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DESENVOLVIMENTO REGIONAL

– MEIO AMBIENTE E O
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
REGIONAL –

Fortaleza, Fevereiro/2007
Redação: MÔNICA Maria Bezerra Farias
ROSIMEIRE Guedes de Carvalho Lima

Correção: Manoel Crisóstomo do Vale


Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

SUMÁRIO

I – A QUESTÃO AMBIENTAL
1.1 – Relações homem x natureza........................................................................ 03
1.2 – Raízes histórica ............................................................................................ 04
1.3 – Marcos significativos a partir da década de 60 ............................................ 06

II – DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
2.1 – Componentes de Sustentabilidade .............................................................. 07

III – ENERGIA E MEIO AMBIENTE


3.1 - Energia nuclear ............................................................................................. 11
3.2 - Combustíveis Fósseis ................................................................................... 12
3.3 - Fontes renováveis de energia ....................................................................... 12
3.3.1 - Biomassa ........................................................................................... 13
3.3.2 - Energia solar ...................................................................................... 14
3.3.3 - Energia éolica. ................................................................................... 17
3.3.4 - Biodiesel ............................................................................................ 18

IV – POLUIÇÃO
4.1 - Lixo ............................................................................................................... 20
4.2 - Lixos recicláveis ............................................................................................ 21

V – PROBLEMAS AMBIENTAIS GLOBAIS ............................................................... 24

VI - O MEIO AMBIENTE E AS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS


6.1 - Agricultura Sustentável ................................................................................. 31

VII - PROTOCOLO VERDE .......................................................................................... 34

VIII - BNB E O FINANCIAMENTO AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. ....... 35

VIII – LICENCIAMENTO AMBIENTAL. ........................................................................ 37

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 42

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I - A QUESTÃO AMBIENTAL
Os seres vivos sempre fazem parte de comunidades heterogêneas, mantendo, com o
meio físico e entre si, relações de interdependência, ainda que algumas vezes remotas. Cada
espécie necessita de substâncias ou componentes básicos do meio ambiente para sua
alimentação, reprodução e proteção.

Além disso, há exigências quanto à estrutura e topografia do ambiente para que a


espécie desenvolva seus hábitos característicos.

Tudo isto faz com que cada espécie somente se desenvolva em ambiente onde existam
composição e estrutura favoráveis, chamado habitat, de maneira geral. Mas esse ambiente ou
habitat não é constituído exclusivamente pelo meio físico, mas trata-se de um conjunto de
circunstâncias físicas e geográficas o qual oferece condições favoráveis à vida e ao
desenvolvimento de determinada espécie animal ou vegetal.

Freqüentemente, no nicho ecológico, o alimento, o material para a construção de ninhos


os meios de proteção são oferecidos ou disputados por outros seres vivos, seus concorrentes
ou predadores.

A integração equilibrada de todos esses fatores (físicos, químicos e biológicos) é que


permite e regula a sobrevivência, o desenvolvimento e o equilíbrio populacional de uma
determinada espécie biológica. Nesses ciclos ecológicos, há uma reciprocidade na qual a
economia da natureza não significa o predomínio desta ou daquela espécie; mas significa,
sim, desenvolvimento harmônico e equilibrado de todos os seres vivos.

Quando o meio ambiente não é capaz de fornecer as condições exigidas para a vida -
nutrição, reprodução e proteção - ele se torna impróprio à sobrevivência do ser vivo. O sapo-
boi, por exemplo, destrói certos besouros que prejudicam o cultivo da cana-de-açúcar;
entretanto ele também se alimenta de insetos destruidores de moscas transmissoras de
doenças. Como o sapo-boi prolifera com facilidade (vive 40 anos e põe 40 mil ovos por ano) é
perigoso colocá-lo em regiões onde não existam outras espécies que possam devorá-lo; pois,
desta forma, o equilíbrio ecológico não será mantido; portanto, se por um lado, o sapo-boi é

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importante para a agricultura, por outro, é também o responsável indireto pela proliferação de
doenças.

Muitas vezes, homem se encarrega de quebrar o ciclo natural da sobrevivência. Essa


ruptura ocorre, algumas vezes, em razão do conforto, do bem-estar - e do poder do homem
tenta transformar o seu meio ambiente, trazendo desmatamento, poluição, degradação e
destruição, provocando tragédias ecológicas. Isso por não saber explorar adequadamente os
recursos renováveis e não-renováveis da natureza. Até meados do século 19, a atividade do
homem não concorria de forma tão acentuada com o meio ambiente que chegasse a provocar
mudanças drásticas que pudessem alterar a biosfera; entretanto a partir de revolução
industrial e das grandes guerras mundiais, é que essas transformações começaram a ser
sentidas com intensidade. Foi nessa época que a Inglaterra passou a conhecer os problemas
de poluição do ar e da água.

À medida que o homem foi adaptando o meio ambiente às suas exigências progressistas, por
intermédio do desenvolvimento de vacinas, meios de transportes, novas habitações, aparelhos
requintados, novas formas de energia, ou seja, explorando, desordenadamente, os recursos
naturais, suas ações foram causando impactos e poluindo o ambiente.

Complementando essas ações, a exploração demográfica também teve sua influência,


em virtude da necessidade de maior quantidade de alimentos, que o homem precisou
preservar, utilizando, irracionalmente, os defensivos agrícolas na lavoura e na indústria.

Atualmente, tanto os ambientes naturais quanto os ambientes urbanos encontram-se


em níveis alarmantes de degradação e contaminação. Este elevado grau de comprometimento
dos ecossistemas tem origens remotas que se caracterizam desde que se estabeleceram as
primeiras relações do homem com o meio ambiente.

1.1 - Relações Homem x Natureza

A relação homem e natureza existe em razão do seu posicionamento perante o meio


ambiente, estando esta embutida basicamente na capacidade que o ser humano tem de

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explorar, conservar e consumir os recursos naturais, garantindo assim o atendimento de suas


necessidades.

Para que esta relação ocorresse, passou-se por várias etapas que contribuíram para
se chegar ao estágio atual desse relacionamento. Estas etapas foram formalizadas pelos
quatro estágios seguintes:

1º Estágio – Preocupação com as forças da natureza e desejo de segurança


relacionados ao medo e ao respeito Geraram a cooperação mútua e a organização social. Ex:
povos primitivos e indígenas atuais. Pouca interferência nos ecossistemas.

2º Estágio – Crescimento autoconfiante – disciplina da adaptação às necessidades do


homem. Previsão de alguns fenômenos. Domesticação de alguns animais selvagens.
Aparecimento de atividades agrícolas gerando segurança alimentar. Início do crescimento
populacional.

3º Estágio – Agressão e Conquista – desenvolvimento da agricultura, urbanização,


industrialização e mineração intensas. A preocupação ainda é a adaptação do meio ambiente
às necessidades humanas. O momento mais marcante foi o renascimento e, posteriormente, a
Revolução Industrial (ainda vivemos nessa fase).

4º Estágio – Responsabilidade e Unificação – ajustamento do homem e suas


necessidades às características do meio. Seus principais obstáculos são: diferenças culturais,
de renda e de consciência coletiva.

1.2 - As Raízes históricas

Na antiguidade, a preocupação com o meio ambiente já se encontrava expressa no


Velho Testamento, quando, no início, vemos Deus recomendar a Adão e Eva que preservem o
Paraíso. Nestes livros também são encontradas noções de biodiversidade e preservação de
espécies animais, quando Noé leva para a sua arca, um casal de cada espécie animal.

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Com a evolução dos tempos, quando se iniciaram os primeiros movimentos de


assentamentos populacionais na busca da fixação dos indivíduos em aglomerações humanas,
as questões ambientais eram localizadas, não passavam de questões locais, como a poluição
de um lago, a queima de uma floresta etc; entretanto esses problemas mesmo apresentando
dimensões limitadas, motivaram pequenos grupos de pessoas a discutir e a tomar decisões
sobre o assunto.

A obra “Ensaio sobre o Princípio da População”, de 1798, do inglês Rev. Thomas


Malthus, exemplifica essas interrogações sociais que motivaram as pesquisas sobre meio
ambiente. Os problemas populacionais, já na antiguidade, chegavam a preocupar os
governos; o primeiro esforço científico, porém, para estudar esta questão, foi feito por Malthus.
Sua posição era de que o crescimento natural da população, em progressão geométrica,
sempre excederia o incremento dos recursos de subsistência, que cresciam em progressão
aritmética. Este desequilíbrio levaria a espécie humana à decadência e até o
desaparecimento, se não houvesse uma limitação natural por meio de epidemias, subnutrição
e de guerras, por exemplo.

A teoria Malthusiana não previu as possíveis conseqüências do desenvolvimento


tecnológico, com a mecanização agrícola, as novas formas de produção, o surgimento de
novos tipos de alimentos e o progresso da medicina.

Nos Estados Unidos e na Europa, o aumento de renda per capita não foi
acompanhado pelo aumento da população como previu Malthus, mas da diminuição da taxa
de natalidade em conseqüência da crescente prosperidade.

A falência da teoria gerou um período de otimismo, pois esta corrente, na época,


defendia o pensamento de que os recursos naturais eram inesgotáveis, e que o planeta tinha
capacidade infinita de receber os resíduos inerentes à atividade humana.

O homem ampliou sua capacidade de produzir alterações no meio ambiente e os


efeitos negativos sobre a qualidade de vida tornaram-se evidentes.

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1.3 - Marcos significativos a partir da década de 60

No que se refere aos marcos significativos, na área ambiental, a partir da década de


60, enumeram-se no quadro a seguir, vários eventos de repercussão global que iniciaram um
processo, perdurando até a atualidade.

Período Evento Conseqüência


Lançamento do livro “Primavera Desencadeou grande inquietação sobre a perda da
1962 Silenciosa” de Rachel Carson, clássico do qualidade de vida produzida pelo uso indiscriminado de
movimento ambientalista mundial produtos químicos e seus efeitos no meio ambiente.
“Clube de Roma” - Fundado por
1968 especialistas de vários países
Criado para discutir a crise atual e futura da humanidade
Denunciou que o consumo mundial levaria a humanidade
a um limite de crescimento e possivelmente a um
colapso, a exemplo da Crise do Petróleo. Pela primeira
Relatório “Os Limites do Crescimento” vez, discutiu-se a possibilidade do esgotamento dos
publicado pelo Clube de Roma. recursos naturais.

Discutiu as questões como a defesa e a melhoria do meio


1972 ambiente, para as gerações presentes e futuras. Gerou a
Declaração sobre o Ambiente Humano e estabeleceu o
Conferência de Estocolmo, conferência da Plano de Ação Mundial com o objetivo de inspirar e
ONU sobre meio ambiente. Marco para o orientar a humanidade para a preservação e melhoria do
surgimento de políticas de gerenciamento ambiente humano.
ambiental A delegação brasileira defendeu a posição de que não
poderia deter-se nas questões ambientais porque
necessitava do desenvolvimento econômico (O Milagre
Brasileiro).
Objetivou a conservação dos recursos a fim de obter-se o
IUCN – Estratégia Mundial para a
1980 Conservação
desenvolvimento sustentável sem a destruição
irreversível dos recursos naturais.
Divulgação do Relatório Brundtland sobre
meio ambiente e desenvolvimento – Nosso
Objetivou reexaminar os principais problemas do meio
Futuro Comum. Esta comissão foi criada
ambiente e do desenvolvimento, em âmbito planetário,
pela ONU como organismo independente
formular propostas realistas para solucioná-los e
1987 (1983). O relatório tratava da
assegurar que o progresso humano seja sustentável por
preocupação, desafios como a busca do
meio do desenvolvimento, sem comprometer os recursos
desenvolvimento sustentável, segurança
ambientais para as futuras gerações.
alimentar, energia e economia
internacional.
Participaram 179 países e firmaram o mais ambicioso
Conferência da ONU sobre o Meio
programa de ações conjuntas com o objetivo de
Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92,
promover, em nível mundial, um novo estilo de
discutiu temas ambientais globais, aos 20
desenvolvimento, o desenvolvimento sustentável.
1992 anos de Conferência de Estocolmo. Essa
Resultou na elaboração da Agenda 21 que se constitui
conferência reuniu o maior número de
um poderoso instrumento rumo a um novo paradigma,
governantes de todos os tempos e de toda
que exige a reinterpretação do progresso, maior harmonia
a história de conferências da ONU:
e equilíbrio holístico entre todos.

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II - DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O conceito de desenvolvimento sustentável foi introduzido pela primeira vez, em nível
mundial em 1980, despertando para a necessidade da conciliar conservação, preservação e
uso racional dos recursos naturais com o desenvolvimento.

Como se pode definir o desenvolvimento sustentável?

“aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer as


possibilidades de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades”

• O conceito de desenvolvimento sustentável ganhou múltiplas dimensões, na


medida em que os estudiosos passaram a incorporar outros aspectos das relações
sociais e individuais com a natureza: podemos considerar cinco dimensões básicas:
sustentabilidade Social; sustentabilidade econômica; sustentabilidade ambiental;
sustentabilidade espacial; e sustentabilidade cultural.

Veiga (2005, p. 193-196) resgata a origem do conceito Sustentabilidade, no que se


refere às ciências naturais, como sendo a “manutenção por tempo ilimitado de determinada
população, ou seja, manter uma comunidade longe da extinção, vivendo e se reproduzindo”.

2.1 - Componentes de Sustentabilidade

Existem alguns itens que são observados como ações que levam à sustentabilidade:

• A responsabilidade ecológica (ser capaz de identificar as relações de


interdependência e aceitar o princípio da co-responsabilidade na gestão dos
recursos e dos ecossistemas compartilhados);
• A eficiência energética, redução e conservação de energia, sobretudo aquela
proveniente dos combustíveis fósseis; estimular o uso de energias alternativas;
• Uso de tecnologias limpas nos processos industriais;
• Diminuição significativa da produção de resíduos;
• Produção e uso de materiais recicláveis;
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• Recuperação de áreas degradadas e reposição do estoque dos recursos naturais;


• Manutenção da biodiversidade existente (o Brasil detém a maior diversidade
biológica do planeta, com 20% de espécies endêmicas, 40% das florestas tropicais,
20% de toda água doce; além disto, cerca de 45 % do PIB e 31% das exportações
estão diretamente associadas à base de recursos naturais);
• Diminuição da pressão humana sobre a base de recursos, mudando os padrões de
consumo;
• Diminuição radical do uso dos recursos não-renováveis e de sua substituição a
médio e longo prazo, valorizando a implementação de termos de intercâmbio
justos, para os países exportadores de matérias-primas;
• Assegurar o acesso aos recursos à maioria da população, eliminando a pobreza
extrema e possibilitar o alcance à educação, informação, saúde, alimentação e
lazer.
• Assegurar o acesso aos recursos à maioria da população, eliminando a pobreza
extrema e possibilitando o alcance à educação, informação, saúde, alimentação e
lazer.

Você sabia?

9 Que uma criança nascida em Nova York, Londres ou Paris, tem um impacto 50
vezes mais forte sobre os recursos naturais do que uma criança nascida nos
países mais pobres.
9 Em 200 anos, o Planeta perdeu seis milhões de quilômetros quadrados de
florestas.
9 A carga sedimentar resultante da erosão do solo aumentou de 3 a 5 vezes, nas
bacias hidrográficas.
9 O volume de água retirado dos mananciais cresceu de 100 para 3.600 Km3/por
ano.
9 Desde a revolução industrial, a população humana cresceu oito vezes.
9 A produção industrial cresceu mais de cem vezes nos últimos 100 anos.
9 Seis bilhões de pessoas vivem hoje, no planeta, usando 40% do recurso mais vital
– a energia do sol.

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9 Uma, em cada cinco pessoas, não tem alimento suficiente para manter uma vida
ativa no trabalho.
9 ¼ da população mundial não dispõe de água potável.
9 A previsão é que, em 2020, a população da Terra seja de nove bilhões de
habitantes.
9 A Amazônia é um dos ecossistemas mais ricos do planeta. São cerca de 5 mil tipos
de árvores, 1,5 milhão de espécies de vegetais, 3 mil tipos de peixes, 950 espécies
de pássaros e 300 espécies de mamíferos. Vinte por cento de toda a água doce no
mundo estão na Amazônia.

Tudo isto coloca o desafio de construir o desenvolvimento sustentável sob uma ótica
integradora que valorize os recursos naturais e humanos como fatores primordiais para a
instituição de uma sociedade sustentável capaz de superar os problemas atuais e utilizar as
potencialidades existentes no país, de maneira justa e visando a melhoria conjunta da
qualidade de vida.

Para se obter um ambiente sustentável, é necessário gerenciar com muita maestria


vários fatores, inclusive a energia.

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III - ENERGIA E MEIO AMBIENTE


O uso da energia é essencial para a satisfação das necessidades humanas.

Você sabia que o homem é o único animal, cujas necessidades mudam


significativamente, ao longo dos tempos?

A humanidade evoluiu paralelamente a um crescimento moderado de seu consumo


energético, até a Revolução Industrial. A passagem da lenha ao carvão, no século XIX, e a
generalização do uso do petróleo e da eletricidade, após 1930, assentaram a base da
civilização moderna, industrial, sobre o consumo de combustíveis fósseis, que a natureza
havia levado milhares de anos para produzir. A aceleração sem precedentes do ritmo de
expansão do uso de energia após a Segunda Grande Guerra – o consumo energético mundial
cresceu sete vezes entre 1900 e 1965 – levou, enfim, ao emprego da energia nuclear para a
geração de eletricidade.

Por outro lado, a rapidez e a amplitude desse desenvolvimento, com os efeitos


cumulativos e a superação de certos limites que este padrão de consumo da civilização
industrial acarreta, está colocando em perigo a própria sobrevivência da humanidade e da vida
na terra. Pela primeira vez, na história, as atividades humanas podem destruir frágeis
equilíbrios ecológicos, essenciais, para a reprodução da vida.

Os principais riscos ambientais da atualidade estão intimamente relacionados à


elevação do consumo de energia. Destes riscos, quatro se destacam por sua dimensão global:

• O “efeito estufa”: o aquecimento da atmosfera devido à emissão de gases –


sobretudo de dióxido de carbono (CO2) – poderá causar perigosas alterações
climáticas;
• A poluição do ar urbano, pelas indústrias e veículos de transporte;
• A chuva ácida e seus impactos sobre os solos, os recursos hídricos e a vegetação;
• O risco de acidentes em reatores nucleares, incluindo o lixo tóxico.

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3.1 - Energia Nuclear

É energia gerada por uma reação chamada fissão nuclear, em que no reator nuclear
os núcleos dos átomos são bombardeados entre si, provocando a ruptura desses núcleos,
levando a liberação de energia. A matéria-prima usada na produção desse tipo de energia é o
urânio, um metal pesado radioativo. A utilização deste metal é extremamente questionada em
razão dos problemas de contaminação de sua extração e pela dificuldade de depositar os
dejetos radioativos.

Na década de 50, este tipo de energia se apresentava como a solução energética ideal
para a humanidade; porém, depois de vários acidentes, entre os quais o da usina Chernobyl,
na década de 80, passou a ser muito questionada a utilização da energia nuclear em razão
dos riscos de explosão e contaminação.

Atualmente, o Brasil tem uma usina termonuclear em funcionamento em Angra dos


Reis (RJ).

Figura nº 1 – Usina nuclear Angra 1.


Fonte: www.nutec.com.br/educacional

Quais são conseqüências geradas pelas experiências com material nuclear?

Desde o início da era atômica, as centenas de experiências com material nuclear têm
jogado quantidades enormes de resíduos radioativos na atmosfera. As correntes de ar, por
sua vez, se encarregam de distribuir este material para todas as regiões da Terra. Com o

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tempo, a suspensão é trazida para o solo e para os oceanos, onde será absorvida e
incorporada pelos seres vivos.

3.2 - Combustíveis Fósseis

Os combustíveis fósseis: carvão, petróleo, gás natural são objeto de múltiplas


aplicações no setor doméstico, na indústria, nos transportes e na geração de eletricidade.

A mineração do carvão acarreta impactos ambientais, bem significativos. Os mineiros


estão expostos a acidentes nas minas (incêndios, explosões, desabamentos) à inalação de
poluentes e ao ruído.

Você sabia que a mineração do carvão, especialmente a céu aberto causa a erosão e
a acidificação do solo?

Os recursos hídricos também são afetados pela mineração de carvão, que provoca a
drenagem ácida.

Quais são os diversos impactos ambientais que a exploração de petróleo e gás natural
causam? Entre eles destacam-se as explosões, incêndios e vazamento de óleo podendo
acarretar prejuízos ao homem e ao meio ambiente.

A queima dos combustíveis fósseis origina uma série de poluentes atmosféricos,


dentre eles o monóxido de carbono, o dióxido de carbono, óxidos de enxofre e nitrogênio etc.

O gás natural é o combustível fóssil mais limpo, com grande vantagem sobre o
petróleo e o carvão.

3.3 - Fontes Renováveis de Energia

Você sabia que a biomassa, a energia solar, energia eólica, biodiesel são fontes de
energia renováveis? Vamos conhecê-las um pouco mais.

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3.3.1 - Biomassa

Figura nº 2 – Projeto coque vegetal atualmente utilizado nos calcinadores do Pólo Gesseiro do Araripe
Fonte: www.itep.br/tecnologia_material_construção_projeto_execução

Por meio da fotossíntese, as plantas captam energia do sol e transformam em energia


química. Esta energia pode ser convertida em eletricidade, combustível ou calor. As fontes
orgânicas, usadas para produzir energia usando este processo, são chamadas de biomassa.

A biomassa obtida de diversas formas (florestas nativas e plantadas, culturas


energéticas e resíduos orgânicos) pode ser transformada em energia por processos incluindo
combustão, pirólise, digestão anaeróbia.

A coleta indiscriminada de lenha vem causando a erosão e a degradação do solo,


contribuindo para o avanço do processo de desertificação. Estima-se em 16 milhões de
hectares por ano a taxa de destruição de áreas de florestas no Terceiro Mundo. Técnicas
adequadas de manejo florestal e programas de reflorestamento, com as devidas precauções
ambientais, são os principais pré-requisitos para assegurar um suprimento renovável de lenha.

Os combustíveis mais comuns da biomassa são os resíduos agrícolas, madeira e


plantas como a cana-de-açúcar, que são colhidos com o objetivo de produzir energia. O lixo
municipal pode ser convertido em combustível para o transporte, indústrias e mesmo
residências.

Atualmente, a combustão direta da lenha, de resíduos agrícolas e de esterco fornece


energia à maioria da população rural e da periferia das cidades do Terceiro Mundo, onde a
lenha para fins energéticos representa 80% do consumo total. Os recursos renováveis
representam cerca de 20% do suprimento total de energia no mundo, sendo 14% provenientes
de biomassa e 6%, de fonte hídrica. No Brasil, a proporção da energia total consumida é cerca
de 35% de origem hídrica e 25% de origem em biomassa, significando que os recursos
renováveis suprem algo em torno de 2/3 dos requisitos energéticos do País.

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A produção de energia elétrica a partir da biomassa, atualmente, é muito defendida


como uma alternativa importante para países em desenvolvimento e mesmo em outros países
mais adiantados. Programas nacionais começaram a ser desenvolvidos visando ao incremento
da eficiência de sistemas para a combustão, gaseificação e pirólise da biomassa. Segundo
pesquisadores, entre os programas nacionais bem sucedidos no mundo citam-se:

• O PROÁLCOOL- Brasil
• Aproveitamento de biogás - China
• Aproveitamento de resíduos agrícolas - Grã - Bretanha
• Aproveitamento do bagaço de cana - Ilhas Maurício
• Coque vegetal - Brasil

No Brasil, cerca de 30% das necessidades energéticas são supridas pela biomassa
sob a forma de:

• Lenha para queima direta nas padarias e cerâmicas


• Carvão vegetal para redução de ferro gusa em fornos siderúrgicos e combustíveis
alternativos nas fábricas de cimento do norte e do nordeste
• No sul do país queimam carvão mineral, álcool etílico ou álcool metílico para fins
carburantes e para industria química
• O bagaço de cana e outros resíduos combustíveis são utilizados para geração de
vapor para produzir eletricidade, como nas usinas de açúcar e álcool, que não
necessitam de outro combustível, pelo contrário ainda sobra bagaço para indústria
de celulose
• Outra forma de aproveitamento da biomassa é o Biogás que é uma fonte
abundante, de energia barata e não poluidora.

3.3.2 - Energia solar

O Sol é fonte de energia renovável, o aproveitamento desta energia tanto como fonte
de calor quanto de luz, é uma das alternativas energéticas mais promissoras para
enfrentarmos os desafios do novo milênio.

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A energia solar é abundante e permanente, renovável a cada dia, não polui nem
prejudica o meio ambiente. É a solução ideal para áreas afastadas e ainda não eletrificadas,
especialmente num país como o Brasil onde se encontram bons índices de insolação em
qualquer parte do território.

Este tipo de energia soma características vantajosamente positivas para o sistema


ambiental, pois o Sol, trabalhando como um imenso reator a fusão, irradia na Terra, todos os
dias, um potencial energético extremamente elevado e incomparável a qualquer outro sistema
de energia, sendo a fonte básica e indispensável para praticamente todas as fontes
energéticas utilizadas pelo homem.

O Sol irradia, anualmente, o equivalente a 10.000 vezes a energia consumida pela


população mundial neste mesmo período. Para medir a potência é usada uma unidade
chamada quilowatt. O Sol produz, continuamente, 390 sextilhões (390x1021) de quilowatts de
potência. Como o Sol emite energia em todas as direções, um pouco desta energia é
desprendida, mas, mesmo assim, a Terra recebe mais de 1.500 quatrilhões (1,5x1018) de
quilowatts-hora de potência por ano.

Figura nº 3 Solar home system instalado em casa no semi-árido


Fonte: www.aondevamos.eng.br/boletins/edição01

Quais as vantagens da energia solar em relação aos demais tipos de energia?

São muitas, dentre as quais podemos citar:

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1) Não é poluente;
2) Não influi no efeito-estufa;
3) Dispensa turbinas e geradores;
4) Evita a inundação de 56 m2 de terras férteis, espaço correspondente a cada metro
quadrado de um coletor solar.

Como desvantagem, podemos citar a exigência de altos investimentos para a


implantação do coletor solar.

Curiosidades que devemos saber:

Uma parte do milionésimo de energia solar que nosso país recebe durante o ano
poderia dar-nos 1 suprimento de energia equivalente a:

ƒ 54% do petróleo nacional


ƒ 2 vezes a energia obtida com o carvão mineral
ƒ 4 vezes a energia gerada no mesmo período por uma usina hidrelétrica.

Quais são as aplicações mais comuns da energia solar?

Atualmente, seu uso vem sendo bem difundido nas seguintes aplicações:

1) Aquecimento de água para fins domésticos, industriais e do setor de serviços;


2) Secagem de produtos agrícolas;
3) Bombeamento d’água;
4) Produção de eletricidade por meio de células fotovoltaicas.

Vale salientar que estes e outros empregos vêm despertando um crescente interesse
em muitos outros países.

De modo geral, os impactos ambientais do aproveitamento de energia solar são


positivos, graças à conservação dos recursos energéticos não-renováveis e redução das
emissões poluentes.

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Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

O uso da energia solar, em países do Terceiro Mundo, pode propiciar uma substancial
melhoria da qualidade de vida da população, especialmente no meio rural.

3.3.3 - Energia eólica

A energia eólica é aquela que se obtém pelo movimento do ar (vento). É uma


abundante fonte de energia, renovável, limpa e disponível em todos os lugares.

Os moinhos de vento foram inventados na Pérsia no Sec.V. Eles


foram usados para bombear água para irrigação. Os mecanismos básicos de
um moinho de vento não mudaram desde então: o vento atinge uma hélice
que, ao movimentar-se, gira um eixo que impulsiona uma bomba (gerador de
eletricidade).

A curto e médio prazo, o uso de energia eólica deverá expandir-se. Os impactos


ambientais do uso de energia eólica envolvem apenas o risco de acidentes, o nível de ruído, o
efeito estético, a interferência nas telecomunicações e a possibilidade de alterações
microclimáticas.

Os ventos são gerados pela diferença de temperatura da terra e das águas, das
planícies e das montanhas, das regiões equatoriais e dos pólos do planeta Terra.

Que influencia a quantidade de energia eólica?

A quantidade de energia disponível do vento varia de acordo com as estações do ano


e as horas do dia. A topografia e a rugosidade do solo também tem grande influência na
distribuição da freqüência dos ventos e de sua velocidade. Além disto, a quantidade de
energia eólica captável numa região depende das características de desempenho, altura de
operação e espaçamento horizontal dos sistemas de conversão de energia.

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Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

A avaliação exata do potencial de vento em uma região é o primeiro e fundamental


passo para o aproveitamento do recurso eólico como fonte de energia.

Para a avaliação do potencial eólico de uma região é necessária a coleta de dados de


vento com precisão e qualidade, capaz de fornecer um mapeamento eólico da região.

As hélices de uma turbina de vento são diferentes das lâminas dos antigos moinhos
porque são mais aerodinâmicas e eficientes. As hélices têm o formato de asas de aviões e
usam a mesma aerodinâmica. As hélices em movimento ativam um eixo que está ligado à
caixa de mudança. Por intermédio de uma série de engrenagens, a velocidade do eixo de
rotação aumenta. O eixo de rotação está conectado ao gerador de eletricidade que com a
rotação em alta velocidade gera energia.

A energia eólica é considerada a energia mais limpa do planeta, disponível em


diversos lugares e em diferentes intensidades, uma boa alternativa às energias não-
renováveis.

3.3.4 - Biodiesel

O Biodiesel é um combustível biodegradável, derivado de fontes renováveis, e pode


ser obtido por diferentes processos. Pode ser produzido a partir de gorduras animais ou de
óleos vegetais, existindo dezenas de espécies vegetais no Brasil que podem ser utilizadas,
tais como mamona, dendê, girassol, babaçu, amendoim, pinhão manso e soja, entre outras.

O biodiesel substitui, total ou parcialmente, o óleo diesel de petróleo em motores


ciclodiesel automotivos (de caminhões, tratores, camionetas, automóveis, etc) ou estacionários
(geradores de eletricidade, calor, etc). Pode ser usado puro ou misturado ao diesel em
diversas proporções. A mistura de 2% de biodiesel ao diesel de petróleo é chamada de B2 e
assim sucessivamente, até o biodiesel puro, denominado B100.

O governo brasileiro está apoiando esta opção de energia renovável; informações


detalhadas poderão ser obtidas por meio do endereço eletrônico www.biodiesel.gov.br.

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Figura nº 4 Mapa das potencialidades de biodiesel no Brasil


Fonte: www.biodieselbr.com/biodiesel/brasil

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IV - POLUIÇÃO
É a emissão de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, em quantidade superior à
capacidade de absorção do meio ambiente ou maior do que a quantidade existente no meio.
Também é causada pelo lançamento de substâncias que não existem na natureza, como os
inseticidas. A poluição interfere no equilíbrio ambiental e na vida dos animais e vegetais. As
metrópoles Santiago do Chile, México e São Paulo são as cidades da América Latina que
apresentam maior grau de poluição.

4.1 - O Lixo

Que é considerado como lixo?

Conceituam-se, como LIXO, as sobras, os restos, ou um conjunto de resíduo.

Qual a diferença de lixo e resíduo?

RESÍDUOS: tecnicamente, o LIXO é chamado de resíduo. Resíduo é um sub-produto


de um processo qualquer; ele pode ser: orgânico, inorgânico, especial e lixo reciclável.

Que assim se considera lixo orgânico?

São considerados como restos de comida; restos de frutas, de legumes e verduras;


cascas de ovos, folhagens, plantas mortas; papel higiênico, guardanapos e toalhas de papel;
cinzas, pó de café, e similares.

Quais os produtos que compõem o lixo inorgânico?

Os plásticos, vidros, papéis, papelões, metais, entre outros são os componentes do


lixo inorgânico.

Quais os lixos que são considerados especiais?

Os entulhos de demolição e os resíduos industriais são enquadrados como lixos


especiais. Estes lixos especiais se classificam em: classe I - PERIGOSOS; classe II – NÃO-
PERIOGOSOS E NÃO-INERTES; classe III – INERTES e resíduos hospitalares e de serviços
de saúde.
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Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

4.2 - Lixos Recicláveis

Que materiais são enquadrados como lixo reciclável?

Os papéis de jornal, revistas, caixas de papelão, embalagens de ovos, envelopes,


cartolina, formulários de computador, papel sulfite, embalagem UHT, papel de fax, papel
toalha ou papel higiênico que não estiverem sujos (podem estar molhados).

Também alguns tipos de plásticos podem ser reciclados, tais como: embalagens de
refrigerante, margarina, e material de limpeza, copinhos plásticos, (não é necessário lavar),
canos, tubos, sacos plásticos em geral, brinquedos e baldes.

Garrafas, potes e cacos de vidros podem ser enquadrados como lixos recicláveis, bem
como latas de aço (lata de óleo, alimentos em conserva) latas de alumínio (refrigerante,
cerveja), panelas parafusos, outras sucatas de construção civil.

Existe algum tipo de papel, plástico, vidro ou metal que não possa ser reciclado?

Sim. Alguns papéis não se reciclam, entre eles estão: papel carbono, etiqueta adesiva,
fita crepe, guardanapos sujos, fotografias, bitucas de cigarros, papéis sujos, papel metalizado.
Também os cabos de panela, tomada, bandejas de alimentos feitas de uma mistura de
plástico e isopor, fralda descartável não são materiais reciclados.

Os espelhos, vidros planos, lâmpadas, tubos de tv, cerâmica e porcelana são tipos de
vidros que não podem passar pelo processo de reciclagem, tais como os clipes, grampos,
esponjas de aço, pilhas e baterias (as pilhas e baterias devem ser devolvidas aos fabricantes
ou ao revendedor).

Figura nº 5 Lixão da cidade de Canudos-BA


Fonte: www.ecossistema.bio.br
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Qual o tempo necessário para a decomposição de papel, plástico, alumínio e vidro?

O quadro a seguir ilustra o tempo necessário para a decomposição desses materiais.

MATERIAL RECICLADO PRESERVAÇÃO DECOMPOSIÇÃO

1000 kg de papel o corte de 20 árvores 1 a 3 meses

extração de milhares de
1000 kg de plástico 200 a 450 anos
litros de petróleo

extração de 5000 kg de
1000 kg de alumínio 100 a 500 anos
minério

extração de 1300 kg de
1000 kg de vidro 4000 anos
areia
Fonte: Manual A Embalagem e o Meio Ambiente (1999)

Quais as vantagens de separar o seu lixo?

Quando você separa o lixo reciclável, você esta economizando recursos naturais como
energia, árvores, petróleo e água. Todos estes recursos são finitos e não podem ser
desperdiçados.

Que é um aterro sanitário?

É um local, onde será enterrado todo o lixo recolhido nas residências. Tendo uma vida
útil pouco menos de dois anos. Estas e as áreas destinadas a este fim estão ficando
extremamente reduzidas, pois o lixo é altamente tóxico e pode contaminar lençóis de água
subterrâneos e escoar para córregos espalhando-se para outras áreas.

O melhor meio para o reaproveitamento do lixo ainda é a coleta seletiva. Empresas


especializadas instruem a população, distribuem recipientes apropriados para que cada
indivíduo, na sua residência, separe o lixo em suas: vidro, papel, plástico, metais e lixo
orgânico. Em algumas cidades, a própria Prefeitura se encarrega desse trabalho, obtendo o
retorno financeiro do material que é reaproveitado.

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Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

Como funcionam os lixões?

Em alguns lixões, é empregado o sistema de esteiras transportadoras, das quais os


catadores tiram o material aproveitável de forma manual. Este processo representa melhor
aproveitamento em relação aos lixões comuns, que apenas amontoam o lixo e depois o
espalham com tratores pesados.

A construção de aterros sanitários, controlados, é uma técnica de disposição de


resíduos sólidos, urbanos, no solo, minimizando os impactos ambientais e riscos para a saúde
pública. Nesse processo, tem-se uma poluição localizada, e os resíduos são confinados em
camadas cobertas com material inerte (normalmente o solo). No aterro, o solo deve ser
totalmente compactado na base, o que o torna impermeável, evitando assim a penetração do
chorume para os lençóis freáticos.

Figura nº 6 – Aterro sanitário de São Paulo

Ao material orgânico pode ser aplicado o processo de compostagem - processo


biológico de decomposição da matéria orgânica – em que o produto final é aproveitado como
adubo orgânico. Neste processo, as frações orgânicas são levadas aos pátios e dispostas em
pilhas de tamanhos variados, que são revolvidas, com auxílio de tratores, pás ou removedores
automáticos, durante um período médio de quatro meses. O processo pode ser acelerado
usando-se tubulações perfuradas para aeração sob as pilhas.

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V - PROBLEMAS AMBIENTAIS GLOBAIS


A degradação ambiental ocorre em razão de várias ações que afetam a natureza,
entre elas podemos citar: a erosão, desmatamento e a desertificação.

Como se dá o processo de erosão?

Erosão é um processo que afeta o ingresso de nutrientes em um determinado sistema,


retirando do ambiente os elementos que seriam essenciais ao processo de realimentação do
sistema. A erosão ocorre continuamente na natureza, por meio das mudanças de temperatura,
dos ventos e do movimento das águas. Esse processo tem sido intensificado pelas ações
antrópicas, ou seja, ações com a interferência humana, tais como: remoção de partes de terra
para a construção de estradas, habitações e demais equipamentos em locais susceptíveis à
erosão.

Qual o conceito de desmatamento?

O desmatamento é um fenômeno que se transforma em problema ambiental, na


medida em que ele altera as composições originais, tanto de populações vegetais quanto de
animais, em um determinado meio ambiente. Desta forma, ele modifica o ingresso de
nutrientes neste sistema, prejudicando o meio ambiente.

Figura nº 7 Desmatamento da Caatinga Nordestina


Fonte: www.nordesterural.com.br

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Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

Qual a definição de desertificação?

Na Agenda 21, em seu capítulo 12, constante a definição de desertificação como: “A


degradação da terra nas regiões áridas, semi-áridas e subúmidas secas, sendo causada por
variações no clima e atividades humanas”.

Desta forma, é uma resultante de atividades humanas sobre o meio ambiente,


associadas aos fenômenos naturais. A desertificação é um fenômeno que tem no
desmatamento um de seus componentes principais.

Além do desmatamento quais são as outras ações do homem que levam à


desertificação?

Além do desmatamento, as práticas agrícolas inadequadas como as queimadas,


escavações, aterros e contaminação por agrotóxicos também contribuem para o processo de
desertificação. No Nordeste existem quatro núcleos de desertificação, são eles: Gilbués(PI),
Irauçuba(CE), Seridó (RN ePB) e Cabrobó(PE)

Figura nº 8 Área desertificada de Gilbués (PI)

No Brasil, quais são os principais problemas ambientais?

O País preocupa-se particularmente com três aspectos ligados à degradação


ambiental no planeta:
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Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

ƒ As alterações climáticas;
ƒ Os riscos à biodiversidade e a extinção das espécies;
ƒ A destruição da camada de ozônio.

Quais são as principais questões ambientais internas para o Brasil?

Para o Brasil, as principais questões internas, relacionadas ao meio ambiente são:


saneamento básico inadequado ou inexistente, crescimento da população; pobreza;
urbanização descontrolada; consumo e desperdício de energia; perda de solo agricultável e
desertificação; práticas agrícolas inadequadas; substâncias tóxicas perigosas; ineficiente
gestão dos recursos hídricos; mineração e garimpos predatórios; processos industriais
poluentes; e poluição do ar em áreas metropolitanas.

Existe alguma implicação para o Brasil em função das alterações climáticas ocorridas
no restante do mundo?

Como qualquer outro país, o Brasil sofre as conseqüências do chamado “efeito-


estufa”, que provoca o aumento da temperatura terrestre. As causas estão relacionadas ao
lançamento de gases na atmosfera, principalmente o dióxido de carbono, o metano, os óxidos
de nitrogênio e os hidrocarbonetos halogenados.

Que questionamentos o Brasil deve realizar sobre o “efeito-estufa”?

É um fenômeno que acontece em razão da concentração de gases (como dióxido de


carbono, óxido nitroso, metano e os clorofluorcarbonos (CFC – clorofluorcarbono são últimos
resíduos de produtos industrializados) na atmosfera, compondo uma camada que deixa passar
os raios solares, absorvendo grande parte do calor emitido pela superfície da Terra.

O Brasil deve direcionar suas preocupações para as seguintes questões:

1. Como as mudanças da cobertura de vegetação na Amazônia, em particular o


desmatamento, podem alterar o equilíbrio climático na região e em outras áreas?
2. Com que intensidade, as emissões de fumaça e gases provocadas pelo
desmatamento, pelas indústrias, meios de transporte e produção de energia no
Brasil, contribuem para as alterações climáticas globais?
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Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

3. Como estas mudanças afetariam os ecossistemas naturais e os de produção


agropecuária no território brasileiro?
4. Que efeitos permaneceriam no ambiente, mesmo que as emissões de gases e o
desmatamento no Brasil fossem controlados?

Não existem ainda respostas definitivas para tais questões. Sabe-se que a vegetação
da Amazônia tem importância para o clima do mundo, mas não, em que proporção. É preciso
que o País acompanhe os estudos em andamento e utilize a Amazônia em seu benefício, com
a consciência da importância que tem a região em escala mundial.

Outro tema que vem sendo questionado é sobre a destruição da camada de ozônio.

Que tem o Brasil a ver com a questão da camada de ozônio?

O ozônio é um gás encontrado na alta atmosfera, formando uma fina camada que
protege a humanidade dos raios ultravioleta do sol. Esta camada possui a espessura entre
3mm a 5mm; no entanto, quando se localiza próximo ao solo, torna-se tóxica e perigosa para
os animais, plantas e seres humanos.

O principal uso do CFC – clorofluorcarboneto-que destrói a camada de ozônio, se dá


na refrigeração. O Brasil produziu 10.000 toneladas de CFC em 1988 e 8,6 mil em 1990,
enquanto os Estados Unidos produziram 285 mil toneladas em 1985. A destruição da camada
de ozônio no Brasil ainda não é notada, apesar de estar sendo pesquisada desde 1978.

Quais as atividades que contribuem para o aquecimento global?

Algumas atividades industriais, uso do CFC, as práticas agrícolas, uso e produção de


energia, modificações do uso da terra, conforme o gráfico mostra:

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Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

Causas do Aquecimento Global

9% 3%
14%

17%

57%
Outras atividades industriais Práticas agrícolas
CFC Uso e produção de energia
Modificação do uso da terra

Que sinalizam os estudos sobre a biodiversidade e a extinção das espécies?

A biodiversidade engloba todas as plantas, animais e microorganismos bem como o


sistema de meio ambiente (ecossistema) do qual fazem parte.

Recentes estudos conduzem à previsão de que o mundo perderá entre 2% e 7% das


espécies nos próximos 25 anos, correspondentes à extinção de 8 mil a 28 mil espécies por
ano, ou seja, de 20 a 75 espécies por dia.

A América do Sul e América Central abrigam 51% das plantas tropicais existentes no
mundo, enquanto África e Madagascar respondem por 23% e a Ásia 26%. Verifica-se, desta
forma, a grande importância da Amazônia, a Mata Atlântica e o Cerrado quanto à questão da
biodiversidade.

Quais são as principais atividades de maior potencial de impacto ambiental na Região


Nordeste?

Em 1992, por ocasião da Conferência do Rio, o Governo do Brasil apresentou o


Relatório "O Desenvolvimento Sustentável: Relatório do Brasil para a Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento", onde reconheceu oficialmente como os
principais impactos ambientais, para a Região Nordeste, os mostrados a seguir:

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Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

Quadro Geral dos Principais Impactos Ambientais – Região Nordeste

Atividades de maior
Potencial de Impacto Área de Ocorrência Tipo de Degradação
Ambiental
Agroindústria de Pernam buco - Em geral ocupam áreas agrícolas
açúcar e álcool m ais férteis – Zona da M ata,
Paraíba
com petindo com cultura de
Rio Grande do Norte alim entos prov ocando êxodo rural –
extensas áreas de m onoculturas de
Alagoas
cana – destruição da vegetação
nativa
- Poluição das águas interiores e
costeiras – Exaustão do solo e
contaminação da água subterrânea
- Contaminação fundiária – Grandes
grupos
Pólos Industriais e/ou Bahia – Pólo Petroquím ico - Poluição do ar, água e solo
grandes indústrias de Cam açari, Centro
- Am eaça a ecossistem as litorâneos –
industrial de Aratu
Manguezais e restingas
Sergipe – Nitro Fértil
- Conflito industrial X turism o X pesca
Petrom isa X lazer
Alagoas – Pólo Cloroquímico
de M aceió, Com plexo
Salgem a
Indústria de Alum ínio – São
Luís do Maranhão
Expansão urbana Todo o litoral Nordeste, com - Degradação de ecossistem as
desordenada em destaque para as regiões litorâneos, praias dunas e
áreas naturais do próxim as das capitais m anguezais
litoral e especulação nordestinas localizadas no
- Degradação da paisagem
im obiliária litoral, no balneário de
Parnaíba no Piauí - Im pactos negativos em atividades
econômicas com o turism o e pesca
Atividade Portuária Porto de Suape, Capibaribe- - Poluição das águas costeiras
PE
- Im pactos sobre áreas urbanas
Natal – RN
- Riscos de acidentes
Luiz Correa e Paraíba – PI
- Poluição Atm osférica
Term inal da ALCOA,
Term inal Pesqueiro
Porto de Itaqui – São Luís do
Maranhão
Mucuripe – CE
Salvador, Aratu, Ilhéus-BA

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Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

VI - O MEIO AMBIENTE E AS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS


Em poucos anos, os valores ambientais evoluíram de um interesse marginal para o
topo das preocupações, principalmente dos consumidores no mundo ocidental mais
desenvolvido.

Preocupadas em proteger a vida no planeta, as pessoas resolveram agir nas lojas e


nas prateleiras de supermercados, optando por produtos considerados ambientalmente
saudáveis e rejeitando aqueles que não oferecem essa garantia.

Isso que chamamos “consumismo ambiental” vem provocando uma reviravolta no


marketing e proporcionando novos nichos de mercado como oportunidades de negócios-
tendência presentes entre nós, como país em desenvolvimento, e que fatalmente se
consolidará.

Como está o lançamento dos “produtos verdes” no mercado internacional?

Pesquisa realizada pela agência de publicidade Backer SpielVogel Bantes constatou


que 67% dos consumidores americanos estão dispostos a mudar de marca a fim de escolher
uma com embalagem ambientalmente segura. A mesma pesquisa mostrou que uma
proporção maior de consumidores de outros países faria tal coisa: 90% na ex-Alemanha
Oriental, 88% na ex-Alemanha Ocidental, 84% na Itália e 82% na Espanha.

Uma ampla variedade de produtos verdes, incluindo alimentos, bebidas, produtos de


limpeza doméstica, além de produtos de saúde e beleza, estão sendo lançados com
freqüência em diversos países.

Como os países se preparam para o consumismo ambiental?

O Japão está preparado para surgir como líder em tecnologia ambiental no século XXI.
Apesar de um recorde insatisfatório quanto à preservação de animais selvagens, entre outras
questões ambientais, os japoneses criaram tecnologias impressionantes de prevenção de
poluição e conservação de energia. Eco-rotulações, patrocinadas por órgãos governamentais
ou para-governamentais, proliferam em países parceiros comerciais do Brasil.

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Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

Criado em 1977, o logotipo alemão Anjo Azul aparece em mais 3100 produtos de 57
categorias para ajudar os consumidores a identificar produtos ambientalmente preferíveis. O
Canadá publicou o Environmental Choice, diretrizes para produtos que variam de tintas a
fraldas de pano reutilizáveis. O Japão tem seu próprio programa Ecomark. Vários outros
países, incluindo a Áustria, Dinamarca, França, Holanda, e Nova Zelândia, assim como a
Comunidade Européia (CE), também estão estabelecendo eco-rotulações próprias.

Quais as recompensas pela opção por “produtos verdes”?

Além de vantagem mercadológica, existem também recompensas profissionais e


pessoais para os que integram a preocupação com ambiente em suas atividades. A resposta
ambiental caracteriza hoje uma empresa como progressista.

O desenvolvimento de processos e produtos ambientalmente mais corretos oferece


uma rara oportunidade de colocar em prática nossas convicções sobre valores no trabalho.
Assim, exercemos o desejo pessoal de contribuir para a limpeza ambiental e garantir um futuro
mais seguro para nossos filhos.

6.1 - Agricultura Sustentável

Agricultura sustentável é o resultado dos métodos alternativos que utilizam a


agricultura orgânica, a biodinâmica, o controle biológico e o natural, visando ao
desenvolvimento de uma agricultura com o menor prejuízo possível ao meio ambiente e à
saúde humana.

Você sabia que:

Cerca de 20.000 pessoas morrem por ano e milhões são envenenados direta ou
indiretamente pelos efeitos dos agrotóxicos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)

A própria terra torna-se inaproveitável pela contaminação por agrotóxicos


reiteradamente usados, sendo este um dos fatores de redução de sua capacidade. Os

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Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

pesticidas comprometem a saúde humana, contaminam a água, agridem os ecossistemas e


deixam as pragas mais resistentes. Estes fatores, aliados à erosão, a salinização, a
desertificação e ao esgotamento dos produtos nutrientes, tornaram-se os maiores problemas
da agricultura.

Estas constatações mostram a necessidade de se modificar a forma de agricultura,


surgindo a emergente agricultura ambiental ou agro-ambiental. Dentro deste novo panorama a
Biotecnologia tem papel fundamental, desenvolvendo inseticidas biológicos, além disso, a
biologia molecular consegue gerar culturas mais resistentes às pragas e menos dependentes
dos agrotóxicos.

Que é a agricultura orgânica?

É a agricultura também chamada ecológica, tem como objetivo básico à preservação


do meio ambiente. Assim, não utiliza fertilizantes químicos nem agrotóxicos. Neste tipo de
agricultura o solo é adubado com matéria orgânica, mantendo um sistema equilibrado e
integrado entre os homens, animais, plantas e microorganismos.

A agricultura orgânica vem se desenvolvendo muito com a utilização dos inseticidas


biológicos, adubos naturais e esterco animal para fertilizar os campos, optando ainda o
agricultor pela forma rotativa de colheitas para "não cansar o solo". Sabe-se também que
algumas multinacionais já estão produzindo enzimas que aumentam a dissolução do mineral
fósforo contido nas rações para animais, diminuindo assim a contaminação do solo e da água
quando seus dejetos são utilizados como adubo orgânico.

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Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

Figura nº9 – Feira de produtos orgânicos em Campina Grande-PB

Que se entende por Plantio Direto?

Outra forma alternativa de agricultura dentro de uma nova visão agroambiental é a do


plantio direto que consiste em plantar sem revolvimento do solo por arado ou grade, não
permitindo a erosão e conseqüentemente mantendo os nutrientes na terra, inclusive os
originados dos restos de culturas anteriores.

Neste tipo de plantio, não há preparo prévio do solo, cuja conservação é o objetivo
principal desta forma de plantio, uma vez que diminui a erosão.

O plantio direto é uma tecnologia muito adequada ao pequeno e médio produtor, e à


agricultura familiar.

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Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

VII - PROTOCOLO VERDE


O Protocolo Verde é o resultado do esforço feito pelo Grupo de Trabalho, instituído
pelo Governo Federal por meio do Decreto de 29/05/95, objetivando uma proposta contendo
diretrizes, estratégias e mecanismos operacionais, para a incorporação da variável ambiental
no processo de gestão e concessão de crédito oficial e benefícios fiscais às atividades
produtivas.

Como são aplicados os recursos financeiros?

Os recursos financeiros do governo darão prioridade a projetos que apresentem


maiores características de auto-sustentabilidade e que não acarretem danos ao meio
ambiente.

Quais foram os participantes do Protocolo Verde?

Participaram do Protocolo Verde as principais instituições federais ligadas ao meio


ambiente e organismos de financiamento:

ƒ Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal;


ƒ Ministério da Agricultura e do Abastecimento;
ƒ Ministério Extraordinário da Reforma Agrária;
ƒ Ministério da Fazenda;
ƒ Ministério do Planejamento e Orçamento;
ƒ IBAMA;
ƒ Caixa Econômica Federal;
ƒ Banco Central;
ƒ BNDES
ƒ Banco do Brasil;
ƒ Banco do Nordeste S/A; e
ƒ Banco da Amazônia S/A

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Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

VIII - O BNB E O FINANCIAMENTO AO


DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O BNB, desde que participou do Protocolo Verde, inseriu a vertente ambiental em seu
processo de crédito, incluindo esta variável no SIAC (Sistema de Análise de Crédito),
observando a legislação ambiental e criando linhas de crédito voltadas para a conservação e
preservação do meio ambiente.

Quais são as linhas de crédito que o BNB disponibiliza para esta finalidade?

O BNB disponbiliza uma linha de crédito específica, destinada ao financiamento de


atividades e itens de conservação e proteção ambiental, denominada FNE VERDE (Programa
de Financiamento à Conservação e Controle do Meio Ambiente) e PRONAF –Floresta.

Você sabia?

Que quando Banco do Nordeste criou a linha de crédito FNE-Verde tornou-se o


primeiro Banco Federal a disponibilizar para os seus clientes uma linha de crédito voltada para
projetos ambientais?

Criado em 1996, o FNE VERDE tem como fonte de recursos o FNE (Fundo
Constitucional de Financiamento do Nordeste) atendendo a toda a Região Nordeste, norte de
Minas Gerais e alguns municípios do norte do Espírito Santo.

Que atividades são financiadas pelo FNE-VERDE?

Esta linha financia projetos de reflorestamento, manejo florestal sustentável,


recomposição de áreas degradadas, silvicultura, sistemas agro-florestais, agropecuária
orgânica, tecnologias limpas, energia alternativa, redução da poluição, dentre outros, desde a
concepção do projeto – estudos, elaboração de planos, até a certificação ambiental.

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Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

O FNE VERDE, por ser uma linha de crédito exclusiva do BNB, destinada ao
financiamento de atividades ligadas ao meio ambiente, que opera com taxas de juros
diferenciadas (de acordo com o FNE) apresenta vantagem competitiva em relação às demais
instituições bancárias.

Nos casos específicos de projetos de reflorestamento, energia alternativa e


reconversão energética, esta linha de crédito apresenta prazos de carência e de pagamento,
podendo-se estender até a 8 e 20 anos, respectivamente. As taxas de juros variam de 6% a
14% a.a., dependendo do setor e do porte do empreendimento, além de bônus de adimplência
de 15 ou 25% para pagamentos em dia.

Para projetos de micro e pequenas empresas, o financiamento pode chegar a 100 %


do valor do projeto. Não existe, definido, o limite máximo de volume de capital por projeto,
podendo inclusive financiar projetos de grande porte.

PRONAF-Floresta:

A partir de 2002 o BNB também passou a operar com recursos do PRONAF-Floresta.


Trata-se de uma modalidade do programa do governo federal, destinado ao fortalecimento da
agricultura familiar e financia projetos agricultores, familiares ligados ao setor florestal –
investimento em projetos de silvicultura, sistemas agro-florestais, exploração extrativista,
sustentável, incluindo-se os custos relativos à implantação e manutenção do
empreendimento.

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Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

IX - LICENCIAMENTO AMBIENTAL

O licenciamento ambiental é um dos instrumentos exigidos para a implantação de


atividades. Trata-se de um instrumento prévio de controle ambiental, para exercício legal de
modificações do meio ambiente, entre as quais se incluem aquelas listadas nas resoluções do
CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) números 001/86, 011/86, 006/87, 006/88,
009/90 e 010/90.

Quem fornece as licenças ambientais?

As licenças ambientais são fornecidas pelos órgãos estaduais do meio ambiente ou


pelo IBAMA, em caráter supletivo ou para aquelas atividades que, por lei, são de competência
federal.

Quais são essas licenças?

As licenças ambientais são de três tipos: A Licença Prévia (LP), a Licença de


Instalação (LI), e a Licença de Operação (LO).

Que é Licença Prévia?

È a licença que autoriza o empresário a desenvolver o projeto do empreendimento de


acordo com as exigências ambientais, determinadas a partir das características das atividades
pretendidas.

Que é Licença de Instalação?

A Licença de Instalação é requerida ao se ter o projeto aprovado pelo órgão ambiental,


servindo para a construção do empreendimento segundo este mesmo projeto.

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Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

Que é Licença de Operação

A Licença de Operação é expedida após a Licença de Instalação, depois da


verificação de que o empreendimento foi construído de acordo como projeto aprovado e
autorizando o empresário a iniciar as atividades do empreendimento.

Qualquer atividade empresarial necessita de licenciamento ambiental?

Não. Aquelas atividades cujo potencial poluidor é desprezível não são objeto do
licenciamento ambiental.

Como saber se atividade empresarial é potencialmente poluidora?

O empresário deve dirigir-se ao órgão estadual de meio ambiente para ser informado
antes de iniciar o seu projeto e solicitar financiamento.

Como se determina o potencial poluidor de uma atividade empresarial?

As atividades empresariais podem ser classificadas em razão do oferecimento de


potencial poluidor. A classificação utilizada é baseada na estabelecida pelo Instituo Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) e leva em conta as características de processo e do tipo de
utilização de matéria-prima, energia, etc.

O potencial poluidor das atividades pode ser classificado em três níveis: alto, médio e
baixo. A classificação foi baseada no documento “Classificação de Atividades Poluidoras” (MN
- 050. R-1), de 1992, da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente - FEEMA / RJ.

Que diz a Constituição Brasileira de 1988 sobre o meio ambiente?

Reconhece a importância do meio ambiente e dedica todo o Capítulo VI ao tema.

O artigo 225 estabelece que:

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Desenvolvimento Regional – Meio Ambiente E O Desenvolvimento Sustentável Regional

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Por seu turno, o artigo 170 da Constituição condiciona a ordem econômica, entre
outros princípios, ao da defesa do meio ambiente.

Quais as responsabilidades do Poder Público na defesa e conservação do meio


ambiente?

O artigo 225 da Constituição incumbe ao Poder Público:

I. preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo


ecológico das espécies e ecossistemas;

II. preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do país e fiscalizar


as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;

III. definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus


componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
permitidas somente através da lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;

IV. exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente


causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de
impacto ambiental, a qual se dará publicidade;

V. controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e


substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente;

VI. promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização


pública para a preservação do meio ambiente;

VII. proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais à crueldade.

De que forma o poder público assegura, na prática, o direito ao meio ambiente


ecologicamente equilibrado?

O Poder Público dispõe dos seguintes instrumentos, segundo a Lei nº 6.938, de 1981:

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ƒ avaliação de impacto ambiental


ƒ o licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras;
ƒ o zoneamento ambiental; e
ƒ a fiscalização.

Quem promove as ações de proteção ao meio ambiente?

O meio ambiente é patrimônio público e social; cabe, portanto, ao Ministério Público


protegê-lo, mediante a promoção de inquérito civil e ação civil pública (Constituição Federal,
artigo 129).

Pode o cidadão proteger o Meio Ambiente? Como deve ele agir, para proteger o meio
ambiente e proteger-se da poluição e de acidentes ambientais?

Sim. O cidadão pode agir individualmente ou em grupo. Para isto, dispõe do


instrumento denominado de Ação Popular. Conforme, consta no artigo quinto da Constituição:

• “LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor Ação Popular que vise
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada a má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência”;

A que instrumentos de ação do governo devem estar atentos os micro e pequenos


empresários?

A Política Nacional de Meio Ambiente (artigo nono, Lei nº 6.939, de 31/08/81) prevê os
seguintes instrumentos de ação do governo:

I estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;


II zoneamento ambiental;
III avaliação de impactos ambientais;
IV licenciamento e revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras;
V incentivos á produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de
tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;

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VI criação de espaços territoriais, especialmente protegidos, pelo Poder Público


federal, estadual ou municipal, tais como áreas de proteção ambiental relevante
ao interesse ecológico e reservas extrativistas;
VII sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII cadastro técnico federal de atividades e instrumentos de defesa ambiental;
IX penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas
necessárias á preservação ou correção da degradação ambiental;
X instituição do relatório de qualidade do meio ambiente, obrigando-se o Poder
Público a produzi-las, quanto existentes;
XI garantia de prestação de informações relativas ao meio ambiente, obrigando-se o
Poder Público a produzi-las, quando inexistentes;
XII cadastro técnico federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras
dos recursos naturais.

Existem também instrumentos definidos pelo Poder Público Estadual (Legislativo e


Executivo) como, por exemplo, a realização de auditoria ambiental.

Que atividades a lei incentiva para proteger o meio ambiente?

A Lei nº 6.938, de 1981, dispõe que o Poder Executivo incentivará as atividades


voltadas para a proteção do meio ambiente, visando:

I Ao desenvolvimento no País de pesquisa e processos tecnológicos destinados a


reduzir a degradação da qualidade ambiental;
II À instalação de equipamentos antipoluidores; e
III A outras iniciativas que propiciem a racionalização do uso de recursos naturais.

NÃO SE ESQUEÇA de resolver o EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO , disponível no site.

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BIBLIOGRAFIA
CONSUMO Sustentável: manual de educação. Brasília: Consumers International/ MMA/IDEC,
2002.

Manual de Impactos ambientais: orientações básicas sobre aspectos de atividades


produtivas/Banco do Nordeste; equipe elaboração Marilza do Carmo Oliveira Dias
(coordenadora), Mauri César Barbosa Pereira, Pedro Luiz Fuentes Dias, Jair Fernandes
Virgilio – Fortaleza: Banco do Nordeste, 1999.

Protocolo VERDE. Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal,
Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária, Ministério da Fazenda,
Ministério do Planejamento e Orçamento, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis, BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste
do Brasil, Banco da Amazônia. Brasília: 1995.

Programa Educando para cooperação em Meio Ambiente. Apostila Comunidade Virtual. Banco
do Nordeste do Brasil. Fortaleza: 2002.

SINISGALLI, Paulo. Sistema de Gestão Ambiental. Histórico evolutivo das Ciências


Ambientais. Módulo I. Programa Modular de Desenvolvimento a Distância. São Paulo: IBC-
Brasil, 2005.

www. ambientebrasil.com.br. Consultado em Dezembro de. 2006.


www.bnb.gov.br. Consultado em dezembro de 2006.
www.cempre.org.br. Consultado em Janeiro 2007.
www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituição. Consultado em Janeiro de 2007.
www.planetaorganico.com.br . Consultado em dezembro de 2006.

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