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Porto 2007
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Porto 2007
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Sumário:
Com o advento do novo milénio centrou-se a atenção na inovação tecnológica, nos
problemas e nos benefícios que esta trouxe consigo. Estudando as organizações
modernas evidencia-se uma nova fisionomia no interior de cada organigrama político.
A ideia deste trabalho é aquela de fornecer um panorama geral acerca da relação entre a
comunicação política e a Internet em Itália, de maneira a entender se este novo meio de
comunicação consegue modificar os hábitos políticos dos partidos e dos cidadãos,
fazendo uso das potencialidades de que se dispõem para melhorar a política, tendo
presente que a “jovem idade” da Web não permite julgar eficazmente a questão.
Retivemos interessante estudar as possíveis aplicações da Internet em campo político,
verificar as modalidades pelas quais os partidos as adoptam, e avaliar as vantagens de
um modelo comunicativo na Rede que, à diferença do vertical e unidireccional dos
media tradicionais se altera para um outro bidirecional; por um lado presta-se a fornecer
às mãos das instituições e das associações políticas um formidável instrumento para
veicular informação aos cidadãos mas, por outro lado, permite a reactivação do processo
inverso, ou seja, a participação activa dos cidadãos no debate político. Esta investigação
foi realizada através do estudo de literatura científica, suportes temáticos, material
recolhido da Internet e repostas dadas pelos responsáveis dos sítios Web ao
questionário.
Partindo da definição do termo comunicação política, o primeiro capítulo ilustra a
evolução desta ao longo dos anos através da passagem pelos média tradicionais.
O segundo capítulo centra-se exclusivamente na Internet. Serão apresentadas as relações
entre a Internet e a esfera política: as suas funções da rede e as mudanças que a nova era
definida por “sociedade do conhecimento” implementou, as vantagens e desvantagens
da comunicação política na Internet, assim como, o debate acerca da democraticidade da
Rede, relacionado o nexo entre inovação tecnológica e renovação da política.
As características dos sujeitos políticos do ciberespaço são o argumento tratado no
quarto capítulo, onde serão analisados alguns sítios partidários e a sua estrutura. Depois,
serão expostos questionários realizados aos responsáveis dos dois maiores partidos
políticos em Itália, de maneira a compreender melhor a sua relação com este novo meio
de comunicação. Para compreender a fundo a relação entre partidos políticos e Internet
efectuamos um estudo empírico neste capítulo a fim de observar as características dos
principais sítios partidários, efectuando seja análises que avaliações de acordo com
modelos científicos vigentes.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
O simples facto de escrever a tese é já um imenso prazer. Mas quando, além disso,
vemos concluído este trabalho, como me acontece com este, a alegria é ainda maior. Por
isso quero, nestas linhas, agradecer às pessoas que, de um modo ou de outro,
contribuíram para que isso acontecesse.
Refiro-me em especial à minha querida professora Dr.ª Ana Gabriela Nogueira e ao meu
orientador Professor Engenheiro António Cardoso, pela infinita paciência de que deram
provas, da forma como sempre souberam motivar-me, e pela orientação pedagógica
oferecidas durante o desenvolvimento da Monografia. Nunca saberei dizer quanto lhes
agradeço por se terem mostrado disponíveis para que eu pudesse findar este meu
percurso universitário.
Contudo, gostaria ainda, de saudar também todos os Professores que tive ao longo do
meu percurso académico, pela formação oferecida, seja de âmbito teórico que, técnico –
prático; pelos ensinamentos obtidos por mim às diversas disciplinas, no âmbito do curso
de Ciências da Comunicação na Universidade Fernando Pessoa, na cidade do Porto.
Por último recordo com afecto os meus pais e a minha irmã, os mais indefectíveis
crentes nas minhas capacidades.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Índice
Índice de tabelas 7
Índice de figuras 7
Introdução 9
Conclusão 99
Bibliografia 105
Apêndice 110
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Índice de tabelas
Índice de figuras
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Introdução.
O objecto de estudo num primeiro momento é teórico, e detém como propósito fornecer
uma leitura, de carácter analítico acerca do uso das novas tecnologias pelos partidos
políticos. Por isso, nas páginas sucessivas será desenvolvido um estudo, da relação
existente entre a esfera política, praticada pelo(s) governo(s) italiano(s), (representada
neste caso pelos partidos políticos) e Internet, com incidência relevante no aspecto
comunicacional.
Sobre a base destas premissas teóricas, o trabalho constitui-se como uma intenção de
analisar as mudanças registadas, na prova como os partidos políticos comunicam, seja
no seu interior, ou no confronto destes verso os cidadãos – eleitores.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
A difusão da Internet na sociedade moderna vem sendo definida pelos mais variados
sectores, empresariais, institucionais ou de cidadania, como uma revolução cultural, em
grau de abater virtualmente o tempo e o espaço. Internet, como novo instrumento
comunicativo, é diferente dos precedentes média, porque requer do utente práticas
hábeis, utilizando o computador pessoal e os seus sistemas operativos, e na
disponibilidade de ter acesso a ferramentas mais adequadas, evidenciados nos contínuos
processos tecnológicos, sejam eles de hardware ou de software.
Por outro lado, é historicamente verificável como qualquer tipo de poder se apoia, e
consolida a sua acção de governo assente na propaganda; na capacidade de persuadir os
indivíduos através dos meios de comunicação ao seu alcance. Em particular, a partir do
século XIX, a relação entre partidos políticos e mass – media foi-se entrelaçando, até se
transformar numa forma de “dependência recíproca”.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Depois, num segundo momento, verificar-se-á através de um estudo acerca dos recursos
utilizados por 7 dos principais partidos italianos, no caso específico, a Internet, como
novo meio de comunicação política, com o objectivo de analisar as mudanças que a
introdução deste novo instrumento determinou, seja no interior dos partidos, que na
política em geral, isto é, na relação entre partidos e cidadãos.
A Internet poderá ser uma forma de democratização, permitindo uma maior liberdade de
expressão aos eleitores e um maior protagonismo aos partidos e aos candidatos
menores. Mas, por outro lado, os cidadãos também têm uma palavra a dizer em todo o
processo, é que não basta ter os meios ao alcance, é necessário participar, ser voz activa.
Mas para que isso aconteça é necessário melhorar os níveis de conhecimento, não só os
que dizem respeito à tecnologia, mas também o que diz respeito à vida política, de
forma a se poder intervir com responsabilidade e rigor nas questões de âmbito político –
partidário.
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Apesar do esforço dos candidatos no uso da Internet, os estudos revelam que apenas um
pequeno número de utilizadores acedem aos sites políticos. E, aqueles que acedem,
constituem um segmento de mercado (net-users) que já tinham interesse pela política e
mantinham contacto com os políticos (Norris, 2000; Margolis & Resnick, 2000).
Parece, pois, que a Internet reforça os vínculos já existentes mais do que encoraja
aqueles que estão afastados, marginalizados ou indiferentes ao sistema político.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
De facto, apesar dos vários perfis que assumiu nos séculos, a comunicação política
como forma civil de interacção, afirma-se já como nascimento de um embrião de
organização social de carácter urbano e de natureza democrática.
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Daqui nasce o eixo central que traz consigo o desenvolvimento da comunicação política
no debate político, nos lugares onde os cidadãos discutem, confrontam-se, colaboram,
decidem, ou seja fazem política, desde a Agorà da polis grega ao foro da idade
republicana de Roma, ás praças de Municípios medievais em Itália, até chegar à
Revolução Francesa e depois, ainda, à afirmação dos Estados nacionais até aos actuais
debates nos parlamentos dos Estados europeus.
Seguro é que seja no plano do processo diacrónico (ao longo do tempo), seja naquele
antropológico – cultural, as técnicas de sedução em que se baseia a comunicação
política evoluíram e aperfeiçoaram-se em modo considerável, mas sempre num contexto
de democracia que se distinguiram em momentos históricos consideráveis, enquanto
não se pode omitir quanto tenha estado mortificada a comunicação política em fase de
ideologias de despotismo laico e eclesiástico enquanto expressão de estrangulamentos
de ideais libertários, precisamente no longo arco de tempo que vai da idade imperial de
Roma até ao desabamento do absolutismo de setecentos (Ibidem, p. 497).
Será na época das luzes, de facto, que a comunicação política reencontrará a sua linha
vital graças a um jornalismo cada vez mais livre de censuras, que no século sucessivo
acentuará o carácter de modernidade unido a outros fenómenos sociais como:
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“ (…) Era claro para os políticos italianos que, com a televisão se entrava não só nas casas, mas
numa nova dimensão da comunicação política, na qual, a mensagem e o orador atingiam uma
visibilidade e uma exposição jamais pensada” (Novelli, 1995, p.16).
Este conceito de Meyrowitz poderia configurar-se como uma resposta válida, ainda que
para alguns estudiosos parece um ponto de vista demasiado optimista, contudo não
concluído, relativo à aquisição por parte do cidadão, de instrumentos críticos pessoais e
conscientes de si no confronto de assuntos de interesse comum, próprios da política.
Sendo assim, à luz do exposto pode-se afirmar que, a comunicação política conota-se
como uma rede de trocas de natureza política, em que se movem os três actores da
fenomenologia da política moderna: instituições políticas emergentes, mass – media e
cidadãos, num contexto dinâmico de interacção, isto è, num espaço público alargado
(sinalizados com os media electrónicos).
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
“na sua dimensão política a comunicação é uma força seja para o consenso, seja para o
conflito; as campanhas eleitorais nas democracias liberais são para ambos a mudança e a
estabilidade; (…) a comunicação política é ao mesmo tempo fonte de poder e de
marginalização, produzida e consumada pelos cidadãos, actores mais ou menos autónomos,
informados, determinados e criativos, mas também modelados por potentes (…) estruturas”
Nimmo e Swanson, 1990, p.22).
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Este conceito, de facto, pode fazer referência a diversos fenómenos do objecto de estudo
de múltiplas disciplinas (ciências da comunicação, linguística, sociologia da cultura,
ciência política) que analisam as suas características seja em função do contexto em que
a linguagem se desenvolve, seja das várias modalidades a que se propõe.
Deste esquema emerge a matriz sociológica própria da content analysis, onde o termine
“mensagem” é usado na acepção de “puro achado sociológico”, “ o produto de um
grupo e o produto de um indivíduo, somente enquanto representante ou intérprete dos
valores aos quais o grupo pertence” (De Lillo, 1971, p.3).
“ (…) são, de facto, objecto de estudo da análise de conteúdo os livros, os artigos de jornais e
revistas, os discursos políticos, as transmissões de rádio e televisão, os filmes, as obras teatrais,
os slogans, os manifestos, os quadros, os desenhos, as fotografias, as composições musicais,
tudo aquilo que, vem endereçado ao público, com o objectivo de lhe comunicar qualquer coisa,
de o informar ou de o convencer” (Ibidem, 3,11).
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
“ o estudo da linguagem política e dos seus significados deve-se fundar não só sobre a análise
lexical e consulta do dicionário, mas também examinar o modo em que o destinatário se
relaciona com vários contextos sociais, se pertence ou não a tal contexto, e de que maneira
responde aos diversos tipos de linguagem”.
Não se está muito distante daquele conceito de political discorse entendido como o
complexo da troca comunicativa entre os vários actores da arena política, em breve o
debate político, mas também a informação política e expandindo-se além dos aspectos
linguísticos da comunicação política. À luz daquilo que foi dito, a linguagem política
pode simplesmente ser estudada como um assunto sócio -politológico que, para além
das sua estruturas linguísticas, conecta-se à observação da actividade da comunicação,
no contexto dos fenómenos da política, propondo-se como instrumento capaz de
estabelecer legados lógicos entre comunicação política imediata e comunicação política
mediatizada.
E a política onde ela se encontre, em certos contextos sócio – culturais vem muitas
vezes conotada severamente pelo carácter de conversação enquanto feita de palavras,
em evidente contraposição com a política entendida como acção. Mas analisando de
maneira filosófica o conceito de política “ falada”, concorda-se com o Corcoran quando
faz referência que
“Afirmar que a política é feita de palavras implica que é coisa diferente da violência e da força.
Na realidade, uma política como troca verbal é aquilo que na Constituição ateniense vem
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entendida como forma de governo aberto e democrático que se apoia na persuasão antes de
qualquer outro tipo de forças.” (Corcoran, 1990, p.52).
“é a linguagem sobre eventos políticos, mais do que os eventos em si mesmos (…) isto é, de que
o público faz experiência: até dos acontecimentos mais próximos deriva o próprio significado da
linguagem que os descreve. Por esta razão a linguagem politica é a realidade política”.
A linguagem política, portanto, para além da perspectiva teórica da qual pode ser
analisada, por si mesma resulta numa entidade própria, ontologicamente presente nas
realidades democráticas, assim como nos sistemas políticos.
“a linguagem politica foi sempre objecto de investigação moral e política que partiu do assunto
convincente que, a comunicação politica não é efectivamente um factor potente na sociedade.
Os lideres conquistam ou perdem o poder, usando, ou não, com eficácia, a linguagem política, e
as massas são estruturas impotentes ou adquirem forças, vem enganadas ou informadas, através
das estratégias discursivas. Portanto a linguagem política é importante de estudar simplesmente
porque é politicamente importante”.
Mas quais são os pontos de força da linguagem política? São aqueles evidenciados por
formas retóricas, rituais e simbólicas que, cada uma na sua especificidade, constituem
elementos substanciais da comunicação enquanto reentram no elenco das linguagens
políticas, considerando-se assim, factores cruciais.
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Mas a este ponto é legitimo perguntar-se que funções detêm o terceiro actor, isto é, os
media, ou até mesmo se lhes é designado uma posição, e, como conciliar a comunicação
política de tipo “imediato” com a perspectiva da mediatização da política.Uma
indicação resolutiva, a este enigma individualiza-a, em termos notórios, no êxito da
investigação conduzida nos primeiros anos 90 acerca da “grande cerimónia dos média”
de Dayan e Katz. Os dois estudiosos, de facto, sustêm que:
“os mass – media funcionam como criadores de ambientes simbólicos (…) dentro dos quais
atribuímos ou não atenção a eventos particulares, pessoas ou objectos, ajuizando-os de bons ou
maus, e valorizando-os na sua relação com a proximidade ou a distância aos nossos sistemas de
valores” (Dayan, et al. 1993, p.210).
Por outras palavras, graças à polivalência das suas funções, os media configuram-se
como um novo, moderno palco, em que o histórico binómio política -teatro encontra
hoje, a sua actualização na “celebração” das cenas, na sua “representação”, isto é, na
vontade popular da parte daqueles que enquanto “representados”, perpetuam no
espectáculo da política desde a agorà da polis ateniense às salas parlamentares, ao
espaço público. De resto,
“desde sempre que, aqueles que governaram fizeram recursos da teatralidade para fundar a
própria legitimidade e para sinalizar a própria distância dos governantes, tanto nas monarquias
como nas democracias modernas” (Bélanger, 1995, p.128).
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É interessante observar, por outro lado, que um elemento novo, de aspectos relevantes,
entra em campo em tal processo de transformação quando através dos média, ritos e
mitos, símbolos e celebrações, cenografias e encenações, actores e lugares, palavras e
acções (enfim… o mundo da comunicação política), vem oficializados em frente a um
público mais vasto respeito ao público presente naquele determinado contexto cultural e
institucional em que, aqueles são originados.
“ (…) Tem qualquer coisa a ganhar e qualquer coisa a perder … A televisão sabe como
dramatizar os seus gestos. Potencialmente o protagonista pode fazer coisas que jamais haveria
sonhado de fazer outro modo. (Mas) esses correm o perigo de perder o direito de interpretar os
seus próprios gestos”. (Dayan et al., 1992, pp.85-87).
Pode-se afirmar que aquilo que vem vinculado nos newsmedia por meio de informação
televisiva “captura” o telespectador através de um sistema simbólico em que “ imagens,
sensações, e até mesmo, falsidades políticas “enervam o circuito da comunicação que
mira o consenso da opinião pública e tal como Kertzer (1989, p.109) afirma:
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A grande mudança, pode-se dizer, chegou com o meio televisivo. Com o advento da
televisão e o uso extensivo dos meios de comunicação de massa, a comunicação política
tornou-se um fenómeno mediatizado, baseando-se em mensagens cada vez mais
massificantes. Através da televisão, a comunicação verbal cede o seu lugar à
comunicação televisiva. (Cheli et al, 1989).
Na raiz histórica de referência, a televisão irrompe nas casas italianas em 1954, quase
trinta anos depois do ingresso da realidade anglo-saxónica. Em seis anos de utilização
duplicam-se o número de assinaturas para a sua utilização. Os cidadãos reúnem-se em
variados locais, desde os cafés até às casas (s) do (s) vizinho (s) para seguirem os
programas transmitidos (Novelli, 1995).
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Se se comparasse com a época pré-moderna poderia dizer-se tal como (Salvatori, 1977)
que o ingresso da televisão na sociedade italiana de Novecentos é equiparável à “Divina
Commedia” e à expedição Garibaldina. Dante aspira uma Itália de unificação
linguística, enquanto Garibaldi a uma territorial. A televisão, circunscrevendo a
comparação com “estrema prudência”, na esfera política “ unificou a península”
linguisticamente, cuja escola em anos precedentes tinha falido.
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O termine propaganda vem utilizado por Mazzoleni, num contexto histórico; nos regimes totalitários ou
em situação de conflito, condições necessariamente estranhas ao conceito de democracia de massa.
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Tal como os jornais abrem rubricas aos leitores, ou então a rádio que abre debates em
tempo real, nos anos 60 também a televisão abre as portas aos auscultadores, com
programas sobre temas políticos. Assim no pequeno ecrã, aparecem cada vez mais
protagonistas da política italiana, que não só se confrontam entre eles, mas também com
os espectadores nas suas casas trâmite cartas ou telefonemas de casa.
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Por aquilo que diz respeito à situação italiana, como Novelli (1995, p. 1) argumenta, “a
televisão, introduzida em 3 de Janeiro de 1954, não hospedou intervenções de partidos e
lideres políticos até 1960, até ao surgimento de Tribuna elettorale”. O público
televisivo italiano saudou positivamente o ingresso nas suas casas dos líderes políticos
e, por longo tempo, continuava a demonstrar atenção por este novo meio.
Uma vantagem da televisão, no confronto com outros meios, parece consistir no seu
carácter de elasticidade: esta, de facto, é um meio de comunicação comunicativo capaz
de adaptar-se à procura do mercado.
Também a política, que pretende(u) utilizar a televisão, adaptou-se à vontade dos media,
sujeitando-se aos modelos e às formas adoptadas pelo pequeno ecrã. A “vídeo política”,
termine em que Sartori reivindica a paternidade, é um produto desta união entre política
e televisão. É expressão, como refere Sartori (1989) de “ um dos múltiplos aspectos do
poder do vídeo: a sua incidência acerca dos processos políticos, consiste numa radical
transformação de como ser político e de como gerir a política” .
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Era claro aos políticos italianos que, com a televisão, não se entrava só em casa, mas numa nova
dimensão da comunicação política, na qual a mensagem e o orador atingiam uma visibilidade grande.
Uma oportunidade assim deveria ser utilizada de modo melhor, na medida em que 1960, nenhum político
ou jornalista, soubesse bem que coisa significava os termines de técnicas comunicativas.
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“se os três elementos políticos fundamentais que devem ser comunicados são: o partido, o
candidato, a temática, o mais fácil e mais interessante de comunicar, para os mass media é
indubitavelmente o candidato”.
Pode-se com efeito suster que as modernas campanhas eleitorais podem ser afrontados e
até levar à vitória contando somente com as oportunidades oferecidas pelo sistema
mediático.
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e análises. Enfim, os “jornais electrónicos” são já hoje uma realidade e uma fonte para a
comunicação em geral e para aquela política em particular.
“ a ciência e a técnica e, por consequência o design, forneceram sempre instrumentos que tem de
qualquer modo mudado as actividades quotidianas dos indivíduos (se se pensa no automóvel, no
telefone ou nos electrodomésticos em geral), mas aquilo a que se assiste hoje é a uma mudança
radical no próprio modo de conceber o mundo (a relação do sujeito com a dimensão espacial e
temporal), a relação interpessoal e a esfera política”.
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A introdução das novas tecnologias na vida política partidária, conheceu uma primeira
fase caracterizada por uma profunda incompreensão daquilo que a rede poderia
realmente significar, o recurso a este novo médium era sentido pelos partidos como uma
espécie de “atestado de modernidade”.
O sítio Web de partido nasceu devido ao impulso coligado à tendência e modos em que,
se tornou consciente que o sítio partidário não é somente uma vitrina, mas pode
produzir uma informação eficaz e uma estrutura dinâmica capaz de comunicar com
interlocutores de qualquer tipo, do militante ao navegador curioso. Respeito aos outros
meios de comunicação a rede garante ao partido a possibilidade de ser o produtor de
comunicação, sendo assim controlada, gerida e produzida directamente pelas direcções
partidárias, sem depender de intermediários externos, como é exemplo disso o meio
televisivo ou as noticias veiculadas pelos jornais.
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O desafio posto pela Internet consistia por sua vez, numa espécie de contracção espacio
– temporal em que as sedes de consulta e de formação das opiniões são comprimidas
num único ambiente que, no seu interior a velocidade da actualização de conteúdos é
tão elevada que, o factor tempo por um lado, e o factor espaço por outro, são quase
irrelevantes na construção de significados.
Internet insere-se em modo original nesta situação. Que meio de informação sempre em
aperfeiçoamento e disponível 24 horas sobre 24 horas e 7 dias sobre 7, diversamente de
outros instrumentos mais efémeros de comunicação eleitoral, pode-se manter ao serviço
de políticos, mesmo depois do êxito do voto?
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(…) “a função de networking, que consiste em organizar e tornar visível a actividade de todos
os organismos e sujeitos que fazem parte do partido (estrutura, modalidade de adesão, eventos
culturais, recolha de fundos, etc.); a função informativa e formativa que preenchem os media
tradicionais; dar um fluxo de comunicação bidirecional. Estas funções, presentes em todos os
sítios dos principais partidos italianos e estrangeiros, redesenham as novas modalidades de
relação entre partidos e cidadãos.
A união dos limites entre espaço e tempo induziu a nutrir esperança na possibilidade de
uma verdadeira e profunda revolução na relação triangular entre cidadãos, média e
política.
Esperou-se por outro lado que, a economia do novo instrumento tivesse alargado à
participação. De facto, o problema dos custos da informação esteve sempre a monte de
muitas explicações relativas à exigência de períodos bem delimitados, (como as
campanhas eleitorais) para o encontro entre a procura e a oferta de informação política.
Utilizou-se, por outro lado, o factor acima mencionado para explicar a marginalidade de
grandes faixas da população respeito à vida política nas democracias ocidentais. Os
custos contidos pela presença em rede, podem traduzir-se numa oportunidade de
visibilidade e de comunicação que, de outra maneira seriam impensáveis por numerosos
sujeitos políticos.
Emerge com clareza como a rede esteja em grado de hospedar e dar visibilidade a
acções e grupos que dificilmente poderiam encontrar espaço no interior dos média
tradicionais e de âmbito associativo das sociedades modernas. Esta oportunidade
descende de algumas características de base na rede que podem ser elencadas
sinteticamente: o elevado grau de abertura defendido pelos seus navegadores; a
economia de tempo e custos no seu acesso e na sua gestão; o contributo em termines
organizativos oferecidos à sobrevivência de pequenos grupos, a velocidade, a falta de
confins, a multimedialidade, a interactividade.
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Os grupos de pressão que nascem para defender interesses, pequenos grupos políticos
constituídos por poucos sujeitos ausentes de circuitos comunicativos tradicionais
testemunham, em modos diversos, o contributo oferecido pela rede à realização de uma
acção politica. De uma acção que, embora nascida e exercitada numa realidade virtual,
produz, em alguns casos, efeitos relevantes sobre o mundo real, individualizando no
pluralismo e na diversidade de opiniões uma fonte de grandes benefícios.
Tanto os optimistas, como os pessimistas, estão de acordo em reconhecer que este novo
ambiente comunicativo esteja destinado a multiplicar o número de oportunidades
oferecidas aos indivíduos.
Hoje a telemática repõe tudo em discussão. Esta é capaz de dar visibilidade ao interesse
dos cidadãos pela política, em todos os seus momentos, ainda que neste momento a sua
difusão torne cada discurso em mérito potencial.
Mas a emergente literatura acerca da Internet e sobre as novas perspectivas abertas pelas
redes telemáticas, não se centram somente acerca das novas modalidades de
comunicação mediada pelo computador nem acerca das relativas possibilidades de
criação de espaços políticos inéditos. A questão, de facto, assume um aspecto geral,
envolvendo outras temáticas da sociedade contemporânea como a globalização e, a
designada New Economy, as mudanças em acção no mundo do trabalho. Não se trata de
estabelecer se a Internet nasceu antes do conceito e da praxis da globalização ou, pelo
contrário, tenha estado o facto do processo de formação do mercado global tornar
possível a realização da Internet. A rede telemática pode ser considerada causa, ou
efeito do processo de globalização. Certo é que, o desmoronar de barreiras geográficas e
temporais, tornou possível a Internet, representando a condição sine qua non a fim de
tornar possível o processo de globalização do mercado.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Por outro lado, globalização de mercado significa ainda redefinição das tradicionais
actividades laborais e lideranças empresariais, que está na origem do novo paradigma
representado pela New Economy. Exalta deste trabalho a análise das singulares questões
aqui propostas que retive oportuno considerar, uma pesquisa das novas formas de
comunicação tornadas possíveis pela rede telemática.
Aquilo que afirmamos até agora é que as tecnologias são um agente de transformação
radical no tecido social. Mas se é verdade tudo isso, então dever-se-á contar com
grandes transformações nas próprias formas democráticas. Que tipo de democracia será
esta? Não existe o risco da “democracia virtual”, (como a define Grossman), de se
revelar como uma perigosa ilusão que esconde um novo e tecnológico totalitarismo?
Por outro lado Dahl, quando fala de democracia global, tornada possível pelas novas
tecnologias da comunicação, faz reflectir acerca do facto que as mudanças na esfera da
vida política poderiam alterar profundamente (como ocorrido já na passagem da época
clássica aquela moderna) os limites e as possibilidades do processo democrático Dahl
(cit in Fici.2004).
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Quase em simultâneo com o advento da World Wibe Web na década de 90, assistimos
ao reconhecimento no campo político, dos benefícios da utilização das tecnologias da
informação e da comunicação (TIC) nas diversas esferas sociais. Começaram, então, a
desenhar-se iniciativas políticas sectoriais com o objectivo de promover o acesso e a
utilização destas nas mais diversas áreas da sociedade: administrações públicas, escolas,
hospitais e sector empresarial.
(http://www.umic.pt/outras_areas/relatorioficha.aspx?id=35)
(http://www.umic.pt/outras_areas/relatorioficha.aspx?id=35)
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Celso Cândido (cit. in Steffen 2004:77) por sua vez, menciona a possibilidade da
criação de uma “Ágora Virtual”, semelhante às Ágoras Gregas, onde através dos
sistemas digitais os cidadãos se poderiam reunir para resolver, debater e decidir as
demandas sociais.
Cândido encontra uma forma muito pertinente de nos explicar esta semelhança entre
“Ágora Virtual” e as “Ágoras Gregas”:
“Em sociedades de massas, obviamente, uma cidade ou Estado não pode reunir todos os seus
três, quatro ou dez milhões de cidadãos em praça pública para ouvirem os oradores e, então,
deliberarem revelando os seus votos. Isto é, claro, materialmente impossível. No entanto, parece
não menos evidente que os meios de comunicação digitais multimédia interactivos, os
computadores, poderiam simplesmente ocupar (e com infinitas vantagens "cibernéticas")
desterritorializadamente o lugar do Ágora antiga. (...). Quer dizer, poderíamos ter, a qualquer
momento em que houvesse a necessidade de uma verdadeira assembleia-geral virtual,
desterritorializada, na qual a participação de todos os cidadãos, por estes meios, estaria
assegurada. Os cidadãos poderiam, trocar intensamente suas opiniões através destes meios de
comunicação, os computadores, ligados em rede; poderiam se articular, negociar posições,
reflectir. A antiga praça pública grega se transformaria, se desterritorilizaria e penetraria na casa
de cada pessoa”.
“Não é preciso deter ilusões, num país como Itália ainda se fala de uma tecno-elite que detém
acesso a estas tecnologias que as sabes utilizar e que sobretudo as utiliza, para participar nos
processos de formação das decisões. Em prospectiva, poderão favorecer uma maior democracia
e que seja necessário que todo as forças politicas mediadores sociais: partidos, sindicados,
associações que operam no tecido democrático e social se preocupem de utilizar estes meios, de
entrar em positiva relação com a rede. Podem fazer parte desta novas possibilidades o tele voto,
a participação directa com os cidadãos a algumas decisões que se exprimem somente com o sim
ou o não a algumas questões que são formuladas, em realidade, pelos decisores. Entendo dizer
que o problema da participação em rede não se pode resolver somente numa afirmação de
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
consenso ou discórdia respeito às questões que vêm sendo colocadas e que estão
predeterminadas noutro lugar. A participação significa contribuir em todo o processo de
formação das decisões e portanto à formação das perguntas. Isto é muito importante porque de
outra forma hierarquiza-se um procedimento que na rede, pode não ser hierárquica.”
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
De uma parte estão os entusiastas como De Rosa (2000), Grossman (1997) e Mark
Poster (cit.in Cardoso e Morgado, 2001). A sua motivação principal é legada à tese
segundo a qual, um meio de comunicação como a Internet oferece a milhões de pessoas
a possibilidade de trocarem informações, opiniões e pareceres em modo horizontal. A
Internet permite a comunicação de muitos para muitos, através do contacto instantâneo
global e de utilização da rede como estrutura da comunicação de base, possibilidade de
recepção, alteração e distribuição da informação, que em conjunto deslocam a
comunicação do espaço da Nação, para um de cariz global.
Instrumentos como os newsgroup, as listas, os fóruns na Web, os chats, podem
transformar-se em verdadeiras e próprias formas de comunidade, em que diversos
indivíduos podem manifestar a sua opinião, e eventualmente participar na determinação
da vontade geral.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
3
directa entre os sujeitos liberta-se de qualquer determinação espacial. Neste espaço
virtual o único estímulo à criação de processos de agregação consiste na partilha de
interesses e de pontos de vista. A Internet não só parece uma vantagem em propor-se
como possível solução, pelo menos em alguns aspectos da crise política, mas contém
em si, também, elementos para a superação da forma do Estado Nacional que
caracteriza a sociedade política moderna.
Sartori prevê uma crise na identidade política, sobretudo uma crise de posicionamento,
sustendo que depois da fase da modernidade cujo conceito de “político” não esteve
coligado à sociedade mas ao Estado, aproxima-se um novo reposicionamento do
conceito que é destinado a comportar o lugar do político fora do quadro categorial do
Estado Nação, individualizando uma nova sede para os processos de decisão política,
em virtude das novas tecnologias da informação e da comunicação.
3
Segundo Umberto Eco para ele a interactividade pode significar relações entre todos aqueles que têm
qualquer coisa a dizer o possam fazer através da rede. Mas também todos aqueles que interagem e dizem
pouco de substancial na rede. O problema consiste em conseguir seleccionar a informação que interessa
ao cidadão para a poder desfrutar ao máximo as suas potencialidades.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
A Internet oferece uma maneira conveniente para o cidadão se conectar com o seu
representante, em casa, no escritório ou num ciberespaço. A Internet permite uma
relação directa entre políticos, governantes e cidadãos, sem intermediários podendo
assim manter um diálogo livre de intérpretes com os seus eleitores.
4
É este o problema relativo à “digital divide”. Em mérito ao suscitado problema do
acesso à rede, Amoretti (1997, p.152) sustém:
“ é verdade somente em teoria que as novas fontes de informação, como a Internet, estejam
acessíveis a todos os cidadãos. No estado actual, somente quem dispõe de recursos financeiros
adequados e de um nível superior de instrução pode em prática fazer-lhe uso. (…). É muito mais
provável que com a inovação tecnológica se aprofunde o gap entre estes grupos privilegiados e
a imensa maioria da população impossibilitada à sua fruição” .
4
“The digital divideis the gap between those with regular, effective acess to digital technologies and
those without, in the other words, those who are able to use technology to their own benefit and those
who are not.” In http://en.wikipedia.org/wiki/Digital_divide consultado em 30 de Outubro de 2006.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
aquilo que a tornará possível serão as interpelações dos indivíduos singulares: serão
positivas quando o utente usar o instrumento para adquirir informação e conhecimento.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
“O optimismo com que se verifica o incremento das quantidades de informação disponíveis não
tem em conta que um dos problemas mais sérios é o própria saturação (overload) de
informações. Mediaticamente os cidadãos não têm tempo, nem interesse, nem sobretudo,
capacidade de gerir tais fluxos” (Amoretti, 1997, p.152).
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Nesse prisma, Sepúlveda (2000:32) chama-nos a atenção para alguns desses entraves no
que diz respeito à utilização da Internet na política, tais como: a possibilidade de,
através do rastro digital deixado pelo utilizador, ser possível “controlar e fechar mais
comodamente, para punir e vigiar o pensamento livre, para sabiamente perseguir e
cientificamente torturar.”
A exclusão por falta de acesso é outra das desvantagens da utilização deste meio, bem
como, a manipulação através do controlo dos conteúdos e o estabelecimento de
monopólios. A privacidade da Internet é uma das preocupações do Internet lobby, no
entanto é um meio onde já se provou ser extremamente difícil controlar determinado
tipo de práticas, muitas vezes práticas essas que se podem tornar ofensivas (como a
pornografia e/ou de cariz racista e xenófobo).
5
Umberto Eco refere em entrevista La Repubblica Anno Eco, U. A. 2006 Come perder la memoria 31,
N 117, 20 (6), pp. 42-43. ”que (…) “esquecer-se por excesso de informação e por interferência entre
informações caracteriza o território dos mass media”. Hoje a Internet constitui-se como o exemplo
príncipe de informação excedente. (…) Perdemo-nos em vários vínculos inter e hipertextuais que nos
enviam para outras informações, coligadas àquelas que nos encontramos mas, cada vez mais longe, que
no final não recordamos aquilo que estávamos à procura nem sobre o tema que começamos a navegar”
.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
“A rede será um instrumento de democracia somente quando todos os sujeitos que navegam o
façam de modo que a tornem. A rede continuara a ser aquilo que se quiser: um instrumento
fascinante de múltiplos usos que vão desde os negócios à evasão, desde a aquisição de
informação, à discussão sobre os mais variados argumentos”.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
É necessário definir algumas especificidades que o partido moderno deve ter em conta:
na comunicação política torna-se fundamental o conceito de marketing. Associado a
outros sectores, como exemplo, comerciais ou financeiros, o conceito de marketing
pode ser figurado no contexto político. Nas actuais definições de Marketing comercial é
importante a função de satisfação do consumidor. Também o marketing político deverá
cumprir a mesma função, procurando trazer consigo o grau de satisfação eleitoral aos
níveis máximos.
Respeito ao passado, onde o conceito de política era abordado nos palácios, agora a
política devera ser idealizada, comunicada e discutida principalmente com a opinião
pública. Resulta, por isso, fundamental sublinhar a importância da estratégia e a
habilidade de cada representante em pôr-se do modo mais apropriado aos olhos do
eleitorado: o marketing político procura fornecer uma solução decisiva a esta
problemática. O processo comunicativo sobrepõem-se entre os representante e o
representado, tornando facilmente acessível as mensagens dos partidos às massas
eleitorais, aligeirando seja a dificuldade na assimilação do conceito, seja a dificuldade
em recebê-lo.
6
O conceito de eleitorado partidário perde o seu significado com a presença na comunicação dos novos
media, de facto, fechar o acesso do partido a poucas pessoas significava perder consensos; a figura do
eleitor vem interpretada como a base em que se deve buscar consensos. O partido deve ser
necessariamente capaz de mudar de rota, mudar de pele a necessidades diferentes.
O aspecto estratégico assume a posição fundamental nas perspectivas eleitorais.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
“Um conjunto de técnicas realizadas com o objectivo de adequar o candidato ao seu eleitorado
potencial, de faze-lo conhecer ao maior número de eleitores, e a cada um desses em particular;
de criar a diferença com os concorrentes – ou os adversários – e com o mínimo de meios, de
optimizar o numero de sufrágios que ocorre ganhar no decurso da campanha” Bongrand
(1993, p.13). Esse é o “instrumento principal da sociedade produtiva e – em
certo sentido o da filosofia” Cesarini (1988, p.314).
“o marketing aplicado à política, caracteriza-se, pelo menos em teoria, como método do acto de
informar a construção do discurso político e não como baseado na produção e distribuição das
ideias. Mas aos partidos, espera-se de pensarem as ideias e os conteúdos”.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
“ Nada procura tanto estima a um príncipe quanto o facto de cumprir grandes acções e de
fornecer uma imagem excepcional de si próprio. (…) Um príncipe deve sobretudo esforçar-se
por dar uma imagem de grande homem e de engenho excelente. (…) Deve também, nos
momentos oportunos do ano, distrair o povo com festas e espectáculos” Macchiavel.
Uma vez definido o conceito de Marketing político7 ocorre perceber quando começou a
fazer parte da realidade politica. A actividade de marketing vem associada à
democracia. Nos Estados Unidos da América, afluíam actividades de publicidade,
marketing, sondagens de opinião e larga informação na actividade política. Segundo
Bongrand (1993)
7
No texto encontra-se uma definição elaborada por Cayrol onde se intui o conceito de marketing político
como “quando se fala hoje de técnicas modernas da comunicação política; fala-se de um conjunto de
meios relativamente novos de derivação comercial”. Mazzoleni G., La comunicazione politica, Bologna,
Il Mulino, 1998.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
“Nos anos 90 afirma-se também em Itália o “new style campaigning” que, desfrutando das
técnicas de marketing e das oportunidades oferecidas pelo sistema dos media, assinalando as
novas campanhas eleitorais, sempre mais planificadas estrategicamente pelos consultores
políticos, visualizadas em spots e aparições televisivas” Bentivegna (1997, p.28).
A actividade de marketing compreende outras passagens, que não são visíveis aos
consumidores finais, dado que lhes vem consignado o produto perfeitamente
confeccionado, como resultado de uma série de estudos e processos que só a monte são
visíveis.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
A acusação é que os news media vêem vistos como cúmplices perfeitos do poder
político no manipular a informação e em aniquilar o processo eleitoral com todos os
riscos que isto comporta para o sistema democrático. Um exemplo relevante de quanto
exposto aconteceu em Itália num debate intensamente critico suscitado por políticos,
intelectuais, jornalistas ao carácter faccioso dos canais “berlusconianos” nas últimas
campanhas legislativas. A acusação de cumplicidade é dúplice: esta diz respeito por
uma parte aos jornalistas que são vistos como uma parte da mesma elite dos políticos,
numa troca recíproca de favores, privilégios e visibilidade; por outra o mundo da
informação empenhado numa feroz concorrência é vitima de uma eficaz manipulação
da parte do poder politico, dependendo dele para obter a matéria-prima. Verifica-se
assim um balanceamento de poder que vê as news media numa posição não por certa
privilegiada.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
“As eleições de 1996 introduzirem a Internet à larga escala como meio para distribuir
informação política, para estimular o debate público e para oferecer informações facilmente
acessíveis aos utentes interessados. Embora estes fins não se tivessem atingido de maneira
satisfatória. Foi, de todas as maneiras, uma boa experiência e inovação que ofereceu promessas
para eleições futuras”.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
“Em definitivo, as campanhas eleitoras presentes na Web, embora atingindo uma quota reduzida
de eleitorado, configura-se como uma ocasião única para atingir target de eleitores
particularmente interessados nas dimensões politicas que possam à sua volta activar ulteriores
ocasiões de comunicação com outros sujeitos menos envolvidos mas determinantes às
finalidades do êxito eleitora. Além disso, esta consente a criação de uma máquina organizativa
obtida em função do trabalho daqueles que a sustém que, de modo mais ou menos planificado,
podem contribuir significativamente para o desenvolvimento da campanha”. Por fim, esta
coloca-se como uma ocasião de produção de material informativo a oferecer aos média
tradicionais. À luz dos custos relativamente reduzidos que a presença em rede comporta e às
características dos sujeitos atingidos, parece evidente como a campanha eleitoral na Web possa
ser reputada como conveniente de todos os sujeitos políticos, qualquer que seja a maquina
organizativa com a qual se possa contar” Bentivegna (1999, p.87).
8
Basta pensar no fenómeno dos Hackers ou dos piratas informáticos, capazes de distorcerem cada
mensagem hiper textual no mundo multimédia.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Segundo Rodatà (1998) “ Uma vez evidenciada a segurança, o voto electrónico deverá consentir um
crescimento da participação politica em condição que não faça nascer novas desigualdades entre aqueles
que utilizam os meios de comunicação e aqueles que não os utilizam”. “Estas novas tecnologias podem
tornar os cidadãos mais activos, torna-los capazes de estimular os candidatos e de lhes solicitar as
exigências da realidade. Deste modo os cidadãos não serão vistos somente como consumidores finais do
produto político.”
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Depois de um período em que, a delega de “dar voz” aos cidadãos estava atribuída ao
sistema dos média, assiste-se agora à possibilidade de um retorno directo entre partidos
e cidadãos. Tal como afirma Betivegna (1999, p.41)
“na reposição em chave moderna e tecnológica de tal relação, o sujeito partido transforma a
velha organização centralizada e verticalizada numa moderna rede que contribui para a vida da
organização tramite as estruturas existentes (Federações, Organismos de dirigentes, Grupos
Parlamentares) abertas às trocas de contactos com os militantes, os eleitores, os cidadãos” .
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Tais informações, difundidas através de vários formatos (textos, áudio e vídeo), poderá
ter como fim o conhecimento do partido, através da sua história, os seus objectivos, as
actividades, as ideias, ou mesmo, ser menos “focalizada” e representar um quadro
bastante completo do panorama politico, acolhendo em qualquer modo as instâncias dos
adversários. Deste modo, o partido tem a possibilidade de recuperar uma função que,
em consequência da crise que se atravessa, se perdeu, a de dar aos militantes a
percepção do cenário político no seu conjunto
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
A um nível mais evoluído coloca-se o sítio interactivo que oferece não só informações
acrescentadas, mas também instrumentos de mobilização, contacto e diálogo com o
maior numero de público(s) utilizadores da rede. Este último nível requer um
envolvimento directo da parte de quem se ocupa da organização e da redacção do sitio
(ou do líder partidário), numa gestão contínua, com o fim de responder em tempo real
ao feedback por parte dos utentes.
Com esta etiqueta quis-se enfatizar a dimensão da interactividade que caracteriza esta
classe de sítios, a partir da presença de indicadores de comunicação vertical (candidato
ou navegantes) e horizontal (entre navegadores). Neste tipo de sítios não só existe a
possibilidade de interagir com os outros navegadores mas, existe também uma oferta de
serviços que vai desde os links às principais instituições nacionais e internacionais, às
ilustrações satíricas e aos jogos on-line.
O último nível do emprego da Rede da parte dos partidos políticos, faz entender a
mesma como instrumento organizativo. É este o nível avançado que requer
investimentos maiores, destinados por exemplo, à troca de informações e opiniões sem
se mover do próprio local, e ainda, à possibilidade de efectuar encontros e reuniões
coordenadas, através da videoconferência, reproduzindo, em tal modo, uma verdadeira e
própria reunião à porta fechada com acesso limitado aos dirigentes e responsáveis
locais.
Esta possibilidade de troca internas das informações por quanta vantajosa, não pode ter
em consideração algumas possibilidades inconvenientes que poderiam derivar da troca
de dados reservados, e secretos. Para evitar qualquer tipo de intrusão externa é
necessário que, quem decida de utilizar a Internet deste modo, se tutele dos problemas
suscitados de acesso não autorizado às informações, através dos sistemas de protecção
através de especialistas informáticos.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Constituindo uma fonte informativa directa e oficial, um sítio político será útil também
para os jornalistas, os quais poderão encontrar informações acerca da vida, das
iniciativas e as tomadas de posição dos partidos.
Este estudo pretende fazer uma análise na Web acerca da utilização que partidos
políticos e eleitores estabeleceram no ano de 2006 em Itália: as questões centrais
investigadas seguiram inicialmente 2 ideias fundamentais: primeira, os partidos
divergem no sentido do uso que fazem do meio? Segundo, a Web promove uma maior
exposição das mensagens dos partidos do que outros media?
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Para responder a estas questões realizamos uma entrevista a dois responsáveis pela
comunicação política na Web, aos dois maiores partidos em Itália, Forza Itália e
Democratici di Sinistra. Analisou-se ainda, os sítios Web e os conteúdos que
disponibilizam, no sentido de se averiguar quais são os pontos de maior relevância, com
o intuito de verificar a sua importância.
As Tic podem ser uma ferramenta primária em providenciar um link directo para
comunicar as preferências dos cidadãos aos políticos. Segundo Gibson (2001), a
emergência da Internet como uma ferramenta de campanha pode ter pelo menos três
impactos no estilo das eleições futuras: 1º - o grande volume e velocidade de
transmissão pode proporcionar uma maior base para a campanha do que outros media;
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Recentemente alguns observadores como Stone (1996), Davis (1999) e Gibson and
Ward (1998) notaram um aumento da despesa e da sofisticação de campanhas On-line
nos Estados Unidos.
De acordo com Gibson et al. (2001), os Websítios ainda são largamente mecanismos
para alimentar as informações a activistas e jornalistas, para identificação dos partidos,
mais do que para providenciar algum sentido às interacções com os eleitores.
No estudo que elaboramos nota-se que, para além destas características gerais, existem
algumas diferenças substanciais.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
A Web detém memória, exprime-se por escrito, privilegia uma linguagem informal e
sugestiva (enquanto pune aquela burocrática ou sindical) e como cada forma de
conversação requer do interlocutor que, sejam capazes de colocarem-se no mesmo plano
(aquele do «tu» e aquele do ausculto recíproco). Por outro lado, uma comunicação
politica eficaz na Web requer ideias bem argumentadas, respeito aos interlocutores e em
geral cria expectativas de uma visão politica que vá além do contingente.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Ao utilizar estes dados propomo-nos comparar partidos entre sistemas, e examinar até
que ponto faz sentido falar em convergência de conteúdos a acontecer em “Websites”.
Comparando-os à luz da presença na Web, pretendemos demonstrar quais são os
partidos que estão a melhorar o seu perfil resultante do aparecimento no mundo da Web.
Estamos perante algum Gap em termos de funções e sofisticações dos sítios entre os
maiores e os menores partidos?
Para tornar o nosso trabalho mais completo, ilustra-se nas tabelas sucessivas a data de
activação de alguns sítios dos partidos italianos:
Fonte: Bentivegna
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Visitando os vários sítios Web dos partidos e dos movimentos políticos pode-se
observar que, alguns partidos pequenos dispõem já de sítios bem realizados, dotados de
múltiplas funções que requerem para a sua activação conhecimentos avançados de
informática.
4.3.1 Análise dos sítios Internet de dois grandes partidos italianos: Forza Itália e
Democratici de Sinistra.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
História do partido X
Actividade do partido X
Objectivos do partido X
Apontamentos importantes X
Textos X
Vídeo X
Áudio X
Actividades em curso X
Estatutos e Regras X
O sítio parece bem estruturado, o seu endereço encontra-se em muitos motores de busca
e a sua navegação é óptima. A maior parte das notícias reportadas no sítio refere-se às
actividades do partido, contudo são abordados casos de política diária relacionados com
as actividades em curso. Podem-se encontrar também crónicas e notícias de cultura. Da
análise da Home page do sítio verifica-se as reformas realizadas pelo governo de
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Leituras aconselhadas X
Seminários em Rede X
Inscrições X
Ideias Partido X
Objectivos do partido X
Digno de atenção, consiste pela sua relevância, o link para adesão ao partido
proporcionando formas do utente participar, de forma a envolvê-lo seja na rádio seja nas
rubricas das cartas aos jornais. Estão presentes, por outro lado uma série de sugestões
relativas às modalidades de intervenção em directo no sítio, com aconselhamentos
relativos à moderação da linguagem. É notório também a secção “Agisci on line” e uma
outra de nome “Stampa e diffondi”, com a possibilidade de se imprimir cartazes ou
manifestos, sendo ainda possível convidar os amigos a difundi-los. Numa outra secção
está presente o “Appello al voto: perché votare Forza Itália”, em que o líder fazia
referencia aos motivos que devem levar cidadão a escolher Forza Itália, em variados
cenários.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Correio electrónico X
Sondagens em Rede X
Newsgroup X
Votação on line X
Comícios on line X
Chat políticos X
Publicidade no sítio X
Neste momento não é possível ouvir comícios on-line, somente documentos legados a
conferências de partidos. Não está presente chat-line de forma que o utente do sítio
possa comunicar de forma directa com o vértice do partido, mas de qualquer forma, é
permitido ao navegador participar em fóruns, enviar e-mails aos representantes de
partido que poderão ser publicadas no sítio. O interessado pode inscrever-se à mailing-
list do partido que, lhe consente de receber notícias directamente das direcções.
Meeting e reuniões X
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
O sítio dos Democratas de esquerda foi analisado desde 20 de Janeiro até 30 Novembro
de 2006, “clicando” em http://www.dsonline.it.
História do partido X
Actividade do partido X
Objectivos do partido X
Apontamentos importantes X
Textos X
Vídeo X
Áudio X
Actividades em curso X
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Também no sítio dos DS é possível inscrever-se às mailing list, receber notícias das
direcções e observar informações relativas ao partido: sedes, estatutos e regulamentos. É
possível escutar comícios on line e participar em fóruns graças ao envio e à leitura de e-
mails. Para consentir uma melhor navegação no sítio foi construído um motor de busca
interno que cria facilidades à busca de documentos e notícias relativas ao partido.
O nível informativo é alto: estão presentes numerosas páginas que tratam de assuntos da
actualidade, diversos artigos de jornais em formato digital, como vários documentos ou
até mesmo filmes audiovisuais. A estes últimos está consignada uma parte muito
relevante do sítio. De facto existe uma página em que se dá bastante relevo aos vídeos
do partido.
Leituras aconselhadas X
Seminários em rede X
Militância X
Tomadas de posição X
Ideias do partido X
Objectivos do partido X
Por aquilo que diz respeito ás eleições para a composição do parlamento, também na
home page se encontravam informações relativas ao programa da Esquerda nas
legislativas. Candidatos, programas políticos e modalidades de votação podiam-se
encontrar entre os acessos possíveis.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Correio electrónico X
Sondagens em rede X
Newsgroup X
Votações on line X
Comissões on line X
Chats políticos X
Publicidade no sítio X
O que se torna relevante é o carácter de envolvimento que o sítio detém em que cada
cidadão poder-se-á tornar protagonista da(s) campanha(s), através do contributo das
próprias ideias e sugestões, no sentido de potenciar actividades de propaganda on line.
Também neste sítio é possível enviar cartolinas, manifestos, gadget, inscrever-se ás
newsletters, participar em rádio ou em televisão e encontrar conselhos úteis para abrir
blogs temáticos. Tratam-se de sítios que vieram dar um novo impulso à Internet; que
estão à disposição de todos aqueles que acharem que têm algo a fazer metade da estrada
entre uma tiragem de um jornal e um diário, desenvolvidos pelos seus autores,
residentes no espaço virtual do sítio do partido.
Meeting e reunião X
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Como exemplo o sítio dos Democratici di Sinistra, na página dedicada aos organismos
dirigentes, coloca os nomes dos membros da secretaria nacional, do Conselho nacional,
e da presidência da direcção, do Comité directivo nacional.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
ao desportivo. Estas páginas testemunham a presença activa dos partidos nas ofertas dos
momentos de confronto ou de aprofundamento de várias temáticas sem ter que contar
com as ocasiões de visibilidade oferecidas pelos media tradicionais.
4.3.1.3 A comunicação política dos partidos na Web do ponto de vista dos responsáveis
da comunicação.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
A ocupar-se do sítio está, na Forza Itália, o deputado António Palmieri (que detém a
responsabilidade política e editorial) com um suporte técnico de uma sociedade exterior
ao sítio e uma pequena redacção interna. No caso de DS, a redacção é composta por
Ignazio Vascã (director), Tania Passa (coordenadora), Federico Mercuri (redactor): por
outro lado existe uma redacção alargada que consta de um responsável para o cuidado
das páginas dedicadas às várias áreas pertinentes realizadas por uma sociedade externa
que se dedica aos aspectos técnicos.
Como se evidencia pelas declarações dos responsáveis dos sítios políticos examinados:
o sítio de Forza Itália foi activado em 1995 por iniciativa do Presidente Sílvio
Berlusconi, enquanto o sítio de DS foi activado em 1998 por Gianni Cuperlo
(responsável pela comunicação política do sítio) o qual, considerou indispensável a
presença do partido na Web. O impulso dos movimentos políticos a estarem presentes
na Internet, para Forza Itália, consistiu no estar à disposição da sociedade civil sem
filtros ou censuras, superando a falta de atenção dos media tradicionais. Para o sítio da
DS, vem declarado, que o momento do nascimento presente na Internet consistiu para
contactar directamente com o cidadão. Só num segundo momento foi considerado como
um instrumento de trabalho seja para a Direcção Nacional que para a Territorial. Por
outro lado sublinhe-se que a posteriori o sítio sofreu uma notável expansão não só do
nível quantitativo (mais serviços, melhor utilização, maior operatividade, etc.).
O uso que se faz do sítio é um tema importante, porque implica que as informações
devam ser organizadas e estruturadas de maneira a garantir a máxima fruição. Pré –
requisito de cada projecto de um sítio é a identificação das tipologias de público a que
está dirigido. É importante que exista um esforço para imaginar como a Web será vista e
usada pelos seus utentes uma vez realizado, tendo em conta as características pessoais,
sociais, e culturais dos cidadãos.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
De qualquer modo, ambos ajuízam que são suficientes os visitantes dos próprios sítios.
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Acrescente-se ao terceiro nível de utilização da rede pela parte dos cidadãos: o nível
organizativo, que fomos propostos de examinar no início do presente trabalho de
investigação.
Um outro elemento comum é que ambos usam o sítio para funções de coordenação
interna, seja na gestão administrativa que por comunicação de convocação ou
comunicação de carácter geral. A “tecnologia organizativa” enquanto tal, permite de
trabalhar em conjunto com outros e de partilhar informações entre sedes, de realizar
práticas de integração entre bases de dados e procedimentos. Em particular Forza Itália
declara a presença de um sistema intranet reservada, enquanto os DS afirmam que as
trocas de informação e de ficheiros acontecem de forma protegida). Afirmam também
que possuem mesmo um “sistema de intranet (para a direcção nacional) e de extranet
(para as federações e secções no território.” Gianni Cuperlo dos DS revela ainda que “ a
função organizativa do portal, está a crescer. Está-se em grau de estabelecer a
comunicação entre as federações e até mesmo entre as secções e entres eles e o centro.
Um outro aspecto que confirma a função informativa que se expande até à formativa do
sítio é a presença, em ambos os sítios dos partidos, de numerosos link institucionais
(governo, universidade, etc.) e links aos jornais e entes locais, que contribuem não só a
responder às dificuldades de orientação na rede de muitos utentes, mas demonstram
também a capacidade da redacção de produzir um sítio que seja a abertura da “janela
para o mundo” muito mais vantajoso que, mantê-la fechada.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Os sítios são actualizados na sua Home page 1 a 2 vezes aos dia. Ambos passam por
períodos de restyling gráficos e enriquecimento de conteúdos.
Para Gibson et al. (2001), as novas tecnologias estão incrementadas nos partidos e
governos das democracias avançadas. Com os diversos estudos que tem elaborado na
análise dos sites dos candidatos, estes autores pretendem encontrar o estilo de campanha
que os candidatos optam por utilizar na Internet, de modo a poder influenciar o
eleitorado.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Este estudo não pretende ser exaustivo, mas apenas capturar um retrato fiel da
experiência do utilizador em sites de candidaturas para o governo em Itália. Neste
âmbito, foi efectuada uma análise aos sites oficias dos partidos para constituírem
governo em 2006. Esta análise teve início no dia 15 Fevereiro de 2006, tendo terminado
no dia 31 de Janeiro de 2006.
Para fazermos uma análise a mais fidedigna possível, iremos seguir a mesma estrutura
dos trabalhos de investigação de Gibson et al. (2001), nas diferentes campanhas
eleitorais dos Estados Unidos da América, Inglaterra e noutros países da Europa.
Iremos analisar os sites dos candidatos presidenciais segundo oito critérios de avaliação
e dentro destes, criaremos condições para analisar a existência ou não de diferentes itens
de informação. Por cada item de informação existente no site de um candidato daremos
um ponto. Depois de obtidos os resultados, faremos uma análise a cada um dos Web
sites e de seguida, veremos a que conclusões conseguimos chegar.
História da organização;
Estrutura da organização;
Valores/ Ideologias;
Política;
Newsletters;
Apoios;
Mandatários;
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Informação de conferências;
Política de privacidade;
Por cada item de informação presente nos sites dos candidatos, somaremos um ponto,
podendo aqui cada candidato somar um total de 16 pontos.
Donativos
Merchandising
Membership
Associados/Voluntários
Por cada item de informação presente nos sites dos candidatos, somaremos um ponto,
podendo aqui cada candidato somar um total de 4 pontos.
Por cada item de informação presente nos sites dos candidatos, somaremos um ponto,
podendo aqui cada candidato somar um total de 5 pontos.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Por cada item de informação presente nos sites dos candidatos, somaremos um ponto,
podendo aqui cada candidato somar um total de 4 pontos.
Cookie;
Por cada item de informação presente nos sites dos candidatos, somaremos um ponto,
podendo aqui cada candidato somar um total de 6 pontos.
Gráficos;
Frames;
Imagens;
Som;
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Vídeo;
Imagens em directo.
Por cada item de informação presente nos sites dos candidatos, somaremos um ponto,
podendo aqui cada candidato somar um total de 6 pontos
Se no site existe opção de fazer o print directo para fazer o download ou o print;
Por cada item de informação presente nos sites dos candidatos, somaremos um ponto,
podendo aqui cada candidato somar um total de 5 pontos
Dicas;
Home page ícone em todas as páginas, para que não seja necessário estarmos
sempre a voltar para trás.
Por cada item de informação presente nos sites dos candidatos, somaremos um ponto,
podendo aqui cada candidato somar um total de 5 pontos.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
avaliação utilizados. Desse modo, iremos ter a percepção do aproveitamento que foi
dado à Internet, por parte dos nossos candidatos às eleições Presidenciais, tanto a nível
particular, como de uma forma geral.
Passaremos então, à análise dos sites oficiais dos partidos políticos em Itália em 2006.
Para melhor chegarmos a conclusões e resultados, continuaremos a seguir a estrutura de
análise de Gibson et al. elaborando um quadro com as pontuações de cada um dos sites.
Democratici di sinistra 12 4 4 3
Alleanza Nazionale 6 2 3 2
Margherita 12 4 3 4
Radicali Italiani 8 2 2 1
Unione Democrátici 7 0 2 1
Cristiani
Lega Nord 10 1 0 2
Forza Itália 3 1 2 3
Democratici di 3 5 2 3
sinistra
Alleanza 2 2 1 3
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Nazionale
Margherita 3 4 2 3
Radicali Italiani 1 3 1 1
Unione 2 1 2 2
Democrátici
Cristiani
Lega Nord 0 1 1 2
Forza Itália 27
Democratici di Sinistra 36
Alleanza Nazionale 21
Margherita 35
Radicali Italiani 19
Lega Nord 16
Média 24.4
Range 0-51
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
4.6 Resultados.
Relativamente ao critério de obtenção de recursos, este sítio oficial contém 2 dos 4 itens
possíveis. O visitante pode-se tornar seja membro que voluntário do partido político.
No que diz respeito ao critério de links existentes, encontram-se links partidários do qual
o partido faz parte no panorama europeu, links de referência acerca da análise e acção
política semanal e links comerciais onde a apresentação de livros está patente.
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Passemos então à análise do sítio dos Democrati di Sinistra, que pode ser visitado em
www.dsonline.it.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
No que diz respeito aos links existentes, este sítio proporciona o acesso a um grande
número de links partidários, links internos e de referência como o acesso a jornais.
Quanto ao critério de avaliação, pode-se visualizar o site seja em PDA ou WAP, assim
como a opção de ser apresentado somente em texto.
Passemos então à análise do sítio de Alleanza Nazionale, que pode ser visitado em
www.alleanzanazionale.it
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
O sítio de Alleanza Nazionale foi o que obteve pior pontuação nesta análise objectiva
dos partidos. Entre todos os sítios fruto de investigação foi aquele que deteve menor
pontuação em quase todos os critérios de análise.
No segundo critério, que diz respeito à obtenção de recursos, verifica-se que somente
existe a possibilidade de aceder ao gadget do partido.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
No sétimo critério de avaliação que, diz respeito ao acesso existem 2 pontos que estão
presentes no portal electrónico, são eles: a opção do site ser apresentado em texto sem
imagens e a possibilidade de se ver em PDA que em WDA.
De seguida, reporta-se então à análise do sítio de Margherita que pode ser visitado em
http://www.margheritaonline.it/.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
O sítio deste partido político está ao melhor nível no que diz respeito à presença dos
sinais que compõem os critérios de avaliação. Ao todo contabilizaram-se 35 pontos que
estão presentes no site.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
No que diz respeito aos links existentes, poder-se-á afirmar que este sítio preenche todos
os requisitos fruto de análise: detém links internos com imensa organizações nacionais
ou internacionais, links com partidos que a Margherita tem afinidades, jornais,
parlamentos, formações políticas, livros, etc.
Quanto ao acesso é possível fazer print directo para download, assim como aceder ao
texto sem imagens.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
No que diz respeito ao critério dos links existentes na plataforma verifica-se a existência
de links internos para um grupo político 9.
9
O partido político Radicali Italiani são, desde Junho de 2002, um dos sujeitos constituintes do Partito
Radicale Transnazionale, associção política con carácter de ONG que desde 1995 obteve o Status
Consultivo Geral de primeira categoria atribuido pelo ECOSOC (Conselho Económico e Social) das
Nações Unidas.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Analisando o quinto critério que compreende a campanha on line verificamos que está
presente somente a norma relativa à recomendação do sítio aos amigos.
No critério relativo à acessibilidade existe no site a opção de fazer o print directo para
fazer o download.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Passemos então à análise do sítio de Unione Democratici Cristiani, que pode ser
visitadohttp://www.udcitalia.it/.
No que diz respeito ao critério relativo aos links existentes observamos que existem em
grande número embora a maioria sejam para estabelecer contacto com as sedes do
partido espalhadas pelo território italiano em sedes no exterior do país. O que se destaca
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
são os links institucionais com a possibilidade de se lhes aceder, sejam governo, câmara
dos deputados e câmara do senado.
Relativamente ao acesso verificamos que neste sítio está presente somente a opção de se
poder fazer o print directo para artigos de opinião.
Finalmente reportamos a análise do sítio da Lega Nord, que pode ser visitado em
http://www.leganord.org/.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
No sétimo critério de avaliação que compreende o acesso, somente o print directo para
download está presente.
Finalmente o oitavo e último critério, aquele que diz respeito à navegabilidade, também
aqui está presente um ponto. Aquele que diz respeito ao motor de busca presente.
Sendo assim, os partidos com melhor classificação foram por esta ordem os Democratas
de Esquerda, Margherita e Forza Itália. Enquanto que, aqueles com piores classificações
foram pela seguinte ordem a Lega Nord, Unione Democratici Cristiani e Radicali
Italiani. O partido Alleanza Nazionale encontra-se precisamente a meio desta análise
qualitativa.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
4.7 Conclusões.
Verifica-se que ao se aceder aos dois maiores partidos italianos deparamo-nos com um
maior número de links, o que demonstra, por sua vez, que maior tráfico está guiado para
os sítios correspondentes, demonstrando um carácter maior, e mais completo em
albergar temáticas de interesse para os cidadãos. Seja no caso de Forza Itália que no
caso de Democratici di Sinistra verificamos uma abordagem maior aos problemas da
Nação. Maior número de propostas, mais pontos fruto de abordagem e um maior
empenho para que os sítios sejam uma plataforma útil aos cidadãos.
Os maiores partidos detêm também maior visibilidade na Web, contudo isto não parece
eliminar de todo a invisibilidade de outros partidos. Mas o que ressalta no final são as
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Providenciar informação acerca das actividades partidárias parece ser o aspecto fulcral
nos sítios. Em termos de participação, os sítios de alguns partidos oferecem
oportunidades mais extensivas para a obtenção de feedback, contudo ainda se está longe
de se oferecer um debate genuíno com os líderes.
Campanhas activas realizadas pelos sítios com e-mail directo provaram ser uma das
medidas mais consistentes realizadas pelos sítios. As campanhas dos partidos
providenciaram informação substancial acerca das organizações e eventos que decorrem
em praças e/ou comícios, com o intuito de deterem o maior número de cidadãos
presentes possíveis. O que demonstra o papel activo e de carácter mobilizador que um
sítio partidário pode ter.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Contudo existem alguns partidos como Forza Itália, Alleanza Nazionalle, Democratici
di Sinistra, Margherita, Radicali Italiani que oferecem maiores conteúdos e maiores
actividades como: P/R On line com líderes (participação), direct mailing, logo
downloads, campanhas e campos de intervenção nas conferências de imprensa
(multimédia).
Outro ponto relevante consiste no facto de se poder ser voluntário, trabalhando para as
campanhas em que os partidos estão envolvidos. Não só no sentido de intervenção no
plano organizacional, como até mesmo através de elementos de acção no plano de
divulgação de manifestos ou informação de campanha. Aqui está precisamente um dos
aspectos mais relevantes na utilização das TIC. A possibilidade de por expressa vontade
dos cidadãos se poder ser parte activa e interveniente nas campanhas políticas; existe
como uma forma de incentivo partidário a que os cidadãos possam agir, ser parte
integrante, não esperando que seja o partido por si só, a deter a capacidade de intervir
directamente, de que maneiras forem, mas que os cidadãos o possam fazer em nome do
partido. Disto resulta os manifestos que são disponibilizados nos 5 partidos
anteriormente referidos, no sentido de os cidadãos os aproveitarem e serem parte activa
nos desígnios do partido. Estamos perante um meio que disponibiliza a integração de
informações partidárias, seja como forma de propaganda ou publicidade eleitoral, mas
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
no qual, os cidadãos se possam sentir, também eles integrados, pelo facto de poderem
ser aquilo que hoje se designa por “do it your self” e não somente fruidora das formas
de comunicação.
O que salta à vista, em compito geral, aquando do acesso aos sítios é o incitamento aos
cidadãos de participarem nas tarefas e nas actividades que o(s) partido(s) desenvolvem
no terreno: as suas histórias organizacionais, estruturas, valores e ideologias, politicas,
documentos e suportes multimédia com as suas tomadas de posição; e mais que
colocarem a ênfase na promoção da participação nos sítios ou estabelecimento de
networks, seja para dentro ou para fora dos partidos. Ainda quando a interactividade é
possível, tende-se a estabelecer uma comunicação mais do tipo top-down do que a
interactividade de opiniões entre os utilizadores. Esta convergência entre partidos numa
tal aproximação à Net recusa qualquer argumento acerca do impacto determinista das
características das instituições nacionais.
Contudo, nada disto nos leva à conclusão de que a tecnologia é a força condutora desde
que os partidos não estejam a perseguirem o vasto território possível das aplicações. O
que se demonstra é que os partidos ainda não conseguiram aproveitar ao máximo as
potencialidades que a Internet possibilita, na medida em que a interacção electrónica,
como consequência do meio, e como forma de maior participação dos cidadãos com os
partidos políticos, ainda está a dar os primeiros passos.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Conclusão.
Os partidos políticos enfrentam hoje desafios cada vez mais complexos, que estão
relacionados com variados factores, como sejam o maior grau de exigência dos
cidadãos, as maiores competências que lhes são delegadas pelo emergir das novas
tecnologias de informação e nesse sentido pelo próprio papel que o(s) Estado(s) (como
regulador socio-político) ao se darem conta das vantagens proporcionam, estimulam os
cidadãos a terem contacto com o novo meio de comunicação. Assim, os partidos
políticos estão a mudar o seu modelo de gestão para um modelo que designamos de
“partidos digitais” que exigem uma infra-estrutura mais sofisticada.
Para que existam novas formas de relacionamento com os cidadãos é crítica a adopção
por parte destes das competências mínimas para as oportunidades que as Tic
proporcionam. Assim, pensamos que os partidos políticos em geral, poder-se-ão tornar
mais transparentes e os cidadãos mais conscientes do seu papel enquanto representados
por aqueles.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
intervenção e acção política sejam realizadas pelos dois actores. Decorre deste novo
enquadramento orgânico funcional, uma maior interligação entre cidadãos, partidos
políticos, tecnologias e gestão da informação.
No que diz respeito às limitações com que nos deparamos neste trabalho gostaria de
destacar: a dificuldade em ter acesso a dados acerca da verdadeira interacção entre os
“partidos digitais” italianos com os cidadãos. Embora tenhamos estabelecido contactos
com instituições em Itália que levam a cabo investigações de âmbito político, não foi
possível ter acesso a dados para este fim, e, no nosso ponto de vista demonstra a
dificuldade em saber realmente quem procura este tipo de sítios, porque o faz e com que
fins.
O interesse deste tipo de trabalhos é importante seja para as instituições, seja para os
políticos, seja para as pessoas, porque, primeiro, no plano pessoal, tomamos contacto
com partidos “políticos digitais” de outros países e nessa medida podem-se alargar os
conhecimentos acerca das potencialidades que os novos meios proporcionam aos
cidadãos, e de que forma estes interagem com eles. Depois, no plano geral, seja para as
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
pessoas ou cidadãos, que para os partidos, é importante deter a noção que, embora as
novas tecnologias venham estabelecer uma nova orgânica social, em que o indivíduo,
you, You tube, parece estar a reorganizar uma nova moldura na vida das pessoas e das
organizações, a verdade é que todos e cada um de nós se vai adaptando mais ou menos
rápido ao mundo global que as tecnologias proporcionam. E nesse sentido, este tipo de
trabalhos têm interesse porque descrevem as alterações que vão acontecendo na
comunicação política e as relações que se vão estabelecendo entre partidos políticos e
cidadãos. Quando nos propusemos realizar este trabalho não sabíamos para onde íamos,
o que iríamos encontrar. Inicialmente pensamos que fazer uma comparação entre os
meios tradicionais e os novos meios tecnológicos seria o mais indicado para a nossa
missão. Mas, numa segunda abordagem, resolveu-se optar pela análise à comunicação
política exercida pelos partidos italianos no mundo Web. No final, congratulamo-nos
por ter seguido este caminho, para além de se verificar que seria muito extenso
efectuarem-se estudos de duas realidades diferentes, o importante no nosso entender
deste tipo de trabalhos é sermos mais uma voz no mar de vozes que apregoam o
benefício que as Tecnologias de Informação proporcionam aos cidadãos. Embora seja
verdade que, questões de âmbito político – partidário nem sempre são de fácil
compreensão, sendo necessário deter por vezes uma boa bagagem cultural e política, de
forma a interiorizar melhor os argumentos e a retórica implícita nos discursos dos
candidatos ou partidos, que ao invés se traduz numa dificuldade presente na vida
comum dos cidadãos, no concreto, numa perspectiva optimista, os cidadãos, utilizando
as tecnologias da informação e comunicação podem pela força e pelo alcance dos seus
argumentos discutir ideias, intervirem num espaço físico que, não se limite aos grupos
de poder e de maior influência no destino da vida dos cidadãos, antes, constituírem-se
como verdadeiros centros de discussão, em que todos podem contribuir com a força da
sua razão, sem a necessidade de ter que se ser militante. Na realidade a formação de
opiniões acerca da sociedade, das expectativas e dos seus objectivos, a esperança de um
mundo melhor, vêm construídas por cada cidadão muito mais além daquilo da vida
política. É um processo casual que vem influenciado pelas suas escolhas, das suas
preferências, das suas interacções com diversos clusters, das opiniões de pessoas de
outros continentes e dos feed-backs nos ambientes que frequenta. É um modelo de
formação de opiniões pessoais complexo, menos congruente da sociedade industrial,
que era mediado pela classe, de uma determinada área geográfica, ambiente de trabalho
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
e agenda dos mass media. Na sociedade digital, as opiniões, mais do que formarem-se,
vêm partilhadas, discutidas, publicadas e distribuídas de maneira a repartir o processo.
A hipótese que hoje se põe acerca das “manobras digitais” encontraram recentemente
um novo objecto. Investigadores, jornalistas, ideologias da liberdade em Rede vêm nos
partidos digitais a estória futura de uma transformação, permanente, em aceder aos
conteúdos em tempo real. Para alguns, é um instrumento que permite comentar, discutir
e interagir com o fim de focalizar dinâmicas sociais, para outros, um produto com a
possibilidade de serem edificados sistemas que permitem a difusão da informação. São
no geral, aspectos inovadores das campanhas eleitorais. São novas expressões culturais,
numa espécie de identidades cibernéticas, capazes de enquadrar fenómenos que levam à
participação e à circulação das informações políticas em Rede. São tudo mecanismos
aos quais o marketing não está alheio, presença e visibilidade, e permitem que se
possam ver os partidos como forças que se adaptam aos novos tempos, permitindo que
os cidadãos possam colaborar e cooperar de maneira multi-disciplinar.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Quanto à primeira limitação, pode-se dizer que, para se desenvolver um trabalho futuro,
dever-se-iam obter dados quantificáveis e qualificáveis acerca dos cidadãos que
interagem com os “partidos digitais”; seria talvez, maneira de se descobrirem e de se
inovarem novas formas de comunicação de molde a que se pudesse recolocar o
indivíduo e os cidadãos próximos dos partidos para que a crise de representação a que
os partidos parecem estar a passar pudesse diminuir. Verificar-se-ia assim no nosso
entender o alcance que as novas tecnologias teriam na relação dos cidadãos com os
partidos italianos.
Depois, para além disso o futuro que se advinha faz supor que os estudos de âmbito
político no sector tecnológico têm ainda uma grande margem de progressão. É nossa
convicção que os estudos deverão desenvolver-se de acordo com o melhoramento das
ferramentas que as TIC proporcionarão aos cidadãos, seja a nível do software ou
hardware, assim como ao nível do melhoramento dos índices de educação,
aprendizagem e conhecimento. Ou seja, há medida que os cidadãos forem tomando
consciência da importância das TIC nas suas próprias vidas, poderão tal como J.F.
Kennedy assim o previu, fazerem qualquer coisa mais pelo seu país no sentido de
melhorarem os índices de participação nas políticas que cada partido propõe às pessoas.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
construída de modo aberto, de maneira que, cada um que queira escrever uma aplicação
pode realiza-la e torna-la disponível. Não é necessário requerer a permissão a ninguém
para nos conectarmos à Internet e implementar uma ideia.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Bibliografia:
Arteton, F.C. (1984). The New Strategies of Presidential Campaigns. Lexington Mass
Edições Media Politics,
Bentivegna, S. (1997). Al voto com i media: le campagne elettorali nell’età della t.v.
Roma, la Nuova Itália Scientifica,
Bentivegna, S. (1998). Talking Politics on the net, The Joan Shorenstein Center on the
Press, Politics and Public Policy, John Kennedy School of Government, Harvard
University.
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105
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Cheli, F., Mancini P. e Mazzoleni G., (1989). Elezioni in TV: dalle tribune alla
pubblicità. Milano, Ed. Angeli.
Dahlgren P., (1995). Television and yhe Public Sphere, London, Sage.
Fici, A. (2004). Internet e le nuove forme della partecipazione politica. Milão, edições
F. Angeli.
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106
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Lang, K. e Lang, G. (1983). The Battle for Public Opinion, New York, Columbia
University Press.
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107
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Novelli, E. (1995). Dalla TV di partito al partito della TV. Firenze, La nuova Itália.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
6. Apêndice.
Forza Itália
R. Em 1995.
R. Sim X Não
R. Sim X Não
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
R. a) História do partido
b) Referências aos adversários.
c) Actividades em curso nos partidos. X
d) Informação dos quadros dirigentes.
e) Estatutos e regulamentos.
f) Posição acerca de temáticas da actualidade. X
g) Apontamentos importantes. X
h) Documentos reservado
i) Consultar jornais
j) Confronto com outras forças políticas
l) Leituras aconselhadas.
m) Ideias e objectivos.
n) Conhecimento do panorama politico.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
R. a) Correio electrónico. X
b) Fóruns de temáticas de discussão.
c) Sondagens em rede. X
d) Publicidade no sítio.
e) Newsgroup.
f) Votação On- line.
g) Comícios On line.
h) Chats políticos.
i) Inscrição no partido. X
j) Newsletter do sítio. X
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
R. Sim X. Não.
R. Sim. X Não.
R. Formal. Informal. X
16. P. Considera que as exigências dos navegadores que utilizam os sítios vêm
satisfeitas?
R. Sim. X Não.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
17. P. Detêm informação acerca do nível de satisfação que os utentes detêm no vosso
sítio?
R. Sim. X Não.
23. P. Quais são as maiores limitações com que se depara no seu trabalho?
Maior informação.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
Totalmente de acordo. X
Bastante de acordo.
Pouco de acordo.
Totalmente de acordo.
Bastante de acordo. X
Pouco de acordo.
Maior grau de controlo da parte dos cidadãos, acerca das decisões do governo.
Totalmente de acordo.
Bastante de acordo. X
Pouco de acordo.
Totalmente de acordo.
Bastante de acordo. X
Pouco de acordo.
Democratici di Sinistra
R. Foi activado em 1998. Com o passar do tempo sofreu numerosos restylings e uma tal
expansão de se tornar uma verdadeira e próprio portal electrónico. (Hoje detem
numerosos sítios correlacionados, relativos a vários departamentos, a correntes politicas
internas e associações políticas culturais com relações com o partido).
A expansão do sítio não se revê somente a nível quantitativo (número de páginas) mas
também a nível qualitativo (mais serviços para o utente, melhor uso, maior
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
interactividade, etc.). Por outro lado, a evolução foi sempre suportada por melhores
técnicas (mais servers com maior potência), e integrada com um sistema intranet (com a
direcção nacional), e de extranet (para as federações e secções do território) que permite
de utilizar a rede como ferramenta de trabalho, ainda que como meio informativo para o
cidadão (Internet).
R. O sítio funciona também como órgão de comunicação oficial do partido, ainda que se
no momento do seu nascimento a sua utilização foi pensada para se estabelecer o
contacto directo com o cidadão, e por consequência numa presença constante no
território. Como referido já em precedência constitui-se como um instrumento de
trabalho seja para a Direcção Nacional, que para as secções territoriais.
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação
actualidade política, seja interna, que externa. No interior do portal existe também uma
secção dedicada à formação política. Inicialmente existiam escolas do partido mas hoje
existem formações que se podem encontrar em
http://www.dsonline.it/aree/form_politica/index.asp. Podem-se encontrar além de todas
as informações acerca dos seminários e cursos activos, formação no território, alguns
cursos on-line. Nos últimos anos activamos cursos de formação política, de economia
política e um dicionário de áudio vídeo da política. A função organizativa está em
crescimento. Estamos em grau de por em comunicação as federações entre si, e
pretende-se por ainda as secções a comunicar e as periferias e os centros. É nesta lógica
que as Tic desempenham um papel fundamental no presente, na medida em que já hoje
é possível informar todas as secções nas eleições que vão decorrer acerca da modalidade
de apresentação das listas, a modalidade do voto, etc., e durante os escrutínios eleitorais,
em tempo real, a sede eleitoral dos DS conseguiu efectuar as próprias projecções acerca
dos dados fornecidos pelos nossos elementos.
O nosso sítio constitui-se como um meio de interacção com o cidadão. Esta foi a nossa
missão original e mantém-se como o nosso aspecto fulcral da nossa actividade. Um dos
aspectos mais importantes consiste no nosso quartel general dos voluntários on-line
http://www.dsonline.it/volontari/Default.aspx . A ideia é inovativa e é dirigida
sobretudo aos simpatizantes que não tiveram tempo de fazer militância política mas que
queiram dedicar um pouco de tempo ao partido. Em último (mas não por último) é
nossa intenção ter uma parte do sítio que apele ao lazer, entretenimento cultural e á
troca de opiniões não necessariamente políticas. Esta é a nossa função do magazine
http://www.dsonline.it/magazine/index.asp.
História do partido
Referências aos adversários.
Actividades em curso nos partidos.
Informação dos quadros dirigentes.
Estatutos e regulamentos.
Posição acerca de temáticas da actualidade.
Apontamentos importantes.
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Documentos reservados
Consultar jornais
Confronto com outras forças políticas
Leituras aconselhadas.
Ideias e objectivos.
Conhecimento do panorama politico.
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R. Correio electrónico.
Fóruns de temáticas de discussão.
Sondagens em rede.
Publicidade no sítio.
Newsgroup.
Votação On line.
Comícios On line.
Chats políticos.
Inscrição no partido.
Newsletter do sítio.
R. Um dos instrumentos mais potentes que detemos para a interacção com o cidadão e a
nossa newsletter que conta já com mais de 400.000 escritos. Temos por outro lado
fóruns de discussão temáticos, áudio-vídeos de conferência em directo e em diferido e
convenções. O correio electrónico é sempre um óptimo instrumento de feedback
individual. Detemos também sondagens em rede mas não é com o intuito de observar os
resultados obtidos. Funciona mais como forma de divertimento do utente.
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R. Contêm links de vários géneros. Links aos partidos da área de centro-esquerda, seja
italianos, que europeus ou americanos, links institucionais 8governo e universidade),
links com ligação aos movimentos, a jornais e a entes locais.
R. Sim. As posições tomadas são as indicações que o partido dá aos seus cidadãos.
16. P. Considera que as exigências dos navegadores que utilizam os sítios vêm
satisfeitas?
R. O facto é que o número de utilizadores do sítio têm vindo a aumentar, o que me leva
a pensar que a resposta é afirmativa. Pondo-me no lugar de um cidadão médio, ficaria
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satisfeito com os serviços e com os conteúdos oferecidos pelo portal. Dizer que todas as
exigência vêm satisfeitas seria quanto menos excessivo.
17. P. Detêm informação acerca do nível de satisfação que os utentes detêm no vosso
sítio?
R.A direcção do sítio: mas por outro lado existe uma redacção alargada porque cada
área e departamento detêm um responsável que se dedica à página dedicada á área do
departamento conseguinte (detemos cerca de 50 áreas e departamentos diferentes). Por
último existe uma outra sociedade que se ocupa da parte técnica, isto é, do
funcionamento e dos upgrades, da intranet, da extranet, do grafismo do sítio, etc.
R. Pelo menos 1 vez todos os dias, seguindo notícias que as retemos serem as mais
importantes.
R. Sim, o sítio foi modificado muitas vezes seja no seu aspecto gráfico que naquele
funcional e de organização de conteúdos. Partimos de uma simples pág. html e chegou-
se a um portal que oferece serviços, conteúdos diversificados e interactividade.
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R. Para além de um restyling gráfico que fazemos em cada 2 anos queremos potenciar a
parte de arquivos e pesquisa de conteúdos. Detemos ainda a ideia de expandir no
Magazine comunidades de blogs.
23. P. Quais são as maiores limitações com que se depara no seu trabalho?
R. ( não respondeu).
Maior informação.
Totalmente de acordo. X
Bastante de acordo.
Pouco de acordo.
Totalmente de acordo.
Bastante de acordo. X
Pouco de acordo.
Maior grau de controlo da parte dos cidadãos, acerca das decisões do governo.
Totalmente de acordo.
Bastante de acordo. X
Pouco de acordo.
Totalmente de acordo.
Bastante de acordo. X
Pouco de acordo.
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