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FERNANDO CAPEZ – ED. SARAIVA – VOL. ÚNICO 2009
AULA 06/02/2009
DIREITO PENAL OBJETIVO:
Podemos dizer que o direito existe para organizar a sociedade, através de
normas/leis, leis estas que podem ser proibitivas ou mandamentais a fim de tutelar o
direito de maior relevância para sociedade.
PROCESSO:
“É o procedimento em contraditório animado pela relação jurídica”; Dinamarco
(tem procedimento + contraditório).
O contraditório é ciência obrigatória e participação necessária. Neste, todo ato
de procedimento praticado deve ser notificado (dar ciência à pessoa), bem como
necessário se faz a participação (a fim de contraditar). A fim de maior entendimento
temos como exemplo o inquérito policial, no qual não há contraditório, sendo,
portanto, mero procedimento.
JURISDIÇÃO:
É poder do Estado de substituir a vontade das partes e aplicar a lei ao caso
concreto, seja resolvendo eventuais conflitos de interesses, seja acolhendo
determinada pretensão.
AULA 09/02/2009
Conflito de interesse: interesses pertencentes a partes distintas, e
necessariamente contrapostos.
OBS: AUTO-TUTELA: desforço imediato (no direito civil), no direito penal, em regra,
eu não posso usar da auto-tutela, preciso, então, me recorrer ao Estado, pois este é
que tem poder e força para substituir a vontade das partes (o interesse das partes) e
aplicar a lei ao caso concreto, dirimindo eventuais conflitos de interesses ou
acolhendo determinada pretensão (acertamento de direito). A exceção é a legítima
defesa.
CARASTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO
-Substitutividade: o Estado (juiz) afasta a parte, substituindo a vontade das partes,
resolve, põe fim ao litígio, aplicando a lei ao caso concreto. (obs: é possível ter
pretensão sem litígio).
-Inércia: para o Estado (juiz) aplicar a lei ao caso concreto é preciso haver
provocação. A inércia garante a imparcialidade.
-Imutabilidade: SPCTJ (sentença penal condenatória com trânsito em julgado,
nesta temos, revisão criminal. Isso ocorrerá até que o indivíduo cumpra a pena);
SPATJ (sentença penal absolvitória com trânsito em julgado. No caso de haver uma
certidão de óbito, e posteriormente o réu aparecer, para o STJ e STF, poderá haver
a revisão em favor da sociedade, fala-se em revisão criminal, é considerado que a
decisão foi inexistente (nulidade absoluta).
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO
-Investidura: o órgão responsável pela jurisdição tem seu representante aprovado
em concurso (prova ou de provas e títulos). Após um determinado tempo o agente
passa a ser estável. Necessário saber também a regra do quinto constitucional. Por
indicação (nomeação direta) para chegar ao STF.
É o que se depreende dos art. 94; 101 da CF/88, senão vejamos:
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos
Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério
Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico
e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional,
indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o Tribunal formará lista tríplice, enviando-
a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus
integrantes para nomeação.
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos
dentre cidadãos com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos
de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do
Senado Federal.
-Indelegabilidade: o poder jurisdicional não pode ser delegado. Exceção, o
Guilherme Nucci diz que no caso de precatória, um juiz da comarca de Pará de
Minas, se ele precisar de uma testemunha e ela mora em outra comarca, sendo
assim, será emitida uma precatória; para aquele doutrinador essa é uma delegação
de competência, porém, a doutrina majoritária, diz que esse juiz deprecante não tem
jurisdição em outra comarca, senão aquela da qual ele presta a jurisdição.
-Juiz natural: 1-vedação de tribunal de exceção (não poderá haver juiz instituído
pós fato); 2-só será julgado por juiz competente (aquele previamente constituído
constitucionalmente, antes de um determinado fato acontecer).
Finalidade= é o dever do Estado em substituir o interesse das partes para aplicar a
lei ao caso concreto, resolvendo determinado conflito de interesse ou acolhendo
determinada pretensão (é o próprio conceito de jurisdição).
Espécies= jurisdição penal e não penal.
PROCESSO - PRINCÍPIOS GERAIS
-Imparcialidade: (inércia, garantias (garantias institucionais, uma vez investido no
cargo de juiz de direito, terá, após determinado lapso temporal: inamovibilidade,
irredutibilidade, bem como vitaliciedade), ação/demanda, vedação do tribunal de
exceção (tribunal após fato)): a imparcialidade é sustentada por outros princípios,
tais como os que estão dentro do parêntese, é necessário observar todos.
Constam do art. 95 da CF/88:
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de
exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do Tribunal
a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada
em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do artigo 93,
VIII;
III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos artigos 37, X e XI, 39, §
4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
-Ampla defesa: o contraditório e a ampla defesa andam bem juntos, a ampla defesa
no processo penal se divide em auto defesa e defesa técnica, significa dizer que,
quando o réu é ouvido, este não é obrigado a falar (pode ficar em silêncio), isto é,
uma faculdade deste. Já a defesa técnica é feito por profissional a escolha da parte,
ou, podendo ser o mesmo dativo ou nomeado pelo juiz, tal defesa é necessária
(obrigatória).
AULA 13/02/2009
-Verdade material/real: atividade pró-ativa, o juiz não é inerte, se quiser ele pede
para ouvir oitiva de testemunha, para que sejam produzidas novas provas quando
necessário.
AULA 16/02/2009
PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL
-Verdade real: atividade pró-ativa, o juiz não é inerte, se quiser ele pede para ouvir
oitiva de testemunha, para que sejam produzidas novas provas quando necessário.
No processo penal a regra é que o juiz (ele vai em busca das provas) tem uma
atividade pró-ativa, o que ele não pode é alegar fato novo.
-Correlação (tem a ver com fatos): o juiz não pode extrapolar (“extra petita”) na
sua decisão o que fora pleiteado pelas partes.
Obs: ver art. 383 do CPP. Fala do instituto do “emendatio libelli” ou emenda da
acusação; capitulação é uma coisa e exposição de fatos é outra, aquela é o artigo e
esta é a narrativa. O juiz tem que ater a fatos e não a capitulação, porque o réu se
defende dos fatos.
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa,
poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de
aplicar pena mais grave.
§ 1º Se, em conseqüência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de
proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o
disposto na lei.
§ 2º Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão
encaminhados os autos.
-Identidade física do juiz: até pouco tempo atrás (agosto do ano passado), tal
princípio não existia no processo penal, a não ser nos processos de competência do
tribunal do júri. A nova reforma do CPP adotou a este princípio. O juiz vinculado com
a instrução deverá decidir. Ver art. do CPP.
-Inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos: art. 5, LVI da CF?
/88, é uma vedação constitucional expressa (clausula pétrea). É gênero: provas
ilegais, vedadas, proibidas. São espécies: provas ilícitas (seriam aquelas produzidas
mediante violação de direito material, ou seja, violação de normas de direito penal e
também normas pertinentes a princípios constitucionais) e ilegítimas (seriam aquelas
produzidas com violação de direito processual, ou seja, com relação à produção de
provas ao que pertence a procedimentos), e Paulo Rangel trás isolado provas
irregulares.
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério,
ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte
interessada, quiserem dar o seu testemunho.
Se houver ofensa a essa norma supracitada de direito processual teremos
prova ilegítima.
AULA 27/02/2009
INQUÉRITO POLICIAL
-Persecução penal: inicia-se numa fase preparatória (inquérito policial), e depois o
MP em regra, irá observar se vai ou não deflagrar o processo. No processo penal,
para que o MP dê início a um processo, é preciso ter as provas, diferentemente do
civil. O inquérito policial serve para colher um início de provas suficientes para que
possa dar início ao processo.
CARACTERÍSTICAS
-Inquisitivo: (no inquérito não existe partes, não existe lide, não existe interessados,
não existe contraditório, não existe ampla defesa, o investigado é objeto de
investigação). Obs: eu tenho alguns inquéritos que irá haver contraditório, são na
verdade, exceções. Primeira exceção: Inquérito para expulsão ou extradição de
estrangeiro (procedimento administrativo, só que com contraditório), outra situação é
o antigo inquérito judicial nos casos de crime falimentares (o juiz fazia o inquérito e
depois julgava, era totalmente parcial).
AULA 02/03/2009
Paulo Rangel, Fernando Capez, Eugênio Pacceli, Afrânio Jardim. Autores para fazer
o trabalho de processo penal.
-Discriminação: o processo já tem uma sequência correta para ser seguida pelo
magistrado. Já no inquérito, não, temos um rol no art. 6 do CPP, mas este serve
apenas como mera informação, pois, o inquérito é procedimento dinâmico, não é
firme igual o processo.
-Escrito: mesmo que a prova seja oral, por exemplo, oitiva do ofendido, suposto
autor do fato, apesar de ser uma prova verbalizada, a mesma sempre será reduzida
a termo. Se tiveres uma gravação, a mesma será desgravada, ou seja, será
reduzida a termo. O procedimento do inquérito é formal (escrito).
Obs: Lesão corporal característica do crime de estupro. Não tem como fazer novas
provas na instrução processual, pois, com o tempo somem os “rastos” do crime. O
contraditório é postergado.
VÍCIOS DO INQUÉRITO
Pode até ter vícios, mas não será visto como nulidade e sim irregularidade.
No inquérito tenho uma série de atos, caso um deles estiver com vício, basta apenas
retirá-lo e substituí-lo por outro perfeito.
Um vício com irregularidade no inquérito policial não contaminará o processo,
mesmo se o ato não for retirado, porque os atos ali feitos vão ser novamente
realizados no processo. Quando a prova for repetida (ilicitamente), aí sim,
contaminará o processo.
INDICIAMENTO
No inquérito policial o indiciamento é quando um dos investigados se torna
foco principal do inquérito policial.
O indiciamento (sai da possibilidade e passa para probabilidade de ser
realmente o autor do crime – antes era possível, agora é bem provável) é a
comunicação daquele investigado de que ele se tornara o objeto principal, ou seja, o
foco da investigação policial. É preciso haver fundamentação, e é ato formal.
No indiciamento não tem recurso, mas pode impetrar habeas corpus.
Qual é o momento para o indiciamento? (segundo o professor Aury Lopes Jr.)
1) quando houver prisão; 2) logo após a sua oitiva.
NOTITIA CRIMINIS
A notícia do crime é o conhecimento da autoridade policial acerca do
acontecimento de uma determinada infração penal (é levar a notícia do crime à
autoridade policial).
A notícia do crime pode ser espontânea, provocada ou coercitiva.
A espontânea/ cognição direta/ cognição imediata/ cognição inqualificada,
será quando o delegada se depara com uma infração penal durante o exercício
normal de seu cargo, neste caso um agente (polícia militar) trás a ele o
conhecimento, e.g., um agente diz que acabou de acontecer um delito. Outro caso é
na delação apócrifa (denúncia anônima), é o caso do disque-denúncia ou até
mesma quando há uma carta anônima; justamente porque não faz idéia de quem
está trazendo a notícia do crime. Detalhe, neste caso, o delegado não pode instaurar
o inquérito, devendo procurar vestígios, assim, depois de encontrado vestígios de
crime é que o mesmo poderá instaurar inquérito policial (a própria constituição trás
que deverá ser identificado a pessoa que trouxe a notícia do crime..., mas nada
impede a anônima, desde que o delegado...).
No caso de notícia do crime provocada (esta é indireta e mediata e
qualificada) irá ocorrer quando qualquer um do povo, o ofendido ou quando
autoridades levarem a notícia do crime ao delegado. Neste caso, quando for
provocada por autoridades (MP e Juízes), a notícia do crime é levada por requisição,
esta requisição sim, tem caráter de ordem, se o delegado não instaurar o inq. P.
responderá por crime de prevaricação.
Quando for qualquer um do povo, ou o ofendido, quando eles levarem a
notícia do crime para o delegado de policial, será chamado de “delatio criminis”. A
“delatio criminis” pode ser simples ou postulatória. Será simples quando for sem
pedido de providência e a postulatória será com o pedido de providência, neste
caso, a pessoa leva a notícia do crime e já pede providência.
Há alguns tipos de ação penal. Ação penal pública incondicionada é a regra,
(a maioria dos crimes são de ação incondicionada) é aquela que tem como o titular
como o promotor, e ainda, esta haja independentemente de provocação/autorização.
Ação penal pública condicionada a representação do ofendido, o titular é o
ofendido, mas depende de uma provocação/autorização (condição para que o MP
possa proceder a denúncia – o MP é o legitimado), que em regra, é a representação.
Por exemplo, o estupro de uma mulher hipossuficiente, o estupro é de natureza
privada, mas tendo em vista ser a vítima hipossuficiente, necessário se faz a
representação.
Ação penal pública condicionada a requisição (Ministro da Justiça), por
exemplo, no caso de crime contra o Presidente – crime contra honra do presidente
(completar com o Renato). A requisição também é uma representação. Se não
houver autorização, nada feito.
Ação penal privada. Na ação penal privada será o ofendido (ou, quando
menor, quem tenha qualidade para representar). Exemplo: geralmente na ação
privada, o bem juridicamente protegido é de menor importância (é a regra geral), e
quem será o titular dela será o ofendido, contratando advogado ou se não tiver
dinheiro um defensor público. Não obstante, hoje ainda tem bem jurídico de um valor
considerado e de natureza de ação penal privada, e.g., estupro, atentado violente ao
pudor, nestes, procederá mediante queixa (obs: se a parte ofendida for
hipossuficiente, passa a ser em pública condicionada a representação. E se a vítima
estiver em uma relação pátrio poder ou curatela com o autor do crime, passa a ser
ação penal pública incondicionada.
AULA 06/03/2009
Como que eu vou saber se um crime enquadra em ação condicionada,
privada, ou incondicionada? Não precisamos nos preocupar, pois, está no código
penal. Ademais, a maioria das ações serão incondicionadas.
-Requerimento: este surge nas ações penais privadas. Claro que a petição inicial do
ofendido será a queixa crime, mas o requerimento é que leva a notícia do crime.
Aqui está embutido o pedido de providência.
-Requerimento: este ocorre muito das vezes em ação penal pública incondicionada.
O cidadão foi atingido cinco vezes, o ofendido chega até o delegado levando a
notícia do crime e pede providência, mas a ação penal é incondicional. No caso de
ação penal pública incondicionada qualquer pessoa pode levar a notícia do crime.
COGNITIVA COERCITIVA
Toda vez que alguém levar a notícia do crime com o criminoso “debaixo do
braço”, estaremos diante da notícia do crime chegada à delegacia de forma cognitiva
coercitiva. Ver art. , par. 4 e 5 do CPP.
Se o delegado for pego em flagrante delito, cujo crime deverá ser no senado
de ação penal pública condicionada a representação ou privada, não poderá lavrar
auto de prisão em flagrante sem o ofendido requerer ou autorizar que seja apurado o
crime.
PROVIDÊNCIAS
-Ver art. 6 (rol exemplificativo), inciso I: o delegado deverá dirigir-se ao local do
crime. É justamente para evitar para que não seja alterado o local do acidente. Mas
não é uma regra absoluta, até porque nos casos de acidentes de trânsito a vítima
será retirada do local.
No inciso II, temos: deverá apreender todos os objetos com os fatos (tudo
aquilo que for encontrado em virtude do crime, e em regra todos os objetos
acompanharão o inquérito, e se o MP denunciar com base no inquérito, os objetos
também acompanhará o processo. Os objetos poderão ser devolvidos, salvo
exceção, depois de rotulados no inquérito). Ver art. 11 do CPP.
Obs: no caso de entorpecentes, não acompanhará o processo, não sairá da
delegacia.
Obs: os objetos ilícitos, mesmo que tiverem acompanhado o processo, serão
destruídos, salvo se for para o museu (ver. art. 91, II, “a” do CPP)
AULA 09/03/2009
COLHEITA DE PROVAS
Além dos objetos do crime, teremos outras provas, uma coisa que não
acontece no local do crime, bem como a oitiva de testemunha, busca e apreensão. A
colheita de provas não é incondicional, há limites, qual seja o da licitude, não admite-
se provas ilícitas. A colheita de provas contribui para a materialização do crime.
OUVIR O OFENDIDO
Se com o crime o ofendido (sujeito passivo) não morrer, ele será ouvido. Uma
vez notificado a comparecer na delegacia (notificação ao ofendido), caso o ofendido
não vá de livre vontade, será conduzido pela autoridade policial coercitivamente
(condução coercitiva).
Obs: muitas das vezes, tendo em vista que o ofendido é parcial, o mesmo vem a
mentir (falso testemunho), mas o ofendido não responde por falso testemunho. Mas
se um indivíduo for na delegacia levar uma notícia de crime falsamente, responderá
por denunciação caluniosa (quando o indivíduo sabe ser falso, ou seja, afirmar um
fato criminoso, sabendo que não houve crime).
OITIVA DO INDICIADO
O melhor seria oitiva do investigado (a redação no código está equivocada)
ou averiguado. Investigado e averiguado; há um juízo de possibilidade que seja o
autor do crime, uma vez ouvido pode passar de juízo de possibilidade para juízo de
probabilidade.
-ouvir o delegado como o juiz ouviria: aqui não existe interrogatório e sim oitiva (o
delegado somente irá ouvir e não interrogar).
3) para a terceira corrente, não pode conduzir coercitivamente, mas para esta
corrente, nem o juízo nem o delegado. Porque hoje, o interrogatório é primeiramente
um meio de defesa. Tendo em vista que o indivíduo pode ficar silente (a terceira
corrente é mais garantista, melhor, e em breve vai ser a primeira corrente). Por que
conduzi-lo coercitivamente? Para esta corrente não pode haver coercitividade para
que o notificado seja ouvido. (o investigatório ou a oitiva dividem-se duas fases:
dados/identificação (o notificado não pode mentir) e mérito (no mérito poderá haver
mentira, ficar silente ou nem comparecer)
(art. 5, LXIII CF/88)
IDENTIFICAÇÃO
Quer dizer aquela identificação datiloscopia (digital) -
Art. 5, LVIII, da CF/88 – o civilmente identificado não poderá ser constrangido a
identificação datiloscopia. Na opinião do Henrique não há de ser.
Lei 10054/2000. Ver art. 3. Obs. O inciso I é de duvidosa inconstitucionalidade, já os
outros incisos, são de perfeita consonância com o ordenamento jurídico pátrio. Ver
todos os incisos.
Lei 9034/95. Ver art. 5: participação de organização criminosa. Neste caso é outra
possibilidade de o indivíduo ser compelido a ser novamente civilmente identificado.
AULA 13/03/2009
PRAZO – prazo para terminal o inquérito. Esse prazo irá variar de acordo com o
crime tratado e de onde o inquérito tramita.
-Estadual: 10 dias para encerrar, estando o indivíduo preso, esse é improrrogável,
porém, se houver necessidade de dilação do prazo, o indivíduo deverá sair da
prisão.
Se o indivíduo estiver solto o prazo será de 30 dias, não havendo limitação
quanto a sua prorrogação.
É o juiz quem tem competência para prorrogar o prazo para o término do
inquérito policial.
O delegado pode até achar que tem que produzir mais provas, mas se o MP
entender que não, assim será, podendo, deflagrar a ação penal.
-Federal: quando o inquérito tramitar perante uma delegacia federal, o prazo será de
15 se o indivíduo estiver preso. Esse prazo pode ser prorrogado uma única vez, por
igual período, mantendo o investigado preso. Precisando de mais prazo além do
limite, deverá o investigado sair da prisão.
Se o investigado estiver solto, o prazo será igual o do Estadual, ou seja, 10
dias para encerrar, estando o indivíduo preso, esse é improrrogável, porém, se
houver necessidade de dilação do prazo, o indivíduo deverá sair da prisão.
Se o indivíduo estiver solto o prazo será de 30 dias, não havendo limitação
quanto a sua prorrogação.
PRAZOS ESPECIAIS
-Lei 1521/51 (art. 10, par. 1): Lei contra a economia popular (e.g., usura). O prazo é
de 10 dias (só tem um prazo, preso ou solto).
-Lei 11343/06 (art. 51): 30 dias se o investigado estiver preso e 90 dias se estiver
solto (esses prazos não são prorrogáveis, e sim duplicáveis, isto é, 30 + 30= 60).
MECANISMOS DE ARQUIVAMENTO
O MP pede o arquivamento e o juiz homologa o pedido. (o juiz pode
concordar e o inquérito ser arquivado; mas o juiz pode não concordar, caso em que,
deverá remeter para o Procurador Geral de Justiça, e este é quem irá definir essa
pendência, concordando com o juiz, o MP irá oferecer denúncia ou nomear outro
representante do MP para que este ofereça a denúncia. Caso o MP concorde com o
pedido de arquivamento, assim será).
O juiz não pode arquivar ex officio, quem é o titular é o MP.
Na justiça federal, o representante do MP de primeiro grau chama Procurador
da República; se ele requer o arquivamento para o juiz, se este concordar será
arquivado, caso ele discorde, será enviado para o Procurador Geral da República, e
neste caso, não será o procurador quem irá decidir, pois será as Câmaras de
Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal. Ver art. 62 da Lei
Complementar 75/2003. Neste caso também, caso o Procurador Geral da República
concorde com o juiz, ele mesmo poderá propor a denúncia, caso contrário, nomeará
outro representante do MPF.
ARQUIVAMENTO ORIGINÁRIO
Se o Procurador de Justiça requerer ao TJ que arquive, este não poderá
discordar. O que pode acontecer é que o legítimo interessado, administrativamente,
recorrer através do Colégio de Procuradores, para que seja desarquivado o
processo, e quem irá decidir será o Procurador Geral de Justiça, tendo em vista que
ele tem direito a uma resposta jurisdicional.