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Brazilian Homeopathic Journal 11 (2) 8-13 2009

Medicamentos homeopáticos para tratamento de vacas leiteiras com

cistos ovarianos*
Homeopathic medicines for the treatment of dairy cows with cystic ovarian disease

Marco Antônio Rautha Filho1; Lilian Bison2,**

1
Médico veterinário, Homeopata.
2
Médica veterinária, Homeopata, MSc., DSc. Instituto Hahnemanniano do Brasil

*Trabalho de conclusão do Curso de Pós-graduação em Homeopatia para Médicos veterinários do Instituto Hahnemanniano do Brasil
** Orientadora

Abstract

The veterinary that wants to use the homeopathic therapy, usually has a lot of difficulties to find scientific papers published
about this therapeutic and the easiest way to find information is reading books or searching in the internet. But in this kind of
sources, the explanations and justifications about the prescriptions proposed aren’t clinically and scientifically based. The aim of
the present study was to list the homeopathic medicines to treat the cystic ovarian disease in dairy cows, found on the non-
scientific and on scientific literature to discuss the justifications the authors gave to indicate the usage of each medicine. The use
of homeopathic medicine must be based in proper technical and scientific studies, based on a deep and methodic study of the
illness and on the Hahnemann’s Classification of Diseases. The books and any other non scientific source that spreads
information about the use of homeopathic medicines that aren’t clinically and scientifically based can’t be considered a source to
study about homeopathic therapy.

Keywords: Cystic ovarian disease, Homeopathic treatments, Review.

Resumo

O veterinário que deseja empregar a terapêutica homeopática tem como principal fonte bibliográfica os livros ou sites de
cunho não científico disponíveis na internet, devido a escassez de publicações científicas nesta área. Porém, nesses trabalhos as
explicações e justificativas das prescrições são extremamente superficiais e insuficientes do ponto de vista clínico e científico. O
objetivo do presente artigo foi listar os medicamentos homeopáticos indicados na literatura científica e não-científica para o
tratamento de vacas leiteiras com ovariopatia cística e discutir as justificativas dadas pelos autores para o uso das medicações
indicadas. Conclui-se que a indicação medicamentosa homeopática deve ser realizada com embasamento técnico-científico
adequado, com referências teóricas baseadas no estudo metódico e aprofundado da enfermidade e considerando-se a
Classificação Hahnemanniana de Doença. Os livros ou qualquer outra fonte não científica com indicações medicamentosas que
não respeitam esses critérios propagam informações de qualidade duvidosa e não podem ser considerados como fontes confiáveis
para disseminação do conhecimento homeopático.

Palavras-chave: Cistos ovarianos, Terapêutica homeopática, Revisão de literatura.

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 Rautha Filho; Bison. Brazilian Homeopathic Journal, 11 (2): 8–13, 2009
1. INTRODUÇÃO
As terapêuticas não convencionais, como a
homeopatia e a fitoterapia, estão sendo mais
procuradas não apenas para uso médico, mas
também médico veterinário, principalmente
porque a normativa que regulamenta a produção
orgânica animal no Brasil indica a utilização de
ambos para tratamento dos animais orgânicos
(BRASIL, 1999). Ambas enfrentam, em maior ou
menor grau, certo descrédito em sua seriedade
científica por terem sido denegadas ao domínio
popular durante muitos anos.
Algumas das causas do pequeno volume de
trabalhos experimentais na área da homeopatia
veterinária são: o pequeno número de
pesquisadores que tem a homeopatia como tema
principal de sua linha de pesquisa (BRASÍLIA
VIRTUAL, 2008) e o pouco tempo de
reconhecimento da área como especialidade
médico-veterinária (BRASIL, 1995). Mas, espera-
se que com a crescente inserção da disciplina de
Homeopatia na grade curricular dos cursos de
graduação e de pós-graduação em Medicina
veterinária, este quadro venha a mudar, como
tem sido observado com a fitoterapia e a
acupuntura.
No momento, a literatura não-científica sobre
homeopatia ainda é bastante difundida e grande
parte dos trabalhos disponíveis sobre o tema é
proveniente do conhecimento prático a campo.
Nesses trabalhos, do ponto de vista científico, as
explicações e justificativas das prescrições são
extremamente superficiais e insuficientes.
No presente trabalho as indicações
medicamentosas para o tratamento da
enfermidade cística ovariana, também
denominada de ovariopatia cística ou apenas de
cistos ovarianos, foram escolhidas para
discussão. A escolha foi feita devido à
importância deste distúrbio para a bovinocultura
leiteira orgânica e à facilidade de aquisição dos
trabalhos.
O objetivo do presente artigo foi listar os
medicamentos homeopáticos indicados nos
trabalhos mais difundidos na literatura científica
e não-científica para o tratamento de vacas
leiteiras com ovariopatia cística, discutindo as
justificativas dadas pelos autores para o uso das
medicações indicadas, a fim de auxiliar o uso
racional desses recursos terapêuticos.
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2. DESENVOLVIMENTO
Os cistos ovarianos são estruturas foliculares
anovulatórias que ultrapassam os 2,5cm de
diâmetro, que permanecem no(s) ovário(s) por
no mínimo 10 dias, na ausência de corpo lúteo
funcional (WILTBANK et al., 2002).
A etiopatogenia desta enfermidade ainda é
desconhecida e os estudos indicam que esta é
uma doença secundária a uma disfunção
endócrina. Esta condição anovulatória é
observada principalmente em vacas de alta
produção leiteira (WILTBANK et al., 2002).
As principais causas prováveis de cisto
ovariano são a deficiência de receptores de LH
nos ovários apesar da liberação normal desse
hormônio na hipófise ou um déficit no
mecanismo de liberação de GnRH ou de LH por
falha na produção desses hormônios (WILTBANK
et al., 2002).
As vacas com cistos ovarianos apresentam
ovários aumentados e resistentes à pressão
manual, inchaço vulvar e perineal, mucometra
ou hidrometra, além de útero e cérvix
edematosos, aumentados e flácidos. A mucosa
uterina desses animais pode apresentar
hiperplasia e dilatação cística das glândulas
endometriais. Algumas vacas com cistos
ovarianos apresentam relaxamento dos
ligamentos pélvicos, ganham peso corporal e
tornam-se letárgicas. Podem apresentar também
elevação da base da cauda e espessamento do
pescoço, ficando com a aparência masculinizada
(CASTILHOS et al. 2003).
Tratamento homeopático da ovariopatia
cística em vacas leiteiras segundo a literatura
não científica
Como fonte bibliográfica não-científica,
escolheu-se o livro “Homeopatia para animais
domésticos e de produção” (TIEFENTHALER,
1996), muito utilizado por estudantes de
medicina veterinária quando começam a se
interessar pela homeopatia veterinária.
Thiefenthaler (1996) indica os medicamentos
abaixo transcritos, para tratamento das vacas
leiteiras que apresentam ovários císticos. As
justificativas do autor para as indicações
medicamentosas estão transcritas em seguida ao
medicamento.
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- Apis mellifica 4dH, 30dH
Indicação clínica: cistos de ovário direito.
- Aristolochia clematis 1dH , 5dH e 30dH
Indicação clínica: falta de cio ou cio fraco em
vacas anovulatórias. Estimula o derramamento
de hormônios sexuais sobre a hipófise.
Aristolochia regula a produção hormonal
perturbada. Sistema ovariano: Apis elimina os
cistos, Aristolochia realiza um cio fértil.
- Aurum metallicum 4dH, 12dH, 30dH, 200dH
Indicação clínica: Os animais são calmos,
apáticos, se deixados sozinhos. O menor motivo
os deixa furiosos agressivos. As vacas mugem,
pegam tudo o que está no caminho com os
chifres, decaem novamente em letargia. Via de
regra essas vacas têm os lábios da vulva
inchados, secreção vaginal purulenta, ligamentos
da pelve frouxos e cistos de ovário. Presença de
cistos de ovário em vacas com vício de mugir.
Ninfomania com ou sem cistos de ovário.
- Graphites 12dH, 30dH
Indicação clínica: para cios curtos e fracos,
intervalos estrais prolongados indicados para
vacas pesadas, lentas com tendência a supuração
e membrana do casco mole .
- Iodum 4dH, 12dH, 30dH
Indicação clínica: hiperplasia, mas também
atrofia dos ovários, perturbação de ciclo e aciclia
em caso de ovários pequenos não funcionais.
- Kalium iodatum
Indicação clínica: semelhante ao Iodum, mas não
tão intenso e esterilidade.
- Lilium tigrinum 3dH, 30dH, 200dH, 1000dH
Indicação clínica: cistos de ovário associados
com prolapso vaginal.
- Platinum metallicum 12dH, 30dH, 200dH
Indicação clínica: cistos de ovário com
ninfomania e maldade.
- Pulsatilla 2dH , 4dH , 30dH, 30dH, 200dH
Indicação clínica: anestria, junto com
Aristolochia para cio fraco (Pulsatilla regula as
funções, Aristolochia estimula a ruptura do
folículo).
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Tratamento homeopático da ovariopatia
cística em vacas leiteiras segundo a literatura
científica
São escassos os trabalhos encontrados na
literatura científica sobre tratamento da
ovariopatia cística com medicamentos
homeopáticos.
Silva et al. (2001) utilizaram o medicamento
Pulsatilla nigricans para redução do puerpério
em vacas de corte e de leite. O medicamento foi
administrado em um ponto de acupuntura
localizado entre o músculo coccígeo e o
esfíncter anal, a uma profundidade de 7 a 10 cm.
Dos 353 bovinos utilizados no estudo um total
de 127 vacas apresentaram redução do período
de anestro no pós-parto imediato. Mas os autores
não indicaram se algum desses animais
apresentava a ovariopatia cística como
determinante do puerpério prolongado.
Cech et al. (1999) descreveram a utilização
do Ovarium compositum® administrado por via
subcutânea e intramuscular no tratamento do
cisto ovariano. O uso deste medicamento é
difundido entre os que utilizam homeopatia no
tratamento dos animais, provavelmente
influenciando a escolha do produto a ser testado
pelos autores. Porém, o medicamento é indicado
para uso humano, por via oral, uma a três vezes
ao dia (HEEL, 2005).
O Ovarium compositum® é um medicamento
homeopático complexo que apresenta a seguinte
composição: (ingredientes por 100 mL) -
Aquilegia vulgaris 4X, Hydrastis canadensis
4X, Lilium tigrinum 4X, Cypripedium pubescens
6X, Ipecacuanha 6X, Apisinum 8X,Kreosotum
8X, Oophorinum 8X, cis-Aconiticum acidum
10X, Lachesis mutus 10X, Magnesia
phosphorica 10X, Mercurius solubilis 10X,
Placenta suis 10X, Salpinx suis 10X, Sepia 10X,
Uterus suis 10X, Hypophysis suis 13X,
Pulsatilla 18X. Sendo 1mL de cada
medicamento citado em uma solução isotônica
base de cloreto de sódio (HEEL, 2005).
No trabalho de Cech et al. (1999) 38,50%
dos animais tratados apresentaram sinais de
estro após o tratamento, porém este valor não
diferiu do observado no grupo que recebeu o
placebo.
Pinto (2001) descreveu uma metodologia
baseada na Classificação Hahnemanniana de
Doença e na racionalidade médica. Este
protocolo foi utilizado para determinação dos
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medicamentos homeopáticos a serem utilizados
no trabalho de Castilhos et al. (2003) para
tratamento de vacas leiteiras com diagnóstico de
ovariopatia cística (Protocolo Homeocyst).
A metodologia descrita por Pinto (2001)
consiste em:

Estudo clínico da enfermidade,
principalmente de seus sinais clínicos e
seu mecanismo fisiopatológico,
resultando no que se denomina imagem
clínica da enfermidade.

Estudo dos medicamentos homeopáticos
que podem ser utilizados para o
tratamento da enfermidade. Estes são
obtidos por meio de consulta dos
sintomas clínicos no Repertório
Homeopático, que é um índice de
sintomas em que são indicados todos os
medicamentos que os produziram em
experimentação em organismos
saudáveis. Deste estudo resulta o que se
denomina de imagem repertorial.

Correlação da imagem clínica da
enfermidade com a imagem repertorial
dos medicamentos homeopáticos, a fim
de se obter o medicamento que
corresponda à fisiopatologia e aos
sintomas da enfermidade, e à provável
biotipologia da raça estudada. Esta é o
que se denomina imagem patogenética
da enfermidade.
O Protocolo Homeocyst, obtido a partir da
metodologia acima descrita, consiste no uso dos
medicamentos homeopáticos Apis mellifica e
Oophorinum para tratamento de vacas leiteiras
com cistos no ovário direito, e dos
medicamentos Thuya ocidentalis e Oophorinum
quando esses animais apresentam cistos no
ovário esquerdo ou em ambos os ovários
(CASTILHOS et al., 2003). Nesse protocolo adota-se
a potência medicamentosa 6CH em apresentação
líquida e com alcoolatura de 70%.
No trabalho de Castilhos et al. (2003) cada
animal recebeu o volume total de 2mL de
medicamento, correspondendo a 1mL de cada
medicamento por animal e por administração.
Os medicamentos foram administrados uma vez
ao dia por via vaginal, após prévia higienização
da vulva e regiões vizinhas empregando seringas
descartáveis de 3mL e bainhas de inseminação
artificial cortadas a 20cm da ponta romba,
individuais e previamente higienizadas com
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água e sabão e, posteriormente, com álcool
etílico hidratado a 92,8º GL. Os medicamentos
foram administrados até a manifestação de sinais
clínicos do estro, sendo os animais inseminados
artificialmente oito a doze horas após.
Os medicamentos homeopáticos indicados no
Protocolo Homeocyst apresentam afinidade
pelos órgãos da reprodução, principalmente os
ovários, determinando proliferação celular,
formação cística e suas conseqüências clínicas.
O medicamento Thuya ocidentalis tem ação,
sobretudo, no ovário esquerdo, e o Apis mellifica
no ovário direito. Já o medicamento
Oophorinum, que é preparado a partir do extrato
de ovário saudável de origem bovina ou ovina,
foi adotado como drenador organoterápico,
baseando-se no Princípio de Identidade
Biológica. Esse princípio afirma que um órgão
doente é eletivamente sensível ao seu homólogo
sadio por especificidade celular, glandular e
tissular (CASTILHOS et al., 2003).
No trabalho de Castilhos et al. (2003), a
duração do tratamento foi de aproximadamente
13 dias e 87,50% dos animais tratados ficaram
gestantes após a segunda inseminação artificial,
havendo expressiva diferença em relação ao
grupo controle, no qual apenas 31,82% dos
animais ficaram gestantes.
3. DISCUSSÃO
A ovariopatia cística em vacas leiteiras pode
ser classificada como uma enfermidade
dinâmica crônica diatésica de natureza sicótica.
As indicações do trabalho não científico de
Thiefenthaler (1996) incluem medicamentos
compatíveis com a diátese sicótica como o
Graphites, Apis mellifica, Platinum, Pulsatilla
nigricans e Lilium tigrinum. Porém, as
justificativas das indicações medicamentosas são
simplesmente baseadas na vivência do autor, que
não relata qualquer referência bibliográfica de
cunho científico nem descreve a patofisiologia
observada na enfermidade para embasar essas
indicações. Esta falta de embasamento teórico
também resultou em indicações medicamentosas
incompatíveis com a enfermidade em questão,
como no caso do Aurum metallicum, do Iodium
e do Kali iodatum que são medicamentos de
natureza predominantemente sifilínica.
Cech et al. (1999) utilizaram o Ovarium
compositum®, que é um medicamento composto
que engloba organoterápicos e medicamentos de
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diáteses diversas, inclusive o principal anti-
sifilínico (Mercurius solubilis). Provavelmente,
o inexpressivo resultado do tratamento possa ser
explicado pelo erro na escolha do medicamento
empregado.
No trabalho de Castilhos et al. (2003),
entretanto, dois medicamentos de natureza
sicótica foram adotados para tratamento da
ovariopatia cística: Apis mellifica e Thuya
ocidentalis. O Oophorinum, que é um
organoterápico, não pode ser avaliado
diatesicamente. O uso dessa medicação, que é
compatível com a avaliação da enfermidade,
segundo a Classificação Hahnemanniana de
Doença, pode justificar o bom resultado do
tratamento, confirmando a importância e
necessidade de serem adotadas metodologias
racionais para determinação de um protocolo
terapêutico e do estudo aprofundado da
enfermidade para entendimento do processo
fisiopatológico envolvido e correta indicação
medicamentosa.
A aquisição de artigos de revistas científicas
homeopáticas é difícil, principalmente para o
veterinário que se encontra no interior do país, já
que a maioria dos títulos não é disponibilizada
on-line de forma gratuita nem são encontrados
com facilidade em bibliotecas nacionais. Além
deste fato, o volume de pesquisas nessa área
ainda é muito pequeno, não apenas no Brasil.
Assim, as maiores fontes bibliográficas
utilizadas por aqueles que desejam utilizar a
terapêutica homeopática na pecuária ainda são
os livros ou sites de cunho não científico
disponíveis na internet. Isto compromete tanto o
atendimento do profissional como a disseminação do conhecimento homeopático.
credibilidade desta área de estudo, já que são
trabalhos que não passaram por uma avaliação
científica criteriosa. Grande parte dos livros
sobre indicações medicamentosas em
homeopatia veterinária, não utilizam trabalhos
experimentais que as comprovem, nem se
baseiam em protocolo clínico
experimentalmente testado para obtenção de
propostas medicamentosas como fonte
bibliográfica das informações publicadas.
Há uma necessidade urgente de maior
envolvimento dos pesquisadores em produzir
trabalhos criteriosos que possibilitem o uso
racional desta terapêutica.
4. CONCLUSÃO
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A ovariopatia cística pode ser classificada
como uma enfermidade dinâmica crônica
diatésica, segundo a Classificação
Hahnemanniana de Doença devendo ser tratada
por um medicamento de natureza sicótica.
Na literatura não científica não houve um
embasamento teórico racional para as indicações
medicamentosas, tendo sido indicado o uso de
medicamentos de natureza sifilínica. Os
medicamentos que eram diatesicamente
compatíveis com a enfermidade estudada foram
indicados de forma não-experimental e as
justificativas apresentadas pelo autor são
extremamente superficiais.
Na literatura científica, o uso do
medicamento Ovarium compositum®, um
complexo que utiliza medicamentos de várias
diáteses além de organoterápicos, mostrou-se
ineficaz para o tratamento de animais com cistos
ovarianos. Já o teste clínico controlado
utilizando dois medicamentos de natureza
sicótica (Apis Mellifica e Thuya Ocidentalis)
associado ao uso de um organoterápico
(Oophorinum) apresentou resultados
extremamente satisfatórios.
A indicação medicamentosa homeopática
deve ser realizada apenas com embasamento
técnico-científico adequado, utilizando-se
referências teóricas baseadas no estudo metódico
e aprofundado da enfermidade e respeitando-se a
Classificação Hahnemanniana de Doença. Os
“guias” para indicação medicamentosa que não
respeitam esses critérios propagam informações
de qualidade duvidosa e não podem ser
considerados como fonte confiável para
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Support: não.
Conflict of interest: não.
Correspondent author: Lilian Bison – lilianbison@terra.com.br
How to cite this article: RAUTHA FILHO, M. A.; BISON, L. Medicamentos homeopáticos para tratamento de vacas leiteiras
com cistos ovarianos. Brazilian Homeopathic Journal [online], v. 11, n. 2, p. 8 - 13, 2009.

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