3 119 ~SIOS ABRAÃO e sacrifício de Isaque 42 Buchanan, sÔbre O comprimento das
5:15 117 21:9 163 5:18, 19 172 Acentos como sinais musicais 53 trombetas 31
26:30 155 HEBREUS
EZEQUIEL S. LUCAS origem e explicação de 137-140
23:41 105 11:34 CANTANDO no tempo de Esdras
26:13 1:29-35, 46-55, 12:19 Adão, cântico de 99
113 68-79 . 176 137, 138
13:15 "A Despedida," canto kaddish 119
DANIEL 1:46, 47 . 155 "Cântico da Rocha" 99
3:4, 5 122 2:14 . 180 11S. JOAO Ageu, Zacarias, profetas 132
3:29 131 4:18 . 161 Alamoth 78, 150 "Cântico de Moisés e do Cordeiro" 183
OMIAS 24:52 . 165 APOCALIPSE Alarme, tocado por trombeta 34 Cântico de Moisés 20, 28
5:8 36 S. JOAO 4:8,11 . 17') Aleluia dos coptas 39
10:4, 27 . 162 5:12 . IH I "Cântico de Simeão" (Nunc Dimittis)
JOEL 5:13 . lHI Amor, casamento em Cantares de 176
2:1 45 10:22,23 . 160 Salomão 99
11:43, 44 . 162 7:10,12 . IH2
AMóS 15:11 . 165 9:14 . 1611 Ana - cântico de 99 "Cântico de Zacarias" (O Benedictus)
3:6 •...........• 44 165 14:3 . 1 H2 176
5:16 116 16:20, 22 . 15:3,4 183, lH·1 "Antífona nacional dos judeus"
17:13 . 165 18:19 . 17 salmo 136 96 "Cântico do mar," significado de
5:23 107, 109, 113 J

6:1-6 113 ATOS 19:6,7 . lH~ 21, 22


6:5 89 7:22 19 21:4 . 121 AntifÔnico, cantando, cÔro, 37, 176
aperfeiçoado por Davi 20 "Cântico dos Cânticos" de Salomão
definido 19 99-106
Menção Escriturística dos Instrumentos do salmo 132 91 razões para grandeza do 99
aulos (flauta) s. Mat. 9:23; I Cor.14:7; nebel (harpa) I Sam. 10:5; 11 Sam. (,:~I hist6ria, encanto de 19, 20 "Cântico dos degraus," e Jesus 157
Apoc. 18:22. I Reis 10:12; I GrÔn. 13:8; 15:16, 20, na dedicação do primeiro templo explicado 145
keren (buzina) Lev. 23:24; Jos. 6:4, 5, 6 28; 16:5; 25:1, 6; 11 CrÔn. 5:12; 9: III 93-95 Cântico Judeu, características de 54
8, 9, 13; Dan. 3:5, 7, 10, 15. 20:28; 29:25; Nee. 12:27; Sal. 33:J.1 na procissão coral de Davi 80
57:8; 71:22; 81:2; 92:3; 108:2; 1·1'1:'11 Cânticos espirituais 176
khatsotserah (trombeta) Núm. 10:2,8,9, 150:3. no cântico de Débora 64 Cânticos na igreja primitiva, três
10;31:6; IIReis 11:14; 12:13; ICrÔn.
13:8; 15:24, 28; 16:6, 42; 11 Crlln. 5: psanterin (saltério) Dan. 3:5, 7, 10, 15. no segundo templo 143, 147 tipos 172
12, 13; 13:12, 14; 15:14; 20:28; 23: sabeca (triângulo) Dan. 3:5, 7, 10, 15. por anjos 20, 175 na hist6ria sagrada 99
13; 29:26, 27, 28; Esd. 3:10; Nee. 12: salpinx (trombeta) Apoc. 1:10; 4:1; 'J: "li na ascensão de Cristo 180
35, 41; Sal. 98:6; Osé. 5:8. 18:22. Cânticos preservados pela tradição 53
shalishim (cimbalos) I Sam. 18:6. no nascimento 180 Cantilena para despertar o interêsse 52
khalil (flautas) (gaitas) I Sam. 10:5; 11 shophar (trombeta de chifre de canH'ir"I
Reis 1:40; Isa. 5:12; 30:29; Jer. 48:36. ~xo.19:16, 19; 20:18; Lev.25:'1; l"'. perpétuo no Céu 179 Cantochão, melodia do 20
kinnor (harpa, lira) Gên. 4:21; 31:27; 6:4, 5, 6, 8, 9, 13, 16,20; Juí. 3:27,101 Arábica, melodia 75 Canto de Débora e Baraque 99
I Reis 10:12; I GrÔn.13:8; 15:16,21,28; 34; 7:8, 16, 18, 19,20,22; I Sam. 1\: \1 Arca, transporte de, em procissão 55 "Canto de Débora," no orat6rio 64, 65
16:5; 25:1, 3, 6; IICrÔn. 5:12; 9:11; IISam.2:28; 6:15; 15:10; 18:1(,; J.O:I.
20:28; 29:25; Nee. 12:27; Jó 21:12; 22; I Reis 9:13; I GrÔn. 15:28; 11erl\'L Arco de Tito, trombetas no 32 plano da música de 64
30:31; Sal. 33:2; 43:4; 49:4; 57:8; 71: 15:14; Nee. 4:18, 20; Jó 39:24,.',~1 "Ária Nacional, de um dos mais antigos escritos
22; 81:2; 92:3; 98:5; 108:2; 137:2; Sal. 47:5; 81:3; 98:6; 150:3; ISIl. 11\11, Chumba" 130, 131 hebraicos 63
147:2; 149:3; 150:3; Isa. 5:12; 16:11; 27:13; 58:1; Jer. 4:5, 19,21; (':1, 17,
23:16; 24:8; 30:32; Ezeq. 26:13. Artaxerxes Longimanus 136 "Canto do Arco," réquiem 115, 116
42:14; 51:27; Ezeq. 33:3,4, 5, (" ll"i',
kithara (harpa) I Gor. 14:7; Apoc. 5:8; 5:8; 8:1; Joel 2:1, 15; Amós 2:2;1:", Asafe, dirigente musical Cantores nos serviços do segundo
14:2; 15:2; 18:22. Sof. 1:16; Zac. 9:14. 56, 67, 78, 85, 88, 92, templo 136, 146
kithros (lira) Dan. 3:5, 7, 10, 15. symphonia (gaita de foles) Dan. 3:', '/, 134, 145, 151 para o côro do templo, treino dos
kumbalon (cimbalos) I Cor. 13:1. 10, 15. escritor do salmo 81 43
tseltselim(cimbalos sonoros) 11 8",", r, I~1 146
mashrokitha (flauta dupla) Dan. 3:5, 7, Sal. 150:5. Ashkenaziana, melodia 18 Casamento, hebreu, descrito 103
10, 15.
menaaneim (pandeiros) 11 Sam. 6:5. toph (tamboril) Gên. 31:27; ~xo, 1~1.',lI, tons nos cantos de 54 música, com tambor, harpa, oboé 110
Juí. 11:34; I Sam. 18:6; 11 SU1I1. r"~1 salmo 45 94
minnim (instrumentos de cordas) Sal. 45:8. I CrÔn. 13:8; Jó 21:12; Sal. HI:;!; ",'I,
mitziltayim (cimbalos hebraicos) 11 Sam. 6: 3; 150:4; Isa. 5:2; 24:8; Jcr. ~ll"Ii BAAL, culto 107-109 Cativeiro em Babilônia 122
5; I CrÔn. 13:8; 15:16, 19, 28; 16:5, Ezeq. 28: 13. Bezerro de ouro, de Arão 37 fim da música de Tiro em Israel 113
42; 25:1, 6; 11 CrÔn. 5:12, 13; 29:25; ugab (flauta de junco) Glln. ·1::.ll, j,1 Céu - música do 178-184
Esd. 3:10; Nee. 12:27. 21:12; 30:31; Sal. 150:4. Bruce fala da harpa egípcia 87
(187)
188 MÚSICA EM MINHA BíBLIA

Clemente de Alexandria - hinos 175, FARAó da opressão 24 íNDICE GERAL 189


176 Fenícias - môças dançarinas 111
uso de instrumentos 173 Festa da Dedicação 160
Compositores inspirados pelo "Cântico usado nas escolas dos profetas usado no templo 86
Festa das Trombetas 43, 133, 13H 69, 70 usado por Davi 73, 75, 82
dos Cânticos" 106 Festa dos Tabernáculos 133, 141, 14').
Copta, música 39 usado em lamentação 117 Kithara (harpa) descrito 168, 169
159, 160 Kithros (lira) 130, 132
"Corça da manhã" Salmo 22 151 Chatsotserah (trombeta de prata),
lembrança do ~xodo 21 descrita e ilustrada 31, 32 lira 11-13, 127
Corais 37-40
Festa na dedicação do 2.0 templo HO na orquestra de Davi 34 ilustração da 87
"CÔro da tribulação" canta um nôvo Festas de vinho 110
canto 182 no segundo templo 142 na dedicação da imagem 122
"Festival Te Deum," 170 na música do templo 92
Coros no Céu 181 tocada sOmente por sacerdotes 34
Filha de Jairo, A, cantata 118 usos 34 usada na cerimônia de Esdras 56
Criação, música na 178 Funerais nos tempos bíblicos 115, 11(. veja trombeta de prata macho I (dançando?) 24
Funeral, música 114-121 clmbalos 154 4 magrepha (órgão) 157, 158
DANÇA de Miriã 26
Dançando entre mulheres hebréias 24 ilustrações de 57 mashokitha (flauta dupla) 130
GALPIN, sôbre trombetas e na dedicação da imagem 122,
Davi, aperfeiçoou o canto coral 20 sacrifício 35 na música do templo 88, 92, 94
124, 125
boas-vindas aos cantores depois da Gideão e o shophar 44 no segundo
vitória 58 "Grande Aleluia", salmo 154 para louvor etemplo
"alegre142
ruído" 55, metsiltayim (clmbalos) 140
56 uso de, nas Escrituras 58
cantando de, para Saul 72-76 "Grande Assembléia" 138 michtan nos salmos 151
desenhou instrumentos musicais 89 Grande Hallel 125 tipos e uso 56-59
e dança 25 corneta veja buzina minnim (instrumentos musicais),
Grega, em casamentos, música 104 harpa quadrada 104, 154
leva a Arca para o Monte de Sião dulcimer descrito 129
77-82 veja gaita de foles nebel (harpa) 67, 68, 150, 154
HAENDEL, Débora 65 descrita e ilustrada 68
mais talentoso dos músicos da Israel no Egito 21 eirnus, tambor usado em lamenta-
Bíblia 55 ção 117 e kinnor na orquestra 97, 94
O Messias, fiAria para Baixo" 79 na procissão de Davi 78, 82
planejou a música para o templo fiAria para Soprano" 143 flauta 157
85-89 no segundo templo 142
Sinfonia Pastoral N.o 13 15-' usada na escola dos profetas 69 tom do 68, 70
Débora, profetisa, canto de 60-65 Haydn, A Criação 179 veja pífaro usado em cultos mistos 109
Dedicação do templo de Salomão 91 Hemã, na escola dos profetas 66, m. flauta dupla Assíria 124, 125 usado no templo 86
Dia da Expiação, e Jubileu 42-43 69, 71 gaita de foles, alcance e som de
na restauração do templo 134 nehiloth (flautas) nos salmos 150
líder musical 56, 67, 78, 85, flH. 126, 127 oboé 69, 157
Dia de ano nôvo, e salmos 149 92, 145 descrito 126
toque da trombeta 134 ilustração de 69
Hinos - origem e propósito dos 172 história de 125, 126 nos ensinos de Jesus 162, 163
"Doce é Tua misericórdia" 97 174 na dedicação da imagem 122, 125
Hinos, uso de, por cristãos 175 órgão veja pífaro
harpa 67, 68,129, 157 pífaro 11-13
EGíPCIO, canto coral 39 egípcia, ilustrada 68
canto de amor 112 ISRAEL, população de 30 assírio duplo 124, 125
invenção de 14, 15 duplo descrito 124, 125
tambores 26 Imagem de Nabucodonosor 122, 121 na dedicação da imagem 122
Egito, música e dança no 19, 24, 39 Imagem, música da dedicação da na dedicação da imagem 122
na música do templo 92, 94
Entonação do Cântico dos Cânticos 99 122-131 saltério veia harpa
na procissão de Davi 78, 82
Escola dos profetas e música 66-71 Instrumentos, desenhados por Davi nos salgueiros 113, 133 sabeca (triângulo) 122, 127, 130
89 ilustração da 128
Esdras, e Neemias fazem a celebração Keren (buzina) 130, 134
46 em Babilônia 130 descrita 88-124 sackbut veia triângulo
invenção de 14 ilustração do 88
e trombetas de prata 35 no salmo 150-154 salpinx (trombeta) 168, 169
trabalho de 136, 137 na dedicação da imagem 124 shalishim (címbalos) como choca-
"~ste Canto" 99 Instrumentos mencionados na Bí]'1ill lho 58
Kinnor (harpa, lira) 11, 14
alaúde, descrito e ilustrado 86, fl7 comparado com o nebel 67, 68
colocado ao lado da arca 51, 52 usado na cerimÔnia de Esdras 5(, shophar (trombeta de chifre de
como foi escrito no hebraico 51 construção do 70 carneiro) 41, 47, 154
Aulas (Flauta) descrito 169 cordas no 70
mais importante depois do Decálo- usado em lamentação 117 chamada do 46, 47
go 52 e salmos 150
buzina, na dedicação da imagem 122 como era preparado 42
Etã, líder musical 56, 78, 145, 151 e toph silentes no prantear 117
Chalel (flauta) não usado no e a queda de Jericó 43, 44
Eúde e o shophar (trombeta) 44 templo 86 na escola dos 78,
profetas e o número 7, 44
na procissão 82 70
no segundo templo 142 história do 41, 42, 46
tom do 70 nos escritos de Paulo 168
190 MÚSICA EM MINHA BíBLIA íNDICE GERAL 191

som do, descrito 42, 45, 47 Jefté, filha de, tamborim 24 Mulheres, na igreja apostólica 168 Sábados, salmos para 148-150
tom do 45, 46 Jeroboão, bezerros de ouro 109 nos serviços religiosos 23 Salmo de louvor, 148
usado no dia do ano nôvo 134
usos do 41, 44, 45
Jesus, e lamentadores alugados
121
I
17. Música p/ interlúdio 151 Salmo do Pastor 154
Música, da igreja cristã primitiva, Salmo para o dia de festa 149
"sinos" de Zacarias 58 e música 155-165 uma mistura 170 Salmos, autores de 145
simphonia (gaita de foles) 122, 130 e Páscoa 163-164 do Céu 178-184 como cantos 94, 145
sistro 58 na sinagoga 164 dos patriarcas 15 divisões de 144, 145
syrinx (flauta de pan) 12, 13 na última Ceia 164 em terapeutica 72 Salomão e o shophar 44
ilustrada 13 Jezabel, Acabe e Elias 108 nas igrejas cristãs apostólicas 167 SaIU, sacerdotes dançarinos 25
tabut veja toph João, o Batista 155 para os exilados que voltaram 133 Samuel e a escola dos profetas 66, 67
tambor, flauta, no culto a Baal 109 o revelador (apóstolo) 22 "Santo é Deus o Senhor" 182
nos casamentos 104 Jônatas, sua vitória e o shophar 'H NEEMIAS e as trombetas de prata 35 Santo Inácio sôbre cântico pelos
veja tamborim Josefo, sôbre "~ste Cântico" 51 Neemias planeja a dedicação do tem- anjos 20
tamborim, descrito 26 sôbre música dos judeus 133 plo 142 Saul e Davi 72-76
usado para dar a Davi as boas- sôbre o uso do shophar 43 Neginoth ("música de cordas") nos Seba, Absalão e o shophar 44
vindas 58 sôbre trombetas 31 salmos 150 Segundo templo, dedicação do 132-
timbrel 26 Jó, sôbre o uso de instrumentos 13, l-I 143
Josué, cântico de 99 ORQUESTRA, do templo nos tem- hinário do 144-154
e dança 23-29 término 136
ilustração do 27 e a queda de Jericó 41 pos de Jesus 157
Jubal, criador da lira ou da flauta Oll instrumentos, grupos de 146 Selah 153
toph (tambor, tamborim, timbrel) pífaro 11, 12 usado com címbalos 59
14, 26, 154 nas escolas dos profetas 70
Sephardicos, cânticos 53, 54, 171
ilustrações do 27 "PALESTRINA" 106
KADDISH, canto fúnebre 118, 11') melodia para o salmo 91 81,
não usado no templo 86 82
Palmas, por lamentaclores pagos, ba-
para barulho alegre 55 ter 116
LAMENTAÇÃO entre israelitas 11'1, S'ephardin, definido 18
tocado nos serviços do segundo 115 Páscoa, hallel da 164, 165 "Serenata" em Cântico dos Cânticos
templo 136 106
uso do 26, 27, 69 Lamentações, livro de, 119, 120 Paulo, e Silas cantam na prisão 176,
Lamentações por mulheres 116 177 Shema Kolli 159
triângulo na dedicação da imagem "Ledavid Baruk" 96 estória de 166, 167 Sheminith, analisado 78
122
"Louvor ao Deus de Abraão" 174 Penitencial, canto, dos Judeus Ger- Sheminoth, nos títulos dos salmos
descrito e ilustrado 127, 128 "Louvores" ou salmos em hinários 144 mânicos 75, 76 150
trombeta 157, 169 Pentateuco, modo definido 53 Sinagoga, história e serviços da 160,
chifre de carneiro, tocado por MACHOL (dançando) 24 "Pentateuco" na música 139 161
outros que não eram sacerdo- não é usado em lamentação 117 PentatÔnica, escala, nas escolas 70 Sinai, apostasia no 37, 38
tes 34, 35 Pentecostes e salmos 149
Madeira para instrumentos musicais "Sinais de mão" para música de can-
em moedas ilustração de 31 89 tos 53
"Peregrino", tom 20, 21
na dedicação do templo 92, 97
Magnificat, A 155, 156 Peregrino, salmos 145, 157 Sísera ameaça Israel 61
na música do templo 88, 134,
135, 143 Maschil nos salmos 151 Philo, sôbre treinos musicais de Moi- Sófocles sôbre mulheres na dança 28
na procissão de Davi 78, 82 Mears em salmo 136 96 sés 19
para comunicação 30, 31 Melodias do povo nos salmos 151 Plínio, sôbre os cristãos cantando 175 T ALMUDE sôbre a leitura da Bíblia
prata, alcance natural da 33 Primitiva, música 14 52
Melodias para salmos 151
prata, tocado só por sacerdotes Mendelssohn, São Paulo, "Aria para Procissão com música, uma inovação
Te Deum Laudamus 170
34 tenor" (N.o 40), 80 78 Tekiah, por trombetas de prata 35
prata, voz da 30, 36 Miriã a profetisa 19, 23 Procissões na mudança da arca 55 na sinagoga 46
tom da 33 Templo, de Salomão 23
Moisés, canto de 17-22 "Profetizando", definido 67
trombetas de prata, usos da 36, 41 compositor de "Canto do mar" 9, música da dedicação 90-98
ugab (flauta de junco) 11, 14, 154 99 "QUEM confia no Senhor" 95 restaurado por Zorobabel 132, 133
zamr (oboé) ilustração 69 "Despedida" de 99 Tenor e baixo nas procissões de
Invenção de instrumentos musicais 14 e "~ste Canto" 48-55 RITUAL dos sacrifícios e trombetas Davi 79
e shophar 41, 42 35 Teruah, na Festa das trombetas 134
JAIRO, filha, funeral 117, 121 inspirado pelo E. Santo 17 na sinagoga 46
Jedutum, músico 67, 85, 88, 92, 131 no ~xodo 17 S'AALCHUTZ sôbre dançarinas 24 por trombetas de prata 35
192 MÚSICA EM MINHA BlBLIA

Tiro, mUSlca de 107-113 sôbre dança 25


Tonus Peregrinus 20, 21, 171 sôbre uso de trombetas 35
Tutmés I 24

VERSOS paralelos do Cântico de YOM KIPPUR e o shophar.47


Moisés 19, 20
"Voz de Lamento" 114-121 ZOROBABEL, líder na restauraçãó
132-136
WHITE, Ellen, sôbre a loucura ,1L'
Saul 76 Zulus, dança entre os 25

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