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ECONOMIA DOMÉSTICA

Dicas de como economizar


Prof. Eduardo Madureira
Economista
1. Entendendo a Economia

Vista de fora, a Ciência Econômica parece um conjunto de leis


incompreensíveis aos cidadãos comuns. Muito se fala sobre o economês, a
língua secreta dos economistas, mas não é bem assim. Independente do ramo
de atividade, o profissional consegue falar de forma incompreensível aos
leigos, e muitas vezes se divertem ao fazer isso. Médicos, advogados,
biólogos, farmacêuticos, todos têm seus termos técnicos, ou seu “economês”.
Apesar de todo o mistério que envolve a Ciência Econômica, com a
leitura desse material vocês verão que não se trata de nada inacessível, muito
pelo contrário. A nossa proposta é desmistificar conceitos econômicos e tentar
vislumbrá-los de uma maneira lógica e de fácil compreensão.

1.1 A Ciência da Escassez.

O ser humano tem o maravilhoso hábito de não se saciar com nada.


Por mais que busquemos focar nosso pensamento nas nossas necessidades,
elas nunca se acabam.
Quando jovens queremos logo fazer 18 anos para poder dirigir.
Quando conquistamos a nossa tão sonhada carteira de motorista nos falta um
carro. Quando compramos esse carro, já pensamos em outro um pouco
melhor... E assim por diante.
Faça o seguinte exercício: Tente colocar no papel todas as suas
necessidades. Comece com as diárias, depois as semanais, e assim por
diante. Quando achar que terminou, leia-a. Provavelmente notará que algumas
delas foram esquecidas. Tente completá-la novamente. Caso insista, você
ficará o ano inteiro fazendo essa lista e nunca chegará ao fim.

“A grande questão, que nunca foi respondida,


e que eu não posso responder, apesar dos
meus trinta anos de pesquisa sobre a alma
feminina é: o que quer uma mulher?”
Sigmund Freud (Psicanalista Austríaco)
Brincadeiras a parte a não saciedade humana levou ao progresso que
temos hoje. Se as necessidades humanas fossem saciáveis, talvez não
vivêssemos na sociedade altamente moderna em que vivemos.
Como vimos nossos desejos e necessidades são ilimitados, porém
nossos recursos não. Por mais que tenhamos um bom salário, e recebamos
muito dinheiro, ele sempre acaba. Nas conversas informais na rua,
normalmente escutamos as pessoas dizendo: “sempre sobra mês no meu
salário!”.
É aí que entra a Ciência Econômica, também chamada de Ciência da
Escassez. Ela não tenta explicar nem tão pouco entender as necessidades
humanas. O problema básico da economia é a escassez. Vimos que nossos
desejos e necessidades são ilimitados, porém nosso salário é limitado. A
Economia busca encontrar um ponto de equilíbrio entre as receitas limitadas e
os desejos ilimitados dos seres humanos. Veja o conceito:
Economizar: “Gerir de forma eficiente bens e recursos escassos a fim
de satisfazer às ilimitadas necessidades humanas.”.
Podemos constatar que estamos economizando quando conseguimos
gerenciar os recursos escassos que recebemos (salário, aluguel, pensão, etc.)
de forma tal que maximizemos nossas necessidades. É claro que não
conseguiremos realizar todas as necessidades. Não conseguiríamos nem se
ganhássemos 20 milhões na mega-sena. E esse é o motor propulsor do
capitalismo.
Normalmente as pessoas dizem que estão economizando 100 reais
por mês para comprar uma moto no final do ano. Essa pessoa, na verdade,
está poupando 100 reais por mês para comprar uma moto no final do ano e
economizando todo o salário.
Notem que o conceito de economia é muito subjetivo e individual. Por
exemplo, eu gosto de carros antigos. Se gasto todo o meu dinheiro com eles, e
me sinto feliz fazendo isso estou economizando. Talvez minha esposa não
ache isso, para ela eu estaria economizando se vendesse todos os carros e
comprasse uma casa na praia.
Existem também aquelas pessoas que se utilizam do salário apenas
para comprar o básico e poupam todo o resto. Esses são os famosos “pão-
duros”. Mas considerando-se que isso os torna felizes, eles estão
economizando tanto quanto eu que gasto tudo.
Como vimos o economizar é algo individual, e o economista no
exercício da sua função vai agir de maneira tal, visando equacionar da melhor
forma possível as necessidades e a renda de seu cliente, a ponto de deixá-lo o
mais saciado de suas necessidades.
O Economista do Fantástico o Sr. Luiz Carlos Ewald é tido como um
padrão quando se pensa na função do economista. Mas na verdade o que ele
ensina no fantástico é Economia Doméstica, um tópico da Ciência Econômica.
Seguirei a linha do Prof. Ewald e tentarei repassar alguns mecanismos da
Economia Doméstica.

2.0 Conceitos Econômicos.

Essa apostila não é destinada a economistas e sim a pessoas que


necessitam de um conhecimento básico na área e querem, no geral, diminuir
seus desperdícios domésticos e assim, maximizar seus rendimentos. Por isso
tentarei ser o mais prático possível, não me atendo a conceitos e sim a
aplicabilidade dos mesmos.
Tanto a economia, quanto a administração e a contabilidade tem uma
formação muito parecida, com disciplinas semelhantes e que, na maioria das
vezes, se contemplam, mas existe um conceito muito importante que o
economista adota e que os demais colegas não concordam, que é o conceito
de Custo de Oportunidade.
O que é melhor comprar um apartamento ou pagar aluguel? Com
certeza vocês vão dizer comprar um apartamento, mas espero que após essa
explicação vocês digam, depende do Custo de Oportunidade.
Imagine uma pessoa que possui cerca de R$ 180.000,00 aplicados
das mais diversas maneiras, de ações até empréstimo a juros. Essa pessoa
paga entre aluguel e condomínio R$ 800,00 por mês. O dinheiro que ele possui
aplicado lhe rende, em média, R$ 6.000,00 por mês. O detalhe é que esse
desafortunado acaba de casar, e sua esposa não aceita essa situação. Seu
sogro que compartilha da mesma opinião, não admite que ela tenha saído de
sua casa e não possua um apartamento próprio para morar, tendo R$
180.000,00 “parados” por aí.
Analisando a situação acima, se o marido se desfizer dos seus
investimentos, ele consegue comprar um bom apartamento por R$ 180.000,00.
Porém, ele já mora num bom apartamento pagando R$ 800,00 e recebendo
das suas aplicações algo em torno de R$ 6.000,00. O Custo de Oportunidade
da compra do apartamento que sua esposa e seu sogro querem é de R$
5.200,00 por mês. Sabe quando ele vai comprar esse apartamento? Nunca!
Como já conhecemos o conceito de economizar, podemos aconselhá-
lo a poupar uma parte dos R$ 5.200,00 da renda de seus investimentos, e
comprar um apartamento financiado e assim agradar sua mulher e seu sogro.
Esse exemplo parece irreal, mas essa história é verídica, e a pessoa
envolvida é meu amigo. Mas você pode aplicar essa história agora mesmo na
sua vida. Sabe aquele brinco, aquele perfume, ou aquele jogo de rodas para o
seu carro que você está querendo comprar, mas não tem dinheiro? Muitas
vezes dizemos a nós mesmos: “Se ficar devendo no cheque especial um mês
ou dois, não vai fazer tanta diferença”. E aí compramos. Será que esse produto
que queremos tanto não pode esperar um ou dois meses para ser adquirido?
Se você conseguir fazer sempre essa pergunta antes de contrair uma dívida,
tenho pela consciência que você assimilou o conceito de Custo de
Oportunidade.
Já pensaram sobre o conceito de crédito? O crédito é pura e
simplesmente a antecipação de um consumo, porque toda a sua renda já está
comprometida com outras despesas.
Em suma, a grande parte de nós é consumista, o regime capitalista
exacerba essa nossa característica. Vivemos até alguns anos atrás sem
telefone celular, porém, hoje se não comprarmos o último modelo lançado no
mercado algo de muito terrível pode acontecer conosco. Pelo menos é isso que
a mídia tenta nos incutir. Mas alguns visionários do capitalismo já previram isso
a quase 150 anos:

"Os donos do capital vão estimular a classe


trabalhadora a comprar bens caros, casas e
tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais,
até que se torne insuportável”.
Karl Marx 1867 (Economista e Filósofo)

Você utiliza Cartão de Crédito? Cartão de Crédito é uma coisa que não
combina com Economia Doméstica. Se você assiste aquele quadro do
Fantástico, já deve ter visto o Sr. Ewald quebrando alguns Cartões de Crédito,
mas porque? Eles são tão bons, não são?
Provavelmente você tem um Cartão de Crédito a tanto tempo, que não
se lembra mais como era a sua vida sem ele. Até a história acerca do seu
surgimento é interessante. O primeiro cartão de crédito foi o Dinners Club. Um
dia um cidadão comum estava almoçando em um restaurante e quando foi
pagar a conta descobriu que sua mulher ou seu filho haviam tirado seu dinheiro
da carteira, e ele não tinha nada, nem talão de cheque para pagar sua conta. A
situação deve ter sido tão humilhante, que ele desenvolveu uma forma para
que isso não ocorresse mais, estava criado o cartão de crédito. E Dinners Club
era justamente o nome do restaurante onde essa pessoa passou vergonha por
não ter dinheiro.
Ok, o cartão de crédito como vimos é algo que veio para tirar-nos de
muitas enrascadas, é uma maravilha da modernidade, é um fator positivo em
nossa vida. Visto por esse ângulo pode até ser. Mas tente lembrar-se de como
era a sua vida sem ele. Provavelmente você recebia seu salário, pagava suas
contas, fazia até um crediário ou outro, mas no final do mês estava tudo certo.
Quando recebeu o seu primeiro cartão de crédito, estava louco para
experimentá-lo. O dinheiro estava no bolso, mas porque não pagar no cartão?
Ficou tantos anos esperando a oportunidade de tê-lo e agora não vai usá-lo? E
acontece algo maravilhoso, que dificilmente acontece. Naquele mês o seu
salário rendeu, você adquiriu mais coisas, mas como de costume não sobrou
nada no seu bolso.
No mês seguinte, quando recebeu o salário, você não podia gastá-lo,
pois tinha de pagar a fatura do cartão de crédito. A partir daí tornou-se um
escravo do cartão, pois mesmo que quisesse se livrar dele, precisaria de um
salário extra para pagar a fatura e voltar a manusear novamente seu dinheiro.
Antigamente precisávamos preencher formulários, pedir autorizações,
depender da boa vontade do gerente da conta no banco para conseguirmos um
Cartão de Crédito. Num segundo momento, os bancos, para facilitar a nossa
vida, unificaram os cartões de nossas contas correntes com os cartões de
crédito. Hoje em dia, as operadoras ligam nas nossas casas, e enviam Cartões
pelo correio. Até os supermercados nos empurram eles pela garganta abaixo.
Porque? Porque é altamente rentável para as operadoras e para os parceiros
delas.
Milton Friedman, Prêmio Nobel de Economia, disse certa vez: “Não
existe almoço grátis em economia”. Pode parecer que essa frase não faz
sentido algum, mas você verá que já vai fazer.
O Código de Defesa do Consumidor “obriga” os lojistas a vender seus
produtos no Cartão de Crédito pelo preço à vista. Isso é um grande benefício
para nós, não é? Há controvérsias. O lojista tem um custo de 3% em cada
operação feita com o Cartão de Crédito, além do aluguel da máquina. Sem
contar que ele demora cerca de 30 dias para receber esse dinheiro, mas se
quiser, pode antecipar o recebimento pagando uma razoável taxa de juros. Eu
considero baratos esses 3% que o lojista paga pelas vendas no cartão, pois
diferente de um pagamento com cheque, que o lojista não sabe se será
compensado ou não, o pagamento com Cartão de Crédito é líquido e certo.
Independente do pagamento ou não da fatura pelo titular do cartão, o lojista
recebe aquele valor, pois foi autorizado pela operadora.
Mas agora eu pergunto, quem paga esses 3% e o aluguel da
máquina? É o lojista? Não! É o consumidor que paga com Cartão de Crédito?
Não! É o cliente que paga a vista em dinheiro? Sim! Quando o lojista filia-se às
operadoras de Cartão de Crédito ele já repassa todos esses custos aos seus
produtos. Nesse momento, se você costuma pagar suas contas à vista, em
dinheiro, sem saber está pagando esse “custo extra” do lojista. Em economia
isso chama-se externalizar custos.
Outra forma de externalizar custos, fácil de ser constatada, é a Lei
Rouanet. Essa lei veio em beneficio dos estudantes. A lei diz que munidos de
suas carteirinhas ou qualquer comprovação que estão matriculados em escolas
ou cursos superiores, recebem desconto de 50% em manifestações culturais,
como cinema, teatro, shows, etc.. Quem será que paga a outra metade da
entrada? Os não estudantes! Hoje em Cascavel pagamos, em média, R$ 12,00
para ir ao Cinema, sem carteirinha de estudante. Se não houvesse a Lei
Rouanet provavelmente pagaríamos algo em torno de R$ 8,00.
Você deve estar se perguntando, mas o que posso fazer diante disso,
para não pagar por essas externalidades? No caso do cinema, é difícil, pois
normalmente são grandes corporações e não dão desconto. Agora nas lojas
exija sempre o desconto de pelo menos 3% sobre os produtos pagos à vista,
nem que o gerente tenha que ser chamado. E argumentos para isso, agora
você tem. Exija esse desconto!!!
E o Cheque Especial, heim? Que mão na roda é isso! Naquele mês
que você está apertado, lá está ele para te ajudar. O valor dos juros pagos por
financiamentos bancários varia de banco para banco, mas, em média, o
cheque especial cobra 10% ao mês. Já a nossa poupança paga, também em
média, 0,5% ao mês.
O impacto disso no dia a dia não parece muito, mas vamos
experimentar fazer um pequeno cálculo de juros de poupança e de cheque
especial. O exemplo a seguir ilustrará isso.
O Plano Real entrou em vigor no dia 30/06/1994 e vamos supor que
para comemorar esse grande feito para a economia do seu país você
depositou na Poupança o valor de R$ 100,00. Nesse cálculo, utilizaremos a
fórmula de juros compostos: JC = K(1+i)n, onde K = Capital, i = Taxa de Juros e
n = ao número de meses. Considerando-se um rendimento médio da poupança
de 0,5% ao mês teríamos a seguinte equação:
JC = 100 (1+0,005)175
JC = R$ 239,36
Ou seja, você teria um ganho de capital de R$ 139,36, se houvesse
feito essa aplicação por quase 15 anos na poupança.
Agora experimente fazer a conta com um saldo negativo de R$ 100,00
em sua conta corrente, durante o mesmo período. Sabemos que as taxas de
juros de cheque especial são de aproximadamente 12% ao mês. Vamos
considerar uma taxa média de 10% nesses últimos 15 anos. Assim teremos a
seguinte equação:
JC = 100(1+0,1)175
JC = 1.752.749,70
A calculadora não pirou não. O resultado é esse mesmo. Um milhão,
setecentos e cinqüenta e dois mil, setecentos e quarenta e nove reais e setenta
centavos.
Feito isso, pense em sua conta corrente. Nesses últimos 15 anos,
quantos meses ela já ficou negativa em pelo menos R$ 100,00? Sabe por que
ela ficou negativa? Planejamento. Ou melhor, a falta dele.

3.0 Planejando suas vidas.

Imprevistos acontecem. Temporais, problemas de saúde, desemprego,


isso tudo pode levar as contas de qualquer um para o buraco. Tenha em mente
que nem nesses casos é justificado dever ao Cheque Especial.
Eu comparo o planejamento de contas com um regime. Não que
devemos todos passar fome para conseguir guardar dinheiro, não é isso. É que
quando nos motivamos a fazer um planejamento, colocar todas as nossas
despesas num papel e tentar ser o mais corretos possível com elas, achamos
muito legal, e nas primeiras semanas até fazemos isso. Mas da mesma forma
que também achamos interessante o regime, logo depois paramos com tudo e
iniciamos os gastos desenfreados novamente com aquela desculpa: vou furar
só hoje!
Os membros dos Alcoólicos Anônimos (AA) possuem um preceito
muito simples, porém fundamental para qualquer pessoa que tenha em mente
executar uma ação. Esse preceito é o “só hoje”. Quando a vontade de beber
vem, eles dizem para si mesmos: “vou evitar o primeiro gole, só hoje”. Assim, a
cada dia que eles dizem isso e permaneceram sem beber, é uma vitória, ou um
dia a mais nessa longa e difícil caminhada.
A execução de um Planejamento Doméstico é algo tão simples que
talvez por isso acabemos por não fazer.
Em primeiro lugar devemos separar nossas receitas e nossas
despesas. As receitas são os nossos rendimentos (salários, pró-labore,
recebimento de aluguéis, arrendamentos, lucros, etc.). Já as nossas despesas
são para onde vão os nossos rendimentos. E, caso não executemos esse
planejamento direito, boa parte delas vão para o banco na forma de juros.
Devemos separar nossas despesas em 3 grupos:

• Despesas Fixas – Aluguel, Colégio, Faculdade, Condomínio, Carnês,


Empregados, TV por Assinatura, Seguros, etc. São aquelas despesas
que não variam de mês a mês e temos que pagá-las sempre.

• Despesas Variáveis – Telefone, Luz, Água, Gás, Cartão de Crédito,


Supermercado, Locadora, etc.

• Despesas Supérfluas – Considera-se supérfluo tudo o que não é


necessário para a manutenção da família.

Repare que as Despesas Fixas são difíceis de manipular. Mas em


alguns casos são necessários e os cortes nesse tipo de despesas sempre são
traumáticos. Já as Despesas Variáveis, mesmo também difíceis, são mais
passíveis de cortes. Você pode diminuir o consumo de todas as que foram
listadas acima, sem grandes prejuízos. No caso das Despesas Supérfluas,
como o próprio nome diz, deverão ser abolidas caso não haja recursos para a
sua compra.
Vamos executar agora um modelo simples de orçamento familiar.
Repare que esse é um modelo genérico. Cada família terá que adequar esse
orçamento à sua realidade e às suas despesas.
Orçamento Familiar

Valores Receitas Despesas


Salário
Receita Outros
Total
Aluguel
Condomínio
Empregada
Carnê Casa
Carnê Carro
IPTU
Despesas IPVA
Fixas Plano de Saúde
Colégio
Clube
Faculdade
Academia
Plano de Aposentadoria
Outros
Total
Mercado
Luz
Água
Gás
Despesas Telefone Fixo
Variáveis Telefone Celular
Cartão de Crédito
Combustível
Outros
Restaurantes
Total
Viagem
Cinema
Teatro
Despesas Locadora
Supérfluas Restaurantes
Roupas
Outros
Total
Totais Receitas e Despesas
Saldo Total (Receitas - Despesas)

Preencha esse Orçamento, e seja o mais honesto possível. Lembre-se


que sendo desonesto nesse orçamento estará sendo consigo mesmo e não
com os outros.
Se após o preenchimento e respectivos cálculos o saldo deu positivo,
parabéns! Você é uma das poucas pessoas a conseguir essa proeza sem um
planejamento.
Caso o saldo tenha sido negativo, não se desespere, mas é tempo de
mudar. Comece cortando drasticamente as Despesas Supérfluas. Eu sei que
todos nós precisamos comprar roupa, mas normalmente não compramos uma
camisa porque todas as outras são furadas e sim porque vimos na vitrine e
achamos bonita. Só que a partir de agora, devemos comprá-la quando tivermos
dinheiro. O consumo de qualquer um dos itens citados nas Despesas
Supérfluas pode ser cortado de imediato que não matará ninguém.
Se cortando essas despesas, seu orçamento já foi para o azul, ótimo.
Caso não tenha ido chegou à vez das Despesas Variáveis. Existem milhares
de maneiras de diminuir despesas variáveis. Vou separá-las por itens para que
possamos demonstrar alternativas para cada uma delas:

• Mercado – Esse é um dos vilões do orçamento. E se você mora perto de


um então, é mais difícil ainda. Adquira o hábito de fazer uma lista de
compras em sua casa. Como normalmente vamos sempre ao mesmo
mercado sabemos direitinho onde estão os produtos que precisamos.
Faça sua lista seguindo a ordem das fileiras onde estão os produtos que
precisa. Porque isso? Porque o layout do mercado é feito para que você
passeie por todos os corredores, visite todas as gôndolas e acabe
comprando mais produtos do que deveria. Levando a lista feita dessa
maneira, você não cai nessa armadilha. Outra coisa que parece
besteira, mas é muito importante, nunca vá ao mercado com fome. Faça
essa experiência: elabore sua lista e vá ao mercado antes do almoço, de
preferência com muita fome. Depois tente novamente a mesma lista,
após o almoço ou jantar. Você verá que comprará somente o que está
na lista se não estiver com fome. De outro modo, você vai lembrar de
muitas coisas e não vai resistir. Esse fator é biológico, não econômico;

• Luz – A conta de luz muitas vezes representa uma despesa alta, e é


fonte de muitos desperdícios. Procure verificar se as borrachas de sua
geladeira estão em ordem, e procure diminuir a quantidade de vezes
que sua porta é aberta. Não coloque roupas ou panos para secar nas
gradinhas atrás dela e descongele-a frequentemente. As lâmpadas
quentes (incandescentes) podem ser trocadas por lâmpadas frias
(fluorescentes), que são mais caras, mas consomem muito menos. E
sempre tome o cuidado de desligar as luzes ao sair de um ambiente.
Evitar banhos demorados, secadores de cabelo, chapinhas, etc. O Ar
Condicionado deve ser programado numa temperatura ideal, para não
precisar ficar com o compressor funcionando a noite toda. Se possível
evite o consumo ao máximo no período das 18:00 às 22:00 horas, pois é
o horário mais caro;

• Água – Tomar cuidado com banhos demorados, limpeza de carros e


calçadas com mangueira, piscina, etc. Uma maneira muito eficiente para
diminuir o consumo de água é instalar nos banheiros torneiras
automáticas. Essas torneiras abrem-se ao toque e fecham 7 segundos
depois. Numa operação de escovar os dentes com uma torneira dessas,
estima-se que são economizados 12 litros de água. Existem também
chuveiros, que trabalham sob pressão, diminuindo o consumo de água,
sem perder o fluxo;

• Telefone – Hoje em dia possuímos telefones celulares e telefones fixos.


Com a portabilidade, devemos estar constantemente verificando as
opções de planos das diversas operadoras a fim de diminuir os gastos
com esses itens. Outra medida que deve ser tomada é verificar se existe
realmente a necessidade de aparelhos fixos em casa. Quando ligar para
outros estados ou para o exterior, consulte os planos e horários mais
baratos para essas operações;

• Gás – Procurar utilizar mais a panela de pressão, que cozinha os


alimentos em menor tempo, gastando-se muito menos gás. Caso
possua chuveiros a gás, diminua o tempo de uso;
• Cartão de Crédito – Evite usá-lo. Procure pagar o máximo possível em
dinheiro. Cuidado com as facilidades. Compras em 10 vezes no cartão
são sempre uma tentação ao consumo;

• Combustíveis – Evite utilizar mais de um carro. Converse com seus


amigos e vizinhos que fazem o mesmo trajeto que você, e compartilhem
os carros. Revezem-se semanalmente para diminuir o consumo e ao
mesmo tempo ajudar a preservar o meio ambiente. Se possuir carro com
motor Flex esteja sempre atento não só ao valor do litro do álcool e da
gasolina, mas ao consumo final do carro com ambos os combustíveis;

• Restaurantes – Esse item está listado tanto nas despesas variáveis


quanto nas supérfluas, pois muitas vezes o almoço em restaurantes não
é um luxo e sim uma necessidade em virtude da correria do trabalho.
Assim, se almoçar sempre no mesmo lugar, procure negociar um preço
diferenciado, visando uma diminuição mensal com esse tipo de despesa.

Com essas dicas já dá para reduzir uns 20% nesse tipo de despesas.
E isso vale para todas as pessoas, mesmo as que estão com o orçamento
positivo. É sempre bom, diminuir despesas. Um grande problema das
empresas é que elas resolvem cortar custos quando já estão à beira da
falência. Nossos custos devem ser tratados com muito cuidado e devemos
buscar sempre diminuí-los.
Chegamos a um ponto crucial. Se todas as Despesas Supérfluas já
foram cortadas, as Variáveis já foram diminuídas, e o nosso orçamento ainda
está ruim, vamos ter que partir para medidas drásticas. Como já vimos acima,
mexer com as Despesas Fixas é sempre traumático, mas caso seja necessário
seguem algumas sugestões:

• Aluguel – Caso note que seu aluguel está representando um gasto muito
grande em seu orçamento, converse com o proprietário. Tente uma
redução no valor. Caso não consiga, se achar que realmente está acima
de suas possibilidades, procure um local mais barato. Porém, sempre
tenha em mente o gasto com o transporte. As vezes mudamos para um
lugar R$ 150,00 mais barato e aumentamos nosso gasto com transporte
em R$ 200,00, piorando nosso orçamento. E o mais importante, desista
de pagar aluguel. Aluguel e juros são dois gastos que não recebemos
nenhuma compensação por tê-los. Esteja sempre de olho nos boletins
de financiamentos da CEF e dos demais bancos conveniados. É melhor
andar de ônibus por um tempo e entregar o carro como entrada num
imóvel financiado, do que pagar aluguel a vida toda. Pense bem, pois
vale o sacrifício;

• Empregada Doméstica – Esse é um item que deve ser bem pensado


também. Caso trabalhe diariamente, veja se realmente existe a
necessidade dela. Tente a opção de uma diarista uma vez ou duas por
semana. No caso do Jardineiro também. Tente fazer você mesmo. Muita
gente faz isso por necessidade e às vezes acaba encontrando um hobby
para descarregar o stress;

• Carnês Diversos, IPTU, IPVA, Taxa de Lixo, etc. - Esses valores são
fixos e não podem ser muito negociados, mas caso tenha dinheiro
sobrando, negocie um bom abatimento para antecipar algumas parcelas,
ou no caso dos impostos, pague à vista pois os descontos normalmente
são bons. Mas pelo amor de Deus não fique devendo no cheque
especial para antecipar parcelas ou pagar tributos à vista;

• Clubes e Academias – Verifique o custo benefício e principalmente se o


valor que está sendo gasto vale à pena. Se por acaso paga os dois, veja
se não consegue deixar de pagar a academia e utilizar mais o clube.

Se com essas dicas ainda não conseguiu acertar seu orçamento,


vamos para o próximo item.

4.0 Saindo da Crise


Esse é o pior momento para uma família. Os rendimentos já não
conseguem pagar as despesas, dividas foram feitas e não estão sendo
saldadas. Cobranças... Serasa... Limitações de Crédito... Nome sujo... É hora
de se programar.
Em primeiro lugar coloque num papel todas as suas dívidas e separe
as já vencidas das que ainda vão vencer. Tente negociar um aumento de prazo
para as dívidas que ainda não venceram. Normalmente quando buscamos
esse contato previamente, conseguimos tal prorrogação.
Pague as dívidas onde não houve prorrogação antes que vençam,
diminuindo assim novas incidências de juros.
Cartões de Crédito, Financiamentos Bancários e Impostos vencidos
devem ser deixados de lado, pois normalmente conseguem-se bons descontos
para saldar essas dívidas à vista. Entre em contato com todos eles e negocie
uma boa redução de juros e multas para pagamento à vista.
Verifique se você tem algum amigo ou parente que possui dinheiro
aplicado na Caderneta de Poupança. Proponha que lhe empreste o dinheiro
pela mesma taxa de juros. Caso não consiga ofereça 0,5% a mais, mesmo
pagando essa taxa você ainda estará sendo beneficiado.
Feito isso, caso não tenha reunido todos os recursos necessário para
saldar suas dívidas, vá ao seu banco e tente um financiamento de Crédito
Pessoal para quitar tudo. Antes de fechar com o banco, vá até a uma
concessionária e verifique as taxas de juros para refinanciamento de
automóvel. Normalmente elas variam de 1,99 a 4,50% a.m. dependendo do
ano do veículo. Veja qual é a melhor alternativa. Ambos os financiamentos
podem ser pagos em até 48 meses. Faça o cálculo para que essa parcela
caiba no seu orçamento e não comece uma nova dívida.
Por menor que seja o juro de um financiamento, quando somamos as
parcelas vemos que o valor total é maior que o dobro do valor financiado. Por
isso, esse financiamento deverá ser feito apenas se não houver outra
alternativa para saldar suas dívidas. Nesse caso, mesmo pagando o dobro do
empréstimo, ainda será mais vantajoso do que deixar rolar a dívida e pagar 5
ou 6 vezes o valor dela.
5.0 Capítulo Bônus – Compras

Essa é a melhor parte, não é? Comprar... Todo mundo gosta de


comprar. Como vimos nossos instintos capitalistas, já previstos por Karl Marx
cada vez falam mais alto. A Internet deixou o já excitante ato de comprar ainda
mais interessante.

5.1 A Tecnologia

Vamos falar de um assunto bem controverso, a tecnologia. Tenho


34anos, coleciono máquinas de escrever, calculadoras e carros antigos, e já vi
muita coisa acontecer em termos de tecnologia. Eu me lembro de quando era
pequeno adorava ir cinema. Não ia muito porque era caro. Mas um dia, em
férias na casa de um tio, conheci algo fantástico, o videocassete. Aquilo era a
solução de todos os problemas da minha vida. O cinema era caro, e sempre
tínhamos que comprar dois bilhetes pelo menos, pois não podia ir sozinho, mas
com o vídeo cassete, podia alugar o filme na locadora e assistir em casa
quando quisesse.
Mas o meu vídeo cassete demorou muitos anos para chegar. Lembro
que o nosso primeiro vídeo cassete foi comprado usado, uns 5 ou 6 anos
depois de eu saber de sua existência.
A tecnologia custa caro, e costumamos pagar esse preço para sermos
exclusivos. Porém esse custo adicional pela exclusividade não nos será
devolvido nunca mais. Sem contar que muitos desses produtos altamente
tecnológicos, acabam não se tornando comerciais e virando um “mico”.
Você se lembra do Vídeo-Laser? Esse mesmo tio, alguns anos depois,
comprou esse aparelho. Foi o precursor do DVD, só que o disco era do
tamanho de um LP de vinil. O aparelho foi comercializado por um ano no
máximo, e logo em seguida apareceu o DVD. Quem esperou para comprar o
DVD ganhou duas vezes, uma porque que não ficou com um aparelho inútil em
casa, e outra que já pagou um preço bem menor pelo DVD.
O mercado nos oferece agora o Blue Ray que promete uma imagem
infinitamente melhor que o DVD. No seu lançamento ele custava em média, R$
2.000,00, hoje já encontramos por cerca de R$ 1.000,00. Com certeza, daqui a
mais um ano, ele custara ¼ do seu preço original. E as TVs de Plasma, quanto
custavam a dois anos atrás? E agora nem ouvimos mais falar nelas, pois agora
temos as de LCD, muito melhores, e seu preço já se reduziu muito.
Então vocês querem uma dica? Não comprem a mais moderna
tecnologia, esperem. Se o seu filho quer um PlayStation 3 façam um acordo
com ele, quando o preço dele chegar a R$ 600,00 comprem. Ele começou com
R$ 3.000,00, já está custando R$ 1.000,00. Acredito que em menos de um ano
custe R$ 600,00. Mas eles vão dizer: Mas agora já tem o Playstation 4! Claro!
Por isso vocês vão pagar R$ 600,00 no PS3. Hoje o PS2 ainda é vendido,
quando ele deixar de ser fabricado o PS3 vai tomar o seu lugar e será lançado
o PS4... Como dizem os americanos Just Business.
Juntando-se essa visão de tecnologia com o conceito de Custo de
Oportunidade podemos concluir que: o Custo de Oportunidade de se comprar
um produto de alta tecnologia é a sua exclusividade.

5.2 Compras Pela Internet

Para se ter uma idéia, eu comprei quase todos os eletrodomésticos da


minha casa via internet. Dependendo dos sites em que compramos, as
compras são seguras e não costumam haver problemas.
As lojas virtuais conseguem oferecer preços melhores porque não
precisam de grandes e modernas estruturas físicas para atrair seus clientes,
nem tão pouco de uma grande quantidade de vendedores para atendê-los. Isso
tudo é redução de custos.
O fato do preço de um determinado produto estar mais barato no site
do que na loja não quer dizer que valha a pena comprá-lo, pois existe o frete.
Fique atento ao preço do frete nas compras via Internet, pois dependendo de
onde o produto vem e de seu tamanho o preço final pode variar muito.
Como muita gente não se preocupa com o preço do frete, alguns sites
se aproveitam disso e “maquiam” seus produtos para melhorar suas vendas.
Um exemplo de site que faz muito isso é o www.submarino.com.br.
Normalmente os produtos desse site são muito baratos, mas quando você
compara o frete com outros sites é que vem a diferença. Por isso não se
atenham tanto ao preço do produto e sim ao preço final (produto + frete) isso é
o que efetivamente você vai pagar.
Existem sites que buscam o melhor preço para praticamente tudo na
Internet. Os sites www.bondfaro.com.br e www.buscape.com.br fazem a
pesquisa para você em muitas lojas virtuais e fornecem os melhores preços.
Cabe ao consumidor apenas escolher e verificar os fretes mais baratos.
Para quem gosta de livros, além dos três sites já citados, existe um
chamado www.estantevirtual.com.br. Esse site é uma junção de mais de 1000
sebos do Brasil e países vizinhos que concentram uma gama de cerca de 5
milhões de livros cadastrados. Em sua grande parte são livros usados, mas é
possível fazer ótimos negócios nele. Recentemente comprei um livro nesse site
que novo custava R$ 65,00 por R$ 25,00, e seu estado de conservação era
ótimo, além de ter custado 61,5% a menos que o novo.

Nunca esqueça:
• Não compra nada sem pesquisar o melhor preço;
• Mesmo encontrado o melhor preço procure sempre um desconto, por
menor que seja;
• Compre tudo à vista e em dinheiro;
• Fuja do Cheque Especial e do Cartão de Crédito.

6.0 Conclusões Finais

A Economia Doméstica é vista na maioria das vezes como brincadeira


e por isso deixada de lado. Mas a elaboração de um Orçamento Familiar e o
cuidado com as despesas no dia-a-dia são de suma importância para que
nossa vida econômica seja tranqüila.
Espero ter contribuído com cada um em sua longa jornada pela busca
do equilíbrio financeiro e da satisfação de suas necessidades. Tomando alguns
desses cuidados, estaremos garantindo uma vida melhor e mais tranqüila para
todos, e também evitando surpresas ingratas.
Caso tenham alguma dúvida ou sugestão, entrem em contato comigo
pelos e-mails: eduardo@fag.edu.br e emadureira@gmail.com .

7.0 Bibliografia

EWALD, Luis Carlos. Sobrou Dinheiro! Lições de Economia Doméstica. 4ª Ed.


Rio de Janeiro – Bertrand Brasil, 2003.

Banco Itaú – Uso Consciente do Dinheiro.

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