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SANTOS – 2010
SANTOS – 2010
Banca Examinadora
___________________________________________
Prof. Me. José Martinho Gomes, Unisantos
___________________________________________
Profª Me. Eveline Kátia de Souza Pontual Cavalcante, Unisantos
SANTOS – 2010
Dedicatória
Dedicamos o presente trabalho primeiramente à Deus, por ter nos dado força
para prosseguir. Aos nossos pais Claudete / Cláudio, Maria / Vitor e Rose / Legi (avô),
sem os quais nada disso seria possível e por seu apoio constante. E aos nossos
companheiros por toda sua paciência e carinho no período de elaboração deste trabalho.
Agradecimento
Speech is civilization itself. The word, even the most contradictory word,
preserves contact – it is silence which isolates.
CARVALHO, Ligia Maria Ribeiro de; FARIAS, Talita dos Santos; NAKAYA, Ariany
Costa Higashi. Interpretação Simultânea: a preparação e a relação entre concabinos
na prática profissional. Santos, 79 p. (Trabalho de Conclusão de Curso) Universidade
Católica de Santos, 2010.
Resumo
O presente trabalho tem por objetivo explorar o trabalho dos intérpretes profissionais
que realizam a interpretação simultânea e esclarecer as etapas que estes percorrem para
que possam realizar esse ofício. O foco principal do trabalho está em como os
intérpretes se preparam e quais aspectos surgem da relação entre os concabinos. Na
tentativa de esclarecer tanto o que pode ser feito para melhorá-la, quanto o que deve ser
evitado para não prejudicá-la, esta monografia baseia-se em relatos dos próprios
profissionais da área. Portanto, podemos concluir que, além de conhecer e se preocupar
com os requisitos técnicos do trabalho assim como sua preparação, é necessário levar
em consideração as relações interpessoais que poderão fazer de um ambiente de
trabalho um lugar agradável ou inóspito. Sendo assim, essas relações devem ser
consideradas tão importantes quanto todos os outros pilares fundamentais à formação
dos intérpretes.
CARVALHO, Ligia Maria Ribeiro de; FARIAS, Talita dos Santos; NAKAYA, Ariany
Costa Higashi. Simultaneous Interpretation: the preparation and relationship between
boothmates in the professional practice. Santos, 79 p. (Trabalho de Conclusão de
Curso) Universidade Católica de Santos, 2010.
Abstract
This paper aims to explore the work of professional interpreters who perform
simultaneous interpretation and clarify the steps they go through to perform this
profession. The main focus of the paper lies on how interpreters prepare themselves and
what aspects spring from the relationship between boothmates. In the attempt of
clarifying what can be done to improve it, as well as what might be avoided not to harm
it, this monograph is based on reports made by the professionals of the area. Therefore,
we can conclude that, besides knowing and being concerned with technical
requirements and preparation, one must take into consideration the interpersonal
relationship that can make a work environment either pleasant or hostile. These
relationships must be considered as important as all the other fundamental pillars for the
interpreters’ capacity building.
Sumário
Introdução..................................................................................................... 11
Primeiro Capítulo
Segundo Capítulo
2.1. Características........................................................................................ 23
2.3. O equipamento....................................................................................... 25
Terceiro Capítulo
Quarto Capítulo
4.1. Metodologia........................................................................................... 37
4.5.4. Glossário............................................................................................. 47
Considerações Finais.................................................................................... 61
Referências Bibliográficas........................................................................... 62
Bibliografia Consultada................................................................................ 65
Apêndice I..................................................................................................... 66
Anexo I......................................................................................................... 73
Anexo II........................................................................................................ 77
Introdução
1
Jargão da área para companheiro de cabine
1. Delineando a Interpretação:
Definição, história e tipologia
Mas, antes, para entendermos melhor o aparecimento dessa função, talvez seja
necessário lembrarmos que ela surgiu da necessidade de comunicação entre os povos
que falavam línguas distintas.
Apesar de esse mito não poder ser considerado uma evidência histórica,
podemos considerá-lo uma metáfora para explicar tantas línguas diferentes faladas ao
redor do mundo.
Assim, com tantos idiomas distintos, surge a necessidade de criar uma forma de
comunicação entre os diferentes povos, fazendo com que se estabeleça um mecanismo
para que isso aconteça. Dá-se, portanto, o surgimento da interpretação.
Segundo Alfred Hermann (2002, p. 16), o Antigo Egito nos traz as primeiras
evidências históricas do real surgimento dos intérpretes. No final do período das
pirâmides, eles aparecem de forma cada vez mais frequente em inscrições na região de
Elefantina.
Apesar de não existirem muitos relatos sobre isso, é possível inferir como os
egípcios consideravam o intérprete a partir do que afirma Hermann, baseado em
hieróglifos encontrados: “O intérprete era considerado, de forma depreciativa, ‘aquele
que fala línguas estranhas’”2 (HERMANN, 2002, p. 16, tradução nossa).
Já, “para os gregos, o termo intérprete ou tradutor significava a pessoa que agia
como Hermes”3 (ibid., p. 18, tradução nossa), o deus mensageiro das palavras dos
deuses para os mortais. Em latim, o termo significava o ser humano mediador colocado
entre duas pessoas.
2
“The interpreter was thought of, rather disparagingly, ‘as the speaker of strange tongues’.”
3
“For the Greeks, the term ‘interpreter’ or ‘translator’ meant ‘a person who acts like Hermes’.”
4
Novo Mundo é um dos nomes dados à América pelos europeus na época de sua descoberta. O
continente era novo para os europeus, em comparação com o velho mundo que ja conheciam: Europa,
Ásia e África. (NOVO MUNDO, 2010)
levar alguns nativos dessa região para a Espanha, pois, assim, quando retornasse àquele
continente, essas pessoas poderiam intermediar a comunicação exercendo a função de
intérpretes (LUCIANO, 2005, p. 11).
De acordo com Anita Luciano, “os europeus acreditavam ser essencial para a
conquista militar ter intérpretes à sua disposição” (2005, p. 11). Isso mostrou ser
verdade, pois assim teriam melhor conhecimento do oponente, o que possibilitaria
tantas conquistas realizadas pelos europeus.
Dessa forma, os intérpretes seguiram realizando o seu trabalho nas mais variadas
situações em que sua função se fazia necessária.
Para Luciano (2005, p. 14), os anos entre as duas guerras mundiais foram um
período em que surgiram grandes organizações internacionais e, com isso, a necessidade
ainda maior pelos serviços dos intérpretes, nascendo assim a profissão do intérprete de
conferências.
5
Conquistador e explorador espanhol, conquistou o centro do atual território do México a favor da coroa
espanhola (HERNÁN CORTÉS, 2010).
De acordo com Gaiba (1998, p. 31), o equipamento foi utilizado pela primeira
vez no dia 04 de junho de 1927 em uma sessão da Conferência Internacional do
Trabalho em Genebra.
Nesse período o aparelho criado por Filene-Finlay era usado com duas formas de
interpretação que Gaiba (ibidem) denomina como ‘interpretação simultânea sucessiva’ e
‘leitura simultânea de textos pré-traduzidos’.
que envolvia tal julgamento era que sua realização se daria em quatro línguas: inglês,
francês, alemão e russo.
As discussões acerca de como seria empreendida tal tarefa trouxeram à tona qual
modelo de interpretação deveria ser utilizado, pois os modelos conhecidos e usados até
então tornariam o julgamento muito extenso e difícil de ser entendido por todos os
envolvidos.
O aparelho que possibilitaria a interpretação foi cedido pela IBM, que teria uma
grande publicidade com tal atitude. Para Ramler (ibidem, tradução nossa), “um sistema
que poderia parecer primitivo para os padrões atuais, mas que era bastante inovador
para a época” 6.
6
“A system which would seem very primitive by today’s standards but was quite innovative at the time”
O intérprete senta-se ao lado do orador para ver e ouvir, sem maiores problemas,
o que ocorre a seu redor. Enquanto o orador fala, o intérprete toma notas para, após um
intervalo de mais ou menos três a cinco minutos, fazer a interpretação para o outro
idioma (CARVALHO, 2010).
Este tipo de interpretação não é recomendado para eventos muito longos, pois no
mínimo duplica o tempo da reunião, sem levar em consideração certa perda de conteúdo
que inevitavelmente ocorre, pois a consecutiva é mais resumida (SAYEG, 2010c).
2.1 Características
O objetivo desse tipo de interpretação é o de fazer com que pessoas que não
falam um mesmo idioma tenham a possibilidade de participar, sem problemas
linguísticos, de diversos tipos de eventos em que são faladas línguas que não sejam a
sua. A simultânea pode ser utilizada em eventos de diferentes naturezas como
O intérprete também deverá ter um ouvido muito bem treinado para o inglês
falado por pessoas de diversas nacionalidades, por exemplo, para o inglês americano, o
britânico, ou ainda o falado por orientais, árabes, russos, etc. Outro ponto a se destacar é
o da própria língua A, que não deverá ter marcas como sotaque ou expressões de uma
região específica.
Essa distribuição também favorece a disposição de cada intérprete, uma vez que,
“trabalhando em dupla, os intérpretes têm a possibilidade de se revezar a cada 20 ou 30
minutos, permitindo com isso que cada um dê o máximo de si quando chegar sua vez”
(MAGALHÃES Jr, 2007, p. 108)
2.3 O equipamento
ajuste dos graves e dos agudos muitas vezes será mais importante e decisivo do que o
aumento do volume.
De dentro dessa cabine, o intérprete precisará ter uma boa visão da sala de
reunião, ou local do evento, e do palestrante. Primeiramente, porque o orador poderá
utilizar auxílios visuais, tal como o powerpoint, e a visibilidade dos slides facilitará a
interpretação e poderá até mesmo agilizá-la. Outro motivo da necessidade de uma boa
visibilidade do orador é o de que o intérprete possa ver seus gestos, expressões faciais,
movimento corporal e olhares, que mostrarão a dinâmica, emoções e intenções do
palestrante. Para este assunto específico, recomendamos a leitura do trabalho de
conclusão do curso de Tradução e Interpretação do aluno Jaílson Gomes da Silva
entitulado A Comunicação Não Verbal no Ato Interpretativo (2007), que pode ser
encontrado no sistema de bibliotecas da Universidade Católica de Santos.
Caso não sejam respeitados, punições deverão ser impostas ao profissional que violá-los
(AIIC, 2010a).
Outro ponto importante existente no código de ética é que caso receba uma
oferta de trabalho para o qual não esteja qualificado, o intérprete deverá recusá-la, não
aceitando assim o contrato apresentado, assim como não deverá aceitar mais que um
contrato para o mesmo período de trabalho. Quando o intérprete recrutar algum de seus
colegas, estará assumindo idêntica responsabilidade sobre o trabalho e, sendo assim, é
dever do profissional disponibilizar para seus colegas assistência moral e
companheirismo.
Assim como todo ser humano, o intérprete muitas vezes comete erros, até
mesmo mais do que o esperado. Alguns dos erros cometidos algumas vezes são por pura
falta de conhecimento, o que pode ser considerado por muitos uma falha grave, uma vez
que todos pressupõem que o intérprete deva saber tudo, pois é esperado que o
profissional se prepare com antecedência, estudando com muito cuidado toda a
documentação e assunto do evento. Porém, na prática, não é o que ocorre. O
profissional não somente terá que se preparar, como também terá que contornar alguns
fatores que poderão comprometer sua interpretação.
Para listar alguns destes erros, tomamos como base o trabalho de conclusão do
curso de Tradução e Interpretação da aluna Débora de Mendonça Lage entitulado As
dificuldades enfrentadas pelo intérprete simultâneo: uma análise de casos e uma
proposta de estudo (2007), que também pode ser encontrado no sistema de bibliotecas
da Universidade Católica de Santos. Além deste, utilizamos como referência o artigo
Ética profissional e o erro em interpretação de conferência: estudo de casos, publicado
na revista New Routes da tradutora e intérprete Raffaella de Filippis Quental (2006).
Existem certas situações em que tal deslize pode ocorrer, como por exemplo nos
casos de semelhança fonética e falsos cognatos.
Já os falsos cognatos são certas palavras da língua de partida que possuem uma
semelhança fonética com outras palavras da língua de chegada, como actually, que é
muitas vezes traduzida como ‘atualmente’, quando sua tradução correta seria
‘realmente’ ou ‘na verdade’.
Outro obstáculo para o intérprete são os nomes próprios que poderão aparecer de
citações dos palestrantes, por exemplo. Muitas vezes, virão de idiomas estrangeiros de
difícil pronúncia como o alemão, francês, chinês e tantos outros. A atenção do
profissional terá que ser redobrada e, se possível, deve haver uma preparação prévia
quanto a possíveis menções dos nomes.
como as palavras teacher ou doctor. O intérprete não terá como saber se é ‘professor’
ou ‘professora’, ‘doutor’ ou ‘doutora’ logo após ouvir a palavra ser pronunciada. Porém,
com o decorrer do discurso ficará nítido a qual está se referindo. O profissional terá que
esperar a finalização da sentença ou trecho do discurso, o que poderá causar problemas
ao intérprete, pois muitas vezes não será possível ou viável tal espera.
A falta de equivalência na língua de chegada é outro fator que por vezes causa
problema ao intérprete. Por exemplo, no inglês, a palavra marriageable não possui uma
tradução direta na língua portuguesa, Não existe o termo ‘casável’ em português,
dando, assim, ao intérprete um pouco mais de trabalho, pois este terá que transmitir em
mais de uma palavra o sentido da palavra estrangeira, que seria ‘aquele (a) que pode
casar’.
Outro exemplo de diferença entre culturas pode ser visto nas cores. Enquanto, na
língua inglesa, o termo blue (‘azul’) é usado com um significado mais negativo, como
na expressão to be blue (‘estar triste’), na língua portuguesa, o mesmo termo tem um
sentido oposto, mais positivo, como na expressão ‘tudo azul’, que quer dizer ‘está tudo
bem’, ‘tranquilo’.
As piadas também são muito problemáticas para o intérprete, pois muitas vezes
estão ligadas diretamente a algo de uma cultura ou povo específico. É o caso da
Premiação do Oscar, em que são feitas muitas piadas durante o evento, porém em geral
estão relacionadas aos americanos e à sua realidade. Portanto, quando traduzidas para a
língua de chegada, muitas vezes não fazem sentido.
Outro fator que pode comprometer uma interpretação são os números. Para lidar
com eles, o intérprete precisa redobrar sua atenção. Em geral, quando aparecem em uma
palestra, podem, dependendo do assunto do evento, encontrar o intérprete desprevenido,
diminuindo assim sua capacidade de percepção e aumentando suas chances de cometer
um erro. Uma teoria que tenta explicar tal dificuldade é a de que o intérprete tem sua
formação baseada em ciências humanas, portanto, não possui um contato tão constante
com números, como teria um profissional na área de ciências exatas (QUENTAL, 2006,
p. 33).
7
“if interpreting studies is considered a separate discipline from translation studies, then it is lagging
behind.”
Ocorre, então, a apreensão do sentido, ocasião em que não se pode deixar que a
semântica (o significado das palavras) se sobreponha a cognição (compreensão do
sentido), pois, se perdermos tempo com o significado de uma única palavra durante o
discurso, teremos dificuldade em apreender o sentido daquele trecho.
O sentido, por sua vez, segmenta-se nas chamadas unidades de sentido, que, de
acordo com Lederer, são o resultado da fusão dos semanticismos vocabulares e dos
aportes (inputs) cognitivos8.
8
Os inputs cognitivos são definidos por Lederer como sendo os componentes nocionais e emocionais a
partir do conhecimento de mundo e do conhecimento contextual atrelados aos significados discursivos e
textuais que compõem o sentido (ibid., p. 223-224).
9
“As a speech unfolds interpreters hear words follow one another and at regular intervals there is a sort of
‘trigger’ of understanding. These intervals mark the moment when a distinctive mental unit – an idea - is
constituted, as addressees actualize the knowledge which speaker assumes they have.”
Outros processos ligam-se à forma pela qual todas aquelas informações serão
processadas e passadas para o outro idioma. Assim, temos a parte do entendimento da
pronúncia do falante, e o processo em que utilizamos nossos conhecimentos de mundo
que incluem todos os conhecimentos linguísticos e extralinguísticos, que, segundo
Lederer, podem ser reativados a qualquer momento por um estímulo tanto externo
quanto interno. A partir daí, atingi-se o momento de reverbalizar todas aquelas
informações utilizando as ideias principais.
10
“Units of sense overlap one another in the simultaneous interpreter’s mind to produce an overall sense.”
11
“I did not say what you said but what you should have said.”
12
“The conference interpreter’s client does not want a text to be translated but needs a much more
complex communicative event.”
13
“Identify with the speaker, visualise the scene described, make associations between ideas, react to the
information’ and ‘express yourselves spontaneously.”
Algumas sugestões apresentadas por Vianna para evitar tal esforço incluem, por
exemplo, o emprego dos empréstimos, quando o orador diz uma palavra em sua língua
de origem e o intérprete mantém, na língua de chegada, essa mesma palavra em sua
forma original, porém aclimatando-a à pronúncia da língua alvo. Tal procedimento é
indicado quando o termo estrangeiro é mais rápida e confortavelmente absorvido na
língua de chegada pelo público presente do que uma tradução forçada e artificial, o que
aumentaria sobremaneira e gratuitamente o esforço de processamento do público.
Este exemplo nos remete a uma questão maior colocada por Pöchhacker (1995,
p. 44). Se os intérpretes estão fazendo sua interpretação de acordo com as convenções
da cultura da língua alvo, logo existe na interpretação uma forma de transferência de
cultura.
Outra sugestão de Vianna é a de que o intérprete deva perceber algo que possa
ser cortado sem que represente perda para o ouvinte, ganhando tempo dessa forma e
evitando esforço de processamento por parte do ouvinte. Esta recomendação vem ao
encontro de uma das dificuldades vistas no capítulo anterior, relacionada à velocidade
natural do discurso oral. Para Danica Seleskovitch (apud PAGURA, 2002), o ato
interpretativo ocorre em uma velocidade muito maior do que o ato tradutório.
14
“Make your public forget they are ‘only’ listening to an interpretation.”
4.1 Metodologia
Para tal intento, decidimos realizar uma pesquisa de campo, que começou com a
ideia de contatar intérpretes que trabalham na área e realizar uma entrevista de acordo
com o que considerávamos relevante para este trabalho.
A maioria dos contatos se deu por e-mail, e a eles foi enviado um pequeno
questionário que continha as seguintes perguntas:
3- Você costuma trabalhar com intérpretes que já conhece? Prefere trabalhar dessa
forma? Há diferenças marcantes entre esta configuração e aquela em que os
concabinos não se conhecem?
Assim, as próprias respostas por eles apresentadas, que vêm a ser nosso corpus,
nos levaram a categorização que mostraremos a seguir, a saber: formação dos
intérpretes, condições pré-interpretação, pré-preparação para um trabalho, preparação
direta para o trabalho, antecipação ao e familiarização com o evento e relação entre os
concabinos.
Claro que não apenas conhecimento da língua, mas outras habilidades devem ser
desenvolvidas no processo. O intérprete de conferências sênior da União Europeia
Roderick Jones (apud PAGURA, 2002) define claramente qual o trabalho do intérprete:
consenso entre intérpretes de que são necessários pelo menos 15 anos de leitura de
jornal antes de atuar profissionalmente.
• Datas e locais
• Horas de trabalho
• Regime de línguas
• Data da confirmação
• Forma de pagamento
Dessa maneira, o intérprete busca garantir que terá tudo que precisa para realizar
um bom trabalho. Ainda assim, mesmo se precavendo, situações inesperadas algumas
vezes podem ocorrer.
Segundo Magalhães Jr, alguns fatores nortearão essa etapa, como a familiaridade
com o assunto, a exposição anterior ao evento, o nível de complexidade, os idiomas
envolvidos, a antecedência da contratação e a eventual especialização do colega
concabino, entre outros.
Outro fator que interfere nessa etapa é o nível de complexidade do evento. Para
o intérprete e tradutor Lucio Reiner, por exemplo, “em eventos científicos, há tempo de
preparar glossários, pesquisar e trocar informações com os colegas, mas em eventos
mais genéricos, políticos ou difusos, não há muita preparação possível, valendo a
experiência e a cultura geral”.
O intérprete necessita estar muito bem preparado para realizar seu trabalho.
Segundo Pagura (2002), o intérprete deve adquirir todo o conhecimento necessário e o
vocabulário específico antes de realizar a interpretação, pois durante o processo não há
tempo hábil para nenhuma consulta, no máximo aquela ao companheiro de cabine sobre
alguma expressão, por exemplo.
A preparação direta para o trabalho está ligada a maneira pela qual os intérpretes
conseguem as informações que julguem necessárias. Para cada um, isso se dá de uma
maneira diferente, havendo também os pontos comuns entre eles.
De acordo com Magalhães Jr, na Europa, nos órgãos mais importantes, “os
intérpretes chegam a ser remunerados por dias adicionais nos quais dedicam-se
exclusivamente à preparação”, ficando claro aqui que algumas instituições reconhecem
que leva tempo e requer esforço para se preparar.
trabalhos. A própria AIIC considera a internet uma das fontes principais usadas pelos
intérpretes ao se prepararem para um trabalho.
Alguns sites como o Wikipedia e/ou Google, acabam sendo mais utilizados por
alguns intérpretes em busca por informações. A advogada, tradutora jurídica e intérprete
Luciana Carvalho diz que uma forma de pesquisa utilizada por ela é digitar palavras-
chave do assunto pretendido no Google.
informações precisas. É claro que nem sempre essas solicitações são atendidas.
Algumas vezes, o intérprete recebe o material minutos antes da apresentação.
4.5.4 Glossário
O preparo desses glossários varia muito, e cada profissional acaba por criar um
método próprio. Alguns utilizam glossários feitos no processador de texto Word,
somente em formato eletrônico, outros preferem escrevê-los em um caderno, como é o
caso da intérprete Tereza Sayeg, pois é assim que os memoriza, e da intérprete
Marialice Marechal, que prefere ter seus glossários em cadernos ao invés de estudá-los
pelo computador. Assim, cada intérprete organiza seu glossário da forma que lhe
parecer mais proveitosa e prática.
Alguns intérpretes utilizam glossários prontos que podem ser os que já tenham
preparado em outros momentos, os que existam na internet, os glossários feitos por
colegas ou os glossários disponibilizados pelos próprios clientes. Portanto, a criação dos
glossários acaba sendo um processo de escolhas individuais.
Além disso, um mesmo glossário pode ser modificado com o tempo, pois não é
algo fixo e sim dinâmico, podendo aumentar a cada evento, segundo Reiner.
Os glossários podem ser modificados até mesmo durante um evento, porque ali
surgem palavras novas a serem acrescentadas. Magalhães Jr diz que costuma recolher os
papéis que ficam na cabine ao final do trabalho e depois passa a limpo as anotações
feitas por ele e pelo colega. Dessa forma acaba tendo certeza de que está anotando algo
que lhe causou problema e que possa surgir em uma reedição do mesmo evento.
Phillips, para quem esses fatores são de extrema importância, só trabalha com
profissionais recomendados por pessoas ou organizações em que confie, não aceitando
condições inferiores de trabalho, pois isso afetará a profissão como um todo. É também
importante saber sobre a empresa responsável pelo som, pois, sem qualidade de apoio
na cabine e de equipamento, o resultado não será satisfatório.
Segundo Phillips, chegar cedo auxilia por inúmeras razões. Pode-se, por
exemplo, conversar com os garçons para pedir água e explicar como entrar na cabine
sem fazer barulho, conhecer o pessoal que cuida do som e testá-lo, checar a internet na
cabine, e verificar com eles se o modem não causará interferência. Além disso, é
possível falar com quem distribui os documentos explicando as necessidades dos
intérpretes, verificar se há necessidade de um crachá, descobrir a pronúncia dos nomes
dos convidados e até mesmo traduzir ocasionalmente materiais insuspeitos como menus
se for necessário. Por fim, pode-se pedir ao organizador um bom informante que
domine o vocabulário nas duas línguas para sanar dúvidas.
Outra necessidade dos intérpretes para um evento é o que pode ser chamado de
‘kit’, que será utilizado por cada intérprete dentro cabine e que conterá o que cada um
considerar necessário e importante.
Phillips inclui em seu ‘kit’ itens como post-it, binóculos, caneta, bloquinho,
lanche, casaco, extensão e plugue de três saídas (benjamin) para os computadores, etc.
Para Levy, deve-se portar itens como dicionários, caneta e bloco.
Uma das primeiras atitudes é saber quem será seu concabino e se vai trabalhar
com alguém conhecido ou não. Nas duas situações, haverá obviamente o contato antes
do trabalho, mas, se for o caso de não se conhecerem, se faz necessária uma
apresentação. Segundo Manuel Sant'iago Ribeiro, “apresente-se, principalmente se você
for uma fração menos conhecido, do que, digamos, Elvis Presley”15 (2010).
15
“introduce yourself, particularly if you’re a fraction less well known than, say, Elivis Presley”
Para Sayeg, como a composição das equipes varia muito, é importante ser
flexível, pelo fato de dividir um espaço pequeno com outra pessoa que não tem
necessariamente os mesmos hábitos.
Pelo fato de ser uma relação entre pessoas, como acontece em qualquer outra, há
maior empatia com uns do que com outros. Como disse Sayeg, “quanto a concabinos, é
como tudo na vida: gosta-se mais de uns que de outros”.
Rebello cita alguns problemas, como por exemplo, desde não usar desodorante
ou usar perfume demais, fator citado também por Ribeiro (2010), assim como folhear
jornais, fazer gestos em demasia, não desligar o microfone ou ligar de forma errada,
entre outras atitudes contraproducentes que caracterizam um mau concabino. Assim,
deve-se sempre atentar para as boas maneiras que permeiam qualquer relação humana e
cuidar para preservá-las.
Ulisses Wheby de Carvalho quase sempre trabalha com quem conhece, pois o
tempo de experiência viabiliza isso e havendo a possibilidade de escolher com quem
trabalhará, o fará.
Mas, alguns expuseram que nem sempre isso ocorre. Magalhães Jr, por exemplo,
citou o fato de que, como freelancers, dificilmente poderão escolher os colegas com
quem trabalharão. No caso da intérprete Anna Vianna, por trabalhar em mercados
internacionais, tem a oportunidade de realizá-lo com novos colegas.
Cardoso afirma que pode ser muito enriquecedor trabalhar com pessoas às quais
você não está acostumado e que se acaba normalmente prestando mais atenção no
trabalho do concabino nesses casos, aprendendo mais com ele do que com as pessoas
com quem já está acostumada.
Para Coppola, com a experiência a pessoa se sente mais preparada e se sai bem,
mesmo se for trabalhar com um colega novo, sendo o nível de estresse bem menor.
Além disso, trabalhando com vários colegas, acaba-se por aprender estilos diferentes,
sendo igualmente enriquecedor. Troula, por sua vez, comenta que às vezes tem-se uma
surpresa muito agradável e gosta-se muito de alguém que você vem a conhecer pela
primeira vez.
No entanto, claro está que não conhecer seu parceiro será sempre um fator
delicado. Para Reiner, por exemplo, “com intérpretes desconhecidos existe estresse
adicional ao não se saber nível de conhecimento, rapidez, precisão, e até, eventuais
manias”, situação citada também por Quental, quando diz que, ao se trabalhar com
alguém novo, haverá sempre certa tensão no ar, pois não se sabe como será a interação
com o outro.
Na questão feita para saber se há muitas diferenças entre o trabalho feito quando
os concabinos se conhecem e quando não, cada intérprete apresentou o seu ponto de
vista, pois cada um lida de uma maneira diferente com esse tipo de situação.
Já Egner expõe que a diferença está na liberdade que existe quando o concabino
é conhecido. Para Luciana Carvalho, a diferença existe ao saber previamente o grau de
competência e confiabilidade de seu concabino.
Muitas vezes, essa relação mudará em cada caso. De acordo com Poggi, cada
situação é única. Um exemplo disso se dá quando você entra na cabine com alguém que
já conhece mas que naquele dia está de mau humor, o que pode gerar certo desconforto
entre os concabinos. Em outros casos,
você entra numa cabine numa outra cidade ou país, conhece o concabino lá
mesmo e é uma pessoa adorável que se torna uma grande amiga para o resto
da vida, portanto não existem regras que possam gerar diferenças marcantes.
Para Sayer, quando não se conhece o concabino, corre-se o risco de este não ser
um profissional, ou não ter se preparado, ou até mesmo não dominar os idiomas. O que
Para Magalhães Jr, uma forma de definir como será o trabalho é fazer um
pequeno briefing (um bate-papo rápido) para que os intérpretes exponham suas
preferências de trabalho. Segundo o intérprete, “numa conversa franca e objetiva, é
possível aos concabinos alinhar expectativas em relação a aspectos como ajuda,
presença em cabine, divisão do tempo e até preferências terminológicas”
(MAGALHÃES Jr, 2007, p. 114). É neste momento que se define a forma ideal de
ajudar o colega, caso este necessite, pois há intérpretes que preferem que o parceiro saia
da cabine ou procure não interferir.
Há, também, aqueles que têm dificuldade em ler dentro da cabine e que,
portanto, preferem receber ajuda por meio de mímica ou através de alguma dica
sussurrada. Há outros, porém, que não admitem em hipótese alguma que se diga
qualquer coisa na cabine. Também, é importante definir a alternância de turnos e
determinar quem controlará o tempo e por que relógio. Por isso, uma conversa antes se
torna fundamental, pois facilitará o trabalho e, assim, cada um saberá como agir.
Sayer orienta que, se houver um chefe de equipe, suas orientações devem ser
seguidas. O intérprete deve, também, lembrar-se da etiqueta geral da cabine: mantê-la e
deixá-la arrumada.
Moammar e Vero, por exemplo, preferem que sua ajuda se dê sempre na forma
escrita e não falada. Da mesma forma, Sayeg completa dizendo que, por estar com os
fones, não ouvirá os sussurros.
Quental acredita que a melhor forma de ajudar é através de bilhetes, mas sempre
de forma criteriosa e com bom senso, “pois se o termo for irrelevante ou já tenha
passado, não adianta mandar bilhete, que só atrapalha”.
Alguns preferem que a ajuda seja falada e/ou preferem também falar na hora de
ajudar o colega. Se o auxílio se der dessa forma, pode-se apertar o botão mute e
sussurrar, agindo da maneira que for melhor para ambos.
Magalhães Jr, por exemplo, costuma pedir aos seus colegas, em um primeiro
encontro, que o ajudem com os números, porque tende a se confundir um pouco com
números e nomes. Em geral, isso ocorre no início da apresentação, já que depois
familiariza-se e seu colega pode descansar. Outra dica de Magalhães Jr é que
Na fase passiva, o intérprete deve estar sempre a postos. Para Levy, o intérprete
passivo deve ficar sempre alerta à possibilidade de precisar tomar o lugar do colega, em
caso de alguma eventualidade e principalmente em casos mais comuns do que se pensa,
como um “branco súbito”, por exemplo. Para Egner, “às vezes você não consegue
traduzir um orador por um determinado motivo, então pede para o colega pegar a
tradução”.
São questões que podem parecer simples, mas que fazem muita diferença para
quem está realizando a interpretação.
Da mesma forma que existem atitudes que ajudam e muito, existem também as
que devem ser evitadas ao máximo, pois acabam atrapalhando o colega. São atitudes
como, fazer barulho, tocar no colega enquanto este está fazendo a interpretação, esperar
alguma atitude de seu concabino sem ter combinado previamente com ele e cobrá-lo por
isso, entre outras. Cada intérprete tem aquelas que mais o desagrada. Para Levy, por
exemplo, o que mais atrapalha e incomoda, produzindo efeito contrário ao desejado, é
falar junto com o colega, pois, ao agir assim, cria-se um estado de tensão, o ambiente
fica mais carregado e o rendimento cai, fazendo com que o público perceba de imediato.
No caso de Magalhães Jr, o que não funciona é impor sua vontade ao colega,
sem um questionamento prévio. O que também incomoda é ser cutucado pelo colega ou
ter o microfone ‘cortado’ para dizer algo que o concabino considere importante. Agindo
assim, o intérprete passivo tira a concentração do ativo e, segundo Magalhães Jr, isso
“equivale a uma verdadeira declaração de guerra. É preciso ter tato e cuidado e lembrar
sempre da máxima: muito faz quem não atrapalha!”.
De acordo com Egner, o intérprete passivo não deve falar em voz alta uma
palavra com o microfone aberto, e sim escrever a correção, mas não atropelando o
colega e exigindo que ele a leia de imediato. Deve-se esperar o pedido de ajuda. Egner
completa: “definitivamente não ligue seu microfone e pegue a tradução sem que seja
pedido”.
Para Vero, a atuação em cabine pode ser corrompida pela tensão e pelo estresse,
assim como falar e/ou tecer comentários enquanto o colega está trabalhando e os
microfones estão abertos. Luciana Carvalho diz que as ajudas indiscretas que envolvam
barulho ou muitos movimentos e contato físico são as que não funcionam dentro da
cabine.
Troula expressa que qualquer barulho feito na cabine é péssimo, como por
exemplo, ler jornal ou mexer na bolsa ou em papéis, porque, para os ouvintes da
interpretação, um barulho de fundo passa uma impressão muito ruim. Em sua opinião,
as ajudas feitas de forma oral acabam desconcentrando o colega, dando ao ouvinte uma
grande insegurança.
Portanto, como já foi dito, o intérprete deve sempre ter em mente que o trabalho
é feito por duas pessoas, e é importante que transpareça o trabalho da cabine e não de
um único individuo, valendo o conselho de Levy:
Assim, uma conversa clara entre os intérpretes sobre o seu modo de trabalhar e
suas preferências é importante para que consigam criar um ambiente de trabalho
harmônico, o que é benéfico para todos.
Considerações Finais
A seguir, passamos por algumas das teorias que envolvem a interpretação, sendo
possível concluir que há ainda muitos estudos a serem feitos a esse respeito, mas os que
existem podem fornecer uma boa base aos intérpretes e os auxiliar a superar grande
parte das dificuldades.
A forma pela qual julgamos ser melhor para ter acesso as informações com
relação a nosso objeto de estudo foi entrar em contato com alguns intérpretes e
questioná-los a esse respeito. A partir de suas respostas, criamos um caminho que nos
pareceu natural a ser seguido, mostrando que há uma sequência, de certa forma lógica,
percorrida por eles.
Uma sugestão que pode ser considerada é a pesquisa com um número ainda
maior de intérpretes e um melhor levantamento estatístico de questões relativas a esses
tópicos, tentando chegar próximo dos fatores imprescindíveis à preparação e das
qualidades indispensáveis a um bom concabino.
Referências Bibliográficas
DURAND, Claude. AIIC's 50th Anniversary and Staff Interpreters: from the origins to
the present day. 2003. Disponível em:
<http://www.aiic.net/ViewPage.cfm/page1175.htm>. Acesso em: 05 de jul. 2010.
RIBEIRO, Manuel Sant'iago. Both Manners. In: AIIC. Thinking about Interpreting.
Disponível em: < http://www.aiic.net/ViewPage.cfm/article1171>. Acesso em: 10 de
maio 2010.
SILVA, Jailson Gomes da. A comunicação não verbal no ato interpretativo. 2007. 105
f. Trabalho de conclusão de curso. Universidade Católica de Santos, Santos.
Bibliografia Consultada
Apêndice I
Este apêndice contém uma pequena biografia dos intérpretes que nos auxiliaram
nesse trabalho. As informações foram fornecidas pelos próprios profissionais.
Ângela Levy
Primeira intérprete simultânea a trabalhar no Brasil. Criadora do Curso de Tradução e
Interpretação da Associação Alumni, onde ainda dá aulas de tradução e interpretação.
Trabalha também como tradutora inglês – português – inglês, com especialização em
medicina e literatura.
Ewandro Magalhães Jr
Ocupa o cargo de Chefe da Seção de Interpretação da União Internacional de
Telecomunicações (UIT), agência especializada das Nações Unidas com sede em
Genebra, na Suíça, onde mora com sua família. Brasileiro de Belo Horizonte, é
intérprete de conferências, professor e escritor. Acumula cerca de 1.200 dias de
conferências em quatro continentes, tendo servido regularmente ao Departamento de
Estado americano, o FMI, a OEA, o BID, a OPAS e o Banco Mundial e clientes da
iniciativa privada. Foi intérprete de inúmeros chefes de estado e governo e tem
Mestrado em Interpretação de Conferências pelo Instituto Monterey, da Califórnia, do
qual também é professor adjunto. É autor de "Sua Majestade, o Intérprete - O
Fascinante Mundo da Tradução Simultânea", lançado em 2007 pela Parábola Editorial.
Membro da TAALS (The American Association of Language Specialists).
Judith Vero
Psicóloga e Intérprete de Conferências
Atua em Tradução Simultânea desde 1974 à presente data, em Congressos, Simpósios,
Cursos e Conferências no Brasil e Exterior.
Consultório desde 1978 - atendimento de adultos, casais e família.
Trabalhos Publicados
Livros – Alma Estrangeira – 2003 – Ed. Agora, S.Paulo
Falando de Amor – 2006 – Ed. Agora, S.Paulo – (Capítulo)
Paixões Tristes – no prelo – (Capítulo)
Rematrizando a Relação Pais-Filhos - (co-autora) - in Gonçalves, C.S.- Psicodrama com
Crianças, uma Psicoterapia Possível, Agora, São Paulo, 1988.
Integração de Pessoal na Empresa Através da Metodologia Psicossociodramática,
Revista da FEBRAP, vol.4, pg.153 a 159.
Idiomas fluentes: Português, Inglês, Frances, Espanhol e Húngaro
Conhecimentos – Italiano, Alemão
Lara Moammar
Tradutora e intérprete há 12 anos com experiência em arquitetura/urbanismo, política,
economia/finanças, relações internacionais, medicina, veterinária, mineração, indústria
automotiva, energia, créditos de carbono, responsabilidade social, papel e celulose,
telecomunicações, entre outras áreas; ONU, FMI, autoridades.
Diplomada em Pedagogia pela Universidade Mackenzie e em Tradução/Interpretação
pela Associação Alumni. Membro da APIC (Associação Profissional de Intérpretes de
Conferência).
Especialização no MIIS (Monterey Institute of International Studies)
Marialice Marechal
Quanto à escolaridade, na época por não existir escola de intérpretes no Brasil, fez um
ano na Georgetown University - Washington D.C. . E quando começou a trabalhar
entrou como membro da APIC e na época foi a número 9 da associação. Sua área de
maior atuação é medicina.
Marilia Rebello
É membro da AIIC e APIC. Formada em Letras, habilitação Intérprete de Conferências
pela PUC/RJ 1982. Trabalha como intérprete desde 1983. Diretora do escritório Marilia
Rebello & Assoc Ltda (interpretação e tradução).
Marina Poggi
Idiomas Ativos:Inglês Italiano, Português e Espanhol
Idioma Passivo: Francês
Atividades profissionais: Advogada, Intérprete de Conferências e Tradutora Pública
Juramentada
1985- 1989 Advocacia Internacional Conversões da Dívida Externa
Pareceres para investidores estrangeiros tais como bancos, redes hoteleiras e
particulares. Redação de artigos para a Revista The Economist em particular nos
manuais para conversão de títulos da dívida externa brasileira
Cinema Publicitário e Institucional
Diretora Assistente na produção de filmes publicitários com Jaime Monjardim e filmes
institucionais com Nabor Filho
Interpretação de Conferências – Simultânea e Consecutiva
Interpretação de Conferências e de Reuniões Fechadas nas áreas de Política,
Administração de Empresas, Finanças, Economia, Literatura, Museologia, Artes
Plásticas, História, Engenharia, Tecnologia da Informação, Comunicações, Saúde,
Medicina, Pesquisa Tecnológica e de Mercado, Agricultura
Chefes de Estado: Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio da Silva, Khofi Annan,
Silvio Berlusconi, William Clinton, Fidel Castro
Ministérios: Relações Exteriores (Brasil, Argentina, Chile, Estados Unidos, Itália, Reino
Unido). Comunicações. Saúde. Turismo. Ciência e Tecnologia
Empresas: Whirlpool e Grupo Brasmotor, DM9 e DI Institucional, UBS, Kodak, Xeros,
HSM, Citibank, Unibanco, Itaú, Chase Manhattan, Dow Química, Microsoft, Gartner
Group, Eletropaulo, Eletrosul, Cosipa, etc... BNDES, BID,. Bradesco, Empresas de
Consultoria (Arthur D. Little, Arthur Andersen, KPMG, etc.) World Trade Center,
Bovespa. Fiesp, Fiesc
Instituições Acadêmicas: FGV, Wharton, MIT, Harvard, Duke, Dresden, Insead,
Kellogg
Consulados: Brasil, Argentina, Itália, Estados Unidos, Reino Unido
Organizações Internacionais: Nações Unidas (UNCTAD), Países Árabes, OEA, FMI,
OMS, etc.
1979-2009 - Tradução escrita de textos literários, técnicos, jornalísticos e discursos
oficiais.
Membro da ordem dos advogados do Brasil e da APIC.
Martina Sayer
De nacionalidade alemã realizou diversos cursos dentro e fora do Brasil. Entre eles o
realizado de outubro 1985 a maio de 1991 – no Instituto de tradução e interpretação - da
Universidade de Heidelberg. O curso principal: tradução e interpretação - alemão,
português e inglês.
Tese: Preparação do intérprete para conferência no ramo automóvel
Atividade profissional:
A partir de 1990 - Trabalho free-lance de tradução e interpretação na Europa
A partir de 1993 - Paralelamente trabalho free-lance concursado para a cabine
portuguesa do Parlamento Europeu em Bruxelas e Estrasburgo e do Tribunal de Justiça
Europeu em Luxemburgo
2004 - Regresso ao Brasil, Joinville
Áreas de atuação: Política, macro/microeconomia, técnico/industrial, direito, meio
ambiente, tecnologia ambiental, medicina, odontologia, etc.
Ministérios alemães: Relações Exteriores, Meio Ambiente, Fazenda, Trabalho, Interior,
Educação
Ministérios brasileiros: Itamaraty, Agricultura, Trabalho, Previdência, Justiça
Congresso / Senado. Intérprete pessoal de Fernando Henrique Cardoso na Alemanha.
Interpretação de / para o Presidente Lula na Alemanha e no Brasil
Idiomas: Língua materna: Português/Alemão
Inglês
Associações profissionais: BDÜ, AIIC, APIC
Patrizia Coppola
Tradutora e Intérprete Consecutiva e Simultânea Inglês / Português / Inglês.
Membro da APIC. Formada pelo Curso de Formação de Tradutores e Intérpretes da
Associação Alumni, entre muitos outros cursos realizados.
Outros idiomas:
Italiano - ativo e passivo
Espanhol - passivo
Regina Silveira
Intérprete de Conferências. Licenciatura em Letras - Português – Inglês PUC - Rio de
Janeiro
Bacharel em Letras - Tradutor e Intérprete PUC - Rio de Janeiro. Curso de
Especialização para Intérpretes de Conferências pela Universidade de Georgetown
Washington, D.C. - E.U.A.
Classificação Linguística: A – Português/ B – Inglês/ C – Espanhol / Francês
Tereza Sayeg
Membro da APIC e da AIIC.
É intérprete de Inglês, Francês, Italiano e Espanhol há mais de 25 anos.
Formada em Filosofia pela PUC, Universidade Católica de São Paulo, fez Curso de
Tradução e Interpretação Inglês-Português/Português-Inglês na Associação Alumni, São
Paulo.
Experiência Profissional:
1981 - Trabalha como intérprete free-lance no Brasil e dá aulas no curso de Tradução e
Interpretação da Associação Alumni
1988-1995 - Trabalha como intérprete free-lance para a Comissão Européia e para o
Parlamento Europeu em Bruxelas, Bélgica. Trabalha também para a OTAN (Bruxelas),
UNICEF (Florença), BID (Hamburgo), CEMLA (Madrid).
1995-1998 - Trabalha como agente temporário para a Comissão Européia, a
única intérprete contratada com passaporte brasileiro.
1998 - Volta ao Brasil, onde trabalha no mercado privado em inúmeras conferências
médicas, de informática, finanças, marketing, veterinárias, além de continuar
trabalhando para organizações internacionais como a Comissão Européia (Brasília, São
Paulo, missões veterinárias, visitas do Presidente do Comitê Econômico e Social
Europeu ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil ), para a
Organização dos Estados Americanos (Trinidad Tobago, Caracas,Cartagena de Índias,
São José da Costa Rica), preparação da Cúpula das Américas (Monterrey, México),
Assembléia de Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento ( Fortaleza,
Belo Horizonte, Lima, Guatemala).
Anexo I
Código Deontológico
I. Objecto e Âmbito
Artigo 1
Artigo 2
Artigo 3
Artigo 4
Artigo 5
Artigo 6
Artigo 7
Artigo 8
IV. Alterações
Artigo 9
Anexo II
Neste anexo, inserimos uma carta elaborada por Ewandro Magalhães Jr (2007,
p. 220-222), juntamente com a Profª. Drª. Débora Diniz, que pode ser de grande valia
caso você venha a trabalhar como intérprete. Sugerimos que ela seja vertida à língua do
palestrante e entregue a ele.
Caro conferencista,
Sua palestra terá interpretação simultânea para maior proveito dos colegas que
não têm fluência em seu idioma. O trabalho dos intérpretes será decisivo no êxito de sua
apresentação. E a qualidade da tradução será grandemente aumentada se você se
dispuser a seguir as orientações abaixo.
ANTES DA APRESENTAÇÃO
• Use elementos gráficos e fontes que dêem boa leitura para alguém que se
coloque ao fundo da sala (é exatamente aí que os intérpretes costumam ficar).
NO DIA DA APRESENTAÇÃO
• Deixe com os intérpretes qualquer material impresso que pretenda ler durante a
palestra. Isso é particularmente importante no caso de citações literárias.
• Fale sobre piadas que pretenda contar. Algumas podem ser intraduzíveis. Os
intérpretes o ajudarão a adaptar o que for necessário e o orientarão sobre o que
deve ser evitado.
DURANTE A APRESENTAÇÃO
• Fale de modo audível e claro. Procure manter eventual contato visual com os
intérpretes.
• Deixe cada slide na tela por um segundo a mais. Isso dará tempo aos intérpretes
de concluir a leitura.
DEPOIS DA APRESENTAÇÃO