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téchne 124 julho 2007
www.revistatechne.com.br
apoio
IPT techne
Edição 124 ano 15 julho de 2007 R$ 23,00
■ Museu de Brasília ■ Andaimes ■ Expovivienda ■ Cobertura metálica ■ Fissuras de alvenaria ■ Recuperação de fundações ■ Tubulões
FUNDAÇÕES
Patologias e
recuperação
MEIO AMBIENTE
Casa inglesa
carbono zero
ENTREVISTA
EMILIO KALLAS
O que o boom
imobiliário vai
fazer pela
Engenharia?
Museu
Honestino
Guimarães,
Brasília (DF)
Museu
de Brasília
00124
SUMÁRIO
CAPA
36 Nave branca
Museu de Brasília desafia calculista a
sustentar as curvas de Niemeyer
56 ARTIGO
Recuperação de fissuras de
alvenaria de vedação
Veja método para eliminar e corrigir
Nicolau El Moor
patologias
75 COMO CONSTRUIR
Cobertura metálica com viga joist
Sistema facilita montagem de
32 FEIRA coberturas metálicas
Expovivienda 2007
Argentina mostra recuperação do setor
da construção
SEÇÕES
42 ANDAIMES Editorial 2
Marcelo Scandaroli
1
editorial.qxd 5/7/2007 14:36 Page 2
EDITORIAL
Bons ventos exigem revalorização
VEJA EM AU
termo boom é discutível e há quem enxergue apenas uma
O bolha. Constitui fato, entretanto, que o mercado imobiliário
vive um raro momento de prosperidade, em especial, nos grandes
centros urbanos. "Vacinados" pelo vai-e-vem da economia
nacional, os construtores costumam ser comedidos para tratar do
desempenho dos negócios. Ou, melhor, costumavam. Nem os
mais céticos têm reclamado de 2007. Poucos escondem a
empolgação. Constatado o sucesso, surgem algumas perguntas: Livraria Cultura
o boom da construção vai trazer a tão esperada revalorização do Entrevista: Clorindo
Testa
engenheiro civil, sobretudo daqueles que estão na linha de frente 8o Prêmio Jovens
Arquitetos
das obras? A remuneração vai melhorar e será absorvida pelas
Museu de Ciências
empresas? Haverá mais investimentos na formação e educação Naturais do Japão
continuada dos profissionais? Membro do Conselho Editorial de
VEJA EM CONSTRUÇÃO
Téchne desde o lançamento da revista, em 1992, o construtor MERCADO
Emilio Kallas responde “sim” para todas as questões apontadas.
Dono de uma longa trajetória profissional até se tornar um
empresário bem-sucedido, foi consultor da área de custos
habitacionais do IPT e da área de obras da Sabesp (Companhia
de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Kallas aposta
que "o quadro técnico fará a diferença na concorrência, visto
que dinheiro todos vão ter". Defensor do ensino continuado
e ele próprio um "estudante" inquieto, aconselha a constante
atualização e garante que qualidade, atendimento, domínio Boom imobiliário
Contratos
tecnológico e, acima de tudo, profissionais diferenciados serão
Vícios ocultos
fundamentais. Por isso, alerta para a falta de quadros gerenciais Estimativa
orçamentária
com experiência e de mão-de-obra qualificada. Preparando-se
Pregão eletrônico
para levar a Kallas Engenharia ao mercado de capitais, o
construtor traça, em entrevista para a Téchne, um prognóstico das
mudanças em um setor que, nas suas próprias palavras, não pode
perder o momento histórico que se apresenta.
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techne
Vendas de assinaturas, manuais técnicos, Fundadores: Roberto L. Pini (1927-1966), Fausto Pini (1894-1967) e Sérgio Pini (1928-2003)
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Confira no site da Téchne fotos extras das obras, plantas e informações que complementam conteúdos
publicados nesta edição ou estão relacionados aos temas acompanhados mensalmente pela revista
Museu de Brasília
Veja mais plantas e fotos do Museu Honestino Guimarães, o Museu de Brasília, projeto
Fórum Téchne
do arquiteto Oscar Niemeyer transformado em aço e concreto pela Via Engenharia, com O recebimento de comissão para
projeto estrutural de Carlos Henrique da Cruz. A cúpula em semicírculo é formada por a especificação de materiais
duas "cascas" independentes que se solidarizam no pólo. Vigas nervuradas radiais e (reserva técnica) é um
circunferenciais garantiram a ancoragem de uma passarela circular de 14 m em procedimento correto?
balanço. Confira os detalhes no site. Profissional que se preza apresenta
proposta de honorários e presta serviço
com competência e qualidade. A
necessidade de complementar
rendimentos com cobrança de
percentagem sobre produtos
especificados é coisa de picareta que
não tem competência para prestar
serviço e cobrar honorários justos.
João Jaime Detoni
21/06/2007 09:37
Os softwares de cálculo
banalizaram os projetos de
Nicolau El Moor
estruturas e prejudicaram
profissionais experientes?
Definitivamente, sim! O engenheiro caiu
na arapuca do avanço tecnológico e se
deu mal. Vários escritórios com vários
Requisitos de segurança doutores por metro quadrado fecharam
Confira no site o item 15 da NR-18 com os as portas por causa dos softwares. Os
requisitos de segurança para os sistemas engenheiros fizeram cálculos e projetos
de andaimes de obras. Entre outros como "The Flash" e na mesma velocidade
pontos, a NR-18 exige que o foram para o olho da rua.
dimensionamento de andaimes e de Gilberto Gatti Lopes
estruturas de sustentação e fixação seja 19/06/2007 15:29
realizado apenas por profissionais
Técnicos de edificações e
Marcelo Scandaroli
ÁREA CONSTRUÍDA
Laudo sobre queda de grua sai em 60 dias
A queda de uma grua de 45 m numa todos os equipamentos de proteção
obra de um prédio de escritórios cor- exigidos para a atividade e que todas as
porativos da construtora WTorre En- normas de segurança foram respeita-
genharia, em São Paulo, deixa mais das. No entanto, de acordo o delegado
uma marca na história dos acidentes Nelson Júnior, da Delegacia de Investi-
que vêm ocorrendo na construção civil gações de Acidentes de Trabalho da Po-
brasileira. A tragédia ocorreu no dia 25 lícia Civil, há denúncias sobre possíveis
de junho e terminou com a morte de irregularidades na obra desde maio.
quatro funcionários e ferimentos nas Segundo ele, as denúncias apontavam
mãos de um operário. De acordo com problemas em equipamentos que po-
Walter Antonio Sciglino, presidente da deriam comprometer a segurança dos
Grumont Equipamentos, o fato é la- funcionários. Na semana do acidente,
mentável, pois nunca foi registrado a auditora fiscal do Ministério do Tra-
pela locadora um acidente fatal com os balho e Emprego, Silvia Helena Burg-
equipamentos. "A grua nunca fora uti- hi, declarou após uma inspeção no
lizada, ou seja, o equipamento era local da obra que ainda é muito cedo
novo, e a equipe era bem treinada", ga- para uma avaliação concreta do caso.
rante. O presidente afirma ainda que a "É complexo, envolve diversas condi-
empresa dará total apoio às famílias ções técnicas e apenas os peritos do
das vítimas. O equipamento foi fabri- Instituto de Criminalística poderão
cado pela Siti S.A, que não quis se posi- dizer o que realmente aconteceu", diz a
cionar sobre o acidente até o fecha- auditora. Segundo ela, o processo deve
Tiago Queiroz/AE
mento desta edição. A WTorre infor- demorar cerca de dois meses para ser
mou, por meio de sua assessoria de im- concluído e depois será encaminhado
prensa, que os operários estavam com para o Ministério.
ÁREA CONSTRUÍDA
ÍNDICES
IPCE em São Paulo Índice PINI de Custos de Edificações (SP)
Variação (%) em relação ao mesmo período do ano anterior
Eletroduto, misturador e aço puxam as 35
altas de junho IPCE materiais
30 IPCE global
Índice PINI de Custos de Edifi-
O cações encerrou o mês regis-
trando alta de 0,16%, percentual in-
25
IPCE mão-de-obra
Suporte Técnico: para tirar dúvidas ou solicitar nossos Serviços de Engenharia ligue para (11) 2173-2373
ou escreva para Editora PINI, rua Anhaia, 964, 01130-900, São Paulo (SP). Se preferir, envie e-mail:
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IPT RESPONDE
Envie sua pergunta para a Téchne.
Utilize o cartão-resposta encartado
na revista.
Alvenaria
Existe algum impedimento técnico mabilidade, as alvenarias poderão
de se subir as alvenarias junto com encurtar-se sem o surgimento de pa-
a estrutura, minimizando as despesas tologias, passando, a partir de um
com fôrmas? certo estágio de deformação, a atua-
Celso Miranda rem apenas os elementos de concre-
Belo Horizonte to armado na absorção das tensões.
Para que sejam evitados os riscos de
Utilizando-se o topo das paredes patologias nas alvenarias construí-
como fôrmas para os fundos das das simultaneamente à estrutura, re-
vigas, estas, ao serem solicitadas pelas comenda-se interpor, entre o topo
cargas gravitacionais atuantes nas das paredes recém-construídas e as
edificações, automaticamente trans- vigas a serem moldadas, camada de
ferirão esforços para as paredes, po- material muito deformável, como
dendo vir a causar a fissuração ou placa de poliestireno expandido
mesmo o seu esmagamento. Caso as (EPS), poliuretano expandido etc. A
alvenarias apresentem módulo de espessura dessa camada dependerá
deformação muito baixo (por exem- do vão, da rigidez e dos carregamen-
Fotos: Marcelo Scandaroli
plo, tijolos de barro cozido assenta- tos previstos para as vigas e/ou lajes.
dos com argamassa constituída pre- Ercio Thomaz
dominantemente por cal hidratada), Cetac (Centro de Tecnologia do Ambiente
isto é, alvenarias com grande defor- Construído)
IPT RESPONDE
Envie sua pergunta para a Téchne.
Utilize o cartão-resposta encartado
na revista.
Alvenaria
Existe algum impedimento técnico mabilidade, as alvenarias poderão
de se subir as alvenarias junto com encurtar-se sem o surgimento de pa-
a estrutura, minimizando as despesas tologias, passando, a partir de um
com fôrmas? certo estágio de deformação, a atua-
Celso Miranda rem apenas os elementos de concre-
Belo Horizonte to armado na absorção das tensões.
Para que sejam evitados os riscos de
Utilizando-se o topo das paredes patologias nas alvenarias construí-
como fôrmas para os fundos das das simultaneamente à estrutura, re-
vigas, estas, ao serem solicitadas pelas comenda-se interpor, entre o topo
cargas gravitacionais atuantes nas das paredes recém-construídas e as
edificações, automaticamente trans- vigas a serem moldadas, camada de
ferirão esforços para as paredes, po- material muito deformável, como
dendo vir a causar a fissuração ou placa de poliestireno expandido
mesmo o seu esmagamento. Caso as (EPS), poliuretano expandido etc. A
alvenarias apresentem módulo de espessura dessa camada dependerá
deformação muito baixo (por exem- do vão, da rigidez e dos carregamen-
Fotos: Marcelo Scandaroli
plo, tijolos de barro cozido assenta- tos previstos para as vigas e/ou lajes.
dos com argamassa constituída pre- Ercio Thomaz
dominantemente por cal hidratada), Cetac (Centro de Tecnologia do Ambiente
isto é, alvenarias com grande defor- Construído)
CARREIRA
Walid Yazigi
Autor de livros técnicos e fundador de construtora, descartou
carreira em indústria têxtil para seguir vocação
egundo dentre cinco filhos, todos formato até chegar no oitavo andar de
S os demais mulheres, Walid Yazigi
optou por não seguir os passos do pai.
um prédio na avenida Paulista. A re-
portagem da revista Téchne foi recebi-
Por sentir que não tinha vocação para da na sala principal, com vistas para o
dar continuidade à indústria têxtil da Masp (Museu de Arte de São Paulo) e
família de origem síria, optou por uma para o Parque Trianon a partir de uma
carreira técnica, e viu na engenharia ampla janela de vidro (criticada por
civil uma boa escolha. Em 1958 mon- Walid por absorver calor demais –
tou a Construtora Yazigi S/A e até hoje "mesmo agora, no inverno, tenho que
se preocupa muito mais com a área deixar o ar-condicionado ligado").
Marcelo Scandaroli
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melhores praticas 120x.qxd 5/7/2007 14:51 Page 18
MELHORES PRÁTICAS
Instalações elétricas residenciais
Para garantir a segurança e o bom funcionamento de equipamentos, não se pode
esquecer de elementos como fio terra, DR, e proteção do quadro de distribuição
DR
O DR (Dispositivo Diferencial um DR de alta sensibilidade
Residual) é obrigatório em qualquer (30 mA), mas é possível instalar
instalação residencial para proteger somente um DR como proteção
circuitos de áreas molháveis (cozinha, geral. A presença do DR não elimina
copa, área de serviço, banheiro e a necessidade de disjuntores, mas
áreas externas). O ideal é que cada há no mercado disjuntores DR,
circuito necessário seja protegido por chamados de DDR.
Quadro de
distribuição
Separação de circuitos O quadro de distribuição deve
ter uma proteção que pode ser
A instalação elétrica deve ser circuitos devam ser divididos em de material transparente
dividida em vários circuitos para iluminação, tomadas de uso geral e (policarbonato) ou não (metal)
facilitar a manutenção, a proteção tomadas de uso específico. Todo que deve bloquear qualquer
contra curtos-circuitos e o equipamento com corrente nominal acesso de usuários aos pontos
monitoramento dos pontos onde superior a 10 A, tais como chuveiro, vivos (fios, conectores e outras
eventualmente possam ocorrer aquecedor, secadora, etc., deve peças energizadas) de uma
problemas. A norma solicita que os possuir circuito exclusivo. instalação elétrica.
Aterramento
O sistema de aterramento de uma
residência deve ser projetado antes
mesmo de se iniciar a construção.
Um cabo de cobre nu com seção de
50 mm² circundando a edificação ou
um conjunto de hastes Copperweld
com conector 5/8" x 2,40 m pode
ser usado para interligar o fio terra.
Colaboração: Programa Casa Segura, Barreto Engenharia, Sindinstalação, Superinstal Engenharia e Sanhidrel
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melhores praticas 120x.qxd 5/7/2007 14:51 Page 20
melhores praticas 120x.qxd 6/7/2007 16:34 Page 21
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ENTREVISTA
Transição construtiva
EMILIO RACHED ESPER
KALLAS
Construtor e ex-professor do curso
de pós-graduação em engenharia
civil da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, Emilio
Kallas tem uma visão bastante
abrangente dos problemas relativos
à formação e atividade da construção
civil brasileira. Formado pela Poli em
1973, pós-graduou-se em
Administração Contábil e Financeira
pela Escola de Administração da
Faculdade Getúlio Vargas. Retornou
à Poli e lá concluiu o mestrado em
Marcelo Scandaroli
Com a abertura de capital a decidida pela análise de sua capacidade Por ser ainda muito recente, as empre-
concorrência entre as construtoras administrativa e pela sua forma de ges- sas de capital aberto ainda estão se
aumentou de fato? tão. Como investir numa empresa que adaptando e a construção não evoluiu
Aumentou e irá aumentar mais. Have- tem como negócio a produção de apar- muito. Como a abertura de capital da
rá muito mais produtos para a escolha tamentos e casas sem examinar pro- grande maioria se deu no ano passado
do consumidor e isso possivelmente fundamente seus quadros, em especial e no primeiro semestre deste ano, o
fará com que os preços caiam. Entre- o técnico? Muitas vezes vejo analistas grande volume de obras ainda está
tanto, gostaria de fazer uma separação mais preocupados em examinar o por se formar. Entretanto, pode-se an-
entre incorporadora e construtora, landbank da empresa do que sua ca- tecipar com certeza que o conheci-
pois a maior concorrência será entre as pacitação técnica. mento técnico dos engenheiros e a
primeiras, que desenvolvem os produ- condição tecnológica das construto-
tos residenciais ou comerciais. Não Então, qual deveria ser a postura? ras serão fatores indispensáveis.
perceberemos, a princípio, essa con- Eu faria a seguinte reflexão: "Dinheiro
corrência porque haverá um grande todos vão ter, então quem fará o meu O controle tecnológico ganhou em
aumento nos insumos desses produ- render mais?" Em médio prazo, aquelas importância, sendo mais efetivo e
tos, em especial haverá acréscimos nos que não se capacitarem tecnicamente refletindo em melhorias no processo
custos dos terrenos e de mão-de-obra. terão suas ações desvalorizadas. E aque- de projeto e construção?
Quanto às construtoras, essas têm que las que são somente incorporadoras te- Por exigência da lei e do mercado,todos
estar preparadas técnica e tecnologica- rão dificuldade em contratar boas cons- os processos são mais transparentes.
mente para enfrentar o desafio. trutoras, sendo obrigadas a dividir boa Conseqüentemente, o controle tecno-
parte do lucro.Nessa leva inicial de aber- lógico, que sempre foi muitíssimo im-
Como uma construtora se prepara, tura de capital os investidores e analistas portante, ganhou o adjetivo de indis-
técnica e tecnologicamente falando, não se preocuparam em considerar o pensável. As empresas não podem cor-
para a abertura de capitais? conhecimento técnico das construtoras. rer o risco de outrora, pois serão muito
O grande patrimônio de uma constru- De agora em diante,o corpo técnico terá mais cobradas pelo mercado e de ma-
tora sempre foi seu quadro técnico, muitíssimo mais importância nas con- neira alguma poderão se arriscar a
mas, infelizmente, nas últimas duas ou siderações e avaliações do mercado. manchar sua imagem. É claro que isso
três décadas, esse foi muito pouco va- provocará ganho de qualidade em todo
lorizado. Agora, com algumas incor- As empresas têm como garantir o processo.
poradoras e construtoras capitaliza- o desempenho dos produtos
das, haverá necessidade de produzir que entregam? Como controlar os projetos
mais residências em prazos menores e Claro, basta que valorizem seus enge- contratados? Qual a importância
com redução de custos. Isso provocará nheiros, entendendo a inegável impor- desse controle?
a valorização do quadro técnico da tância deles no processo de produção. Temos várias metodologias que podem
empresa, fazendo com que ele seja Engenheiros capacitados estudam e so- ser utilizadas. Na minha opinião o que
adequadamente remunerado. licitam pesquisas,conseguindo otimizar mais importa é contar com profissionais
a cadeia produtiva. Engenharia não é competentes, que devem ser motivados
Quando começa a atuar na bolsa, qual uma ciência exata e não se pode enten- constantemente por meio da valoriza-
passa a ser a postura da empresa em der o aparecimento de alguma fissura ção de seu trabalho. O grande problema
relação às técnicas construtivas e aos como defeito insanável de construção. é que o mercado acostumou a não dar
produtos utilizados? importância a esses profissionais e em
Pela transparência com que essas em- Se a concorrência aumentar, então conseqüência não houve a formação de
presas são obrigadas a operar, os cuida- teremos o desenvolvimento de engenheiros civis em número e qualida-
dos com relação a técnicas construtivas técnicas construtivas e produtos de necessários. Vamos enfrentar uma
e aos produtos serão intensificados. mais baratos e eficientes? transição que finalmente chegou.
Qualquer falta de conhecimento será É claro que haverá crescimento tecno-
catalisada e em médio prazo os consu- lógico. Cada vez mais se procurará Quais os riscos que patologias ou
midores começarão a entender que não produtos com melhor desempenho e problemas construtivos podem
se compra apartamento somente pelo menor custo. Isso será ocasionado acarretar às construtoras perante
preço do metro quadrado. Ou seja, ou- tanto pelo aumento da concorrência o mercado?
tros fatores começarão a aparecer. como também pela maior e mais uni- Patologias ou problemas construtivos
forme escala de produção. sempre mancham a imagem de uma
Qual a importância da qualidade técnica construtora. O problema agora é que
e tecnológica para a abertura de capital? O que, de fato, tem mudado na haverá maior exposição na mídia de-
A compra de uma ação de uma incor- forma de construir em decorrência vido à importância que as construto-
poradora ou construtora deveria ser da abertura de capitais? ras adquiriram no momento atual.
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entrevista.qxd 5/7/2007 14:28 Page 24
entrevista.qxd 5/7/2007 14:29 Page 25
Alessandro Roncatti
profissionais agregará valor, sobretu- e manutenção desses cursos. De qual-
do aos mais qualificados. É claro que quer maneira, considero um absurdo e
seria de suma importância uma refor- uma afronta o salário inicial de um
ma nas leis trabalhistas, permitindo bom engenheiro. E isso é conseqüência
Por ser recente a entrada das construtoras
que o salário líquido dos trabalhado- da desunião da classe e da sofrível atua-
e incorporadoras na bolsa de valores, os
res fosse maior e que os ganhos não ção das entidades que nos representam
investidores ainda não analisam com a
fossem drenados por meio de leis so- e, principalmente, do que aconteceu
devida atenção a capacitação técnica das
ciais existentes para resolver a inefi- no Brasil nos últimos anos. A produ-
empresas, fator fundamental num
ciência do Estado. Também seria im- ção ficou em segundo plano, com boa
processo produtivo que se torna cada vez
portante que os sindicatos não atuas- parte do dinheiro das empresas sendo
mais volumoso e uniforme
sem colocando os funcionários contra drenado para os bancos.
as empresas, pois os dois se necessitam
e concorrem juntos para o sucesso da Qual a parcela de responsabilidade quão duro e importante é o trabalho do
construção. O caminho natural será as dos contratantes para tal engenheiro de obra. Bastaria a esses
empresas darem treinamento aos ope- desvalorização? empresários entender duas coisas para
rários, formando carpinteiros, pedrei- Os sócios de muitas incorporadoras e que ficassem menos insensíveis. A pri-
ros, encarregados e mestres qualifica- construtoras nunca administraram meira é que o custo da construção pode
dos, aumentando a produtividade. uma obra, não tendo nem idéia de atingir em torno de 55% do preço de
entrevista.qxd 5/7/2007 14:29 Page 26
ENTREVISTA
venda da unidade, e a segunda é que há E quais as perspectivas futuras para E o que recomenda para que eles
incompatibilidade numa obra que essa questão? tenham sucesso?
custa milhões de reais ser administrada A economia de mercado irá mudar Sempre falei para meus filhos que a
por uma pessoa que não ganha o sufi- tudo isso, o mundo está com muita li- formação faz a diferença, pois não só
ciente para comprar uma casa de quidez e crescendo. Apesar da péssi- permite alcançar bens materiais
Cohab ou CDHU. ma administração do Brasil, estamos como proporciona intensa felicidade
crescendo juntos, mesmo que a um por permitir realizar coisas impor-
Como tirar a imagem de "mestre- ritmo muito menor do que podería- tantes, trazendo inúmeros benefí-
de-obras de luxo" que as pessoas mos. As atividades produtivas estão cios para a sociedade. A condição
fazem dos engenheiros de obras? adquirindo a importância de que são atual do mercado é muito boa para
Durante alguns anos, dei aula para o merecedoras e os engenheiros colhe- isso, mas o conselho para todos da
primeiro ano de engenharia civil da Es- rão seus frutos. área é que estudem. Após me formar
cola Politécnica da Universidade de São na Poli achei importante completar
Paulo com o intuito de motivar os alu- O senhor recomendaria a um filho minha formação e fiz pós-gradua-
nos iniciantes no curso. Entretanto, era tornar-se engenheiro? ção em Administração Financeira na
muito difícil responder à seguinte colo- Sem dúvida! Sou apaixonado pela Getúlio Vargas. Logo voltei para a
cação: para que estudar se o meu salá- engenharia civil. Meu filho mais Poli e completei o mestrado e o dou-
rio será igual ao de um profissional sem velho tornou-se engenheiro em 2006 torado lá. Um engenheiro bem qua-
qualificação? Todo o idealismo não é e está iniciando a pós-graduação. lificado está apto para atuar nas mais
suficiente para motivar um engenheiro Meu outro filho fará vestibular este diferentes áreas devido à formação
que com seu minguado salário não po- ano também para engenharia civil. que inclui um raciocínio extrema-
derá dar a seus filhos uma escola igual à Talvez meu entusiasmo com a profis- mente lógico.
que tiveram. Acho que arrumei forças são os tenha influenciado. Estou ex-
para motivá-los na paixão que nutro tremamente feliz com a decisão deles O grande volume de obras forçará
pela engenharia e também pela indig- e espero que sejam tão felizes quanto mudanças legais relativas a leis
nação que tenho por esse despropósito. sempre fui. ambientais e de zoneamento? Se
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Marcelo Scandaroli
mento do volume de obras provo- a uma sentença de morte para a incor-
cará. Algumas conseqüências já poradora ou construtora, visto que a
foram previstas na lei de Zonea- sentença pode vir em até dez anos, in-
mento de São Paulo e nas atuais viabilizando não só o empreendi-
Com o acirramento da concorrência
exigências ambientais. Entretanto, mento mas a própria sobrevivência da
provocado pela transparência inerente à
a prática aponta para necessidades empresa. Outra importância da revi-
abertura de capital, o corpo técnico das
que devem ser observadas e corri- são seria a diminuição da interferên-
construtoras, incluindo os engenheiros de
gidas no tempo. Como São Paulo cia do poder judiciário no executivo,
obras, tende a ser valorizado, uma vez que
atravessa um período de transição, decidindo em um minuto e subjetiva-
influencia diretamente na redução de
todos os artigos das leis deveriam mente questões que técnicos especia-
custos e prazos e aumento de produtividade
ser revisados e deixados extrema- lizados passaram meses estudando.
mente claros. Isso agregaria à segu-
rança jurídica dos negócios imobi- Qual o papel do construtor nesse dades de classes. Essas questões afu-
liários, diminuindo a possibilidade panorama? gentam empresários e contribuem
de vizinhos de construções e Considero muito tímida a participa- para a baixa auto-estima do engenhei-
ONGs (Organizações Não-Gover- ção de todos nós, o que muito nos pre- ro civil. Muitos de nós estudamos mais
namentais), às vezes mal-inten- judica. É tempo do construtor intervir as leis e os procedimentos jurídicos do
cionadas, tirarem proveito de e participar dessas discussões por que matérias ligadas à profissão. As
dúbia interpretação. meio de atuações isoladas ou das enti- entidades de classe deveriam manter
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ENTREVISTA
um relacionamento estreito com nos Municipal e Estadual não têm grande. O senhor acredita que o
ONGs, o Ministério Público e o Poder compromisso com prazos ou objeti- setor como um todo poderia
Judiciário, mudando a maneira como vos, postergando atos sem que haja mobilizar-se para que as coisas
o engenheiro civil e as empresas do qualquer cobrança. funcionassem corretamente?
setor são vistos. Claro, há muito tempo luto pela
De que maneira se poderia mudar isso? união dos engenheiros civis e de nos-
A corrupção quase sempre está Diminuiremos muito a corrupção e a sas entidades de classe. Acho que de-
associada aos empreiteiros e extorsão se tivermos leis mais claras e veria ser formada uma força-tarefa
construtores, visto a grande não utópicas, como são algumas do visando revisar todos os artigos des-
quantidade de obras com ilicitudes. meio ambiente, prazos de aprovação sas leis, aclarando-os e mostrando
O que fomenta a corrupção no setor mais curtos, com decisões mais técni- porque há leis utópicas. As entidades
da construção? cas e sem burocracia, responsabilida- do setor deveriam trabalhar mais
Minha esperança é que com o aumen- de de todas as partes envolvidas em próximas do Ministério Público, do
to da educação dos brasileiros a cor- uma demanda judicial, evitando que Poder Judiciário e do Poder Legislati-
rupção seja minimizada. O grande só as empresas do setor da construção vo, suprindo-os de informações
problema do setor é o compromisso tenham a perder em uma ação, e sobre como funciona a engenharia,
com prazos. Algumas pessoas escon- maior proteção ao funcionário públi- que esta não é uma ciência exata e
didas sob a figura de ONGs ficam co para que sua atuação na área técni- que tem enorme valor para o pro-
contra um empreendimento muitas ca não possa ser levianamente contes- gresso e futuro de nosso País. Deve-
vezes motivadas por questões pessoais tada na justiça. riam mostrar quantas pessoas honra-
ou para atender objetivos particula- das e preparadas há e isolar os casos
res. Daí o que aparece na mídia são Às vezes, é preciso recorrer a fortuitos, valorizando nossas univer-
versões, com o uso de expressões mui- favores do Estado e da Prefeitura sidades, nossas entidades de classe e
tas vezes sem fundamento, como "es- para a aprovação de projetos, dado as empresas do setor, valorizando os
peculador imobiliário". Por outro que as leis não são claras, os engenheiros civis.
lado, alguns funcionários dos gover- caminhos difíceis e a corrupção Bruno Loturco
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m Watford, na Grã-Bretanha, a passiva de ar, mas pode impedir a saída controlada por meio de um medidor
E feira Off Site 2007 reservou uma
grande área de seu parque de exposi-
de calor por meio de um dispositivo
mecânico de recuperação de calor.
inteligente que informa aos moradores
se há algum desperdício. Mecanismos
ções para a construção de edifícios que de reúso de água da chuva e economi-
já incorporassem os padrões de con- Aquecimento zadores de energia complementam os
servação ambiental que devem ser im- O aquecedor a biomassa funciona à sistemas ecológicos da casa.
plantados no país até 2016. Entre os base de combustíveis orgânicos classifi- A Off Site, realizada a cada dois
modelos, a casa carbono zero, da em- cados como nível "zero" na emissão de anos, trouxe este ano tecnologias e
presa Kingspan, se destaca por alcan- gases que contribuem para o efeito es- inovações voltadas à obtenção de
çar o nível 6 dentro dos parâmetros tufa, pois a quantidade de dióxido de construções mais sustentáveis e com
britânicos que medem o grau de ecoe- carbono que expelem quando são melhores performance e inteligência.
ficiência de uma residência. queimados é compensada pela quanti- Tornar uma casa "zero" na emissão de
A casa de dois pavimentos com me- dade do gás absorvida no próprio cul- monóxido de carbono é um dos obje-
zanino tem dois dormitórios e uma tivo do combustível. Além da redução tivos definidos no novo código britâ-
área construída de cerca de 94 m²,onde na produção de CO2, a quantidade de nico para casas sustentáveis.
cada material e componente foi especi- energia consumida também pode ser Simone Sayegh
ficado pela sua habilidade de contribuir
para uma maior sustentabilidade da
Divulgação: Cingspan
30
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FEIRA
Fotos: Marina Cantelli
Expovivienda 2007
Após a grave crise econômica, construção civil argentina confirma
recuperação em um dos maiores eventos do setor no país
Argentina, que atravessou uma livre), o engenheiro Fernando Es- dade de criar postos de trabalho dig-
A complicadíssima crise econômica
em 2001, está ainda distante de qual-
querro, a atividade da construção em
2006 foi 15% maior do que a alcança-
nos, a habitação é inacessível à maioria
das pessoas. Isso porque "o governo
quer certeza no que tange à atividade da em 1998, recorde até então. Os ainda não conseguiu desenvolver um
industrial. Mas está se reerguendo. E a dados refletem os cinco anos de cres- sistema de habitação adequado e aces-
indústria da construção civil tem se es- cimento econômico em torno de 8% sível". No entanto, "a estabilidade eco-
forçado para fazer a parte que lhe cabe, alcançados entre 2003 e 2006. A infla- nômica deve permitir isso por meio de
conforme se observou na última edi- ção, de 9,8% em 2006, confirmou a linhas de crédito com prazo de 20 ou
ção da Batimat Expovivienda – Feria promessa do presidente argentino 30 anos", complementa.
Internacional de la Construcción y la Néstor Kirchner de evitar que essa al- Conhecidos os dados básicos da
Vivienda, realizada entre 29 de maio e cançasse os dois dígitos. Não à toa, macroeconomia argentina, fica expos-
2 de junho, em Buenos Aires. portanto, o parceiro de Mercosul é a 3a ta a relevância dos números registra-
De acordo com o presidente da economia da América Latina, atrás dos pela organização da Batimat Expo-
AEV (Associación de Empresarios de apenas de Brasil e México. vivienda e, especialmente, da Aluvi
la Vivienda, ou Associação de Empre- Em paralelo, explica Esquerro, em- 2007, a 4a edição da Exposición de las
sários da Habitação, na tradução bora a construção civil tenha a capaci- Industrias del Vidrio y el Aluminio.
Espaço arquitetônico
Alguns eventos paralelos à Batimat 1:100 Selección de Obras. Concebido
Expovivienda deram especial atenção à pelos arquitetos Enrique Bares, Federico
arquitetura argentina. Talvez o mais Bares, Nicolás Bares, Daniel Becker,
relevante tenha sido a mostra de Arquitetos Claudio Ferrari e Florencia Schnack, e
Argentinos no Mundo – Coleção 2007, escolhido por meio de concurso público,
organizada pelos arquitetos Daniel Casoy e o projeto pretende revitalizar o edifício do
Luis Grossman. O objetivo foi expor a correio central portenho, bem como todo
ProyectoCCB
atuação de profissionais como Juan Lucas o entorno, a fim de integrar o prédio com
Young, Daniel Azerrad e César Pelli pelo o passeio público. A iniciativa faz parte de
mundo. Procurou definir as tendências que um conceito urbanístico que visa a complemento, todo o urbanismo da
têm pautado o desenvolvimento dos retomada da relação da cidade de Buenos região, que abrange a Casa Rosada,
projetos, chegando à conclusão de que há Aires com o rio da Prata. Para tanto, a será revisto. O prazo de execução é março
uma busca pela inclusão de vegetação no idéia é tornar livre o acesso à planta baixa de 2010. Em relação aos custos: "ainda
interior dos projetos. do prédio, além de criar salas de música, não foram estimados, mas certamente
Também durante a realização da feira foi exibições, um museu e equipamentos serão bastante altos, pois é um projeto
apresentado o anteprojeto do CCB culturais. De acordo com os arquitetos, o ambicioso", garante Daniel Becker, um
(Centro Cultural do Bicentenário), CCB terá mais de 90 mil m2 e será um dos dos autores. Informações adicionais:
organizado pela revista de arquitetura maiores centros culturais do mundo. Em www.proyectoccb.com.ar.
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FEIRA
Produtos e Tecnologias
Esquadria as texturas da linha de produtos recursos. Em condições difíceis, é
inspiram-se na natureza andina e estão possível contar com ajuda de potência
disponíveis para fornecimento em sacos instantânea de 10%. As mangueiras
de 30 kg. estão protegidas e a caixa de câmbio
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cerâmica, além de alcançar um consumo tecnologia japonesa, as escavadeiras
de até 6 kg/m2. Pode ser utilizado em têm capacidade entre 13 e 21 t. As
conjunto com aditivos plastificantes, cabines contam com controles Composta por seis camadas – polietileno,
pontes e promotores de aderência ou ergonômicos, alavancas de controle de asfalto plástico, polietileno reforçado,
niveladores de base. Toda a coloração e curso curto e calefação, dentre outros polipropileno tecido e lâmina de alumínio,
de baixo para cima – tem a resistência e resistente, com desempenho 1 MPa e à flexão de 0,5 MPa, ambas
mecânica aumentada significativamente, comprovado por meio de ensaios junto ao aos 28 dias. O poder calorífico atinge
assim como à tração longitudinal, Inti (Instituto Nacional de Tecnologia 310 kcal/kg de reboque, obedecendo
transversal e de impacto. Apresenta, Industrial), da Argentina. Tem vida útil à norma francesa NF M 03-005.
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Argamassa projetada
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CAPA
Nicolau El Moor
Nave branca
Niemeyer mantém sua marca em nova obra em Brasília e desafia calculistas
e construtores: uma cúpula de Ø 80 m em anéis de concreto e três rampas
uase 15 mil m3 de concreto e mil formado por uma cúpula pintada de terreno de 39 mil m2. A construção
Q toneladas de aço estruturam o
novo Museu Nacional de Brasília,
branco com casca dupla, com 15 mil
m2 de área construída, ergue-se a
ficou a cargo da Via Engenharia e o
projeto estrutural foi desenvolvido
junto à Esplanada dos Ministérios. uma altura de cerca de 26 m acima pela Casuarina Consultoria, sob co-
Projeto de Oscar Niemeyer, o museu do nível da praça de entorno, em um mando do engenheiro Carlos Henri-
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CAPA
De rampa em rampa
Característica comum nos pro-
jetos de Niemeyer, as rampas consti-
tuem espaços à parte no museu. Na
área externa, o prédio dispõe de três
rampas com estruturas diversas. A
rampa de acesso direto à área de ex-
posições é reta, com extensão de 50
m, executada em concreto protendi-
do e com sustentação feita por meio
de aparelhos de apoio. A rampa
menor de serviços, que vai do térreo
até o pavimento de exposições, é
curva e em balanço, engastada late-
ralmente na casca da cobertura. E a
Eudes Junqueira
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CAPA
Base sólida
Em termos de movimentação
de terra, o projeto exigiu escavações
do subsolo, uma circunferência de
Ø 35 m e 7 m de profundidade, do
prédio de instalações e da galeria
subterrânea, que liga as instalações
Fotos: Eudes Junqueira
Cimbramento da cúpula
De acordo com a construtora Via, foram Como a cúpula tem duas paredes, superiores nos trechos mais verticais e
desenvolvidos projetos rigorosos das primeiramente foi concretada a parede visíveis, e adicionado aditivo
fôrmas e do tipo de cimbramento interna e em seguida a externa, com superplastificante ao concreto, de
empregados na execução da cúpula, fôrma inferior e superior. O uso de duas maneira a torná-lo mais fluido e aderente
tendo em vista prazo, orçamento e fôrmas só foi possível enquanto as aos espaços do molde. As fôrmas
qualidade técnica. Optou-se pela distâncias entre as paredes permitiam sua inferiores e superiores tinham que ser
execução da cúpula em anéis, com fôrmas retirada. Quando o vão entre as cascas reformuladas de um segmento para o
de madeira em segmentos de 30° a 60°, diminuiu, de maneira a impossibilitar a outro, pois a paginação do compensado
em conjunto com um cimbramento retirada da fôrma inferior da parede era constantemente alterada. Já a
metálico que se deslocava por meio de externa, optou-se pelo uso de fôrma em estruturação das vigas, longarinas e
rodas. Esse conjunto fôrma-cimbramento caixão perdido de poliestireno expandido. cunhas foi mantida, pois a partir do
foi reaproveitado para cada segmento do Com relação ao acabamento de fachada pavimento de exposições a curvatura da
mesmo anel. da cúpula, foram usadas fôrmas cúpula torna-se constante.
com espessura de 12 cm. O piso foi prédio de instalações da biblioteca. kVA. O sistema de ar-condicionado
executado em placas de 12 m x 12 Assim como a subestação, os painéis é composto por duas unidades res-
m, com juntas de mástique elástico de medição do museu e do restau- friadoras de líquido, duas torres de
de poliuretano na cor cinza. rante também são localizados no resfriamento e seis condicionadores
prédio, de onde a energia é conduzi- de ar do tipo fancoil.
Instalações da para os quadros do museu por O prédio também dispõe de
A entrada da energia elétrica em meio de barramento blindado, den- funções essenciais de automação
alta tensão é feita na subestação geral tro da galeria subterrânea. O sistema com operação e controle automáti-
do Complexo Cultural da República, elétrico é composto de dois gerado- co e coordenado dos sistemas elétri-
composta de quatro transformado- res de 280 kVA cada e um conjunto cos, hidráulicos, de ar-condiciona-
res de 1.000 kVA cada, localizada no no break paralelo redundante 2 x 80 do, iluminação, alimentação, emer-
gência, força motriz, incêndio, se-
gurança, circuito fechado de TV,
controle de acesso, comunicação de
dados e sonorização.
Simone Sayegh
FICHA TÉCNICA
projeto estrutural: Casuarina
Consultoria Ltda. – engenheiro
Carlos Henrique da Cruz Lima;
projeto de escoramento: Rohr
S.A. Estruturas Tubulares e
Doka Brasil Formas para
Concreto Ltda.; instalações:
Soares Barros Engenharia
Ltda. – engenheiro Rui Soares
Barros; ar-condicionado:
Na área externa o edifício dispõe de três rampas com estruturas diversas Critério Consultoria e Projetos
de Engenharia Ltda. –
engenheiro Paulo Jorge
Ribeiro da Silva; construção:
Via Engenharia S.A. –
engenheiro Hélcio Magela
Ferreira, engenheiro Leonardo
Guimarães Andrade,
engenheira Roberta Augusto
Gomes Pereira; concreto:
Ciplan; aço: Belgo; ferragem de
piso: Belgo; escoramentos e
fôrmas: Rohr e Doka;
instalações elétricas,
hidrossanitárias, incêndio: Tecno
Engenharia; subestação:
transformador da Comtrafo;
geradores: Stemac; no breaks:
GE; piso elevado: Pisoag;
carpete: Milliken; instalações de
ar-condicionado: Termoeste;
automação, CFTV e rede
estruturada: Johnson Controls;
Com uma grande curva em balanço, a rampa principal externa foi um desafio aos som e áudio: Home Vision;
engenheiros, que exigiu ancoragens de protensão na cúpula impermeabilização: Denver/Imax
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ANDAIMES
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FUNDAÇÕES I
ão muitos os fatores que podem subsolo – como em áreas próximas a Segundo o vice-presidente da
S prejudicar o desempenho das
fundações de uma edificação. Ao
obras do metrô. A evolução de even-
tuais problemas nas fundações, evi-
ABMS (Associação Brasileira de Me-
cânica dos Solos), Jarbas Milititsky, na
longo de toda sua vida útil, elas estão denciados por recalques e desapru- França, estatísticas mostram que mais
sujeitas, por exemplo, a esforços resul- mos, não são tão fáceis de se observar. de 80% das patologias de fundações
tantes de adensamento do solo, au- Por isso, em geral as patologias das têm origem em falhas na investigação
mento de cargas em terrenos vizinhos fundações só são percebidas quando dos solos. No Brasil não existem le-
e vibrações causadas por explosões no se encontram em estágio avançado. vantamentos semelhantes sobre o
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FUNDAÇÕES I
Forças
verticais
Matacão Camada
compressível
Solo de baixa
resistência Solo resistente Fotos: Marcelo Scandaroli
Horizonte rochoso
EXECUÇÃO
Levantamento de estacas – típico de
ANÁLISE E PROJETO blocos com várias estacas, ocorre quando
Sobreposição de tensões – o problema a cravação de uma nova peça provoca o PÓS-CONCLUSÃO DAS FUNDAÇÕES
surge quando uma edificação é construída deslocamento do solo. Com isso, há o Equipamentos industriais –
ao lado da outra, não necessariamente ao "levantamento" das estacas vizinhas já maquinários cuja ação dinâmica produz
mesmo tempo. O cálculo das fundações cravadas. Dependendo da magnitude do vibrações (prensas, impressoras rotativas,
superficiais de um edifício não leva em levantamento, há prejuízo no equipamentos de corte de metais) são
conta os efeitos das cargas da construção desempenho das fundações. origem de diversos problemas de
vizinha sobre o solo. Os esforços sobre o Problemas com concreto – fundações. Cuidados especiais devem ser
solo se somam e inclinações podem ser principalmente em estacas Strauss, tomados para isolar os efeitos ainda na
observadas nas duas construções. o uso de material com baixo fator fase de implantação dos equipamentos.
Fonte: livro "Patologia das Fundações", de J. Milititsky, N. C. Consoli e F. Schnaid, Editora Oficina de Textos
Nível de água
Máquinas de grande porte devem ter fundações separadas de outras partes da
original
edificação para não transmitir a vibração às estruturas adjacentes
Solos
Nível de água granulares manifestar. Para evitar que eventuais fícios vizinhos à construção do metrô
rebaixado fofos problemas se agravem, recomenda-se do Rio de Janeiro. O controle realiza-
que o construtor realize periodica- do nos imóveis mostrou afundamen-
Ponteiras de Solos duros mente o acompanhamento de recal- tos dos pilares da ordem de 20 micras
rebaixamento ques. As principais cargas atuantes ao dia – desnível que, em mil dias, ou
sobre as fundações são as de peso pró- menos de três anos, alcançaria a
prio e de primeiro carregamento da marca de 2 cm. "São mudanças invisí-
estrutura, por isso, o controle deve ser veis a olho nu", afirma o professor.
DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS
feito durante e imediatamente após a "Foi pela falta desse controle em San-
Solo agressivo – os projetos de
construção da edificação. Mas é ne- tos que os prédios afundaram."
elementos em contato com solo ou
cessário deixar de lado velhos precon- Na cidade, a situação foi prejudi-
água devem considerar os aspectos
ceitos. "A imagem passada é a de que o cada pela construção de prédios vizi-
de integridade de longo prazo. A
executante tem dúvidas, não tem se- nhos, cujos projetos não previram a
ação do meio sobre a fundação
gurança do que fez", afirma Milititsky. sobreposição de tensões das funda-
obriga a verificação de existência de
Sobretudo quando o imóvel se encon- ções sobre o solo mole, ocasionando
materiais agressivos e seus
tra sobre aterros em processo de a inclinação das estruturas (veja qua-
possíveis efeitos. Sobretudo em
adensamento, a responsabilidade é dro Patologias nas fundações). Aoki
fundações de unidades industriais,
maior e o acompanhamento deve ser alerta que condições de solo seme-
que mais comumente apresentam
feito por mais tempo, pelo menos lhantes são encontradas nas cidades
problemas de degradação, é
uma vez por ano. de Recife e São Luís, cidades que têm
necessário verificar aspectos como
O professor da EESC (Escola de "potencial para se transformar em
resistividade do solo, pH e teores
Engenharia de São Carlos da USP), uma nova Santos" caso o controle
de sulfatos e cloretos.
Nelson Aoki, lembra o acompanha- não seja feito.
mento de recalques realizado em edi- Renato Faria
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FUNDAÇÕES II
Estacas tubulares
Adequado para solos instáveis, uso de camisa de aço é um recurso para
estender as vantagens dos tubulões, como custo e rapidez
uma das vantagens da camisa de aço técnicos e também relativos à saúde dos de até três horas para compres-
em relação ao concreto – ultrapassar o do trabalhador – incluindo aí o en- são e descompressão.
nível d'água, atingindo um solo tão genheiro que verifica as condições As ressalvas, no entanto, não sig-
impermeável que dispense o ar com- da base. "Não é uma solução econo- nificam que o método esteja ultrapas-
primido. Além disso, se permanecer micamente boa e deve ser adotada sado. "O fato de ser pouco prejudicial
enterrada, pode ser considerada parte em última instância", alerta Joppert ao meio ambiente é uma boa justifi-
da armadura. "Mesmo que haja arma- em referência aos riscos e mesmo à cativa para o uso de tubulões, com-
dura interna, a camisa é computada lentidão do método, que exige perío- primidos ou não", pondera Petrella
na taxa de aço, ajudando a estruturar
o fuste", comenta Joppert. Nesses
casos é necessário descontar 1,5 mm Limitações
da espessura da chapa para levar em
conta eventual corrosão.
Embora apresentem vantagens inerentes Solo: não atravessam solos muito
aos prazos de execução e à duros, podendo flambar ou ter os dentes
Quando houver presença de água,a
industrialização dos materiais, as camisas da faca quebrados, enquanto o uso do
compressão é indispensável e alguns
de aço apresentam limitações quando concreto exige escavação por etapas
cuidados devem ser observados. O pri-
meiro deles é o controle do equilíbrio
comparadas ao concreto: Logística: exige mobilização – e
das pressões – e da velocidade de com- Meio ambiente: exige desmatamento dependência – de equipamentos grandes,
de áreas maiores para acesso de grandes pesados, caros e específicos, além de
pressão e descompressão – para evitar
e pesados equipamentos de transporte, serem transportadas inteiras, diferente do
riscos ao poceiro.Além disso, o tubulão
içamento e cravação concreto que pode ser moldado in loco
deve permanecer comprimido por seis
horas após o lançamento do concreto Fonte: eng. Guilherme Petrella
para que as pressões exteriores, exerci-
das pelo lençol freático ou mesmo por
escavações comprimidas próximas, Problemas comuns
não acabem por contaminar ou danifi-
car o concreto ainda mole. O mesmo Material de base incompatível com Mau adensamento do concreto
motivo torna rara a recuperação da ca-
a tensão de projeto adotada Armaduras mal posicionadas ou
misa de aço, que pode ser retirada si- Dimensões e geometria incorretas insuficientes
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FUNDAÇÕES II
Execução
O processo de execução de tubu-
lões com camisa metálica divide-se em
Uma extremidade do braço da Quando o processo de cravação lança mão duas etapas, cravação da camisa e es-
entubadeira agarra a camisa de entubadeira rotatória, o peso próprio da cavação da base. Com a terraplenagem
transformando em rotatório o movimento camisa auxilia no processo de cravação, concluída, um pré-furo auxilia no po-
vertical exercido sobre a outra ponta, o mas a resistência do terreno é vencida sicionamento da camisa, que pode ser
que auxilia na penetração do aço no solo com o auxílio da faca serrilhada na ponta cravada por meio de percussão, vibra-
ção ou com auxílio de entubadeira.
No primeiro caso, semelhante à
Cravação com entubadeira cravação de estacas, o cuidado maior
é para que a espessura da camisa seja
compatível com a energia aplicada
pelos golpes e com a resistência ofere-
cida pelo solo para evitar danos por
esmagamento ou flambagem. Para a
segunda possibilidade, o vibrador é
acoplado à cabeça da camisa e atua
concomitantemente à retirada de solo
pelo interior da mesma. O uso da en-
tubadeira consiste na redução do atri-
to lateral provocado pelo contato com
o terreno por meio de movimento ro-
tacional oscilatório. Ou seja, um equi-
pamento dotado de pistão hidráulico
Guindaste impõe movimento rotatório à cami-
sa, que afunda no terreno devido ao
Perfuratriz peso próprio, mas com a ajuda de
uma "faca" dentada na ponta.
Revestimento Simultânea à cravação, por qual-
metálico quer que seja o método, ocorre a lim-
peza interna da camisa para diminuir o
atrito. Essa pode ser feita com o uso de
clam-shell, num sistema que vem cain-
do em desuso, conhecido como beno-
to, ou com auxílio de broca, como
ocorre com estacas escavadas. Confor-
a) Cravação da camisa metálica b) Abertura me a escavação avança, novos segmen-
utilizando lama bentonítica de base a céu tos são soldados até que se atinja a pro-
ou água até o topo da rocha aberto ou com fundidade desejada. Segundo a NBR
com entubadeira ou pela ar comprimido 6122 – Projeto e Execução de Funda-
cabeça de rotação ções, a tolerância quanto ao desapru-
mo, inclinação em relação à posição
projetada, é de no máximo 1%.
Rocha Ao atingir a cota de assentamento
prevista em projeto, é imprescindível
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artigo.qxd 5/7/2007 15:09 Page 56
Recuperação de fissuras
de alvenaria de vedação
ste trabalho tem como objetivo ção dos sistemas de recuperação de fis-
E apresentar o equipamento, o mé-
todo de ensaio e os resultados obtidos
Alberto Casado Lordsleem Jr.
Doutor em engenharia de construção civil
suras permitirá ao meio técnico a ela-
boração de especificações mais preci-
na avaliação da capacidade de absor- pela Epusp, professor da Escola sas e de embasamento técnico/cientí-
ver deformações de diferentes siste- Politécnica da Universidade de fico, agregando qualidade e confiabili-
mas de recuperação de fissuras empre- Pernambuco dade aos serviços da recuperação.
gados na alvenaria de vedação.
É fundamental que antes da ado- Luiz Sérgio Franco Equipamento de ensaio
ção de qualquer medida visando à re- Doutor em engenharia de construção civil O equipamento utilizado para
cuperação da fissura se conheça sua pela Epusp, professor da Escola avaliação da capacidade de deforma-
origem, pois o adequado funciona- Politécnica da Universidade de São Paulo ção provocada por tensões de tração e
mento dos sistemas de recuperação cisalhamento (figura 1) foi desenvol-
está subordinado ao prévio tratamen- vido na pesquisa de Lordsleem Jr.
to dessas. Considerando ainda que as dequado de tais sistemas pelo meio (1997). O corpo-de-prova é fixado ao
fissuras se movimentam ao longo do técnico. Como resultado, são regis- equipamento por parafusos existentes
tempo, em virtude das variações tér- trados, não poucas vezes, casos de na parte superior. Dois outros dispo-
micas e higroscópicas da alvenaria e reincidência das fissuras e, conse- sitivos são utilizados para assegurar a
do próprio revestimento, da deforma- qüentemente, o descrédito dos usuá- fixação, dependendo da movimenta-
ção lenta da estrutura de concreto na rios quanto à eficiência dos sistemas ção desejada, de tração ou cisalha-
qual a alvenaria está inserida (Silva, de recuperação empregados. mento. As plataformas móveis, sobre
2002), a capacidade de deformação é Dentro do contexto apresentado, a as quais está o corpo-de-prova, movi-
sem dúvida a propriedade mais solici- avaliação da capacidade de deforma- mentam-se pelo acionamento de ci-
tada dos sistemas de recuperação.
No entanto, apesar de se conhecer
as características individuais dos ma-
teriais constituintes dos sistemas de
recuperação, a avaliação da capacida-
de de deformação do conjunto é as-
sunto de desenvolvimento restrito.
Por esse motivo, no estudo das carac-
terísticas físico-mecânicas dos siste-
mas de recuperação de fissuras, o
principal obstáculo a ser vencido refe-
re-se à inexistência de normas especí-
ficas de ensaio. Tal fato ajuda a expli-
car o desconhecimento quase que
completo do comportamento dos sis-
temas de recuperação de fissuras por
parte dos fabricantes, a deficiência nas
especificações de projeto e o uso ina- Figura 1 – Equipamento utilizado nos ensaios
lindros hidráulicos. Esses, por sua vez, h) Deve-se aplicar nova unidade
são acionados por uma bomba hi- de carga e aguardar 30 segundos, após
dráulica cuja carga é controlada por os quais se realiza outra leitura no(s)
uma leitora digital. relógio(s) comparador(es);
O bloco selecionado para servir de i) O ensaio dura até o surgimento
corpo-de-prova foi o de concreto celu- da fissura.
lar autoclavado (125 mm x 600 mm x Deve-se registrar, como resultado,
300 mm). Essa escolha foi feita em a diferença entre a leitura inicial e a pe-
Figura 2 – Cortes realizados no bloco
função das pesquisas realizadas por núltima leitura, antes do surgimento
de concreto celular autoclavado
Franco, Aly (1989), a partir das quais da fissura de 0,1 mm. Fixou-se o valor
este trabalho foi desenvolvido. Além de 0,1 mm para a abertura da fissura
disso, o bloco de concreto celular se procedimento de ensaio tem a se- porque, de acordo com Grimm
mostrou mais fácil de ser cortado, ade- guinte seqüência: (1988): "(...) as fissuras menores que
quando-se às necessidades existentes. a) No dia anterior à realização do 0,1 mm são insignificantes para a pe-
A especificação das dimensões do ensaio, colar os suportes metálicos nas netração da água de chuva".
equipamento também foi determina- duas laterais dos corpos-de-prova,onde
da em função das dimensões do bloco serão inseridos os relógios comparado- Sistemas de recuperação avaliados
de concreto celular autoclavado. res, que servirão para a medição do des- Para a avaliação da capacidade de
locamento da fissura, simulando a sua absorver deformações foram selecio-
Preparação dos corpos-de-prova movimentação; nados seis sistemas de recuperação
O bloco de concreto celular para b) No dia do ensaio, 28 dias após a para serem ensaiados, os quais deno-
ensaio foi cortado na metade do seu preparação do corpo-de-prova, é rea- minaremos pelas letras "A", "B", "C",
comprimento. Dois canais foram exe- lizado o ensaio propriamente dito. "D", "E" e "F". Os três primeiros siste-
cutados na parte inferior do bloco, Posiciona-se, então, o corpo-de-prova mas de recuperação são comercializa-
como ilustra a figura 2. Uniu-se as no equipamento; dos no mercado nacional. Os sistemas
duas partes do bloco firmemente, per- c) Deve-se regular o dispositivo de "A" e "B" foram escolhidos por serem
mitindo, com isso, a realização da re- fixação de tração ou o de fixação de ci- destinados primordialmente à recupe-
cuperação. O corpo-de-prova perma- salhamento; ração de fissuras nas alvenarias. O sis-
neceu deitado sobre uma superfície d) Apertar os parafusos da fixação tema "C" é indicado para impermeabi-
plana e limpa. Executou-se toda a re- superior, deixando o corpo-de-prova lização, mas também tem sido utiliza-
cuperação e aguardou-se o tempo ne- fixo nas plataformas móveis. Faz-se, do para a recuperação de fissuras nas
cessário para a cura de cada um dos nesse momento, a leitura inicial dos alvenarias, segundo instruções do fa-
produtos utilizados. Em seguida, foi dois relógios comparadores; bricante. O quarto sistema, denomi-
executado o acabamento. A cura do e) Deve-se aplicar uma unidade de nado "D", é proposto por Franco
corpo-de-prova ocorreu à temperatu- carga por meio da bomba hidráulica. (1989) para a recuperação de fissuras
ra ambiente do laboratório, durante O controle deve ser realizado pela lei- nas alvenarias de vedação interna. O
28 dias. Cabe ressaltar que a prepara- tora digital; sistema "E" vem sendo utilizado por
ção do corpo-de-prova, pelo corte rea- f) Aguarda-se um período de 30 se- alguns consultores como solução para
lizado, objetivou simular a existência gundos e realizam-se as leituras nos dois a recuperação das fissuras que ocor-
de uma fissura, sobre a qual foram rea- relógios comparadores, no caso da tra- rem nas fachadas das edificações. O
lizados os serviços de recuperação. ção. Para o cisalhamento utiliza-se ape- sistema "F" está sendo proposto para a
nas um relógio comparador. O tempo recuperação de fissuras nas fachadas.
Procedimento de ensaio de 30 segundos serve para a uniformiza- A tabela 1 relaciona os materiais
O método de ensaio empregado ção da velocidade do ensaio e a acomo- empregados na recuperação e a repre-
tem como objetivo estabelecer uma dação de tensões no corpo-de-prova; sentação esquemática dos sistemas.Não
forma padronizada de avaliação da g) Examina-se a recuperação para foi objetivo deste trabalho caracterizar
capacidade de deformação de siste- identificar o surgimento de fissuras ou individualmente os diversos materiais
mas de recuperação de fissuras. O irregularidades; dos sistemas de recuperação avaliados.
57
artigo.qxd 5/7/2007 15:09 Page 58
ARTIGO
Tabela 1 – MATERIAIS EMPREGADOS NOS SISTEMAS DE RECUPERAÇÃO Além dos sistemas citados, mais
dois revestimentos foram também
ensaiados para servir de referência,
são eles: revestimento de gesso com
espessura de 5 mm e um revestimento
de argamassa industrializada com 15
mm de espessura.
Resultados
Os resultados obtidos no ensaio
de avaliação da capacidade de absor-
ver deformações dos sistemas de recu-
peração estudados são apresentados
nas tabelas 2 e 3. Os outros dois reves-
timentos avaliados, o de gesso e o da
argamassa industrializada, apresenta-
ram valores de deformação muito pe-
quenos se comparados com os outros
encontrados. Os valores obtidos fo-
ram: 0,03 mm e 0,02 mm, para a mo-
vimentação à tração; 0,12 mm e 0,04
mm para a movimentação ao cisalha-
mento, respectivamente.
Nas análises realizadas, foram
considerados os valores usuais para os
parâmetros estatísticos alfa (α = 5%)
e beta (β = 10%). Utilizou-se a análise
de variância para a verificação da
igualdade entre as médias e o teste
"Duncan's Multiple Range" para a de-
terminação das médias que se apre-
sentavam iguais.
Para a movimentação à tração,
observou-se que há diferença signifi-
cativa entre médias avaliadas. Pelo
teste de "Duncan", verificou-se que os
sistemas A, B, BCVED, C, E e E25 não
apresentaram diferença significativa
entre as médias. Os sistemas D, D1 e
D2 diferem de todos os demais,
porém não há diferença significativa
entre as médias dos sistemas D e D1 e
entre as médias dos sistemas D1 e D2.
Para a movimentação ao cisalha-
mento a análise de variância mostrou
que há diferença significativa entre as
médias. O teste de "Duncan" mostrou
que não há diferença significativa entre
as médias dos sistemas B, BCVED, C, E
e E25. O sistema A não apresenta dife-
rença significativa quando comparado
aos sistemas B,BCVED e E.Os sistemas
D, D1 e D2 diferem de todos os outros
sistemas,porém não há diferença signi-
ficativa entre os sistemas D e D1 e entre
os sistemas D1 e D2.
59
artigo.qxd 5/7/2007 15:09 Page 60
ARTIGO
Com relação à forma da(s) fissu- Considerações finais trar a reduzida capacidade de defor-
ra(s) nos sistemas de recuperação ava- O trabalho permitiu avaliar expe- mação de alguns sistemas de recu-
liados quanto à movimentação à tra- rimentalmente a capacidade de absor- peração, com resultados abaixo da
ção, observou-se: ver deformações dos sistemas de recu- magnitude de aberturas e poten-
Os sistemas de recuperação A e C peração de fissuras para alvenarias de ciais movimentações observadas na
apresentaram fissuração na região da vedação, contribuindo não apenas realidade prática.
fissura preexistente (região onde as para garantir que os sistemas empre- Dessa forma, a padronização da
duas partes cortadas do bloco foram gados na recuperação das fissuras res- metodologia de ensaio, por meio do
unidas), enquanto os sistemas B e tituam às alvenarias as funções para as equipamento desenvolvido e do mé-
BCVED apresentaram fissuração, em quais elas foram construídas, mas todo de ensaio, foi fundamental para a
sua maioria, no fim da região da ban- também a qualidade da edificação e o obtenção de resultados reprodutíveis
dagem central; seu valor ao longo do tempo. e comparáveis, o que vem contribuir
No sistema de recuperação D, ocor- Os resultados obtidos eviden- para uma normalização sobre a ava-
reu a ruptura do bloco de concreto ce- ciaram diferenças significativas, da liação dos sistemas de recuperação e
lular autoclavado, rompendo logo em ordem de até 1.900% entre os siste- dos projetos de recuperação das alve-
seguida a recuperação no final do véu mas testados. Foi possível demons- narias de vedação.
de poliéster;
Os sistemas D1 e D2 apresentaram fis-
suração, em sua maioria, na região final
da fita adesiva, as fissuras mostravam-se
LEIA MAIS
espalhadas e em grande quantidade; Fissuras em estruturas de Sistemas de recuperação de
Nos sistemas de recuperação E e concreto armado: análise das fissuras da alvenaria de
E25, na maioria dos corpos-de-prova manifestações típicas e vedação: avaliação da
ocorreu a ruptura abrupta no final da levantamento de casos ocorridos capacidade de deformação. A.C.
tela metálica; no Estado do Rio Grande do Sul. Lordsleem Jr. Dissertação
No sistema de recuperação F, exceto D.C.C. Dal Molin. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica,
os corpos-de-prova 1 e 4 que apresen- (Mestrado). Escola de Engenharia, Universidade de São Paulo. São
taram fissuração, todos os demais Universidade Federal do Rio Grande Paulo, 1997.
apresentaram ruptura do bloco e, con- do Sul. Porto Alegre, 1988.
seqüentemente, ruptura da recupera- Arquitectura sem fissuras:
ção no final do véu de poliéster. Correção de fissuras em alvenarias. potencialidades das armaduras
Quanto à movimentação ao cisalha- In: Seminário sobre manutenção de junta: Disponível em:
mento, observou-se a ocorrência das se- de edifícios. Anais. R. B. Duarte. http://www.civil.uminho.pt/mason
guintes manifestações patológicas: UFRGS – Curso de Pós-graduação em ry/Publications/Update_Webpage/
Os sistemas A, B, BCVED, C, E e Engenharia Civil. Porto Alegre, 1988. 2005_Arq_Vida.pdf. (Acesso em: 14
E25 apresentaram, na sua maioria, fis- jun. 2006). P.B. Lourenço.
suras inclinadas, na região da fissura Pesquisa experimental para
preexistente; formulação de uma metodologia Overseas building note.
No sistema de recuperação D, os va- de análise de problemas Maintenance of low-cost
lores mostrados na tabela 4.3 repre- patológicos em alvenaria de buildings. Garston, 1993.
sentam as deformações que ocorre- vedação: primeiro relatório.
ram até o limite máximo de pressão do (Relatório CPqDCC n.20015 - Alvenarias não estruturais:
equipamento utilizado. Até esses valo- EP/ENCOL-4). L.S. Franco; V.L.C. ALY. patologias e estratégias de
res não ocorreu nenhum tipo de ma- Epusp-PCC. São Paulo, 1989. reabilitação. In: Seminário sobre
nifestação patológica; paredes de Alvenaria, P.B. Lourenço
Os sistemas de recuperação D1 e Masonry cracks: a review of the & H. Sousa (Eds.), 1, Porto. Anais.
D2 apresentaram como manifestação literature. In: Simposium on J.A.R.M. Silva. Porto, 2002.
patológica algumas dobras/saliências masonry: materials, design,
na recuperação, as quais foram ado- construction and maintenance. C.T. Trincas em edifícios.
tadas como limite para a leitura das Grimm. New Orleans, 1986. IPT/Epusp/PINI. E. Thomaz. São
deformações; Philadelphia, ASTM, 1988. Paulo, 1989.
O sistema F apresentou como mani-
festação patológica algumas do- Incidência de manifestações Patologia. In: Manual técnico
bras/saliências na recuperação, as patológicas em edificações de alvenaria. C.A. Tauil.
quais foram adotadas como limite habitacionais. E. Ioshimoto. ABCI/Projeto. E. Thomaz. São
para a leitura das deformações. Tecnologia de Edificações, no 2, 1985. Paulo, 1990.
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traz um histórico evolutivo de responsabilidade é importante arquitetura ou de engenharia. são descritos em relação às
projetos de pontes, indica os entender suas limitações. À Assim, resume as informações características, campos de
tipos de superestruturas para aplicação da informática na principais dos dois assuntos aplicação, modo de uso,
tais finalidades, os materiais análise de estruturas, para tratá-los de maneira consumo aproximado,
usados e as respectivas concatenando teoria e prática, simples e direta, o que armazenamento etc. O índice
funções. Na seqüência, aborda é que se dedica essa obra, que permite aos interessados se organiza a partir dos
as normas e sua aplicação, as aborda toda a modelagem aprofundar conhecimentos. campos de aplicação:
cargas em pontes e viadutos, estrutural em concreto armado. Na primeira parte apresenta as impermeabilizantes, aditivos
as ligações em soldas ou Traz exemplos práticos questões e sugestões para concretos, aditivos para
parafusos, com exemplos, e os resolvidos em computador para acústicas e na segunda aborda argamassas, argamassas,
sistemas de montagem. validar conceitos de forma os temas referentes ao agentes de cura,
didática. Com prefácios de condicionamento de ar. No desmoldantes, proteção
Augusto Carlos de Vasconcelos e último capítulo trata da superficial, pinturas
Ricardo França, a obra é repleta acústica para o asfálticas, revestimentos,
de ilustrações e exemplos. O condicionamento de ar. selantes e juntas de vedação,
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2006, a unidade de química 346 páginas Vendas pelo portal Abdeh (Associação Brasileira
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informações completas sobre Essa segunda edição conta ações possessórias, como a de Abdeh (Associação Brasileira
todos os produtos ofertados com um capítulo inteiramente reintegração ou manutenção para o Desenvolvimento do
pela empresa ganhou em novo: Projeto e execução de de posse. Nos últimos Edifício Hospitalar) enquanto
importância. Tanto que, a instalações de água quente. capítulos, apresenta o laudo instituição. Pretende
partir dessa versão 2007, além Assim, a convite da Amanco, pericial, sua redação, os apresentar uma arquitetura
do volume impresso, a aborda a nova tecnologia quesitos e a verba honorária. humana e ambientalmente
empresa disponibiliza uma disponível no mercado, os Em seguida, noções de equilibrada em edificações
versão digital para o Manual. tubos em PPR. Cada capítulo – topografia aplicada. O livro destinadas à área de saúde,
Nele são encontradas as fichas derivado de sistemas, revela que, na área judicial elemento reconhecidamente
técnicas de mais de 100 materiais, projeto ou operação civil da posse e do domínio, é fundamental ao bem-estar dos
produtos, divididos em sete – compreende desde os imprescindível lançar mão da pacientes – e daí vem o título
categorias de aplicação: conceitos gerais até os perícia técnica. O trabalho da publicação. Durante o
aditivos, fibras, microcimento, componentes e o dirige-se a iniciantes e diálogo que o autor traça com
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obra aberta-modelo.qxd 5/7/2007 15:12 Page 71
agenda.qxd 5/7/2007 15:13 Page 72
AGENDA
X Simpósio de Sistemas Prediais: aborda da estrutura ao paisagismo, com
Seminários e Desenvolvimento e Inovação produtos para serem utilizados desde a
conferências 30 e 31/8/2007 concepção do projeto até o acabamento
Seminário da Construção em Aço – São Carlos (SP) de uma obra, passando da climatização à
62o Congresso Anual da ABM – Será realizado na UFSCar (Universidade arquitetura.
Internacional Federal de São Carlos) e volta-se ao Fone: (11) 3044-4410
25/7/2007 estudo e pesquisa dos diversos sistemas www.expoconstrucao.com.br
Vitória que compõem o item "serviços" das
Deve apresentar os benefícios da edificações. Concrete Show South América
construção em aço a partir de palestras, Fone: (16) 3351-8262 r. 212 15 a 17/8/2007
com apresentação de obras importantes E-mail: simar@power.ufscar.br São Paulo
e produção das empresas locais, além www.deciv.ufscar.br/sispred10 Contará com exposição, seminários e
de teses sobre a experiência com o aço. conferências técnicas. Com apoio de
Fone: (21) 2141-0001 II Congresso Brasileiro de Pontes e entidades importantes do setor, como a
www.cbca-ib.com.br Estruturas ABCP (Associação Brasileira de Cimento
12 a 14/10/2007 Portland), Abesc (Associação Brasileira
IV Seminário Internacional de Rio de Janeiro das Empresas de Serviço de
Pré-Moldados de Concreto Promovido pela ABPE (Associação Concretagem) e a Ficem (Federação
16 e 17/8/2007 Brasileira de Pontes e Estruturas), divulga Interamericana do Cimento), o evento
São Paulo trabalhos recentes e relevantes. Aberto a deve se tornar um ponto de encontro
O encontro abordará nessa edição um dos engenheiros, projetistas, arquitetos, internacional de negócios e tecnologia da
principais desafios da construção civil: pesquisadores e professores. cadeia de concreto e seus usuários.
o crescimento com responsabilidade. Fone: (21) 2232-8334 Fone: (11) 4689-1935
Estarão em pauta o respeito ao www.abpe.org.br www.concreteshow.com.br
meio ambiente e as principais
experiências em racionalização de Termotech 2007
custos, tecnologias, lean thinking e
Feiras e exposições 28 a 30/8/2007
gestão de resíduos. São Paulo
Fone: (11) 3763-2839 10a Construsul – Feira da Indústria Os visitantes conhecerão os
E-mail: abcic@abcic.com.br da Construção equipamentos, produtos e serviços do
www.abcic.com.br 1o a 4/8/2007 segmento, além de aprender sobre eles,
Porto Alegre com a realização da Joterm – Jornada de
Minascon 2007 Visto atualmente como um dos principais Atualização em Tecnologias Térmicas.
21 a 24/8/2007 eventos da região Sul direcionado à Fone: (11) 3868-1818
Belo Horizonte construção civil, a Feira acontece E-mail: eventos@termotech.net
Pode ser definido como "fórum paralelamente à Expo Máquina. www.termotech.net/
permanente" de debate do setor e Fone: (51) 3225-0011
pretende reunir um público E-mail: Febrava 2007
especializado das áreas de arquitetura, construsul@feiraconstrusul.com.br 18 a 21/9/2007
engenharia e construção. Paralelamente www.feiraconstrusul.com.br São Paulo
o visitante poderá participar do 36o A 15a edição da Feira Internacional de
Encontro Nacional da Indústria de Expo Construção – Feira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação,
Cerâmica Vermelha, além da 10a Tecnologia, Máquinas e Aquecimento e Tratamento do Ar espera
Expoanicer, entre outras atividades Equipamentos da Indústria da receber 25 mil visitantes e compradores
desse segmento. Construção Civil de 35 países e 550 expositores de
Fone: (31) 3282-7891 14 a 18/8/2007 20 países.
E-mail: eugenioalvim@globo.com Salvador Fone: (11) 6283-5011
www.minascon.com.br Agrega os vários segmentos do setor e www.febrava.com.br
AGENDA
Fone: (11) 2173-2395 A segunda parte do ciclo de palestras Fone: (21) 3325-9942
E-mail: eventos@pini.com.br acontece em diversas datas, com apoio do E-mail: cursos@ntt.com.br
http://www.piniweb.com/construtech IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) dos www.abcem.com.br
Estados agendados, e serão ministradas
Batimat 2007 pela engenheira Rita de Cássia Antunes
5 a 10/11/2007 Bose. A novidade para os inscritos no ciclo
Concursos
Paris (França) é o I Prêmio Valmex Structure Mehler V Prêmio Talento Engenharia
As demonstrações dessa edição irão Texnologies GmbH, que pretende Estrutural
abordar os grandes temas específicos a reconhecer o melhor autor de projeto de 17/10/2007
esse setor: domínio da energia, segurança, arquitetura têxtil para uma obra não São Paulo
acessibilidade e conforto. Direcionada a executada. O julgamento será realizado na A premiação, que destaca profissionais
construtores e fabricantes de Alemanha, em 2008. de engenharia de estruturas que
equipamentos e materiais. Deve receber Fone: (11) 4153.5853 desenvolveram projetos diferenciados
cerca de 400 mil visitantes de 141 países e Email: e de qualidade, traz uma inovação
reunir 2.800 expositores de 45 países. marketexport.premio.valmex@gmail.com nesta quinta edição: uma categoria
Fone: (11) 3168-1868 www.tecnostaff.com.br para obras de pequeno porte e
E-mail: brazil@promosalons.com estruturas especiais, que deve valorizar
www.promosalon-brazil.com Fundações – Escolha, não só os grandes projetos, mas
comportamento e pré- também os menores. Promovida
dimensionamento pela Abece (Associação Brasileira de
Cursos e treinamentos 17 e 18/8/2007 Engenharia e Consultoria Estrutural)
Treinamento Teórico e Prático: São Paulo e pelo Grupo Gerdau, a comissão
Tecnologias de Impermeabilização O curso pretende dotar o participante de julgadora será composta pelas duas
26/7, 27/9, 25/10 e 29/11 informações suficientes sobre fundações, instituições e por um representante
Tamboré (SP) de forma que possa entender, discutir e da Editora PINI. O prazo para as
Oferecido gratuitamente pela Lwart propor, conjuntamente com o engenheiro inscrições vai até 31 de julho. CDs
Proasfar Química, empresa especializada de solos, soluções de fundações técnica e e materiais impressos devem ser
em impermeabilizantes, trata de economicamente adequadas ao seu enviados aos cuidados de Eduardo
patologias, produtos e suas diversas projeto arquitetônico. Castro Silva para a rua Cenno Sbrighi,
aplicações, discutindo temas relevantes, Ministrado pelo Prof. Dr. Yopanan C. P. 170, Edifício II, 6o andar, 05036-010,
dentre eles, projetos e comparativo de Rebello – engenheiro civil formado pela Água Branca, São Paulo (SP).
custos, o código civil e sanitário e casos Universidade Mackenzie, Mestre e Doutor Fone: 3097-8591
de obras. pela Faculdade de Arquitetura e www.abece.com.br
Fone: 0800-7274343 Urbanismo da USP –, o conteúdo www.gerdau.com.br
E-mail: atecnica@lwartproasfar.com.br programático abordará ainda a
investigação do subsolo, análise e Prêmio MasterInstal
Licitação, Contratação e interpretação das sondagens, e Outubro/2007
Fiscalização de Obras e Serviços de elementos de ligação entre a São Paulo
Engenharia – Lei 8.666 e Crea superestrutura e a fundação. Com o objetivo de destacar cases
26 e 27/7/2007 Fone: (11) 3816-0441 de sucesso, reunindo as diversas
Curitiba E-mail: cursos@ycon.com.br empresas e profissionais do setor
O curso tem como objetivo possibilitar www.ycon.com.br de instalações, o prêmio tem a proposta
ao participante um conjunto de de ampliar as soluções e experiências
conhecimentos e informações para Resistência à Corrosão – Teoria e de destaque do setor. Realizada pela
aprimorar a dinâmica e formação Prática Abrinstal (Associação Brasileira pela
pessoal e profissional, proporcionando 24 a 28/9/2007 Conformidade e Eficiência das
uma visão mais ampla sobre a Rio de Janeiro Instalações), a premiação é destinada
complexidade da licitação. Com abordagem teórico-prática, o às empresas construtoras, incorporadoras,
Fone: (11) 3739-0901 curso irá apresentar discussões sobre instaladoras, concessionárias, fabricantes
E-mail: cursos@aeacursos.com.br diversos temas, como a importância e fornecedores de materiais e
www.aeacursos.com.br econômica e aspectos ambientais da equipamentos para instalações.
corrosão das estruturas e coberturas Inscrições até 30 de julho.
2o Ciclo de Palestras sobre metálicas, o mecanismo eletroquímico Fone: (11) 3865-0944
Estruturas Tensionadas da corrosão, as formas de corrosão e E-mail:
15/8 a 22/9/2007 como fazer a proteção – aço inox e premio@premiomasterinstal.com.br
Maceió, Aracaju, Palmas e Brasília aço carbono. www.premiomasterinstal.com.br
Cobertura metálica
com viga joist
Fotos: divulgação/Marko
À esquerda, cobertura metálica
executada com treliça joist; acima,
detalhe dos banzos e das diagonais
s vigas joist são duas treliças me- junto de fixação (parafuso e porca) Parafusos e porcas galvanizadas, de
A tálicas de banzos paralelos, afas-
tadas e ligadas entre si por travamen-
para facilitar a montagem das vigas.
As peças são fornecidas com as fura-
acordo com a NBR 10476 – CS1. Caso
haja exigência técnica, o material gal-
tos, formando um elemento estável e ções necessárias à montagem. O sis- vanizado poderá ser pré-pintado ou
autoportante. A viga joist é calculada tema é totalmente aparafusado. pós-pintado.
para vãos simplesmente apoiados e
cargas uniformemente distribuídas. Materiais Espaçamento
Normalmente são utilizados em co- Todas as peças da viga joist são de 2,00 m variável 2,00 m
berturas com caimento menor do aço galvanizado NBR 7008 – ZC, com
que 10%. tensão de escoamento de 250 MPa, re- h
vestimento do tipo "B", com massa mí-
Características do sistema nima de zinco de 275 g/m2 depositada Figura 1 – Espaçamento variável entre
As vigas possuem os dois mode- em ambas as faces. as vigas joist
los definidos na tabela 1. Nos dois
modelos, as vigas podem distanciar-
Tabela 1 – CARACTERÍSTICAS DOS MODELOS DE VIGAS JOIST
se por diferentes espaçamentos, já
Modelo h (altura) Peso (par de vigas) Inércia (de uma viga)
que não necessitam nenhuma peça
Joist 90 91 cm 33 kg/m 17.030 cm4
de ligação entre elas (figura 1). É uti-
Joist 120 123 cm 34 kg/m 30.600 cm4
lizado somente um modelo de con-
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COMO CONSTRUIR
O twin, mostrado na figura 2, é Não apresente deformações supe- tura de 91 cm) e joist 120 (com altu-
composto pelos elementos abaixo. riores às recomendadas em norma. ra de 123 cm).
Projeto As vigas joist podem ter dois sen- Combinações de ações conforme a
Para o dimensionamento das tidos de utilização: NBR 14762 (Dimensionamento de
vigas treliçadas joist foi utilizado o No sentido do caimento – Desta Estruturas de Aço Constituídas por
método dos estados limites seguin- forma as vigas exercem a função da Perfis Formados a Frio):
do os procedimentos e conceitos re- tesoura, sendo necessário o uso de Q1 = 1,3 CP + 1,4 SC
comendados pelas normas NBR- terças no sentido transversal, espaça- Q2 = 1,0 CP + 1,4 W
14762 e AISI-LRFD (American Iron das entre si de acordo com a resistên- Onde:
and Steel Institute – Load and Resis- cia da telha escolhida. CP – carga permanente
tance Factor Design – Cold-Formed No sentido transversal ao caimen- SC – sobrecarga
Steel Structural Members – Manual to – Desta forma as vigas exercem a W – pressão dinâmica do vento.
2001). função das terças. Nesse caso é neces- Quando o esforço for de sucção, W
No dimensionamento, foi consi- sário o travamento horizontal nos será negativo.
derada a viga simplesmente apoiada banzos superiores.
e carregada uniformemente, de mo- Flecha máxima conforme a NBR
do que: Método utilizado para o cálculo das 14762:
A taxa de trabalho do material não vigas treliçadas joist 1/250 do vão (barras biapoiadas su-
ultrapasse os estados limite últimos. Foram desenvolvidos gráficos portando elementos de cobertura ine-
Não haja perigo de flambagem de vão x carga para os dois modelos lásticos). Para cálculo da flecha, uti-
local ou do conjunto. de vigas treliçadas: joist 90 (com al- liza-se a fórmula: 5 Qn L4 / 384 E I
10
10
ø1/2" 1) Sobrecarga de utilização: é a soma
7
7
de todas as cargas de instalações e/ou
equipamentos, que serão suportadas
pelas treliças. Pela norma brasileira, no
caso de ausência de especificação da
sobrecarga, deve ser prevista uma so-
brecarga mínima de 25 kg/m2.
Figura 3 – Fixação do berço e dos chumbadores
2) Sobrecarga acidental: é a carga
que temporariamente poderá atuar
Twin Joist 90 na cobertura, causada por empoça-
mento, trânsito de pessoas para ma-
nutenção etc. Recomendamos a pre-
visão de uma sobrecarga acidental de
15 kg/m2.
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COMO CONSTRUIR
Twin Joist 90
Q0 utilização → 25 kg/m2
Qa acidental → 15 kg/m2
Qs = Qa + Q0 = 25 + 15 = 40 kg/m2
Gráfico 2a – Viga treliçada joist 90 para a combinação 2 (vento) Vento: W → 70 kg/m2
Qent1 = (1,3 x 7,50) + (1,4 x 40,0) =
65,75 kg/m2 ≅ 66 kg/m2
Twin Joist 120 Qent2 = 1,0 x 7,50 – 1,4 x 70,0 = – 90,50
kg/m2 ≅ 90 kg/m2
Supondo espaçamento de 1,4 m
entre as vigas joist, serão analisados
quais são os vãos máximos para as duas
opções (joist 90 e joist 120). Entrando
com os valores absolutos nos gráficos
1a, 1b, 2a e 2b teremos:
COMO CONSTRUIR
Fixação no apoio
Figura 9 – Fixação em viga de concreto Figura 10 – Fixação em viga metálica O pé-de-apoio é soldado na viga
barrote treliçada e soldado no berço (fi-
gura 9), caso a viga seja de concreto, ou
Observações: Execução soldado na viga de apoio (figura 10).
A carga total mínima será conside- Montagem dos módulos
rada para uma telha com peso de 5 Para auxiliar a montagem dos
kg/m2 e sobrecarga total de 25 kg/m2. módulos pode-se utilizar cavaletes de
Qent1 = (1,3 x 5) + (1,5 x 25) = 44 kg/m2 madeira, sobre os quais são monta-
LEIA MAIS
A carga de vento depende da região das as treliças com 12 m de compri-
e da geometria da obra mento, conforme a figura 5 e a tabela NBR 8800 – Projeto e Execução
2 de medidas. de Estruturas de Aço de Edifícios.
Cargas concentradas Os dois cavaletes devem ser posi- ABNT (Associação Brasileira de
As vigas treliçadas foram concebi- cionados a uma distância de 7,20 m Normas Técnicas).
das para suportar basicamente cargas (figura 6). NBR 14762 – Dimensionamento
distribuídas. Porém, dependendo do No apoio inferior do cavalete é po- de Estruturas de Aço Constituídas
projeto, poderão existir cargas con- sicionado um banzo com a boca para por Perfis Formados a Frio.
centradas atuando na cobertura. cima, e no apoio superior, um banzo ABNT (Associação Brasileira
Nesse caso, tal carga deverá ser dividi- com a boca para baixo.As diagonais são de Normas Técnicas).
da em diversas vigas por meio de aparafusadas nos banzos inferior e su- NBR 6123 – Forças Devidas
peças de distribuição. Além disso, no perior, conforme mostrado na figura 7. ao Vento em Edificações –
caso da carga estar aplicada fora de Procedimento. ABNT (Associação
um nó da viga treliçada, deve-se colo- Montagem das vigas treliçadas Brasileira de Normas Técnicas).
car, em cada viga envolvida, uma peça Com os módulos de treliça monta- AISI/LRFD/1996 – Load
avulsa, ligando o ponto de aplicação dos, parte-se para a montagem do twin and Resistance Factor Design.
da carga concentrada ao nó mais pró- (as vigas gêmeas que interligadas pelas AISI (American Iron and
ximo do banzo oposto, conforme ilus- travessas formam as vigas treliçadas). Steel Institute)
trado na figura 4. Os dois módulos de 12 m devem ser SJI (Steel Joist Institute):
Pode-se, também, diminuir a posicionados na vertical e ligados um www.steeljoist.org
distância entre as treliças na área de ao outro por meio das peças da traves- Manual de Montagem Marko
atuação da carga concentrada, a fim sa, conforme o item 5 da figura 2. As Construções.
de aumentar a resistência das vigas travessas são aparafusadas nas diago- Catálogo Técnico Marko
envolvidas. nais e a cada cinco diagonais. Construções.
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