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Literatura no Brasil

O que é Literatura?
"A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do
artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e
nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de
realidade de onde proveio. Os fatos que lhe deram às vezes origem perderam a realidade primitiva e
adquiriram outra, graças à imaginação do artista. São agora fatos de outra natureza, diferentes dos fatos
naturais objetivados pela ciência ou pela história ou pelo social.

SÉCULO XVI
Os primeiros registros de atividade escrita no Brasil não são obras literárias, mas textos informativos sobre a
"nova terra". São crônicas históricas como a Carta ao Rei dom Manuel, de Pero Vaz de Caminha; o Tratado
da Terra do Brasil e a História da Província de Santa Cruz a Que Vulgarmente Chamamos Brasil, de Pero
Magalhães Gândavo; o Tratado Descritivo do Brasil, de Gabriel Soares de Sousa; e o Diálogo sobre a
Conversão dos Gentios, composto entre 1556 e 1558 pelo padre Manoel da Nóbrega. Destacam-se também
o teatro e os poemas do padre José de Anchieta.

Quinhentismo (século XVI)

Representa a fase inicial da literatura brasileira, pois ocorreu no começo da colonização.


Representante da Literatura Jesuíta ou de Catequese, destaca-se Padre José de Anchieta com seus
poemas, autos, sermões cartas e hinos. O objetivo principal deste padre jesuíta, com sua produção
literária, era catequizar os índios brasileiros. Nesta época, destaca-se ainda Pero Vaz de Caminha, o
escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral. Através de suas cartas e seu diário, elaborou uma
literatura de Informação ( de viagem ) sobre o Brasil. O objetivo de Caminha era informar o rei de
Portugal sobre as características geográficas, vegetais e sociais da nova terra.

Século XVII
Sob influência da Contra-Reforma, a estética barroca tenta conciliar opostos, como Deus e diabo,
bem e mal, carne e espírito, pecado e arrependimento. Na literatura, o conflito se traduz em figuras
de oposição, bem como no exagero e no estilo sinuoso. Esse movimento corresponde ao nascimento
da literatura brasileira. O marco inicial é o poema épico Prosopopéia (1601), de Bento Teixeira. Mas
é Gregório de Matos o maior representante do gênero. Sua poesia lírica, bastante influenciada por
Camões, Gôngora e Quevedo, se subdivide em amorosa, reflexiva e religiosa. No gênero satírico,
Gregório de Matos não poupa ninguém de suas críticas, ficando por isso conhecido como "Boca do
Inferno". Na prosa, destacam-se os sermões de padre Antônio Vieira (Sermão de Santo Antônio ou
dos Peixes).

Barroco ( século XVII )

Essa época foi marcada pelas oposições e pelos conflitos espirituais. Esse contexto histórico acabou
influenciando na produção literária, gerando o fenômeno do barroco. As obras são marcadas pela
angústia e pela oposição entre o mundo material e o espiritual. Metáforas, antíteses e hipérboles são
as figuras de linguagem mais usadas neste período. Podemos citar como principais representantes
desta época: Bento Teixeira, autor de Prosopopéia; Gregório de Matos Guerra ( Boca do Inferno ),
autor de várias poesias críticas e satíricas; e padre Antônio Vieira, autor de Sermão de Santo
Antônio ou dos Peixes.

SÉCULO XVI
Os primeiros registros de atividade escrita no Brasil não são obras literárias, mas textos informativos sobre a
"nova terra". São crônicas históricas como a Carta ao Rei dom Manuel, de Pero Vaz de Caminha; o Tratado
da Terra do Brasil e a História da Província de Santa Cruz a Que Vulgarmente Chamamos Brasil, de Pero
Magalhães Gândavo; o Tratado Descritivo do Brasil, de Gabriel Soares de Sousa; e o Diálogo sobre a
Conversão dos Gentios, composto entre 1556 e 1558 pelo padre Manoel da Nóbrega. Destacam-se também
o teatro e os poemas do padre José de Anchieta.
Século XVII
Sob influência da Contra-Reforma, a estética barroca tenta conciliar opostos, como Deus e diabo, bem e
mal, carne e espírito, pecado e arrependimento. Na literatura, o conflito se traduz em figuras de oposição,
bem como no exagero e no estilo sinuoso. Esse movimento corresponde ao nascimento da literatura
brasileira. O marco inicial é o poema épico Prosopopéia (1601), de Bento Teixeira. Mas é Gregório de
Matos o maior representante do gênero. Sua poesia lírica, bastante influenciada por Camões, Gôngora e
Quevedo, se subdivide em amorosa, reflexiva e religiosa. No gênero satírico, Gregório de Matos não poupa
ninguém de suas críticas, ficando por isso conhecido como "Boca do Inferno". Na prosa, destacam-se os
sermões de padre Antônio Vieira (Sermão de Santo Antônio ou dos Peixes).

Século XVIII
O neoclassicismo se coloca contra os excessos formais do barroco e tenta retomar os valores desenvolvidos
no classicismo. Reflete a aversão do espírito iluminista ao obscurantismo religioso do século anterior. Já o
termo arcadismo, também atribuído a esse movimento literário, se deve ao bucolismo de muitos poetas do
período, que adotavam pseudônimos de pastores para assinar seus poemas. O marco do arcadismo no Brasil
é a publicação, em 1768, de Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa. Influenciado pelo iluminismo, ele
participa da Inconfidência Mineira ao lado dos poetas Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga. Este,
além das liras, reunidas em Marília de Dirceu, escreve também obra satírica, como as Cartas Chilenas. No
gênero épico, destacam-se José Basílio da Gama (O Uraguai) e frei José de Santa Rita Durão (Caramuru).
Igualmente se salientaram, ao fim do século, Domingos Caldas Barbosa e Silva Alvarenga

OS SALÕES DE LITERATURA
O ciclo do ouro, que possibilita o desenvolvimento da vida urbana, favorece a fundação das chamadas
academias literárias, em que escritores e intelectuais se encontram para discutir a criação de uma literatura
própria da América portuguesa e o estudo da história. Essas agremiações reúnem a elite da época em torno
de atividades culturais, até então praticadas individualmente ou nos conventos. Entre as principais, estão a
Academia Brasílica dos Esquecidos (1724), a Academia dos Seletos (1752) e a Academia Brasílica dos
Renascidos (1759).

Neoclassicismo ou Arcadismo ( século XVIII )

O século XVIII é marcado pela ascensão da burguesia e de seus valores. Esse fato influenciou na
produção da obras desta época. Enquanto as preocupações e conflitos do barroco são deixados de
lado, entra em cena o objetivismo e a razão. A linguagem complexa é trocada por uma linguagem
mais fácil. Os ideais de vida no campo são retomados ( fugere urbem = fuga das cidades ) e a vida
bucólica passa a ser valorizada, assim como a idealização da natureza e da mulher amada. As
principais obras desta época são: Obra Poética de Cláudio Manoel da Costa, O Uraguai de Basílio da
Gama, Cartas Chilenas e Marília de Dirceu de Tomás Antonio Gonzaga, Caramuru de Frei José de
Santa Rita Durão.

Século XIX
A saturação dos modelos neoclássicos e a necessidade de uma literatura que expresse o país
independente resultam no florescimento do romantismo. O marco inicial do movimento é a
publicação de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães, em 1836. O ideal
romântico do nacionalismo é expresso pelos indianistas, dos quais se destaca o poeta Gonçalves
Dias (Primeiros Cantos). O individualismo é representado pela geração ultra-romântica – Casimiro
de Abreu, Junqueira Freire, Fagundes Varela e Álvares de Azevedo –, influenciada pelo poeta inglês
Lord Byron. O principal nome da poesia condoreira, que se caracteriza pela grandiloqüência e pelo
uso de antíteses e hipérboles, é Castro Alves (Espumas Flutuantes), conhecido como o poeta dos
escravos. Considerado o fundador do romance nacional, José de Alencar é o autor de narrativas
indianistas (O Guarani), históricas (As Minas de Prata), urbanas (Lucíola) e regionalistas (O
Gaúcho).

Romantismo ( século XIX )

A modernização ocorrida no Brasil, com a chegada da família real portuguesa em 1808, e a


Independência do Brasil em 1822 são dois fatos históricos que influenciaram na literatura do
período. Como características principais do romantismo, podemos citar : individualismo,
nacionalismo, retomada dos fatos históricos importantes, idealização da mulher, espírito criativo e
sonhador, valorização da liberdade e o uso de metáforas. As principais obras românticas que
podemos citar : O Guarani de José de Alencar, Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves de
Magalhães, Espumas Flutuantes de Castro Alves, Primeiros Cantos de Gonçalves Dias. Outros
importantes escritores e poetas do período: Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo, Junqueira
Freire e Teixeira e Souza.

Século XIX (segunda metade)


O esgotamento da literatura romântica, que se alimentava de uma visão idealizadora da realidade,
conduz à consagração do realismo. Influenciado pelo cientificismo, em voga na época, o movimento
busca a descrição objetiva da realidade. O maior escritor do período, Machado de Assis, no entanto,
não segue ortodoxamente esses princípios. Sua carreira costuma ser dividida em fase de
aprendizagem, na qual se observam resquícios do romantismo, como nos romances Ressurreição, A
Mão e a Luva e Helena; e a fase de maturidade, em que enfatiza a penetração psicológica e a
reflexão sobre a existência, como em Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom
Casmurro. Os contemporâneos de Machado de Assis adotam o naturalismo, que considera o homem
fruto do meio em que vive e leva a observação ao nível da minúcia, em sua ânsia de descrever
cientificamente a realidade. O principal representante dessa tendência no Brasil é Aluísio Azevedo,
autor de O Mulato e O Cortiço. Raul Pompéia cria em O Ateneu um estilo híbrido, realista com
traços naturalistas, incorporando também elementos vagos e sugestivos, característicos do
impressionismo, e a descrição grosseira e caricatural do expressionismo. Na poesia, duas correntes
dividem os artistas: o parnasianismo e o simbolismo. O parnasianismo propõe o ideal da arte pela
arte, dando preferência a uma poesia descritiva, em que sobressaem o rigor formal e o gosto por
temas clássicos. No Brasil, o movimento ganha a cena literária a partir da década de 1880 e nela
permanece até o começo do século XX. Seus maiores expoentes são Alberto de Oliveira
(Meridionais), Raimundo Correia (Sinfonias) e Olavo Bilac (Poesias). Os primeiros livros filiados
ao simbolismo, Missal (poemas em prosa) e Broquéis (poemas), pertencem a João da Cruz e Sousa e
foram publicados, ambos, em 1893. O movimento simbolista preocupa-se não em descrever
objetivamente, mas em sugerir. Por isso seus poemas parecem vagos, feitos de imagens que se
originam no sonho, na intuição, nas camadas mais profundas do inconsciente. Os versos possuem
grande musicalidade. Outro poeta simbolista de destaque é Alphonsus de Guimaraens (Dona
Mística).

Realismo - Naturalismo ( segunda metade do século XIX )

Na segunda metade do século XIX, a literatura romântica entrou em declínio, juntos com seus
ideais. Os escritores e poetas realistas começam a falar da realidade social e dos principais
problemas e conflitos do ser humano. Como características desta fase, podemos citar : objetivismo,
linguagem popular, trama psicológica, valorização de personagens inspirados na realidade, uso de
cenas cotidianas, crítica social, visão irônica da realidade. O principal representante desta fase foi
Machado de Assis com as obras : Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom
Casmurro e O Alienista. Podemos citar ainda como escritores realistas Aluisio de Azedo autor de O
Mulato e O Cortiço e Raul Pompéia autor de O Ateneu.

Parnasianismo ( final do século XIX e início do século XX )

O parnasianismo buscou os temas clássicos, valorizando o rigor formal e a poesia descritiva. Os


autores parnasianos usavam uma linguagem rebuscada, vocabulário culto, temas mitológicos e
descrições detalhadas. Diziam que faziam a arte pela arte. Graças a esta postura foram chamados de
criadores de uma literatura alienada, pois não retratavam os problemas sociais que ocorriam naquela
época. Os principais autores parnasianos são: Olavo Bilac, Raimundo Correa, Alberto de Oliveira e
Vicente de Carvalho.

Simbolismo ( fins do século XIX )

Esta fase literária inicia-se com a publicação de Missal e Broquéis de João da Cruz e Souza. Os
poetas simbolistas usavam uma linguagem abstrata e sugestiva, enchendo suas obras de misticismo e
religiosidade. Valorizavam muito os mistérios da morte e dos sonhos, carregando os textos de
subjetivismo. Os principais representantes do simbolismo foram: Cruz e Souza e Alphonsus de
Guimaraens.

1900-1922
Os modelos parnasianos e simbolistas estão desgastados, mas não há nova proposta estética, que só
se manifesta com o modernismo, em 1922. O pré-modernismo é considerado um período de
transição, em que prevalece a preocupação em entender a realidade social brasileira. Desenvolve-se
então o regionalismo, que aparece ainda no século XIX, com José de Alencar, Franklin Távora e
Bernardo Guimarães, e se caracteriza pela descrição pitoresca dos costumes do interior. João Simões
Lopes Neto, Valdomiro Silveira e Afonso Arinos estão entre os principais nomes dessa tendência,
mas o destaque pertence a Monteiro Lobato, autor de Urupês e Cidades Mortas, que se volta, em
seus contos, para o cotidiano do caipira. Ele também é muito conhecido pelas histórias infantis do
Sítio do Picapau Amarelo. Lima Barreto transpõe para seus romances a vida dos subúrbios cariocas,
numa linguagem que se distancia da influência parnasiana e da ideologia positivista. Euclides da
Cunha relata a Guerra de Canudos no monumental trabalho Os Sertões. Sobressai ainda a obra
original de Augusto dos Anjos (Eu), que traz para o universo da poesia o vocabulário científico e a
escatologia característicos do naturalismo.

Pré-Modernismo (1902 até 1922)

Este período é marcado pela transição, pois o modernismo só começou em 1922 com a Semana de
Arte Moderna. Está época é marcada pelo regionalismo, positivismo, busca dos valores tradicionais,
linguagem coloquial e valorização dos problemas sociais. Os principais autores deste período são:
Euclides da Cunha (autor de Os Sertões), Monteiro Lobato, Lima Barreto, autor de Triste Fim de
Policarpo Quaresma e Augusto dos Anjos.

1922-1930
O evento que marca o início do modernismo no Brasil é a Semana de Arte Moderna, realizada no
Teatro Municipal de São Paulo. Influenciados pelas vanguardas européias, os modernistas
promovem uma revolução estética baseada principalmente no verso livre, na incorporação poética
do cotidiano, na utilização de uma linguagem telegráfica, fragmentada, com elementos extraídos da
oralidade e do coloquialismo. Seus expoentes são Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel
Bandeira. Destacam-se ainda os escritores Menotti del Picchia e Cassiano Ricardo (do grupo Verde-
Amarelo), Raul Bopp e Alcântara Machado.

Modernismo (1922 a 1930)

Este período começa com a Semana de Arte Moderna de 1922. As principais características da
literatura modernista são : nacionalismo, temas do cotidiano (urbanos) , linguagem com humor,
liberdade no uso de palavras e textos diretos. Principais escritores modernistas : Mario de Andrade,
Oswald de Andrade, Cassiano Ricardo, Alcântara Machado e Manuel Bandeira.

1930-1945
As conquistas modernistas vão sendo incorporadas aos padrões estéticos nacionais, o que permitiu à
chamada geração de 30 voltar-se para temas de teor social, como a denúncia das desigualdades no
campo e na cidade. No romance, o movimento é conhecido como neo-realista e aparece nas obras de
Graciliano Ramos, Vidas Secas, de José Lins do Rego, Fogo Morto, de Rachel de Queiroz, O
Quinze, e de Jorge Amado, O País do Carnaval, autores que tratam da seca, da vida miserável
nordestina, da exploração e do desajuste social e psicológico. Erico Verissimo escreve, nesse
período, romances urbanos, entre eles Clarissa e Olhai os Lírios do Campo. Na poesia, observa-se o
retorno a um texto de contornos místicos, religiosos e sugestivos, que lembra certos aspectos do
romantismo e do simbolismo. Os principais poetas que atuam a partir de então são Jorge de Lima,
Murilo Mendes, Cecília Meireles, Vinicius de Moraes e Augusto Frederico Schmidt. Mário
Quintana segue essa tendência até a década de 1990. Carlos Drummond de Andrade, um dos mais
importantes poetas brasileiros, realiza uma síntese entre racionalismo e lirismo, revolta e
conformismo, angústia e humor.

Neo-Realismo (1930 a 1945)


Fase da literatura brasileira na qual os escritores retomam as críticas e as denúncias aos grandes
problemas sociais do Brasil. Os assuntos místicos, religiosos e urbanos também são retomados.
Destacam-se as seguintes obras : Vidas Secas de Graciliano Ramos, Fogo Morto de José Lins do
Rego, O Quinze de Raquel de Queiróz e O País do Carnaval de Jorge Amado. Os principais poetas
desta época são: Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade e Cecilia Meireles.

1940-1960
A literatura brasileira abandona o compromisso estrito com as temáticas de orientação social e revela a
tendência ao experimentalismo lingüístico. João Guimarães Rosa, autor de Sagarana e Grande Sertão:
Veredas, desenvolve um regionalismo universalista. João Cabral de Melo Neto trata da problemática social
em Morte e Vida Severina e produz uma poesia em que sobressaem o rigor formal e a contenção, sem
prejuízo do lirismo, em obras como A Educação pela Pedra. Clarice Lispector (Perto do Coração Selvagem
e Laços de Família) volta-se para a realidade psicológica das personagens, revelando influência do
existencialismo e valorizando as técnicas do fluxo de consciência. Também na linha do romance psicológico
está a ficção de Cornélio Pena (A Menina Morta) e de Lúcio Cardoso (Crônica da Casa Assassinada). Na
década de 1950 surge a poesia concreta, movimento de vanguarda criado pelos poetas Haroldo de Campos,
Augusto de Campos e Décio Pignatari. Ela se opõe ao formalismo da geração de 45, ao se aproximar dos
modernistas de 22, na medida em que propõe a destruição do verso e a exploração inovadora dos espaços da
página. Rivalizando com o grupo concretista aparece, em 1962, a Poesia Práxis, de Mário Chamie.

Décadas de 1960 e 1970


A situação política do país, com seus sucessivos governos militares e a censura, fortalece os romances-
reportagens, como os de José Louzeiro, e as obras que têm como pano de fundo a realidade brasileira, como
Quarup, de Antônio Callado. São também retratos da época livros como Zero, de Ignácio Loyola Brandão, e
A Festa, de Ivan Ângelo. Outro autor importante é Raduan Nassar, com sua linguagem apurada. Lígia
Fagundes Telles publica contos e romances de grande penetração psicológica. Na linha dos romances
intimistas, sobressaem a narrativa refinada de Autran Dourado (Sinos da Agonia) e o complexo trabalho
estilístico de Osman Lins (Avalovara). Os contos de Dalton Trevisan misturam o grotesco ao banal. Pedro
Nava destaca-se como memorialista. Ferreira Gullar, que se distanciara da poesia concreta, continua a
produzir sua poesia participante. A partir do fim dos anos 1970 aparece a chamada geração mimeógrafo,
responsável por uma poesia anárquica, satírica e coloquial. Seus principais nomes são Ana Cristina César e
Cacaso.

Década de 1980
O período conhecido por pós-modernidade tem como característica marcante a heterogeneidade –
pluralidade de vozes, de estilos, de gêneros e de visões do mundo. No Brasil, a chamada geração de 80 é
marcada pelo desencanto em relação aos ideais de engajamento social e político da década de 1970.
Caracteriza-se pela temática predominantemente urbana, com ênfase nos estilos pessoais e na exploração de
novas técnicas narrativas. João Antônio revitaliza o conto brasileiro, e Silviano Santiago, a narrativa
ficcional, com Em Liberdade (1981).

1980-1985
No gênero policial, Rubem Fonseca explora os efeitos psíquicos, sociais e estéticos da violência urbana,
sobretudo em A Grande Arte (1983). Hilda Hilst trabalha temas metafísicos, privilegiando a exploração do
universo sexual e a utilização do fluxo de consciência em poesia e prosa poética. Nas obras de João Gilberto
Noll (A Fúria do Corpo), a sexualidade vem acompanhada de um clima pesado de delírio. Caio Fernando
Abreu dedica-se ao romance urbano de inflexões intimistas. João Ubaldo Ribeiro investiga a história da
identidade brasileira em Viva o Povo Brasileiro (1984). Do mesmo ano é o romance de Nelida Piñon,
República dos Sonhos, que aborda as aventuras de imigrantes no Brasil. Na poesia, José Paulo Paes,
Haroldo de Campos e Paulo Leminski continuam a explorar técnicas inspiradas no concretismo. Ganha
destaque a poesia de Adélia Prado, que trabalha o universo feminino e cotidiano.

1986-1989
Ana Miranda lança o romance Boca do Inferno, sobre a vida de Gregório de Matos. No romance intimista
destaca-se o livro de estréia de Milton Hatoum, Relato de um Certo Oriente. Josué Montello privilegia o
universo maranhense em narrativas históricas. Nesse período divulga-se a poesia de Manuel de Barros
(publicada em 1990), cujo apurado trabalho estilístico se volta para os temas ligados à região do Pantanal.
Também é importante a obra reflexiva e metalingüística da poeta Orides Fontela.
Década de 1990
Em meio à pluralidade de estilos e técnicas característicos da pós-modernidade, sobressaem algumas
tendências comuns. É o caso dos romances que, inspirados no fim do milênio, procuram analisar a história
do país por meio de incursões ficcionais na história contemporânea. Também ressurge a temática
memorialística, que, com base em lembranças pessoais, compõe certos painéis da história nacional.

1990-1995
O compositor Chico Buarque estréia no romance com a narrativa labiríntica e delirante de Estorvo (1991).
Na moderna prosa regionalista, Francisco Dantas retrata um Nordeste em decadência em Coivara da
Memória. Fernando Morais publica o romance-reportagem Chatô, e João Silvério Trevisan se destaca no
romance histórico (Ana em Veneza). Na poesia, a influência do concretismo e da música popular aparece na
obra de Arnaldo Antunes. Ganha importância uma nova geração de poetas: Alexei Bueno, Nelson Ascher,
Régis Bonvicino, Rubens Rodrigues Torres Filho e Paulo Henriques Britto, além do veterano Wally
Salomão.

1996-1999
Bernardo Carvalho mescla o suspense ao trabalho de desconstrução da narrativa nas obras Os Bêbados e os
Sonâmbulos (1996) e Teatro (1998). Dentro do gênero urbano e policial, Patrícia Melo evidencia a
influência de Rubem Fonseca em O Matador (1995). Paulo Lins estréia na prosa com Cidade de Deus
(1997), romance social ambientado na periferia carioca. Na literatura de orientação memorialista, destacam-
se Carlos Heitor Cony (Quase Memória, 1997) e Modesto Carone (Resumo de Ana, 1999), cuja narrativa
explora a lembrança articulada à observação de fatos reais. A ficção ligada a acontecimentos históricos
também está presente na obra de Zulmira Ribeiro Tavares (Cortejo em Abril, 1998) e de Moacyr Scliar
(Sonhos tropicais). Silviano Santiago aborda a decadência familiar em De Cócoras (1999). Na poesia, são
publicados livros póstumos de Carlos Drummond de Andrade (Farewell, 1997) e de Guimarães Rosa
(Magma, 1998). Ferreira Gullar lança o livro de poemas Muitas Vozes (1999).

Anos 2000
A escritora Patrícia Melo recebe o Prêmio Jabuti de 2001, na categoria Romance, com Inferno, um painel de
personagens do Rio de Janeiro, em que o protagonista da epopéia carioca é um fora-da-lei, Reizinho, um
garoto de 11 anos, ex-viciado em crack. Anderson Braga Horta vence na categoria Poesia, com o livro
Fragmentos da Paixão. O livro Corações Sujos, do escritor e jornalista Fernando Morais, conquista o prêmio
de melhor livro na categoria reportagem. A obra aborda a história da Shindo Renmei, a seita nacionalista
que aterrorizou a colônia japonesa no Brasil após o fim da II Guerra Mundial, por se recusar a aceitar que o
Japão tivesse saído derrotado do conflito. Em Ciências Sociais destaca-se a obra Intelectuais à Brasileira, de
Sérgio Micelli. Em 2002, Ariano Suassuna recebe o Prêmio Jorge Amado de Literatura e Arte, na Bahia,
pelo conjunto de sua obra. Comemoram-se os centenários de Carlos Drummond de Andrade e Sérgio
Buarque de Holanda. São festejados os 100 anos de Os Sertões, marco da literatura brasileira
contemporânea. Em 2003, Rubem Fonseca recebe o Prêmio Camões; e Nélida Piñon, o Prêmio
Internacional Menéndez Pelayo. Chico Buarque lança Budapeste e se consagra como um dos principais
autores contemporâneos. Nesse mesmo ano, cria-se a Festa Literária Internacional de Parati (Flip), que, já
no ano seguinte (2004), renomeada Feira Literária de Parati, se torna um dos eventos mais aguardados do
gênero. Autores como o próprio Chico Buarque, Don DeLillo, Paul Auster, Martin Amis e o historiador Eric
Hobsbawm participam de debates, palestras e leituras.

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