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DIREITO PROCESSUAL PENAL I – HENRIQUE FLORES – E-MAIL:

henriquefloresm@gmail.com
FERNANDO CAPEZ – ED. SARAIVA – VOL. ÚNICO 2009

AULA 06/02/2009
DIREITO PENAL OBJETIVO:
Podemos dizer que o direito existe para organizar a sociedade, através de
normas/leis, leis estas que podem ser proibitivas ou mandamentais a fim de tutelar o
direito de maior relevância para sociedade.

DIREITO PENAL SUBJETIVO:


Uma vez então violado o direito material/objetivo, nasce o direito poder-dever
de punir o indivíduo (“jus puniendi”).
“Jus puniendi” se divide em:
1) “jus persequendi” (direito de perseguir/processar)= em alguns casos a legislação
delega o jus persequendi ao particular ofendido/vítima, no senado de ação penal
privada (queixa ou queixa-crime é a petição inicial utilizada pelo particular na ação
penal privada).
2) “jus puniendi” (em sentido estrito)= este em sentido estrito é indelegável, pois,
pertence somente ao Estado.

DIREITO PENAL SUBSTANTIVO:


É igual ao direito penal objetivo, só mudou a denominação.

DIREITO PENAL ADJETIVO:


São as normas que vão tutelar o processo penal, sendo assim, temos o CPP.

PROCESSO:
“É o procedimento em contraditório animado pela relação jurídica”; Dinamarco
(tem procedimento + contraditório).
O contraditório é ciência obrigatória e participação necessária. Neste, todo ato
de procedimento praticado deve ser notificado (dar ciência à pessoa), bem como
necessário se faz a participação (a fim de contraditar). A fim de maior entendimento
temos como exemplo o inquérito policial, no qual não há contraditório, sendo,
portanto, mero procedimento.

DIREITO PROCESSUAL PENAL:


1) Procedimento: Procedimento é o expediente geral, qual seja organizado.
Temos então como conceito: sequência ordenada de atos que podem ser
administrativos, judiciais ou jurisdicionais, tendentes a alcançar uma decisão
meritória.
2) Relação jurídica: é o nexo que uni e disciplina a conduta dos sujeitos
processuais em suas ligações recíprocas durante o transcorrer do
procedimento, estabelecendo posições de deveres, ônus, faculdade,
sujeições... Na relação jurídica é perfeitamente possível visualizarmos uma
relação, onde teremos juiz, réu e acusação (são sujeitos do processo).

DIREITO PROCESSUAL PENAL:


Temos como conceito: é o conjunto de princípios e normas que disciplinam a
composição de interesses penais, mediante aplicação do direito penal objetivo ao
caso concreto.

PRINCÍPIO DA NECESSIDADE DO PROCESSO PENAL:


Se eu tenho uma lide de natureza civil, conflito de interesse qualificado pela
pretensão resistida é certo afirmar que pode haver a disponibilidade da relação
processual civil para ser dirimida no âmbito extrajudicial.
Diferentemente, não há como resolver uma lide de natureza penal no âmbito
extrajudicial, pois, falamos em obrigatoriedade e/ ou necessidade do processo penal.
Na lei 9099/95 vê-se a exceção, pois, há apenas (mitigação do processo
penal) relação do MP, réu e juiz do juizado (não há citação, e o processo inicia-se
com tal), mas quando o MP fizer a denúncia iniciará o processo penal. Para alguns
doutrinadores não é exceção, fala-se em processo penal do juizado especial
criminal, ou seja, ele tem normas próprias para o processo penal.

JURISDIÇÃO:
É poder do Estado de substituir a vontade das partes e aplicar a lei ao caso
concreto, seja resolvendo eventuais conflitos de interesses, seja acolhendo
determinada pretensão.

Interesse: É a intenção de atuar em determinado sentido, de praticar determinado


ato.

Pretensão: É a exigência de subordinação de um direito alheio a um direito próprio.

AULA 09/02/2009
Conflito de interesse: interesses pertencentes a partes distintas, e
necessariamente contrapostos.

Litígio: (lide) conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida.

OBS: AUTO-TUTELA: desforço imediato (no direito civil), no direito penal, em regra,
eu não posso usar da auto-tutela, preciso, então, me recorrer ao Estado, pois este é
que tem poder e força para substituir a vontade das partes (o interesse das partes) e
aplicar a lei ao caso concreto, dirimindo eventuais conflitos de interesses ou
acolhendo determinada pretensão (acertamento de direito). A exceção é a legítima
defesa.

AUTO-COMPUSIÇÃO: não é só possível, mas também, recomendado pelo direito,


sendo assim, é perfeitamente possível as partes se comporem (conciliação). No
processo penal, em regra, não é possível.
Na lei 9099/95, juizado especial criminal (art. 76) (MP; Réu; e, Juiz do Juizado
Especial Criminal), neste caso, é possível a auto-composição, mas para alguns
doutrinadores, esta é endoprossual, conforme a opinião da doutrina (posição
majoritária).
Então vejamos o que consta do art. 76 da Lei 9099/95:
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá
propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser
especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o juiz poderá reduzi-la
até a metade.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de
liberdade, por sentença definitiva;
II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela
aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente,
bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da
medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à
apreciação do juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o juiz
aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência,
sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de
cinco anos.
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no artigo
82 desta Lei.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão
de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não
terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.

CARASTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO
-Substitutividade: o Estado (juiz) afasta a parte, substituindo a vontade das partes,
resolve, põe fim ao litígio, aplicando a lei ao caso concreto. (obs: é possível ter
pretensão sem litígio).

-Escopo de atuação do Direito: (é ociosa) é claro que é resolver, dirimir, eventuais


conflitos de interesses ou acolher determinada pretensão.

-Inércia: para o Estado (juiz) aplicar a lei ao caso concreto é preciso haver
provocação. A inércia garante a imparcialidade.
-Imutabilidade: SPCTJ (sentença penal condenatória com trânsito em julgado,
nesta temos, revisão criminal. Isso ocorrerá até que o indivíduo cumpra a pena);
SPATJ (sentença penal absolvitória com trânsito em julgado. No caso de haver uma
certidão de óbito, e posteriormente o réu aparecer, para o STJ e STF, poderá haver
a revisão em favor da sociedade, fala-se em revisão criminal, é considerado que a
decisão foi inexistente (nulidade absoluta).

-Lide? É um elemento acidental, na área civil, no processo penal, em regra, é


essencial. O Promotor muito das vezes denuncia, requer que seja processado e em
alguns casos pede absolvição, mas é essa mesmo a regra, o Estado diz que tem
que haver processo.

PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO
-Investidura: o órgão responsável pela jurisdição tem seu representante aprovado
em concurso (prova ou de provas e títulos). Após um determinado tempo o agente
passa a ser estável. Necessário saber também a regra do quinto constitucional. Por
indicação (nomeação direta) para chegar ao STF.
É o que se depreende dos art. 94; 101 da CF/88, senão vejamos:
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos
Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério
Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico
e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional,
indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o Tribunal formará lista tríplice, enviando-
a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus
integrantes para nomeação.
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos
dentre cidadãos com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos
de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do
Senado Federal.
-Indelegabilidade: o poder jurisdicional não pode ser delegado. Exceção, o
Guilherme Nucci diz que no caso de precatória, um juiz da comarca de Pará de
Minas, se ele precisar de uma testemunha e ela mora em outra comarca, sendo
assim, será emitida uma precatória; para aquele doutrinador essa é uma delegação
de competência, porém, a doutrina majoritária, diz que esse juiz deprecante não tem
jurisdição em outra comarca, senão aquela da qual ele presta a jurisdição.

-Inevitabilidade: não precisa ter anuência da parte, pois, se houver a constituição


de um processo penal, assim será. Obs: mas aqui, no processo penal, não existe
revelia.

-Inafastabilidade (art. 5 XXXV CF/88): é princípio constitucional. A lei não excluirá


da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito, sendo assim, uma vez
levado ao juiz um caso concreto, este deverá apreciar o mesmo. Mesmo se houver
lacuna, mas precisamos saber também que, ao que tange à analogia, esta só será
possível para beneficiar o réu.
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos é o que está disposto no art. 5,
XXXV da CF/88, in verbis:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
(...) omissos.
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;
(...).

-Juiz natural: 1-vedação de tribunal de exceção (não poderá haver juiz instituído
pós fato); 2-só será julgado por juiz competente (aquele previamente constituído
constitucionalmente, antes de um determinado fato acontecer).
Finalidade= é o dever do Estado em substituir o interesse das partes para aplicar a
lei ao caso concreto, resolvendo determinado conflito de interesse ou acolhendo
determinada pretensão (é o próprio conceito de jurisdição).
Espécies= jurisdição penal e não penal.
PROCESSO - PRINCÍPIOS GERAIS
-Imparcialidade: (inércia, garantias (garantias institucionais, uma vez investido no
cargo de juiz de direito, terá, após determinado lapso temporal: inamovibilidade,
irredutibilidade, bem como vitaliciedade), ação/demanda, vedação do tribunal de
exceção (tribunal após fato)): a imparcialidade é sustentada por outros princípios,
tais como os que estão dentro do parêntese, é necessário observar todos.
Constam do art. 95 da CF/88:
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de
exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do Tribunal
a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada
em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do artigo 93,
VIII;
III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos artigos 37, X e XI, 39, §
4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

-Igualdade processual: (obs: “favor rei”: não é só do processo penal, este é


constitucional, só que a isonomia tem um tratamento temperado, é a chamada
isonomia substancial. No processo penal essa igualdade processual tende a pesar
um pouco a favor do réu, por causa do princípio “favor rei”, devido a este, em dúvida,
temos que a revisão criminal só é possível se for a favor do réu.

-Contraditório: 1-ciência obrigatória e participação necessária, sendo assim, o


contraditório (meios de comunicação: citação= dar ciência, chamamento para o
processo a fim de se defender; notificação= a intimação é acerca de alguma coisa
que já ocorreu, e querendo contraditar, diferentemente, a notificação é para algo que
deva fazer). O contraditório pode ser postergado, tardio. Em regra, o contraditório é
realizado em tempo hábil, mas poderá ele ser tardio, quando, por exemplo, na
interceptação telefônica (lei 9296/96).

-Ampla defesa: o contraditório e a ampla defesa andam bem juntos, a ampla defesa
no processo penal se divide em auto defesa e defesa técnica, significa dizer que,
quando o réu é ouvido, este não é obrigado a falar (pode ficar em silêncio), isto é,
uma faculdade deste. Já a defesa técnica é feito por profissional a escolha da parte,
ou, podendo ser o mesmo dativo ou nomeado pelo juiz, tal defesa é necessária
(obrigatória).

AULA 13/02/2009

-Ação/demanda: porque a jurisdição é inerte; para que haja prestação jurisdicional


é necessária que haja provocação, e esta é feita através do direito de
ação/demanda, para que o Estado (juiz) possa aplicar a lei ao caso concreto. A
ação/demanda é conseqüência da inércia da jurisdição.

-Disponibilidade/indisponibilidade: quando falamos em disponibilidade e


indisponibilidade quer dizer que o processo já está em execução. Uma vez oferecida
a denúncia, o Promotor de justiça não pode largar pelo meio o processo, o mesmo
deverá seguir até o final para que o juiz possa dar uma resposta jurisdicional. Ver
art. 89 (esse art. sim se refere da suspensão condicional do processo) e 76 da Lei
9099/95 (suspensão condicional do processo), alguns doutrinadores irá indicar o art.
76 como exemplo, mas o melhor é o art. 89 da mesma lei ora em comento, senão
vejamos:
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano,
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não
esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes
os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do
Código Penal).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do juiz, este,
recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a
período de prova, sob as seguintes condições:
I – reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II – proibição de freqüentar determinados lugares;
III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;
IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e
justificar suas atividades.
§ 2º O juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão,
desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser
processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do
dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso
do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o juiz declarará extinta a punibilidade.
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo
prosseguirá em seus ulteriores termos.
1) processo civil: a regra do direito civil é a disponibilidade;
2) processo penal: a regra do direito penal é a indisponibilidade.

-Oficialidade: vem de oficial. Os órgãos responsáveis pela persecução penal são


em regra órgãos oficiais da Administração Pública (delegado, promotor (este, em
regra, é quem irá propor a denúncia, salvo exceção, nas ações penais privadas, isto
é, neste caso é o próprio ofendido. Já nas ações penais públicas condicionadas,
apesar da necessidade de representação, quem irá estar no pólo ativo da ação será
o particular), procurador de justiça, juiz...).

-Oficiosidade: os órgãos responsáveis pela persecução penal atuam/agem de


ofício, independentemente de provocação e irá apurar o fato. Se o inquérito for
remetido ao MP, haverá a oficiosidade. Salvo exceção, no caso de ação penal
pública condicionada a representação, se o réu não provocar não haverá processo,
bem como na ação penal privada.

-Verdade formal/dispositivo: sempre vigorou no processo civil (as partes alegam e


devem provar). A parte irá alegar algo, mas quem alega deverá provar. O juiz no
processo civil, hoje, pode requerer a produção de provas quando houver
necessidade (art. 130 CPC). O Alexandre Freitas diz vigorar a verdade material,
senão vejamos no CPC:
Art. 130. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas
necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou
meramente protelatórias.

-Verdade material/real: atividade pró-ativa, o juiz não é inerte, se quiser ele pede
para ouvir oitiva de testemunha, para que sejam produzidas novas provas quando
necessário.

-Verdade processual: só irá valer as provas lícitas.

-Persuasão racional ou livre convencimento motivado: para chegar na


persuasão racional é preciso observar a evolução com relação a valoração de
provas (como que é feita essa valoração).
1) antes o princípio de valoração da prova era o da íntima convicção. O juiz não
explicava/ não tinha que explicar; mas hoje ainda existe um pouco de resquício de
tal princípio, é o que acontece na votação do júri (sigilo das votações);
2) da íntima convicção passou para a prova tarifada, onde cada prova tinha seu
valor determinado; ex. a confissão era considerada como a rainha das provas. Só
para ilustrar: 20 pontos confissão; 10 pontos documento e 5 pontos a testemunha...
3) passou então para o livre convencimento motivado.
Diante da evolução, é o que temos delineado no seguinte dispositivo do CPC:
Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias
constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na
sentença, os motivos que lhe formaram o convencimento.

-Motivação das decisões judiciais: todas as decisões judiciais devem ser


fundamentadas (art. 93, IX da CF/88), sob pena de nulidade, sendo, então, uma
condição constitucional. A fundamentação da decisão deve ser bem clara, para que
todos que tiverem contato com a mesma possam entendê-la perfeitamente ou até
mesmo fiscalizá-la, bem como guerreá-la com eventual recurso cabível (recorrer da
decisão face sua fundamentação).

-Publicidade (art. 5, LX; 93, IX da CF/88): essa publicidade não é absoluta, em


alguns casos, em razão do interesse público ou ao respeito à intimidade das partes
envolvidas, a mesma poderá ser restringida. Mas a regra é a publicidade. Se a
restrição da publicidade prejudicar o direito à informação, prevalecerá esta última
(redação dado ao art. 93, IX da CF/88 pela emenda de n. 45 de 2004).
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos é o que está disposto no art. 5,
LX da CF/88, in verbis:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
(...) omissos.
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa
da intimidade ou o interesse social o exigirem;
(...).
Nos termos da art. 93 da CF/88, vejamos:
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre
o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
(...) omissos.
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
(...).

-Lealdade processual: (vedação em relação à produção e a utilização de provas


ilícitas e ilegítimas no processo penal). Para alguns é o princípio do jogo limpo.

-Duplo grau de jurisdição: não é um princípio expresso, este é retirado do


escalonamento da distribuição dos órgãos que compõe o judiciário (Juízes; TJ; STJ
e STF). Dependendo de onde iniciar o processo não haverá o duplo grau de
jurisdição, como por exemplo, no caso de crime comum cometido pelo Presidente da
República, tendo em vista que o mesmo será julgado pelo STF.

-Juízo (juiz) natural: idem ao que fora dito anteriormente.


-Promotor natural: este não tem competência, e sim atribuição. Só que há de
respeitar também aquele promotor de cada comarca, pois a atribuição dada a ele é
constitucional, não podendo outro promotor “invadir” sua área de atuação. OBS: mas
o promotor poderá ser auxiliado por outros promotores, desde que haja sua
anuência, quando na existência de caso complexo.

-Celeridade (art. 5, LXXVIII da CF/88): é assegurado a todos, no âmbito judicial e


administrativo, os meios razoáveis que garantem a celeridade processual, bem
como a garantia individual.
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos é o que está disposto no art. 5,
LXXVIII da CF/88, in verbis:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
(...) omissos.
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
(...).

AULA 16/02/2009
PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL
-Verdade real: atividade pró-ativa, o juiz não é inerte, se quiser ele pede para ouvir
oitiva de testemunha, para que sejam produzidas novas provas quando necessário.
No processo penal a regra é que o juiz (ele vai em busca das provas) tem uma
atividade pró-ativa, o que ele não pode é alegar fato novo.

-Verdade processual (art. 5, LVI da CF/88): o primeiro autor a citar a verdade


processual foi o Paulo Rangel, a expressão que ele usa é: que existem limites à
produção da prova no processo penal a liberdade probatória não é absoluta. Ver art.
5, LVI da CF/88 (não é aceita no processo prova ilícita; é o limite). Sendo assim, o
princípio que vigora é o princípio da verdade processual ou em busca da verdade
real.
-Legalidade/obrigatoriedade: são duas expressões que se referem ao mesmo
princípio, que quer dizer no processual penal: uma vez cometido um fato típico as
autoridades públicas estão obrigadas a proceder a apuração e responsabilização
pela prática daquele fato. Como por exemplo, se chega à delegacia uma notícia
crimines a administração deverá agir; mesma coisa ocorre com o MP quando de sua
atribuição. Então existe uma obrigatoriedade e não uma faculdade frente ao
cometimento de um crime. Mas temos exceção, qual seja: Lei 9099/95, art. 76, fala-
se em transação penal, o MP ainda não ofereceu a denúncia, e uma vez feita essa
transação penal, ocorrerá a perda/extinção da punibilidade (princípio da
obrigatoriedade regrada). Exceção, Ação penal pública condicionada a
representação, nesta o titular é o MP, mas este só irá agir depois de autorizado pela
parte ofendida (neste caso, o delegado só irá instaurar inquérito depois do
requerimento feito pela parte ofendida. Bem como na ação penal privada
Este princípio será observado antes da instauração do inquérito policial com
relação ao delegado de polícia e antes do oferecimento da denúncia pelo MP.
-Indisponibilidade: (não poder largar o processo pelo meio) a indisponibilidade,
como princípio, merece observação após a instauração do inquérito policial por parte
do delegado de polícia ou autoridade policial, e posteriormente ao oferecimento da
denúncia com relação a denúncia do MP. Uma vez instaurada o inquérito policial,
este é indisponível, não tem força o delegado para dele dispor (arquivá-lo).
É o que consta do art. 17 do CPP:
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Uma vez chegado ao MP, este deverá observar o princípio da
obrigatoriedade.
Exceção a regra está na Lei 9099/95, art. 79 e 89. Da possibilidade da
transação depois da denúncia (aqui já existe processo, e o MP está largando-o pelo
meio, uma vez ser exceção – princípio da indisponibilidade regrada).
Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de instrução e julgamento, se na
fase preliminar não tiver havido possibilidade de tentativa de conciliação e de
oferecimento de proposta pelo Ministério Público, proceder- se-á nos termos dos
artigos 72, 73, 74 e 75 desta Lei.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano,
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não
esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes
os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do
Código Penal).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do juiz, este,
recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a
período de prova, sob as seguintes condições:
I – reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II – proibição de freqüentar determinados lugares;
III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;
IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e
justificar suas atividades.
§ 2º O juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão,
desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser
processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do
dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso
do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o juiz declarará extinta a punibilidade.
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo
prosseguirá em seus ulteriores termos.
Obs: pode haver também o perdão desde que o querelado aceite. A extinção
da punibilidade é questão de mérito e não preliminar porque não poderá haver nova
discussão.

-Oficialidade: vem de oficial. Os órgãos responsáveis pela persecução penal são


em regra órgãos oficiais da Administração Pública (delegado, promotor (este, em
regra, é quem irá propor a denúncia, salvo exceção, nas ações penais privadas, isto
é, neste caso é o próprio ofendido. Já nas ações penais públicas condicionadas,
apesar da necessidade de representação, quem irá estar no pólo ativo da ação será
o particular), procurador de justiça, juiz...).
-Autoritariedade: além de serem oficiais os órgãos responsáveis pela persecução
penal também são autoridades (delegado, promotor de justiça, juiz...).

-Oficiosidade: os órgãos responsáveis pela persecução penal atuam/agem de


ofício, independentemente de provocação e irá apurar o fato. Se o inquérito for
remetido ao MP, haverá a oficiosidade. Salvo exceção, no caso de ação penal
pública condicionada a representação, se o réu não provocar não haverá processo,
bem como na ação penal privada.

-Publicidade: essa publicidade não é absoluta, em alguns casos, em razão do


interesse público ou ao respeito à intimidade das partes envolvidas, a mesma
poderá ser restringida. Mas a regra é a publicidade. Se a restrição da publicidade
prejudicar o direito à informação, prevalecerá esta última (redação dado ao art. 93,
IX da CF/88 pela emenda de n. 45 de 2004).

-Contraditório: ciência obrigatória e participação necessária, podendo ser


postergado, como por exemplo, no caso de interceptação telefônica (lei 9296/96.
Obs: o MP ao oferecer a denúncia e o ofendido (querelante) ao oferecer a queixa-
crime tem que indicar os fatos que compõe suas alegações de forma clara à
possibilitar o exercício da ampla defesa (os dois andam juntos, só que o contraditório
vem primeiro).

-Iniciativa das partes: o juiz não procede de ofício, necessidade de provocação de


judiciário para que este possa aplicar a lei a um determinado cosa concreto.

-Correlação (tem a ver com fatos): o juiz não pode extrapolar (“extra petita”) na
sua decisão o que fora pleiteado pelas partes.
Obs: ver art. 383 do CPP. Fala do instituto do “emendatio libelli” ou emenda da
acusação; capitulação é uma coisa e exposição de fatos é outra, aquela é o artigo e
esta é a narrativa. O juiz tem que ater a fatos e não a capitulação, porque o réu se
defende dos fatos.
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa,
poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de
aplicar pena mais grave.
§ 1º Se, em conseqüência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de
proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o
disposto na lei.
§ 2º Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão
encaminhados os autos.

-Identidade física do juiz: até pouco tempo atrás (agosto do ano passado), tal
princípio não existia no processo penal, a não ser nos processos de competência do
tribunal do júri. A nova reforma do CPP adotou a este princípio. O juiz vinculado com
a instrução deverá decidir. Ver art. do CPP.

-Inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos: art. 5, LVI da CF?
/88, é uma vedação constitucional expressa (clausula pétrea). É gênero: provas
ilegais, vedadas, proibidas. São espécies: provas ilícitas (seriam aquelas produzidas
mediante violação de direito material, ou seja, violação de normas de direito penal e
também normas pertinentes a princípios constitucionais) e ilegítimas (seriam aquelas
produzidas com violação de direito processual, ou seja, com relação à produção de
provas ao que pertence a procedimentos), e Paulo Rangel trás isolado provas
irregulares.
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério,
ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte
interessada, quiserem dar o seu testemunho.
Se houver ofensa a essa norma supracitada de direito processual teremos
prova ilegítima.

TRABALHO SOBRE SISTEMSAS PROCESSUAIS 09/03/09


-Inquisitivo
-Acusatório
-Misto

AULA 27/02/2009
INQUÉRITO POLICIAL
-Persecução penal: inicia-se numa fase preparatória (inquérito policial), e depois o
MP em regra, irá observar se vai ou não deflagrar o processo. No processo penal,
para que o MP dê início a um processo, é preciso ter as provas, diferentemente do
civil. O inquérito policial serve para colher um início de provas suficientes para que
possa dar início ao processo.

(art. 144 da CF/88)


*Polícia judiciária: Polícia Civil e Polícia Federal. É a polícia que irá auxiliar, como
por exemplo, o Juiz ordena que seja realizada uma busca e apreensão, neste caso
cabe a polícia civil. Esta polícia é regressiva, atuará depois que o crime já estiver
acontecido.
*Polícia administrativa: irá ser a nossa PM; o nosso Corpo de Bombeiro; Polícia
Rodoviária Federal e temos também a Polícia Federal Ferroviária. A polícia é
chamada de polícia preventiva ou ostensiva.

Conceito: Inquérito policial é procedimento administrativo preliminar presidido em


regra, pela autoridade policial, objetivando coletar provas acerca da materialidade
(existência) de um delito e de indícios suficientes de autoria para auxiliar o titular
(MP ou ofendido, depende do caso concreto) da ação na formação da opinio delicti
(opinião acerca do delito), e também auxiliar o juízo na decretação de medidas
cautelares. Professor Aury Lope Júnio.
Obs: 90% das vezes é o delegado que irá presidir o inquérito policial (não pode ser
presidido por policial), mas, como por exemplo, se o delegado descobrir que o
suspeito é um magistrado, desse jeito o mesmo será remetido para o TJ. Se for
promotor de MG, neste caso o TJMG (tribunal a qual ele está vinculado). Não tendo
um lastro probatório mínimo, a parte pode impetrar um Habeas corpus.

-Natureza jurídica: (essência – enquadramento dentro do ordenamento jurídico). A


atividade típica do inquérito policial é administrativa (típico do Poder Executivo).
Mero procedimento administrativo, todos os atos, sem exceção.

Obs: Têm jurisprudências do STF no sentido de que o MP poderá investigar o crime


sem autoridade policial. Mas, hoje, o próprio STF tem entendido de que o MP
apenas poderá fiscalizar. Mas, no último julgado (Joaquim Barbosa) ele acredita que
não é possível afirmar se o MP pode ou não investigar e fiscalizar, pois o ilícito pode
ser civil ou penal, e tudo que o MP conseguir levantar com a investigação poderá ser
usado se o ilícito tiver natureza penal em uma eventual fase processual.

-Destinatário direto: acusação (MP em regra, porque pode ser o ofendido)


-Destinatário indireto: Juiz, para que o mesmo possa decidir.

CARACTERÍSTICAS
-Inquisitivo: (no inquérito não existe partes, não existe lide, não existe interessados,
não existe contraditório, não existe ampla defesa, o investigado é objeto de
investigação). Obs: eu tenho alguns inquéritos que irá haver contraditório, são na
verdade, exceções. Primeira exceção: Inquérito para expulsão ou extradição de
estrangeiro (procedimento administrativo, só que com contraditório), outra situação é
o antigo inquérito judicial nos casos de crime falimentares (o juiz fazia o inquérito e
depois julgava, era totalmente parcial).

-Sigiloso: o inquérito policial é uma margem de segurança, porque há presunção de


inocência, sendo, portanto, sigiloso. O sigilo aplica-se até mesmo para o investigado,
pois, o mesmo não pode ficar sabendo o que está passando. Mas o sigilo não se
aplica ao juiz e ao MP e /ou ofendido, bem como ao advogado em geral (o advogado
poderá ter vista, inclusive xerocar – art. 7 do Estatuto da OAB). Obs: no caso de o
juiz decretar o sigilo do inquérito policial, há duas correntes, uma entende que o
sigilo não se aplica ao advogado, lado outro, entende que sim, inclusivo, STJ
reconhece que se aplica sim ao advogado, observando o princípio da
proporcionalidade. Tem um novo posicionamento, do STF, súmula vinculante. Se o
advogado quiser ter vista dos autos e lhe for negada, cabe mandado de segurança.

AULA 02/03/2009
Paulo Rangel, Fernando Capez, Eugênio Pacceli, Afrânio Jardim. Autores para fazer
o trabalho de processo penal.

-Discriminação: o processo já tem uma sequência correta para ser seguida pelo
magistrado. Já no inquérito, não, temos um rol no art. 6 do CPP, mas este serve
apenas como mera informação, pois, o inquérito é procedimento dinâmico, não é
firme igual o processo.
-Escrito: mesmo que a prova seja oral, por exemplo, oitiva do ofendido, suposto
autor do fato, apesar de ser uma prova verbalizada, a mesma sempre será reduzida
a termo. Se tiveres uma gravação, a mesma será desgravada, ou seja, será
reduzida a termo. O procedimento do inquérito é formal (escrito).

-Indisponível: fala-se do princípio da indisponibilidade (existe depois que ele é


instaurado), antes do inquérito eu tenho a obrigatoriedade, depois, a
indisponibilidade, isto é, uma vez instaurado o inquérito policial, o delegado não
poderá largá-lo pelo meio (não pode arquivar o inquérito – art. 17 do CPP).

-Disponível: o inquérito não é indispensável (pois é dispensável), o que é


indispensável é ter um lastro probatório mínimo para propositura da ação penal. A
ação pode ser deflagrada sem inquérito (quando munida de P.I. peça de
informação), mas nunca, sem lastro probatório mínimo.

-Oficialidade: os órgãos responsáveis pela persecução penal atuam/agem de ofício,


independentemente de provocação e irá apurar o fato.

VALOR PROBATÓRIO DO IP.


Este, é relativo, pois, no procedimento administrativo de inquérito policial, não
há ampla defesa e contraditório. Sendo assim, toda a prova produzida no inquérito
policial, caso queira usar as mesmas provas do inquérito no processo, necessário se
faz reproduzi-las novamente.

Obs: Lesão corporal característica do crime de estupro. Não tem como fazer novas
provas na instrução processual, pois, com o tempo somem os “rastos” do crime. O
contraditório é postergado.

Obs: prova testemunhal, quando a testemunha está correndo risco de morte,


instaura-se um incidente para produção de provas. Neste, há um contraditório e a
testemunha não irá poder voltar atrás no processo, nem fazê-la (provas) novamente.
Obs: com a reforma do CPP, foi introduzida na legislação pátria a figura do perito
assistente (particular).

Excepcionalmente, os elementos colhidos no inquérito policial, podem servir


como prova na fase processual durante a instrução, a exemplo do que acontece com
a prova pericial que vai submeter em juízo ao crivo do contraditório e da ampla
defesa (contraditório postergado ou diferido).
Admiti-se, ainda, na fase do inquérito a instauração de um incidente cautelar
de produção antecipada de provas, que tramitará perante um juiz, com a presença
“das futuras partes” e submetendo-se ao contraditório e a ampla defesa.

VÍCIOS DO INQUÉRITO
Pode até ter vícios, mas não será visto como nulidade e sim irregularidade.
No inquérito tenho uma série de atos, caso um deles estiver com vício, basta apenas
retirá-lo e substituí-lo por outro perfeito.
Um vício com irregularidade no inquérito policial não contaminará o processo,
mesmo se o ato não for retirado, porque os atos ali feitos vão ser novamente
realizados no processo. Quando a prova for repetida (ilicitamente), aí sim,
contaminará o processo.

INDICIAMENTO
No inquérito policial o indiciamento é quando um dos investigados se torna
foco principal do inquérito policial.
O indiciamento (sai da possibilidade e passa para probabilidade de ser
realmente o autor do crime – antes era possível, agora é bem provável) é a
comunicação daquele investigado de que ele se tornara o objeto principal, ou seja, o
foco da investigação policial. É preciso haver fundamentação, e é ato formal.
No indiciamento não tem recurso, mas pode impetrar habeas corpus.
Qual é o momento para o indiciamento? (segundo o professor Aury Lopes Jr.)
1) quando houver prisão; 2) logo após a sua oitiva.

NOTITIA CRIMINIS
A notícia do crime é o conhecimento da autoridade policial acerca do
acontecimento de uma determinada infração penal (é levar a notícia do crime à
autoridade policial).
A notícia do crime pode ser espontânea, provocada ou coercitiva.
A espontânea/ cognição direta/ cognição imediata/ cognição inqualificada,
será quando o delegada se depara com uma infração penal durante o exercício
normal de seu cargo, neste caso um agente (polícia militar) trás a ele o
conhecimento, e.g., um agente diz que acabou de acontecer um delito. Outro caso é
na delação apócrifa (denúncia anônima), é o caso do disque-denúncia ou até
mesma quando há uma carta anônima; justamente porque não faz idéia de quem
está trazendo a notícia do crime. Detalhe, neste caso, o delegado não pode instaurar
o inquérito, devendo procurar vestígios, assim, depois de encontrado vestígios de
crime é que o mesmo poderá instaurar inquérito policial (a própria constituição trás
que deverá ser identificado a pessoa que trouxe a notícia do crime..., mas nada
impede a anônima, desde que o delegado...).
No caso de notícia do crime provocada (esta é indireta e mediata e
qualificada) irá ocorrer quando qualquer um do povo, o ofendido ou quando
autoridades levarem a notícia do crime ao delegado. Neste caso, quando for
provocada por autoridades (MP e Juízes), a notícia do crime é levada por requisição,
esta requisição sim, tem caráter de ordem, se o delegado não instaurar o inq. P.
responderá por crime de prevaricação.
Quando for qualquer um do povo, ou o ofendido, quando eles levarem a
notícia do crime para o delegado de policial, será chamado de “delatio criminis”. A
“delatio criminis” pode ser simples ou postulatória. Será simples quando for sem
pedido de providência e a postulatória será com o pedido de providência, neste
caso, a pessoa leva a notícia do crime e já pede providência.
Há alguns tipos de ação penal. Ação penal pública incondicionada é a regra,
(a maioria dos crimes são de ação incondicionada) é aquela que tem como o titular
como o promotor, e ainda, esta haja independentemente de provocação/autorização.
Ação penal pública condicionada a representação do ofendido, o titular é o
ofendido, mas depende de uma provocação/autorização (condição para que o MP
possa proceder a denúncia – o MP é o legitimado), que em regra, é a representação.
Por exemplo, o estupro de uma mulher hipossuficiente, o estupro é de natureza
privada, mas tendo em vista ser a vítima hipossuficiente, necessário se faz a
representação.
Ação penal pública condicionada a requisição (Ministro da Justiça), por
exemplo, no caso de crime contra o Presidente – crime contra honra do presidente
(completar com o Renato). A requisição também é uma representação. Se não
houver autorização, nada feito.
Ação penal privada. Na ação penal privada será o ofendido (ou, quando
menor, quem tenha qualidade para representar). Exemplo: geralmente na ação
privada, o bem juridicamente protegido é de menor importância (é a regra geral), e
quem será o titular dela será o ofendido, contratando advogado ou se não tiver
dinheiro um defensor público. Não obstante, hoje ainda tem bem jurídico de um valor
considerado e de natureza de ação penal privada, e.g., estupro, atentado violente ao
pudor, nestes, procederá mediante queixa (obs: se a parte ofendida for
hipossuficiente, passa a ser em pública condicionada a representação. E se a vítima
estiver em uma relação pátrio poder ou curatela com o autor do crime, passa a ser
ação penal pública incondicionada.

AULA 06/03/2009
Como que eu vou saber se um crime enquadra em ação condicionada,
privada, ou incondicionada? Não precisamos nos preocupar, pois, está no código
penal. Ademais, a maioria das ações serão incondicionadas.

DELATIO CRIMINIS POSTULATÓRIA


-Representação: a representação nos crimes de ação penal pública condicionada,
neste caso, o ofendido além de levar a notícia do crime, irá providenciar/autorizar
que o delegado tome providências.

-Requisição: esta requisição é do Ministro da Justiça, que tem a mesma natureza de


representação. Essa requisição não é ordem (não tem caráter vinculatório), é
apenas um pedido.

-Requerimento: este surge nas ações penais privadas. Claro que a petição inicial do
ofendido será a queixa crime, mas o requerimento é que leva a notícia do crime.
Aqui está embutido o pedido de providência.
-Requerimento: este ocorre muito das vezes em ação penal pública incondicionada.
O cidadão foi atingido cinco vezes, o ofendido chega até o delegado levando a
notícia do crime e pede providência, mas a ação penal é incondicional. No caso de
ação penal pública incondicionada qualquer pessoa pode levar a notícia do crime.

DELATIO CRIMINIS SIMPLES (SEM PEDIDO DE PROVIDÊNCIA)


Como por exemplo, alguém leva a notícia do crime ao delegado, mas não irá
pedir providência para apurar o crime do infrator, a fim de que seja aplicada
determinada penalidade a ele. Neste caso, o sujeito apenas conta (o sujeito quer
apenas informar a autoridade sobre o crime, ele não quer que seja apurado qual foi
o infrator daquele crime) ao delegado o que aconteceu com ele, mas não pede
providência alguma.

COGNITIVA COERCITIVA
Toda vez que alguém levar a notícia do crime com o criminoso “debaixo do
braço”, estaremos diante da notícia do crime chegada à delegacia de forma cognitiva
coercitiva. Ver art. , par. 4 e 5 do CPP.
Se o delegado for pego em flagrante delito, cujo crime deverá ser no senado
de ação penal pública condicionada a representação ou privada, não poderá lavrar
auto de prisão em flagrante sem o ofendido requerer ou autorizar que seja apurado o
crime.

FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL


No caso de noticia do crime cognitiva espontânea, a forma de instauração
será de ofício. Materialmente o nome que recebe o documento do delegado será
portaria (ex. eu bacharel... delegado...instauro...).
No caso de notícia do crime provocada. Temos vários tipos:
a) nas ações penais públicas condicionadas a representação: a forma de
instauração de inquérito policial será por representação. Neste caso, a folha “dois”
também receberá o nome de portaria.
b) na ação penal pública cond. Requisição ao MJ: será por requisição. A folha “dois”
(documento) também receberá o nome de portaria.
c) nas ações penais privada: dependerá de requerimento por parte do ofendido,
sendo por requerimento. A folha “dois” também terá nome de portaria.
No caso de notícia do crime de cognição coercitiva: se dará por auto de prisão
em flagrante delito (APFD). Neste caso a folha “dois” terá o nome de auto de prisão
em flagrante delito, porque não preciso de uma portaria contando o que aconteceu
porque no próprio auto de prisão em flagrante delito já está narrado o que
acontecera.

PROVIDÊNCIAS
-Ver art. 6 (rol exemplificativo), inciso I: o delegado deverá dirigir-se ao local do
crime. É justamente para evitar para que não seja alterado o local do acidente. Mas
não é uma regra absoluta, até porque nos casos de acidentes de trânsito a vítima
será retirada do local.
No inciso II, temos: deverá apreender todos os objetos com os fatos (tudo
aquilo que for encontrado em virtude do crime, e em regra todos os objetos
acompanharão o inquérito, e se o MP denunciar com base no inquérito, os objetos
também acompanhará o processo. Os objetos poderão ser devolvidos, salvo
exceção, depois de rotulados no inquérito). Ver art. 11 do CPP.
Obs: no caso de entorpecentes, não acompanhará o processo, não sairá da
delegacia.
Obs: os objetos ilícitos, mesmo que tiverem acompanhado o processo, serão
destruídos, salvo se for para o museu (ver. art. 91, II, “a” do CPP)

AULA 09/03/2009
COLHEITA DE PROVAS
Além dos objetos do crime, teremos outras provas, uma coisa que não
acontece no local do crime, bem como a oitiva de testemunha, busca e apreensão. A
colheita de provas não é incondicional, há limites, qual seja o da licitude, não admite-
se provas ilícitas. A colheita de provas contribui para a materialização do crime.

OUVIR O OFENDIDO
Se com o crime o ofendido (sujeito passivo) não morrer, ele será ouvido. Uma
vez notificado a comparecer na delegacia (notificação ao ofendido), caso o ofendido
não vá de livre vontade, será conduzido pela autoridade policial coercitivamente
(condução coercitiva).
Obs: muitas das vezes, tendo em vista que o ofendido é parcial, o mesmo vem a
mentir (falso testemunho), mas o ofendido não responde por falso testemunho. Mas
se um indivíduo for na delegacia levar uma notícia de crime falsamente, responderá
por denunciação caluniosa (quando o indivíduo sabe ser falso, ou seja, afirmar um
fato criminoso, sabendo que não houve crime).

OITIVA DO INDICIADO
O melhor seria oitiva do investigado (a redação no código está equivocada)
ou averiguado. Investigado e averiguado; há um juízo de possibilidade que seja o
autor do crime, uma vez ouvido pode passar de juízo de possibilidade para juízo de
probabilidade.

-diferença de averiguado e indiciado: averiguado (há juízo de possibilidade);


indiciado (há juízo de probabilidade).

-ouvir o delegado como o juiz ouviria: aqui não existe interrogatório e sim oitiva (o
delegado somente irá ouvir e não interrogar).

1) não comparecendo na delegacia o notificado, para primeira corrente pode ser


conduzido coercitivamente (posição majoritária);
2) para a segunda corrente não pode. Não comparecendo o notificado não poderá
ser conduzido coercitivamente. Não, porque o momento da condução do notificado
até a delegacia é conhecido como uma prisão temporária, mesmo que momentânea.
(fundamentação está no inciso LXI, art. 5, da CF/88). Para esta corrente, o juiz
poderá mediante fundamentação.
Obs: 10679/03 – 1579/52 (art. 3, parágrafo 1)
(art. 5, LXI CF/88)

3) para a terceira corrente, não pode conduzir coercitivamente, mas para esta
corrente, nem o juízo nem o delegado. Porque hoje, o interrogatório é primeiramente
um meio de defesa. Tendo em vista que o indivíduo pode ficar silente (a terceira
corrente é mais garantista, melhor, e em breve vai ser a primeira corrente). Por que
conduzi-lo coercitivamente? Para esta corrente não pode haver coercitividade para
que o notificado seja ouvido. (o investigatório ou a oitiva dividem-se duas fases:
dados/identificação (o notificado não pode mentir) e mérito (no mérito poderá haver
mentira, ficar silente ou nem comparecer)
(art. 5, LXIII CF/88)

RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS (INCISO 6, DO ART. 6 DO CPP)


O reconhecimento de pessoas serve para facilitar a identificação do suspeito
(tipo de cabelo, cor de pele, tamanho – geralmente a pessoa vê a outra para
reconhecer, mas o suspeito não consegue ver a outra pessoa). No reconhecimento
de coisas, e.g., apreendeu um objeto com o sujeito do crime, poderá haver o
reconhecimento da coisa para ver se pertence ou não a determinada pessoa.

EXAME DE CORPO DELITO E OUTRAS PERÍCIAS (inciso 7, do art. 6 do CPP)


É procedimento obrigatório, uma vez tratar de crime que deixa vestígio. É um
tipo de perícia é o exame de corpo delito, este exame, quando se trata de crime que
deixa vestígio, é imprescindível. Temos exame de corpo delito direto (quando houver
contato direto com o corpo) e indireto (quando, e.g., o perito utiliza documentos do
hospital, em observância a atual situação do corpo, para fazer o exame de corpo
delito).
Hoje (nova lei 11690/08) só se exige um perito quando for oficial, não oficial,
deverá haver dois peritos.
Negando-se a vítima a fazer o exame do corpo delito, a vítima pode ser
conduzida coercitivamente, quando externamente (quando, e.g., tirar a roupa da
vítima não pode, porque é atuação invasiva – exame íntimo – mas não afasta a
possibilidade de registrar-se como desobediência).

IDENTIFICAÇÃO
Quer dizer aquela identificação datiloscopia (digital) -
Art. 5, LVIII, da CF/88 – o civilmente identificado não poderá ser constrangido a
identificação datiloscopia. Na opinião do Henrique não há de ser.
Lei 10054/2000. Ver art. 3. Obs. O inciso I é de duvidosa inconstitucionalidade, já os
outros incisos, são de perfeita consonância com o ordenamento jurídico pátrio. Ver
todos os incisos.

Lei 9034/95. Ver art. 5: participação de organização criminosa. Neste caso é outra
possibilidade de o indivíduo ser compelido a ser novamente civilmente identificado.

O INCISO IX DO ART. 6 DO CPP, SERVE JUSTAMENTE PARA CONDUZIR O


JUIZ PARA APLICAR A PENA BASE – REMETE-SE AO ART. 59 – É ROL
MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO.

ENCERRAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL


O inquérito policial é encerrado mediante a confecção de um relatório final. É
a própria autoridade policial que faz o relatório. O relatório seria uma exposição de
tudo que ocorreu durante o inquérito policial (lógico que de forma condensada). Ao
final o relatório é encaminhado ao juízo. O relatório é meramente descritivo, ou seja,
informar essa e aquela prova, até porque o delegado não dá opinião alguma, apenas
relata o que aconteceu, e se opina, a opinião dele não vincula.
Se se tratar da lei 11343/06, o delegado é obrigado a dizer se trata de porte
para uso ou para mercancia; caso o delegado indicar que é tráfico, deverá
fundamentar – mas não é vinculativa (não vincula o titular da ação penal – MP) (vide
art. 28 e 33 e 52, II da lei de tóxico).

AULA 13/03/2009
PRAZO – prazo para terminal o inquérito. Esse prazo irá variar de acordo com o
crime tratado e de onde o inquérito tramita.
-Estadual: 10 dias para encerrar, estando o indivíduo preso, esse é improrrogável,
porém, se houver necessidade de dilação do prazo, o indivíduo deverá sair da
prisão.
Se o indivíduo estiver solto o prazo será de 30 dias, não havendo limitação
quanto a sua prorrogação.
É o juiz quem tem competência para prorrogar o prazo para o término do
inquérito policial.
O delegado pode até achar que tem que produzir mais provas, mas se o MP
entender que não, assim será, podendo, deflagrar a ação penal.

-Federal: quando o inquérito tramitar perante uma delegacia federal, o prazo será de
15 se o indivíduo estiver preso. Esse prazo pode ser prorrogado uma única vez, por
igual período, mantendo o investigado preso. Precisando de mais prazo além do
limite, deverá o investigado sair da prisão.
Se o investigado estiver solto, o prazo será igual o do Estadual, ou seja, 10
dias para encerrar, estando o indivíduo preso, esse é improrrogável, porém, se
houver necessidade de dilação do prazo, o indivíduo deverá sair da prisão.
Se o indivíduo estiver solto o prazo será de 30 dias, não havendo limitação
quanto a sua prorrogação.

PRAZOS ESPECIAIS
-Lei 1521/51 (art. 10, par. 1): Lei contra a economia popular (e.g., usura). O prazo é
de 10 dias (só tem um prazo, preso ou solto).

-Lei 11343/06 (art. 51): 30 dias se o investigado estiver preso e 90 dias se estiver
solto (esses prazos não são prorrogáveis, e sim duplicáveis, isto é, 30 + 30= 60).

Encerrado o inquérito o policial, será enviado para o Juiz.


Obs: no Rio de Janeiro e na Bahia, existem centrais de inquérito, e estas pertencem
ao MP (O juiz fica quieto, até porque ele ainda não foi provocado, sendo assim, o
MP irá ver o que irá fazer diante de tal situação depois de ter visto o laudo do
inquérito policial – o Henrique disse que o RJ e a BA estão à frente de nós.
*Tendo indício de autoria, o MP irá denunciar – petição inicial da ação penal
pública;
*Não tendo início de autoria, o MP irá enviar para autoridade
policial/delegado, para que seja feito nova diligência (tentar encontrar um lastro
probatório mínimo para que possa ser deflagrada ação penal).
*Se depois de realizado novas diligências, e mesmo assim, não estiver
conseguido construir nenhum lastro probatório mínimo (não conseguiu firmar a
materialização do crime), o MP irá requerer o arquivamento.
ARQUIVAMENTO – CAUSAS QUE AUTORIZAM O MP PEDIR O
ARQUIVAMENTO.
Por analogia, ficou convencional o art. 43 do CPP, mas este agora está
revogado, temos então agora o 395 (hipóteses em que a denúncia deverá ser
rejeitada) e o 397.
Art. 395: Casos que haverá a rejeição.
*Ausência de pressuposto processual ou condição da ação.
*Quando faltar justa causa. Justa causa é lastro probatório mínimo.

Art. 397: causas absolvitórias. Incisos II, III, IV, V.


*Absolvição sumária (julgamento antecipado da lide).
-Quando saltar no processo uma causa que exclua a ilicitude.
-Quando houver, claramente uma causa que exclua a culpabilidade.
-E o que nos interessa: quando o fato não constituir crime (fato típico + ilicitude +
culpabilidade= crime; conceito analítico de crime). Quis dizer o legislador - tradução:
quando houver fato atípico.
-Quando houver uma causa de extinção da punibilidade.

MECANISMOS DE ARQUIVAMENTO
O MP pede o arquivamento e o juiz homologa o pedido. (o juiz pode
concordar e o inquérito ser arquivado; mas o juiz pode não concordar, caso em que,
deverá remeter para o Procurador Geral de Justiça, e este é quem irá definir essa
pendência, concordando com o juiz, o MP irá oferecer denúncia ou nomear outro
representante do MP para que este ofereça a denúncia. Caso o MP concorde com o
pedido de arquivamento, assim será).
O juiz não pode arquivar ex officio, quem é o titular é o MP.
Na justiça federal, o representante do MP de primeiro grau chama Procurador
da República; se ele requer o arquivamento para o juiz, se este concordar será
arquivado, caso ele discorde, será enviado para o Procurador Geral da República, e
neste caso, não será o procurador quem irá decidir, pois será as Câmaras de
Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal. Ver art. 62 da Lei
Complementar 75/2003. Neste caso também, caso o Procurador Geral da República
concorde com o juiz, ele mesmo poderá propor a denúncia, caso contrário, nomeará
outro representante do MPF.
ARQUIVAMENTO ORIGINÁRIO
Se o Procurador de Justiça requerer ao TJ que arquive, este não poderá
discordar. O que pode acontecer é que o legítimo interessado, administrativamente,
recorrer através do Colégio de Procuradores, para que seja desarquivado o
processo, e quem irá decidir será o Procurador Geral de Justiça, tendo em vista que
ele tem direito a uma resposta jurisdicional.

Obs: a decisão de arquivamento (juiz decide) tem natureza jurídica administrativa


judicial, ou seja, não faz coisa julgada, é o que se depreende do art. 18 do CPP e da
súmula 524 do STF. Enquanto o crime não estiver prescrito poderá haver o seu
desarquivamento. Sendo assim, o delegado poderá investigando e produzindo
novas provas, caso ele conseguir produzir novas provas, o MP poderá propor
denúncia. S. 524. Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a
requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas
provas.

REVISÃO DA PRIMEIRA PROVA


-Princípio da inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos: Fernando
Capez.
Temos provas ilegais, vedadas, ou proscritas (proibidas), isso é gênero que tem por
espécie as provas ilícitas, ilegítimas e para alguns doutrinadores as irregulares.
*Prova ilícita: é toda aquela produzida com violação de norma penal ou
norma/princípio constitucional. e.g., certo cidadão foi pego e levado para delegacia,
acaba por ser vítima de agressões na delegacia e confessa o crime. Neste caso não
pode ser utilizada como prova a sua confissão, tendo em vista que houve violação
de norma material. Outro exemplo é quando o oficial entra na casa do indivíduo sem
mandado judicial (invasão de domicílio).
*Prova ilegítima: é toda aquela produzida com violação de norma ou princípio de
caráter processual (ela é podre), essa prova não pode ser usada.

Mas o que interessa para nós na verdade são as ilícitas;


Temos provas ilícitas em si mesma: e.g., prova colhida por tortura, nesse caso, é
prova ilícita em si mesma.
E provas ilícitas por derivação: cidadão foi pego e torturado, acabou por indicar
pessoas a depor. Sendo assim (aquelas intimadas a depor perante juízo), neste
caso, esta “prova é lícita em si mesma”, porém, só chegou a ela porque alguém foi
torturado, assim acaba por ser prova ilícita por derivação. Teoria dos frutos da
árvore envenenada. Esta prova também não é aceita, está na lei.

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