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PAÍS
REGULAMENTAÇÃO
STF limita direito de greve dos servidores públicos
Publicada em 26/10/2007 às 16h39m
Essa lei impõe limites às paralisações. Um dos artigos estabelece que, mesmo com os funcionários de
braços cruzados, os órgãos responsáveis por serviços essenciais à população têm a obrigação de garantir
pelo menos 30% da prestação da atividade. Entram nesta categoria, por exemplo, controle de tráfego
aéreo, compensação bancária e assistência médico-hospitalar. Antes do julgamento do STF, as entidades
representativas de servidores públicos costumavam amparar-se na falta de legislação para descumprir esse
tópico. (E você? Concorda que o direito de greve dos servidores deve ser limitado? Vote)
- A amplitude dessa decisão é que agora toda e qualquer paralisação de atividade no serviço público está sujeita a um limite - explicou o ministro Eros
Grau.
Todos os 11 ministros do tribunal concordaram que os servidores públicos têm direito a fazer greve. No entanto, os ministros Marco Aurélio Mello,
Ricardo Lewandowski e Joaquim Barbosa defenderam que a lei do setor privado não deveria ser aplicada na íntegra, mas com algumas adaptações.
Esses ministros também queriam que os efeitos do julgamento fossem imediatos apenas para as três categorias que entraram com as ações
examinadas, e não para todo o funcionalismo público. Esta tese acabou derrotada pelos outros oito integrantes da Corte.
A decisão do Supremo não encerra a polêmica. Entenda os motivos no Blog Traduzindo o Juridiquês
As ações debatidas na quinta foram propostas por três sindicatos: de policiais civis do Espírito Santo, de trabalhadores da educação de João Pessoa
(PB) e de trabalhadores do Judiciário do Pará. O julgamento do tema começou em maio de 2003, mas foi interrompido por um pedido de vista. Desde
então, por várias vezes o assunto foi levado ao plenário, mas a discussão era interrompida por outros pedidos de vista. O resultado do julgamento já
estava anunciado desde abril, quando sete ministros já haviam votado pela aplicação da Lei 7.783 aos servidores públicos. No entanto, era necessário
aguardar o fim da votação para o resultado do julgamento ter validade, uma vez que os ministros ainda podiam mudar o voto.
Na proclamação do placar, a presidente da Corte, ministra Ellen Gracie Northfleet, afirmou que a lei deve ser aplicada "na medida do possível", sem
especificar quais os pontos discutíveis. Portanto, as situações deverão ser examinadas caso a caso. Ao votar, o ministro Gilmar Mendes chegou a
sugerir que se corte o salário dos servidores referente aos dias parados. Os demais ministros não discutiram essa hipótese.
- É um passo muito largo impor-se ao Congresso um prazo. Se vier uma reclamação pelo descumprimento do Congresso, qual será a conseqüência?
Vamos substituir todos os deputados e senadores? Aí é que está o problema - ponderou Marco Aurélio.
- Não mais se pode tolerar este estado de continuada e inaceitável inércia (do Congresso Nacional). A omissão, além de lesiva ao direito dos
servidores públicos civis, traduz um incompreensível sentimento de desapreço pelo direito constitucional de greve - disse Celso de Mello em
setembro, quando houve uma das inúmeras tentativas de se concluir o julgamento.
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, elogiou a decisão do STF de legislar sobre a lei de greve do serviço
público. Embora não tenha entrado no mérito da decisão, se é favorável ou não ao funcionalismo, Britto entende que o Supremo agiu para suprir uma
omissão do Legislativo, que deveria ter regulamentado o direito de greve no serviço público desde a Constituição de 1988.
- Primeiro, o STF, mais uma vez, demonstra que a omissão do Congresso leva o Legislativo a se submeter ao crivo do Judiciário. Aconteceu assim
com a reforma política, acontece agora com o direito de greve. O segundo é que o Supremo tem o papel constitucional de suprir as omissões
legislativas quando elas encerram princípios fundamentais. E o direito de greve é um princípio fundamental - disse Cezar Britto.
A recomendação da Secretaria de Recursos Humanos do ministério é que os serviços essenciais, como hospitais, sejam preservados durante o
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STF limita direito de greve dos servidores públicos - O Globo Online http://oglobo.globo.com/pais/mat/2007/10/25/326899205.asp
feriadão.
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