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DOURO

FASE 2 – PROPOSTA DE PLANO


JUNHO 2006
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

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Coordenação: Eng.º Carlos Machado

Prof. Doutor João Bento

Equipa Técnica: Eng.º Jorge Machado

Eng.º José Rodrigues

Eng.º Marco Magalhães

Eng.º Paulo Bessa

Eng.º Pedro Ferreira

Consultores: Prof. Doutor Afonso Martins

Prof. Doutor Aloísio Loureiro

Prof. Doutora Aurora Monzón

Eng.º Carlos Loureiro

Prof. Doutora Elisa Preto

Prof. Doutor João Honrado

Prof. Doutor João Paulo Carvalho

Prof. Doutora Margarida Correia Marques

Prof. Doutora Paula Arnaldo

Inv. Aux. Dr. Paulo Fernandes

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

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I INTRODUÇÃO .................................................................................. 5

II REGIÃO PROF – DOURO ................................................................... 6

II.1 ENQUADRAMENTO ........................................................................... 6


II.2 CARACTERIZAÇÃO........................................................................... 7
II.3 ÁREAS SENSÍVEIS ......................................................................... 18
II.4 CORREDORES ECOLÓGICOS .............................................................. 19
II.5 ÁREAS MÍNIMAS SUJEITAS A PLANO DE GESTÃO FLORESTAL (PGF) ................ 21
II.6 ZONAS DE INTERVENÇÃO FLORESTAL (ZIF)........................................... 24
II.7 MATA MODELO ............................................................................ 26

III SUB-REGIÕES HOMOGÉNEAS ......................................................... 27

III.1 ALVÃO – MARÃO .......................................................................... 27


III.2 BEIRA DOURO ............................................................................. 31
III.3 CARRAZEDA ............................................................................... 35
III.4 DOURO ..................................................................................... 38
III.5 DOURO INTERNACIONAL ................................................................. 41
III.6 DOURO SUPERIOR ........................................................................ 45
III.7 MONTEMURO .............................................................................. 49
III.8 OLO ........................................................................................ 52
III.9 PADRELA ................................................................................... 55
III.10 SABOR.................................................................................... 58
III.11 TUA ....................................................................................... 61

IV NORMAS E MODELOS DE SILVICULTURA........................................ 64

IV.1 NORMAS DE SILVICULTURA .............................................................. 64


IV.2 NORMAS DE SILVICULTURA PREVENTIVA ............................................... 85
IV.3 NORMAS DE SILVICULTURA POR FUNÇÃO .............................................. 91
IV.4 NORMAS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS ............................... 111
IV.5 MODELOS DE SILVICULTURA........................................................... 119

V PLANO DE ORDENAMENTO........................................................... 140

V.1 ÁREAS ESTRATÉGICAS ................................................................. 140


A Arborização e reabilitação de áreas florestais.............................. 142
A.1 Arborização de terras agrícolas....................................................... 143
A.2 Arborização de espaços florestais não arborizados............................. 145
A.3 Restauração de ecossistemas degradados ........................................ 147
A.4 Condução da regeneração natural de folhosas autóctones .................. 149

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

B Beneficiação de áreas florestais arborizadas ............................... 151


B.1 Beneficiação de superfícies florestais arborizadas .............................. 152
B.2 Recuperação após fogo ................................................................. 155
B.3 Fogo controlado ........................................................................... 160
B.4 Compartimentação/Acessibilidade ................................................... 164
B.5 Manutenção e adensamento da cortina ripária .................................. 167
B.6 Protecção florestal contra a processionária do pinheiro....................... 172
C Vigilância e prevenção de fogos florestais................................... 175
C.1 Adensamento e relocalização de infra-estruturas............................... 176
C.2 Avaliação/constituição de Brigadas de Sapadores Florestais ................ 179
D Consolidação da actividade florestal .......................................... 182
D.1 Certificação da Gestão Florestal ...................................................... 183
D.2 Expansão da subericultura ............................................................. 185
D.3 Relançamento da cultura do castanheiro .......................................... 188
D.4 Reforço do movimento associativo .................................................. 191
E Actividades associadas ............................................................ 193
E.1 Actividades de natureza em espaço florestal..................................... 194
E.2 Ordenamento cinegético................................................................ 198
E.3 Dinamização e ordenamento aquícola.............................................. 206
E.4 Regularização e beneficiação silvopastoril ........................................ 210
V.2 PRIORIZAÇÃO DOS PROGRAMAS NAS SUB-REGIÕES HOMOGENEAS ................ 218
V.3 CALENDÁRIO ............................................................................ 219

VI ESTRATÉGIAS COMPLEMENTARES ............................................... 222

VI.1 DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS.......................................... 222


VI.2 PROMOÇÃO DA GESTÃO PROFISSIONAL .............................................. 223
VI.3 REESTRUTURAÇÃO FUNDIÁRIA ........................................................ 224
VI.4 FISCALIDADE ............................................................................ 224

VII MODELO DE OCUPAÇÃO TERRITORIAL......................................... 226

VIII CARTA SÍNTESE ........................................................................... 233

ANEXOS................................................................................................ 234

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

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Os Planos Regionais de Ordenamento Florestal (PROF) são definidos pela Lei de


Bases da Politica Florestal Nacional (Lei nº 33/96).

Os PROF são um elemento charneira no Sistema de Planeamento Florestal


Português, desenvolvendo as orientações preconizadas ao nível do planeamento
florestal nacional e da legislação em vigor e traduzindo-os, sempre que necessário, em
programas de acção, ou em normas concretas de silvicultura e de utilização do
território.

No decorrer da elaboração do Plano foi dado especial ênfase aos processos


participativos, nomeadamente reuniões de divulgação, sessões de trabalho com
técnicos e agentes locais. Com este procedimento procurou-se, por um lado, dar a
conhecer as propostas apresentadas pelo consórcio e por outro, auscultar todos os
intervenientes relativamente às suas expectativas e necessidades, no que diz respeito
às orientações de gestão e ordenamento contemplados no presente Plano.

O documento apresentado está estruturado em 7 partes. Em primeiro lugar,


figura o enquadramento da Região PROF. Em segundo lugar há uma descrição das
sub-regiões homogéneas afectas à Região PROF. Seguem-se as Normas e Modelos de
Silvicultura. A descrição das actuações propostas organizadas em programas surge
como quarto ponto, estando estes agrupados em grandes áreas estratégicas:
arborização e reabilitação de áreas florestais, beneficiação de áreas florestais
arborizadas, prevenção e vigilância de fogos florestais, consolidação da actividade
florestal e por último actividades associadas. Estes programas foram diferenciados em
específicos, com aplicação preferencial numa ou várias sub–regiões e gerais, com
aplicação estendida a toda a Região PROF. Resultante da aplicação do leque de
programas e dos modelos de silvicultura, surge o Modelo de Ocupação Territorial. Nos
últimos dois pontos encontram-se as Estratégias Complementares e a Carta Síntese,
que agrega todo um conjunto de informação relevante.

A elaboração deste plano para discussão pública pretende abrir um processo de


participação de várias entidades em torno das questões da floresta que queremos a
curto, médio e longo prazo.

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
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A área definida pelo PROF do Douro encontra-se inserida a Sul da região de


Trás-os-Montes e Alto Douro e a Norte da Beira Alta, abrangendo parcialmente quatro
distritos: Bragança, Vila Real, Viseu e Guarda.

Administrativamente, os 410 897 ha considerados distribuem-se por 19


concelhos: Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, Sernancelhe, São João da
Pesqueira, Sabrosa, Freixo de Espada à Cinta, Peso da Régua, Santa Marta de
Penaguião, Penedono, Moimenta da Beira, Mesão Frio, Lamego, Tabuaço, Tarouca,
Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vila Real e Vila Nova de Foz Côa, englobando um total de
301 freguesias.

A Região PROF do Douro apresenta as seguintes características:

Ocupação actual do solo (ha):

Espaço Agrícola – 161 800 (39,4%);

Espaços florestais não arborizados – 126 000 (30,6%);

Espaços florestais arborizados – 115 700 (28,2%):

Azinheira – 2 380 (2,1%);

Carvalhos – 11 699 (10,1%);

Castanheiro – 4 081 (3,5%);

Eucalipto – 1 663 (1,4%);

Outras folhosas – 4 803 (4,2%);

Outras resinosas – 1 088 (<1%);

Pinheiro bravo – 82 737 (71,5%);

Pinheiro manso – 0 (0%);

Sobreiro – 7 244 (6,3%).

Disponível para floresta/aptidão (ha) – 25 000;

Investimento com participação pública (ha/30 anos):

Arborização: 17 000;

Beneficiação: 2 900;

Taxa anual de área florestal ardida (%) – 5.

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
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A análise e estudo da área PROF do Douro permitiu reunir um conjunto de


elementos positivos (pontos fortes) e negativos (pontos fracos), os quais, por sua vez,
ocasionam um conjunto de oportunidades e ameaças para a região. Conjugando todos
os factores positivos e negativos, com as ameaças e oportunidades foi possível definir
os objectivos gerais e construir a visão estratégica para o sector florestal na região
PROF do Douro.

Quadro 1 – Pontos fortes e Pontos fracos

Pontos fortes Pontos fracos

Presença significativa de áreas com elevado valor Susceptibilidade a ataques de pragas e doenças.
ecológico. Presença de áreas com elevados declives e
Compartimentação da paisagem provocada pela consequente risco de erosão elevado.
floresta na Região Demarcada do Douro. Êxodo rural verificado um pouco por toda a região.
Elevado potencial para o desenvolvimento de
Limitações ao nível das infra-estruturas de
actividades e serviços no âmbito do turismo no prevenção e combate a fogos florestais.
espaço rural e de natureza.
Oferta pouco qualificada no que diz respeito às
Presença significativa de investimento com
actividades de caça, pesca e recreio.
participação pública.
Propriedade florestal privada dispersa e de baixa
Compartimentação e descontinuidade originadas
dimensão.
pelo elevado número de linhas de água e rede
Risco de incêndio muito alto em grande parte das
viária.
áreas florestais do PROF.
Altas potencialidades de uso múltiplo da floresta em
Degradação do coberto vegetal.
determinadas sub-regiões.
Presença de uma vasta região com elevado índice
Presença de condições propícias ao
de susceptibilidade à desertificação.
desenvolvimento das principais fileiras florestais.
Baixo nível de incorporação de conhecimentos
Existência de áreas expressivas e com elevado
técnicos relacionados com a gestão florestal
potencial para a produção de produtos florestais não
sustentável.
lenhosos.
Deficiente ordenamento silvopastoríl.
Dimensão significativa de baldios.

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Presença significativa de áreas com elevado valor ecológico – As áreas


classificadas no âmbito da Rede Natura 2000, as áreas protegidas de interesse
nacional e as áreas protegidas de carácter regional, têm como objectivo principal a
conservação do património natural e o equilíbrio ecológico, através da preservação da
biodiversidade e da utilização sustentável das espécies, habitats e ecossistemas. São
zonas de conservação por excelência onde se pode e deve conciliar esta função com
uma perspectiva de uso múltiplo da floresta.

Compartimentação da paisagem provocada pela floresta na Região


Demarcada do Douro – A floresta desempenha um papel importante na Região
Demarcada do Douro, no sentido em que permite criar um mosaico paisagístico
diversificado, com benefício evidente para a actividade agrícola e equilíbrio ambiental.

Elevado potencial para o desenvolvimento de actividades e serviços no


âmbito do turismo no espaço rural e de natureza - Estamos na presença de uma
região com forte incidência turística, devido essencialmente ao Rio Douro e ao Douro
Vinhateiro Património Mundial, devendo este potencial turístico ser alargado a áreas
florestais, nomeadamente no Douro Internacional e Montemuro.

Presença significativa de investimento com participação pública – O


maior investimento com participação pública denota a importância que a actividade
florestal possui nas sub-regiões homogéneas do Alvão-Marão, Padrela e Douro
Internacional.

Compartimentação e descontinuidade originadas pelo elevado número


de linhas de água e rede viária – Estamos na presença de uma região
extremamente retalhada por linhas de água e respectivos corredores ripícolas, o que
confere uma elevada possibilidade de compartimentação e descontinuidade e
consequente melhoria da resistência da floresta a agentes bióticos e abióticos.

Verifica-se também, que o número de estradas e caminhos que permitem


aceder aos povoamentos florestais e circular dentro dos mesmos são suficientes.

Altas potencialidades de uso múltiplo da floresta em determinadas sub-


regiões – Actividades como a caça e a pesca, encontram nesta região um conjunto de
características favoráveis à sua implementação.

Existência de áreas expressivas com elevado potencial para a produção


de produtos florestais não lenhosos. – A exploração de produtos florestais não
lenhosos, nomeadamente castanha, mel, plantas aromáticas e medicinais, frutos
silvestres e cogumelos de elevada qualidade, podem ser uma mais valia económica e
gastronómica para toda a região PROF.

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Dimensão significativa de baldios – A dimensão considerável dos baldios,


sobretudo nas sub-regiões do Olo, Padrela, Alvão-Marão, Montemuro e Beira Douro
podem permitir a criação de unidades significativas de gestão suficientemente
dimensionadas.

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
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Susceptibilidade a ataques de pragas e doenças – São preocupantes, em


algumas sub-regiões, as proporções que as pragas e doenças têm atingido,
principalmente a doença da tinta e cancro americano no castanheiro, o aparecimento
de Armillaria em povoamentos de pinheiro bravo ou os ataques de processionária e
insectos destruidores da madeira também em pinheiro.

Presença de áreas com elevados declives e consequente risco de


erosão elevado – Os elevados declives verificados ao longo do vale encaixado do
Douro e afluentes, nomeadamente na margem esquerda e, principalmente, nas sub-
regiões do Tua, Douro e Beira Douro, são um entrave ao desenvolvimento florestal
pelo acréscimo no custo unitário de preparação de terreno e consequentes riscos de
erosão dos solos.

Êxodo rural verificado um pouco por toda a região – Exceptuando a parte


Oeste da sub-região do Douro, o êxodo rural das populações tem trazido
consequências muito negativas para a região. A perda da população implicou uma
diminuição de mão-de-obra e o abandono das terras tem aumentado a ocorrência de
incêndios.

Limitações ao nível das infra-estruturas de prevenção e combate a


fogos florestais – Constata-se que ao nível das infra-estruturas de prevenção e
combate existem carências. Número de infra-estruturas insuficiente, má localização e
gestão/manutenção, nomeadamente no respeitante à qualidade das acessibilidades
internas, pontos de água, pistas, pontos de scooping, helipistas, quartéis de
bombeiros e visibilidade dos postos de vigia.

Oferta pouco qualificada no que diz respeito às actividades de caça,


pesca e recreio – De forma a constituírem uma mais valia para a região, é
importante dinamizar as actividades de caça, pesca e recreio nas sub-regiões menos
contempladas.

Propriedade florestal privada dispersa e de baixa dimensão – A pequena


dimensão e a dispersão das propriedades florestais privadas na região, tornam muitas
vezes inviável a introdução de tecnologias que permitam a optimização das
explorações e a obtenção de rendimento suficiente para que o proprietário possa
financiar serviços que eventualmente necessite.

Risco de incêndio muito alto em grande parte das áreas florestais do


PROF – O risco de incêndio elevado é apontado como um dos principais factores de
desincentivo ao investimento no sector florestal, prejudicando toda a economia a ele
associada.

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Degradação do coberto vegetal – É evidente a insuficiente cobertura de


revestimento vegetal em parcelas significativas das zonas de maior influência
mediterrânica, propiciando níveis de erosão intensos e consequente presença de
afloramentos rochosos.

Presença de uma vasta região com elevado índice de susceptibilidade à


desertificação – Na parte Oriental da região PROF, nomeadamente os concelhos de
Torre de Moncorvo, Vila Flor, Freixo de Espada à Cinta e Vila Nova de Foz Côa
ostentam muito elevada susceptibilidade à desertificação, carecendo estas áreas de
um maior acompanhamento e melhor gestão.
Baixo nível de aplicação de conhecimentos técnicos e de gestão
florestal sustentável – Verifica-se na região uma quase total ausência de gestão dos
povoamentos florestais, sendo que quando essa gestão está presente não é realizada
de uma forma sustentável.

Deficiente ordenamento silvopastoríl – Necessidade de um plano de gestão


das áreas destinadas à pastorícia, de forma a ser controlada a utilização do fogo na
gestão de pastagens, sendo que estas áreas devem corresponder de forma equilibrada
as exigências dos efectivos pecuários existentes.

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 2 – Oportunidades e Ameaças

Oportunidades Ameaças

Aumento das áreas ocupadas por floresta Conflito silvopastorícia/floresta.


sustentável. Características da população residente na Região
Criação de mecanismos de emparcelamento. PROF.

Criação de programas sanitários. Elevado número de fogos e áreas ardidas e

Desenvolvimento de um plano regional de combate consequências graves sobre os ecossistemas e


sobre a economia rural.
e prevenção de fogos florestais.
Alargamento demasiado extenso das áreas de
Criar mecanismos de informação regular dos
produtores. regime cinegético.

Aumento da procura de mel e cogumelos silvestres Fragilidade de alguns sistemas florestais aos

de elevada qualidade. agentes bióticos.

Tendência para o aumento da oferta da cortiça de Alheamento da administração florestal.

Terra Quente. Elevada importância económica e turística da vinha

Forte crescimento da procura de actividades na região demarcada do Douro.

turísticas associada aos espaços florestais. Ausência de cadastro da propriedade.

Desenvolvimento dos processos de “Certificação da Incertezas quanto à continuidade do nível de


Gestão sustentável”. apoios financeiros para o sector florestal.

Crescente interesse da sociedade pela preservação O sistema de transferência de tecnologia.


e conservação da natureza Aumento dos produtos alternativos aos produtos
Existência de programas de apoio e incentivo à florestais e da concorrência de produtos florestais
formação profissional no sector florestal. de outras zonas.

Apoios financeiros provenientes do IV QCA, FFP e


constituição de ZIF’s.

Aumento da valorização dos espaços florestais


como sumidouros de carbono.

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
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Aumento das áreas ocupadas por floresta sustentável.

Criação de mecanismos de emparcelamento – A dimensão e dispersão da


floresta são dois dos factores mais limitadores do desenvolvimento florestal. Seria
fundamental incentivar o emparcelamento no sentido de se poderem criar unidades de
gestão comuns com dimensão aceitável.

Criação de programas sanitários – Será necessário munir as instituições


competentes com meios que lhes permitam encontrar soluções para a erradicação e
controlo de determinadas patologias.

A fase mais importante deste programa será a ligação entre as entidades de


investigação e o produtor. Isto porque se tem verificado que apesar de existirem
algumas soluções, elas acabam por não ser colocadas em prática pelos proprietários.

Desenvolvimento de um plano regional de combate e prevenção de


fogos florestais – Está comprovado que as características e condições da floresta da
região propiciam as circunstâncias necessárias para o desenvolvimento de fogos
florestais. Propõe-se a criação de um plano que comporte o alargamento e melhoria
da rede viária, compartimentação e infra-estruturas de prevenção e combate.

Criar mecanismos de informação regular dos produtores – Criar uma


relação privilegiada com os proprietários florestais. Uma vez que há estímulos e
incentivos à produção florestal, será necessário arranjar mecanismos de forma a fazer
chegar a informação útil aos proprietários.

Aumento da procura do mel e cogumelos silvestres de elevada


qualidade – São duas actividades de uso múltiplo perfeitamente conciliáveis com a
floresta e que podem ser uma fonte de rendimento adicional para o sector florestal.

Tendência para o aumento da oferta de cortiça da Terra Quente –


Possuindo esta região condições edafoclimáticas propícias à subericultura e sendo as
expectativas de alterações climáticas propícias ao seu bom desenvolvimento, é de
toda a conveniência o estímulo ao alargamento das áreas por ela ocupada.
Forte crescimento da procura de actividades turísticas associada aos
espaços florestais – A expansão do turismo de natureza, do turismo rural, do
turismo desportivo (desportos radicais), do turismo cultural, do turismo gastronómico
e do turismo em geral, permite desenvolver uma estratégia para o turismo em espaço
florestal, com potenciais efeitos ao nível da criação de emprego e geração de
rendimento em meio rural.
Desenvolvimento dos processos de “Certificação da Gestão
sustentável”.

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Crescente interesse da sociedade pela preservação e conservação da


natureza – Abre excelentes oportunidades para a valorização do espaço, das
comunidades rurais e da diversificação das actividades nas áreas florestais.
Existência de programas de apoio e incentivo à formação profissional
no sector florestal.
Apoios financeiros provenientes do IV QCA, FFP e constituição de ZIF’s.
Aumento da valorização dos espaços florestais como sumidouros de
carbono - A floresta pode acumular, a longo prazo, grandes quantidades de Carbono,
quer no material vegetal, quer na matéria orgânica do solo. As florestas são assim, em
larga medida, o reservatório de Carbono mais importante da biosfera em termos
globais. Uma redução global da área destes ecossistemas naturais terá impactes
negativos sobre a capacidade de sumidouro da biosfera.

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
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Conflito silvopastorícia/floresta – Os conflitos entre a actividade florestal e


a silvopastoril põem em causa a presença de uma floresta de produção,
principalmente em regiões onde o gado tem grande importância. As sub-regiões do
Alvão-Marão, Douro Superior e Douro Internacional são disso exemplo.

Características da população residente na Região PROF – A população,


principalmente das regiões mais interiores do PROF, está envelhecida e os jovens têm
cada vez maior tendência a procurar o seu futuro fora destas regiões.
Elevado número de fogos e áreas ardidas e consequências graves sobre
os ecossistemas e sobre a economia rural – Continua a haver delapidação do
património florestal por incidência dos fogos, sendo fundamental melhorias ao nível da
compartimentação, acessos, gestão e composição dos povoamentos.

Alargamento demasiado extenso das áreas de regime cinegético – O


alargamento em grande escala das áreas de regime cinegético deixa cada vez menos
espaço para locais de refúgio e reprodução das espécies cinegéticas.

Fragilidade de alguns sistemas florestais aos agentes bióticos – Os


elevados ataques de tinta e cancro americano podem conduzir à diminuição acentuada
das áreas de castanheiro na região e consequentemente perda de uma fonte de
rendimento.

Alheamento da administração florestal – A baixa cobertura do espaço


florestal pela administração pública cria dificuldades de adesão aos programas de
incentivo e apoio ao desenvolvimento do sector, podendo proporcionar um alheamento
dos agentes locais a novas iniciativas.

Elevada importância económica e turística da vinha na região


demarcada do Douro – O grande peso económico da vinha nesta região provoca um
detrimento da floresta em benefício da vinha, o que põe em causa a presença da
floresta com características de compartimentação e diversificação neste espaço
agrícola.

Ausência de cadastro da propriedade – Permanecem os problemas


resultantes do desconhecimento dos limites das propriedades de baldios e áreas
privadas, acarretando situações litigiosas e dificuldade acentuada para a elaboração de
candidaturas.
Incertezas quanto à continuidade do nível de apoios financeiros para o
sector florestal.
O sistema de transferência de tecnologia das universidades para o sector
florestal é frágil.

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Aumento dos produtos alternativos aos produtos florestais e da


concorrência de produtos florestais de outras zonas.

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Estabelecem-se os seguintes objectivos estratégicos, de forma a potenciar as


Pontos Fortes/Oportunidades e minimizar as Ameaças/Pontos Fracos:

ˆ Defender e prevenir as áreas florestais da região PROF das ameaças que


constituem os fogos florestais, as pragas e as doenças;

ˆ Diminuição do risco de incêndio e consequentemente da área florestal ardida;

ˆ Promover uma detecção do fogo mais célere e uma intervenção mais eficaz;

ˆ Assegurar a planificação e a Gestão florestal sustentável das áreas públicas e


privadas com especial atenção para a planificação e gestão de Áreas
Protegidas;

ˆ Adequar as espécies e os modelos de silviculturas à estação;

ˆ Estimular o aumento da área de espaços florestais com dimensão apropriada


à gestão florestal profissional;

ˆ Impulsionar um mosaico florestal diversificado e descontinuado;

ˆ Beneficiar os espaços florestais da região PROF de forma a assegurar o


cumprimento das suas múltiplas funções, a sua sanidade e continuidade;

ˆ Aumentar a área florestal arborizada, com espécies bem adaptadas;

ˆ Intensificar e expandir a área de povoamento de sobreiro, com função de


produção de cortiça, em simultâneo com a formação de Técnicos e operadores
para a melhoria das respectivas intervenções culturais;

ˆ Promover a produção de produtos não-lenhosos, nomeadamente, a castanha,


o mel, as plantas medicinais e aromáticas, os frutos silvestres e os cogumelos
silvestres;

ˆ Impulsionar o ordenamento silvopastoril e a gestão das áreas de pastagem;

ˆ Promover a ampliação dos espaços florestais destinados ao recreio e lazer;

ˆ Fomentar a adopção de modelos de silvicultura com vista à maior valorização


e diversificação dos espaços e produtos florestais;

ˆ Restauração das áreas florestais ameaçadas, danificadas ou afectadas com

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

problemas erosivos e controlar o avanço da desertificação ou destruição


pontual causada pelos incêndios florestais, pragas e doenças;

ˆ Promoção da utilização do uso múltiplo da floresta;

ˆ Conservação do património florestal em bom estado, da diversidade biológica,


geológica e paisagística da região PROF e dos seus habitats naturais, com
especial atenção para as Áreas Protegidas.

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Deverá procurar-se contribuir para a constituição de espaços florestais


diversificados, que asseguram a protecção, recuperação dos solos e recursos hídricos
e das zonas de conservação através duma exploração sustentável conciliada com usos
múltiplos da floresta, nomeadamente a silvopastorícia, a caça, a pesca nas águas
interiores e o recreio no espaço florestal.

Assumem especial importância as iniciativas de beneficiação dos povoamentos


florestais e fomento da actividade suberícola. É ainda de realçar a necessidade de
recuperação de áreas degradadas, com efeitos ao nível do armazenamento e
circulação da água e do controlo de erosão.

O recurso ao pinheiro bravo e outras resinosas, em novas arborizações, deve


ser consumado de forma cautelosa e em complemento com outras espécies.

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

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As áreas sensíveis consideradas são:

ˆ Áreas classificadas que correspondem a zonas sensíveis do ponto de vista da


conservação e da biodiversidade;

ˆ Áreas sensíveis do ponto de vista do risco de incêndio, que resultam do


cruzamento das manchas florestais extensas com as zonas em que o risco de
incêndio é elevado.

Incluem-se as seguintes tipologias como áreas classificadas no âmbito de


políticas de conservação nacionais ou internacionais: Rede Nacional de Áreas
Protegidas e Rede Natura 2000 (Zonas de Protecção Especial e Sítios - Directiva
Habitats).

A Rede Nacional de Áreas Protegidas encontra-se representada na Região PROF


do Douro pelo Parque Natural do Alvão e pelo Parque Natural do Douro Internacional.

A Rede Ecológica Europeia “Rede Natura 2000” encontra-se representada por


cinco Sítios de Interesse Comunitário: Alvão-Marão, Douro Internacional, Serra de
Montemuro, Rio Paiva, Rios Sabor e Maçãs e por três ZPE’s: Douro Internacional e
Vale do Águeda, Rio Sabor e Maçãs e Vale do Côa.

Sob o ponto de vista do risco de incêndio, a existência de manchas florestais


contínuas e extensas, constituídas por espécies susceptíveis ao fogo, favorece a
ocorrência de incêndios de grandes dimensões e severos, ao mesmo tempo que define
os núcleos florestais mais carentes de atenção.

A Região PROF do Douro apresenta o maior número de manchas florestais


classificadas como áreas sensíveis do ponto de vista do risco de incêndio em Trás-os-
Montes. Não obstante estas manchas se encontrarem distribuídas de forma
generalizada por toda a área PROF, há a destacar duas grandes zonas:

ˆ A Norte do rio Douro, as áreas sensíveis situam-se essencialmente nas sub-


regiões homogéneas da Padrela e Tua, distribuindo-se pelos concelhos de
Alijó, em Carrazeda de Ansiães ao longo do Vale do Tua e em Vila Flor;

ˆ A Sul do rio Douro, as principais áreas sensíveis, situam-se nos concelhos de


Armamar, Tabuaço, Tarouca, Sernancelhe, Moimenta da Beira e Penedono,
coincidindo com as sub-regiões homogéneas de Montemuro e Beira Douro.

18
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIII..4
4 C
COOR
RRREED
DOOR
REES
S EEC
COOLLÓ
ÓGGIIC
COOS
S

Os corredores ecológicos visam unir áreas florestais que estejam fraccionadas,


uma vez que a fragmentação além de diminuir populações de espécies de plantas e
animais mais vulneráveis, também isola aquelas que permanecem nas “ilhas”
remanescentes de florestas. O processo contínuo de eliminação, fragmentação e
isolamento de florestas pode resultar na extinção de espécies, principalmente aquelas
que são endémicas de uma região.

A implementação de corredores ecológicos persegue os seguintes objectivos:

ˆ Compensação dos efeitos da fragmentação da paisagem, facilitando o


movimento de animais e plantas através da paisagem;

ˆ Aumentar a qualidade da paisagem;

ˆ Fomentar a actividades de recreio;

ˆ Favorecer a colonização de novas zonas por espécies autóctones;

ˆ Promover a continuidade com determinados habitats de difícil acesso.

A proposta de traçado de Corredores Ecológicos e o desenho que lhes


corresponde, considerado como o mais coerente, é fruto da adopção dos seguintes
critérios:

ˆ O corredor deve promover e proteger a circulação e expansão das espécies da


fauna e flora com interesse do ponto de vista da conservação, entre as áreas
com estatuto de protecção e entre estas últimas e outras que, não estando
sob a alçada de qualquer figura de protecção, lhes seja reconhecido particular
interesse pela especificidade florística e faunística;

ˆ O traçado destes corredores deve, prioritariamente, passar pelos espaços


florestais. Contudo, em situações em que tal não foi possível, procuraram-se
outras localizações, com especial aptidão para este fim, como por exemplo, as
linhas de água, as áreas de incultos ou as zonas agrícolas.

Para a Região de Trás-os-Montes deu-se particular importância às Áreas


Protegidas do Gerês, Montesinho, Alvão-Marão e Douro Internacional, sugerindo-se
seis eixos prioritários:

1– Montemuro/Alvão-Marão/Olo/Alturas do Barroso/Gerês – Com início


no exterior da região de Trás-os-Montes, este corredor, passa pela Serra da Lapa,
acompanha todo o maciço montanhoso Alvão-Marão, em direcção a Alturas do
Barroso, terminando no Gerês.

2– Gerês/Montesinho – Este corredor, que liga o Gerês ao Montesinho,

19
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

desenvolve-se paralelamente à linha de fronteira, passa pelo sopé da Serra do


Larouco, cruza a Veiga de Chaves e todo o concelho de Vinhais, em direcção à Serra
da Coroa.

3– Montesinho/Nogueira/Morais/Sabor – Liga a Serra de Montesinho ao


Vale do Sabor, passando pela Serra da Nogueira e atravessando os sobreirais de
Morais.

4– Montesinho/Sabor/Douro/Douro Internacional – Com origem no


Montesinho, este corredor percorre todo o curso do Rio Sabor até à sua foz.
Inflectindo o seu percurso para Norte, acompanha o leito do Rio Douro, contemplando
assim toda a zona do Douro Internacional.

5– Alvão/Padrela/Coroa – Corredor que liga os eixos 1 e 2, atravessando a


Serra da Padrela pela linha de cumeada e o espaço florestal a Este da Veiga de
Chaves.

6– Douro Internacional/Angueira/Sabor – Une o Douro Internacional ao


vale do Sabor, acompanhando por vezes o curso do Rio Angueira.

A representação, na Região PROF do Douro, corresponde à intersecção do


traçado elaborado para a totalidade de Trás-os-Montes com o limite da Região PROF.

A localização do traçado é meramente indicativa devendo ser implantado com


maior rigor a partir do trabalho de campo a realizar no âmbito dos Planos Municipais
de Defesa da Floresta Contra Incêndios.

Acrescente-se que a definição da Estrutura Ecológica Municipal, em sede de


PDM (Plano Director Municipal), deverá incorporar, como referência, os Corredores
Ecológicos aqui apresentados.

20
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIII..5
5 ÁÁRREEAASS M
MÍÍN
NIIM
MAAS
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UJJEEIITTA
AS AP
SA PLLAAN
NO DEE G
OD OF
GEESSTTÃÃO FLLO
ORREES
STTA
ALL
((P
PGGF F))
É reconhecido que as áreas florestais mais significativas se encontram
associadas a duas situações distintas:

ˆ Áreas florestais integradas em áreas de baldios;

ˆ Áreas florestais integradas em explorações agrícolas.

Contudo, para determinar as áreas florestais sujeitas a PGF foram consideradas


mais duas categorias quanto ao tipo de propriedade:

ˆ Áreas florestais sob gestão de empresas industriais;

ˆ Outras áreas de uso florestal não representadas nas anteriores categorias,


que se admite corresponderem a actividades florestais autónomas não
integradas em explorações agrícolas, áreas abandonadas ou, eventualmente,
em resultado duma deficiente inventariação ou fuga a inquérito.

O Quadro seguinte apresenta as categorias consideradas.

Quadro 3 – Área florestal por tipo de propriedade

Área florestal arborizada (ha)


Concelhos Exploração Empresas Regime
Total Outras
agrícola industriais florestal
Alijó 10 304 3 116,9 316 6 871,1
Armamar 5 379 1 207,2 448 3 723,8
C. Ansiães 12 350 3 827,7 8 522,3
F. Espada à Cinta 3 804 1 567,6 405,1 322 1 509,3

Lamego 4 245 939,9 133,0 800 2 372,1

Mesão Frio 606 241,7 21,5 13 329,8

M. da Beira 7 681 1 333,0 430,7 900 5 017,3

Penedono 5 027 725,4 43,1 991 3 267,5


Peso da Régua 1 524 592,8 14 917,2
Sabrosa 4 963 2 044,5 291,3 83 2 544,2
Sta. M. Penaguião 1 912 909,7 195 807,3
S. J. Pesqueira 6 284 2 664,3 875,5 10 2 734,2
Sernancelhe 7 310 2 701,9 25,1 475 4108
Tabuaço 6 007 1 794,4 4 212,6
Tarouca 3 994 328,5 153,3 1 119 2 393,2
T. Moncorvo 10 448 2 925,3 171,4 390 6 961,3
Vila Flor 7 612 3 701,6 602,6 270 3 037,8
V. N. Foz Côa 3 499 1 625,3 182,9 1 690,8
Vila Real 12 619 4 124,5 1 681 6 813,5

Total 115 568 36372,2 3 335,5 8 027 67 833,3

21
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Sabendo que, ficam sujeitas a PGF todas as áreas submetidas a regime


florestal e admitindo-se que a maioria das áreas florestais sob gestão de empresas
industriais têm um plano de gestão, pode afirmar-se que as áreas ocupadas por estas
categorias estão na sua totalidade sujeitas a PGF.

Para determinar as áreas florestais sujeitas a PGF integradas em explorações


agrícolas procedeu-se à sua distribuição por classes de área.

O valor da superfície sujeita a PGF, na categoria das outras áreas de uso


florestal, determinou-se admitindo que a sua distribuição, quanto à dimensão, é
equivalente à registada para as áreas florestais integradas em explorações agrícolas.

O Quadro abaixo apresenta a superfície florestal arborizada sujeita a PGF na


Região PROF do Douro para uma dimensão mínima de 100, 50 e 10 ha.

Quadro 4 – Superfície florestal arborizada sujeita a PGF

Área mínima sujeita a PGF (ha)


Área florestal
arborizada 100 50 10
(ha) (%) (ha) (%) (ha) (%)

Exploração agrícola 3 710 10,2 6 729 18,5 15 203 41,8


Empresas industriais 3 336 100 3 336 100 3 336 100
Regime florestal 8 027 100 8 027 100 8 027 100
Outras 6 919 10,2 12 549 18,5 28 354 41,8
Total 21 992 19 30 641 27 54 920 48

Na eventualidade de se pretender que 50% da superfície de povoamentos


florestais estivesse sujeita a PGF, ir-se-ia ter uma dimensão mínima de PGF próxima
dos 10 ha. Nesta região PROF, tal pressuposto seria de muito difícil concretização,
uma vez que aumentaria substancialmente o número de propriedades privadas
submetidas a PGF. Assim sendo, sugere-se que fiquem sujeitos à realização de um
PGF todos os prédios das explorações florestais e agro-florestais privados que,
isolados ou contínuos, tenham uma área igual ou superior a 50 ha. Desta forma,
embora apenas se garanta a cobertura de menos de um terço da área florestal com
PGF, será necessário um esforço de grande envergadura para a sua concretização,
obrigando à elaboração de PGF em cerca de um quinto das áreas florestais inseridas
em explorações agrícolas.

Relativamente às propriedades públicas e comunitárias sujeitas a regime


florestal, resumiu-se a informação na tabela que a seguir se apresenta, onde se
discrimina o grau de prioridade para a elaboração dos PGF. Embora a priorização seja
realizada por perímetro florestal, o PGF é realizado ao nível do baldio, através dos
Planos de Utilização de Baldios (PUB), sendo de notar que há perímetros que são

22
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

constituídos por mais que um baldio.

Quadro 5 – Superfície florestal pública sujeita a PGF

Espaços
Área florestais
Nome arborizados Concelhos Prioridade
Total (ha)
(ha) %

PF da Serra de Faro 475 270 57 Vila Flor 1

PF da Serra da Lapa 2 350 475 20 Sernancelhe 2

PF da Serra de Leomil Lamego, Armamar, Tarouca e


7 991 3 267 41 1
Moimenta da Beira

PF das Serras do Vila Real, Stª. Marta de Penaguião,


Marão e Ordem 10 035 1 582 16 1
Peso da Régua e Mesão Frio

PF das Serras de São


Domingos e Escarão 1 564 316 20 Alijó 2

PF de Palão 344 323 94 Freixo de Espada à Cinta 2

PF de Penedono 1 771 1 001 57 Penedono e São João da Pesqueira 2

PF da Serra do
Reboredo 430 389 90 Torre de Moncorvo 1

PF da Serra de São
Tomé do Castelo 1 618 404 25 Vila Real e Sabrosa 2

O estabelecimento das prioridades foi atribuído de acordo com a continuidade e


dimensão dos povoamentos florestais existentes.

23
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIII..6
6 Z
ZOON
NAAS
SDDEE I
INNTTEER
RVVEEN
NÇÇÃ
ÃOOF
FLLO
ORREES ALL (
STTA (ZZIIF
F))
Uma Zona de Intervenção Florestal (ZIF), figura criada pelo Decreto-Lei n.º
127/2005 de 5 de Agosto, é uma área contínua e delimitada, constituída
maioritariamente por espaços florestais, submetida a um plano de gestão florestal e a
um plano de defesa da floresta e gerida por uma única entidade, com um mínimo de
1000 ha e incluí pelo menos 50 proprietários ou produtores florestais e 100 prédios
rústicos.

A localização e distribuição de cada unidade ZIF pela Região PROF fez-se


considerando os seguintes critérios:

ˆ Situar-se no interior de espaços florestais (terrenos ocupados com arvoredos


florestais, com uso silvo-pastoril ou incultos de longa duração), que
apresentem extensão e continuidade consideráveis e com particular
importância do ponto de vista da qualidade do material lenhoso;

ˆ Abranger as principais áreas sensíveis do ponto de vista do risco de incêndio;

ˆ Cingir-se aos limites administrativos de um só concelho;

ˆ Área ocupada pelos espaços florestais não superior a 7 500 ha;

ˆ Área ocupada pelos espaços florestais não inferior a 70% da sua área física.

Desta forma, podemos afirmar que estas se encontram essencialmente


localizadas a Norte do Rio Douro, com excepção das ZIF de Armamar e Tabuaço,
coincidindo sobretudo com as áreas sensíveis do ponto de vista do risco de incêndio.

Atendendo aos critérios anteriores, definiram-se sete zonas de intervenção


prioritárias para a criação/implementação de ZIF’s, ou outras figuras associativas que
venham a ser reconhecidas com significado semelhante.

24
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 6 – Freguesias abrangidas pelas zonas de intervenção

Zonas de
Freguesias
intervenção

Alijó, Amieiro, Carlão, Pegarinhos, Pópulo, Ribalonga, Sta. Eugénia, São Mamede de
Alijó
Ribatua, Vila Chã e Vila Verde.

Aldeias, Aricera, Armamar, Cimbres, Coura, Goujoim, Sta. Cruz de Lumiares, São
Armamar
Cosmado e São Martinho das Chãs.

Carrazeda de Belver, Castanheiro, Lavandeira, Linhares, Marzagão, Mogo de Malta, Parambos, Pereiros,
Ansiães Pinhal do Norte, Pombal, Ribalonga e Zedes.

Arcos, Barcos, Chavães, Granja do Tedo, Granjinha, Longra, Paradela, Pereiro, Pinheiros,
Tabuaço
Sta. Leocádia, Sendim, Tabuaço, Távora e Vale de Figueira.

Vila Flor Candoso, Carvalho de Egas, Freixiel, Mourão, Samões e Vale de Torno.

Adoufe, Borbela, Campeã, Lamas de Olo, Mondrões, Parada de Cunhos, Pena, Quintã,
Vila Real 1
Torgueda, Vila Cova, Vila Marim e Vilarinho da Samardã.

Abaças, Andrães, Arroios, Constantim, Folhadela, Guiães, Justes, Lamares, Mateus,


Vila Real 2
Mouçós, São Tomé do Castelo e Vale de Nogueiras.

Quadro 7 – Proposta de ZIF

Área
Espaços florestais
ZIF Freguesias Total Mínima
incluídas Não ZIF (ha)
Arborizados Total (%)
(ha) arborizados [4]/0,7
(ha) (ha) [4]/[1]*
[1] (ha) [6]
[2] [4] 100
[3]
[5]
Vila Real 1 18 900 5 700 7 500 13 200 70

Vila Real 2 18 000 6 700 4 100 10 800 60 15 400

Alijó 19 600 8 000 5 100 13 100 67 18 700

Vila Flor 7 800 3 400 1 400 4 800 62 6 900

C. Ansiães 16 700 8 100 2 500 10 600 64 15 100

Tabuaço 11 000 5 400 1 200 6 600 62 9 400

Armamar 6 800 3 800 300 4 100 60 5 900

A análise às anteriores propostas de constituição das ZIF, permite observar que


nem sempre foi possível respeitar os critérios estabelecidos. Desta forma, nota-se por
vezes que, a área ocupada pelos espaços florestais ultrapassa os 7 500 ha propostos
como limite máximo e corresponde a menos de 70% da área das respectivas
freguesias. A estes factos não são alheios, no primeiro caso, a dimensão da mancha
florestal que obriga a que a área ZIF se prolongue de forma a contemplar todo o
espaço florestal contínuo e, no segundo caso, a dispersão da mancha florestal
conjugada com o critério de alargamento do limite da ZIF ao limite administrativo da
freguesia.

25
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIII..7
7 MAATTAA M
M MOOD
DEELLO
O

Uma das estratégias complementares aos Planos de Ordenamento Florestal do


é a criação de uma Rede de Matas Modelo.

O intuito da rede de Matas Modelo é poderem existir um conjunto de áreas


florestais com diferentes funções, espalhadas pelo país, onde possa ser aplicado um
modelo de gestão florestal sustentável exemplar para cada uma das regiões onde está
inserido.

As matas modelo deverão ser essencialmente espaços de demonstração onde


se pratique uma gestão de excelência, podendo ser públicas ou privadas. No entanto,
o carácter de acesso universal deverá ser mantido. Deverão ser também,
instrumentos complementares aos programas apresentados de comunicação,
informação e de formação profissional.

IIII..7
7..1
1MMA
AT
A TA
T AM
A MO
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LO
L OD
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OU
O UR
URRO
O
O

No PROF do Douro foi seleccionada como Mata Modelo o Perímetro Florestal da


Serra do Reboredo, sito no concelho de Torre de Moncorvo, pois é representativo, em
termos de diversidade e gestão, de manchas florestais com elevado interesse do ponto
de vista florestal (manchas de pinheiros, medronheiros, cedros, castanheiros,
sobreiros e carvalhos) e de conservação e protecção.

Neste perímetro procurar-se-á realizar uma gestão activa que integre a


exploração dos povoamentos com os objectivos de conservação e protecção,
nomeadamente protecção da área urbana de Torre de Moncorvo, que se localiza no
sopé da Serra de Reboredo. O perímetro florestal tem também elevado potencial para
o desenvolvimento de actividades de recreio e paisagem, potenciadas pela
proximidade de antigas instalações mineiras de exploração de ferro.

A gestão e o ordenamento da Mata Modelo deve ter em conta a seguinte


hierarquia de funcionalidades: Protecção, Recreio e enquadramento estético da
paisagem e Conservação. O modelo de gestão desta mata modelo tem de ser
económica, social e ambientalmente sustentável.

26
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII S
SUUB
B--R
REEG
GIIÕ
ÕEES
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OMMO
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S

IIIIII..1
1 A O–
ALLVVÃÃO –M
MAARRÃÃO
O

Foram definidas nas bases de ordenamento as seguintes


funcionalidades:

1ª) Protecção – Os elevados declives das encostas da Serra do Marão,


requerem práticas silvícolas adaptadas e maior rigor na escolha das espécies,
determinando a escolha desta função como 1ª prioridade;

2ª) Produção – A presença significativa de áreas com potencial produtivo e a


forte regeneração natural de pinheiro bravo e carvalhos, permite alocar a função de
produção a esta sub-região;

3ª) Recreio, enquadramento e estética da paisagem – Elevado potencial


para actividades de montanha, aliadas a uma paisagem serrana de elevado valor
estético.

A presente sub-região localiza-se na zona Oeste da Região PROF, coincidindo


com o maciço montanhoso do Alvão-Marão. Abarca a orla que se estende de Norte
para Oeste do concelho de Vila Real e a porção Oeste dos concelhos de Santa Marta
de Penaguião, Peso da Régua, chegando mesmo a entrar levemente no concelho de
Mesão Frio.

27
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

A sub-região apresenta as seguintes características:

Ocupação actual do solo (ha):

Espaço agrícola – 1 200 (11,0%);

Espaço florestal não arborizado – 6 100 (56,0%);

Espaço florestal arborizado – 3 400 (31,2%):

Azinheira – 0 (0%);

Carvalhos – 1 269 (37,3%);

Castanheiro – 102 (3,0%);

Eucalipto – 35 (1,0%);

Outras folhosas – 316 (9,3%);

Outras resinosas – 22 (<1%);

Pinheiro bravo – 1 628 (47,9%);

Pinheiro manso – 0 (0%);

Sobreiro – 0 ha (0%).

Disponível para floresta/aptidão (ha) – 950.

A sub-região inclui as seguintes áreas da Rede Ecológica Europeia “Natura


2000”:

ˆ Sítios:

o Parcialmente o Sítio Alvão/Marão: 18 habitats naturais e semi-naturais


(4 prioritários).

No âmbito da sub-região homogénea de Alvão-Marão, foi possível detectar e


enumerar o seguinte conjunto de factores como pontos fortes e limitações/ameaças.

IIIIII..1
1..1
1 P
POON
ONNT
TO
T OS
OSSF
FO
F OR
ORRT
TE
T ES
E S
S

Elevado potencial para a silvopastorícia – Encontra nesta sub-região


condições propícias à sua implementação e desenvolvimento, especialmente para a
raça bovina Maronesa.

Presença significativa de áreas com potencial produtivo para o


desenvolvimento do pinheiro bravo e do carvalho negral. Existem ainda, nos pontos
mais elevados, boas condições para o desenvolvimento de resinosas exóticas.

Excelentes condições para a produção de cogumelos de elevada


qualidade, sendo que a aposta sustentada e equilibrada poderá constituir uma mais
valia para a sub-região.

28
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Presença significativa de perímetros florestais, pode servir de modelo de


gestão e de condução da floresta aos privados e ajudar à constituição de unidades de
gestão com maior dimensão.

A elevada quantidade de regeneração natural de pinheiro bravo e


carvalhos aliada a um modelo de gestão sustentável dos povoamentos, produzem as
condições necessárias para que a condução desta regeneração possa vir a originar
povoamentos adultos de grande qualidade.

Boas condições para o desenvolvimento de percursos pedestres e


outras actividades de montanha.

Presença significativa de bosques de carvalhos e castanheiros - A


abundância destes bosques é essencial para manter a diversidade florística e
faunística, pelo que a sua manutenção e alargamento deverão ser fomentados.

Abundância de lameiros de pastagem constitui uma mais valia para a


apascentação da raça bovina autóctone “Maronesa”, pelo que também o
melhoramento de pastagens arbustivas poderá ajudar na progressão da actividade
silvopastoríl.

IIIIII..1
1..2
2 LLIIIM
MIIIT
M TA
T AÇ
A ÇÕ
ÇÕÕE
ES
E S/
S /A
AMME
M EA
E AÇ
A ÇA
Ç AS
A S
S

Elevada susceptibilidade a ataques de pragas e doenças, nomeadamente


no pinheiro bravo que ciclicamente se encontra vulnerável a ataques de
processionária.

Ausência de gestão das áreas florestais arborizadas e os fogos


recorrentes são as principais causas da degradação do coberto vegetal, tendo
como consequência a delapidação das áreas florestais arborizadas, invasão de matos,
árvores mal conformadas e decrépitas.

Presença de um pinhal desordenado, pelo que se encontram normalmente


povoamentos jovens sobrelotados e povoamentos adultos sublotados.

Existência de núcleos com elevado risco de erosão ao longo das encostas


da Serra do Marão.

29
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..1
1..3
3 O
OBBJJJE
B EC
E CT
CTTIIIV
VO
V OS
OSSE
ESSSPPPEEECCCÍÍÍFFFIIICCCO
OS
O S
S

ˆ Adaptar as práticas silvícolas e maior rigor na escolha das espécies, em


situações de elevado risco de erosão;

ˆ Minimizar os ataques de processionaria em pinheiro bravo;

ˆ Aproveitar e potenciar as situações susceptíveis de uso silvopastoril;

ˆ Incentivar a produção de raças com Denominação de Origem Protegida;

ˆ Minimizar o conflito entre as actividades silvopastoril e florestal;

ˆ Aumentar a área florestal arborizada com espécies bem adaptadas e com bom
potencial produtivo;

ˆ Promover a produção de produtos não-lenhosos, nomeadamente, as plantas


medicinais e aromáticas e os cogumelos silvestres;

ˆ Aumentar o número de espaços florestais destinados ao recreio e lazer;

ˆ Promover percursos pedestres e outras actividades lúdicas de montanha.

30
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..2 BEEIIRRAA D
2 B DOOU
URRO
O

Funcionalidades:

1ª) Protecção – O elevado risco de erosão das vertentes dos principais vales
dos afluentes do Rio Douro, bem como, a ausência de vegetação em vastas áreas
florestais, permite conferir ao espaço florestal desta sub-região, como 1ª função a
protecção;

2ª) Produção – Sub-região com elevado potencial para produção de produtos


lenhosos (castanheiro, carvalhos e pinheiro bravo) e não lenhoso (cogumelos, mel e
castanha);

3ª) Conservação dos habitats, de espécies de fauna e flora e de


geomonumentos – Presença de habitats, de flora e fauna com elevado valor de
conservação, nomeadamente parte dos Sítios “Rede Natura 2000” Rio Paiva e Serra
de Montemuro.

Esta ampla sub-região localiza-se na zona Sul da Região PROF. Limitada a Sul
pela cordilheira formada pelas serranias da Lapa, Leomil e Santa Helena e a Norte
pela área de influência do Rio Douro. Engloba a totalidade dos concelhos de Moimenta
da Beira e Sernancelhe, o Sul dos concelhos de Armamar, Tabuaço e São João da
Pesqueira e grande parte dos concelhos de Penedono e Tarouca, englobando ainda a
parte centro/Este do concelho de Lamego.

31
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

A sub-região apresenta as seguintes características:

Ocupação actual do solo (ha):

Espaço agrícola – 30 400 (33,3%);

Espaço florestal não arborizado – 23 800 (26,1%);

Espaço florestal arborizado – 35 100 (38,5%):

Azinheira – 0 (0%);

Carvalhos – 1 887 (5,4%);

Castanheiro – 2 040 (5,8%);

Eucalipto – 91 (<1%);

Outras folhosas – 309 (<1%);

Outras resinosas – 13 (<1%);

Pinheiro bravo – 30 746 (87,6%);

Pinheiro manso – 0 (0%);

Sobreiro – 60 (<1%).

Disponível para floresta/aptidão (ha) – 8 680.

A sub-região inclui as seguintes áreas da Rede Ecológica Europeia “Natura


2000”:

ˆ Sítios:

o Parcialmente o Sítio Rio Paiva: 18 habitats naturais e semi-naturais (4


prioritários);

o Parcialmente o Sítio Serra de Montemuro: 15 habitats naturais e semi-


naturais (4 prioritários).

No âmbito da sub-região homogénea da Beira Douro, foi possível detectar e


enumerar um conjunto de factores como pontos fortes e limitações/ameaças.

IIIIII..2
2..1
1 P
POON
ONNT
TO
T OS
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FO
F OR
ORRT
TE
T ES
E S
S

Alto potencial para o desenvolvimento da caça.

Excelentes condições para a produção de cogumelos de elevada


qualidade, mel e castanha - A aposta sustentada e equilibrada nestes produtos,
poderá constituir uma mais valia para a sub-região.

Presença significativa de perímetros florestais, pode servir de modelo de


gestão e de condução da floresta aos privados e ajudar a constituição de unidades de
gestão com maior dimensão.

32
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Presença significativa de áreas com potencial produtivo para o


desenvolvimento do castanheiro, carvalho negral e carvalho roble.

A elevada quantidade de regeneração natural de pinheiro bravo aliada a


um modelo de gestão sustentável dos povoamentos, produzem as condições
necessárias para que a condução desta regeneração possa vir a originar povoamentos
adultos de grande qualidade.

Presença de áreas com condições propícias ao desenvolvimento do


pinheiro bravo e do castanheiro.

Abundância de terras agrícolas abandonadas que possibilitam a expansão


da floresta com a utilização de espécies mais exigentes em solos mais férteis,
profundos e frescos.

Área com elevado valor para a conservação – A existência da envolvente


ao Rio Paiva, zona de conservação por excelência, incita a conciliação da referida
função com uma perspectiva de uso múltiplo da floresta.

IIIIII..2
2..2
2 LLIIIM
MIIIT
M TA
T AÇ
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ÇÕÕE
ES
E S/
S /A
AMME
M EA
E AÇ
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Ç AS
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S

Elevada sensibilidade a ataques de pragas e doenças, sobretudo no


castanheiro e pinheiro bravo. O castanheiro encontra-se ameaçado pela doença da
tinta e pelo cancro americano, enquanto que o pinheiro bravo sofre, regularmente,
ataques de processionária.

Os baixos rendimentos do trabalho agrário e a falta de oportunidades


laborais noutros sectores da economia levam ao êxodo das populações rurais para
o litoral e até para países estrangeiros.

Ausência de gestão e os fogos recorrentes são as principais causas da


degradação do coberto vegetal, com invasões de matos, árvores mal conformadas e
decrépitas, principalmente nas áreas de perímetro florestal.

Existência de vastas áreas com ausência de vegetação arbustiva e


arbórea.

Existência de núcleos com elevado risco de erosão, principalmente na


parte Norte.

33
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..2
2..3
3 O
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ESSSPPPEEECCCÍÍÍFFFIIICCCO
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S

ˆ Recuperar áreas extremamente degradadas, recorrendo a arborizações


adaptadas que induzam o restabelecimento da capacidade bioprodutiva,
nomeadamente nos perímetros florestais da Lapa e Leomil;

ˆ Aumentar a área florestal arborizada, com espécies bem adaptadas e com


bom potencial produtivo;

ˆ Reconverter manchas contínuas de pinheiro bravo, para um mosaico florestal


diversificado e compartimentado;

ˆ Angariar novas áreas para a floresta (áreas agrícolas marginais);

ˆ Recuperar áreas ardidas;

ˆ Desenvolver o ordenamento cinegético;

ˆ Expandir a actividade piscatória nas águas interiores;

ˆ Dinamizar a actividade apícola, nomeadamente no concelho e Vila Nova de


Foz Côa;

ˆ Promover a produção da castanha com origem protegida da Lapa;

ˆ Certificar a gestão florestal sustentada do Castanho da Lapa;

ˆ Minimizar os ataques de processionária em pinheiro bravo e controlar a


disseminação das doenças da tinta e cancro no castanheiro.

34
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..3
3 C
CAARRRRAAZZEED
DAA

Funcionalidades:

1) Protecção – O elevado risco de erosão das vertentes dos Rios Douro e Tua,
bem como, a presença de solos com elevado índice de susceptibilidade à
desertificação, confere ao espaço florestal desta sub-região uma importantíssima
função de protecção;

2) Produção – Sub-região com elevado potencial para produção de produtos


lenhosos (carvalhos, sobreiro e pinheiro bravo);

3) Silvopastorícia, Caça e Pesca nas águas interiores – Predominância de


matos e pastagens, aliada a presença de gado ovino e caprino, permite alocar com
segurança a função de silvopastorícia. A caça apresenta também nesta sub-região
um elevado potencial de expansão.

Sub-região coincidente com o planalto de Carrazeda, que abrange


essencialmente a parte centro/Este do concelho de Carrazeda de Ansiães, Sul de Vila
Flor, entrando ainda na parte Oeste de Torre de Moncorvo.

A sub-região apresenta as seguintes características:

Ocupação actual do solo (ha):

Espaço agrícola – 10 800 (37,9%);

Espaço florestal não arborizado – 5 100 (17,9%);

Espaço florestal arborizado – 12 000 (42,2%):

Azinheira – 506 (4,2%);

Carvalhos – 957 (8,0%);

Castanheiro – 228 (1,9%);

Eucalipto – 1 (<1%);

Outras folhosas – 48 (<1%);

Outras resinosas – 28 (<1%);

Pinheiro bravo – 8 716 (72,6%);

Pinheiro manso – 0 (0%);

Sobreiro – 1 481 (12,3%).

Disponível para floresta/aptidão (ha) – 3 130.

De seguida, apresenta-se um conjunto de factores que foi possível detectar e


enumerar como pontos fortes e limitações/ameaças, no âmbito desta sub-região
homogénea.

35
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..3
3..1
1 P
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S

Condições propícias para o desenvolvimento do pinheiro bravo e dos


carvalhos negral e faginea - Arborizações à base de povoamentos puros e
povoamentos mistos de pinheiro bravo com outras espécies como o castanheiro e
alguns carvalhos.

Condições propícias à expansão do sobreiral - Os montados de sobro


encontram nesta sub-região condições para a sua expansão e desenvolvimento, em
povoamentos puros e mistos com azinheira ou pinheiro bravo.

Elevado potencial de uso múltiplo da floresta, nomeadamente a caça,


constitui sem duvida uma mais valia económica e turística desta sub-região. A sua
compatibilização com outras actividades, como a agricultura e a silvicultura, torna-se
imprescindível.

Ao longo da sub-região encontram-se vastas áreas onde abunda a


regeneração natural de pinheiro bravo, provavelmente resultado da ocorrência de
fogos florestais. Estas áreas apresentam, na maior parte dos casos, total ausência de
gestão e acompanhamento.

Elevado potencial para a silvopastorícia de ovinos e caprinos.

Existência na sub-região de uma grande área de terras agrícolas


potencialmente convertíveis em áreas florestais - Estas áreas, que por um lado
podem permitir a utilização de espécies mais rentáveis economicamente, podem por
outro lado, pela sua conversão, permitir a quebra da continuidade do combustível.

Excelentes condições para o desenvolvimento de actividades de recreio


e paisagem - A presença de acidentes paisagísticos naturais, como é o caso dos Rios
Tua e Douro aliados a uma diversidade climática e consequentemente paisagística,
conferem a esta sub-região um enorme potencial no âmbito do recreio e paisagem.

36
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..3
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Mau estado de conservação dos povoamentos de pinheiro bravo - É


abundante a presença de líquenes e más ramificações nos povoamentos de pinheiro
bravo, resultado de uma gestão deficiente ou inexistente.

Elevada susceptibilidade a ataques de pragas e doenças, principalmente


no pinheiro bravo. Os frequentes ataques de processionária abrangem todo o pinhal
do planalto de Carrazeda.

Existência de núcleos com elevado risco de erosão ao longo das encostas


viradas ao Rio Tua, Douro e Sabor.

Solos com elevado índice de susceptibilidade à desertificação


fundamentalmente na parte Norte e Este da sub-região.

IIIIII..3
3..3
3 O
OBBJJJE
B EC
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S

ˆ Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro e azinheira, com


função de protecção das encostas;

ˆ Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro, com função de


produção de cortiça;

ˆ Adaptar as práticas silvícolas e aumentar o rigor na escolha das espécies para


aplicar em situações de elevado risco de erosão;

ˆ Desenvolver o ordenamento cinegético;

ˆ Controlar e amenizar os processos relacionados com a desertificação;

ˆ Criar um mosaico paisagístico diversificado, conciliado com a actividade


silvopastoríl;

ˆ Minimizar os ataques de processionária em pinheiro bravo;

ˆ Criação da denominação da Cortiça do Nordeste;

ˆ Certificar a gestão florestal sustentada do Sobreiro.

37
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..4
4 D
DOOU
URRO
O

Funcionalidades:

1ª) Recreio, enquadramento e estética da paisagem – Funcionalidade


conferida pela forte incidência turística proporcionada pelo Rio Douro e pelo Douro
Vinhateiro Património Mundial, onde a floresta desempenha um papel importante no
sentido em que permite criar um mosaico paisagístico diversificado, com benefício
evidente para as actividades de recreio e paisagem;

2ª) Silvopastorícia, Caça e Pesca nas águas interiores – Elevado potencial


cinegético e aptidão para a pesca ao longo do Rio Douro e seus afluentes;

3ª) Protecção – O elevado risco de erosão das vertentes do Rio Douro, bem
como, o elevado índice de susceptibilidade à desertificação de alguns solos, permite
conferir ao espaço florestal desta sub-região, como 3ª função a protecção;

A sub-região homogénea do Douro prolonga-se ao longo do troço médio do


vale do Rio Douro, englobando o Sul dos concelhos de Santa Marta de Penaguião, Vila
Real, Sabrosa, Alijó e Carrazeda de Ansiães, abrangendo sensivelmente a totalidade
dos concelhos do Peso da Régua e Mesão Frio. O Norte dos concelhos de Lamego,
Armamar, Tabuaço, São João da Pesqueira e a zona Oeste do concelho de Vila Nova
de Foz Côa fazem também parte desta sub-região.

A sub-região apresenta as seguintes características:

Ocupação actual do solo (ha):

Espaço agrícola – 59 800 (53,7%);

Espaço florestal não arborizado – 20 300 (18,2%);

Espaços florestal arborizado – 28 200 (25,3%):

Azinheira – 1 045 (3,7%);

Carvalhos – 3 307 (11,7%);

Castanheiro – 1 471 (5,2%);

Eucalipto – 916 (3,2%);

Outras folhosas – 1 826 (6,5%);

Outras resinosas – 66 (<1%);

Pinheiro bravo – 18 334 (65,0%);

Pinheiro manso – 0 (0%);

Sobreiro – 1 217 (4,3%).

Disponível para floresta/aptidão (ha) – 2 180.

38
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

A sub-região inclui as seguintes áreas da Rede Ecológica Europeia “Natura


2000”:

ˆ Sítios:

o Apenas parcialmente o Sítio Alvão/Marão: 18 habitats naturais e semi-


naturais (4 prioritários).

Apresenta-se de seguida, um conjunto de factores que, no âmbito da sub-


região homogénea do Douro, foi possível eleger e enumerar como pontos fortes e
limitações/ameaças.

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4..1
1 P
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Elevado potencial para actividades de recreio e paisagem – Estamos na


presença de uma sub-região com forte incidência turística devido, essencialmente, ao
Rio Douro e ao Douro Vinhateiro Património Mundial, onde a floresta desempenha um
papel importante no sentido em que permite criar um mosaico paisagístico
diversificado, com benefício evidente para as actividades de recreio e paisagem.

Alto potencial de uso múltiplo da floresta, sobretudo, caça e pesca, que


encontram nesta sub-região boas condições para o seu desenvolvimento.

Condições propícias à expansão do sobreiro e da azinheira - Os


montados de sobro e azinho encontram na parte oriental da sub-região condições
ideais para a sua expansão e desenvolvimento, em povoamentos puros e mistos com
azinheira, principalmente nos concelhos de São João da Pesqueira, Armamar e
Tabuaço.

Presença de áreas com potencial produtivo para o desenvolvimento do


carvalho roble e negral.

Existência de áreas consideráveis com potencial para a produção de


mel e cogumelos de elevada qualidade associada à floresta. Dadas as condições
propícias, a aposta sustentada e equilibrada poderá constituir uma mais valia para
esta sub-região.

Existência de linhas de água rodeadas de interessantes manchas, de


folhosas, que as protegem do assoreamento e das inundações a jusante.

39
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..4
4..2
2 LLIIIM
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Susceptibilidade a ataques de pragas e doenças, especialmente do


pinheiro bravo, que ciclicamente se encontra ameaçado por ataques de processionária.

Presença de pinhal desordenado – Fruto da falta de gestão e dos fogos


recorrentes, o pinhal existente é, regra geral, subaproveitado, pelo que se encontram
povoamentos jovens sobrelotados e povoamentos adultos sublotados, sobretudo nos
concelhos de Vila Real, Sabrosa e Alijó.

Existência de núcleos com elevado risco de erosão ao longo do vale


encaixado do Rio Douro.

Solos com elevado índice de susceptibilidade à desertificação


fundamentalmente nos concelhos de Armamar, Tabuaço, Vila Nova de Foz Côa e São
João da Pesqueira.

IIIIII..4
4..3
3 O
OBBJJJE
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ˆ Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro e azinheira, com


função de protecção das encostas;

ˆ Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro, com função de


produção de cortiça;

ˆ Adaptar as práticas silvícolas e maior rigor na escolha das espécies, em


situações de elevado risco de erosão;

ˆ Desenvolver o ordenamento cinegético;

ˆ Potenciar e expandir o ordenamento aquícola;

ˆ Controlar e amenizar os processos relacionados com a desertificação,


fundamentalmente nos concelhos de Tabuaço, São João da Pesqueira e Vila
Nova de Foz Côa;

ˆ Garantir um mosaico paisagístico diversificado, compatibilizando as


actividades florestais e vitivinícolas;

ˆ Expandir a produção de alguns produtos associados, nomeadamente o


medronho e mel;

ˆ Criação da denominação da Cortiça do Nordeste;

ˆ Certificar a gestão florestal sustentada do Sobreiro.

40
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..5
5 D
DOOU
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RO IN
NTTEER
RNNA
ACCIIO
ONNA
ALL

Funcionalidades:

1ª) Conservação dos habitats, de espécies de fauna e flora e de


geomonumentos – Presença de habitats, de flora e fauna com elevado valor de
conservação, nomeadamente porção do Sítio e ZPE Douro Internacional e da Área
Protegida do Douro Internacional;

2ª) Protecção – O elevado risco de erosão das vertentes do Rio Douro, bem
como, o elevado índice de susceptibilidade à desertificação de alguns solos, permite
conferir ao espaço florestal desta sub-região, como 2ª função a protecção;

3ª) Recreio, enquadramento e estética da paisagem – Funcionalidade


conferida pela forte incidência turística ligada, essencialmente, ao Rio Douro.

Esta sub-região homogénea situa-se na parte Este da Região PROF, fazendo


fronteira com Espanha, sendo coincidente com a Área Protegida do Douro
Internacional. Abrange sensivelmente toda a área do concelho de Freixo de Espada à
Cinta.

A sub-região apresenta as seguintes características:

Ocupação actual do solo (ha):

Espaço agrícola – 9 000 (40,1%);

Espaço florestal não arborizado – 9 900 (44,1%);

Espaço florestal arborizado – 3 500 (15,6%):

Azinheira – 0 (0%);

Carvalhos – 903 (25,8%);

Castanheiro – 30 (<1%);

Eucalipto – 0 (0%);

Outras folhosas – 106 (3,0%);

Outras resinosas – 302 (8,6%);

Pinheiro bravo – 1 858 (53,0%);

Pinheiro manso – 0 (0%);

Sobreiro – 307 (8,8%).

Disponível para floresta/aptidão (ha) – 1 300.

41
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

A sub-região inclui as seguintes áreas da Rede Ecológica Europeia “Natura


2000”:

ˆ Sítios:

o Parcialmente o Sítio Douro Internacional: 26 habitats naturais e semi-


naturais (4 prioritários).

ˆ ZPE:

o Parcialmente a ZPE Douro Internacional e Vale do Águeda: 23 espécies


alvo (Anexo I da Directiva 79/409/CEE).

De seguida faz-se a descrição de um conjunto de factores, no âmbito da sub-


região homogénea do Douro Internacional, que foi possível considerar como pontos
fortes e limitações/ameaças.

IIIIII..5
5..1
1 P
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Área com elevado valor para a conservação – A existência do Parque


Natural do Douro Internacional, zona de conservação por excelência, incita a
conciliação da anterior função com uma perspectiva de uso múltiplo da floresta.

Elevado investimento público – Esta foi uma das sub-regiões onde o


investimento público teve grande expressão, nos últimos 30 anos.

Elevado potencial para o uso múltiplo da floresta – Estamos na presença


de uma sub-região extremamente rica em recursos piscícolas (Rio Douro e afluentes),
cinegéticos e silvopastoris (raça ovina Churra da terra quente).

Existência abundante de regeneração natural, sobretudo de sobreiro no


sub-bosque de povoamentos adultos.

Grande quantidade de terrenos agrícolas abandonados ocupados por


matos (espaços silvestres).

Condições propícias à expansão do sobreiro, azinheira e lodão bastardo


- Os montados de sobro e azinho encontram nesta sub-região condições ideais para a
sua expansão e desenvolvimento, em povoamentos puros e mistos.

Excelentes condições para actividades de recreio e paisagem.

Existência de áreas consideráveis com potencial para a produção de


produtos florestais não-lenhosos, nomeadamente o mel, os cogumelos e as
plantas aromáticas.

42
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..5
5..2
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A diminuição da população na sub-região tem implicado uma diminuição


da mão-de-obra e o aumento do abandono das terras que, como consequência,
aumenta a probabilidade de incêndio.

Fogos florestais e áreas ardidas – É uma sub-região muito fustigada pelos


incêndios florestais, devido a dois factores principais: condições climatéricas
marginais, provocadas pelas elevadas temperaturas e baixa humidade no Verão,
propícias à propagação do fogo e; frequente descontrolo das queimadas realizadas
pelos pastores, pela necessidade de criar áreas de pasto para a raça ovina Churra da
terra quente.

Desordenamento das áreas de pastoreio - O facto de não serem criadas


áreas restritas de pastoreio, sujeitas a um plano de queimadas, leva à ocorrência de
fogos com origem em queimadas.

Falta de gestão em grandes áreas de sobreiro que foram sujeitas a


investimento público avultados, nomeadamente PAF, sem qualquer processo de
gestão e acompanhamento, encontrando-se na actualidade ocupadas por matos.

Os povoamentos em geral, independentemente da espécie, apresentam gestão


deficiente (abandono), permitindo a acumulação de matos e não aproveitando
devidamente a regeneração natural.

Existência de núcleos com elevado risco de erosão ao longo do vale


encaixado do Rio Douro.

Solos com elevado índice de susceptibilidade à desertificação.

IIIIII..5
5..3
3 O
OBBJJJE
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ESSSPPPEEECCCÍÍÍFFFIIICCCO
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S

ˆ Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro e azinheira, com


função de protecção das encostas;

ˆ Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro, com função de


produção de cortiça;

ˆ Adaptar as práticas silvícolas e ser mais rigorosos na escolha das espécies,


em situações de elevado risco de erosão;

ˆ Desenvolver o ordenamento cinegético;

ˆ Potenciar e expandir o ordenamento aquícola;

ˆ Controlar e amenizar os processos relacionados com a desertificação,

43
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

fundamentalmente na parte Sul do concelho de Freixo de Espada à Cinta;

ˆ Fomentar o potencial do turismo de natureza desta sub-região, aliada aos


valores de conservação e a diversidade florística e faunística da sub-região;

ˆ Expandir a produção de alguns produtos associados, nomeadamente o mel,


cogumelos e plantas aromáticas;

ˆ Criação da denominação da Cortiça do Nordeste;

ˆ Certificar a gestão florestal sustentada do Sobreiro.

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..6
6 D
DOOU
UR OS
RO SUUPPEERRIIO
ORR

Funcionalidades:

1ª) Silvopastorícia, Caça e Pesca nas águas interiores – Predominância


de matos e pastagens, aliada a presença de gado ovino, permite alocar a função de
silvopastorícia. A caça apresenta igualmente nesta sub-região um elevado
potencial de expansão;

2ª) Protecção – O elevado índice de susceptibilidade à desertificação de


alguns solos, confere ao espaço florestal desta sub-região uma importante função de
protecção;

3ª) Recreio, enquadramento e estética da paisagem – Funcionalidade


conferida pela forte incidência turística ligada, essencialmente, ao Vale do Côa e pelo
elevado potencial para turismo em espaço rural e turismo de natureza.

Sub-região localizada na parte Este da área PROF, que engloba cerca de 90%
da área do concelho de Torre de Moncorvo, o concelho de Vila Nova de Foz Côa, à
excepção da sua parte Oeste, entrando ainda em algumas áreas na parte Oeste do
concelho de Freixo de Espada à Cinta.

A sub-região apresenta as seguintes características:

Ocupação actual do solo (ha):

Espaço agrícola – 36 700 (40,9%);

Espaço florestal não arborizado – 38 700 (43,2%);

Espaço florestal arborizado – 13 400 (15,0%):

Azinheira – 829 (6,2%);

Carvalhos – 2 438 (18,2%);

Castanheiro – 65 (<1%);

Eucalipto – 569 (4,2%);

Outras folhosas – 513 (3,8%);

Outras resinosas – 181 (1,4%);

Pinheiro bravo – 6 769 (50,5%);

Pinheiro manso – 0 (0%);

Sobreiro – 2 049 (15,3%).

Disponível para floresta/aptidão (ha) – 4 520.

45
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

A sub-região inclui as seguintes áreas da Rede Ecológica Europeia “Natura


2000”:

ˆ Sítios:

o Parcialmente o Sítio Douro Internacional: 26 habitats naturais e semi-


naturais (4 prioritários);

o Parcialmente o Sítio Rios Sabor e Maçãs: 19 habitats naturais e semi-


naturais (3 prioritários).

ˆ ZPE:

o Parcialmente a ZPE Douro Internacional e Vale do Águeda: 23 espécies


alvo (Anexo I da Directiva 79/409/CEE);

o Parcialmente a ZPE Rios Sabor e Maçãs: 14 espécies alvo (Anexo I da


Directiva 79/409/CEE);

o Parcialmente a ZPE Vale do Côa: 18 espécies alvo (Anexo I da Directiva


79/409/CEE).

Seguidamente descreve-se um conjunto de factores que foi possível detectar e


enumerar como pontos fortes e limitações/ameaças, no âmbito da sub-região
homogénea do Douro Superior.

IIIIII..6
6..1
1 P
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S

Excelentes condições para a produção de produtos florestais não-


lenhosos, nomeadamente o mel, a castanha e os cogumelos de elevada qualidade. O
mel e os cogumelos são actividades secundárias que complementam economicamente
a exploração e gestão florestal, não devendo ser desperdiçadas as potencialidades que
a sub-região apresenta.

Elevado potencial para a prática da caça e boas condições para a


silvopastorícia - Torna-se imperativo que a caça e a silvopastorícia, sejam geridas,
para que se tornem uma mais valia económica e turística sem entrarem em conflito
com actividades como a silvicultura e a agricultura.

Existência abundante de regeneração natural, principalmente de sobreiro


no sub-bosque de povoamentos adultos.

Grande quantidade de terrenos agrícolas abandonados ocupados por


matos (espaços silvestres).

Condições propícias à expansão do sobreiro, azinheira, zimbro,

46
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

carvalho cerquinho e castanheiro - Os montados de sobro e azinho encontram


nesta sub-região condições ideais para a sua expansão e desenvolvimento, em
povoamentos puros e mistos.

Excelentes condições para actividades de recreio e paisagem.

Declínio do amendoal - Verifica-se um pouco por toda a sub-região, o


abandono de grandes áreas de amendoal, podendo ser convertidas em espaços
florestais.

IIIIII..6
6..2
2 LLIIIM
MIIIT
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S /A
AMME
M EA
E AÇ
A ÇA
Ç AS
A S
S

Fogos florestais e áreas ardidas – Estamos na presença de uma sub-região


muito fustigada pelos incêndios devido a dois factores principais: condições
climatéricas marginais no Verão, propícias a propagação do fogo e; queimadas
descontroladas pela necessidade que os pastores têm em criar áreas de pasto para a
raça ovina Churra da terra quente.

Os solos desta sub-região apresentam elevada susceptibilidade à


desertificação, daí a necessidade de apoios de forma a minimizar esta tendência.

Mau estado de conservação dos povoamentos - A má gestão (abandono),


independentemente da espécie presente, conduz à acumulação de matos e ao não
aproveitamento da regeneração natural.

Grande susceptibilidade a ataques de pragas e doenças, principalmente


no castanheiro. É frequente encontrarem-se povoamentos de castanheiro afectados
pela doença da tinta e do cancro americano.

IIIIII..6
6..3
3 O
OBBJJJE
B EC
E CT
CTTIIIV
VO
V OS
OSSE
ESSSPPPEEECCCÍÍÍFFFIIICCCO
OS
O S
S

ˆ Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro e azinheira, com


função de protecção das encostas;

ˆ Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro, com função de


produção de cortiça;

ˆ Adaptar as práticas silvícolas e maior rigor na escolha das espécies, em


situações de elevado risco de erosão;

ˆ Desenvolver o ordenamento cinegético;

ˆ Criação de zonas de pastagens permanentes;

ˆ Aproveitar as áreas com elevado potencial de uso silvopastoril;

47
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

ˆ Incentivar à produção de raças com Denominação de Origem Protegida,


nomeadamente a Churra da Terra Quente e a Mirandesa;

ˆ Controlar e amenizar os processos relacionados com a desertificação;

ˆ Fomentar o potencial do turismo de natureza desta sub-região, aliada aos


valores de conservação e a diversidade florística e faunística da sub-região;

ˆ Expandir a produção de alguns produtos associados, nomeadamente o mel,


castanha e cogumelos;

ˆ Criação da denominação da Cortiça do Nordeste;

ˆ Certificar a gestão florestal sustentada do Sobreiro.

48
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..7
7 M
MOON
NTTEEM
MUUR
ROO

Funcionalidades:

1ª) Produção – Conjuntura propícia para produção de lenho de pinheiro


bravo, castanheiro, cerejeira e carvalho e de alguns produtos não lenhosos,
principalmente os cogumelos;

2ª) Conservação dos habitats, de espécies de fauna e flora e de


geomonumentos – Presença de habitats, de flora e fauna com elevado valor de
conservação, designadamente porção do Sítio Serra de Montemuro;

3ª) Silvopastorícia, Caça e Pesca nas águas interiores – A presença de


áreas de pastagem em montanha, conferem a esta sub-região com elevado potencial
silvopastoril. Possuindo igualmente um enorme potencial cinegético.

A sub-região homogénea de Montemuro estende-se pelas vertentes


setentrionais da Serra das Meadas, Serra de Santa Helena e Serra do Mouro,
abrangendo a região Oeste e Sul do concelho de Lamego e Sudoeste do concelho de
Tarouca.

A sub-região apresenta as seguintes características:

Ocupação actual do solo (ha):

Espaço agrícola – 1 600 (22,0%);

Espaço florestal não arborizado – 2 900 (40,0%);

Espaço florestal arborizado – 2 500 (34,5%):

Azinheira – 0 (0%);

Carvalhos – 122 (4,9%);

Castanheiro – 85 (3,4%);

Eucalipto – 5 (<1%);

Outras folhosas – 57 (2,3%);

Outras resinosas – 152 (6,1%);

Pinheiro bravo – 2 057 (82,3%);

Pinheiro manso – 0 (0%);

Sobreiro – 0 (0%).

Disponível para floresta/aptidão (ha) – 375.

49
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

A sub-região inclui as seguintes áreas da Rede Ecológica Europeia “Natura


2000”:

ˆ Sítios:

o Parcialmente o Sítio Serra de Montemuro: 15 habitats naturais e semi-


naturais (4 prioritários).

No âmbito da sub-região homogénea de Montemuro, foi possível detectar e


enumerar um conjunto de factores como pontos fortes e limitações/ameaças.

IIIIII..7
7..1
1 P
POON
ONNT
TO
T OS
OSSF
FO
F OR
ORRT
TE
T ES
E S
S

Condições propícias para o desenvolvimento do pinheiro bravo,


castanheiro, cerejeira e carvalhos - Arborizações à base de povoamentos puros e
povoamentos mistos de pinheiro bravo com outras espécies como o castanheiro e
alguns carvalhos havendo, nos pontos mais elevados, condições para o
desenvolvimento de resinosas exóticas.

Abundância de terras agrícolas abandonadas, que poderá proporcionar a


expansão da floresta com espécies mais exigentes em solos mais férteis, profundos e
frescos.

Grande quantidade de regeneração natural de pinheiro bravo, aliada a


um modelo de gestão de povoamentos de pinheiro bravo, produzem as condições
necessárias para que a condução desta regeneração possa vir a desenvolver
povoamentos adultos de grande qualidade.

Excelentes condições para a produção de cogumelos de elevada


qualidade - Dadas as condições propícias, a aposta sustentada e equilibrada poderia
constituir uma mais valia para a sub-região.

Presença significativa de perímetros florestais - A presença destas matas


estatais podem servir de modelos de gestão e de condução da floresta aos privados.

Condições propícias para a implementação e desenvolvimento caça e


silvopastorícia.

Bom potencial para o desenvolvimento de percursos pedestres e outros


desportos de ar livre.

Área com elevado valor para a conservação – A existência do Sítio da


Rede Natura 2000, Serra de Montemuro, zona de conservação por excelência, incita a
conciliação da anterior função com uma perspectiva de uso múltiplo da floresta.

50
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..7
7..2
2 LLIIIM
MIIIT
M TA
T AÇ
A ÇÕ
ÇÕÕE
ES
E S/
S /A
AMME
M EA
E AÇ
A ÇA
Ç AS
A S
S

Susceptibilidade a ataques de pragas e doenças, principalmente no


pinheiro bravo, que se encontra ciclicamente ameaçado por ataques de processionária.

O elevado número de fogos florestais e áreas ardidas - São uma grande


ameaça para a floresta, já que nos últimos anos se tem verificado um elevado número
de ocorrências, que têm produzido grandes áreas ardidas.

Presença de grandes áreas florestais com ausência de coberto vegetal -


A falta de gestão e os fogos recorrentes são as principais causas da degradação do
coberto vegetal, com invasões de matos, árvores mal conformadas e decrépitas,
principalmente nas áreas de perímetro florestal.

IIIIII..7
7..3
3 O
OBBJJJE
B EC
E CT
CTTIIIV
VO
V OS
OSSE
ESSSPPPEEECCCÍÍÍFFFIIICCCO
OS
O S
S

ˆ Aumentar a superfície florestal arborizada com espécies de bom potencial


produtivo e bem adaptadas a região, nomeadamente os carvalhos, a
cerejeira, o castanheiro e o pinheiro bravo;

ˆ Desenvolver o ordenamento cinegético e a silvopastorícia;

ˆ Fomentar o potencial do turismo de natureza desta sub-região, aliada aos


valores de conservação e a diversidade florística e faunística da sub-região;

ˆ Expandir a produção de alguns produtos associados, nomeadamente os


cogumelos;

ˆ Minimizar os ataques de processionária em pinheiro bravo e controlar a


disseminação das doenças da tinta e cancro no castanheiro;

ˆ Promover percursos pedestres e outras actividades lúdicas de montanha;

ˆ Promover a restauração do coberto vegetal em áreas extremamente


degradadas;

ˆ Reconverter manchas de pinheiro bravo para um mosaico florestal


diversificado e compartimentado.

51
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..8
8 O
OLLO
O

Funcionalidades:

1ª) Conservação dos habitats, de espécies de fauna e flora e de


geomonumentos – Presença de habitats, de flora e fauna com elevado valor de
conservação, designadamente porção do Sítio Alvão/Marão e da Área Protegida do
Alvão;

2ª) Silvopastorícia, Caça e Pesca nas águas interiores – Antiga tradição


silvopastoril à base da raça bovina autóctone “Maronesa”, aliada a presença
significativa de lameiros de pastagem;

3ª) Recreio, enquadramento e estética da paisagem – Elevado potencial


para actividades de montanha, aliadas a uma paisagem serrana de elevado valor
estético.

Pequena sub-região localizada na parte Oeste da Região PROF, coincidindo com


o limite do Parque Natural do Alvão, ocupando a zona Noroeste do concelho de Vila
Real.

A sub-região apresenta as seguintes características:

Ocupação actual do solo (ha):

Espaço agrícola – 160 (3,7%);

Espaço florestal não arborizado – 3 688 (85,8%);

Espaço florestal arborizado – 442 (10,3%):

Azinheira – 0 (0%);

Carvalhos – 333 (75,3%);

Castanheiro – 0 (0%);

Eucalipto – 0 (0%);

Outras folhosas – 0 (0%);

Outras resinosas – 0 (0%);

Pinheiro bravo – 109 (24,7%);

Pinheiro manso – 0 (0%);

Sobreiro – 0 (0%).

Disponível para floresta/aptidão (ha) – 65.

52
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

A sub-região inclui as seguintes áreas da Rede Ecológica Europeia “Natura


2000”:

ˆ Sítios:

o Parcialmente o Sítio Alvão/Marão: 18 habitats naturais e semi-naturais


(4 prioritários).

No âmbito da sub-região homogénea de Olo, foi possível detectar e enumerar


um conjunto de factores como pontos fortes e limitações/ameaças.

IIIIII..8
8..1
1 P
POON
ONNT
TO
T OS
OSSF
FO
F OR
ORRT
TE
T ES
E S
S

Área com elevado valor para a conservação – A existência do Parque


Natural do Alvão, zona de conservação por excelência, incita a conciliação da anterior
função com uma perspectiva de uso múltiplo da floresta.

Condições propícias à implementação e desenvolvimento da pesca e


silvopastorícia.

Existência de áreas significativas com potencial produtivo óptimo para


carvalhos e castanheiros.

Presença de áreas significativas com potencial para produtos não-


lenhosos, nomeadamente os cogumelos de elevada qualidade e as plantas
aromáticas.

Actividades de recreio e paisagem – Esta sub-região homogénea apresenta


condições para o desenvolvimento de percursos pedestres e outros desportos de ar
livre.

Abundância de bosques de carvalhos e castanheiros é essencial para


manter a diversidade florística e faunística, pelo que a sua manutenção deverá ser
fomentada.

Existência de lameiros de pastagem é uma mais valia para a apascentação


da raça bovina autóctone “Maronesa”, pelo que o melhoramento destes prados poderá
ajudar à progressão da actividade silvopastoril.

IIIIII..8
8..2
2 LLIIIM
MIIIT
M TA
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S /A
AMME
M EA
E AÇ
A ÇA
Ç AS
A S
S

Susceptibilidade a ataques de pragas e doenças, principalmente no


pinheiro bravo.

Presença de grandes áreas florestais com ausência de coberto vegetal -


A falta de gestão e os fogos recorrentes são as principais causas da degradação do

53
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

coberto vegetal, com invasões de matos, árvores mal conformadas e decrépitas.

Ausência de gestão florestal - Como consequência, os pinhais e carvalhais,


regra geral, encontram-se subaproveitados, pelo que é frequente deparar
povoamentos jovens sobrelotados e povoamentos adultos sublotados.

Uso tradicional do fogo para gestão de pastagens e ausência de um


plano de gestão das mesmas áreas.

IIIIII..8
8..3
3 O
OBBJJJE
B EC
E CT
CTTIIIV
VO
V OS
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ESSSPPPEEECCCÍÍÍFFFIIICCCO
OS
O S
S

ˆ Desenvolver o ordenamento cinegético;

ˆ Criação de áreas de pastagem permanente;

ˆ Potenciar a Raça Bovina “Maronesa”;

ˆ Fomentar o potencial do turismo de natureza desta sub-região, aliada aos


valores de conservação e a diversidade florística e faunística da sub-região;

ˆ Expandir a produção de alguns produtos associados, nomeadamente os


cogumelos;

ˆ Promover percursos pedestres e outras actividades lúdicas de montanha;

ˆ Promover a restauração do coberto vegetal em áreas extremamente


degradadas;

ˆ Reconverter manchas de pinheiro bravo para um mosaico florestal


diversificado e compartimentado;

ˆ Proteger, conservar e potenciar a utilização de espécies autóctones nas


serranias da sub-região.

54
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..9
9 P
PAAD
DRREELLA
A

Funcionalidades:

1ª) Produção – Sub-região com elevado potencial para produção de produtos


lenhosos (pinheiro bravo e carvalhos);

2ª) Silvopastorícia, Caça e Pesca nas águas interiores – Elevado potencial


para o desenvolvimento e implementação da caça e pesca.

3ª) Recreio, enquadramento e estética da paisagem – Espaços florestais


com boas condições para o desenvolvimento de percursos pedestres e outros
desportos de ar livre.

A sub-região da Padrela situa-se na parte Norte da Região PROF, sendo


limitada a Norte pelas Serras da Padrela e Falperra. A sua área abrange
essencialmente o Norte dos concelhos de Alijó e Sabrosa e ainda o Nordeste do
concelho de Vila Real.

A sub-região apresenta as seguintes características:

Ocupação actual do solo (ha):

Espaço agrícola – 4 700 (18,8%);

Espaço florestal não arborizado – 10 700 (42,8%);

Espaço florestal arborizado – 9 200 (36,8%):

Azinheira – 0 (0%);

Carvalhos – 159 (1,7%);

Castanheiro – 50 (<1%);

Eucalipto – 46 (<1%);

Outras folhosas – 1 155 (12,6%);

Outras resinosas – 0 (0%);

Pinheiro bravo – 7 746 (84,2%);

Pinheiro manso – 0 (0%);

Sobreiro – 2 (<1%).

Disponível para floresta/aptidão (ha) – 3 370.

55
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

A sub-região inclui as seguintes áreas da Rede Ecológica Europeia “Natura


2000”:

ˆ Sítios:

o Apenas parcialmente o Sítio Alvão/Marão: 18 habitats naturais e semi-


naturais (4 prioritários).

De seguida, apresenta-se um conjunto de factores que foi possível detectar e


enumerar como pontos fortes e limitações/ameaças no âmbito desta sub-região
homogénea.

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9..1
1 P
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T ES
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S

Elevado potencial para o desenvolvimento e implementação da caça e


pesca.

Presença de áreas e condições propícias à produção de produtos não-


lenhosos, principalmente, cogumelos de elevada qualidade. Dadas as condições
propícias, a aposta sustentada e equilibrada poderá constituir uma mais valia para a
sub-região.

Existência de áreas significativas com potencial produtivo óptimo para o


pinheiro bravo e carvalho negral.

Presença de bosques de carvalhos assume grande importância para a


conservação e protecção dos recursos florestais, ecológicos e paisagísticos.

Grande quantidade de regeneração natural, aliada a um modelo de gestão


de povoamentos de pinheiro bravo, produzem as condições necessárias para que a
condução desta regeneração possa vir a desenvolver povoamentos adultos de grande
qualidade.

Boas condições para o desenvolvimento de percursos pedestres e


outros desportos de ar livre.

IIIIII..9
9..2
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S /A
AMME
M EA
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Ç AS
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S

Elevada susceptibilidade a ataques de pragas e doenças, nomeadamente


os povoamentos de pinheiro bravo, que são frequentemente fustigados por ataques de
processionária.

Êxodo rural - Os baixos rendimentos do trabalho agrário e a falta de


oportunidades laborais noutros sectores da economia, levam ao êxodo das populações

56
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

rurais para o litoral e até para países estrangeiros em busca de melhores condições de
vida.

Fogos florestais e áreas ardidas - São uma grande ameaça para a floresta
já que nos últimos anos se tem verificado um elevado número de ocorrências, que
têm produzido grandes áreas ardidas.

Degradação do coberto vegetal – A falta de gestão e os fogos recorrentes


são as principais causas da degradação do coberto vegetal, com invasões de matos,
árvores mal conformadas e decrépitas.

Ausência de gestão florestal aliada aos fogos recorrentes, torna o pinhal


existente, regra geral, subaproveitado, pelo que encontramos frequentemente
povoamentos jovens sobrelotados e povoamentos adultos sub lotados.

Presença intrusiva de pedreiras em áreas florestais.

IIIIII..9
9..3
3 O
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B EC
E CT
CTTIIIV
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V OS
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ESSSPPPEEECCCÍÍÍFFFIIICCCO
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O S
S

ˆ Recuperação das áreas florestais onde estão inseridas pedreiras;

ˆ Desenvolver o ordenamento cinegético;

ˆ Fomentar o potencial do turismo de natureza desta sub-região, aliada aos


valores de conservação e a diversidade florística e faunística da sub-região;

ˆ Expandir a produção de alguns produtos associados, nomeadamente os


cogumelos;

ˆ Minimizar os ataques de processionária em pinheiro bravo;

ˆ Promover percursos pedestres e outras actividades lúdicas;

ˆ Reconverter manchas de pinheiro bravo, para um mosaico florestal


diversificado e compartimentado;

ˆ Proteger, conservar e potenciar a utilização de espécies autóctones;

ˆ Aumentar a superfície florestal arborizada com espécies de bom potencial


produtivo e bem adaptadas a região.

57
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..1
100 S
SAABBO
ORR

Funcionalidades:

1ª) Protecção - O elevado índice de susceptibilidade à desertificação de


alguns solos, confere ao espaço florestal desta sub-região uma importante função de
protecção;

2ª) Produção – Esta sub-região apresenta áreas com elevado potencial para
produção de cortiça, mel e cogumelos;

3ª) Recreio, enquadramento e estética da paisagem – Espaços florestais


em galeria com características paisagísticas interessantes.

É uma pequena sub-região homogénea localizada na fracção Noroeste da


Região PROF, que se prolonga da extremidade Noroeste até ao centro do concelho de
Vila Flor.

A sub-região apresenta as seguintes características:

Ocupação actual do solo (ha):

Espaço agrícola – 3 100 (37,7%);

Espaço florestal não arborizado – 2 700 (32,9%);

Espaço florestal arborizado – 2 300 (29,2%):

Azinheira – 0 (0%);

Carvalhos – 0 (0%);

Castanheiro – 3 (<1%);

Eucalipto – 0 (0%);

Outras folhosas – 472 (20,5%);

Outras resinosas – 312 (13,5%);

Pinheiro bravo – 857 (37,3%);

Pinheiro manso – 0 (0%);

Sobreiro – 709 (30,8%).

Disponível para floresta/aptidão (ha) – 280.

Apresenta-se de seguida, um conjunto de factores que foi possível eleger e


enumerar como pontos fortes e limitações/ameaças.

58
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..1
100..1
1 P
POON
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OSSF
FO
F OR
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T ES
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S

Boas características para o fomento de actividades de recreio e


paisagem, dado o enquadramento paisagístico diversificado desta sub-região
envolvida pelo Vale do Tua, Vale do Sabor e Serra de Bornes.

Condições propícias à expansão do sobreiro, zimbro e azinheira – Os


montados de sobro e azinho encontram nesta sub-região condições ideais para a sua
expansão e desenvolvimento, em povoamentos puros e mistos.

Presença de áreas e condições propícias a expansão de produtos


associados – O mel e os cogumelos são actividades secundárias que complementam
economicamente a exploração e gestão florestal, não devendo, por isso, serem
desperdiçadas as potencialidades que, a este nível, a sub-região possui.

IIIIII..1
100..2
2 LLIIIM
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M TA
T AÇ
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S /A
AMME
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S

Êxodo rural - A diminuição da população na sub-região tem implicado uma


diminuição da mão-de-obra e o abandono das terras que, como consequência,
aumentam a probabilidade de ocorrência de incêndios.

Infra-estruturas de prevenção e combate - A sub-região necessita de um


incremento ao nível das infra-estruturas de prevenção e combate. O reajustamento da
rede de postos de vigia, de forma a aumentar a área visível, é outro aspecto a
considerar nesta sub-região homogénea.

Solos com elevada susceptibilidade à desertificação - A presença de solos


com elevada susceptibilidade à desertificação, justifica que a sub-região possa vir a
beneficiar de apoios que possibilitem minimizar esta tendência.

Elevada susceptibilidade a ataques de pragas e doenças - Os ataques de


processionária do pinheiro são um mal que afecta toda a Região PROF. A sub-região
do Sabor não constitui excepção.

Ausência de gestão florestal - Os povoamentos, em geral, não apresentam


qualquer tipo de gestão florestal, particularmente os povoamentos de pinheiro bravo.

59
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..1
100..3
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B EC
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S

ˆ Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro, azinheira, carvalho


negral com função de protecção das encostas;

ˆ Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro, com função de


produção de cortiça;

ˆ Adaptar as práticas silvícolas e ser mais rigorosos na escolha das espécies,


em situações de elevado risco de erosão;

ˆ Desenvolver o ordenamento cinegético;

ˆ Aproveitar as áreas com elevado potencial de uso silvopastoril;

ˆ Incentivar à produção de raças com Denominação de Origem Protegida,


nomeadamente a Churra da Terra Quente e a Mirandesa;

ˆ Controlar e amenizar os processos relacionados com a desertificação;

ˆ Fomentar o potencial do turismo de natureza desta sub-região, aliada aos


valores de conservação e a diversidade florística e faunística da sub-região;

ˆ Expandir a produção de alguns produtos associados, nomeadamente o mel e


os cogumelos;

ˆ Criação da denominação da Cortiça do Nordeste;

ˆ Certificar a gestão florestal sustentada do Sobreiro.

60
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..1
111 T
TUUAA
Funcionalidades:

1ª) Protecção – O elevado índice de susceptibilidade à desertificação de


alguns solos, confere ao espaço florestal desta sub-região uma importante função de
protecção;

2ª) Produção – Esta sub-região apresenta áreas com elevado potencial para
produção de cortiça;

3ª) Silvopastorícia, Caça e Pesca nas águas interiores – A presença do


Rio Tua e seus afluentes confere a esta sub-região um enorme potencial para o
desenvolvimento de pesca.

Os limites desta sub-região coincidem com os limites da bacia hidrográfica do


Rio Tua, estendendo-se desde o Norte do concelho de Vila Flor, passando pelo Norte
de Carrazeda de Ansiães e Alijó, prolongando-se para Sul ao longo da fronteira dos
concelhos de Alijó e Carrazeda de Ansiães.

A sub-região apresenta as seguintes características:

Ocupação actual do solo (ha):

Espaço agrícola – 4 400 (36,0%);

Espaço florestal não arborizado – 2 100 (17,2%);

Espaço florestal arborizado – 5 700 (46,6%):

Azinheira – 0 (0%);

Carvalhos – 324 (5,7%);

Castanheiro – 7 (<1%);

Eucalipto – 0 (0%);

Outras folhosas – 1 (<1%);

Outras resinosas – 12 (<1%);

Pinheiro bravo – 3 917 (70,0%);

Pinheiro manso – 0 (0%);

Sobreiro – 1 419 (24,9%).

Disponível para floresta/aptidão (ha) – 162.

De seguida faz-se a descrição de um conjunto de factores, no âmbito da sub-


região homogénea do Tua, que foi possível considerar como pontos fortes e
limitações/ameaças.

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

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OSSF
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Presença de áreas com potencial produtivo, nomeadamente o pinheiro


bravo, sendo disso prova a presença significativa de povoamentos mistos de pinheiro
bravo e de sobreiro nas zonas mais elevadas. Existindo todo o interesse em expandir e
fomentar as áreas ocupadas por este tipo de povoamentos.

Significativa a presença de regeneração natural de sobreiro e de azinheira


no sub-bosque de povoamentos adultos.

Subericultura - Presença de condições propícias ao alargamento do sobreiral.


Os montados de sobro encontram nesta sub-região condições favoráveis ao seu
alargamento e melhoramento.

Boas características para o fomento de actividades de recreio e


paisagem - A sub-região oferece condições óptimas para o recreio e paisagem,
principalmente, pela elevada diversidade associada ao Vale do Tua.

Presença de povoamentos mistos de sobreiro, zimbro e azinheira.

Elevado potencial para o desenvolvimento da pesca, aliada ao Rio Tua e


seus afluentes.

IIIIII..1
111..2
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S

Existência de núcleos com elevado risco de erosão – Os acentuados


declives das encostas desta sub-região, propiciam, para além dos elevados níveis de
erosão, a ocorrência de condições favoráveis à propagação de fogos florestais.

Solos com elevado índice de susceptibilidade à desertificação, facto


suficiente para que a sub-região possa beneficiar de medidas de apoio para minimizar
esta tendência.

Especialização agrária - As extensas áreas ocupadas pela vinha e olival


dificultam a expansão da área florestal.

Ausência de gestão florestal aliada a fogos recorrentes, torna o pinhal e


sobreiral existentes, regra geral, subaproveitados.

62
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIIIII..1
111..3
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OBBJJJE
B EC
E CT
CTTIIIV
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V OS
OSSE
ESSSPPPEEECCCÍÍÍFFFIIICCCO
OS
O S
S

ˆ Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro, azinheira, carvalho


negral com função de protecção das encostas;

ˆ Aumentar a superfície florestal arborizada com sobreiro, com função de


produção de cortiça;

ˆ Adaptar as práticas silvícolas e maior rigor na escolha das espécies, em


situações de elevado risco de erosão;

ˆ Controlar e amenizar os processos relacionados com a desertificação;

ˆ Expandir a actividade piscatória nas águas interiores;

ˆ Fomentar o potencial do turismo de natureza desta sub-região, aliada aos


valores de conservação e a diversidade florística e faunística da sub-região;

ˆ Expandir a produção de alguns produtos associados, nomeadamente o mel e


os cogumelos;

ˆ Criação da denominação da Cortiça do Nordeste;

ˆ Certificar a gestão florestal sustentada do Sobreiro.

63
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

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As normas gerais de silvicultura contemplam um conjunto de regras comuns a


todas as sub-regiões homogéneas e que devem ser cumpridas independentemente da
função principal inerente a cada uma delas. Este conjunto de normas balizadoras do
planeamento assenta nos princípios da Gestão Florestal Sustentável e está organizado
por temáticas de planeamento florestal, desde a plantação à exploração florestal.

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ˆ Considerar, no processo de florestação, a manutenção e valorização de


ecossistemas com valor de conservação;

ˆ Manter e conservar os maciços arbóreos, arbustivos e/ou compostos por


exemplares notáveis de espécies autóctones;

ˆ Respeitar os valores geológicos, ecológicos, patrimoniais e culturais, bem


como infra-estruturas tradicionais (muretes, poços, etc.);

ˆ Averiguar as condicionantes legais de alteração do uso do solo aplicáveis à


zona a reflorestar;

ˆ Não deve ser permitido (re)arborização em áreas afectas à defesa da floresta


contra incêndios:

o nas faixas de interrupção de combustível;

o em áreas com espécies e/ou habitats classificados não arborizados, cuja


recuperação ou manutenção num estado favorável de conservação
aconselhe a não arborização;

o em áreas afectas à protecção do património cultural e arqueológico, nos


termos da legislação em vigor;

o em áreas abrangidas por servidões administrativas e outras restrições


de utilidade pública, como faixas de protecção a marcos geodésicos,

64
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

condutas de gás, etc..

ˆ Deverão ser seleccionados os melhores locais para o desenvolvimento da


espécie a plantar. Esta selecção deverá basear-se em análises de solo e
observação da vegetação existente;

ˆ A eliminação dos cepos, para a reflorestação, deve privilegiar técnicas de


protecção do solo, nomeadamente o destroçamento no local, desde que não
apresente riscos fitossanitários.

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ˆ Averiguar no local a possibilidade de utilização da regeneração natural;

ˆ Deverão ser privilegiadas espécies indígenas ou as espécies não indígenas


classificadas como naturalizadas ou com interesse para a arborização,
regulamentadas por legislação nacional;

ˆ Escolher preferencialmente as espécies indicadas como prioritárias ou


relevantes para as sub-regiões homogéneas;

ˆ Considerar no processo de arborização a adaptabilidade da espécie à estação.


Seleccionar, sempre que possível, proveniências adaptadas à estação;

ˆ Avaliar a rentabilidade das espécies seleccionadas aos objectivos inicialmente


propostos;

ˆ Considerar eventuais impactos paisagísticos procedentes das espécies a


utilizar;

ˆ Ter em consideração as mais valias das espécies em termos de valor


ecológico, nomeadamente a escolha de espécies autóctones que produzam
alimento para a fauna;

ˆ Considerar vantagens de associações entre as espécies florestais e/ou


espécies arbustivas;

ˆ A opção de instalar povoamentos mistos (resinosa x folhosa) vs povoamentos


puros está dependente das condições edafo-climáticas e dos objectivos de
gestão.

Vantagens e inconvenientes dos povoamentos mistos:

ˆ São mais resistentes a ataques de pragas e doenças e à ocorrência de


incêndios florestais devido à sua acrescida biodiversidade;

65
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

ˆ Permitem uma exploração mais alargada de bens associados e a obtenção de


rendimentos intercalares mais significativos;

ˆ Constituem um meio de reabilitação de solos degradados, com redução das


perdas de nutrientes e melhoria qualitativa do seu húmus;

ˆ A gestão é tendencialmente mais complexa que a gestão de um povoamento


puro, devido ao maior desconhecimento dos modelos de crescimento e
produção das espécies em consociação.

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ˆ Planear atempadamente a encomenda dos materiais de repovoamento;

ˆ Deverão ser utilizados materiais de repovoamento de boa qualidade,


nomeadamente plantas e/ou sementes com boas características genéticas e
morfológicas;

ˆ Conhecer e cumprir os instrumentos legais aplicáveis relativamente aos


materiais de reprodução;

ˆ Poderão ser utilizadas espécies indígenas ou as espécies não indígenas


classificadas como naturalizadas ou com interesse para a arborização,
regulamentadas por legislação nacional;

ˆ Acondicionar de forma adequada o material vegetal, nomeadamente: i)


acondicionar em embalagens que não provoquem danos e dissecação; ii) as
plantas devem ser regadas antes de serem carregadas; iii) o veículo de
transporte deve estar protegido do vento e sol; iv) o transporte deve ser feito
o mais próximo do dia da plantação, evitando as horas de maior calor;

ˆ Verificar, na recepção, eventuais anomalias na qualidade, proveniência das


plantas/sementes e estado fitossanitário geral do material vegetal utilizado.

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ˆ Manter, sempre que tal não se traduza num risco acrescido de ocorrência de
incêndio, a vegetação arbustiva e herbácea existente;

ˆ As mobilizações do solo não localizadas, em linhas ou faixas, deverão ser


executadas segundo a orientação das curvas de nível. O único caso de
eventual excepção a esta regra é a operação de ripagem, desde que seja
acompanhada de uma operação de vala e cômoro, executada na orientação

66
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

das curvas de nível.

ˆ Adoptar esquemas de melhoramento do solo, como por exemplo, a criação de


coberturas de solo fixadoras de azoto, que também protegem o solo contra o
impacto da chuva, reduzem a erosão, evitam o aquecimento excessivo da
superfície e as perdas de água pela evaporação, auxiliam no controle de
plantas invasoras e diminuem a incidência de pragas e doenças;

ˆ Deverá manter-se a vegetação espontânea existente, por um período mínimo


de 2 anos, através de faixas, dispostas em curva de nível (entrelinhas
inferiores a 4 metros e declives superiores a 20%). A regra anterior poderá
ter as seguintes opções:

1. Manter uma faixa, sem mobilização do solo ou quando mobilizada, sem


reviramento do solo, com a largura mínima de 0,5 metros;

2. Manter de 20 em 20 metros uma faixa, sem mobilização do solo ou,


quando mobilizada, sem reviramento do solo, com a largura mínima de
4 metros.

ˆ No caso de plantações com maiores espaçamentos (entrelinhas> 4 m),


deverão ser mantidas faixas sem mobilização, por um período mínimo de 2
anos. No entanto, se estas faixas forem mobilizadas sem reviramento do solo
e dispostas segundo a orientação das curvas de nível com a largura mínima
de 1 m, deverá ser mantida a vegetação espontânea ou deve proceder-se à
instalação de uma cultura de cobertura;

ˆ Gerir os níveis de matéria orgânica existentes na estação, utilizando técnicas


de conservação do solo e dos nutrientes;

ˆ Optar por técnicas silvícolas que minimizem a compactação dos solos e a


probabilidade de ocorrência de fenómenos de erosão significativos,
nomeadamente mobilizações profundas do solo em áreas de declives
acentuados;

ˆ Optar por épocas do ano que facilitem as operações de mobilização do solo,


tendo em atenção as condições climatéricas do ano;

ˆ As mobilizações do solo devem orientar-se pelo princípio da mobilização


mínima, recorrendo preferencialmente às mobilizações do solo localizadas,
nomeadamente apenas nas linhas de arborização;

ˆ Ter em atenção, nas operações de mobilização de solos, a protecção das


áreas aquáticas, sítios de interesse arqueológicos, habitats importantes e
outros factores ambientais;

67
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

ˆ Respeitar as bordaduras ou áreas de intervenção condicionada relativamente


a áreas ecologicamente sensíveis;

ˆ Minimizar, sempre que possível, o período de tempo entre a preparação da


estação e a plantação;

ˆ Programar obras de correcção torrencial das linhas de água em áreas de


declives acentuados e que evidenciem sinais de erosão hídrica notórios;

ˆ Realizar operações de fertilização de fundo, apenas nas situações que estas


sejam oportunas e vantajosas;

ˆ A aplicação de fertilizantes deverá ser equacionada tendo atenção a época de


disponibilidade dos nutrientes;

ˆ Respeitar as boas práticas de aplicação dos fertilizantes, em especial em


áreas húmidas e sensíveis;

ˆ Deverão ser utilizados apenas produtos fitofarmacêuticos homologados pela


entidade responsável;

ˆ Evitar contaminações do solo e água, como por exemplo resultante da


utilização de fertilizantes em quantidades excessivas;

ˆ Recorrer sempre que possível a operadores especializados;

ˆ Respeitar as regras de saúde e de segurança no trabalho e dispositivos legais


existentes.

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ˆ Escolher o processo de instalação do povoamento de maior viabilidade, tendo


em consideração os objectivos inicialmente propostos;

ˆ Planear antecipadamente a época mais indicada para a realização da


instalação do povoamento, especialmente o da plantação, de modo a
assegurar que a quantidade de material de repovoamento é suficiente. No
aproveitamento da regeneração natural, o planeamento terá de condicionar o
faseamento dos cortes finais do povoamento existente de forma a garantir
uma distribuição homogénea e suficiente da regeneração natural;

ˆ Utilizar a técnica de instalação mais adequada à estação/sítio e à técnica de


mobilização de terreno adoptada (excepto na regeneração natural);

ˆ A operação de instalação escolhida deverá ter em atenção aspectos de


natureza fisiográfica (exposição, declives, etc.) e de minimização dos

68
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

impactes daí resultantes, nomeadamente perdas de matéria orgânica e


compactação do solo;

ˆ No planeamento deve ser estimada uma taxa de mortalidade para a


instalação do povoamento, de acordo com a espécie e características edafo-
climáticas e incluir-se a operação de retancha para a reposição de árvores
mortas, na época de arborização seguinte ou até dois anos após a
arborização;

ˆ Nas arborizações ou rearborizações devem ser respeitadas as medidas de


silvicultura preventiva, de acordo com a legislação em vigor, que criem
descontinuidades de inflamabilidade e combustibilidade, nomeadamente: a)
as manchas com área contínua da mesma espécie, à excepção das
quercíneas, não devem exceder os 20 ha, sem serem compartimentadas
numa faixa de largura não inferior a 25 m; b) ao longo das linhas de água
principais devem ser adoptadas espécies distintas das manchas de
arborização que lhes são contínuas, ao longo de uma faixa de 25 m de um e
outro lado do leito;

ˆ Aproveitar a regeneração natural sempre que esta apresente boas


características de conformação e tenha uma boa distribuição espacial na área
a regenerar;

ˆ Deverão ser seleccionados operadores com qualificação e experiência


adequada.

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ˆ Avaliar a necessidade de intervenções ao nível da vegetação espontânea,


nomeadamente, averiguando a relação benefício/custo dos métodos de
controlo da vegetação propostos;

ˆ No processo de planeamento, prever técnicas de gestão da vegetação


espontânea (localizada junto à arvore, em faixas, ou em toda a área)
compatíveis com as características edafo-climáticas do local;

ˆ É preferível optar pela eliminação localizada, parcial ou em faixas, sempre que


tal não signifique um aumento substancial do risco de incêndio, de modo a
assegurar uma maior protecção do solo, maiores taxas de retenção de água
de escorrimento, teores mais altos de matéria orgânica no solo, maior
protecção das árvores, melhor defesa contra agentes bióticos nocivos e uma
menor possibilidade de crescimento de outras comunidades vegetais, por

69
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

vezes mais difíceis de controlar;

ˆ Deverão ser utilizados apenas produtos fitofarmacêuticos homologados pela


entidade responsável;

ˆ Os operadores deverão ter formação e/ou experiência em trabalhos da


mesma natureza e respeitar todas as normas de segurança em vigor;

ˆ A aplicação de herbicidas, deverá ser localizada, respeitando sempre as


instruções de uso, devendo as autoridades competentes ser notificadas em
caso de acidente;

ˆ Os produtos químicos aplicados deverão estar homologados nos termos da


legislação em vigor. O seu manuseamento e armazenamento devem fazer-se
em locais secos e impermeáveis e a distâncias superiores a 10 m das linhas
de água;

ˆ Todos os subprodutos não utilizados, como embalagens, restos de calda e as


águas de lavagem deverão ser recolhidos e tratados adequadamente;

ˆ As faixas de protecção das linhas de água deverão ter uma largura mínima de
10 metros, de um e de outro lado do leito. Nestas áreas deverão ser
preservadas as espécies ripícolas existentes e apenas devem ser efectuadas
mobilizações de solo localizadas;

ˆ Evitar desmatações que permitam que o solo fique nu na época das chuvas;

ˆ A técnica de fogo controlado deve ser utilizada de acordo com as normas


legais, actuando nas condições climáticas adequadas à operação, bem como a
situações em que seja possível garantir as condições de segurança de pessoas
e bens.

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ˆ As manchas florestais deverão ser monitorizadas regularmente procurando-se


indícios de pragas ou doenças. Em caso de detecção devem ser alertadas as
autoridades competentes e tomadas as devidas medidas de combate e
mitigação;

ˆ Na arborização deve ter-se em atenção a escolha de plantas sãs, o fomento


da diversidade de espécies e idades, a escolha de espécies adequadas ao
local, que diminuam as condições de stress das árvores e consequentemente
a susceptibilidade a pragas e doenças;

70
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

ˆ Na condução dos povoamentos deve-se efectuar as operações nas épocas


adequadas de forma a diminuírem os riscos fitossanitários;

ˆ As medidas de combate deverão ser planeadas antecipadamente com a


colaboração e aconselhamento das entidades competentes em matéria de
sanidade florestal;

ˆ Todos os produtos empregues deverão ser homologados pela entidade


competente, devendo os operadores cumprir todas as instruções de
procedimento relativas à preparação, armazenamento, transporte e à
manutenção do equipamento de aplicação;

ˆ Nas áreas em que há registos de danos provocados por mamíferos, deverão


ser previstas medidas de defesa, tais como a utilização de protecções
individuais para as árvores, vedações, etc., e/ou medidas de combate
específicas que podem passar pela captura desses animais;

ˆ O controlo de pragas deverá ser efectuado, sempre que possível, através de


formas naturais, como por exemplo através da presença de inimigos naturais
ou através do seu fomento;

ˆ Em caso de se verificar a presença de sintomas de pragas e doenças num


determinado povoamento, deverão ser tomadas as medidas preventivas
necessárias para evitar a disseminação do agente causal, nomeadamente a
remoção do material lenhoso resultante da exploração florestal.

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ˆ Os períodos de condução dos povoamentos florestais deverão ser definidos


aquando da sua instalação, tendo como base os objectivos definidos, podendo
ser alterados se existirem situações que o justifiquem, como por exemplo, a
ocorrência de pragas ou de incêndios florestais;

ˆ A realização de operações silvícolas como podas, desramações e desbastes


deverão ser planeadas de acordo com os objectivos, a espécie e o tipo de
produtos florestais a explorar e serem equacionadas numa óptica de
benefício/custo;

ˆ A condução dos povoamentos deverá ter em atenção, não apenas os aspectos


relacionados com a produção florestal, mas também os aspectos ambientais e
ecológicos;

ˆ As podas deverão ser executadas com moderação, respondendo a objectivos

71
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

de formação da copa ou para efeitos de produção de fruto, ou ainda como


resposta de controlo sanitário, procurando sempre manter-se uma maior
eficiência na actividade fisiológica das árvores sujeitas a esta operação;

ˆ A operação de desramação tem por finalidade a melhoria da qualidade do


material lenhoso, devendo reservar-se a sua aplicação apenas às árvores de
melhores características. Quando a intervenção visa um efeito de prevenção
de incêndios florestais, deverá aplicar-se apenas aos níveis inferiores de
ramificação, abarcando um maior número de indivíduos;

ˆ Os desbastes deverão ser conduzidos como forma de beneficiação do


povoamento principal, devendo seguir-se intervenções de menor grau mais
assiduamente de forma a não proporcionar desequilíbrios bruscos na
densidade do povoamento;

ˆ Devem preservar-se espécies e ecossistemas classificados de grande valor de


conservação, ou seja, valores naturais que pelas suas características
particulares e únicas devem ser geridos numa óptica de conservação;

ˆ Devem ser identificadas e preservadas as estruturas de valor geológico,


ecológico, patrimonial e cultural;

ˆ A opção de fertilização deve ter por objectivo a obtenção de maiores


rendimentos e/ou aumentar ou manter o nível de fertilidade do solo, evitando
contaminações das águas. As quantidades de fertilizante a aplicar são função
das características do solo, das necessidades do povoamento e dos objectivos
de gestão. Este conhecimento obtém-se a partir de observação visual do
povoamento, realização de análises de solo e foliares e monitorização da
aplicação da fertilização;

ˆ As operações silvícolas deverão ser efectuadas por pessoal técnico


qualificado;

ˆ Deverão ser respeitadas as normas e condições de Segurança, Higiene e


Saúde no trabalho florestal.

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ˆ Planear atempadamente a realização das operações de exploração florestal e


gerir correctamente a biomassa residual, ramos, bicadas, etc;

ˆ Triar os produtos extraídos da exploração florestal por tipo de utilização e

72
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

valor;

ˆ No sentido de evitar o aumento do risco de incêndio deve prever-se a gestão


dos resíduos florestais, nomeadamente através da sua remoção e valorização,
ou destroçamento e incorporação no solo;

ˆ Adequar os equipamentos de exploração às condições edafo-climáticas, ao


corte e ao tipo de extracção de material lenhoso, evitando a degradação do
solo, principalmente nos locais com alguma sensibilidade ecológica;

ˆ O plano de cortes deverá dimensionar, a forma e dimensão, da área de corte


tendo em atenção possíveis impactos na paisagem. Para o caso de
povoamentos de silvicultura intensiva, deverão aplicar-se em manchas
contínuas de dimensão inferior a 10 ha, progredindo de forma salteada ao
longo da área de corte. Nos povoamentos de folhosas nobres deverá intervir-
se pé a pé de forma salteada;

ˆ Minimizar, sempre que possível danos severos sobre as árvores que ficam no
povoamento;

ˆ Após a exploração, realizar operações que permitam um rápido revestimento


do solo, nomeadamente a instalação de uma cobertura vegetal com espécies
adequadas ao local;

ˆ Minimizar as mudanças de óleo dentro da floresta e realizá-las com os devidos


cuidados, evitando contaminações do solo e água. No caso de haver terras
contaminadas, com derrames de óleos e combustíveis, devem ser removidas
para locais autorizados;

ˆ Ter em consideração as normas de prevenção e segurança relativas a


incêndios florestais, nomeadamente, que as máquinas de combustão interna e
externa sejam dotados de dispositivos de retenção de faíscas ou fagulhas e de
dispositivos tapa-chamas nos tubos de escape e chaminés, bem como, que os
tractores, máquinas e veículos de transporte de pesados estejam equipados
com extintores, de acordo com a sua massa máxima;

ˆ Ter em consideração as medidas de condicionamento de acesso, circulação e


de permanência previstas legalmente;

ˆ Deverão ser respeitadas as normas e condições de Segurança, Higiene e


Saúde no trabalho florestal;

ˆ As viaturas e os equipamentos utilizados devem ser adequados ao trabalho


florestal e respeitar as indicações técnicas dos fabricantes relativas à
manutenção e conservação das máquinas.

73
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

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Existe a necessidade de organizar os espaços florestais de forma a facilitar a


circulação no seu interior, exercer as actividades de exploração e proporcionar a sua
defesa contra o fogo. As estruturas que levam a cabo estes objectivos, denominadas
de infra-estruturas florestais, deverão ser planeadas e organizadas com antecipação,
tendo em vista a sua eficácia para as funções que irão ser desempenhadas nesses
espaços. Preferencialmente, o planeamento das infra-estruturas deverá coincidir com
o planeamento da instalação dos povoamentos. No entanto, quando se pretende
instalar ou melhorar uma rede de infra-estruturas num povoamento, o cuidado no seu
traçado deverá ser potenciado uma vez que deverão ser minimizadas as perdas de
material lenhoso.

As infra-estruturas florestais são classificadas segundo a função a


desempenhar, pelo que se deverá ter em atenção as normas da sua construção e
manutenção. Assim, distinguimos as mais importantes infra-estruturas florestais em
rede viária, rede de faixas de gestão de combustível, rede de pontos de água, rede de
vigilância e detecção de fogos e rede de infra-estruturas de combate. Depreende-se
pela designação que a organização de cada uma delas no espaço forma uma malha
que pretende assegurar a passagem, compartimentação e defesa dos espaços
florestais contra os incêndios.

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A rede viária constitui a malha que pretende facultar o acesso, passagem ou


combate contra os fogos dentro da mata. Podemo-la dividir em caminhos florestais,
que facultam passagem durante todo o ano a todo o tipo de veículos, e em estradões
florestais, de circulação limitada (veículos todo-o-terreno), funcionando como meio às
operações na mata e de compartimentação florestal. Os trilhos são vias de existência
efémera destinados à passagem exclusiva de tractores e máquinas florestais.

Devido à importância atribuída à rede viária e ao carácter permanente que


tem, a sua construção e manutenção deverá obedecer a um conjunto de regras tendo
em vista a segurança dos utentes, a minimização da erosão e a diminuição do impacto
visual e paisagístico. Assim, para a construção de uma rede viária florestal dever-se-
ão ter em consideração os seguintes aspectos:

ˆ Deve-se investir num esforço para que o traçado se desenvolva segundo uma
orientação paralela às curvas de nível com lancetes de ligação;

74
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

ˆ Previamente à abertura do caminho, deve-se remover a vegetação e parte


superior do solo, bem como o material lenhoso com valor comercial no espaço
onde o caminho irá ser implementado. Todas as toiças e cepos deverão ser
removidos para não ficarem soterrados;

ˆ Nas zonas declivosas, o material vegetal sem valor comercial retirado deverá
ser colocado a jusante do caminho, a fim de reduzir o escorrimento superficial
e consequente aluimento das terras;

ˆ É aconselhável construir os sistemas de drenagem e as pontes antes das


outras operações, de maneira a manter os locais das operações o mais seco
possível;

ˆ Sempre que seja inevitável que a via atravesse uma linha de água, são
necessárias precauções especiais para evitar as perturbações destes pontos
sensíveis. O esforço da empreitada deverá conduzir a um cruzamento
perpendicular da via com a linha de água, devendo as obras avançar no
período mais seco do seu caudal e evitando, sempre que possível, que a
maquinaria opere no leito da linha. Após a laboração, tanto o leito como as
margens devem ficar com o traçado o mais próximo do original;

ˆ Relativamente à drenagem das águas pluviais do caminho, são necessárias


medidas que a favoreça. Assim, a via deverá ter uma inclinação transversal
de 3-6% a partir do eixo da via, enquanto o declive longitudinal não deverá
ser superior a 10%;

ˆ Dever-se-á ter especial atenção nas curvas, zonas declivosas e escorregadias,


onde se deverá criar uma inclinação para o lado de dentro da vertente, para
tornar mais segura a mobilidade dos veículos;

ˆ A criação de valas de drenagem ao longo da via é imprescindível para recolher


a água da escorrência superficial, devendo esta ser encaminhada para locais
de dispersão adequados. No caso em que se preveja grande escorrência,
sugere-se revestir as valas com pedras, betão ou herbáceas para diminuir a
velocidade da água. O desnível das valas deverá ser da ordem dos 3% para
que a drenagem se processe de forma correcta;

ˆ A descarga das águas das estradas deverá ocorrer entre a vegetação num
mínimo de 10 metros antes de entrar num curso de água;

ˆ Na construção de uma rede viária é quase inevitável a movimentação de


terras, pelo que são igualmente necessárias medidas que minimizem o
impacto por elas provocado, nomeadamente: aproveitar as terras resultantes
de escavações para os locais onde elas são necessárias para aterro; evitar

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

esta empreitada em condições de elevada humidade e; em zonas mais


declivosas utilizar escavadoras e camiões para o transporte da terra em
detrimento dos tractores equipados com lâmina frontal, pois aqueles têm mais
benefícios ambientais, deixando os segundos para as situações mais planas e
de baixa pedregosidade;

ˆ Para permitirem a mobilidade de veículos de transporte e de combate a


incêndios, a largura da faixa de rodagem dos caminhos não deverá nunca ser
inferior a 3,5 metros;

ˆ Para se assegurar o cruzamento de veículos, dever-se-ão criar zonas de


cruzamento espaçadas no máximo de 100 a 200 metros e, sempre que
possível, visíveis entre si. A largura deverá ser o suficiente para permitir
inverter o sentido de marcha dos veículos;

ˆ Deve-se evitar a circulação nos caminhos de terra batida após a queda de


uma forte chuvada;

ˆ No que diz respeito à segurança dos veículos e seus ocupantes, a rede viária
deverá ter em linha de conta os seguintes aspectos: as curvas deverão ser o
mais aberto possível, de acordo com a maioria dos veículos que por elas
circulem; o espaçamento entre elas deverá ter entre 20 a 30 metros, devendo
a largura da via ser maior nas curvas; o cruzamento de vias deverá ter um
ângulo enquadrado entre os 60º e os 90º, excepto quando se trate de vias de
sentido único (aqui o ângulo de cruzamento pode ser inferior a 60º) e o
declive longitudinal na zona do cruzamento não deverá ser superior a 6%; os
caminhos florestais deverão estar interligados em ambas as extremidades à
rede de estradas nacionais e municipais, com a devida autorização das
entidades competentes;

ˆ Sempre que um caminho ou estradão não tenha saída, deverá estar


devidamente assinalado à entrada, não ter um comprimento superior a 1000
metros, ter largura suficiente para o cruzamento de dois veículos (mínimo de
6 metros), declive longitudinal inferior a 6% e possuir no fim uma clareira,
desprovida de vegetação, com um diâmetro de 100 metros para permitir a
inversão de marcha ou o abrigo de um veículo de combate;

ˆ A fim de se evitar a degradação da rede viária, dever-se-á planear todo um


conjunto de medidas que visem a sua manutenção. A exposição destas vias
aos agentes climatéricos e aos seus utentes provoca a sua erosão e
degradação, diminuindo as condições de transitabilidade e de segurança.
Dever-se-á, portanto, actuar com uma maior brevidade para se evitarem

76
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

acidentes e reparações mais onerosas. Assim sugere-se:

o A criação de programa de manutenção da rede viária que anteceda um


“check-up” regular e uma imediata actuação;

o Manter o sistema de drenagem livre de obstáculos que impeçam o fluxo


da água;

o Os pontos mais sensíveis, tais como os cruzamentos com as linhas de


água, devem ser verificados mais afincadamente;

o Também mais acentuadas deverão ser as inspecções durante o Inverno;

o Sempre que um obstáculo surja nos caminhos, tais como ramos ou


árvores caídas, dever-se-ão tomar providências para os remover com a
maior brevidade possível.

ˆ A vegetação das bermas dos caminhos deve ser controlada, não só para
aumentar a protecção contra o fogo, mas também para aumentar a
visibilidade e diminuir a humidade dos caminhos;

ˆ É de todo desejável que a densidade da rede viária se situe próximo dos 40


m/ha para permitir uma boa acessibilidade aos povoamentos, principalmente
no que se refere à sua protecção contra o fogo, assegurando uma maior
mobilidade das forças terrestres de vigilância e combate no seu interior;

ˆ Também se recomenda vivamente o aproveitamento da rede viária existente,


apontando-se o sentido das obras para a sua recuperação e adaptação aos
aspectos acima mencionados. Ao mesmo tempo, para se conseguir um maior
efeito de compartimentação e, consequentemente, de protecção contra o
fogo, dever-se-ão criar corredores paralelos à rede viária com mais de 20
metros de largura (pelo menos 10 metros para cada lado), promovendo a
descontinuidade de combustíveis. Paralelamente, com o aproveitamento da
estrutura ripária existente, pode-se proporcionar uma organização dos
povoamentos regularmente compartimentada, resultando em polígonos de
área contínua próxima dos 20 ha (no máximo 50 ha).

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O redesenho da paisagem através do estabelecimento de descontinuidades na


estrutura das formações vegetais constitui uma das principais componentes da
reestruturação dos espaços florestais, a par da alteração da composição e estrutura
dos povoamentos ou do uso do solo.

77
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Existem duas estratégias complementares de intervenção na modificação dos


combustíveis quanto ao seu arranjo: faixas de gestão de combustível (FGC), numa
lógica de “contenção activa” do fogo em bandas que definem compartimentos mais ou
menos vastos, e parcelas de gestão de combustível, que actuam numa lógica de
modificação do comportamento do fogo, em áreas dispersas de grande dimensão,
permitindo a adopção de um mais variado leque de tácticas de supressão.

Cada uma destas duas estratégias apresenta vantagens e inconvenientes e o


peso relativo de cada uma deve resultar das restrições associadas ao regime de fogo
que se pretenda manter, aos sistemas e funções florestais prevalecentes na região e
aos diferentes aspectos sócio-económicos a respeitar.

Numa região predominantemente florestal entende-se por FGC uma parcela de


território mais ou menos linear onde se garante a remoção total ou parcial de
biomassa florestal, através da afectação a usos não florestais (agricultura, infra-
estruturas, etc.) e do recurso a determinadas actividades (silvopastorícia, etc.) ou a
técnicas silvícolas (desbastes, limpezas, fogo controlado, etc.), com o objectivo
principal de reduzir o perigo de incêndio. As faixas de gestão de combustível
subdividem-se em:

ˆ Faixas de redução de combustível (FRC), em que se procede à remoção


(normalmente parcial) do combustível de superfície (herbáceo, subarbustivo e
arbustivo), à supressão da parte inferior das copas e à abertura dos
povoamentos;

ˆ Faixas de interrupção de combustível (FIC), em que se procede à remoção


total de combustível vegetal.

As FGC cumprem três funções primordiais:

ˆ FGC cujo principal objectivo é a diminuição da superfície percorrida por


grandes incêndios, permitindo e facilitando uma intervenção directa de
combate na frente de fogo ou nos seus flancos (função 1);

ˆ FGC cujo principal objectivo é reduzir os efeitos da passagem de grandes


incêndios protegendo, de forma passiva, vias de comunicação, infra-
estruturas, zonas edificadas e povoamentos florestais de valor especial
(função 2);

ˆ FGC cujo principal objectivo é o isolamento de focos potenciais de ignição de


incêndios, como sejam as faixas paralelas às linhas eléctricas ou à rede viária,
as faixas envolventes aos parques de recreio, etc. (função 3).

A rede regional de FGC deverá ser concebida em três níveis, consoante a(s)
sua(s) funcionalidade(s) e responsabilidade de manutenção:

78
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

ˆ Rede Primária, de nível sub-regional, delimitando compartimentos com


determinada dimensão, desenhada primordialmente para cumprir a função 1,
mas desempenhando igualmente as restantes;

ˆ Rede Secundária, de nível municipal, estabelecida para as funções 2 e 3;

ˆ Rede Terciária, de nível local e apoiada nas redes viária, eléctrica e divisional
das explorações agro-florestais, desempenhando essencialmente a função 3.

No caso específico da concepção da rede primária de faixas de redução de


combustível em espaços florestais há ainda que cumprir os seguintes princípios
básicos gerais:

1. As FRC em espaços florestais não são desenhadas para parar um fogo, mas sim
para conferir às forças responsáveis pelo combate uma maior probabilidade de
sucesso no ataque e contenção de um grande fogo florestal.

O desenho e a instalação de FRC devem, por isso, ter como preocupação


fundamental a segurança no combate ao fogo e envolver desde o início os corpos
de bombeiros e os serviços distritais do SNBPC;

2. Pela mesma razão, as FRC devem apoiar-se sempre na rede viária, sem a qual não
possuem qualquer utilidade. Igualmente a rede de pontos de água deve ser
particularmente desenvolvida ao longo da rede primária de FRC. A eficácia destas
redes está também dependente da capacidade de, em caso de emergência, nelas
se concentrarem os recursos de combate; nesse sentido, é fundamental não só o
sucesso das estratégias de diminuição do número de ignições em situações
meteorológicas de elevado perigo de incêndio mas também de diminuição de infra-
estruturas em risco potencial (habitações, etc.), que desviam meios de combate.

O desenho das FRC deve ter em consideração as particularidades da paisagem


local e o histórico dos [grandes] fogos na região, designadamente no que respeita
às causas da ignição e às condições meteorológicas e de combustíveis que
propiciam o desenvolvimento de fogos de grande extensão e intensidade;

Neste sentido deverá ser previamente recolhida toda a informação disponível sobre
anteriores eventos catastróficos e sobre a causalidade e aproveitado o
conhecimento empírico de técnicos, guardas florestais, bombeiros e trabalhadores
rurais com experiência local em acções de combate e prevenção dos fogos.

No desenho e estruturação das FGC deverão ser utilizados sempre que possível
modelos de simulação de comportamento de fogos florestais.

3. No que respeita ao tratamento do combustível à escala da paisagem, as FRC nunca


são um fim em si mas devem ser consideradas como “pontos de apoio”
preferenciais onde se devem ancorar tratamentos de combustível que

79
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

progressivamente se estendam para o interior dos compartimentos por si


definidos, fundamental para garantir um impacte realmente estruturante da RDF.

Por outro lado, a concepção de uma FRC implica a adopção simultânea de


programa de manutenção (em intervalos de 2-5 anos), sem o qual se torna
virtualmente ineficaz ou mesmo perigosa. A manutenção deverá desejavelmente
ser integrada com actividades geradoras de recursos financeiros como a
silvopastorícia, a gestão cinegética, a recolha de biomassa para energia, a
agricultura ou a produção de frutos silvestres. Igualmente deverá ser optimizada a
utilização de sapadores florestais ou de outras estruturas locais que operem na
gestão de combustíveis;

4. Não existem especificações técnicas de aplicação universal para o desenho de FRC.


Contudo nalguma bibliografia são referidas algumas prescrições que têm recebido
aceitação mais generalizada:

ˆ A largura não deve ser inferior a 100-125 m e devem desenvolver-se em


linhas onde o ataque indirecto seja facilitado, tais como cumeadas ou
estradas ao longo de vales;

ˆ Devem possuir uma orientação perpendicular à dos ventos associados às


situações meteorológicas de maior perigo;

ˆ Os compartimentos criados devem situar-se entre os 500 e os 5000 ha,


dependendo do tipo de paisagem e sistemas florestais envolvidos;

ˆ O coberto arbóreo não deve ser superior a 50% e idealmente, situar-se entre
20-30%;

ˆ A base das copas não deve baixar dos 3 metros;

ˆ As características da FRC podem variar nos seus diferentes segmentos sem


pôr em causa a sua eficácia.

À escala local e do povoamento, a descontinuidade vertical e horizontal dos


combustíveis produzida pelas FGC é complementada pelas medidas de silvicultura
preventiva e pelo mosaico de parcelas de gestão de combustível.

Para além de se aproveitarem classes de usos do solo com características de


menor combustibilidade, algumas localizações das Faixas de Gestão de Combustíveis
são consideradas preferenciais:

ˆ Junto das estradas e caminhos florestais, pois se por um lado já se está a


aproveitar uma descontinuidade prévia, por outro, devido à passagem de
pessoas e veículos, está-se a prevenir uma zona de potencial risco de
incêndio. A largura do aceiro deverá ser tanto maior quanto maior for o

80
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

tráfego da via;

ˆ Nos vales e bases de encostas por constituírem locais de interface com as


actividade humanas, especialmente a agricultura e o pastoreio. Igualmente,
como a probabilidade de um incêndio começar nestes locais é alta, constituem
uma faixa de contenção do fogo na sua fase inicial;

ˆ Nas linhas de cumeada por estas se tratarem, geralmente, de zonas de


enfraquecimento do fogo;

ˆ Junto de infra-estruturas, tanto para as proteger de um fogo como para evitar


o potencial risco de ignição daquelas que o apresentam;

ˆ Nas zonas mais declivosas, sempre que possível, deve-se aproveitar a


topografia do terreno. Além das já referidas linhas de cumeada, também
outras barreiras e obstáculos naturais devem ser aproveitados para a
implementação de aceiros.

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A rede de pontos de água (e de outras substâncias retardantes) é constituída


por um conjunto de estruturas de armazenamento de água, de planos de água
acessíveis e de pontos de tomada de água.

As estruturas de armazenamento de água (cisternas) podem ser fixas (tanques


de alvenaria ou betão e reservatórios metálicos [enterrados ou não], piscinas, poços,
etc.) ou móveis (cisternas em metal ou tecido impermeável).

Os planos de água são naturais (lagos, rios e outros cursos de água, estuários,
oceano) ou artificiais (albufeiras, açudes, canais de rega, charcas escavadas).

As tomadas de água podem estar ligadas a redes públicas de abastecimento de


água potável, a redes privadas de rega ou a pontos de água existentes no próprio
maciço.

Os pontos de água podem ter como funções:

ˆ Garantir o reabastecimento dos equipamentos de luta (meios terrestres:


pronto-socorro florestais, autotanques, etc.; meios aéreos: helicópteros,
aviões);

ˆ Garantir o funcionamento de faixas de humedecimento;

ˆ O fomento da biodiversidade, a correcção torrencial, o regadio, o


abastecimento público de água potável, etc.

81
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Em cada região deve ser garantida a existência de uma rede bem


dimensionada de pontos de água, sempre que possível com fins múltiplos e acessíveis
aos diferentes meios de combate, designadamente os aéreos (estes muito
dependentes da existência ou não de obstruções físicas no ponto de água e zonas
envolventes). O seu planeamento deve ter em linha de conta, ainda, as diferentes
tácticas de combate a incêndios florestais e as logísticas utilizada em cada região do
país.

Deverão ser observadas as seguintes orientações gerais na concepção,


construção e manutenção da rede de pontos de água:

ˆ A capacidade de armazenamento deverá ser superior a 600 m3 por cada 1000


ha de espaços arborizados;

ˆ A sua localização e funcionalidades devem estar correctamente sinalizadas.

Os pontos de água devem ser construídos dentro dos povoamentos florestais


devendo-se ter em consideração na sua localização:

ˆ A existência de fontes de alimentação em água;

ˆ A facilidade de circulação e de realização de manobras pelos veículos de


combate, incluindo helicópteros de combate;

ˆ O tempo de deslocação dos autotanques para reabastecimento;

ˆ Os percursos de animais bravios, pois a sua existência contribui para o


aumento da biodiversidade nos locais onde são colocados.

Relativamente à construção dos pontos de água em si, deve-se ter em atenção


aspectos como a topografia, qualidade e quantidade da rede viária e divisional
existente, tipo e estrutura do povoamento e da localização dos meios de combate,
aconselhando-se:

ˆ Uma densidade de volume de água nunca inferior a 600 m3 por cada 1000 ha,
devendo essa massa de água ser distribuída pelos pontos de água de forma a
torná-la eficaz.

A rede de pontos de água deve ainda ser particularmente reforçada ao longo


das FGC florestais da rede primária tendo-se como referência 1 ponto de água de 30
m3 cada 1000 metros de FGC. Nas regiões mais secas deve fomentar-se a adopção
preferencial de estruturas tipo implúvio.

Como referência poderá também ser indicada uma densidade dum ponto de
água por cada 100 ha de área florestal.

Igualmente aconselhável é a distribuição dos pontos ao longo da rede viária,


devendo também estar dispostos de forma a garantir a sua visibilidade pelos meios

82
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

aéreos. A sua localização deverá estar cartografada e essa informação deverá ser
disponibilizada aos meios de combate com antecedência.

À volta de cada ponto, deverá existir uma zona livre de qualquer tipo de
vegetação para facilitar as manobras dos veículos terrestres e aéreos na altura do
reabastecimento.

Deverão ser observadas as seguintes orientações gerais na concepção,


construção de pontos de águas aéreos:

ˆ Se for circular deverá possuir um raio mínimo de 6 m e uma profundidade de


4m;

ˆ Se for rectangular deverá ter 10 m de comprimento, 6 m de largura e 4 m de


profundidade;

ˆ Deverá possuir pelos menos um canal de aproximação e de saída de


aeronaves onde todos os obstáculos deverão possuir uma altura inferior a
uma rampa definida pelo ponto de água ao nível do solo e um obstáculo de 8
m de altura à distância de 100m;

ˆ À volta de cada ponto, deverá existir uma zona livre de qualquer tipo de
vegetação no raio de 20 m;

ˆ Deverão ser munidos de um sistema de auto-abastecimento de água de forma


a estarem permanentemente cheios. Caso este sistema não exista, a
capacidade dos pontos de água deverá ser aumentada.

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A Rede Nacional de Postos de Vigia, os sistemas oficiais de vigilância móvel, as


redes particulares de vigilância e todas as infra-estruturas necessárias aos corpos
especiais de vigilantes de incêndios, designadamente troços especiais de vigilância,
deverão ser integradas no âmbito da Defesa da Floresta Contra Incêndios.

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Os equipamentos e estruturas de combate (no âmbito dos corpos de


bombeiros, dos organismos da administração pública e dos particulares) deverão
articular-se no âmbito da Defesa da Floresta Contra Incêndios e estarem capacitados
para a utilização das restantes componentes de forma eficiente.

Os equipamentos e infra-estruturas a considerar no âmbito compreendem:

83
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

ˆ Os quartéis de corporações de bombeiros e respectivas secções, campos de


treino, etc;

ˆ As infra-estruturas das demais entidades com responsabilidade no apoio ao


combate (aquartelamentos de sapadores florestais, hangares de maquinaria
agrícola e florestal pesada, etc.) ou possuidoras de meios utilizados no
combate (bulldozers, tractores, etc.), designadamente das autarquias, Forças
Armadas ou empresas;

ˆ Os terrenos destinados à instalação de postos de comando operacional, em


caso de incêndio, com localização, dimensão e características apropriadas
para acomodar unidades de comando e transmissões, veículos de
reabastecimento, etc., e com boa visibilidade sobre os espaços envolventes;

ˆ As infra-estruturas necessárias ao funcionamento dos meios aéreos


(aeródromos, helipístas).

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
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Entende-se silvicultura preventiva como um conjunto de normas, incluídas


dentro da silvicultura geral, aplicadas aos povoamentos florestais, que visam dificultar
a progressão do fogo e diminuir a sua intensidade, evitando ou limitando os danos
causados no arvoredo. Pretende-se, assim, garantir que os povoamentos possuam a
máxima resistência à passagem do fogo e reduzir a dependência das forças de
combate para a sua protecção.

A maior ou menor resistência à propagação do fogo está directamente


relacionada com a continuidade horizontal e vertical dos combustíveis. Neste sentido,
existem 2 níveis de intervenção de silvicultura preventiva que serão analisados no
âmbito deste PROF: um ao nível da estrutura e; outro ao nível da composição dos
povoamentos florestais.

As acções de silvicultura ao nível da estrutura dos povoamentos florestais, têm


como objectivo a criação e manutenção de descontinuidades verticais e horizontais
entre os diferentes níveis de combustíveis no próprio povoamento.

Ao nível da composição dos povoamentos, as acções de silvicultura preventiva


visam a criação de povoamentos com espécies (ou misturas de espécies) menos
inflamáveis e menos combustíveis ou que resistam melhor à passagem do fogo.

O tipo de intervenções de silvicultura preventiva, a incluir nas medidas de


gestão de um povoamento florestal, deverá estar enquadrado com áreas circundantes
e deverá assegurar que incluem as seguintes orientações:

1. Todos os instrumentos de gestão florestal (PGF, ZIF, projectos florestais, etc.)


deverão explicitar medidas de silvicultura preventiva e sua adequação aos níveis
superiores de planeamento;

2. Em cada unidade de gestão florestal (exploração agro-florestal ou ZIF) deverá ser


estabelecido, no âmbito da instalação, dos tratamentos culturais, da gestão do
sub-bosque, do corte e da regeneração dos povoamentos, um mosaico de
povoamentos e, no seu interior, de parcelas com diferentes idades, estruturas e
composições, que garanta:

ˆ A descontinuidade horizontal e vertical dos combustíveis no interior dos


maciços e a existência de rupturas no seu desenvolvimento territorial;

ˆ A alternância entre parcelas com diferente inflamabilidade e


combustibilidade, aproveitando as diferentes estações.

3. A dimensão das parcelas não deverá, nos casos gerais, ser superior a 20 ha e

85
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

entre 1 a 20 ha nas situações de maior perigo de incêndio (vertentes viradas a


barlavento ou a Sul/Leste, encostas com declives superiores a 45%, espécies
inflamáveis e/ou pouco resistentes ao fogo, áreas com intensa utilização humana –
parques de recreio, etc.) e o seu desenho e localização deverá ter em especial
atenção o previsível comportamento do fogo;

4. Os povoamentos florestais mono específicos e equiénios de alta inflamabilidade


não poderão ter um desenvolvimento territorial contínuo superior a 20 ha,
devendo ser compartimentados:

ˆ por uma rede de faixas de gestão de combustível ou por outros usos do solo;

ˆ por linhas de água e respectivas faixas de protecção;

ˆ por faixas de alta densidade.

5. As faixas de alta densidade são povoamentos conduzidos em alto-fuste regular,


em compassos muito apertados, formando um coberto muito opaco à luz e ao
vento. São desprovidos do estrato arbustivo e quase sempre compostos por
espécies resinosas pouco inflamáveis e produtoras de horizontes orgânicos
superficiais relativamente húmidos e compactos. Deverão cumprir as seguintes
especificações:

ˆ localizar-se nos fundos dos vales, junto às infra-estruturas viárias, nas orlas
dos povoamentos (a barlavento) ou noutros locais estratégicos definidos no
âmbito do estudo do comportamento do fogo;

ˆ possuírem uma área mínima de 1 ha e uma profundidade superior a 100 m;

ˆ serem compostos por espécies de agulha/folha curta, nomeadamente Abies


pinsapo, Cedrus atlantica, Pseudotsuga menziesii, Pinus pinea, Pinus
sylvestris, Chamaecyparis lawsoniana, Cupressus (lusitanica, macrocarpa),
Sequoia sempervirens, Taxodium distichum ou Taxus baccata.

6. Poderão ser instaladas cortinas pára-fogo, com o objectivo de reduzir localmente a


velocidade do vento e interceptar faúlhas e outros materiais incandescentes. As
cortinas pára-fogo deverão ser estrategicamente localizadas em áreas
desarborizadas (fundos de vales com elevada pendente, cumeadas, portelas,
cristas de escarpa ou faixas de protecção a linhas eléctricas) e ser perpendiculares
à direcção predominante do vento. A composição destas cortinas pára-fogo
pressupõe espécies muito pouco inflamáveis, tais como as referidas para as faixas
de alta densidade ou outras que aproveitem condições edáficas favoráveis, como o
choupo, o amieiro, etc.;

7. Deverá ser favorecida a constituição de povoamentos de folhosas caducifólias, de

86
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

preferência conduzidas em compassos apertados, sempre que as condições edafo-


climáticas garantam o sucesso das arborizações. A expansão destas espécies para
estações marginais (e.g. com maior secura edáfica) tem efeitos
contraproducentes, pois aumenta significativamente a sua inflamabilidade no
Verão.

A gestão das galerias ripícolas deverá ter em atenção, por um lado, a maior
importância e sensibilidade ecológica destes espaços e, por outro, a necessidade de
evitar que estas formações se transformem em corredores preferenciais na
propagação dos fogos, como vem sucedendo com alguma frequência (devido quer à
sua posição topográfica, quer à elevada densidade e continuidade de combustível quer
ainda à alta inflamabilidade em condições climatéricas e edáficas desfavoráveis).
Deverão, ainda, ser estritamente respeitadas as faixas de protecção às linhas de água
estabelecidas no âmbito do regime do domínio hídrico.

Deverá prever-se a gestão dos resíduos florestais, nomeadamente através da


sua remoção ou destroçamento.

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Em conjunto com a Rede de Faixas de Gestão de Combustível, a manutenção


de um mosaico de parcelas onde se procede à gestão dos vários estratos de
combustível e à diversificação da estrutura e composição das formações florestais e de
matos, contribui decisivamente para a eliminação das principais condições que
contribuem para os fogos de dimensão e intensidade catastróficas:

ˆ Fortes acumulações de combustíveis;

ˆ Continuidade de estratos de combustível, quer horizontal quer verticalmente,


e elevada representatividade de combustíveis finos ou que favorecem os
saltos de fogo;

ˆ Elevada proporção de combustíveis mortos;

ˆ Distribuição geográfica desfavorável destas características ao nível da


paisagem.

Tal como no caso das faixas da rede primária, a localização, tipo e forma de
instalação das parcelas é determinada por uma análise inicial dos “caminhos
preferenciais do fogo” e das condicionantes ecológicas, silvícolas, históricas e socio-
económicas para a região, complementada pela utilização de software de simulação de
comportamento de fogo. O objectivo aqui é garantir uma implementação territorial de
áreas tratadas que bloqueie esses “caminhos preferenciais” e optimize os benefícios

87
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

face às diferentes restrições em jogo, sejam elas o custo da sua criação e


manutenção, a facilidade de combate aos incêndios, o impacte paisagístico, etc.

A redução de combustíveis no interior dos compartimentos definidos pelas


redes primária e secundária de FGC é um complemento obrigatório para garantir a
eficácia geral da RDF e deve ser alvo de uma programação plurianual (simultânea com
a da manutenção das redes de FGC) que optimize a sua contribuição para essa Rede.

Deverão ser observadas as seguintes orientações gerais para a sua


implantação (no caso de formações florestais ou matos):

ˆ A descontinuidade deve ser mantida em parcelas de 20 a 50 ha, com variação


na composição, idade e estrutura dos povoamentos;

ˆ Deverão ser anualmente identificadas as localizações estratégicas para a


realização de acções de redução de combustíveis e alteração da estrutura dos
povoamentos, bem como as superfícies que naturalmente cumprem as
funções de FRC ou FIC: áreas agrícolas, águas interiores, áreas queimadas,
áreas de afloramentos rochosos, infra-estruturas turísticas (campos de golfe,
…), etc.;

ˆ Em igualdade de circunstâncias, é prioritário o tratamento de blocos


adjacentes às FGC, em especial no que respeita à gestão do estrato arbustivo
e à eliminação dos factores que propiciam os saltos de fogo longos
(combustíveis florestais específicos).

Nesse sentido, e porque estas acções são essencialmente da responsabilidade


dos detentores da gestão dos prédios rústicos (proprietários, ZIF, etc.), deve ser
considerado prioritário o apoio público às acções de gestão do combustível que se
insiram nos objectivos da RDF.

A integração de informação e de procedimentos dos diferentes serviços


responsáveis pela aprovação de projectos e acções de redução de combustíveis nos
espaços rurais, em especial daqueles que envolvem apoios públicos, é também
prioritária.

A médio prazo essa integração poderá ser assegurada no âmbito dos núcleos
florestais da DGRF (aplicação e monitorização dos PROF e acompanhamento das ZIF)
ou das CMDFCI de cariz intermunicipal.

88
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

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2..3
3 P
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A protecção dos aglomerados populacionais1 inseridos em espaço florestal2 é


resolvida no âmbito da RDF e envolve cada uma das suas componentes. Devem ser
garantidos, de forma integrada para cada aglomerado:

1. Uma faixa de gestão de combustível envolvente com a largura mínima de 100m;

2. No mínimo duas vias de acesso/fuga alternativas em caso de incêndio;

3. A existência de pontos de água funcionais em caso de emergência, com localização


claramente sinalizada e funcionamento autónomo.

IIV
V..2
2..4
4 P
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O sucesso na protecção de habitações e outro tipo de infra-estruturas começa


no planeamento dos usos do território e no condicionamento à edificação fora dos
perímetros urbanos e termina na adopção, de carácter anual, de medidas específicas
de DFCI e de protecção civil.

As orientações para uma estratégia global de protecção de edificações em caso


de incêndio florestal, nas regiões de reflorestação e no desenvolvimento do disposto
no capítulo “Redes Regionais de Defesa da Floresta”, baseiam-se nos seguintes pontos
gerais:

1. A edificação nos espaços florestais deve ser fortemente condicionada ou interdita


nos casos, respectivamente, de elevado ou muito elevado risco de incêndio. Para
este efeito, o zonamento do risco de incêndio e as medidas definidas no âmbito
dos planos de defesa da floresta (PDF) municipais devem ser anexados aos
instrumentos municipais de ordenamento do território;

2. A autorização de edificação nos casos de zonas de médio ou elevado risco de


incêndio apenas deve ser permitida nos casos em que seja possível cumprir as
disposições legais (Decreto-Lei n.º 156/2004, art. 16º, n.º 2) na mesma
propriedade onde é pretendido edificar;

3. A faixa de 50m de largura mínima prevista no Decreto-Lei n.º 156/2004;

4. Em cada município deverão ser estabelecidas medidas complementares que

1
Entendem-se como “aglomerados populacionais” aqueles que possuam 10 ou mais edifícios de
habitação contíguos (distanciados entre si menos de 50 m).
2
Entendem-se como “espaços florestais” os terrenos situados fora de perímetros urbanos e
ocupados por arvoredos florestais ou matos e pastagens em regeneração espontânea ou, ainda, aqueles
classificados em instrumento municipal de ordenamento do território como “espaços florestais”, “espaços
naturais” ou classes afins.

89
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

tenham em consideração as características das habitações, do povoamento e dos


espaços silvestres.

O sucesso nas medidas de protecção de habitações inseridas em espaços


silvestres, está dependente da adopção de programas locais e sub-regionais de
dinamização da aplicação da legislação, envolvendo:

ˆ Acções de animação e sensibilização em larga escala;

ˆ A adaptação e desenvolvimento das prescrições técnicas gerais a cada caso;

ˆ O controlo sistemático da aplicação da lei;

ˆ O acompanhamento dos trabalhos de modificação dos combustíveis.

90
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

IIV
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As normas gerais de silvicultura referidas anteriormente deverão ser


respeitadas em todos os espaços florestais havendo, no entanto, especificidades
inerentes às funções desempenhadas. Daqui, surgiu a necessidade de compilação de
um conjunto de normas que procuram dar resposta à especificidade de cada função e
sub-função.

IIV
V..3
3..1
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Nos locais onde a função produção seja a principal, é necessário acentuar


alguns dos aspectos mencionados anteriormente relativos às operações de silvicultura
geral e especificas da exploração dominante, nomeadamente ter em consideração, no
planeamento, as seguintes normas.

IIV
V..3
3..1
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ˆ A compartimentação de parcelas florestais contíguas deve ser efectuada


segundo os moldes enunciados para as Normas de Silvicultura Preventiva;

ˆ Utilização de plantas e ou sementes certificadas na instalação dos


povoamentos para as espécies, de acordo com a respectiva regulamentação
relativa à comercialização de materiais florestais de reprodução;

ˆ Deve ser ponderada a realização de cortes finais descontínuos, como por


exemplo por faixas ou manchas, sempre que tal se observe como vantajoso
numa óptica de exploração florestal;

ˆ A realização de cortes finais deverá preferencialmente ocorrer até 5 hectares


contínuos;

ˆ A concretização de cortes finais deverá ser estabelecida por manchas


salteadas;

ˆ Deverá existir um programa de manutenção de infra-estruturas florestais de


combate a incêndios, nomeadamente caminhos florestais e pontos de água;

ˆ Deverão ser implementados sistemas de detecção precoce de pragas e


doenças.

91
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

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3..1
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ˆ O planeamento da produção de cortiça tem de ter em conta a legislação em


vigor de protecção ao sobreiro, nomeadamente as alturas máximas de
descortiçamento, perímetros mínimos de desboia, tipo de intervenções
interditas, época de podas, etc;

ˆ Deverá ser equacionado a rearborização com as plantas provenientes de


regeneração natural em detrimento de plantas de viveiro;

ˆ Utilização de plantas e ou sementes certificadas na instalação dos


povoamentos para as espécies de acordo com a respectiva regulamentação;

ˆ O descortiçamento deve ser executado na altura em que os sobreiros entrem


em plena actividade vegetativa, normalmente entre Maio e Agosto, que está
dependente dos factores edafo-climáticos que ao influenciarem os factores
fisiológicos a cortiça pode dar ou não. A actividade extractiva deve ser
suspensa sempre que, ao fazer-se a extracção, se detecte a presença de
câmbio aderente à prancha de cortiça;

ˆ Não efectuar descortiçamento dois anos antes ou imediatamente depois de


efectuadas podas;

ˆ A extracção da cortiça deve ser executada por pessoal qualificado e


experiente. Um descortiçamento mal executado danificará a produção dessa
árvore o resto da sua vida;

ˆ Deverão ser respeitadas regras de limpeza de equipamentos entre


descortiçamentos;

ˆ Deverão ser implementados sistemas de detecção precoce de pragas e


doenças;

ˆ Deverá existir um programa de manutenção de infra-estruturas florestais de


combate a incêndios, nomeadamente caminhos florestais e pontos de água;

ˆ Efectuar desmatações estritamente necessárias evitando as mobilizações do


solo. De acordo com a legislação nacional são interditas mobilizações do solo
que afectem as raízes das árvores ou a regeneração natural;

ˆ As acções de adensamento, a instalação de culturas de cobertura e controlo


de infestantes nos montados de sobro e de azinho devem evitar a mobilização
do solo na área de projecção da copa das árvores;

ˆ O planeamento da poda dos sobreiros é uma operação cultural realizada na


perspectiva da sobrevivência das árvores e do seu rendimento em cortiça.

92
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Existem três tipos de poda:

1. Poda de formação, destinada a conduzir as árvores novas a uma forma


conveniente para a extracção de cortiça, retirando no máximo 1/3 do
volume da copa;

2. Poda de manutenção, destinada a desafogar a copa melhorando as


condições de frutificação e a facilitar a obtenção de pranchas de cortiça,
envolvendo até 25% do volume da copa;

3. Poda de rejuvenescimento, a aplicar a árvores a entrar em decrepitude


ou caducidade por forma a promover o equilíbrio da parte aérea com as
raízes e a formação de novos ramos, circunscrita, em função do vigor da
árvore, entre 1/3 e metade do volume da copa.

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ˆ Deverá haver um planeamento do tipo e quantidade de resíduos florestais


produzidos, consoante o plano de exploração previsto, e analisar a viabilidade
económica do seu aproveitamento: i) a valorização através de biomassa para
energia ou; ii) o destroçamento e incorporação no solo;

ˆ A época para a realização de operações de controlo de vegetação espontânea


deve, sempre que possível, fazê-las coincidir com as épocas indicadas para a
realização de operações silvícolas de prevenção de fogos;

ˆ Incorporar no planeamento as especificidades de gestão dos ecossistemas e


espécies protegidos, ou classificados pela Rede Natura 2000, de áreas que
apresentem grande sensibilidade ecológica, nomeadamente áreas com
grandes declives e linhas de água, etc;

ˆ Os períodos de remoção de biomassa florestal e intensidade, nomeadamente


de arbustivas num povoamento, deve ter em conta as condições edafo-
climáticas do local, principalmente o nível de fertilidade dos solos, o impacto
ao nível da fauna, etc.

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3..1
1..4
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ˆ A produção de semente certificada está regulamentada por legislação


específica e o povoamento em causa tem de estar inscrito no Catálogo de
Produtores;

93
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

ˆ Os compassos de instalação de povoamentos para produção de fruto devem


ser maiores ou então prever intensidades de desbaste maiores, de forma a
permitirem um maior desenvolvimento da copa;

ˆ Efectuar podas de frutificação, promovendo a abertura das copas através da


remoção de ramos do interior da copa que favorecem a produção de ramos
frutíferos, melhorando as condições de luz e ar.

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3..1
1..5
5 P
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Resina

ˆ O planeamento da resinagem deve ter em conta a legislação em vigor,


nomeadamente o período de resinagem (01/03 a 31/10);

ˆ As feridas de resinagem devem começar por ser abertas na base do tronco,


junto ao solo e prolongadas nas campanhas seguintes, formando fiada ou
contínua, até ao quarto ano de resinagem;

ˆ Quando o diâmetro da árvore a resinar for superior a 40 cm podem ser


abertas duas incisões, mas apenas durante o primeiro período de resinagem
(quatro anos), após o qual apenas se pode explorar uma ferida;

Cogumelos

ˆ As plantas micorrizadas a utilizar na plantação devem indicar a espécie e


origem do fungo;

ˆ A apanha de cogumelos deve ser realizada respeitando os direitos de


propriedade. A sua recolha deve ser feita em cestos de vime, ou em
estruturas que permitam a disseminação dos esporos do cogumelo durante a
colheita, e deve evitar-se arrancar o cogumelo mas sim cortá-lo, com um
objecto cortante, na intercepção da haste com o solo;

ˆ A disseminação de fungos em povoamentos existentes tem de ter em atenção


os fungos presentes.

IIV
V..3
3..2
2 FFUUUN

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Quando a função principal é a protecção, é necessário ter em conta alguns


pontos particulares relativos a aspectos do agente causador (erosão, poluição, etc.) e
do recurso a proteger (recursos hídricos, edáficos, etc.);

94
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

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3..2
2..1
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Relativamente ao regime hídrico, que assume um papel determinante em todo


o processo de sustentação do coberto vegetal e da avifauna selvagem, tem também
repercussões na estruturação da paisagem, onde se pretende, por um lado, tirar
partido estético da presença da água e, por outro, controlar os seus efeitos erosivos.
Os cursos de água existentes são usados como recursos para desenvolver uma rede
de drenagem conceptualizada, podendo, geralmente com vantagem, ser francamente
expandida através de levadas e de valas drenantes de distribuição da humidade pelas
encostas, integrando ainda bacias de retenção e açudes de regularização e de
distribuição. A abertura de minas em galeria para alimentar fontes, criando pontos de
água para visitantes e para a fauna selvagem, são operações integradas, que
diferenciam e enriquecem a base ecossistémica dos sítios.

No regime hídrico há que distinguir os cursos de água permanentes e


temporários, dando-lhes o enquadramento e o tratamento próprios:

ˆ Os cursos de água devem ter um leito limpo e regularizado, definido por


margens revestidas por vegetação ripícola. Os leitos de cheia devem estar
estruturados em campo aberto, podendo ser atravessados por sebes ou
cortinas arbóreas, associadas, ou não, a caminhos, desde que não constituam
barreiras impeditivas do normal escoamento das águas. Os espaços de vale
em leito de cheia são, tradicionalmente, ocupados por áreas agrícolas. No
caso de não se verificar a viabilidade agrícola, deverá ser dada preferência à
silvopastorícia ou, em alternativa, deverá manter-se a clareira aberta em
prados naturais;

ˆ Nas cabeceiras das linhas de água, antes de se demarcar o sulco do leito


normal do curso de água, pode optar-se por uma mancha de vegetação
natural bruta em regeneração selvagem. Aqui não há problema em criar com
a vegetação uma obstrução ao escoamento da água. Pelo contrário, fora dos
leitos definidos (normal e de cheia), o recurso à vegetação, como elemento de
retenção e retardamento do escoamento das águas, é recomendável como
forma de aumentar o tempo de concentração e de facilitar a infiltração da
água no solo;

ˆ As margens dos leitos de cheia devem, preferencialmente, ser contidas por


orlas de manchas arbóreas e arbustivas. Os caminhos de bordadura são,
predominantemente, implantados na franja das manchas arbóreas, já dentro
do arvoredo. Isto por razões de ordem estética, considerando que é agradável
que o caminho tenha um enquadramento assimétrico, com uma visão
enquadrada da clareira, coada pela franja de vegetação da orla e uma forte

95
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

contenção conferida pela espessura do interior da mancha arborizada.

ˆ O regime de utilização do domínio hídrico, nomeadamente, a sementeira,


plantação e corte de árvores, está regulamentado por legislação própria;

ˆ Deve afastar-se a rede viária e divisional de linhas de água e evitar o seu


atravessamento. Se for inevitável, deve procurar-se o melhor local para o
atravessamento considerando o seguinte: minimizar o número de
atravessamentos da linha de água; atravessar em áreas onde a linha de água
é mais estreita, os locais de cruzamento devem ser perpendiculares às linhas
de água;

ˆ Evitar o acesso de gado à margem de linhas de água, nomeadamente o


pastoreio ou permanência de animais, excepto nos locais destinados a
abeberamento;

ˆ Implementar ou conservar a banda ripícola com galeria incluída, caso exista,


com um mínimo de 10 m de largura. Nesta faixa deve-se evitar fazer culturas
aráveis, não aplicar adubos e produtos fitofarmacêuticos, salvo em casos
particulares devidamente autorizados pela entidade competente;

ˆ Deve implementar-se um programa de erradicação de exóticas, que promova


a recuperação de vegetação ripícola;

ˆ Deve condicionar-se a circulação de pessoas e actividades de forma a garantir


a conservação do habitat e condições de tranquilidade para a conservação de
espécies da fauna;

ˆ Evitar a instalação de estruturas artificiais alheias à banda, dependendo de


autorização legal;

ˆ Qualquer intervenção a realizar na banda deve ser efectuada, de preferência,


no período que medeia entre Junho e Fevereiro.

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3..2
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ˆ A utilização de regeneração natural deverá ser equacionada em operações de


instalação de povoamentos, evitando-se deste modo mobilizações de solo
desnecessárias;

ˆ A escolha das espécies, bem como a estrutura irregular do povoamento,


deverá ser ponderada de acordo com o seu grau de protecção e resistência;

ˆ A instalação do povoamento deve ter particular atenção à gestão da


vegetação espontânea, deixando faixas de protecção às jovens plantas;

96
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

ˆ O tipo de corte de realização deverá atender à não remoção de todas as


árvores, podendo esta ser efectuada de forma intervalada ou por
manchas/faixas, minimizando-se os efeitos da erosão. A realização de cortes
finais está condicionada até 5 hectares contínuos;

ˆ Para declives superiores a 30%, deve-se optar por corte final em faixas
alternadas ou faixas progressivas, sempre executados segundo as curvas de
nível;

ˆ A idade final de corte poderá ser superior à indicada nos modelos de


silvicultura;

ˆ A densidade inicial de plantação poderá ser superior à indicada para as


espécies que apresentarem sub-função protecção contra a erosão eólica;

ˆ A implementação de sebes serão desenvolvidas perpendicularmente às


direcções dominantes do vento.

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3..2
2..3
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ˆ A utilização de regeneração natural deverá ser equacionada em operações de


instalação de povoamentos, evitando-se deste modo mobilizações de solo
desnecessárias;

ˆ A escolha das espécies, bem como a estrutura do povoamento, deverá ser


ponderada de acordo com o seu grau de protecção e nível de recuperação de
solos;

ˆ A preparação do terreno para a instalação do povoamento deve ter em


particular atenção a gestão da vegetação espontânea;

ˆ Deve ser considerado no planeamento de áreas declivosas a promoção e/ou


manutenção de faixas de protecção a linhas de água e eventual execução de
obras de correcção torrencial;

ˆ Devem ser respeitadas normas de conservação do solo e da água,


nomeadamente, na utilização de técnicas e maquinaria que minimizem as
operações de compactação do solo. Na execução de mobilizações do solo e
gestão de vegetação espontânea localizadas, garantir faixas de protecção a
linhas de água, etc;

ˆ O tipo de corte de realização, deverá atender à não remoção de todas as


árvores, podendo esta ser efectuada de forma intervalada ou por
manchas/faixas, minimizando-se os efeitos da erosão. A realização de cortes

97
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

finais está condicionada até 5 hectares contínuos;

ˆ Para declives superiores a 30%, deve-se optar por corte final em faixas
alternadas ou faixas progressivas, sempre executados segundo as curvas de
nível;

ˆ A idade final de corte poderá ser superior à indicada no modelo de


silvicultura;

ˆ A densidade inicial de plantação poderá ser superior à indicada para as


espécies que apresentarem sub-função principal de recuperação de solos
degradados.

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3..2
2..4
4 P
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ˆ Deve privilegiar-se a compartimentação dos espaços, nomeadamente através


da implementação de cortinas de abrigo, uma vez que têm um papel
fundamental para a protecção das culturas agrícolas, do gado e da fauna e
flora silvestres, com redução da velocidade do vento traduzindo em alterações
microclimáticas na área abrangida;

ˆ As cortinas de abrigo implementadas na faixa de intercepção com a rede


viária têm um papel importante para a retenção de poeiras, de cortinas aos
ventos, bem como a instalação de povoamentos na zona de projecção de
partículas de unidades industriais;

ˆ Ao longo dos campos agrícolas as cortinas de abrigo deverão ser plantadas


perpendicularmente à direcção dos ventos dominante, paralelas umas em
relação às outras e estar espaçadas em intervalos de 10 a 15 h (h- função
linear da altura da cortina de abrigo). A extensão da zona protegida é a
barlavento entre 1 a 4 h e a sotavento, em termos de planeamento e para
protecção da erosão eólica, é usual considerar-se que a zona protegida se
estende até 8h;

ˆ Recomenda-se que as cortinas de abrigo sejam estruturadas de modo a que a


sua permeabilidade aumente da base para o topo.

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3..2
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ˆ Devem manter-se áreas tampão ao longo das linhas de água com vegetação
natural para actuar como filtro das águas de escorrimento, apenas com

98
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

intervenção localizada de desobstrução do leito;

ˆ Devem implementar-se sebes ao longo da rede viária para servir de retenção


de poeiras, bem como de povoamentos na zona de projecção de partículas de
unidades industriais;

ˆ Deve privilegiar-se espécies e modelos de silvicultura de grandes revoluções


orientadas para a retenção do carbono, nomeadamente com produtos finais
de longa duração, nomeadamente mobiliário, construção civil, etc;

ˆ Diminuir as mobilizações do solo em profundidade, uma vez que estas


promovem a mineralização e consequentemente a libertação do carbono do
sistema;

ˆ Aplicação de técnicas de silvicultura preventiva com objectivo de redução da


ignição, propagação e impacto dos incêndios florestais.

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3..3
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As opções de gestão florestal em regiões que apresentem a função conservação


como principal, deverão atender a um conjunto de normas específicas de mitigação
das actividades silvícolas ao nível dos ecossistemas naturais existentes,
particularmente em áreas de sensibilidade ecológica elevada.

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3..3
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A existência de um conjunto de normas balizadoras das operações florestais


dependerá do estado de conservação da série de vegetação existente e do grau de
intervenção necessário e permitido para a conservação e promoção de determinado
habitat.

Em termos teóricos, as séries de vegetação podem apresentar-se em 3 estados


distintos de conservação: estado climácico, estado intermédio e estado inicial.

Estado Climácico

Formação de bosque, associado a valores de conservação elevados

Se a área florestal em questão detiver um alto valor de conservação, deverão


ser efectuadas operações silvícolas pontuais, que garantam a manutenção da série
neste estado de conservação. O tipo de intervenção é localizado, devendo ser

99
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

efectuadas monitorizações do seu estado de conservação. Por outro lado, as


intervenções ao nível dos combustíveis, numa óptica de prevenção de incêndios,
deverão ser criteriosamente ponderadas.

Estado Intermédio

Associado a valores de conservação médios e baixos, o estado intermédio


deverá ser prioritariamente orientado para uma requalificação dos valores ecológicos
presentes. As áreas florestais, quando apresentam valores médios e fracos de
diversidade, dificilmente poderão atingir estágios de elevado valor, sem intervenção
humana. Esta melhoria depende fundamentalmente das acções silvícolas e de gestão
implementada.

Assim, as operações silvícolas podem ser canalizadas em dois conjuntos de


medidas principais: medidas de gestão silvícola que fomentem a diversidade biológica
em toda a mancha florestal; medidas de gestão silvícola que concentrem esta
diversificação em áreas específicas, como cursos de água e outras formações de
interesse.

Seguidamente serão enunciadas normas a considerar, quando se procura a


recuperação em cada uma destas medidas:

ˆ Melhorar a área florestal como um todo:

o Favorecer a regeneração natural de espécies autóctones arbóreas e


arbustivas;

o As espécies arbóreas e arbustivas a introduzir deverão ser de


proveniência local;

o Fazer a diversificação de povoamentos puros em povoamentos mistos,


aproveitando as capacidades melhoradoras das várias espécies;

o Incorporar nos povoamentos de resinosas, sempre que possível,


manchas com espécies folhosas autóctones;

o Manter algumas árvores mortas e troncos de madeira em decomposição


no solo para favorecer o desenvolvimento de micro-habitats, que
servem de suporte a espécies de insectos, fungos, mamíferos e aves,
sempre que não apresentem riscos fitossanitários;

o Manter árvores de maior idade, preferencialmente nas áreas de


bordadura do povoamento, para posterior colonização por aves;

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

o Evitar trabalhos silvícolas na época de nidificação de aves (Março a


Julho);

o Evitar o sobre-pastoreio;

o Evitar o uso de pesticidas e minimizar a utilização de fertilizantes;

o Nos locais de interesse para a conservação deverão ser substituídas as


espécies exóticas, principalmente as invasoras, por espécies florestais
autóctones;

o Utilização preferencial de técnicas de controlo da vegetação, manuais e


moto-manuais;

o Deverão ser efectuadas operações de abertura de clareiras para a


criação de micro-habitats e fomentar a regeneração natural;

o A densidade de rede de estradas e o tráfego devem ser reduzidos ao


máximo evitando-se também a criação de barreiras (por exemplo
estradas, urbanizações, agricultura intensiva) que dificultem a
comunicação/continuidade das populações faunísticas e a fragmentação
do habitat.

ˆ Melhorar áreas específicas - Em muitos casos, aumentar a diversidade de toda


a área florestal, poderá ser economicamente inviável pelos custos de
manutenção inerentes. Uma alternativa possível é optar por uma gestão
centrada em locais estratégicos como o limite das áreas florestais, ao longo
de caminhos florestais, nas margens de pontos de água naturais, linhas de
água, etc.

Neste tipo de gestão deverão ser tidos em conta os seguintes aspectos:

o Ao longo de caminhos: consiste na criação de uma gradação vegetal na


envolvente à massa florestal, com o favorecimento de espécies arbóreas
e arbustivas. Esta gradação é conseguida mantendo a componente
arbórea baixa, cortando de 5 em 5 anos e a componente arbustiva de 2
em 2 anos;

o Nas clareiras: devem ser criadas clareiras para fomentar os processos


de regeneração natural. Estas clareiras devem ser distribuídas por todo
o povoamento e incidir sobre clareiras de pequena dimensão, abertas
naturalmente ou em locais onde as árvores se apresentarem mais
enfraquecidas por fenómenos de competição;

101
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

o Nas margens dos pontos e cursos de água naturais: devem ser


efectuadas intervenções localizadas de controlo da vegetação
espontânea para favorecer o desenvolvimento de ecossistemas
florestais protegidos e/ou ameaçados.

Estado Inicial

Este estado está associado a valores de conservação muito baixos. A primeira


fase da recuperação de locais degradados passa pelo levantamento das estruturas
com potencial para o aumento da diversidade biológica, como por exemplo, os pontos
de água naturais, as linhas de água, as áreas pedregosas, etc.

Há que ter em atenção que as operações silvícolas deverão ser efectuadas em


consonância com o maior ou menor grau de degradação existente. Em muitos casos, o
estado de degradação dos povoamentos é tão acentuado que terá de se recorrer a
técnicas de recuperação de solos que utilizam espécies beneficiadoras do solo para
garantir a sustentabilidade futura dos povoamentos.

Devem seguir-se as seguintes linhas orientadoras:

ˆ Salvaguardar a regeneração natural autóctone existente;

ˆ As plantações deverão ser efectuadas preferencialmente em formas mistas,


com espécies de crescimento mais rápido de carácter melhorador do solo e
espécies de crescimento mais lento que serão favorecidas pela acção
protectora das primeiras;

ˆ Não devem ser realizadas plantações a menos de 15 metros de pontos de


água naturais e linhas de água;

ˆ As plantações devem ser efectuadas por manchas descontínuas;

ˆ Devem ser considerados nos esquemas de plantação, espécies florestais em


associação com espécies arbustivas melhoradoras do solo (especialmente as
fixadoras de azoto);

ˆ Devem ser escolhidas espécies autóctones e arbustivas de elevada rusticidade


e adaptabilidade à estação;

ˆ Evitar as acções de silvopastorícia;

ˆ A densidade de rede de estradas e o tráfego devem ser reduzidos ao máximo


evitando-se também a criação de barreiras (por exemplo estradas,
urbanizações, agricultura intensiva) que dificultem a
comunicação/continuidade das populações faunísticas e a fragmentação do

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

habitat.

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Gestão florestal orientada para as espécies a preservar

Nesta categoria enquadra-se a gestão com o objectivo de fomentar habitats


para determinadas espécies de fauna e flora. Apesar da gestão ser orientada para a
conservação e protecção de espécies vegetais e animais com interesse para a
conservação, deverão ser atendidas as seguintes normas:

ˆ Privilegiar os modelos de corte final salteados ou em faixas ou manchas, que


promovem respectivamente, estruturas jardinadas e estruturas irregulares,
uma vez que são os sistemas de condução de povoamentos que têm menos
impactes negativos para diversidade faunística, em relação às estruturas
regulares;

ˆ Fomentar a criação de clareiras;

ˆ Preservação de agrupamentos vegetais autóctones e de espécies arbustivas


que poderão servir de alimento à fauna - nomeadamente medronheiro,
lentisco, pereiro-bravo, pilriteiro;

ˆ Manter algumas árvores mortas e troncos de madeira em decomposição no


solo, para favorecer o desenvolvimento de micro-habitats que servem de
suporte a espécies de insectos, fungos, mamíferos e aves, sempre que não
apresentem riscos fitossanitários;

ˆ Manter árvores de maior idade, preferencialmente nas áreas de bordadura do


povoamento, para posterior colonização por aves;

ˆ Com vista à protecção das espécies animais classificadas e/ou protegidas por
regulamentação especial é proibido:

o Capturar, abater ou deter os espécimes respectivos, qualquer que seja o


método utilizado;

o Perturbar esses espécimes, nomeadamente durante o período de


reprodução, de dependência, de hibernação e de migração. Pelo que se
deve evitar a realização de operações silvícolas durante a época de
nidificação da avifauna (Março a Julho);

o Destruir, danificar, recolher ou deter os seus ninhos e ovos, mesmo

103
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

vazios;

o Deteriorar ou destruir os locais ou áreas de repouso dessas espécies,


nomeadamente árvores com ninhos ou sinais de nidificação de aves.

ˆ Com vista à protecção das espécies vegetais classificados e/ou protegidos por
regulamentação especial é proibido:

o A colheita, o corte, o desenraizamento ou a destruição das plantas ou


partes de plantas no seu meio natural e dentro da sua área de
distribuição natural. Este aspecto tem especial relevância na gestão da
vegetação espontânea, durante a qual deverão ser referenciados os
indivíduos das espécies classificadas e salvaguardados aquando da
remoção da vegetação espontânea;

o A detenção, o transporte, a venda ou troca e a oferta para fins de venda


ou de troca de espécimes das referidas espécies, colhidos no meio
natural.

ˆ A densidade de rede de estradas e o tráfego devem ser reduzidos ao máximo,


evitando-se também a criação de barreiras (por exemplo estradas,
urbanizações, agricultura intensiva) que dificultem a
comunicação/continuidade das populações faunísticas e a fragmentação do
habitat.

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ˆ Deve garantir-se uma faixa de protecção aos monumentos geológicos.

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ˆ No planeamento devem ser incorporadas medidas de remoção/contenção de


espécies invasoras, com intervenções periódicas e continuas no horizonte
temporal;

ˆ A implementação ou preservação de corredores ecológicos promove a


conectividade através da criação de ligações que visam a transferência e
trocas genéticas entre ecossistemas diferentes, para lhes garantir consistência
e sustentabilidade;

ˆ Utilizar no repovoamento florestal plantas oriundas de semente certificada e


com origem identificada, recolhida de acordo com normas adequadas à

104
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

manutenção da diversidade genética;

ˆ Não utilizar como origem de semente, árvores isoladas e núcleos arbóreos


com poucos exemplares da espécie ou espécies em causa. Devem ter uma
localização afastada dos maus povoamentos da mesma espécie ou daquelas
com os quais são capazes de hibridar;

ˆ Preservar núcleos/manchas/corredores vegetais autóctones nos povoamentos


de produção intensiva, como reduto do património genético local.

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Nas áreas onde a função principal dos espaços florestais engloba a


silvopastorícia, a caça ou a pesca, é necessário sublinhar um conjunto específico de
normas:

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ˆ As operações de limpeza de matos deverão ser realizadas preferencialmente


por manchas ou faixas, privilegiando a manutenção de espécies arbustivas
que poderão servir de alimento à fauna - nomeadamente medronheiro,
lentisco, pereiro-bravo, pilriteiro;

ˆ Devem ser privilegiadas técnicas naturais de controlo de pragas. A utilização


de insecticidas e pesticidas deve ser cuidadosamente ponderada;

ˆ As operações silvícolas devem ser executadas, sempre que possível, fora da


época de nidificação das espécies cinegéticas autóctones e migratórias;

ˆ Os cortes finais deverão ser efectuados por manchas ou faixas, de forma


sequencial, maximizando o efeito de orla, devendo ser executados fora da
época de nidificação das espécies cinegéticas (Março a Junho), devendo ser
mantidas algumas árvores que funcionam como local de descanso e fonte de
alimento, até que o coberto florestal esteja novamente restabelecido;

ˆ Planeamento da rede de pontos de água para abeberamento da fauna


selvagem. As pequenas albufeiras têm a vantagem de permitirem uma gestão
mais fácil e uma maior circulação das aquáticas, permitindo assim uma
actividade cinegética mais fácil (melhor distribuição dos caçadores). As
margens devem ter declives pouco acentuados de forma a permitirem o

105
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

estabelecimento da vegetação. A profundidade máxima deve ser proporcional


à dimensão da massa de água;

ˆ O pisoteio e pastoreio dos locais de nidificação devem ser evitados


(construção de cercas a 20-30 metros do plano de água);

ˆ Manutenção de áreas tranquilas, de difícil acesso onde as aves possam


descansar durante o dia, construir o ninho, se esconder na altura da muda,
pois como não voam estão particularmente sensíveis a ataques de
predadores, e assim, qualquer perturbação pode provocar movimentos,
aumentando a sua exposição;

ˆ A gestão do habitat deve ser manipulado de forma a fornecer à fauna as


disponibilidades de alimento e de áreas favoráveis à reprodução, através de
instalação de culturas e cobertos de reprodução;

ˆ Podem ser instalados no espaço florestal "equipamentos específicos" como


culturas para a caça, pastagens, comedouros, pontos de água, entre outros,
com o objectivo de minimizar as alterações ao projecto florestal e/ou
assegurar densidades das populações cinegéticas compatíveis com o
rendimento que delas se pretende obter e com a produção lenhosa.

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ˆ A silvopastorícia em espaços florestais pode ocorrer em sob coberto arbóreo


ou manchas arbóreas intercaladas com pastagens;

ˆ A instalação de povoamentos, com objectivo de terem pastagem em sob


coberto, deve ter compassos largos, ou então prever intensidades de
desbastes maiores e em mosaico;

ˆ As acções de instalação de culturas de cobertura e gestão da vegetação


espontânea nos montados de sobro e de azinho devem evitar a mobilização
do solo na área de projecção da copa das árvores;

ˆ Promover a rotação do gado para promover a regeneração natural,


assegurando uma correcta protecção aos jovens indivíduos;

ˆ Se o sob coberto for constituído por plantas densas, altas e lenhificadas, será
necessário a queima ou roça do mato, antes da introdução do gado;

ˆ Os prados permanentes, sejam eles naturais ou artificiais, são os mais


compatíveis com o sob coberto florestal, se atendermos à conservação do solo
e da água e ao aumento da biodiversidade. Devem ser, prioritariamente,

106
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

colocados em terrenos com uma boa capacidade de retenção de água;

ˆ Devem evitar-se mobilizações nos terrenos de encosta com declives


superiores a 25% e em solos com uma profundidade inferior a 10 cm;

ˆ A gradagem deve ser utilizada preferencialmente para a instalação de prados


anuais e para a instalação de prados permanentes. Se a solução técnica for a
renovação da pastagem por controlo das arbustivas ou o aproveitamento de
pastagem natural, deve dar-se preferência ao corta-mato;

ˆ A instalação de pastagens deve limitar-se às situações mais favoráveis de


meia-encosta e fundos de vales, deixando as áreas mais problemáticas
entregues à vegetação natural e às formas de uso mais compatíveis com a
salvaguarda do meio natural;

ˆ Os encabeçamentos devem ser adequados de forma a evitar a degradação


das pastagens e o estado fitossanitário dos povoamentos, nomeadamente,
através do encabeçamento recomendado nas Boas Práticas Agrícolas;

ˆ O gado deve ter sombras e bebedouros alternativos sempre que possível,


para que não tenham a necessidade de se aproximar das margens das linhas
de água. Doutro modo, o acesso do gado à água deve ser feito apenas em
pontos de abeberamento previamente delimitados e preparados para o efeito.

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ˆ Promover o bom estado vegetativo das plantas melíferas num raio


aproximado de 1 a 2 km (evidentemente que, como é sabido, as abelhas
podem voar a distâncias maiores mas, também este aspecto é muito relativo,
visto que a exploração será tanto mais rentável quanto mais perto do apiário
estiverem as fontes de alimento);

ˆ Condicionar a gestão da vegetação espontânea de acordo com o respectivo


calendário apícola;

ˆ No Verão é essencial a existência de água na área envolvente às colmeias.


Com a água, de preferência corrente, as abelhas podem combater
eficazmente o calor mais intenso do Verão, desde que possam contar com mel
suficiente, de modo a poderem despender energias no acto de ventilação.

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ˆ Na gestão da pesca em águas interiores deve-se ter atenção à


regulamentação nacional de protecção a este recurso natural, nomeadamente
às áreas de interdição de pesca (“áreas de desova” e “áreas de abrigo”);

ˆ Planear correctamente as condições para o exercício da pesca –


acessibilidades, pontos de pesca e apoios;

ˆ Os cortes de arvoredo ou quaisquer outras acções sobre a vegetação


ribeirinha e aquática devem ter em conta o adequado revestimento das
margens;

ˆ As desramações nas linhas de água podem ser suprimidas, uma vez que a
queda de ramos baixos para os cursos de água constitui uma fonte de
diversificação física do ambiente ripícola;

ˆ Devem preservar-se e manter-se galerias ripícolas, pois poderão servir de


corredores ecológicos essenciais para o abrigo, alimentação e deslocação da
fauna, sendo um elemento estruturante para a conservação da
biodiversidade.

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ˆ Devem ser efectuados, sempre que possível, arborizações com utilização de


mais do que uma espécie, criando mosaicos de tons e cores, aumentando a
diversidade paisagística;

ˆ Evitar espécies com estruturas venenosas e/ou espinhosas em áreas


utilizadas para recreio e lazer, ou de passagem obrigatória de peões,
designadamente quando seja previsível a presença de crianças;

ˆ Evitar a utilização de espécies produtoras de pólenes alérgicos – oliveira,


zambujeiro, ciprestes, por exemplo – nas vizinhanças imediatas de núcleos
habitados, ou em locais de onde os ventos dominantes transportem os
pólenes para aqueles núcleos;

ˆ Não utilizar espécies de baixa resistência ao vento em locais habitados ou de

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PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

passagem de peões e viaturas, onde possam constituir risco para a segurança


de pessoas e bens;

ˆ Deve privilegiar-se a utilização de espécies pouco inflamáveis;

ˆ Planeamento dos acessos e estacionamento ajustados ao fluxo humano


previsível e respectiva rede de defesa da floresta contra incêndios;

ˆ Os Monumentos Nacionais e os Imóveis de Interesse Público têm uma zona de


protecção que abrange a área envolvente do imóvel até 50 metros, contados
a partir dos seus limites, sem prejuízo da aplicação de regimes que
estabeleçam áreas especiais de protecção superiores a 50 metros;

ˆ Na faixa de protecção aos marcos geodésicos, de pelo menos 15 m, fica


vedado ao proprietário ou usufrutuário dos terrenos situados dentro da zona
de respeito fazer plantações, construções e outras obras ou trabalhos de
qualquer natureza;

ˆ Implementação de uma faixa de protecção de largura mínima de 50 m à volta


de habitações, estaleiros, armazéns, oficinas ou outras edificações isoladas;

ˆ Implementação de uma faixa de protecção de largura mínima não inferior a


100 metros nos aglomerados populacionais inseridos ou confinantes com
áreas florestais.

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ˆ Devem ser previamente planeados os acessos, os equipamentos e as fruições


dos espaços florestais;

ˆ Programa de reparação e manutenção de infra-estruturas;

ˆ Devem ser efectuados, sempre que possível, arborizações com utilização de


mais do que uma espécie, criando mosaicos de tons e cores, aumentando a
diversidade paisagística;

ˆ A preservação e manutenção de galerias rípicolas são um elemento


estruturante e enriquecedor da paisagem;

ˆ Utilização de espécies mediterrâneas como medida de redução do stress da


árvore e do consumo de água;

ˆ A escolha das espécies a utilizar deve ter em conta: a dimensão da árvore


estar ajustada ao espaço útil disponível, o tipo de órgãos caducos da espécie
para que não ponham em risco a segurança rodoviária e de circulação dos

109
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

peões;

ˆ Implementação de uma faixa de protecção de largura mínima de 50 m à volta


de habitações, estaleiros, armazéns, oficinas ou outras edificações isoladas;

ˆ Evitar espécies com estruturas venenosos e/ou espinhosas em áreas


utilizadas para recreio e lazer, ou de passagem obrigatória de peões,
designadamente quando seja previsível a presença de crianças;

ˆ Evitar a utilização de espécies produtoras de pólens alérgicos – oliveira,


zambujeiro, ciprestes, por exemplo – nas vizinhanças imediatas de núcleos
habitados, ou em locais de onde os ventos dominantes transportem os pólens
para aqueles núcleos;

ˆ Não utilizar espécies com baixa resistência ao vento em locais habitados ou


de passagem de peões e viaturas, onde possam constituir risco para a
segurança de pessoas e bens.

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ˆ Privilegiar arborizações com utilização de mais do que uma espécie, criando


mosaicos de tons e cores, adequada à escala de intervenção, aumentando a
diversidade paisagística;

ˆ Privilegiar a abertura de clareiras e promover o aproveitamento da


regeneração natural autóctone;

ˆ Planeamento do traçado da rede viária e divisional, bem como os percursos


turísticos, de acordo com os valores naturais a conservar;

ˆ Programa de reparação e manutenção de infra-estruturas;

ˆ Criação de condições de evacuação em caso de incêndio florestal e


estabelecimento de faixas de protecção a parques de merendas em áreas
florestais;

ˆ Utilização de espécies mediterrâneas, pois são menos susceptíveis ao stress


climático;

ˆ Os cortes por manchas, faixas ou salteados promovem a variação da orla da


floresta e a densidade dos povoamentos de acordo com a topografia,
quebrando a monotonia das estradas e orlas lineares;

ˆ Os cortes finais em vez de serem geométricos devem seguir linhas naturais


da paisagem, de modo a diminuírem o seu impacte visual negativo;

110
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

ˆ Os cortes finais devem ser sequenciados de forma a começar de trás para a


frente dos locais de visibilidade e acessibilidade, dentro do exequível, para
que as faixas da frente ocultem até ao máximo de tempo possível a
intervenção;

ˆ No planeamento da implementação da rede viária e divisional deve desenhar-


se um traçado modelado ao terreno, reduzindo o impacto visual, promovendo
a vista panorâmica, evitando a obstrução com coberto arbóreo;

ˆ O material resultante da exploração florestal deve ser removido ou


estilhaçado e incorporado no solo, reduzindo o impacto visual.

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Em termos de recuperação de áreas degradadas iremos considerar o caso mais


vulgar - áreas ardidas – nestes casos há que considerar um conjunto de medidas
especiais que deverão ter em conta as especiais fragilidades que estes espaços
apresentam.

Atendendo a especificidades próprias de recuperação das linhas de água após a


passagem do fogo, organizou-se este ponto em recuperação de áreas ardidas e
recuperação de galerias ripícolas ardidas.

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Podem considerar-se dois tipos de medidas necessárias para a recuperação de


uma área após um incêndio: a curto prazo, para evitar os novos riscos resultantes do
incêndio como a erosão, ataques parasitas e enfraquecimento dos cepos; a médio e
longo prazo, para recuperação das funções do espaço ardido e evitar que o risco de
incêndio aumente.

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Controlo da erosão

ˆ Realização de limpezas, corte das árvores queimadas rente ao solo.


Disposição dos ramos cortados, depois de desramados, paralelamente às
curvas de nível, apoiados aos troncos em pé. Estes troncos funcionam como
estacas fixas pelas suas raízes. Os ramos cortados devem ser desramados
para garantir o contacto directo entre estes e o solo para funcionar como

111
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

barreira;

ˆ Realização de pequenas “barragens” no fundo da pendente, constituídas por


ramos alinhados paralelamente à pendente. Estas medidas são de rápida
execução e são essenciais porque diminuem o risco de erosão após o fogo,
durante o período de tempo em que o solo se encontra despido de vegetação;

ˆ Os tratamentos especiais de consolidação de vertentes de elevada pendência,


só são necessários quando é posta em causa a integridade de vias de
comunicação, habitações, etc., ou quando se prevê que a vegetação
espontânea só recuperará passado um período de tempo tal, que comprometa
a estabilidade da vertente pela possibilidade de fenómenos climáticos
altamente erosivos como tempestades.

O enfraquecimento das árvores afectadas pelo fogo

A reacção das árvores à passagem do fogo depende em muito do seu grau de


adaptabilidade a este fenómeno. Assim, quando o incêndio queima o tronco e a copa
de uma resinosa, esta morre enquanto que uma folhosa, grosso modo, rebenta de
toiça.

Quando a copa fica apenas chamuscada, nas resinosas se os gomos estão


secos a árvore está condenada, se os gomos resistem a árvore poderá recuperar.
Existem correntes contrárias quanto ao abate ou não das resinosas queimadas. Por
um lado, devem ser deixadas no povoamento pelo seu importante papel para a
regeneração natural. Por outro lado, abatendo, a madeira queimada pode ser
comercializada e diminui-se o risco de ataques de pragas a que estes exemplares
ficam sujeitos ficando no povoamento.

Quando a copa não ficou destruída numa folhosa, convém analisar o tecido
cambial do tronco e dos ramos principais. Se este estiver intacto, a árvore recupera.
Se estiver destruído pelo aquecimento a árvore rebenta de toiça. Se a destruição do
câmbio for parcial a árvore recupera em parte na copa e rebenta de toiça, mas
permanece fraca. É preferível cortar os ramos mutilados ao nível do asse cambial.
Esta operação deve ser efectuada rapidamente antes que a árvore mobilize as suas
reservas para recuperar estes ramos mutilados.

O ataque de pragas

As árvores mortas e enfraquecidas podem constituir suporte para doenças e


insectos. As áreas ardidas podem, se as condições climáticas forem propícias, tornar-
se focos de epidemias susceptíveis de se estenderem às áreas vizinhas. Devem

112
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

eliminar-se os troncos mortos ou debilitados pelo incêndio.

IIV
V..4
4..1
1..2
2 IIN
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Após o incêndio há uma desvalorização temporária dos terrenos devido à perda


de valor comercial da madeira e redução das funções ambientais dos espaços
florestais afectados. Neste sentido, o pós-incêndio deve ser a ocasião para repensar
globalmente a gestão dos espaços florestais.

Os condicionalismos relativos à alteração do tipo e composição dos


povoamentos visam salvaguardar a diversidade do coberto florestal aos níveis nacional
e regional e proteger as formações florestais de maior raridade ou valor ecológico,
económico ou social. Muitas vezes é adoptada uma perspectiva de muito longo prazo,
com o objectivo de impedir o desaparecimento de ecossistemas de difícil ou demorada
recuperação, face a alternativas conjunturalmente mais interessantes para a
exploração agro-florestal do ponto de vista económico-financeiro.

Por outro lado, os incêndios criam a oportunidade para a substituição de


formações florestais desadequadas do ponto de vista da sua adaptação à estação ou
às funções entretanto exigidas pela sociedade, pelo que se deve adoptar uma postura
a mais fundamentada possível no correcto conhecimento das características da
estação, da regeneração natural eventualmente ocorrente e também da vontade do
proprietário.

A. Expansão/Redução da área florestal

A.1. - Deverá ser garantida a rearborização dos espaços arborizados ardidos, com
recursos a técnicas de regeneração natural ou artificial, com excepção dos terrenos
destinados a outra ocupação silvestre (com matos, pastagens espontâneas,
afloramentos rochosos ou massas hídricas, prevista em PGF, em plano ZIF, em
instrumentos de gestão territorial específicos de Sítios da Lista Nacional de Sítios/ZPE
ou em POAP), ou agrícola (prevista no âmbito da RDF);

A.2. - O planeamento da rearborização seguirá os critérios gerais segundo os Critérios


para a intervenção na recuperação de áreas ardidas;

A.3. - A rearborização artificial de prioridade 1 deverá ser executada com recurso a


material de reprodução melhorado ou de proveniência ajustada à região.

B. Alteração da composição dos povoamentos

B.1. - A rearborização das áreas ardidas seguirá, no que respeita à alteração da

113
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

composição dos povoamentos, as linhas gerais segundo os Critérios para a


intervenção na recuperação de áreas ardidas e nas Normas de Silvicultura Preventiva;

B.2. - Não é permitida a alteração de composição em povoamentos dominados por


espécies indígenas de ocorrência rara ou muito rara ou em galerias ripícolas,
designadamente em vidoais, carvalhais, freixiais, amiais, salgueirais, olmedos e
choupais e, ainda, em soutos e castinçais;

B.3. - A substituição de qualquer tipo de povoamento florestal por povoamentos


dominados por espécies de crescimento rápido exploradas em revoluções curtas tem
de, cumulativamente, cumprir os seguintes requisitos:

ˆ Ocorrer nas estações de produtividade boa a muito boa para estas espécies;

ˆ Integrar-se nas orientações e zonamento estabelecido no PROF;

ˆ Estar explicitamente prevista em sede de plano ZIF ou PGF.

B.4. - A alteração da composição em povoamentos de azinheira e sobreiro


gravemente afectados pelo fogo deverá cumprir, cumulativamente, as seguintes
condições:

ˆ Constituam povoamentos comprovadamente irrecuperáveis e inadaptados à


estação, designadamente no que respeita à série de vegetação em causa;

ˆ Não possuam elevado valor para a conservação e como tal surjam


identificados em POAP (Plano de Ordenamento de Área Protegida) ou plano de
gestão de ZEC/ZPE (ou plano sectorial equivalente);

ˆ A alteração esteja prevista em sede de PGF ou de plano ZIF que garanta,


simultaneamente: i) A existência de outra(s) espécies(s) e/ou funções
florestais melhor adaptadas às características da estação; ii) A não diminuição
da superfície total ocupada por povoamentos de sobreiro ou azinheira no
âmbito da exploração agro-florestal em causa ou do território abrangido pela
ZIF.

B.5. - Espécies não indígenas invasoras

Os incêndios florestais, como outros acontecimentos catastróficos em


ecossistemas semi-naturais ou profundamente artificializados, propiciam
frequentemente o desenvolvimento incontrolado de invasoras lenhosas,
frequentemente espécies não indígenas dos géneros Acácia, Pittosporum e Hakea.

ˆ Devem ser previstas acções de longo prazo de controlo e erradicação de


invasoras lenhosas;

ˆ A utilização de espécies não indígenas deverá obedecer à seguinte condição:


apenas poderão ser utilizadas nas rearborizações ou novas arborizações as

114
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

espécies indígenas ou as espécies não indígenas classificadas como


naturalizadas ou com interesse para a arborização, no âmbito do Decreto-Lei
n.º 565/99, constantes da lista “Espécies arbóreas florestais utilizáveis em
Portugal” (DGRF).

B.6. - Não deve ser permitida a (re)arborização em áreas afectas à defesa da floresta
contra incêndios, áreas com espécies e/ou habitats classificados não arborizados, cuja
recuperação ou manutenção num estado favorável de conservação aconselhe a não
arborização, áreas afectas à protecção do património cultural e arqueológico e áreas
abrangidas por servidões administrativas e outras restrições de utilidade pública.

115
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 8 – Critérios para a intervenção na recuperação de áreas ardidas

Estações de Estações de
Estações de produtividade boa
produtividade produtividade
a muito boa
nula a fraca média

⇓ ⇓ ⇓

Regeneração natural ▪ Rearborização


inexistente; artificial ▪ Rearborização artificial
necessidade de (investimento (investimento com prioridade

substituição de com prioridade 1)
espécies 2)

▪ Condução da
regeneração
Regeneração natural
existente ou
Manter a de espécies sem
regeneração ▪ Rearborização ▪ Rearborização artificial
interesse silvícola
espontânea da ⇒ artificial (investimento com prioridade
(invasoras lenhosas,
vegetação, com (investimento 1)
etc.)
excepção das com prioridade

situações em que 3)

seja exigida
intervenção: Regeneração natural
combate a suficiente, de espécies
invasoras sem interesse Adensamento da regeneração com plantação de
lenhosas, controlo económico mas com ⇒ espécie(s) de maior valor económico, adaptada(s)
de erosão, valor ecológico à estação e com adequada proveniência
instalação de (pioneiras)
formações com
valor para a
conservação ou Acompanhamento da dinâmica da regeneração,

de parques com eventual controlo da vegetação concorrente

florestais, etc. Não adensar


Regeneração natural
Operações Avaliação da regeneração nos
suficiente, de
⇒ culturais para a anos seguintes
qualidade aceitável e
consolidação dos Adensamento eventual, com
com interesse silvícola
povoamentos- plantas de boa proveniência
objectivo

Fonte: CNR

116
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

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V..4
4..2
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Na recuperação de galerias ripícolas é necessário atender a características


intrínsecas deste elemento fundamental nos ecossistemas florestais, pelo que se
explicitam algumas das medidas a ter em conta aquando da sua reabilitação após
incêndio.

Favorecer a regeneração natural dos diferentes estratos de vegetação

Os sistemas ribeirinhos mediterrânicos são caracterizados por uma forte


capacidade regenerativa pós-incêndio, resultado de milhões de anos de evolução num
contexto em que o fogo é um dos mais poderosos factores ecológicos. Numa situação
normal, a regeneração das espécies lenhosas é imediata a partir do sistema radicular
não afectado (Alnus, Salix, Populus, Quercus, etc.), o mesmo sucedendo com as
espécies vivazes; as espécies anuais características da região surgirão após as
primeiras chuvas do fim de Verão e do Outono.

As intervenções deverão centrar-se na limpeza e desobstrução das margens e


leitos dos cursos de água, nos casos em que tal impeça o normal fluir dos caudais ou
propicie um elevado risco de agravamento das condições fitossanitárias ou de perigo
de incêndio.

A condução destes povoamentos deverá favorecer a rápida recuperação das


formações clímax (e, em especial, do dossel arbóreo), de forma a garantir a
descontinuidade horizontal e vertical dos combustíveis dos níveis arbustivo, herbáceo
e escandente.

Rearborizar/revegetalizar através de plantação/sementeira artificiais apenas


em casos excepcionais

A regeneração artificial de bandas ribeirinhas apenas deverá ser realizada


quando se verificar uma destruição total da vegetação pré-existentes (o que acontece
raramente, face ao comportamento do fogo nestas áreas) ou quando a situação pré-
existente se caracterizava já por uma acentuada degradação, por exemplo sem a
presença de estrato arbóreo/arbustivo, com dominância de espécies exóticas
invasoras ou com uma flora banal.

Poderá ser recomendada, ainda, em acções planeadas de combate à erosão ou


de correcção torrencial.

117
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Interditar a utilização de material vegetal não originário da vizinhança


imediata do troço ou da lagoa/paul

Atendendo à notável variedade genética e originalidade de muitas formações


florestais ribeirinhas, o material vegetal a utilizar (sementes, estacas, plântulas)
deverá ser proveniente de bandas ripícolas das imediações do local a regenerar. A não
observância deste preceito poderá acarretar o empobrecimento ecológico e a poluição
genética irreversível de numerosas espécies características dos ecossistemas
afectados, especialmente ao nível dos géneros mais susceptíveis à hibridação (Salix,
etc.).

Atender à composição e estrutura das formações florestais características da


região

O acompanhamento da regeneração natural da vegetação ribeirinha deverá ter


como referência as formações características da região intervindo, sempre que for
necessário, ao nível da eliminação de espécies exóticas invasoras, da gestão
hidráulica, etc.

A utilização de espécies florestais e arbustivas exóticas está regulamentada. Há


um conjunto relativamente vasto de espécies arbóreas exóticas que poderá ser
utilizado em áreas húmidas (Taxodium distichum, Alnus cordata, etc.); contudo a sua
utilização deve restringir-se apenas a situações de elevada artificialidade do meio,
designadamente em espaços com função predominante de recreio ou enquadramento
paisagístico.

118
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

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V..5
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A selecção das espécies é, porventura, um dos passos mais interessantes e ao


mesmo tempo difícil com que se depara a actividade florestal. A escolha das espécies
tem por trás uma série de condições, quer sejam elas de cariz edafo-climáticas,
económicas, sociais e ambientais que se terá que ponderar antes de decidir efectuar a
sua escolha.

Nesta óptica, os modelos de silvicultura apresentados no presente trabalho,


tendo por base a condução mais adequada dos povoamentos florestais, foram
concebidos como uma orientação para o apoio a uma correcta gestão dos
povoamentos.

Com os modelos gerais de silvicultura aqui presentes, pretende-se que se dê


resposta às 5 funções principais atribuídas com diferente peso às Sub-regiões
Homogéneas.

IIV
V..5
5..2
2 A
ASSS EEESSSPPPÉÉÉCCCIIIEEESSS

Na primeira fase de elaboração do PROF, foi feito o reconhecimento das


exigências ecológicas dum grupo alargado de espécies susceptíveis de serem
utilizadas em arborizações em Trás-os-Montes. Neste momento, importa diferenciar
essas espécies segundo a sua apetência para o cumprimento das diferentes funções
definidas para as sub-regiões homogéneas. Distinguem-se três níveis de classificação:

Legenda

a Bom desempenho

b Médio desempenho

c Baixo desempenho

A vermelho, encontram-se as espécies mais aptas para o cumprimento da


função, a amarelo as medianamente aptas e a branco as menos habilitadas para
cumprirem os objectivos. Nos quadros seguintes, lista-se a capacidade das espécies
para a execução das cinco funções.

119
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 9 – Aptidão das espécies para a função de produção


Desempenho da função de
Espécie
Produção
Acer pseudoplatanus a
Castanea sativa a
Cedrus atlantica a
Cupressus lusitanica a
Eucalyptus globulus a
Eucalyptus maidenii a
Eucalyptus nitens a
Fagus sylvatica a
Fraxinus excelsior a
Juglans nigra a
Juglans regia a
Pinus nigra a
Pinus pinaster a
Pinus pinea a
Pinus radiata a
Pinus sylvestris a
Platanus hispanica a
Populus x canadensis a
Prunus avium a
Pseudotsuga menziesii a
Quercus pyrenaica a
Quercus robur a
Quercus rubra a
Quercus suber a
Alnus glutinosa b
Celtis australis b
Chamaecyparis lawsoniana b
Corylus avellana b
Cupressus arizonica b
Cupressus sempervirens b
Eucalyptus viminalis b
Fraxinus angustifolia b
Larix x eurolepis b
Pinus halepensis b
Populus nigra b
Quercus faginea b
Arbutus unedo c
Betula alba c
Buxus sempervirens c
Eucalyptus camaldulensis c
Ilex aquifolium c
Juniperus oxycedrus c
Morus alba c
Olea europaea c
Pinus mugo c
Pistacia terebinthus c
Pyrus cordata c
Quercus ilex c
Salix atrocinerea c
Salix purpurea c
Salix salviifolia c
Sorbus aucuparia c
Taxus baccata c
Ulmus minor c

120
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 10 – Aptidão das espécies para a função de protecção


Desempenho da função de
Espécie
Protecção
Acer pseudoplatanus a
Alnus glutinosa a
Arbutus unedo a
Betula alba a
Castanea sativa a
Celtis australis a
Chamaecyparis lawsoniana a
Corylus avellana a
Fraxinus angustifolia a
Juniperus oxycedrus a
Pinus mugo a
Pinus pinaster a
Pinus pinea a
Pinus sylvestris a
Pistacia terebinthus a
Pyrus cordata a
Quercus faginea a
Quercus ilex a
Quercus pyrenaica a
Quercus robur a
Quercus suber a
Salix atrocinerea a
Salix purpurea a
Salix salviifolia a
Sorbus aucuparia a
Buxus sempervirens b
Cedrus atlantica b
Cupressus arizonica b
Cupressus lusitanica b
Cupressus sempervirens b
Fagus sylvatica b
Fraxinus excelsior b
Ilex aquifolium b
Larix x eurolepis b
Morus alba b
Olea europaea b
Pinus halepensis b
Pinus nigra b
Pinus radiata b
Prunus avium b
Quercus rubra b
Taxus baccata b
Ulmus minor b
Eucalyptus camaldulensis c
Eucalyptus globulus c
Eucalyptus maidenii c
Eucalyptus nitens c
Eucalyptus viminalis c
Juglans nigra c
Juglans regia c
Platanus hispanica c
Populus nigra c
Populus x canadensis c
Pseudotsuga menziesii c

121
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 11 – Aptidão das espécies para a função de conservação


Desempenho da função de
Espécie
Conservação
Acer pseudoplatanus a
Alnus glutinosa a
Arbutus unedo a
Betula alba a
Buxus sempervirens a
Castanea sativa a
Celtis australis a
Corylus avellana a
Fraxinus angustifolia a
Ilex aquifolium a
Juniperus oxycedrus a
Olea europaea a
Pistacia terebinthus a
Populus nigra a
Prunus avium a
Pyrus cordata a
Quercus faginea a
Quercus ilex a
Quercus pyrenaica a
Quercus robur a
Quercus suber a
Salix atrocinerea a
Salix purpurea a
Salix salviifolia a
Sorbus aucuparia a
Taxus baccata a
Ulmus minor a
Juglans regia b
Pinus mugo b
Pinus pinaster b
Pinus pinea b
Pinus sylvestris b
Cedrus atlantica c
Chamaecyparis lawsoniana c
Cupressus arizonica c
Cupressus lusitanica c
Cupressus sempervirens c
Eucalyptus camaldulensis c
Eucalyptus globulus c
Eucalyptus maidenii c
Eucalyptus nitens c
Eucalyptus viminalis c
Fagus sylvatica c
Fraxinus excelsior c
Juglans nigra c
Larix x eurolepis c
Morus alba c
Pinus halepensis c
Pinus nigra c
Pinus radiata c
Platanus hispanica c
Populus x canadensis c
Pseudotsuga menziesii c
Quercus rubra c

122
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 12 – Aptidão das espécies para a função de silvopastorícia, caça e pesca


Desempenho da função de
Espécie
Silvopastorícia, Caça e Pesca
Acer pseudoplatanus a
Alnus glutinosa a
Arbutus unedo a
Betula alba a
Castanea sativa a
Celtis australis a
Corylus avellana a
Fraxinus angustifolia a
Fraxinus excelsior a
Ilex aquifolium a
Larix x eurolepis a
Morus alba a
Olea europaea a
Pistacia terebinthus a
Populus nigra a
Populus x canadensis a
Prunus avium a
Pyrus cordata a
Quercus faginea a
Quercus ilex a
Quercus pyrenaica a
Quercus robur a
Quercus suber a
Salix atrocinerea a
Salix purpurea a
Salix salviifolia a
Sorbus aucuparia a
Ulmus minor a
Fagus sylvatica b
Juniperus oxycedrus b
Pinus nigra b
Pinus pinaster b
Pinus pinea b
Pinus sylvestris b
Platanus hispanica b
Quercus rubra b
Buxus sempervirens c
Cedrus atlantica c
Chamaecyparis lawsoniana c
Cupressus arizonica c
Cupressus lusitanica c
Cupressus sempervirens c
Eucalyptus camaldulensis c
Eucalyptus globulus c
Eucalyptus maidenii c
Eucalyptus nitens c
Eucalyptus viminalis c
Juglans nigra c
Juglans regia c
Pinus halepensis c
Pinus mugo c
Pinus radiata c
Pseudotsuga menziesii c
Taxus baccata c

123
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 13 – Aptidão das espécies para a função de recreio e paisagem


Desempenho da função de
Espécie
Recreio e Paisagem
Acer pseudoplatanus a
Alnus glutinosa a
Arbutus unedo a
Betula alba a
Castanea sativa a
Cedrus atlantica a
Celtis australis a
Chamaecyparis lawsoniana a
Corylus avellana a
Cupressus arizonica a
Cupressus sempervirens a
Fagus sylvatica a
Fraxinus angustifolia a
Fraxinus excelsior a
Ilex aquifolium a
Juniperus oxycedrus a
Larix x eurolepis a
Pinus mugo a
Pinus pinea a
Pinus sylvestris a
Pistacia terebinthus a
Prunus avium a
Pseudotsuga menziesii a
Quercus faginea a
Quercus ilex a
Quercus pyrenaica a
Quercus robur a
Quercus rubra a
Quercus suber a
Sorbus aucuparia a
Taxus baccata a
Ulmus minor a
Buxus sempervirens b
Cupressus lusitanica b
Eucalyptus camaldulensis b
Eucalyptus nitens b
Juglans nigra b
Juglans regia b
Morus alba b
Olea europaea b
Pinus nigra b
Pinus radiata b
Platanus hispanica b
Populus nigra b
Populus x canadensis b
Eucalyptus globulus c
Eucalyptus maidenii c
Eucalyptus viminalis c
Pinus halepensis c
Pinus pinaster c
Pyrus cordata c
Salix atrocinerea c
Salix purpurea c
Salix salviifolia c

124
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

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V..5
5..3
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As exigências relativas aos níveis de temperatura e precipitação média anual


que cada uma das espécies listadas demonstra, levam a que o esforço de arborização
seja remetido para as zonas climáticas que cada uma das sub-regiões homogéneas
possui. Deste modo, torna-se necessário distribuir o conjunto de espécies compiladas
pelas sub-regiões homogéneas, em função da sua viabilidade e capacidade para
cumprirem com as prioridades hierarquizadas na primeira fase. Da ordenação
subsequente podemos distinguir quatro níveis de classificação das espécies:

ˆ Espécies Prioritárias: é formado pelo conjunto das espécies que conseguem


bom desempenho nas três prioridades definidas para a sub-região em causa.
São as espécies que mais interesse têm para a sub-região, pois a sua
aplicabilidade é ampla e permite que cumpra as três prioridades.

ˆ Espécies Relevantes: é constituído pelo conjunto das espécies que conseguem


bom desempenho em duas das três prioridades definidas para a sub-região
em causa. Embora menos importantes que as primeiras, pois são de aplicação
menos ampla, são de importância considerável, uma vez que permitem
aumentar o lote das espécies a considerar por prioridade.

ˆ Espécies Alternativas: é estabelecido pelo conjunto das espécies que


conseguem bom desempenho em uma das três prioridades definidas para a
sub-região em causa. Constituem, tal como o nome indica, uma alternativa
sempre que se pretendam utilizar para o cumprimento de uma função em
particular.

ˆ Espécies Secundárias: é a designação do conjunto das espécies que possuem


uma performance média e baixa para o cumprimento das prioridades
definidas para a sub-região em causa. A sua escolha deverá ser bem
ponderada devido ao seu médio/baixo desempenho para cumprir as
prioridades da sub-região.

Nos quadros seguintes apresentam-se, por sub-região homogénea, a


ordenação das espécies segundo a classificação supra referida.

125
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 14 – Distribuição das espécies por níveis de classificação

Alvão-Marão
1ª Prioridade 2ª Prioridade 3ª Prioridade
Espécie Recreio e
Protecção Produção
Paisagem
Acer pseudoplatanus a a a
Castanea sativa a a a
Espécies
Pinus sylvestris a a a
Prioritárias
Quercus pyrenaica a a a
Quercus robur a a a
Pinus pinaster a a c
Alnus glutinosa a b a
Celtis australis a b a
Chamaecyparis lawsoniana a b a
Corylus avellana a b a
Fraxinus angustifolia a b a
Betula alba a c a
Espécies
Pinus mugo a c a
Relevantes
Sorbus aucuparia a c a
Cedrus atlantica b a a
Fagus sylvatica b a a
Fraxinus excelsior b a a
Prunus avium b a a
Quercus rubra b a a
Pseudotsuga menziesii c a a
Pyrus cordata a c c
Salix atrocinerea a c c
Salix salviifolia a c c
Cupressus lusitanica b a b
Pinus nigra b a b Espécies
Juglans nigra c a b Alternativas

Larix x eurolepis b b a
Ilex aquifolium b c a
Taxus baccata b c a
Ulmus minor b c a
Espécies
Populus nigra c b b
Secundárias

126
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 15 – Distribuição das espécies por níveis de classificação

Beira-Douro
1ª Prioridade 2ª Prioridade 3ª Prioridade
Espécie
Protecção Produção Conservação
Castanea sativa a a a
Espécies
Quercus pyrenaica a a a
Prioritárias
Quercus suber a a a
Pinus pinaster a a b
Pinus pinea a a b
Alnus glutinosa a b a
Celtis australis a b a
Corylus avellana a b a
Fraxinus angustifolia a b a
Quercus faginea a b a
Arbutus unedo a c a
Betula alba a c a Espécies
Pistacia terebinthus a c a Relevantes
Pyrus cordata a c a
Quercus ilex a c a
Salix atrocinerea a c a
Salix purpurea a c a
Salix salviifolia a c a
Sorbus aucuparia a c a
Prunus avium b a a
Chamaecyparis lawsoniana a b c
Cedrus atlantica b a c
Cupressus lusitanica b a c
Fraxinus excelsior b a c
Quercus rubra b a c
Juglans regia c a b
Espécies
Juglans nigra c a c
Alternativas
Platanus hispanica c a c
Populus x canadensis c a c
Pseudotsuga menziesii c a c
Populus nigra c b a
Taxus baccata b c a
Ulmus minor b c a
Cupressus arizonica b b c Espécies
Cupressus sempervirens b b c Secundárias

127
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 16 – Distribuição das espécies por níveis de classificação

Carrazeda
1ª Prioridade 2ª Prioridade 3ª Prioridade
Espécie Silvopastorícia,
Protecção Produção
Caça e Pesca
Castanea sativa a a a
Quercus pyrenaica Espécies
a a a
Relevantes
Quercus suber a a a
Pinus pinaster a a b
Pinus pinea a a b
Alnus glutinosa a b a
Celtis australis a b a
Fraxinus angustifolia a b a
Quercus faginea a b a
Arbutus unedo a c a
Pyrus cordata Espécies
a c a
Relevantes
Quercus ilex a c a
Salix atrocinerea a c a
Salix purpurea a c a
Salix salviifolia a c a
Fraxinus excelsior b a a
Prunus avium b a a
Populus x canadensis c a a
Quercus rubra b a b
Cedrus atlantica b a c
Cupressus lusitanica b a c
Platanus hispanica c a b
Juglans nigra c a c Espécies
Juglans regia c a c Alternativas
Pseudotsuga menziesii c a c
Juniperus oxycedrus a c b
Ulmus minor b c a
Populus nigra c b a
Cupressus arizonica b b c Espécies
Cupressus sempervirens b b c Secundárias

128
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 17 – Distribuição das espécies por níveis de classificação

Douro
1ª Prioridade 2ª Prioridade 3ª Prioridade
Espécie Recreio e Silvopastorícia,
Protecção
Paisagem Caça e Pesca
Alnus glutinosa a a a
Arbutus unedo a a a
Castanea sativa a a a
Celtis australis a a a
Fraxinus angustifolia a a a Espécies
Pistacia terebinthus a a a Prioritárias
Quercus faginea a a a
Quercus ilex a a a
Quercus pyrenaica a a a
Quercus suber a a a
Fraxinus excelsior a a b
Prunus avium a a b
Ulmus minor a a b
Juniperus oxycedrus a b a
Pinus pinea a b a Espécies
Relevantes
Pyrus cordata c a a
Salix atrocinerea c a a
Salix purpurea c a a
Salix salviifolia c a a
Quercus rubra a b b
Cedrus atlantica a c b
Cupressus arizonica a c b
Cupressus sempervirens a c b Espécies
Pseudotsuga menziesii a c c Alternativas
Populus nigra b a c
Populus x canadensis b a c
Pinus pinaster c b a
Cupressus lusitanica b c b
Pinus halepensis c c b
Platanus hispanica b b c Espécies
Secundárias
Juglans nigra b c c
Juglans regia b c c

129
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 18 – Distribuição das espécies por níveis de classificação

Douro Internacional
1ª Prioridade 2ª Prioridade 3ª Prioridade
Espécie Recreio e
Conservação Protecção
Paisagem
Alnus glutinosa a a a
Arbutus unedo a a a
Castanea sativa a a a
Celtis australis a a a
Fraxinus angustifolia a a a
Espécies
Juniperus oxycedrus a a a
Prioritárias
Pistacia terebinthus a a a
Quercus faginea a a a
Quercus ilex a a a
Quercus pyrenaica a a a
Quercus suber a a a
Pyrus cordata a a c
Salix atrocinerea a a c
Salix purpurea a a c
Salix salviifolia a a c Espécies
Relevantes
Prunus avium a b a
Ulmus minor a b a
Pinus pinea b a a
Buxus sempervirens a b b
Olea europaea a b b
Populus nigra a c b
Cedrus atlantica c b a
Espécies
Cupressus arizonica c b a
Alternativas
Cupressus sempervirens c b a
Fraxinus excelsior c b a
Quercus rubra c b a
Pseudotsuga menziesii c c a
Juglans regia b c b
Cupressus lusitanica c b b
Morus alba c b b
Espécies
Pinus halepensis c b c
Secundárias
Juglans nigra c c b
Platanus hispanica c c b
Populus x canadensis c c b

130
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 19 – Distribuição das espécies por níveis de classificação

Douro Superior
1ª Prioridade 2ª Prioridade 3ª Prioridade
Espécie Silvopastorícia, Recreio e
Protecção
Caça e Pesca Paisagem
Alnus glutinosa a a a
Arbutus unedo a a a
Castanea sativa a a a
Celtis australis a a a
Fraxinus angustifolia a a a Espécies
Pistacia terebinthus a a a Prioritárias
Quercus faginea a a a
Quercus ilex a a a
Quercus pyrenaica a a a
Quercus suber a a a
Pyrus cordata a a c
Salix atrocinerea a a c
Salix purpurea a a c
Salix salviifolia a a c
Fraxinus excelsior a b a Espécies
Relevantes
Prunus avium a b a
Ulmus minor a b a
Juniperus oxycedrus b a a
Pinus pinea b a a
Morus alba a b b
Olea europaea a b b
Populus nigra a c b
Populus x canadensis a c b Espécies
Quercus rubra b b a Alternativas
Cedrus atlantica c b a
Cupressus arizonica c b a
Cupressus sempervirens c b a
Platanus hispanica b c b
Buxus sempervirens c b b
Cupressus lusitanica c b b
Pinus halepensis c b c Espécies
Secundárias
Juglans nigra c c b
Juglans regia c c b
Pseudotsuga menziesii c c b

131
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 20 – Distribuição das espécies por níveis de classificação

Montemuro
1ª Prioridade 2ª Prioridade 3ª Prioridade
Espécie Silvopastorícia,
Produção Conservação
Caça e Pesca
Acer pseudoplatanus a a a
Castanea sativa a a a
Prunus avium a a a Espécies
Quercus pyrenaica a a a Prioritárias
Quercus robur a a a
Quercus suber a a a
Fraxinus excelsior a c a
Populus x canadensis a c a
Alnus glutinosa b a a
Celtis australis b a a
Corylus avellana b a a
Fraxinus angustifolia b a a
Populus nigra b a a
Arbutus unedo c a a Espécies
Betula alba c a a Relevantes
Ilex aquifolium c a a
Pistacia terebinthus c a a
Pyrus cordata c a a
Salix atrocinerea c a a
Salix salviifolia c a a
Sorbus aucuparia c a a
Ulmus minor c a a
Pinus pinaster a b b
Pinus pinea a b b
Pinus sylvestris a b b
Juglans regia a b c
Pinus nigra a c b
Platanus hispanica a c b
Espécies
Quercus rubra a c b
Alternativas
Cedrus atlantica a c c
Cupressus lusitanica a c c
Juglans nigra a c c
Pseudotsuga menziesii a c c
Taxus baccata c a c
Larix x eurolepis b c a
Chamaecyparis lawsoniana b c c
Cupressus arizonica b c c Espécies
Cupressus sempervirens b c c Secundárias
Pinus mugo c b c

132
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 21 – Distribuição das espécies por níveis de classificação

Olo
1ª Prioridade 2ª Prioridade 3ª Prioridade
Espécie Silvopastorícia, Recreio e
Conservação
Caça e Pesca Paisagem
Acer pseudoplatanus a a a
Alnus glutinosa a a a
Betula alba a a a
Castanea sativa a a a
Celtis australis a a a
Corylus avellana a a a
Espécies
Fraxinus angustifolia a a a
Prioritárias
Ilex aquifolium a a a
Prunus avium a a a
Quercus pyrenaica a a a
Quercus robur a a a
Sorbus aucuparia a a a
Ulmus minor a a a
Populus nigra a a b
Pyrus cordata a a c
Salix atrocinerea a a c
Salix salviifolia a a c Espécies
Relevantes
Taxus baccata a c a
Fraxinus excelsior c a a
Larix x eurolepis c a a
Pinus sylvestris b b a
Pinus mugo b c a
Fagus sylvatica c b a Espécies
Quercus rubra c b a Alternativas
Cedrus atlantica c c a
Chamaecyparis lawsoniana c c a
Pinus pinaster b b c
Pinus nigra c b b
Cupressus lusitanica c c b Espécies
Secundárias
Juglans nigra c c b
Pseudotsuga menziesii c c b

133
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 22 – Distribuição das espécies por níveis de classificação

Padrela
1ª Prioridade 2ª Prioridade 3ª Prioridade
Espécie Silvopastorícia, Recreio e
Produção
Caça e Pesca Paisagem
Castanea sativa a a a
Fraxinus excelsior a a a
Espécies
Prunus avium a a a
Prioritárias
Quercus pyrenaica a a a
Quercus suber a a a
Populus x canadensis a a b
Pinus pinea a b a
Pinus sylvestris a b a
Quercus rubra a b a
Cedrus atlantica a c a
Alnus glutinosa b a a
Celtis australis b a a
Corylus avellana b a a Espécies
Fraxinus angustifolia b a a Relevantes
Larix x eurolepis b a a
Quercus faginea b a a
Arbutus unedo c a a
Betula alba c a a
Quercus ilex c a a
Sorbus aucuparia c a a
Ulmus minor c a a
Pinus nigra a b b
Platanus hispanica a b b
Pinus pinaster a b c
Cupressus lusitanica a c b
Eucalyptus nitens a c b
Juglans nigra a c b
Juglans regia a c b
Pseudotsuga menziesii a c b
Eucalyptus globulus a c c Espécies
Eucalyptus maidenii a c c Alternativas
Populus nigra b a b
Pyrus cordata c a c
Salix atrocinerea c a c
Salix salviifolia c a c
Chamaecyparis lawsoniana b c a
Cupressus arizonica b c a
Cupressus sempervirens b c a
Taxus baccata c c a
Eucalyptus viminalis b c c Espécies
Eucalyptus camaldulensis c c b Secundárias

134
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 23 – Distribuição das espécies por níveis de classificação

Sabor
1ª Prioridade 2ª Prioridade 3ª Prioridade
Espécie Recreio e
Produção Protecção
paisagem
Castanea sativa a a a
Pinus pinea a a a Espécies
Quercus pyrenaica a a a Prioritárias
Quercus suber a a a
Pinus pinaster a a c
Cedrus atlantica a b a
Fraxinus excelsior a b a
Prunus avium a b a
Quercus rubra a b a
Alnus glutinosa b a a
Celtis australis b a a
Corylus avellana b a a Espécies
Relevantes
Fraxinus angustifolia b a a
Quercus faginea b a a
Arbutus unedo c a a
Betula alba c a a
Juniperus oxycedrus c a a
Pistacia terebinthus c a a
Quercus ilex c a a
Cupressus lusitanica a b b
Pinus nigra a b b
Juglans nigra a c b
Juglans regia a c b
Platanus hispanica a c b
Populus x canadensis a c b
Espécies
Pyrus cordata c a c
Alternativas
Salix atrocinerea c a c
Salix purpurea c a c
Salix salviifolia c a c
Cupressus arizonica b b a
Cupressus sempervirens b b a
Ulmus minor c b a
Pinus halepensis b b c
Populus nigra b c b
Buxus sempervirens c b b Espécies
Secundárias
Morus alba c b b
Olea europaea c b b

135
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 24 – Distribuição das espécies por níveis de classificação

Tua
1ª Prioridade 2ª Prioridade 3ª Prioridade
Espécie Silvopastorícia,
Protecção Produção
Caça e Pesca
Castanea sativa a a a
Espécies
Quercus pyrenaica a a a
Prioritárias
Quercus suber a a a
Pinus pinaster a a b
Pinus pinea a a b
Alnus glutinosa a b a
Celtis australis a b a
Fraxinus angustifolia a b a
Quercus faginea a b a
Arbutus unedo a c a
Pistacia terebinthus a c a Espécies
Pyrus cordata a c a Relevantes
Quercus ilex a c a
Salix atrocinerea a c a
Salix purpurea a c a
Salix salviifolia a c a
Fraxinus excelsior b a a
Prunus avium b a a
Populus x canadensis c a a
Juniperus oxycedrus a c b
Quercus rubra b a b
Cedrus atlantica b a c
Cupressus lusitanica b a c
Platanus hispanica c a b Espécies
Juglans nigra c a c Alternativas
Juglans regia c a c
Pseudotsuga menziesii c a c
Ulmus minor b c a
Populus nigra c b a
Cupressus arizonica b b c
Espécies
Cupressus sempervirens b b c
Secundárias
Pinus halepensis b b c

136
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

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No início deste capítulo pôde-se constatar que existem espécies mais aptas
para cumprirem determinadas funções. Também se pôde verificar que uma mesma
espécie demonstra capacidades para satisfazer mais do que uma função. No entanto,
os aspectos relacionados com a silvicultura das espécies deverão ser condicionados,
tendo em conta os objectivos das funcionalidades atribuídas às sub-regiões
homogéneas. Assim, apresentam-se as características que os cinco modelos de
silvicultura (um para cada funcionalidade) deverão possuir, remetendo-se para o
Anexo I a descrição, intervenções e critérios de aplicação das espécies com melhor
desempenho para a efectivação dos objectivos de cada função. Com base nos
elementos aí disponíveis é possível combinar diferentes espécies de forma a
proporcionar soluções baseadas em composições mistas. Os povoamentos mistos
poderão constituir-se mais facilmente quando haja disponibilidade de espécies com
diferentes tolerâncias, permitindo a combinação no mesmo local de essências de
sombra, luz e intermédias, dispostas pé a pé. Por norma, não é numerosa a
disponibilidade de espécies de sombra pelo que nessas situações se deverá recorrer a
formação de pequenos bosquetes de uma só espécie, dispostos de forma contígua,
garantindo assim uma composição mista por núcleos.

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V..5
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As espécies, cujo objectivo é a produção, são conhecidas pelas suas


capacidades produtivas de matéria-prima de qualidade, quer de lenho (para madeira,
biomassa energética e pasta de papel), quer de cortiça, quer ainda de frutos e
sementes e de outros produtos orgânicos. Os ciclos produtivos são, de um modo
geral, mais curtos que dos restantes modelos, além de que as densidades dos
arvoredos (principalmente a inicial) são maiores. Exceptuam-se as produções de
frutos e sementes em que este parâmetro é mais baixo para permitir que as árvores
expandam as suas copas e se obtenham maiores quantidades destes produtos.
Acrescenta-se ainda que, para cumprir com os objectivos de produção, deverão ser
valorizadas e intensificadas de uma maneira mais assídua as intervenções periódicas
nos povoamentos, a fim de se obter um produto final de elevada qualidade.

IIV
V..5
5..4
4..2
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As espécies pertencentes a esta categoria oferecem condições de protecção dos


espaços florestais mais degradados ou vulneráveis aos agentes bióticos e,
principalmente, abióticos na figura dos incêndios florestais. Oferecem igualmente
protecção dos ecossistemas contra intempéries, nomeadamente, protecção eólica e

137
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

hídrica, no caso das espécies ripícolas.

Aspectos como a densidade, permanência e composição dos povoamentos são


determinantes para o cumprimento da função de protecção, uma vez que, no primeiro
caso, pelas frequentes condições físicas de ambiente degradado, a disponibilidade de
solo é escassa, obrigando à adopção de densidades de povoamento mais baixas.
Quanto à permanência e composição, neste caso são desejáveis revoluções mais
longas e, sempre que possível, povoamentos mistos para permitir um melhor efeito de
protecção.

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Para este modelo, a escolha e tratamento das espécies têm em conta


determinadas condições que dizem respeito à conservação dos ecossistemas, do solo e
da água, à manutenção da diversidade biológica e preservação de geomonumentos.

Aspectos como a utilização de espécies da floresta autóctone portuguesa e a


permanência dos povoamentos são determinantes para o cumprimento da função de
conservação, uma vez que neste caso são desejáveis revoluções mais longas para
evitar perturbações dos sistemas a resguardar. Também em termos de densidades,
poder-se-á optar por compassos mais abertos, a fim de se poder promover uma maior
diversidade florística, que pode ser sempre potenciada pela opção de composições
mistas de povoamentos. É igualmente importante ter em linha de conta que se deverá
adoptar um calendário de intervenções mais restrito, onde a incidência da actividade
de extracção deverá, exclusivamente, ser conjugada pé a pé ou por nichos muito
reduzidos de arvoredo, a fim de se minimizarem as perturbações dos ecossistemas
que se pretendem conservar.

IIV
V..5
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Para este modelo, a escolha e tratamento das espécies têm em conta


determinadas condições que dizem respeito à produção animal associada aos espaços
florestais.

Aspectos como a permanência dos povoamentos, a adopção de composições


mistas e densidades baixas são determinantes para o cumprimento da função de
Silvopastorícia, Caça e Pesca, uma vez que neste caso são desejáveis revoluções mais
longas para evitar perturbações dos sistemas a resguardar (no caso da caça e pesca)
ou manter uma área de pastagem em sob-coberto. É igualmente desejável aumentar
a diversidade florística para proporcionar diversidade faunística. A adopção de

138
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

compassos largos favorece o espaço para o movimento dos animais em pastoreio. É


de referir que foram igualmente seleccionadas espécies com capacidade de produção
de frutos, sementes e forragem para servirem de suporte à caça e silvopastorícia.

IIV
V..5
5..4
4..5
5 M
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EL
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Para este modelo, a escolha e tratamento das espécies têm em conta


determinadas condições que dizem respeito à função de Recreio, Enquadramento e
Estética da Paisagem associada aos espaços florestais.

Aspectos como a permanência dos povoamentos, adopção de composições


mistas e utilização de espécies de forma e origem singular são determinantes para o
cumprimento desta função, uma vez que neste caso a alternância/mistura de espécies
e idades são essenciais para o cumprimento dos seus objectivos. Também as
densidades deverão ser alvo das atenções uma vez que, se por um lado se poderá
obter espaços florestais com copas grandes que permitam o abrigo, por exemplo, de
parques de merendas, ou percursos de natureza, por outro a adopção de compassos
apertados pode constituir um elemento de valorização de paisagem em locais onde se
registe a presença de elementos cénicos mais degradados.

139
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

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V
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1 ÁRREEAASS E
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De forma a sistematizar hierarquicamente os diferentes tipos de iniciativas a
desenvolver na área PROF, procurou-se, num primeiro nível, que as iniciativas se
enquadrassem por grandes grupos de intervenções. As áreas estratégicas
correspondem, assim, a encadeados de programas e actividades (2º e 3º níveis
hierárquicos) que procuram obter resultados com reflexos numa mesma área
estratégica.

Foram considerados cinco áreas estratégicas:


A Arborização e reabilitação de áreas florestais ......................... 142
B Beneficiação de áreas florestais arborizadas........................... 151
C Vigilância e prevenção de fogos florestais .............................. 175
D Consolidação da actividade florestal ....................................... 182
E Actividades associadas............................................................ 193

Destes resultados, assumem especial destaque os que correspondem à


preservação e manutenção do património florestal existente, atribuindo-se menor
importância ao alargamento do espaço arborizado.

Em momentos anteriores, assistiu-se ao lançamento de investimentos


volumosos de fomento da arborização. Os problemas que se colocam na actualidade
prendem-se, assim, com a garantia de preservação do património instalado,
capacitando esses espaços para o desenvolvimento económico e como suporte ao
funcionamento de actividades associadas.

Esta tendência de sobrevalorização das actividades relacionadas com a


beneficiação dos espaços florestais, em detrimento de novas arborizações, apenas
relativamente a dois sistemas florestais, sobreiro para cortiça e castanheiro para
madeira, é parcialmente alterado. De facto, pela importância potencial que estas
espécies apresentam para Trás-os-Montes e em particular para a área PROF, mantém-
se nestes casos um esforço apreciável de alargamento das suas áreas, apresentando-
se os seus programas e actividades na área D de “Consolidação da actividade
florestal”.

Os programas, enquadrados hierarquicamente dentro de cada área estratégica,


podem ser classificados, de acordo com a sua incidência regional, como

140
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

gerais/horizontais, quando se aplicam à totalidade generalizada da Região PROF, ou


específicos/regionais quando se inserem parcialmente apenas nalgumas das sub-
regiões homogéneas. Quando os programas comportam uma série de fases
encadeadas do mesmo ciclo produtivo, foram ainda classificados como verticais,
traduzindo o seu efeito de fileira.

141
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

A ARBORIZAÇÃO E REABILITAÇÃO DE ÁREAS FLORESTAIS

A.1 Arborização de terras agrícolas

A.2 Arborização de espaços florestais não arborizados

A.3 Restauração de ecossistemas degradados

A.4 Condução da regeneração natural das folhosas autóctones

Destes programas assumem especial importância os relativos à “Restauração


de ecossistemas degradados” e “Condução da regeneração natural de folhosas
autóctones”, traduzindo um esforço no sentido da inversão duma tendência de
degradação da vegetação natural e em particular de desertificação de áreas
representativas da Região PROF. A dimensão do problema é suficientemente vasta,
para obrigar a que a sua incidência seja apenas possível em áreas restritas da região.

142
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

A.1 ARBORIZAÇÃO DE TERRAS AGRÍCOLAS

A.1.1 Apresentação

O êxodo rural verificado em toda a região de Trás – os – Montes, aliado à


pouca produtividade marcada na grande maioria dos solos que actualmente se
encontram afectos à agricultura, evidenciam a necessidade de aplicação deste
programa, antevendo mesmo o sucesso da sua aplicação, desde que seja
providenciado um mecanismo de extensão florestal eficaz.

A.1.2 Objectivos

No âmbito do presente programa pretende-se:

ˆ Promover a expansão florestal em terras agrícolas com arborização regional


adequada e bem adaptada;

ˆ Aumentar a diversidade e a oferta de madeira de qualidade e de produtos não


lenhosos;

ˆ Contribuir para a reabilitação das terras degradadas e para a diminuição dos


efeitos da desertificação;

ˆ Contribuir para a promoção da fertilidade dos solos e para a regularização dos


recursos hidrológicos;

ˆ Promover a diversificação de actividades nas explorações agrícolas;

ˆ Potenciar a introdução de benefícios sócio – económicos no meio rural.

A.1.3 Incidência regional

A incidência deste programa, atendendo ao cariz rural que a região de Trás-os-


Montes apresenta, é feita de uma forma horizontal existindo, no entanto, sub regiões
homogéneas em que terá maior concretização, sustentada pela taxa de execução que
os programas de aplicação nacional têm tido nessas mesmas sub – regiões.

A.1.4 Actividades/Metas

A arborização de terras agrícolas pode ser realizada recorrendo a:

ˆ I – Arborização por sementeira


Colocação de sementes em solo previamente preparado. Pode ser realizada na
totalidade do terreno ou apenas em parte. No caso de se realizar em parte do terreno

143
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

pode ser feita em manchas, linhas ou faixas. A semente pode ser distribuída a lanço
ou localizadamente.

ˆ II – Arborização por plantação


Colocação em solo previamente preparado, de plantas de torrão ou de raiz nua
produzidas em viveiro.

Anos
Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I Arborização por sementeira ha/ano 30 30 30 30 30 10 10 300

II Arborização por plantação ha/ano 100 100 100 100 100 40 40 1100

144
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

A.2 ARBORIZAÇÃO DE ESPAÇOS FLORESTAIS NÃO


ARBORIZADOS

A.2.1 Apresentação

O êxodo das pequenas localidades rurais para as sedes de concelho, para o


litoral e para fora do País, tem sido, desde a década de 60, uma constante. A região
de Trás-os-Montes, tem sido particularmente afecta a este problema, com o
consequente abandono das actividades agrícolas e florestais, ligadas por exemplo à
recolha do mato para utilizar como combustível e como estrume, que se vem
traduzindo na crescente proliferação de matos, sem rentabilidade e com
consequências para o deflagrar dos incêndios florestais.

Importa, portanto, incentivar a realização de investimento neste sector tendo


em vista não só a instalação de novas superfícies florestais, como também a
reabilitação dos ecossistemas degradados.

A.2.2 Objectivos

Este programa, de incidência regional, tem como objectivos:

ˆ Promover e melhorar as funções económicas, ecológicas e sociais dos espaços


florestais;

ˆ Aumentar a área florestal, com arborizações adaptadas às condições locais e


compatíveis com a região;

ˆ Promover a reposição do potencial produtivo de algumas zonas.

A.2.3 Incidência regional

Atendendo à distribuição dos espaços florestais por toda a Região PROF,


propõe-se a aplicação horizontal deste programa. É sugerida apenas uma taxa de
execução com ritmo diferente nas sub–regiões homogéneas que apresentem uma
incidência mais significativa destes espaços.

A.2.4 Actividades/Metas

A arborização de espaços florestais não arborizados pode ser concretizada


recorrendo a:

ˆ I – Arborização por sementeira


Colocação de sementes em solo previamente preparado. Pode ser realizada na

145
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

totalidade do terreno ou apenas em parte. No caso de se realizar em parte do terreno


pode ser feita em manchas, linhas ou faixas. A semente pode ser distribuída a lanço
ou localizadamente.

ˆ II – Arborização por plantação


Colocação em solo previamente preparado, de plantas de torrão ou de raiz nua
produzidas em viveiro.

ˆ III – Aproveitamento de regeneração natural


O novo povoamento resulta da germinação de sementes provenientes de
árvores adultas existentes na área a arborizar ou na proximidade. Constitui uma
modalidade normalmente pouco onerosa e de fácil execução, sendo que a sua
execução não envolve o recurso a mobilizações do solo.

Anos
Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I Arborização por sementeira ha/ano 10 10 10 10 10 4 4 110

II Arborização por plantação ha/ano 80 80 80 80 80 32 32 880

III Aproveitamento de regeneração natural ha/ano 10 10 10 10 10 4 4 110

146
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

A.3 RESTAURAÇÃO DE ECOSSISTEMAS DEGRADADOS

A.3.1 Apresentação

Durante anos o Homem desenvolveu actividades com impacto sobre a floresta,


que levaram ao actual quadro de degradação de algumas regiões florestais,
identificadas pelos afloramentos rochosos e pedregosidade intensa, usualmente
resultante de pastoreio intensivo e de fogos sistemáticos.

Genericamente, o conceito de degradação de uma área florestal refere-se às


modificações realizadas nos ecossistemas naturais, sendo usualmente acentuadas pelo
Homem, que altera/degrada as suas características físicas, químicas e biológicas,
comprometendo, assim, o futuro de algumas áreas florestais.

O resultado desta regressão, originada pela perda do coberto vegetal e perda


do solo, é a diminuição da capacidade bio produtiva (perda de biomassa vegetal e
perda de fertilidade), sendo que este fenómeno se agrava em locais de vocação
florestal onde a fisiografia é um factor acelerador, principalmente em declives
elevados.

Quando se pensa em recuperação de áreas degradadas é fundamental ter o


objectivo de promover uma dinâmica de sucessão ecológica, onde a área afectada é
considerada como o ponto de partida para o desenvolvimento de uma ou mais
espécies arbóreas ou arbustivas. Neste sentido, a escolha das espécies que darão
início à nova sucessão local é extremamente importante.

É fundamental consciencializar os proprietários florestais que a recuperação


destas áreas comporta elevados custos de implementação e manutenção, sendo um
processo longo e com um lento desenvolvimento inicial.

Considerou-se que o presente programa só será aplicável em ecossistemas com


elevado interesse do ponto de vista da conservação e da protecção, uma vez que a
sua dimensão impede que seja aplicado de uma forma generalizada a toda a Região
PROF.

A.3.2 Objectivos

Neste programa pretende-se promover a utilização de espécies autóctones ou


secularmente adaptadas à região com o intuito de:

ˆ Recuperar o perfil do solo (pedogénese);

ˆ Recuperar a paisagem;

ˆ Restaurar o coberto vegetal;

147
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

ˆ Recuperar e fomentar a biodiversidade.

A.3.3 Incidência regional

A aplicação deste programa abrange todos os ecossistemas com elevado


interesse do ponto de vista da conservação e da protecção, nomeadamente as sub-
regiões do Alvão-Marão, Beira Douro, Douro, Douro Internacional, Douro Superior,
Montemuro e Olo.

A.3.4 Actividades/Metas

ˆ I – Instalação de núcleos florestais


Uma área degradada, em geral, caracteriza-se por possuir elevado número
de afloramentos rochosos e elevada pedregosidade, intercalados com algumas
bolsas de solo. A primeira fase da recuperação deve consistir na arborização
manual à cova nas bolsas de solo mais profundas, podendo casualmente
recorrer-se a sementeira. O intuito é a criação de nichos de vegetação
arbórea/arbustiva, que serão o vector da expansão da cobertura do solo. Nos
primeiros anos, devem ser criadas condições para o sucesso desses núcleos
para, nos anos seguintes, se realizar um acompanhamento e condução da
vegetação resultante.

Constatou-se nas bases de ordenamento que existiam 26 000 ha com fraca


aptidão florestal que se encontram dentro de ecossistemas com elevado interesse do
ponto de vista da conservação e da protecção.

Propõe-se que a recuperação de 50% dessas áreas (13 000 ha), seja
concretizada através de um ritmo anual constante ao longo dos 20 anos.

Anos
Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I Instalação de núcleos florestais ha/ano 650 650 650 650 650 650 650 13000

148
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

A.4 CONDUÇÃO DA REGENERAÇÃO NATURAL DE


FOLHOSAS AUTÓCTONES

A.4.1 Apresentação

A melhoria dos bosques/povoamentos das folhosas autóctones, dado o seu


valor como património natural e como recurso económico, outrora dinamizadores da
economia rural, é fundamental. A existência de áreas regeneradas de forma natural
com arvoredo jovem, muito denso, necessitam de ser favorecidas mediante
actividades silvícolas destinadas a evitar o seu estancamento.

Em algumas sub–regiões, com notável vocação para o aparecimento da


regeneração natural de espécies de folhosas autóctones, a riqueza gerada por estes
bosques permite ter massas arbóreas de grande valor económico, social e ecológico
(caso dos sobreirais no Tua e no Sabor, azinhais no Côa, carvalhais na Serra da Lapa
e das Meadas e manchas de Lodão em Freixo de Espada à Cinta).

Na actualidade, pese embora algumas dessas áreas estarem inseridas em


perímetros florestais com gestão estatal, estas apresentam manifesta ausência de
gestão ou gestão muito incipiente.

A incidência de um programa regional de condução de regeneração natural de


folhosas autóctones permitiria ter, à partida, uma gestão sustentável dessas áreas,
uma vez que nos dias de hoje uma grande superfície de folhosas autóctones se
encontra em carvalhiças/carrascal com destino bastante incerto.

É conveniente, portanto, corrigir as situações existentes através da condução


de regeneração natural, recorrendo a técnicas de intervenção silvícola, proporcionando
uma saída comercial para a madeira de algumas destas espécies, além de se
garantirem condições indispensáveis à expansão da fauna selvagem e aparecimento
de espécies de flora e de fungos de elevado valor de conservação e, em alguns casos,
elevado valor comercial.

A.4.2 Objectivos

A aplicação deste programa tem como objectivos:

ˆ A conservação e consolidação das áreas de folhosas autóctones;

ˆ O aumento do valor comercial destas espécies;

ˆ Promover a gestão e o ordenamento das matas de folhosas autóctones;

ˆ Constituir locais privilegiados para suporte da fauna selvagem;

149
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

ˆ Impulsionar o aparecimento de espécies de flora e de fungos de elevado valor


de conservação e, em alguns casos, elevado valor comercial.

A.4.3 Incidência Regional

A existência de manchas significativas de carvalhos e de outras folhosas nas


sub–regiões do Alvão-Marão, Douro Superior, Olo e Douro Internacional, coincidindo
de alguma forma com a maior presença das folhosas autóctones nestas regiões,
direccionam a aplicação deste programa para as sub-regiões referidas. Desta forma,
será permitida a revitalização das matas de carvalhos, outrora muito importantes para
as comunidades rurais da região. Salienta-se ainda, com algum significado, o
aparecimento destes núcleos nas sub–regiões da Beira Douro, Sabor, Carrazeda, Tua
e Montemuro, embora com uma importância menos acentuada do que nas sub–
regiões anteriores.

A.4.4 Actividades/Metas

A verificação de campo evidenciou uma ausência total de gestão das áreas de


folhosas autóctones existentes, ao nível da densidade do estrato arbustivo (muito
elevada), carência de condução do fuste e sobrelotação de indivíduos.

ˆ I – Limpeza de povoamentos e eliminação de matos


A limpeza dos povoamentos, manual ou moto-manual, é uma operação que
tem como objectivo a remoção de indivíduos em excesso, retirando
preferencialmente os mal conformados, menos desenvolvidos e mortos,
conduzindo os que ficam, através de desbaste, desrama e podas.
Para que a regeneração natural das espécies autóctones se faça de uma
forma vigorosa e uniforme, é necessário proceder-se à remoção parcial dos
matos e da vegetação espontânea que concorrem directamente com as
pequenas plantas resultantes da regeneração natural.
As metas tiveram como base, as existências actuais de carvalhos e outras
folhosas, prevendo-se o acompanhamento de cerca de 17% dessas áreas.

Anos
Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I Limpeza de povoamentos e eliminação de matos ha/ano 100 100 100 100 100 140 160 2800

150
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

B BENEFICIAÇÃO DE ÁREAS FLORESTAIS ARBORIZADAS

B.1 Beneficiação de superfícies florestais arborizadas

B.2 Recuperação após fogo

B.3 Fogo controlado

B.4 Compartimentação/Acessibilidade

B.5 Manutenção e adensamento da cortina ripária

B.6 Protecção florestal contra a processionária do pinheiro

Salienta-se a importância que assumem os programas de


“Compartimentação/Acessibilidade”, “Fogo controlado” e “Protecção florestal contra a
processionária do pinheiro”.

No primeiro, “Compartimentação/Acessibilidade”, concentram-se os esforços no


sentido da introdução duma estrutura eficiente de compartimentação e criação de
descontinuidades em amplas manchas florestais, condição indispensável à contenção
da extensão dos fogos florestais na Região PROF. O programa “Fogo controlado” surge
na sequência do anterior, como forma de contrariar a apetência das áreas florestais ao
desenvolvimento do fogo, estando também intimamente relacionado, com o programa
da formação e instalação de sapadores florestais.

Finalmente, com a “Protecção florestal contra a processionária do pinheiro”,


tenta-se duma forma dirigida debelar uma das pragas mais frequentes na região, com
consequências inevitáveis na produtividade das matas.

151
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

B.1 BENEFICIAÇÃO DE SUPERFÍCIES FLORESTAIS


ARBORIZADAS

B.1.1 Apresentação

O abandono das áreas florestais tem sido, ao longo dos anos, uma constante.
Os seus proprietários, em consequência de um envelhecimento evidente da população
rural e de uma cada vez menor conectividade com o meio, abandonam continuamente
as suas propriedades, tendo como consequência a perda de produtividade destas
áreas e o aumento do risco de incêndio, resultado da nítida ausência de intervenções
silvícolas de condução e gestão dos povoamentos.

Também o êxodo rural das populações das pequenas localidades rurais para os
meios urbanos tem contribuído para o abandono destas áreas, pela ausência do
proprietário e pela ausência de mão-de-obra disponível para a realização destes
trabalhos.

Pretende-se, com este programa, incentivar os proprietários a intervir nas suas


matas, sensibilizando-os para a sua importância económica e para a necessidade, com
vista à sua manutenção, da realização de intervenções silvícolas de beneficiação nos
povoamentos.

Este programa terá, na sua concepção, um conjunto de intervenções culturais,


de carácter único e localizado no processo produtivo, com vista à melhoria da
potencialidade produtiva dos povoamentos e consequente valorização económica.

B.1.2 Objectivos

A aplicação deste programa tem definido os seguintes objectivos:

ˆ Potenciar as funções económicas, ecológicas e sociais das superfícies


florestais arborizadas;

ˆ Melhorar a área florestal arborizada, com intervenções adaptadas às


condições locais e compatíveis com a região e com a espécie;

ˆ Promover a reposição do potencial produtivo de algumas zonas, através da


obtenção de material de qualidade, com valorização apreciável;

ˆ Implementar os PGF’s ou planos de intervenção.

152
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

B.1.3 Incidência Regional

Atendendo à existência, por toda a região PROF, de áreas florestais arborizadas


em que é evidente a ausência de intervenções e de um correcto plano de gestão,
prevê-se a aplicação deste programa de forma horizontal. Prevê-se apenas uma
execução prioritária nas sub-regiões onde se verifica uma maior incidência de áreas
florestais arborizadas.

B.1.4 Actividades/Metas

O êxodo rural verificado aquando da execução das bases de ordenamento,


aliado à ausência de uma gestão sustentada das florestas existentes na região, antevê
a necessidade de se propor um conjunto de medidas que permitam a sua
beneficiação.

ˆ I - Selecções das árvores futuro


• I.1 – Desramação

Consiste na eliminação de andares de ramos, vivos ou mortos, da parte


inferior da copa, promovendo a formação de um fuste alto, sem defeitos,
valorizando o produto final.

• I.2 – Podas de formação

Têm como objectivo conferir à copa um porte equilibrado, impedindo que o


tronco se ramifique a um nível muito baixo, auxiliando também a constituição
duma porção de fuste que seja alto, direito e sem bifurcações (mais usual em
folhosas).

ˆ II – Limpeza de mato
Trata-se do controlo da vegetação arbustiva ou herbácea espontâneas, a
qual se pode tornar uma forte competidora pela água e nutrientes. Podendo em
determinadas circunstancias aumentar o risco de incêndio.

ˆ III – Desbastes
Consistem na redução da densidade do povoamento, redistribuindo o
potencial de crescimento pelas árvores e favorecendo o crescimento em
diâmetro.

153
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Anos
Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I Selecção das árvores futuro

I.1 Desramação ha/ano 500 600 700 800 850 1000 1000 18450

I.2 Podas de formação ha/ano 200 200 300 300 300 550 550 9550

II Limpeza de mato ha/ano 200 250 300 300 300 500 500 8850

III Desbastes ha/ano 1500 1800 2100 2400 2550 3000 3000 55350

154
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

B.2 RECUPERAÇÃO APÓS FOGO

B.2.1 Apresentação

As condições meteorológicas estivais que atingem a região PROF, adjuvadas


por um vento de Leste geralmente bastante árido, propiciam a criação de
combustíveis vegetais que, devido aos seus baixos teores de humidade, se tornam
num importante pilar na ignição e deflagração de incêndios florestais. Apesar da
destruição florestal por eles provocada ser frequentemente encarada como um facto
consumado, onde não há mais nada a fazer, existem consequências subsequentes à
eliminação do coberto vegetal que podem e devem ser minimizadas. Além da perda de
qualidade do ar, com a chegada das primeiras chuvas no Outono, os solos correm
sérios riscos erosivos, uma vez que se encontram desprovidos de vegetação para o
suster. Como consequência do arrastamento do solo e das cinzas, ocorre a
deterioração da qualidade das águas, com graves efeitos, quer ao nível da
eutrofização dos meios lóticos e lênticos, quer no aumento da ocorrência de cheias,
quer ainda na qualidade da água para consumo humano.

Assim, tendo conhecimento dos gravosos resultados que os factos acima


descritos podem trazer, devem-se adoptar medidas que, a curto, médio e longo prazo,
os consigam evitar ou pelo menos minimizar. Para tal, dever-se-ão tomar medidas
para repor o coberto vegetal que existiu até à passagem do incêndio ou, em
alternativa, optar por espécies mais adaptadas às condições edafo-climáticas,
resultando em rearborizações de qualidade.

Além da reposição do coberto arbóreo, também a prevenção da ocorrência de


novos fogos deverá ser tomada em conta. Estruturas como pontos de água, caminhos
florestais, aceiros e outras linhas corta-fogo e compartimentação com folhosas,
deverão ser encaradas como fundamentais para proteger o património florestal. À
excepção dos pontos de água, todas as outras estruturas são fundamentais para criar
descontinuidade entre as manchas florestais, dificultando a propagação dos incêndios.

B.2.2 Objectivos

Na concretização do programa estabeleceram-se os seguintes objectivos:

ˆ Maximizar a recuperação do espaço florestal arborizado atingido por fogos


recorrentes;

ˆ Reduzir o risco de incêndio pela eliminação de combustíveis lenhosos em


povoamentos sobrelotados varridos por um só fogo;

155
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

ˆ Aumentar a qualidade do material lenhoso produzido;

ˆ Reduzir as perdas de solo após fogo;

ˆ Reduzir as torrentes de água, cinza e lamas;

ˆ Proteger as linhas de água do assoreamento;

ˆ Diminuir a probabilidade de ocorrência de cheias;

ˆ Diminuir a eutrofização dos recursos dulciaquícolas superficiais;

ˆ Manter a qualidade da água de abastecimento humano;

ˆ Recuperar as formações arbóreas locais, ou introduzir novas mais bem


adaptadas, incluindo as espécies autóctones.

B.2.3 Incidência Regional

Não sendo um incêndio uma situação que se cinja a uma determinada área,
limite administrativo ou região homogénea, este programa aplica-se a toda a área
PROF, de forma a se proceder à recuperação das áreas ardidas em conformidade com
as prioridades para ela definidas.

B.2.4 Actividades/Metas

Para se atingirem os objectivos acima descritos, descrevem-se as actividades e


as acções a desenvolver para se recuperarem as áreas ardidas. Note-se que, para
levar a cabo estes desígnios, dever-se-ão diferenciar as actividades em função do ano
de ocorrência do fogo, uma vez que as áreas ardidas em 1996, por exemplo, terão de
sofrer intervenções diferentes das ardidas em 2002 e posteriores.

Note-se que, apesar da calamidade com que normalmente são encarados os


incêndios florestais, deve-se enfrentar esta fase de recuperação após fogo como uma
oportunidade para se realizarem rearborizações de qualidade, defendidas por uma
rede viária e divisional bem estruturada, com manchas de folhosas quer espalhadas
pelas manchas contínuas de resinosas, quer em faixas de protecção de caminhos,
aceiros e linhas de água e com o adequado suporte da manutenção destas estruturas
pelos seus proprietários ou entidades gestoras. Assim, apontam-se as seguintes
actividades para o cumprimento do programa Recuperação Após Fogo.

ˆ I – Correcção de densidades
Nesta actividade, as operações serão aplicadas nas áreas ardidas entre 1996
e 2001. Admitindo que as áreas florestais onde ocorreu um único fogo apenas
necessitam de correcção de densidade ao nível da limpeza e que todas aquelas

156
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

em que houve recorrência do fogo necessitam de adensamento ou


rearborização, houve que quantificar e distinguir essas áreas para assim
determinar o tipo de intervenção a efectuar.
A correcção de densidades, a efectuar nos dois primeiros anos de vigência
do PROF, deverá ser concretizada nas áreas ardidas no período compreendido
entre os anos de 1996 e de 2001.

• I.1 – Gestão de combustíveis


A ser efectuada nas áreas onde apenas tenha ocorrido um incêndio, já que a
eliminação da vegetação à passagem de um fogo possibilita a rebentação de
regeneração natural muito densa, acompanhada de matos, pelo que esta
intervenção pretende eliminar a vegetação concorrente, atingindo-se igualmente
densidades do nível de um povoamento instalado, conseguindo-se ao mesmo
tempo a melhoria do material lenhoso produzido.

• I.2 – Adensamento ou rearborização


A ser realizada em espaços florestais atingidos por mais que um fogo. A
recorrência deste elimina a regeneração natural proveniente do primeiro fogo,
impedindo esta de atingir a idade de produção de semente, criando-se assim
clareiras e outros espaços com densidades de povoamento muito baixas. Com
esta actividade pretende-se, portanto, corrigir as baixas densidades através da
reposição da densidade normais dos espaços florestais arborizados.

ˆ II – Recuperação de áreas ardidas após 2002


Neste caso, as operações deverão ser diferenciadas em função do declive do
terreno atingido e da necessidade de se proceder a novas arborizações, ou
meramente deixar que a natureza proceda à reposição espontânea do coberto
através da regeneração natural (se esta for suficiente). Deve-se ter igualmente
presente que a recuperação das áreas ardidas só deverá ser feita passados 3
anos após a passagem do fogo, para permitir que o solo recupere estabilidade e
a protecção do material vegetal que entretanto aparece. A não remoção do
material ardido e a disposição, em cordões, dos restos de exploração ajuda em
muito a essa estabilização, servindo de entrave físico à erosão.
No período compreendido entre os anos de 1993 e 2003 foram consumidos,
nesta Região PROF, 29 739 ha de povoamentos, que correspondem a uma média
anual de 2 700 ha/ano, ou seja, 2,7%. A calendarização e concretização das
metas propostas por este programa deverão acompanhar a rede primária contra
incêndios devendo, no entanto, apontar-se para uma redução, no limite temporal
de 20 anos, da taxa de área ardida para 1,5% e para 1% no final dos 20 anos

157
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

seguintes, iniciando-se a recuperação das áreas ardidas de 2002 no ano de


2005. Aceita-se que a recuperação destas seja realizada na proporção de 25%
de arborizações por plantação/sementeira (quer sejam da mesma espécie, ou de
espécies diferentes) e de 75% para intervenções com aproveitamento de
regeneração natural.

• II.1 – Arborização por sementeira/plantação


A aplicação deste tipo de intervenção deverá ser considerada nas situações
onde não exista uma regeneração natural suficiente, ou se pretenda a obtenção
de sistemas florestais de especial valor ecológico, económico e social.

• II.2 – Aproveitamento de regeneração natural


O aproveitamento da regeneração natural deverá ser efectuado nas parcelas
onde se verifique que a quantidade e qualidade de regeneração natural é
suficiente para suprir as necessidades da sua recuperação.

A consideração dos dois tipos de acção descritos deverá, no entanto, ser


efectuada de acordo com as situações a seguir descritas:

Baixos declives (<15%) – Quando os declives são baixos, as


intervenções a realizar no âmbito da rearborização poderão incluir uma
mobilização mecânica do solo, a fim de se diminuírem os custos da plantação.
No entanto, esta mobilização deverá ser ligeira, o suficiente para somente
incorporar no solo a cinza e restos dos materiais vegetais ardidos, criando um
cubo de solo com nutrientes e arejamento razoáveis para o desenvolvimento
radicular das novas plantas. Quanto a estas, para além da hipótese de se
repovoar com a mesma espécie, poder-se-á considerar a hipótese de a substituir
por outra mais resistente ao fogo e igualmente adaptada às condições edafo-
climáticas, para assim se atingirem também bons níveis de produção e
variabilidade paisagística.
Altos declives (15-30%) – Neste caso, as medidas a implementar
deverão ser bastante distintas das do ponto anterior. Assim, para se evitarem
grandes perdas de solo, deve-se desaconselhar a mobilização mecânica do solo,
podendo-se, a partir daqui, deixar que a regeneração natural repovoe a área
ardida. Como alternativa ou em consociação, podem-se plantar novas espécies
através da abertura manual de covas. Assim, garante-se a preservação do solo
com recurso à regeneração natural. Mais tarde, dever-se-á proceder a um
controlo de densidades, abatendo os indivíduos que apresentem piores
conformações de fuste e copa, libertando o espaço aéreo para a expansão dos
restantes. Ao mesmo tempo, também se poderá proceder a uma limpeza de
mato. De referir que se o declive permitir a intervenção de maquinaria, o

158
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

controlo de densidades e limpeza de mato poderão ser realizadas


mecanicamente, evitando a escalada dos custos associados às intervenções
manuais. No entanto, só se aconselha este tipo de intervenção 5 anos após a
ocorrência do fogo. Serve este lapso temporal para permitir a estabilidade e
protecção do solo através do repovoamento, quer das comunidades arbóreas,
quer das arbustivas e das herbáceas.
Declives muito acentuados (>30%) – Na situação de declives muito
acentuados, a atenção para o escorrimento superficial deve ser reforçada, no
sentido de se minimizarem as perdas de solo. Neste caso, nas zonas de maior
risco de erosão, devem-se dispor os troncos e ramos queimados, devidamente
escorados, segundo as curvas de nível, com o objectivo de se constituir uma
resistência ao escorrimento superficial da água e ao arrastamento de
sedimentos. Quanto ao repovoamento, poder-se-ão seguir os mesmos passos
referidos no ponto acima, ou seja, deixar que a regeneração natural repovoe a
área ardida ou, consociá-la com outra espécie, de preferência autóctone,
plantada à cova. No entanto, para este tipo de situações, e devido ao aumento
de velocidade e intensidade que um fogo adquire nestas condições, a
substituição por plantas mais resistentes ao fogo deverá ser vista como uma
hipótese bastante viável, uma vez que poderão dificultar a propagação de novos
fogos.
Linhas de água – Deverão ser protegidas do assoreamento das suas
margens através da propagação, por estacaria ou recorrendo à plantação, de
espécies autóctones arbóreas e/ou arbustivas e através da sementeira de
herbáceas. Deste modo, estaremos a repor a capacidade de retenção de
sedimentos nas margens, evitando o assoreamento das linhas de água e
consequentemente o risco de cheias nos vales e grandes bacias receptoras.

Anos
Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I Correcção de densidades

I.1 Limpeza ha 4000 4000 4000 12000

I.2 Adensamento ou rearborização ha 1400 1400 1400 4200

II Recuperação de áreas ardidas após 2002

II.1 Arborização por sementeira/plantação ha/ano 650 650 650 650 650 480 450 10150

II.2 Aproveitamento de regeneração natural ha/ano 1930 1930 1930 1930 1930 1430 1330 30100

159
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

B.3 FOGO CONTROLADO

B.3.1 Apresentação

O fogo tem estado intimamente ligado à espécie humana desde os primórdios


da civilização, quer pelos benefícios que lhe oferece, quer pelos prejuízos que lhe
causa.

O fogo pode trazer alguns efeitos positivos ao sector florestal, desde que
utilizado de forma adequada, isto é, através do fogo controlado.

Por definição, fogo controlado é a utilização do fogo em combustíveis, tanto no


estado natural como alterado, sob determinadas condições ambientais e observando
técnicas que permitam que o mesmo seja confinado a uma área pré-definida e alcance
um ou mais objectivos na gestão dos espaços florestais e naturais.

Em Portugal, têm-se vindo a desenvolver estudos sobre a efectividade das


técnicas de intervenção sobre o combustível florestal, com destaque para o uso do
fogo controlado. Depois de, numa primeira fase, se terem focado detalhadamente os
efeitos ecológicos desta técnica e de se ter demonstrado a sua eficácia preventiva, os
esforços actuais centram-se no desenvolvimento de instrumentos de apoio à decisão,
práticos e focados nas necessidades dos utilizadores quanto ao planeamento,
execução e avaliação de uma operação de queima.

A aplicação da técnica de fogo controlado está particularmente indicada em


comunidades arbustivas dominadas por urzes, tojos e carqueja. Nos espaços florestais
arborizados, é especialmente indicada em pinhal, carvalhal e eucaliptal. Contudo,
nesta última espécie, a sua aplicação, deve ter uma atenção especial devido às
excepções/restrições que se verificam, quer ao nível do comportamento do fogo
(combustão da casca solta e intensidade do fogo), quer ainda no que diz respeito a
resiliência da espécie, que apresenta, por vezes, rebentação epicórmica.

A elevada acumulação de material combustível no interior dos pinhais na região


de Trás-os-Montes, em particular nos povoamentos de pinheiro bravo, bem como o
recurso às queimadas fora de época, para gestão dos matos com fins silvopastoris,
potenciam o risco de incêndio florestal e a severidade deste quando acontece.

Assim sendo, parece indicado o desenvolvimento de um programa específico


que permita a aplicação da técnica de fogo controlado à correcta gestão destes
espaços.

160
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

B.3.2 Objectivos

A aplicação deste programa tem como objectivos:

ˆ Reduzir a carga e modificar a estrutura do material combustível em zonas


estratégicas, de modo a diminuir a severidade de um incêndio e aumentar a
eficácia dos meios de combate;

ˆ Promover a gestão de habitats para os mais diversos fins: pastorícia,


cinegética ou conservação da natureza;

ˆ Facilitar e induzir o aparecimento de um sub-bosque, imprescindível ao


equilíbrio ecológico.

B.3.3 Incidência regional

As cartas de probabilidade anual de fogo, recorrência do fogo e ocupação do


solo permitiram seleccionar as áreas onde existe mais interesse em implementar o
programa.

Assim sendo, existe vantagem em aplicar o programa nas sub-regiões


homogéneas do Beira Douro, Carrazeda, Montemuro e Padrela, por oferecerem
melhores condições de segurança para a execução da técnica,

B.3.4 Actividades/Metas

Se, por um lado, o elevado risco de incêndio que se verifica no nosso país pode
encontrar justificação no clima mediterrânico que o caracteriza, os elevados valores,
registados anualmente, para a ocorrência de incêndios e o tamanho das áreas ardidas
encontram explicação noutros factores.

Estes factores, podem ser de ordem sócio-cultural, existência de pirómanos


que intencionalmente pegam fogo à floresta, completa ausência de gestão dos
espaços florestais, com consequente acumulação de material combustível e uso
incorrecto do fogo para a realização de queimadas, ou de ordem física, por presença
de extensas manchas florestais com grande continuidade de resinosas.

As cartas de probabilidade anual de fogo, recorrência do fogo e ocupação do


solo permitiram seleccionar as áreas onde existe mais interesse em implementar o
programa.

Este programa tem como objectivo tratar, anualmente, sensivelmente 2% da


área susceptível ao emprego da técnica do fogo controlado.

Considerando os especialistas que, em condições médias, uma brigada de


sapadores florestais consegue submeter a fogo controlado 120 ha/ano de pinheiro

161
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

bravo ou 360 ha/ano de matos e atendendo ao número de brigadas existentes pode


afirmar-se que não se dispõe, actualmente, dos meios de apoio necessários para
alcançar o objectivo traçado, isto é, não existe, de momento, número suficiente de
brigadas, e as existentes não detêm o conhecimento necessário para aplicar a técnica
de forma segura e eficaz.

Assim sendo, recomenda-se que a implementação do programa se efectue de


forma gradual, permitindo em paralelo a constituição de novas brigadas e respectiva
formação em fogo controlado.

A superfície susceptível de tratamento é, nesta Região PROF, de 112 800 ha,


repartidos por 52 900 ha de pinhal (47%) e 59 900 ha de incultos (52%).

Desta forma, recomenda-se que sejam tratados nos primeiros três anos de
implementação do programa 400 ha de pinhal e incultos numa relação de 40/60
respectivamente. Este valor deve aumentar para 1 000 ha/ano nos dois anos
seguintes, aumentando para 1 500 ha/ano até ao décimo ano, fixando-se o valor em 2
500 ha/ano até ao vigésimo ano (2,2% da área susceptível). Repare-se que, as metas
a atingir, no caso presente, são sensivelmente inferiores às das restantes regiões
PROF de Trás-os-Montes, em virtude do carácter mais quente e seco da generalidade
desta área.

ˆ I – Campanha de sensibilização
Sessões de sensibilização e divulgação sobre a técnica do fogo controlado de
realização anual, durante os primeiros cinco anos de implementação do
programa.

ˆ II – Acções de formação/reciclagem para sapadores


Acções de formação de realização anual, durante os primeiros cinco anos de
implementação do programa, ao décimo e décimo quinto anos. Estas duas
últimas acções podem também funcionar como acções de reciclagem.

ˆ III – Acções de formação/reciclagem para técnicos


Acções de formação de realização anual, durante os primeiros cinco anos de
implementação do programa, ao décimo e décimo quinto anos. Estas duas
últimas acções podem também funcionar como acções de reciclagem.

ˆ IV – Fogo controlado em povoamentos de resinosas


Aplicação do fogo controlado às áreas de pinhal e outras resinosas com
extensão superior a 50 ha. Qualquer área intervencionada deve situar-se em
zona de risco, isto é, deve encontrar-se no interior de uma das três classes mais
elevadas de probabilidade anual de fogo, definidas na carta com o mesmo nome,

162
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

construída na Base de Ordenamento deste PROF.

ˆ V – Fogo controlado em incultos


Aplicação do fogo controlado às áreas de incultos que se situem a menos de
100 m de manchas florestais com extensão superior a 50 ha. Qualquer área
intervencionada deve situar-se, à semelhança do caso anterior, em zona de
risco, isto é, deve encontrar-se no interior de uma das três classes mais
elevadas de probabilidade anual de fogo, definidas na carta com o mesmo nome,
construída na base de ordenamento deste PROF.

ˆ VI – Avaliação anual
Avaliação anual dos resultados obtidos com a realização desta campanha e
delineamento das acções a realizar na campanha seguinte.

Anos
Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I Campanha de sensibilização nº 1 1 1 1 1 5

II Acções de formação/reciclagem para sapadores nº/ano 3 1 1 1 3 7(10º) 7(15º) 23

III Acções de formação/reciclagem para técnicos nº/ano 1 1 1 1(10º) 1(15º) 5

IV Fogo controlado em povoamentos de resinosas ha/ano 160 160 160 400 400 600 1000 14280

V Fogo controlado em incultos ha/ano 240 240 240 600 600 900 1500 21420

VI Avaliação anual nº/ano 1 1 1 1 1 1 1 20

163
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

B.4 COMPARTIMENTAÇÃO/ACESSIBILIDADE

B.4.1 Apresentação

Considerando como linhas de compartimentação dos espaços florestais a rede


viária interna, as linhas de água de maior dimensão ou cuja cortina ripícola possua
secção transversal com alguma dimensão, as linhas de alta tensão e os aceiros, pode
afirmar-se, pelo levantamento efectuado na primeira parte deste estudo que, de uma
forma geral, a região de Trás-os-Montes se encontra bem servida no que a este
particular diz respeito.

Para este facto contribui, sobretudo, o elevado valor registado para a


densidade da rede viária que atravessa os espaços florestais, que na maior parte das
situações ultrapassa os valores sugeridos pela DGRF.

Contudo, o trabalho de campo permitiu verificar que, não obstante existir uma
densa rede de caminhos no interior das manchas florestais, a maior parte deles são
demasiado estreitos ou não se encontram transitáveis em toda a sua extensão,
dificultando ou impedindo o acesso a carros de combate ao fogo, deixando também de
cumprir a sua função como linha de compartimentação.

No seguimento do exposto atrás, propõe-se o desenvolvimento de um


programa que promova, prioritariamente, a beneficiação dos caminhos florestais
existentes.

O programa pode ainda contemplar, como segunda prioridade, medidas que


incentivem a abertura de novos caminhos, mas só naqueles casos, em que seja
manifestamente comprovada, bem como a limpeza dos corredores percorridos pelas
linhas de alta tensão.

B.4.2 Objectivos

A aplicação deste programa tem como objectivos:

ˆ Melhorar as condições de circulação no interior das manchas florestais;

ˆ Melhorar as condições de compartimentação no interior das manchas


florestais;

ˆ Reconverter as áreas envolventes, através da introdução de corredores de


folhosas nas áreas marginais dos caminhos.

164
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

B.4.3 Incidência regional

Este programa deve contemplar toda a Região PROF, prioritariamente nas


áreas onde existam parcelas sujeitas a ZIF’s, PGF’s, ou ainda, naquelas parcelas de
exploração individual em que, voluntariamente, o proprietário as tenha submetido a
PGF.

B.4.4 Actividades/Metas

A densidade actual da rede viária florestal na região de Trás-os-Montes foi


determinada na primeira fase do trabalho, correspondente às bases de ordenamento.

Contudo, como já foi referido, não obstante a região estar dotada de uma vasta
e densa rede viária que atravessa os espaços florestais, esta apresenta-se com
dimensão reduzida e encontra-se na maior parte dos casos em condições de
conservação deficiente.

No que aos corredores percorridos pelas linhas de alta tensão diz respeito,
tomaram-se como valores de referência os valores determinados nas bases de
ordenamento da área PROF do Barroso Padrela, uma vez que não foi disponibilizada
essa informação para esta região PROF.

Este programa envolve o seguinte conjunto de actividades:

ˆ I – Beneficiação da rede de caminhos

ˆ II – Construção de caminhos

ˆ III – Manutenção da rede de caminhos

ˆ IV – Diversificação com folhosas ou adensamento das linhas


existentes na área envolvente dos caminhos

ˆ V – Manutenção e limpeza da área envolvente dos caminhos

ˆ VI – Limpeza dos corredores percorridos pelas linhas de alta tensão

A implementação deste programa pretende atingir, ao fim de 10 anos, uma


densidade de 40 m/ha, entre caminhos novos e beneficiados.

Sabendo que a densidade de caminhos média actual é de 38 m/ha e


considerando que a área florestal actual se manterá constante, pretende-se nos
próximos 10 anos, beneficiar 30 m/ha, ou seja, 79% do existente e abrir 10 m/ha de
novos caminhos. Desta forma, recomenda-se que anualmente sejam beneficiados 350
km e construídos 115 km de novos caminhos. A rede de caminhos deverá sofrer
operações de manutenção a cada cinco anos.

165
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Este programa pretende também que, no final dos 20 anos, 50% dos caminhos
possuam uma estrutura adjacente constituída por faixas largas de folhosas (20 m),
que sirvam para consolidação de taludes e como áreas de compartimentação.

Para cumprir este objectivo recomenda-se que, anualmente, se proceda à


plantação de folhosas nas áreas marginais dos caminhos numa extensão de 115 km,
equivalente a 460 ha. Estas áreas serão objecto de intervenção, para manutenção e
limpeza, decorridos sensivelmente dois anos e meio após a sua instalação, repetida
após igual período, alargando-se depois os períodos de repetição para cinco anos.

Recomenda-se, finalmente, a gestão de combustíveis dos corredores


percorridos pelas linhas de alta tensão que atravessam os espaços florestais. Estes
corredores devem ser limpos ao ritmo de 1/3 da sua extensão por ano (sensivelmente
150 km), com repetições de três em três anos até aos vinte.

Anos
Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I Beneficiação da rede de caminhos km/ano 350 350 350 350 350 350 3500

II Construção de caminhos km/ano 115 115 115 115 115 115 1150

III Manutenção da rede de caminhos km/ano 460 930 11600

IV Diversificação da área envolvente dos caminhos ha/ano 460 460 460 460 460 460 460 9200

V Manutenção da área envolvente dos caminhos ha/ano 230 460 460 920 1500 20750

VI Limpeza dos corredores de linhas de alta tensão km/ano 150 150 150 150 150 150 150 3000

166
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

B.5 MANUTENÇÃO E ADENSAMENTO DA CORTINA RIPÁRIA

B.5.1 Apresentação

A recuperação, manutenção e o adensamento da cortina ripária insere-se nas


Opções estratégicas e nas Directivas de acção previstas no âmbito da Estratégia
Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB), nomeadamente
na sua opção 5 – “Desenvolver em todo o território nacional acções específicas de
conservação e gestão de espécies e habitats, …”, posta em vigor através da Resolução
de Conselho de Ministros n.º152/2001, de 11 de Outubro.

Adoptando o conceito de Naiman & Décamps (1997), o termo ripário diz


respeito aos mosaicos de habitats e respectivas comunidades associados com as zonas
marginais de rios e lagos. Dix et al. (1977) caracterizam-nos como um espaço
tridimensional adjacente à água que inter-actua simultaneamente com os sistemas
terrestres e aquáticos, sendo que, sob o ponto de vista espacial, é difícil delimitar com
precisão tais zonas.

Godwin et al. (1997) consideram ser possível definir em áreas aluviais duas
zonas. Assim, mais próximo do rio, encontra-se uma faixa directamente influenciada
pela submersão frequente e dependente dos processos fluviais geomorfológicos
ligados com as variações hidrológicas. Mais afastada do rio ocorre outra faixa, formada
por processos geomorfológicos históricos e relativamente independente das
características fluviais actuais. A vegetação é aqui dominada por plantas com grande
biomassa radicular, capazes de extraírem água do aquífero aluvial, em oposição com a
flora característica da zona anterior cujas raízes apenas podem obter água de níveis
freáticos superficiais. Todavia, frequentemente desvanece-se a separação entre estas
zonas. Se observarmos os troços médio e superior de alguns cursos de água do Norte
do País, correndo em vales declivosos e encaixados, encontramos que a 1ª faixa
definida é virtualmente ausente. Aliás, muitas vezes, mesmo em rios de números de
primeira ou segunda ordem não existe qualquer cinturão de vegetação ribeirinha
característica.

O Norte Interior do País é caracterizado por uma grande diversidade de


ecossistemas ribeirinhos, permitindo a presença de habitats muito específicos e de
elevado interesse ambiental, ecológico e conservacionista. É uma região que, para
além de possuir um clima característico, possui uma grande diversidade de formas
geomorfológicas.

Para além das condições geomorfológicas agrestes que limitam a largura das
faixas ripícolas, é reconhecido que a gestão dos bosques ribeirinhos é realizada de

167
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

forma ecologicamente inadequada. É também frequente a realização de cortes


desordenados ou rasos da vegetação arbórea-arbustiva, ocorrendo frequentemente
plantações de espécies exóticas. Com o desígnio de fomentar uma gestão correcta e
equilibrada dos corredores ribeirinhos, enumeram-se os princípios, que os
beneficiários são obrigados a cumprir:

ˆ Proibido o recurso a espécies invasoras, listadas no Anexo I do Decreto-Lei


n.º 565/99 de 21 de Dezembro de 1999;

ˆ Necessária a autorização dos serviços centrais para abate de árvores


ripícolas;

ˆ Proibido realizar cortes de uma forma massiva (corte raso), devendo ser
realizados pé a pé, caso necessário.

B.5.2 Objectivos

A aplicação deste programa tem como objectivos:

ˆ Restaurar, consolidar o coberto arbóreo, arbustivo e herbáceo nas margens


dos troços ribeirinhos, onde o revestimento vegetal se apresente muito
deficiente ou mesmo inexistente;

ˆ Assegurar a existência de um bosque ripário denso, bem desenvolvido,


diversificado, e com vários estratos de vegetação autóctone, para a
pluralidade das linhas de água da Região PROF;

ˆ Conservar e melhorar a gestão das cortinas ribeirinhas existentes e sempre


que possível reabilitar a galeria ribeirinha original;

ˆ Proteger a qualidade da água;

ˆ Controle e erradicação das espécies lenhosas invasoras existentes;

ˆ Valorização cénica da paisagem;

ˆ Aumentar a descontinuidade dos povoamentos;

ˆ Melhoria das condições para desenvolvimento da fauna piscícola;

ˆ Protecção contra a erosão ou cheias e melhoria da drenagem e funcionalidade


da corrente.

B.5.3 Incidência regional

Este programa tem uma aplicação horizontal, ou seja, é passível de se aplicar


por toda a Região PROF, mais em pormenor nas sub-regiões onde exista a maior
necessidade de protecção dos cursos de água.

168
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

B.5.4 Actividades/Metas

O número de corredores ripícolas, por hectare de floresta, identificados nas


bases de ordenamento deste PROF totaliza cerca de 254 km de linhas de água com
cortina ripícola.

De forma a fomentar a sua manutenção e adensamento sugerem-se as


seguintes actividades:

ˆ I – Arborização de margens das linhas de água


Neste tipo de intervenção, deve ser privilegiado o aproveitamento da
regeneração natural da vegetação ribeirinha autóctone ocorrente, bem como a
utilização de espécies autóctones que integram ou integraram a cortina ripária e
a área adjacente.
Nas situações onde não haja regeneração natural deverá recorrer-se a
plantação/sementeira. A estacaria viva é geralmente um dos métodos utilizados
na arborização das margens. A instalação de ramos vivos sob a forma de estacas
tem assim a faculdade de consolidar as margens, possibilitando o
estabelecimento de espécies ripícolas. Nos Quadro seguintes, encontra-se a
listagem das espécies a privilegiar.
Um dos aspectos mais abordados na recuperação de rios diz respeito à
definição da largura das faixas ripárias a instalar. Não existem regras
padronizadas e tudo depende da morfologia, do número de ordem do rio e ainda
das funções prioritárias que se desejam ver implementadas.
De acordo com o reconhecimento efectuado no Plano Nacional da Água
indica-se que, para um horizonte de 20 anos, sejam criadas 90 km (36%) de
novas faixas ripícolas.

ˆ II – Beneficiação de cortinas ripícolas


De acordo com o mesmo Plano, indica-se que, para o mesmo horizonte de
20 anos, sejam efectuadas beneficiações em cerca de 56% da extensão de
cortinas ripárias existentes, o correspondente a 141 km. A preservação da
vegetação ripícola, com interesse ecológico e paisagístico, poderá ser efectuada
recorrendo a:

• Condução da regeneração natural de vegetação autóctone ocorrente;

• Desbaste e podas de formação;

• Corte de árvores ou arbustos que se encontrem visivelmente


debilitados;

• Limpeza e desobstrução da linha de água e margens respectivas;

169
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

• Remoção de espécies invasoras;

• Adensamento de vegetação arbórea e arbustiva ripícola autóctone.

ˆ III – Levantamento e caracterização da vegetação ribeirinha


Esta caracterização, pretende fornecer informação relevante aos projectos
de intervenção e permitir o acompanhamento da evolução posterior da
biocenose ribeirinha, para fins científicos e didácticos.
A sua realização pretende-se efectivada nos dois primeiros anos de vigência
deste programa.

ˆ IV – Definição de itinerários didácticos


De modo a promover-se a usufruição das elevadas potencialidades turísticas
e lúdicas que, dada a sua diversidade ecológica, as áreas envolventes às linhas
de água possuem, propõem-se a definição de itinerários didácticos relacionados
com a vegetação, a água, a fauna e os seus valores naturais em geral.
A sua implementação deverá ser considerada nos dois primeiros anos de
vigência deste programa.

Anos
Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I Arborização de margens das linhas de água km/ano 1 2 3 4 5 5 5 90

II Beneficiação de cortinas ripícolas km/ano 1 2 4 6 8 8 8 141

B.5.5 Bibliografia

DIX, M.E. et al (1977). Riparian refugia in agroforestry streams. J. Forestry,


pp. 38-41.
GOODWIN, C. N. et al (1997). Riparian Restoration in the Western United
States: Overview and Perspective. Restoration Ecology, 45: 4-14.

NAIMAN, R.J. & DÉCAMPS, H. (1997). The ecology of interfaces: Annu. Rev.
Ecol. Syst., 28: 621-658.

170
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 25 – Espécies arbóreas a privilegiar

Nome cientifico Nome vulgar


Alnus glutinosa Amieiro
Fraxinus angustifolia Freixo
Salix fragilis Vimeiro vermelho
Betula celtiberica Vidoeiro
Salix atrocinerea Borrazeira-preta
Salix triandra Salgueiro
Pyrus cordata Pereira brava
Acer monspessulanum Zelha
Prunus avium Cerejeira
Prunus mahaleb Ginjerineira
Quercus pyrenaica Carvalho negral
Quercus faginea Carvalho-português
Ilex aquifolium Azevinho
Celtis australis Lodão bastardo

Quadro 26 – Espécies arbustivas a privilegiar

Nome cientifico Nome vulgar


Sambucus nigra Sabugueiro
Securigena tinctoria Tamujo
Frangula alnus Zangarinho
Salix salvifolia Salgueiro
Rhamnus catharticus Espinheiro serval
Viburnum tinus Folhado
Viburnum opulus Noveleiro
Agrimonia eupatoria/procera Erva-eupatória
Amelanchier ovalis Medicus
Crataegus monogyna Pilriteiro
Sorbus aucuparia Tramazeira
Corylus avellana Aveleira
Prunus spinosa Abrunheiro
Buxus sempervirens Buxo

171
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

B.6 PROTECÇÃO FLORESTAL CONTRA A PROCESSIONÁRIA


DO PINHEIRO

B.6.1 Apresentação

Os povoamentos florestais de resinosas são alvo de ataque por parte de


diversos insectos, nomeadamente agentes desfolhadores como a processionária do
pinheiro, Thaumetopoea pityocampa (Den. & Schiff.), que causam, por vezes,
situações de elevada gravidade. Esta constitui uma praga de relevante importância
económica nos países da bacia Mediterrânica, quer pelas desfolhas que causa, quer
pelos problemas de saúde pública que pode originar (Arnaldo, 2003). A desfolha, mais
ou menos intensa, contribui para uma redução significativa da produção de madeira,
consequência das malformações do fuste e da redução do crescimento em altura. Em
anos de elevada desfolha, a produção de biomassa é praticamente nula. Além disso, a
presença deste insecto em zonas de recreio e lazer, representa uma ameaça para a
saúde humana e animal devido à libertação, pelas larvas, de pêlos urticantes a partir
do terceiro estádio de desenvolvimento larvar.

A processionária do pinheiro é uma espécie polífaga e a maior ou menor


resistência oferecida pelo hospedeiro depende de vários factores, entre os quais se
destaca a ocorrência de espécies florestais que vegetam fora do seu habitat natural.

Esta espécie ataca árvores de todas as idades sendo comum observar ataques
de insectos em árvores a partir dos dois anos de idade, às quais normalmente provoca
a morte. Também as árvores de bordadura sofrem ataques mais intensos por parte da
processionária do pinheiro devendo-se isso, quer à biologia do insecto, quer às
condições climáticas de luminosidade e temperatura.

Em Portugal, a processionária do pinheiro, existe em toda a área de pinhal,


sendo mais abundante na cintura oriental da mancha de pinhal a Norte do Tejo e nos
povoamentos a Sul deste rio (Serrão-Nogueira, 1972 cit. in Arnaldo 1997).

Na região de Trás-os-Montes este insecto, embora ataque todas as espécies do


género Pinus, parece preferir as espécies de Pinus nigra, P. sylvestris e P. pinaster, em
detrimento de P. strobus e P. pinea (Arnaldo, 2003). Neste contexto, tendo em conta,
por um lado, os decréscimos de produção directamente provocados pelo
desenvolvimento da praga e, por outro, as consequências maléficas para a saúde
pública da população que procura cada vez mais a floresta para fins recreativos,
propõe-se a existência de um programa que promova a utilização de medidas de
prevenção contra esta praga, à semelhança do que já se verifica noutros países.

De entre os meios de luta existentes destaca-se a aplicação, por pulverização

172
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

aérea, de preparações à base de microorganismos entomopatogénicos,


nomeadamente Bacilllus thuringiensis. Este produto, que segundo os especialistas
revela um excelente grau de eficácia, encontra-se disponível no mercado português e
está homologado para tratamentos florestais contra a processionária do pinheiro.

B.6.2 Objectivos

A concretização deste programa tem como objectivos:

ˆ Diminuição da densidade das populações do insecto facultando o aumento da


produtividade dos povoamentos;

ˆ Minimizar os problemas de saúde pública, dado que existe uma tendência


crescente para o uso da floresta para actividades de recreio e lazer.

B.6.3 Incidência regional

A processionária encontra-se presente na generalidade dos pinhais de Trás-os-


Montes. Em locais de menor adaptação, os ataques são mais intensos e ocorrem todos
os anos, chegando mesmo a provocar a morte do arvoredo. Também em regiões de
melhor adaptação os ataques têm sofrido um aumento significativo.

Existe, assim, vantagem em aplicar o programa nas sub-regiões homogéneas


do Carrazeda, Beira Douro e Montemuro, em particular nos concelhos de Carrazeda de
Ansiães, Tarouca, Moimenta da Beira, Sernancelhe, Penedono e Lamego.

B.6.4 Actividades/Metas

O acompanhamento de parcelas de pinheiro bravo na região de Trás-os-


Montes, revela a necessidade de iniciar uma luta concertada aos fortes ataques de
processionária de que padecem anualmente, através das seguintes actividades:

ˆ I – Campanha de sensibilização
Sessão de sensibilização e esclarecimento inicial junto dos agentes florestais
e associações de produtores para apresentação do problema e das medidas de
protecção.

ˆ II – Luta
Proceder à aplicação anual da medida de protecção seleccionada
(pulverizações aéreas das áreas afectadas com Bacilllus thuringiensis).
Realização anual de pulverizações aéreas incidindo sobre as áreas onde os
registos revelem a existência de ataques frequentes e intensos da praga. As
parcelas a tratar deverão ser contínuas e, no seu global, o mais isoladas

173
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

possível, sofrendo um tratamento com repetição no segundo ano.


A superfície florestal ocupada por resinosas nesta área PROF é de,
sensivelmente, 85 700 ha. Admitindo que, anualmente, 20% desta área é
fortemente atacada pela praga, temos 17 100 ha susceptíveis de tratamento.
A aplicação do meio de luta deve incidir, no primeiro, terceiro e quinto anos,
em parcelas que ocupem uma área de sensivelmente 1 710 ha, com repetição do
tratamento no ano seguinte. A partir do sétimo ano, as áreas a tratar não devem
ir além dos 855 ha/ano, sempre com repetição do tratamento no ano seguinte.

ˆ III – Observação/Monitorização
Campanhas de observação, a realizar nos primeiros seis anos, que decorram
em paralelo com a acção anterior, visando analisar a eficácia do tratamento, de
modo a ajustar os métodos e a avaliar os resultados.

ˆ IV – Campanha de divulgação
Sessão a realizar no final do segundo, quarto, décimo e vigésimo ano,
visando a divulgação dos resultados obtidos nas campanhas de luta efectuadas.

ˆ V – Avaliação
Sessão a realizar no final do sexto ano, visando a divulgação dos resultados
obtidos na primeira fase de implementação do programa.

Anos
Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I Campanha de sensibilização nº 1 1 (6º) 1 (11º) 3

II Luta ha/ano 1710 1710 1710 340 425 11080

III Investigação/Monitorização nº 1 1 1 1 1 1(6º) 6

IV Campanha de divulgação nº 1 1 1(10º) 1(20º) 4

V Avaliação nº 1(6º) 1

B.6.5 Bibliografia

ARNALDO, P. M. S. O. (1997). Parasitoidismo de ovos de Thaumetopoea


pityocampa Schiff: em Trás-os-Montes. Mestrado em Engenharia de Produção
Florestal. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Vila Real.

ARNALDO, P. M. S. O. (2003). Contribuição para o conhecimento da


processionária do pinheiro Thaumetopoea pityocampa (Den. & Schiff). Universidade de
Trás-os-Montes e Alto Douro. Vila Real.

174
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

C VIGILÂNCIA E PREVENÇÃO DE FOGOS FLORESTAIS

C.1 Adensamento e relocalização de infra-estruturas

C.2 Avaliação/constituição de Brigadas de Sapadores Florestais

Não se pretende incluir nesta área todo o conjunto de iniciativas a desenvolver


junto das instituições mais directamente relacionadas com a coordenação e combate
dos fogos florestais, onde se deverão igualmente realizar programas de modernização
e melhoria da eficiência. As instituições mais directamente relacionadas com esta
matéria estão administrativa e hierarquicamente dependentes doutros núcleos de
decisão exteriores ao sector primário das florestas.

175
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

C.1 ADENSAMENTO E RELOCALIZAÇÃO DE INFRA-


ESTRUTURAS

C.1.1 Apresentação

O risco de incêndio associado a factores climáticos poderá vir a sofrer um


aumento substancial em todo o país. Também a duração da época com potencial para
incêndios severos poderá aumentar significativamente em todo o território.

A adaptação ao maior risco meteorológico de incêndio irá impor não só um


stress adicional nas estruturas de prevenção e combate que, como se verificou na
elaboração das bases do ordenamento são manifestamente insuficientes,
principalmente no que à rede de visibilidade e pontos de água diz respeito, mas
também alterações na extensão, localização, composição específica e gestão das
florestas e outros tipos de coberto vegetal.

Assim sendo, torna-se necessário repensar toda a organização e funcionamento


de infra-estruturas de prevenção e combate a nível regional, de modo a que possa ser
minimizado o efeito dos fogos florestais e melhoradas as condições de combate ao
mesmo. Ressalva-se, no entanto, o facto de não ser abordada a questão dos meios de
luta e instituições definidas para a vigilância e combate, dada a subordinação à Política
Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios.

C.1.2 Objectivos

A aplicação deste programa tem como objectivos:

ˆ Alargar a área abrangida pela rede de postos de vigia;

ˆ Alargar a vigilância aos espaços florestais não arborizados;

ˆ Persuadir possíveis incendiários;

ˆ Avaliação rigorosa do panorama das infra-estruturas florestais;

ˆ Aumentar a eficácia da detecção do fogo.

C.1.3 Incidência regional

A aplicação deste programa deverá ser efectuada em todas as regiões


homogéneas devendo, inicialmente, ser dada preferência às regiões com maiores
deficiências ao nível das infra-estruturas florestais.

176
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

C.1.4 Actividades/Metas

Apresentam-se como indicadores as análises realizadas aquando da definição


das bases de ordenamento deste PROF, relativas às infra-estruturas de prevenção e
combate aos incêndios e à visibilidade dos postos de vigia. Nestas análises
constataram-se um escasso número de pontos de água e uma pouco abrangente
visibilidade dos postos de vigia para o solo. De forma a colmatar as deficiências
detectadas propõe-se o seguinte conjunto de actividades:

ˆ I – Avaliação das actuais infra-estruturas florestais


Inventário actualizado do estado de conservação das infra-estruturas
florestais e respectivos acessos, de forma a verificar quais as suas reais
necessidades.
A elaboração do estudo em questão deverá estar concluída ao final do
segundo ano.

ˆ II – Construção de pontos de água


Como se comprovou nas bases de ordenamento, o número de pontos de
água é manifestamente baixo. Verifica-se uma razão de um ponto de água para
201 ha de floresta, quando o IFADAP/DGRF aponta uma meta ideal de um ponto
de água por cada 100 ha de área florestal arborizada.
Deverá ser permitida, portanto, a implementação de pontos de água, sem a
obrigatoriedade de estes se encontrarem incluídos num projecto de beneficiação.
Como resultado, aspira-se a duplicação do número de pontos de água
(construção de 580 novos pontos de água), de uma forma constante, ao longo
dos 20 anos.

ˆ III – Beneficiação de pontos de água


Pretende-se, num espaço de 10 anos, beneficiar a totalidade dos pontos de
água existentes (574 pontos de água) para que, na segunda década de vigência
do programa, se realize a primeira beneficiação daqueles que, entretanto, foram
criados e se proceda a uma segunda beneficiação dos pontos de água
contemplados na primeira década de vigência do programa.

ˆ IV – Reorganização e adensamento dos postos de vigia


Verificou-se que a actual disposição da rede de postos de vigia não abrange
a totalidade das áreas de incultos e floresta, sendo conveniente aumentar o
número de postos de vigia com o intuito de ampliar a área visível. A existência
de um maior número de postos de vigia, aliada ao maior número de brigadas de
sapadores florestais, permitirá aumentar o número de pessoas vigilantes com

177
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

presença activa na floresta, resultando num mais eficaz factor de inibição a


possíveis incendiários.
Propõe-se, assim, a realização de um estudo com o intuito de definir as
áreas onde se verifique necessário expandir a rede de postos de vigia,
principalmente no que respeita a áreas florestais arborizadas e não arborizadas,
visto que a probabilidade de ocorrência de incêndios nestas áreas é elevada.
A sua execução deverá ser dividida em duas fases: uma primeira, a realizar
durante o primeiro ano, que consiste num estudo da visibilidade dos postos de
vigia ao nível do solo, onde serão identificados e inventariados os locais mais
carenciados de vigilância; uma segunda fase a realizar nos 4 anos seguintes,
onde se procederá à implementação, no campo, de novos postos de vigia ou a
eventuais alterações de localização dos postos já existentes.

Anos
Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I Avaliação das actuais infra-estruturas florestais n.º 1 - 1

II Construção de pontos de água nº/ano 30 30 30 30 30 30 30 600

III Beneficiação de pontos de água nº/ano 60 60 60 60 60 60 90 1500

IV Reorganização e adensamento dos postos de vigia nº - 1 2 1 2 6

C.1.5 Bibliografia

Pereira, J. M. C. & Santos, M. T. (2003). Áreas Queimadas e Risco de


Incêndio em Portugal. Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas.
Direcção Geral das Florestas, 63pp.

178
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

C.2 AVALIAÇÃO/CONSTITUIÇÃO DE BRIGADAS DE


SAPADORES FLORESTAIS

C.2.1 Apresentação

A Lei de Bases da Política Florestal levou à publicação do Decreto-Lei n.º


179/99, de 21 de Maio, que definiu as regras e os procedimentos a observar na
criação de equipas de sapadores florestais.

A criação destas equipas, que se pretendia viessem a constituir uma


organização dotada de capacidade e conhecimentos específicos adequados, teve como
objectivos prioritários a necessidade de garantir, através de acções de silvicultura
preventiva, vigilância e primeira intervenção, a redução do número de incêndios
florestais e da área ardida.

Contudo, cinco anos decorridos após aprovação deste diploma, têm vindo a ser
evidenciadas deficiências e fragilidades que urge corrigir. Estas deficiências incidem
sobretudo ao nível do desempenho das tarefas que lhes estão cometidas.

A escassez de equipas de sapadores florestais em zonas consideradas sensíveis


do ponto de vista da probabilidade de ocorrência de fogo e a distribuição algo irregular
das já existentes é, também, uma preocupação que determina a necessidade de
constituir novas equipas.

Afigura-se então necessário, o desenvolvimento de um programa que promova


a constituição de novas equipas nas áreas carenciadas e um maior acompanhamento
das equipas existentes, com o objectivo de orientar e melhorar o seu desempenho.

C.2.2 Objectivos

A aplicação deste programa prevê os seguintes objectivos:

ˆ Potenciar o desempenho das tarefas que estão cometidas às equipas de


sapadores florestais;

ˆ Constituição de novas equipas de sapadores florestais;

ˆ Potenciar a conveniente cobertura de todas as áreas sensíveis do ponto de


vista do risco de incêndio.

C.2.3 Incidência regional

As actividades I, II e III devem privilegiar, nos primeiros anos de


implementação do programa, as sub-regiões homogéneas onde já existam equipas de

179
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

sapadores constituídas.

A constituição de novas equipas deve contemplar, de forma gradual e


respeitando a prioridade no que diz respeito ao risco de incêndio, todas as sub-regiões
homogéneas da área PROF.

Nos anos seguintes, admitindo que todas as sub-regiões homogéneas já


possuem equipas de sapadores constituídas, devem as actividades de
acompanhamento recair por toda a área PROF.

C.2.4 Actividades/Metas

As visitas de campo a áreas de intervenção de equipas de sapadores florestais


e a auscultação de testemunhos de vários agentes florestais, permitem afirmar que as
equipas de sapadores carecem de maior apoio e acompanhamento por parte da
administração pública.

A distribuição das equipas de sapadores permitiu verificar que, para além de


uma dispersão, existe também uma escassez de equipas em zonas onde as manchas
florestais consideradas potencialmente sensíveis do ponto de vista do risco de
incêndio, possuem alguma dimensão e continuidade.

ˆ I – Acções de formação
Acções de formação, a realizar no início da campanha e prolongadas pelos 4
anos seguintes, ou de reciclagem, de realização quinquenal.

ˆ II – Visitas de acompanhamento
Visitas periódicas, visando o apoio técnico e a formação, de modo a garantir
os esclarecimentos necessários ao aumento da eficiência das equipas. A sua
realização deverá ser mensal, durante os primeiros cinco anos, e trimestral, nos
anos seguintes. Recomenda-se o acompanhamento das quatro equipas de
sapadores florestais existentes.

ˆ III – Avaliação
Reuniões, no final de cada campanha, com o objectivo de se avaliar o
desempenho da equipa.

ˆ IV – Constituição de novas brigadas de sapadores florestais


Recomenda-se, nos próximos cinco anos, a constituição de mais dezassete
equipas distribuídas pelos concelhos de Alijó (2), Armamar (1), Carrazeda de
Ansiães (2), Lamego (1), S. João da Pesqueira (1), Sernancelhe (1), Tabuaço
(1), Tarouca (1), Torre de Moncorvo (2), Vila Flor (1), Vila Nova de Foz Côa (1) e
Vila Real (3), aspirando uma afectação de aproximadamente 5 000 ha a cada

180
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

equipa.

Anos
Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I Acções de formação nº/ano 96 144 192 228 252 252(10º) 252(15º) 1416

II Visitas de acompanhamento nº/ano 96 144 192 228 252 84 84 2172

III Avaliação nº/ano 8 12 16 19 21 21 21 391

IV Constituição de novas brigadas de sapadores florestais nº 4 4 4 3 2 17

181
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

D CONSOLIDAÇÃO DA ACTIVIDADE FLORESTAL

D.1 Certificação da gestão florestal

D.2 Expansão da subericultura

D.3 Relançamento da cultura do castanheiro

D.4 Reforço do movimento associativo

Os programas relacionados com a “Consolidação da actividade florestal”


referem-se, por um lado, a fileiras específicas com importância regional, pinheiro
(D1), sobreiro (D2), castanheiro (D3), por outro, como o próprio reforço das formas
de organização dos produtores florestais (D4), condição indispensável ao
desenvolvimento do sector.

182
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

D.1 CERTIFICAÇÃO DA GESTÃO FLORESTAL

D.1.1 Apresentação

A gestão florestal é uma das questões fulcrais no sector florestal. O panorama


actual a nível nacional e a nível da Região PROF é de uma gestão florestal muito
incipiente.

Neste contexto, a certificação da gestão florestal aparece como a oportunidade


de promover, de uma forma consistente e estruturante, a gestão profissional dos
espaços florestais.

Sendo um processo voluntário, significa que as áreas sujeitas a certificação


serão colocadas sob gestão por vontade dos próprios produtores. Por outro lado,
tratando-se de uma exigência dos mercados, significa que haverá uma pressão
constante e permanente para manter a certificação obtida, garantindo desta forma
uma gestão florestal profissional dos espaços por um período de tempo significativo.

D.1.2 Objectivos

A concretização deste programa tem como objectivos:

ˆ Criação do sistema de certificação;

ˆ Promover a implantação de uma gestão florestal profissional na Região PROF;

ˆ Garantir a gestão florestal sustentável numa parte significativa do território


PROF através da constituição de Denominações de Origem Geográfica,
possibilitando posteriormente a adopção de normas/standard com vista à
certificação;

ˆ Certificar áreas significativas das principais espécies (castanheiro e sobreiro);

ˆ Divulgação da Norma Portuguesa;

ˆ Promoção da implementação de Sistemas de Gestão Florestal Sustentável;

ˆ Valorização dos produtos florestais certificados junto dos consumidores;

ˆ Sensibilização dos produtores para a importância da certificação, com


lançamento de um programa de informação e formação acerca das
implicações e constrangimentos, a curto e médio prazo, dos mercados
externos e interno;

ˆ Reforço da capacidade técnica dos agentes da fileira: Estado,


Associações/Produtores e técnicos através de uma forte aposta na formação

183
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

profissional na área da gestão florestal sustentável e certificação;

ˆ Campanha de promoção dos produtos florestais certificados junto dos


consumidores portugueses. Lançamento de campanhas de marketing
promovendo os benefícios dos produtos florestais provenientes de florestas
com gestão florestal sustentável.

D.1.3 Incidência Regional

A aplicação deste programa será efectuada de acordo com a distribuição dos


territórios abrangidos pelas várias Denominações de Origem propostas ou já definidas.
Assim, no que diz respeito à Denominação “Cortiças do Nordeste”, tem aplicação nas
sub-regiões do Padrela, Tua, Sabor, Carrazeda, Douro, Douro Superior e Douro
Internacional. Em relação à Denominação “Castanho da Lapa”, a sua aplicação cinge-
se às sub-regiões de Montemuro, Beira Douro, Douro e Douro Superior.

D.1.4 Actividades/Metas

ˆ I – Certificação da gestão do sobreiro


Nesta acção propõe-se, do 6º ao 10º ano de vigência do PROF, a
constituição da Denominação de Origem Protegida “Cortiça do Nordeste” (que
compreende as áreas ecológicas da Terra Quente e da Terra de Transição).
Posteriormente, sugere-se o início do processo de Certificação Regional da
Gestão do Sobreiro, estando prevista a sua conclusão ao final do vigésimo ano.
No período compreendido entre os 11 e os 20 anos, propõe-se a preparação do
processo de certificação regional.

ˆ II – Certificação da gestão do castanheiro


Com esta acção propõe-se, para além da dinamização e apoio da
Denominação de Origem Protegida da Lapa, o alargamento da Denominação de
Origem ao “Castanho da Lapa”, de forma a passar igualmente a abarcar a
vocação madeireira do castanheiro.

Anos
Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I Certificação da gestão do sobreiro n.º 1 1 2

II Certificação da gestão do castanheiro n.º - - - - - 1 - 1

184
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

D.2 EXPANSÃO DA SUBERICULTURA

D.2.1 Apresentação

Em termos de clima, o sobreiro é uma espécie do chamado Lauretum, ou seja,


desenvolve-se bem nas regiões com Verões quentes e secos, com pouca chuva e com
Invernos suaves, sem neve, sendo sensível às geadas, especialmente as primaveris e
resistindo relativamente bem ao vento (Natividade, 1950). Quanto à altitude, segundo
Natividade (1950), o óptimo desta espécie situa-se abaixo dos 200 m, mas pode
sobreviver até aos 950 m, como é o caso das Beiras e Trás-os-Montes (600 -700 m).

Baseado na frequência de topónimos referentes ao sobreiro, Girão (1942)


delineou uma carta da distribuição antiga desta espécie em Portugal que nos deixa
entrever que, a Norte do Tejo, o sobreiro teria na arborização um papel de muito
maior relevo do que aquele que tem hoje.

A expansão da área de sobreiro, que ocorreu desde meados da década de 80,


aconteceu no Portugal Interior, ou seja, nas zonas mais afectadas pelo êxodo rural e
que, provavelmente, continuarão a ter as menores densidades demográficas quando
estes novos povoamentos atingirem a sua idade de produção.

A expansão do sobreiral é uma realidade, tal como prevê o estudo do SIAM –


Climate Change in Portugal. No Norte do Pais, as florestas de hoje tenderão a ser
substituídas por outras espécies típicas das regiões secas (sobreiro e azinheira). No
que ao sobreiro diz respeito, estima-se, ainda, que a produtividade poderá aumentar
na região Norte, com ganhos inclusive no Interior.

O Norte interior desta Região PROF será aquela onde, provavelmente, as


potencialidades do sobreiro estarão mais subaproveitadas. O sobreiro distribui-se
essencialmente pelos concelhos de Alijó, Carrazeda de Ansiães, S. João da Pesqueira,
Torre de Moncorvo, Vila Flor e Vila Nova de Foz Côa.

D.2.2 Objectivos

A concretização deste programa tem como objectivos:

ˆ Promover a manutenção e melhoria das funções económicas, ecológicas e


sociais dos montados de sobreiro;

ˆ Aumentar a área de montado de sobreiro, com arborizações adaptadas às


condições locais e compatíveis com o ambiente;

ˆ Aumentar a biodiversidade e o uso múltiplo dos espaços florestais;

ˆ Promover a reposição do potencial produtivo silvícola.

185
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

D.2.3 Incidência regional

A aplicação deste programa deverá ser efectuada um pouco por toda a Região
PROF do Douro, uma vez que esta oferece uma grande área com potencialidades de
expansão do sobreiro, destacando-se, pela sua aptidão, as regiões homogéneas do
Douro Superior, Douro Internacional, Carrazeda, Sabor, Tua e determinadas áreas do
Douro.

D.2.4 Indicadores

A existência de condições ideais para a promoção do sobreiro, relatadas no


Plano de Alterações Climáticas para Portugal, revelou a necessidade de se criar um
programa específico de modo a permitir a expansão do sobreiro na região.

D.2.5 Actividades/Metas

ˆ I – (Re) arborização de sobreirais


Pretende-se, com esta medida, o aumento da área de montado de sobreiro
através de novas plantações/sementeiras e/ou aproveitamento da regeneração
natural e/ou aproveitamento da regeneração natural.
Segundo a COS’90, a área de sobreiro da Região PROF do Douro aproxima-
se dos 7 200 ha. Pretende-se, num espaço de 20 anos, duplicar a área
arborizada de montado de sobro (incremento de 7 200 ha), prevendo-se que
80% desta área seja concretizada através de plantação, 10% com recurso a
sementeira e 10% recorrendo ao aproveitamento da regeneração natural. Nos
cinco anos iniciais ambiciona-se um ritmo de realização mais lento (240 ha/ano),
para nos restantes 15 anos se aumentar o ritmo para cerca de 400 ha/ano.

• I.1 – Plantação
• I.2 – Sementeira
• I.3 – Aproveitamento de regeneração natural

ˆ II – Beneficiação de sobreirais
Para uma margem temporal de 20 anos, pretende-se beneficiar cerca de
70% da área actual de sobreiro, o correspondente a cerca de 5 000 ha.
Pretende-se um ritmo inicial de beneficiação mais intenso nos primeiros 10 anos
(350 ha/ano), moderando o ritmo (150 ha/ano) nos últimos 10 anos.
Partindo do princípio de que um povoamento, após a sua instalação, requer
uma primeira beneficiação após cinco anos, torna-se necessário contemplar
também uma primeira beneficiação, à base de limpezas e desramas nos
povoamentos instalados após a entrada em vigor deste programa. Assim sendo,

186
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

estas beneficiações deverão começar ao 6º ano do programa, no qual irão ser


beneficiados os povoamentos instalados no ano inicial e assim
consecutivamente.
Recorde-se que a obtenção de um bom rendimento em cortiça e a
manutenção da vitalidade dos montados de sobro exige um conjunto de
tratamentos culturais a realizar, com regularidade, ao longo das diversas fases
da vida da árvore.

• II.1 – Podas de formação do fuste/Desramas


• II.2 – Podas
• II.3 – Limpezas
• II.4 – Adensamentos

ˆ III – Formação de tiradores de cortiça e podadores


Existe, na região Norte do País, uma enorme dificuldade em encontrar mão-
de-obra especializada de tiradores/podadores.
Propõe-se, portanto, a realização, nos primeiros 10 anos, de uma formação
anual que não poderá coincidir, no tempo, com a que se realizará para o PROF
do Nordeste. Nos restantes 10 anos, prevê-se uma formação de dois em dois
anos, que deverá alternar com as realizadas no PROF do Nordeste.
A sua realização deverá ter, ainda, o compromisso da admissão de
eventuais formandos provenientes da Região PROF do Barroso Padrela.

Anos
Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I (Re) arborização de sobreirais

I.1 Plantação ha/ano 190 190 190 190 190 320 320 5750

I.2 Sementeira ha/ano 25 25 25 25 25 40 40 720

I.3 Aproveitamento de regeneração natural ha/ano 25 25 25 25 25 40 40 720

II Beneficiação de sobreirais

II.1 Desramas ha/ano 240 400 5200

II.2 Podas ha/ano 350 350 350 350 350 350 150 5000

II.3 Limpezas ha/ano 350 350 350 350 350 590 550 10200

II.4 Adensamentos ha/ano 350 350 350 350 350 350 150 5000

III Formação de tiradores de cortiça e podadores nº/ano 1 1 1 1 1 1 0,5 15

D.2.6 Bibliografia

GIRÃO, A. A. (1942) – Distribuição antiga do sobreiro em Portugal. Boletim da


Junta Nacional da Cortiça, Ano IV (44), pp. 5-7.
NATIVIDADE, J. V. (1950) – Subericultura. 1.ª edição. Lisboa: Imprensa
Nacional.

187
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

D.3 RELANÇAMENTO DA CULTURA DO CASTANHEIRO

D.3.1 Apresentação

O castanheiro é uma das culturas que, pela sua área e tradição, tem tipificado
a paisagem rural transmontana. Fruto dos apoios financeiros que têm vindo a ser
disponibilizados, tem havido um cada vez mais evidente interesse pela sua cultura nos
últimos anos.

Se, por um lado, a sua cultura tem suscitado interesse, por outro, a espécie é
susceptível a ataques, quer do cancro do castanheiro, quer da doença da tinta,
disseminados em grande parte pela má prática de técnicas culturais.

Desde o final dos anos 80 que se reconhece a existência do cancro do


castanheiro em Trás-os-Montes. Os focos foram detectados na Serra da Padrela
(Terras de Montenegro – Valpaços) e na localidade de Parada (Terra Fria – Bragança).
A doença foi assim propagada através do transporte de madeira e de plantas porta-
enxertos.

A doença da tinta actua ao nível do sistema radicular, através da obstrução do


sistema vascular, levando a um consequente “dieback”. Associada a esta doença está
o oomiceta do solo Phytophthora cinnamomi, estando ainda referenciadas em Portugal
o P. cambivora e P. cactorum.

Na Região PROF, a doença atinge a totalidade dos soutos com particular


incidência nos soutos da Lapa, com níveis de severidade média de 20%. A incidência
destas enfermidades tem vindo a acentuar-se nas regiões de maior produção de
castanha, levando a uma quebra significativa da produção e de rendimento dos
produtores locais.

O controlo e delimitação das doenças do castanheiro, com particular incidência


nos soutos (sistemas agro-florestais), são encarados, de certa forma, como o garante
de que estas não venham a incidir nos castanheiros recentemente instalados e que,
consequentemente, atinja toda a região de Trás-os-Montes.

Aliado ao controlo das doenças, a consolidação da cultura do castanheiro nesta


região só faz sentido desde que se proceda a uma correcta inventariação das
existências de cultivares resistentes na Região PROF e à associação com a estrutura
de produção de plantas proposta para o PROF do Nordeste, de modo a garantir o
fornecimento sustentável para novas arborização.

188
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

D.3.2 Objectivos

A aplicação deste programa tem como principais objectivos:

ˆ Inventariação das existências de cultivares resistentes;

ˆ Identificação das áreas de incidência das doenças;

ˆ Controlo e delimitação da doença da tinta;

ˆ Controlo e delimitação do cancro do castanheiro;

ˆ Novas arborizações com a espécie.

D.3.3 Incidência Regional

A distribuição mais significativa de soutos na sub-região de Montemuro, Beira


Douro, Douro e Douro Superior, assim como a presença mais acentuada destas
doenças nas sub-regiões referidas, confere-lhes um carácter prioritário do ponto de
vista da aplicação deste programa para o PROF do Douro.

D.3.4 Actividades/Metas

Os rendimentos, quer complementar, quer único de algumas explorações


agrícolas que esta espécie consegue oferecer é um indicador, só por si, de importância
significativa. Por outro lado, a existência das doenças da tinta e cancro do castanheiro,
condicionantes da produção, são também indicadores que tornam necessário a
implementação deste programa nas regiões PROF de Trás–os–Montes.

ˆ I – Acções de Sensibilização

• I.1 – Sessões de esclarecimento

• I.2 – Elaboração de folhetos com recomendações

ˆ II – Especialização das equipas de combate

• II.1 – Formação

• II.2 – Acompanhamento

• II.3 – Avaliação

ˆ III – Reforço da capacidade técnica

ˆ IV – Medidas de controlo e erradicação

• IV.1 – Corte/queima de ramos e desinfecção

• IV.2 – Abate/queima de árvores e desinfecção

• IV.3 – Arranque de árvores e desinfecção da estação

189
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

• IV.4 – Indemnização por corte

ˆ V – Unidade de produção de material vegetal de qualidade

• V.1 – Inventariação de cultivares resistentes à tinta

• V.2 – Construção/reactivação de uma unidade produtora de plantas


certificadas

A promoção de materiais lenhosos de qualidade, castanheiro, outras


folhosas e eventualmente resinosas, deverá ter em conta as unidades de
recepção de material lenhoso a constituir nas regiões dos PROF’s do Barroso
Padrela e do Nordeste.

Anos
Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I Acções de sensibilização

I.1 Sessões de esclarecimento nº/ano 2 2 2 2 2 2 2 40

I.2 Elaboração de folhetos com recomendações nº 5000 5000(10º) 10000

II Especialização das equipas de combate

II.1 Formação nº 1 1(10º) 1(15º) 3

II.2 Acompanhamento nº 1 1

II.3 Avaliação nº/ano 1 1 1 1 1 1 1 20

III Reforço da capacidade técnica nº 1 1

IV Medidas de erradicação

IV.1 Corte/queima de ramos e desinfecção nº/ano 960 960 960 960 960 960 960 19200

IV.2 Abate/queima de árvores e desinfecção nº/ano 410 410 410 410 410 410 410 8200

IV.3 Arranque de árvores e desinfecção da estação nº/ano 1030 1030 1030 1030 1030 1030 1030 20600

IV.4 Indemnização por corte nº/ano 1440 1440 1440 1440 1440 1440 1440 28800

V Unidade de produção de material vegetal de qualidade

V.1 Inventariação de cultivares resistentes à tinta - - - -

V.2 Constr./reactiv. de unidade produtora de plantas certificadas nº Beneficia da unidade do Nordeste -

190
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

D.4 REFORÇO DO MOVIMENTO ASSOCIATIVO

D.4.1 Apresentação

As primeiras iniciativas de lançamento das associações florestais remontam já


há algumas décadas, embora apenas nos últimos 10 anos se tenha assistido a um
movimento sólido no sentido da cobertura de amplas regiões do País.

O modelo associativo largamente difundido tem compreendido as organizações


com implantação sub-regional, abarcando em geral, vários concelhos. Com esta opção
compreende-se que as principais funções desempenhadas coincidam, principalmente,
com o aconselhamento, difusão de informação e formação. No entanto, este modelo
tem-se revelado impróprio para a formalização de áreas de gestão agrupada, que
garantam as economias de escala indispensáveis à realização de práticas florestais
assíduas. A experiência dos agrupamentos de produtores florestais constituídos ao
abrigo de programas de fomento da arborização têm, em geral, constituído numa
condição para a obtenção de incentivos mais volumosos, não se traduzindo de seguida
frequentemente na manutenção de procedimentos de gestão e acompanhamento dos
investimentos sob forma agrupada. Os casos exemplares em que a estrutura dos
agrupamentos apresenta maior estabilidade correspondem, em geral, à existência
duma liderança local forte do ponto de vista organizacional ou de uma supervisão
técnica.

Recentemente foi publicada a lei das ZIF’s (Decreto-Lei n.º 127/2005 de 5 de


Agosto), que pretende estimular a criação de unidades florestais com dimensão que
possibilite ganhos de eficiência na sua gestão, através de incentivos ao agrupamento
de explorações, ao emparcelamento de propriedades e à desmotivação do seu
fraccionamento.

D.4.2 Objectivos

A aplicação deste programa tem como objectivos:

ˆ Reforço da cobertura do território PROF com estruturas associativas sólidas;

ˆ Criar ZIF’s com gestão efectiva, incidindo em parcelas significativas do


território.

D.4.3 Incidência Regional

Trata-se de um programa com aplicação na totalidade da área PROF.

191
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

D.4.4 Actividades/Metas

Dentro da Região PROF, são poucos os concelhos que dispõem duma estrutura
associativa local. Desta forma, sugere-se o apoio à sua implantação. Pelo tipo de
serviços com características públicas que as associações desenvolvem, considera-se
indispensável o apoio ao seu funcionamento e à manutenção dos seus recursos
humanos.

A pequena propriedade dispersa, torna muitas vezes inviável a gestão


sustentável e profissional dos espaços florestais, assim, de forma a contrariar este
ponto fraco, sugere-se a constituição de Zonas de Intervenção Florestal, as quais são
obrigadas por lei, a possuir, plano de gestão, plano de defesa da floresta e outros
planos específicos caso necessário, entre outras coisas.

Os baldios ocupam nesta região uma vasta área, sendo que na generalidade os
seus órgãos administrativos se encontram um pouco alheados do contexto dos apoios
existentes no sector florestal. Dada a importância que estas áreas têm para as suas
comunidades, reveste-se, de fundamental importância a criação de um procedimento
de informação e esclarecimento desses órgãos e pessoas responsáveis pelas áreas
baldias.

Atendendo à dimensão das áreas de baldio na região PROF, é desejável que se


proporcionem formas de associação de baldios que, garantam uma continuidade de
áreas com gestão harmonizada e que possam ser reconhecidas como equivalentes às
ZIF’s.

De forma a colmatar as deficiências detectadas propõe-se o seguinte conjunto


de actividades:

ˆ I – Constituição de estruturas associativas autónomas, ou núcleos


locais de associações já existentes

ˆ II – Apoio ao funcionamento da estrutura associativa

ˆ III – Constituição de Zonas de Intervenção Florestal

ˆ IV – Criação de mecanismo de informação para os órgãos


administrativos de baldios

ˆ
Anos
Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I Constituição de estruturas associativas nº 2 3 3 3 3 14

II Apoio ao funcionamento da estrutura associativa nº/ano 3 5 8 11 14 17 17 296

III Constituição de Zonas de Intervenção Florestal nº/ano 2 2 2 2 2 10

IV Criação de mec. de inf. para os órgãos admist. de baldios - - - - - - - - -

192
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

E ACTIVIDADES ASSOCIADAS

E.1 Actividades de natureza em espaço florestal

E.2 Ordenamento cinegético

E.3 Dinamização e ordenamento aquícola

E.4 Regularização e beneficiação silvopastoril

Os programas integrados na Área Estratégica das “Actividades Associadas”


aglutinam um conjunto de actividades consideradas indispensáveis ao reforço das
valências presentes nos espaços florestais e que vêm ganhando, progressivamente,
uma importância crescente na Região PROF.

Pretende-se contribuir para a harmonização destes sectores com a actividade


florestal mais direccionada para a obtenção directa de produtos, como sejam a
madeira, a cortiça ou frutos. São reconhecidas as dificuldades, de longa data, de
compatibilização no mesmo espaço entre as actividades de pastoreio intensivo e
produção florestal, sendo que tornam indispensável um entendimento local entre os
diferentes agentes e protagonistas quanto à afectação do uso do solo.

193
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

E.1 ACTIVIDADES DE NATUREZA EM ESPAÇO


FLORESTAL

E.1.1 Apresentação

Em Portugal institucionalizou-se, a partir de 1998, o Turismo de Natureza com


a Resolução do Conselho de Ministros nº112/98 de 25 de Agosto.

Com esta resolução, estabelece-se a criação do Programa Nacional de Turismo


de Natureza (PNTN), considerando:

ˆ Que as áreas protegidas se assumem como fiéis depositárias de valores


nacionais ímpares e como espaços detentores de potencialidades didácticas e
recursos sensíveis, que carecem de uma adequada gestão e usufruto;

ˆ A necessidade de conciliar a preservação dos valores naturais e culturais, com


uma actividade turística a eles ajustada;

ˆ Que a consolidação da imagem de Portugal como um destino de qualidade,


diferenciado e competitivo pode ser alcançada desde que os recursos naturais
sejam preservados e as politicas sectoriais articuladas, em ordem a não
comprometer a competitividade das empresas.

O PNTN criado é aplicável na Rede Nacional de Áreas Protegidas e visa a


promoção e afirmação dos valores e potencialidades que estes espaços encerram,
especializando uma actividade turística, sob a denominação “Turismo de Natureza”, e
propiciando a criação de produtos turísticos adequados.

O Turismo de Natureza pressupõe, de acordo com a mesma resolução, a


prática integrada de actividades diversificadas, que vão desde o usufruto da natureza
através de um passeio, à prática de caminhadas, escalada, espeleologia, orientação,
passeios de bicicleta ou a cavalo, actividades aquáticas e subaquáticas, entre outras,
ao contacto com o ambiente rural e culturas locais, através da sua gastronomia e
manifestações etnográficas, rotas temáticas, nomeadamente históricas, arqueológicas
e/ou gastronómicas e a estada em casas tradicionais.

A existência, em Trás-os-Montes, de um elevado potencial para o


desenvolvimento do turismo de natureza, em especial devido à sua grandiosidade e
originalidade paisagística, aliada ao seu património histórico e arqueológico, ou ainda
à existência de condições propícias para a prática de desportos aquáticos, caça e
pesca, revela necessária a elaboração de um programa orientador do Turismo de
Natureza nesta região.

194
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

E.1.2 Objectivos

A aplicação deste programa é efectuada com o objectivo de:

ˆ Constituir o alargamento do conceito de Turismo de Natureza ao espaço


florestal contínuo;

ˆ Recuperar e aproveitar as antigas casas dos guardas florestais, existentes em


pleno espaço florestal, para projectos de turismo sustentável.

E.1.3 Incidência Regional

Atendendo à existência de casas dos guardas florestais, considera-se que o


programa proposto deveria ser aplicado nas sub-regiões do Alvão-Marão, Sabor, Beira
Douro, Douro, Montemuro, Douro Superior e Douro Internacional.

E.1.4 Actividades/Metas

ˆ I – Alargamento do Turismo de Natureza ao espaço florestal contínuo


Dada a existência, na Região PROF, de uma elevada densidade de casas dos
guardas florestais que actualmente se encontram ao abandono e em evidente
estado de degradação, na sua totalidade associadas ao espaço florestal contínuo,
propõe-se o aplicação do actual PNTN nos perímetros florestais que,
actualmente, se encontram definidos nesta região.
A sua concretização permitirá, a par do que já se verifica no Parque Nacional
da Peneda Gerês, valorizar e recuperar os elementos do património edificado
existente, em particular as antigas casas dos guardas florestais, passíveis de
utilização nas actividades de Turismo de Natureza.
Aspira-se ainda, com a aplicação desta medida, uma diminuição da pressão
que actualmente é exercida no interior das Áreas Protegidas, através do
aproveitamento das áreas de perímetros florestais como uma componente de
lazer, suportada pelas infra-estruturas existentes ao nível do alojamento.
Aponta-se para a efectivação deste alargamento ao final do primeiro ano de
vigência do PROF, com a definição das condições de cedência da utilização do
património público edificado.

ˆ II – Recuperação das casas dos guardas florestais


A existência de um elevado número de casas de guardas florestais que,
actualmente, se encontram em evidente estado de degradação, revela a
necessidade de se tomarem medidas no sentido de permitir a sua manutenção e
continuidade.
Após a contemplação do espaço florestal contínuo no PNTN, propõe-se a

195
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

recuperação e o aproveitamento das antigas casas dos guardas florestais como


infra-estruturas e equipamentos de apoio à realização de actividades de Turismo
de Natureza.
Promover-se-á, assim, a manutenção e a continuidade destas infra-
estruturas, de cariz eminentemente tradicional, através do seu reenquadramento
no âmbito de programas a contemplar no PNTN.
Propõe-se, portanto, a recuperação de 75% das casas existentes nesta
Região PROF, de acordo com as imposições definidas no PNTN relativamente a
projectos de alojamento turístico.
Aponta-se para a recuperação anual de 2 casas, atingindo-se o total de 17
casas recuperadas ao final de 10 anos.

ˆ III – Estabelecimento de percursos interpretativos em áreas


florestais
Tem como objectivo a implementação de um percurso de Grande Rota,
desde as regiões do litoral até às do interior de Trás-os-Montes, possibilitando o
reconhecimento dos diferentes ecossistemas florestais desta região. A sua
localização deverá ocorrer, preferencialmente, na região montanhosa Norte do
País, em paralelo com outro percurso, com as mesmas características, que se
encontra em fase de instalação, mais a Sul, ao longo do vale do Douro (Rota
Duriense). De forma a proporcionar a aproximação a alguns elementos
específicos, pretende-se a sua articulação com uma série de percursos de
pequena rota, existentes ou a delimitar. Eventualmente, será possível garantir a
ligação entre os dois percursos de Grande Rota, ao longo da cadeia montanhosa
Larouco, Alturas, Alvão, Marão e Montemuro.
Nos primeiros cinco anos, proceder-se-á ao levantamento e localização do
percurso a implantar. O período de instalação deverá decorrer, por fases, nos
cinco anos imediatos. As acções de manutenção deverão ser consideradas nos
últimos dez anos.

ˆ IV – Elaboração do Atlas das Florestas do Norte de Portugal


Com a sua elaboração, pretende-se disponibilizar uma informação
pedagógica, actualizada, relativa aos diferentes ecossistemas florestais do Norte
de Portugal. A sua disponibilização poderá ocorrer em simultâneo sob a forma de
folhetos de divulgação que complementem a descrição dos percursos de grande
e pequena rota a implementar, bem como através de suporte digital acessível
pela Internet.

196
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Anos
Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I Alargamento do Tur. de Natureza ao espaço florestal contínuo nº - 1 1

II Recuperação das casas dos guardas florestais nº/ano 2 2 2 2 2 2 20

III Estabelec. de percursos interpretativos em áreas florestais Km/ano - - - - - 20 200 2100

IV Elaboração do Atlas das Florestas do Norte de Portugal Nº - - - - 1 - - 1

197
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

E.2 ORDENAMENTO CINEGÉTICO

E.2.1 Apresentação

A actividade cinegética promove o relacionamento social e a ocupação dos


tempos livres, sem nunca se esquecer o seu significado enquanto actividade
económica geradora de riqueza e empregadora.

O “ordenamento cinegético” é entendido como o conjunto de medidas e acções,


nos domínios da conservação e exploração racional dos recursos cinegéticos, com
vista à obtenção de uma produção óptima e sustentada, compatível com as
potencialidades do meio e com os limites impostos pelos condicionalismos ecológicos,
económicos, sociais e culturais, e respeitando as convenções internacionais e as
directivas comunitárias transpostas para a legislação portuguesa.

O conjunto das iniciativas e actividades apresentadas, é complementado com


os programas de beneficiação dos povoamentos florestais anteriormente referidos, de
forma a garantir um incremento e estabilidade das populações cinegéticas por meio de
intervenções activas na gestão dos habitats.

E.2.2 Objectivos

É proposto um conjunto de acções com o objectivo de promover o


ordenamento, a gestão e o fomento dos recursos cinegéticos, salvaguardando sempre
o princípio do uso sustentável da biodiversidade.

E.2.3 Incidência Regional

Tratando-se de um programa de incidência horizontal, serão medidas a aplicar


por toda a Região PROF.

E.2.4 Actividades/Metas

ˆ I – Formação
Estas medidas têm como objectivo a promoção de acções de formação
técnica para os actuais gestores dos espaços cinegéticos e de sensibilização
ambiental entre os caçadores e população, para além da elaboração de material
didáctico/divulgação. Com vista à transmissão dos avanços científicos/técnicos,
sugerem-se acções periódicas e financiadas, em parte, com as próprias receitas
geradas pela actividade cinegética.

198
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

• I.1 – Acções de formação técnica


As acções de formação técnica deverão incidir sobre os actuais gestores do
espaço cinegético de modo a possibilitar o correcto cumprimento dos planos de
gestão e exploração inicialmente propostos.

• I.2 – Acções de divulgação e sensibilização


As acções de divulgação deverão ser encaradas com o intuito de
consciencializar os caçadores, em particular, com vista à sua participação na
actual gestão dos espaços cinegéticos.

ˆ II – Gestão
A actual gestão dos espaços cinegéticos apresenta deficiências que, de uma
maneira geral, se resumem à execução dos planos de gestão inicialmente
propostos. Intimamente relacionado com o seu cumprimento, surge ainda a
insuficiente fiscalização, não só do acto cinegético, mas principalmente da
correcta execução dos planos de gestão e exploração cinegética.
Considera-se como primordial a promoção do associativismo entre zonas de
caça contíguas, de forma a constituir unidades de gestão com expressão
suficiente para a caça maior, nomeadamente o javali, garantindo sempre o seu
acompanhamento técnico.
Ainda relacionado com as práticas de gestão, embora numa escala mais
global, torna-se necessário propor medidas que visem o melhor
acompanhamento do estado das populações cinegéticas, que promovam a
expansão de espécies com valor cinegético e que permitam uma centralização
dos dados procedentes da actividade venatória.
Dada a fragilidade típica de determinadas espécies cinegéticas, em especial
a lebre e o corço, deverão ser acauteladas as acções de arborização a realizar
nos seus habitats naturais. Nas áreas típicas de lebre, recomenda-se mesmo a
não promoção de acções de arborização. No que diz respeito ao corço, as
operações silvícolas deverão ser de beneficiação, de modo a permitir a
continuidade/ligação entre manchas florestais adjacentes.
Sendo o incremento de matos responsável pela maior degradação de
habitats a que actualmente se assiste, em especial das espécies de caça menor,
deverão ser tomadas medidas que permitam uma mais eficaz gestão dos matos
existentes. De entre os vários métodos possíveis de se aplicar na correcção
deste problema, sugere-se a aplicação de fogo controlado, já previsto no
Programa de Fogo Controlado apresentado, dada a sua maior viabilidade
económica. A instalação de parcelas de alimentação e disponibilização de
reservas de água constituem medidas auxiliares a considerar.

199
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Com vista a uma melhor planificação de actividades, deverá ser dada


especial importância à implementação de um sistema de registo de dados
provenientes da actividade venatória. Tratam-se de informações muito
importantes ao nível da planificação, gestão e conhecimento do estado das
populações que, actualmente, são escassamente consideradas.

• II.1 – Fiscalização do acto cinegético


A caça é uma actividade que levanta muitas paixões entre os que a praticam
e entre os que a repudiam. Sendo notícia, todos os anos, os actos de infracção,
torna-se necessário reforçar a capacidade de fiscalização.
Dentro das várias infracções cometidas, são consideradas como mais
perniciosas o furtivismo, o abate de espécies não cinegéticas e/ou o uso de
meios ilegais no controlo de predadores. Ao averiguar o número de animais
afectados ou descriminados por práticas ilegais, será possível concretizar a
colaboração entre o sector cinegético e o programa Antídoto, através do recente
protocolo celebrado entre estes e a Confederação Nacional dos Caçadores
Portugueses (CNCP).
Dada a evidente insuficiência de recursos fiscalizadores, sugere-se um
reforço de 25% dos actuais efectivos do Corpo Nacional da Guarda Florestal.

• II.2 – Acompanhamento dos planos de gestão


Face ao que actualmente se verifica em relação à execução dos planos de
gestão, torna-se necessária a implementação de medidas que visem disciplinar o
cumprimento dos planos de gestão propostos. Assim, propõe-se o início de
campanhas anuais de acompanhamento dos planos de gestão das zonas de caça.

• II.3 – Monitorização do estado das populações


Para além dos dados obtidos através dos resultados da actividade
cinegética, apresentados anualmente pelas diferentes zonas de caça à DGRF,
torna-se fundamental o estabelecimento de um programa de monitorização, por
PROF, que ultrapassa, em muito, a capacidade individual das zonas de caça. A
periodicidade destas monitorizações poderá ser quinquenal e dirigida,
inicialmente, às espécies cinegéticas de maior significado (ex. coelho, lebre,
perdiz, javali, corço e veado), sendo posteriormente alargada às restantes
espécies de interesse. A análise dos resultados permitirá obter informações
acerca do estado das populações monitorizadas, através das quais se poderão
definir recomendações às zonas de caça, e implementar outras acções para o
fomento e conservação das espécies, contrastando os resultados com os
apresentados pelas diversas zonas de caça.
No que diz respeito à sanidade animal, sugere-se a implementação de um

200
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

sistema de monitorização e registo de dados que informe o estado sanitário das


espécies cinegéticas, em liberdade ou em cativeiro, através de amostras de
sangue, carga parasitária, órgãos e excrementos, etc., os quais poderão ser
analisados por entidades reconhecidas com as quais sejam estabelecidos
protocolos de cooperação. As amostras servirão, em simultâneo, para o rastreio
da pureza genética em espécies como o coelho, a lebre, a perdiz e o javali.

• II.4 – Controlo de cães vadios


A presença de cães vadios, assilvestrados, constitui um perigo para a
integridade física das pessoas, um problema sanitário e de conservação da fauna
selvagem, provocando perdas injustificáveis na fauna cinegética e silvestre, para
além de competir com outros predadores.
Propõe-se, assim, que sejam tomadas medidas que promovam o registo e a
identificação dos cães de caça, tendo como objectivo salvaguardar o património
cinegético e a biodiversidade da fauna silvestre no seu geral. O seu controlo
permitirá, também, alcançar mais rapidamente as metas propostas,
relativamente ao número de animais afectados por práticas ilegais, uma vez que
muitas das práticas, como o uso de venenos, têm como finalidade a eliminação
dos cães vadios.

• II.5 – Sistema de registo de dados


Propõe-se a implementação, ou melhoraria, de um sistema de registo de
dados nas várias áreas da actividade (ex. acções II.1, II.3, II.4). O registo de
dados precedentes da actividade venatória constitui uma fonte de informação
muito valiosa e de grande utilidade na planificação, gestão e conhecimento do
estado das populações. Nesse sentido, e de forma a melhorar a informação a
registar, recomenda-se que nos resultados anuais de exploração apresentados
pelas zonas de caça, e em relação às batidas/montarias, se indique: o número
solicitado, o número de efectivos, o número de exemplares capturados, com
indicação do sexo, delimitação cartográfica da mancha, número de caçadores e,
quando for o caso, o número de cães utilizados. Nestas modalidades de caça
indicar, paralelamente, o número de exemplares observados de outras espécies
(ex. corços, raposa, etc.).
Em relação às duas espécies de caça menor com maior número de adeptos,
o coelho e a perdiz, sugere-se o registo das acções de repovoamento efectuadas
nas respectivas zonas de caça, discriminando o número de exemplares por acção
e por data. Nas fichas dos resultados, indicar o sexo e idade (jovem/adulto) dos
exemplares abatidos e a sua origem (repovoamento/naturais da zona).

201
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

• II.6 – Promoção da expansão do corço


Esta espécie é considerada como o ex-libris da região, dado ter sido este o
reduto natural das populações autóctones e onde se encontram condições
idóneas para a sua expansão. Apresenta-se, ainda, como a espécie de cervídeos
que menos prejuízo provoca ao nível silvícola. A sua expressão deve ser
reforçada por acções de repovoamento e acompanhada por outras medidas
complementares, tanto ao nível da investigação, como ao nível das práticas
silvícolas e de ordenamento cinegético.
É recomendada a instalação de um cercado na Serra do Alvão-Marão que,
dado o interesse outrora manifestado pelo ICN, poderia ser localizado dentro do
Parque Natural do Alvão.
Após a reintrodução dos animais, estes deverão ser objecto de
monitorização de forma a avaliar a idoneidade dos locais de largada e o sucesso
da acção.

• II.7 – Implementação de infra-estruturas de suporte


As actividades e operações consideradas em programas de apoio deverão
ainda ser complementados com a comparticipação de cercas para a produção do
coelho e a instalação de protecções individuais para arvoredo.
Por fim, de modo a promover a implementação de unidades de
demonstração e de experimentação, sugere-se a criação de uma rede de
demonstração considerando os projectos elegíveis como tal.

ˆ III – Promoção de iniciativas locais


A actividade cinegética promove, entre outros, o relacionamento social e a
ocupação dos tempos livres. No entanto, não nos podemos esquecer do seu
papel como actividade económica empregadora e geradora de riqueza.

• III.1 – Diversificação dos produtos resultantes


Sendo uma actividade de carácter eminentemente turístico, torna-se
possível proceder à promoção de um alargado leque de actividades que poderão,
de certo modo, contribuir para a diversificação dos seus produtos resultantes.
Propõe-se, assim, a constituição, em associação com empresas turísticas, de
roteiros que demonstrem a sustentabilidade desta actividade, o fomento de
produtos tradicionais e a promoção da gastronomia da caça e dos produtos de
caça na restauração.

• III.2 – Recolha e divulgação da cotação de produtos


Tem-se verificado uma fraca transparência de mercado no que diz respeito
ao registo dos valores praticados relativamente aos produtos comercializados

202
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

com origem na actividade cinegética. De modo a harmonizar e regularizar os


valores de comercialização, sugere-se a constituição de um sistema que permita
a recolha, o tratamento e a divulgação de informação sobre as cotações dos
vários produtos comercializados. O sistema implementado deverá ser encarado
como fundamental para a melhoria dos circuitos de comercialização e para
proporcionar um melhor conhecimento do mercado.

• III.3 – Promoção e divulgação da actividade cinegética


Apesar da actividade cinegética não ser alheia a esta situação, o sentimento
anti caça manifestado por muitos sectores da sociedade vão-se fazendo ouvir
cada vez mais.
Sugerem-se, assim, acções de divulgação e promoção desta actividade
económica que faz uso duma parte da biodiversidade, mas sempre no caminho
da sustentabilidade.

INDICADORES METAS
I.1 – Acções de Formação técnica

Insuficiência de quadros técnicos na gestão directa dos


Acções de formação a cada 2 anos
recursos cinegéticos

I.2 – Acções de divulgação e sensibilização


Sensibilização a cada ano;

Deficiente esclarecimento no sector Divulgação científica a cada 3 anos;

Elaboração de material específico

II.1 – Fiscalização do acto cinegético

Reforço de 3 equipas do Corpo Nacional da Guarda-


Insuficiência de efectivos
florestal ao final dos 20 anos

Diminuição quinquenal do número de autos


Nº de autos levantados levantados em 20%. Redução total mínima de 75%
ao fim de 20 anos

Nº de animais afectados por práticas ilegais Redução de 80% nos primeiros 10 anos

II.2 – Acompanhamento dos planos de gestão

Fraca implementação dos planos de gestão e Acompanhamento anual de 8 dos planos de gestão
exploração cinegética das zonas de caça

II.3 – Monitorização do estado das populações

Realização de 1 programa de monitorização


Evolução do estado das populações monitorizadas quinquenal; Registo de dados e elaboração de um
relatório

Realização de 1 programa de monitorização


Estado sanitário das populações, pureza genética quinquenal; Registo de dados e elaboração de um
relatório

203
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

II.4 – Controlo de cães vadios

Redução em 50% do número de cães vadios ao final


Nº de cães apreendidos de 5 anos; Redução total de 90% ao final dos 20
anos

Nº de autos levantados por infracção ao D.L.


Em 5 anos, redução a zero
nº313/2003
II.5 – Sistema de registo de dados

Implementação, a partir do 1º ano, de novos


Implementação de um sistema de registo de dados sistemas de registo de dados abrangendo os
diferentes sectores da actividade cinegética

Zonas de caça com implementação de sistemas de


registo de dados, incluindo um sistema de distribuição
e recolha de dados das denominadas "fichas de caça", Todas as zonas de caça
preenchidas pelos caçadores que exerçam o acto
venatório

II.6 – Promoção da expansão do corço


Fraca expansão da espécie Construção de um cercado no 2º ano
Nº de locais Existência de 15 locais nos próximos 5 anos
Monitorização com sistemas de telemetria
Sobrevivência ao fim do 1º ano
(GPS/rádio): 3 indivíduos por local
II.7 – Implementação de infra-estruturas de suporte
Reduzida implementação de infra-estruturas de
Contemplação mínima de 4 Zonas de Caça por ano
suporte
III.1 – Diversificação dos produtos resultantes

Implementação de roteiros turísticos; Promoção


Potencial turístico associado anual de produtos tradicionais, da gastronomia da
caça e dos produtos de caça na restauração

III.2 – Recolha e divulgação das cotações de produtos


Divulgação anual da cotação dos produtos de origem
Transparência de mercado
cinegética
III.3 – Promoção e divulgação da actividade cinegética

Deficiente esclarecimento da população Campanhas anuais de promoção e divulgação

204
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Anos
Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I Formação

I.1 Acções de formação técnica nº/ano 4 4 4 1,6 2 40

I.2 Acções de divulgação e sensibilização nº/ano 1 1 2 1 1 1,2 1,4 26

II Gestão

II.1 Fiscalização do acto cinegético nº 1 1(10º) 1(20º) 3

II.2 Acompanhamento dos planos de gestão nº/ano 8 8 8 8 8 8 8 160

II.3 Monitorização do estado das populações nº 1 1(10º) 1(15º/20º) 4

II.4 Controlo de cães vadios - - - - - - - - -

II.5 Sistema de registo de dados nº 1 1

II.6 Promoção da expansão do corço nº 1 1

II.7 Implementação de infra-estruturas de suporte nº/ano 4 4 4 4 4 4 4 80

III Promoção de iniciativas locais

III.1 Diversificação dos produtos resultantes nº/ano 1 1 1 1 1 1 1 20

III.2 Recolha e divulgação da cotação de produtos nº/ano 1 1 1 1 1 1 1 20

III.3 Promoção e divulgação da actividade cinegética nº/ano 1 1 1 1 1 1 1 20

205
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

E.3 DINAMIZAÇÃO E ORDENAMENTO AQUÍCOLA

E.3.1 Apresentação

Em Portugal, a pesca desportiva tem tido um grande incremento nos últimos


anos, associado ao cada vez maior interesse pelas actividades de ar livre e à
aproximação ao meio rural. O número de pescadores desportivos triplicou desde 1980,
evidenciando esta evolução que o sector se encontra em franca expansão, sendo
neste momento uma actividade praticada por cerca de 2% da população portuguesa
(DGRF, s.d.).

Em 1980 foram vendidas 74 325 licenças de pesca, tendo-se atingido, em


1998, cerca de 274 000 licenças vendidas, valor que decresceu ligeiramente nos anos
seguintes. Por outro lado, verifica-se um aumento substancial da percentagem de
licenças de pesca nacionais e regionais relativamente ao total de licenças vendidas.
Esta evolução indicia um grande aumento da mobilidade dos pescadores e um
consequente aumento do dispêndio feito com esta actividade, quer através da
aquisição de equipamentos cada vez mais caros, quer pelo recurso a infra-estruturas
turísticas junto aos locais onde se dirigem para pescar (DGRF, s.d.).

Verifica-se, desta forma, uma cada vez maior disponibilidade para despender
quantias significativas com esta actividade, ao contrário do que sucedia há uns anos
atrás em que a pesca tinha um carácter local, praticada na sua maior parte por
pessoas com poucos recursos e, portanto, com reduzido impacto na economia (DGRF,
s.d.).

A região de Trás-os-Montes, em particular, tem ainda presentes diversas


formas de paisagem e de património rural que proporcionam oportunidades para a
prática de diversas actividades, em particular a pesca desportiva. Neste contexto, a
pesca desportiva constitui um factor de valorização do mundo rural e da economia
regional, traduzido pelas cerca de 29 550 licenças de pesca vendidas na região.

Actualmente, Trás-os-Montes apresenta-se ordenado com 2 zonas de pesca


reservada, 20 zonas de protecção, 10 troços de pesca profissional e 13 concessões de
pesca desportiva, encontrando-se ainda pendentes 9 pedidos de concessão.

Face, também, à grande abundância de locais com potencial para a prática da


pesca desportiva e ao facto de, anualmente, se realizarem cerca de 150 a 200
concursos de pesca desportiva, torna-se evidente a necessidade de se tomarem
medidas concretas, que permitam a promoção de um sector que dá provas de se
encontrar em franca expansão.

206
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

E.3.2 Objectivos

Neste programa é proposto um conjunto de medidas com o objectivo de:

ˆ Promover o desenvolvimento da prática da pesca desportiva;

ˆ Ordenar os recursos piscícolas;

ˆ Incentivar a implementação de infra-estruturas de apoio;

ˆ Reforçar a fiscalização.

E.3.3 Incidência Regional

Tratando-se de um programa de incidência horizontal, serão medidas a aplicar


por toda a Região PROF.

E.3.4 Actividades/Metas

ˆ I – Promoção da pesca nas águas interiores

• I.1 – Identificação dos troços com potencial para a pesca


Face ao actual potencial da região para a prática da pesca, torna-se
primordial a inventariação dos locais, infra-estruturas e populações sobre os
quais interessa apostar no desenvolvimento da sua prática.
Propõe-se, assim, a realização de um estudo aprofundado acerca das reais
potencialidades dos recursos aquícolas da região para a prática da pesca. O
estudo a realizar deverá incidir não só sobre os locais com maior potencial para
a prática desta actividade, mas também sobre as populações piscícolas
associadas.

• I.2 – Avaliação das estruturas de experimentação e demonstração


Deverão também ser realizados estudos que avaliem o estado actual das
estruturas de experimentação/demonstração. A sua reestruturação deverá ser
tida em conta, não só para reflectir sobre a actual produção deficitária das
aquiculturas, mas também para incrementar a participação dos organismos de
gestão central/local na requalificação do sector aquícola. A investigação
científica, no domínio dos recursos aquícolas, deverá também ser incentivada e
promovida com vista a um melhor conhecimento e preservação dos
ecossistemas aquáticos.

207
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

ˆ II – Ordenamento dos recursos piscícolas

• II.1 – Criação de Zonas de Pesca Desportiva


As águas públicas interiores devem ser progressivamente sujeitas a normas
específicas de gestão, num quadro geral de ordenamento dos recursos aquícolas,
com vista à protecção, conservação, fomento e utilização racional do património
aquícola e tendo em conta os interesses dos utilizadores. Neste sentido, deverá
proceder-se à criação de zonas de pesca desportiva nos locais identificados com
potencial.

• II.2 – Campanhas de sensibilização


A aposta na participação dos utilizadores na gestão dos recursos deverá ser
promovida com o desenvolvimento de campanhas de sensibilização para a
necessidade de uma melhor gestão dos recursos aquícolas.

• II.3 – Realização de estudos de monitorização das populações


A monitorização periódica, em termos de distribuição geográfica das
diferentes espécies, quantificação dos seus efectivos e tendências populacionais,
constitui a base para a definição de planos de gestão dos recursos aquícolas.
Assim, com vista a uma melhor gestão dos recursos, propõe-se a realização
quinquenal de estudos populacionais.

ˆ III – Incentivo à implementação de infra-estruturas de apoio


O melhoramento das margens e cortina ripária existente deverá ser visto
como fulcral, quer para uma boa manutenção dos troços, quer para um
incremento da procura dos recursos concessionados. Apesar da existência de
programas de apoio dirigidos para a pesca desportiva, a sua procura tem-se
verificado praticamente inexistente. O incentivo à implementação de infra-
estruturas e beneficiação das margens deverá passar, portanto, por uma
divulgação dos actuais sistemas de apoio ao investimento. Tipo de iniciativas
elegíveis:

• III.1 – Acções de formação e sessões de esclarecimento

• III.2 – Implementação de infra-estruturas de suporte

ˆ IV – Reforço da fiscalização
A reconhecida insuficiência de recursos que permitam uma fiscalização
permanente das áreas concessionadas, em particular nas épocas de maior
actividade deverá ser colmatada.

208
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

INDICADORES METAS
I.1 – Identificação dos troços com potencial para a pesca
Potencial da região Apresentação do estudo no 2º ano
I.2 – Avaliação das estruturas de experimentação/demonstração

Produção deficitária das aquiculturas Apresentação dos estudos de avaliação no 1º ano

II.1 – Criação de zonas de pesca desportiva

Constituição de zonas de pesca desportiva na


Baixo ordenamento dos recursos aquícolas
totalidade dos locais assinalados ao fim de 10 anos

II.2 – Realização de campanhas de sensibilização


Desenvolvimento de campanhas de sensibilização a
Deficiente esclarecimento no sector
cada 2 anos
II.3 – Realização de estudos de monitorização das populações

Escassez de estudos de monitorização Realização quinquenal de estudos populacionais

III.1 – Realização de acções de formação/sessões de esclarecimento


Deficiente esclarecimento sobre as actuais medidas de
Acções de divulgação/esclarecimento a cada 2 anos
apoio ao sector florestal
III.2 – Implementação de infra-estruturas de suporte
Contemplação mínima de 3 Zonas de Pesca por ano
Escassa implementação de infra-estruturas de apoio
nos primeiros 5 anos
IV – Reforço dos efectivos
Reforço de 25% dos efectivos, ao final dos 20 anos,
Insuficiência de efectivos
com integração quinquenal.

Anos
Unid.
Actividades
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I Promoção da pesca nas águas interiores

I.1 Identificação dos troços com potencial para a pesca nº - 1 1

I.2 Avaliação das estruturas de experimentação e demonstração nº 1 1

II Ordenamento dos recursos piscícolas

II.1 Criação de zonas de pesca desportiva - - - - - - - -

II.2 Campanhas de sensibilização nº/ano 1 1 1 0,5 0,5 10

II.3 Realização de estudos de monitorização das populações nº 1 1(10º) 1(15º/20º) 4

III Incentivo à implementação de infra-estruturas de apoio

III.1 Acções de formação e sessões de esclarecimento nº/ano 1 1 1 0,5 0,5 10

III.2 Implementação de infra-estruturas de suporte nº/ano 3 3 3 3 3 3 30

IV Reforço dos efectivos nº Contemplado no plano de ordenamento cinegético -

E.3.5 Bibliografia

DGRF (s.d.) Pescadores. Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das


Pescas - Direcção Geral das Florestas.
URL:Http://www.dgf.min/agricultura.pt/v4/dgf/ficheiros/20020304111827DSCPA
I-P.pdf, extraído a 10 de Setembro de 2004.

209
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

E.4 REGULARIZAÇÃO E BENEFICIAÇÃO SILVOPASTORIL

E.4.1 Apresentação

De acordo com REGO (s.d.), não existe uma definição concreta de


Silvopastorícia, muito embora possam ser descritas as situações em que esse conceito
assenta. Adoptando o entendimento da F.A.O. (1952), relatado por REGO (s.d.),
pretende-se que a “Silvopastorícia seja entendida como a ciência e a arte de
manipular os ecossistemas silvopastoris de modo a obter os melhores resultados
dentro de uma perspectiva de uso múltiplo das áreas a gerir”.

No que diz respeito às áreas com utilização silvopastoril, REGO (s.d.)


considera-as muito diversificadas, fruto das variações ecológicas e humanas do
território português. Encontram-se solos tipicamente silvopastoris do tipo pastagens
naturais, áreas de matos, matas de pinhais e de quercíneas e também áreas
resultantes do pousio de culturas arvenses e hortícolas de sequeiro.

O uso silvopastoril do solo é considerado de grande importância, uma vez que


traz grandes vantagens para os produtores de gado extensivo. Ao alimentarem-se
exclusivamente daquela forma, estão a conferir características organolépticas únicas à
sua carne, de tal forma que produzem grande valor acrescentado aos alimentos
(FERREIRA, 2002). Isto permite que se criem Denominações de Origem Protegida,
levando a que se revitalize a economia rural, nomeadamente através do comércio e
transformação dos produtos de origem silvopastoril. Contribui igualmente como um
factor de fixação das populações, impedindo a desertificação e o abandono do meio
rural. Este último ponto vai de encontro à gestão da biomassa combustível pois, além
dos animais a removerem no processo de apascentação, são criadas descontinuidades
nas florestas de produção, concretizando-se assim medidas de protecção contra o
fogo. Aliás, a manutenção da limpeza dos aceiros poderá ser mantida com a
apascentação de gado nesses locais.

No que concerne aos efectivos pecuários, são os ruminantes que directamente


beneficiarão do uso silvopastoril. No caso dos bovinos, são duas as raças que fazem
uso da pastorícia e que se encontram presentes nas regiões PROF: a raça Maronesa
(Alvão – Marão) e Mirandesa (Planalto Mirandês). Quanto aos efectivos ovinos
destacam-se as raças Bordaleira e Churra. Por fim, o armentio caprino define-se pela
presença da raça Bravia na região do Alvão – Marão.

Assim sendo, o ordenamento silvopastoril torna-se num importante plano para


as actividades complementares do uso da floresta e espaços florestais. Acrescente-se
que, ao serem introduzidos novos locais de pasto e melhorados os existentes, se está
a beneficiar os restantes espaços florestais, por diminuição da pressão do gado sobre

210
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

os novos povoamentos, além do reconhecimento da importância que lhes é


economicamente atribuída e do efeito de protecção do fogo que ele induz.

Para que haja um correcto maneio dos sistemas silvopastoris, torna-se


necessário assegurar uma eficaz utilização da produção vegetal pelos animais em
pastoreio. Tal situação conduz-nos ao objectivo da maximização da produção animal,
sem afectar a Produção, a Composição e a Persistência do prado. Assim, a correcta
utilização de uma pastagem passa pela combinação de vários factores:

ˆ Alternância corte – pastoreio;

ˆ Gerir áreas de matos;

ˆ Escolha da espécie e tipo de animais a utilizar;

ˆ Encabeçamentos a adoptar;

ˆ Existência de cercas e bebedouros;

ˆ Sistemas de pastoreio a utilizar.

E.4.2 Objectivos

Pretende-se com este programa:

ˆ Realizar intervenções e melhoramentos silvopastoris;

ˆ Aproveitar mais intensivamente as situações susceptíveis de uso silvopastoril


da região;

ˆ Estabelecer pastagens experimentais;

ˆ Diversificar as receitas geradas nos espaços florestais.

E.4.3 Incidência Regional

De uma maneira geral, este programa é de aplicação horizontal, pelo que é


aplicável a toda Região PROF. Exceptuam-se as sub-regiões onde se irá proceder à
aplicação de pastagens experimentais, sendo esse ponto de aplicação regional.

E.4.4 Actividades/Metas

A silvopastorícia representa uma das principais actividades capaz de manter


uma equilibrada associação com o espaço florestal constituindo, assim, um modo de
gestão onde a hierarquia funcional priorizou esta função. Apresentamos como
indicadores as análises realizadas aquando da elaboração das bases de ordenamento
deste PROF, relativas à Pastorícia, que, em resumo, constatam que a manipulação dos
ecossistemas silvopastoris deverá ser realizada tendo em conta a obtenção dos

211
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

melhores resultados e numa perspectiva de maximização desta função.

ˆ I – Intervenções e melhoramentos silvopastoris


As intervenções a efectuar dizem respeito às áreas de pastagem possíveis
de encontrar na Região PROF. Como tal, proceder-se-á à descrição dos métodos
de gestão a aplicar no caso dos dois principais tipos de pastagem existentes.
Para a concretização desta actividade prevêem-se intervenções anuais nas
pastagens existentes a um ritmo de 25 ha/ano nos primeiros 10 anos e de 15
ha/ano nos últimos 10 anos.

• Pastagens temporárias e permanentes de sequeiro


Nas áreas silvopastoris sob influência mediterrânica, existem grandes
manchas de montados de sobro e azinho que, devido à sua baixa densidade,
criam condições de expansão de pastagens de sequeiro. Desta maneira são
valorizadas essas terras, uma vez que se potencia o aproveitamento múltiplo do
solo, que de outra maneira se manteriam subvalorizados.
Como é sabido, o sobreiro e a azinheira possuem um período de frutificação
alargado, pelo que o fruto de ambas as espécies tem interesse na alimentação
do gado. No entanto, a bolota (quer do sobreiro, quer da azinheira) é pobre em
proteína, celulose e gordura e rica em hidratos de carbono simples, logo,
adapta-se muito bem aos suínos, pois estes não digerem altos teores de celulose
e assimilam muito bem os hidratos de carbono simples. No entanto, uma dieta
reduzida a bolotas para os animais ruminantes pode vir a trazer-lhes deficiências
nutritivas, principalmente ao nível proteico. Deste modo, pode-se complementar
a alimentação dos ruminantes com as folhas das árvores (ricas em proteínas) e
com um pasto rico em leguminosas (também ricas em proteínas) e gramíneas
(para complemento celulósico).
Por outro lado, este tipo de pastagens apresenta como principal factor
limitante a ausência de água na estação quente (3 a 6 meses) pelo que limita a
produção herbácea, que se baseia nas condições amenas da estação fria. Assim,
verifica-se uma ausência de crescimento no fim da Primavera e durante o Verão
e um crescimento irregular ao longo dos meses de produção, apresentando dois
picos: um principal no fim do Inverno e primeira metade da Primavera e outro
em meados do Outono, mais pequeno. Este tipo de comportamento pode variar
de ano para ano ou de região para região, dependendo das épocas de seca ou
pluviosidade (MOREIRA, 1980). Desta maneira, os animais que usufruirão destas
pastagens terão que suportar fortes variações alimentares, sem que a produção
seja afectada. Assim, deverão apascentar neste tipo de pastagens animais
produtores de crias para carne, pois os seus requerimentos nutritivos variam ao

212
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

longo do ano, em função do seu ciclo reprodutivo. Tendo em conta estes


aspectos, dever-se-á ajustar os períodos de maiores necessidades nutritivas dos
animais às épocas em que a produção e qualidade da pastagem assumem a
máxima expressão favorável.
Quanto ao tipo de plantas que se poderão adoptar para se melhorarem as
pastagens, elas terão que possuir mecanismos de sobrevivência à estiagem, ou
seja, terão que sobreviver a um Verão muito quente e seco. Neste aspecto, o
principal mecanismo e aquele que se revela eficaz nas condições áridas de
sequeiro, é o das plantas anuais que fazem ressementeira natural, para o que se
torna necessário que produzam boa percentagem de sementes duras e
dormentes (CRESPO, 1975 cit in MOREIRA, 1980). Deste modo, de maneira a se
potenciar a qualidade do prado, dever-se-ão fazer sementeiras com plantas que
tenham aquele mecanismo de sobrevivência como principal característica.
MOREIRA (1980) acrescenta que se as condições de sequeiro não forem muito
acentuadas, em virtude da precipitação, profundidade do solo e/ou existência de
lençol freático acessível às suas raízes, existem plantas perenes que podem
suportar a secura estival. Tratam-se de plantas provenientes de ecótipos
mediterrânicos, pelo que elas desenvolvem uma dormência fisiológica estival,
permitindo-lhes uma minimização do consumo de água naquela época, ou então
são plantas que detêm um sistema radicular mais profundo, que lhes permite
aceder a água não acessível à maioria das plantas herbáceas. São exemplos
deste tipos de plantas várias espécies de trevo subterrâneo (Trifolium
subterraneum, Trifolium brachycalycinum e Trifolium yanninicum) e outras
leguminosas anuais, nomedamente trevos (Trifolium incarnatum, Trifolium hirto,
Trifolium cherleri) e a Serradela brava (Ornithopus compressus) e também
leguminosas vivazes, tais como Trifolium repens (Trevo-rasteiro), Trifolium
fragiferum, Medicago sativa (Alfafa) e Trifolium pratense (Trevo-dos-Prados)
que, apesar de mais exigentes, quando existem condições para o seu cultivo
são, preferíveis por poderem manter produções mais regulares ao longo do ano.
No entanto, a escolha das cultivares a usar terá que incidir nas que possuam
resistência à secura estival do sequeiro mediterrânico, logo, são desejáveis as
plantas provenientes destes ecótonos (MOREIRA, 1980). Quanto às gramíneas,
como são mais exigentes que as leguminosas, adaptam-se melhor aos solos de
baixa, mais férteis e com maior capacidade de retenção de água. No entanto, à
medida que as leguminosas forem aumentando a fertilidade das restantes
condições, as gramíneas terão uma crescente participação. São exemplo de
gramíneas utilizáveis nestas pastagens o azevém bastardo (Lolium rigidum),
como espécie de ressementeira anual, e também algumas gramíneas vivazes,

213
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

tais como o panasco “pé-de-galo” (Dactylis glomerata), a festuca alta (Festuca


arundináce), o azevém perene (Lolium perenne), a alpista tuberosa ou carriço
das searas (Phalaris tuberos var. stenoptera) e, por vezes, a erva estepe
(Ehrharta calycina).
Um outro aspecto que permite tornar a pastagem eficaz é o da introdução
de cercas e bebedouros, pois estes elementos permitem que os animais fiquem
confinados e que tenham disponibilidade de água para suprirem as suas
necessidades. Quanto às cercas, com o seu uso, o pastor pode cuidar de um
número maior de animais, pode percorrer as cercas com frequência e observar o
estado dos animais e das pastagens, verificar a existência de água limpa nos
bebedouros, reparar na vulnerabilidade das cercas à passagem de animais,
realizar tratamentos sanitários, introduzir oportunamente os machos
reprodutores nas cercas das fêmeas, proceder à apartação das crias quando
oportuno e cuidar da suplementação quando esta for necessária. As cercas
permitem também controlar a intensidade do pastoreio, melhorar o
aproveitamento da pastagem, diminuir os custos de matéria orgânica e defender
o gado dos predadores.

• Pastagens de montanha
Estas pastagens são constituídas, normalmente, por plantas espontâneas ou
subespontâneas, provenientes de terrenos de cultivo abandonados ou de áreas
de vegetação arbustiva, cujo estrato foi destruído pelo fogo e que se
encontraram posteriormente em condições de utilização pelos animais. As
condições em que as pastagens se encontram são mais frias e mais húmidas que
as referidas no ponto anterior, pelo que existe uma grande variedade de
espécies e variedades pratenses. Destacam-se as gramíneas pertencentes ao
género Holcus, Bromus, Poa, Agrostis, Festuca, Lolium e Dactylis e as
leguminosas que, para além do trevo branco e violeta, destacam-se o Lotus
corniculatus (Cornichão) e Lotus uliginosus (Erva-coelheira) e o Trifolium dubium
(Trevo-amarelo-menor), sendo este último um trevo anual. Existem,
naturalmente, muitos outros exemplares, pertencendo a outras famílias que
compõem estes prados mas a sua produção e inferior qualidade coloca-os na
posição cultural de infestantes. Deste grupo, podemos destacar as juncáceas e
as ranunculáceas que, aliás, são típicas de condições com excesso de água e
acidez do solo, condições essas frequentemente encontradas nos prados de
montanha (MOREIRA, 1980).
A utilização deste tipo de pastagem é feita num regime misto de corte e
pastoreio, embora com sujeições a variações. Regra geral, salvaguarda-se o
corte (destinado a fenação, realizado de Junho a Agosto, dependendo se se trata

214
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

de zonas mais baixas e quentes ou mais altas e frias, respectivamente) para a


Primavera ou para a Primavera – Início do Verão, ou seja, após as gramíneas
espigarem. No entanto, este corte costuma ocorrer num estado bastante
adiantado do espigamento das gramíneas, pelo que acarreta pouca qualidade da
produção. Após o corte, o gado apascenta os prados até ao arranque do
crescimento primaveril, altura em que é “levantado” (entre Março e Maio), para
que assim se inicie um novo ciclo de corte (MOREIRA, 1980).
MOREIRA (1980) diz, com a referência de TELES (1970), que as produções
obtidas por este regime devem compreender entre 3 a 7-8 ton. M.S./ha/ano,
sendo que a quantidade de proteína e energia apresentam baixos valores, pelo
que a principal parte da produção é cortada para fenação. Importa pois, com
este conhecimento, adoptar medidas que visem a melhoria da produção
pratense em altitude. Aquele autor aponta para dois aspectos que pretendem
melhorar as produções. O primeiro diz respeito ao melhoramento de prados já
em produção (também conhecidos por lameiros), introduzindo-lhes cercas,
fertilizando-os (e corrigindo a acidez) e modificando-lhes a composição florística
(no combate às infestantes quer com o recurso ao fogo, à drenagem e/ou
herbicidas, embora estes últimos não sejam aconselhados, e também na
introdução de plantas melhoradas, quer de gramíneas como a Festuca pratensis
(Festuca alta), Phleum pratense, Bromus willdenowii (Azevém campim), Bromus
catharticus, Bromus uniolides, quer das leguminosas Lotus pedunculatus (Erva-
coelheira) e Lotus corniculatus (Cornichão), além dos trevo branco e violeta). O
segundo compreende o melhoramento de incultos ou baldios ou de lameiros
muito degradados, com composição e produção herbácea desfavoráveis. Para o
concretizar, podem-se aplicar as mesmas técnicas supra referidas mas realizadas
de uma forma mais expedita para redução dos encargos unitários e simplificação
das operações. Tal pode ser concretizado com a destruição da vegetação
existente com recurso ao fogo e/ou herbicidas (embora sejam desaconselhados
pela particularidade do seu manuseamento), fertilização, correcção e sementeira
em linhas após mobilização do terreno (LANGER, 1973 cit in MOREIRA, 1980).
Assim, espera-se que estas técnicas de melhoramento dos prados de montanha
conduzam a produções entre as 6 a 12 ton. M.S./ha/ano.

ˆ II – Aproveitamento de situações de uso silvopastoril


Tradicionalmente, os matos formam um coberto vegetal valioso para as
populações rurais uma vez que, do ponto de vista da sua economia de
subsistência, geram lenhas para lareiras e fornos, camas de gado e estrume
(aproveitado para fertilização das terras), abrigo e alimento para aves,
mamíferos, répteis e invertebrados, protecção para a erosão e alimento para o

215
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

gado. No que concerne a este último aspecto, os matos são fonte de minerais,
vitaminas, proteínas e energia, proporcionando interessantes fontes de alimento.
No entanto, somente os caprinos preferem os matos como alimento. Assim, a
gestão destas áreas pode ser feita por diferentes formas de selecção de
alimento, consoante o tipo de animal: as folhas e extremidades mais tenras dos
ramos de arbustos são consumidos pelos caprinos, deixando a vegetação
herbácea para os bovinos e ovinos, ou seja, aproveita-se a complementaridade
da utilização de alimento das diferentes espécies de ruminantes. O consumo de
arbustos pelos caprinos reduz o ensombramento, melhorando o crescimento das
herbáceas que poderão, posteriormente, ser consumidas pelos ovinos e bovinos.
Este tipo de gestão pode ser aplicado, por exemplo, às limpezas de matos de
povoamentos. Porém, somente se aconselha este tipo de limpeza quando
aqueles já forem adultos ou possuidores de um porte que não permitam danos
causados pelos caprinos. Desta maneira, removem-se os matos do povoamento
pela entrada do gado caprino e impede-se o seu desenvolvimento pelo
seguimento do gado ovino. Quanto ao bovino, não se aconselha a sua utilização,
devido ao pisoteio que pode provocar. No entanto nas restantes áreas de matos,
são perfeitamente utilizáveis ao lado dos ovinos.
Para esta actividade, prevê-se o aproveitamento de áreas agrícolas
abandonadas, incultos, baldios e/ou povoamentos adultos a um ritmo de
25 ha/ano.

ˆ III – Estabelecimento de Pastagens Experimentais


Foi referido que um dos objectivos do presente programa seria o
estabelecimento de pastagens experimentais. O seu intuito é o de se criarem
pastagens em algumas sub-regiões homogéneas para servirem de exemplo de
como se pode criar, manter e maximizar a produção de uma pastagem para a
criação em regime extensivo de gado. Aliás, reconhece-se o exemplo do sucesso
relativo e ainda mesmo na actualidade, de um conjunto de iniciativas
desenvolvidas nos anos 80, com a criação de algumas pastagens.
A escolha das sub-regiões homogéneas não foi ao acaso. De facto, pelas
visitas de campo pôde-se constatar que essas regiões apresentam grandes
condições de expansão da silvopastorícia, muitas das vezes por se tratarem de
áreas remetidas ao abandono, ou terem sido varridas pela passagem de um fogo
que removeu o coberto arbóreo, ou por se tratarem de áreas com elevada
pedregosidade e afloramentos rochosos que dificultam e encarecem as
operações de arborização, ou ainda por apresentarem baixos encabeçamentos
de espécies autóctones onde interessa aumentá-los.
Assim, sugere-se a instalação de pastagens experimentais de sequeiro nas

216
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

sub-regiões homogéneas do Douro Superior, Douro Internacional e Beira Douro


(zona Norte) à razão de 25 ha/ano. Serão igualmente instaladas pastagens
experimentais de montanha na sub-região homogéneas Beira Douro (zona Sul e
Oeste), também à razão de 25 ha/ano.

Anos
Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

I Intervenções e melhoramentos silvopastoris ha/ano 25 25 25 25 25 25 15 400

II Aproveitamento de situações de uso silvopastoril ha/ano 50 50 50 50 50 50 50 1000

III Estabelecimento de pastagens experimentais ha/ano 25 25 25 25 25 25 25 500

E.4.5 Bibliografia

REGO, F. (s.d.) – Apontamentos (não publicado).


FERREIRA, P. (2002) – Delineamento de um Trilho Cicloturístico/Pedestre.
UTAD. Vila Real.

MOREIRA, N. (1980) – Cultura de Forragens e Pastagens. IUTAD. Vila Real.

217
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

V
V..2
2 P
PRRIIO
ORRIIZ
ZAAÇ
ÇÃÃO
ODDO
OSSP
PRRO
OGGR
RAAM
MAAS
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SHHO
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NEEA
ASS

O conjunto dos programas horizontais e regionais que constituem o PROF do Douro apresentam diferentes prioridades de
concretização para as sub-regiões homogéneas em que se implementam, listadas na tabela seguinte.

Sub-regiões homogéneas
Programas Alvão- Beira Douro Douro
Sabor Carrazeda Douro Montemuro Padrela Olo Tua
Marão Douro Superior Internacional

A1 Arborização de terras agrícolas 3 1 2 2 1 3 3 2 3 3 2


A2 Arborização de espaços florestais não arborizados 2 1 3 2 1 3 2 1 3 3 3
A3 Restauração de ecossistemas degradados 1 1 3 3 2 2 1 2 1 1 3
A4 Condução da regeneração natural das folhosas autóctones 1 2 2 2 3 3 2 2 1 1 2
B1 Beneficiação de superfícies florestais arborizadas 3 1 3 1 2 3 1 1 3 3 2
B2 Recuperação após fogo 2 2 3 2 2 3 1 1 2 3 2
B3 Fogo controlado 2 1 4 1 4 4 1 1 2 3 4
B4 Compartimentação/Acessibilidade 2 2 1 1 1 3 2 2 2 1 1
B5 Manutenção e adensamento da cortina ripária 1 3 3 3 2 1 1 3 1 2 2
B6 Protecção florestal contra a processionária do pinheiro 1 1 2 1 2 2 1 1 2 2 2
C1 Adensamento e relocalização de infra-estruturas 3 1 1 3 2 3 3 2 3 2 1
C2 Avaliação/constituição de Brigadas de Sapadores Florestais 2 2 1 1 2 3 3 3 2 2 3
D1 Certificação da gestão florestal 4 Castanho Cortiça Cortiça Cortiça/Cast. Cortiça/Cast. Castanho 4 4 Cortiça Cortiça
D2 Expansão da subericultura 4 4 1 2 1 2 4 4 4 1 1
D3 Relançamento da cultura do castanheiro 3 1 4 3 1 3 2 4 4 4 4
D4 Reforço do movimento associativo 3 3 1 2 2 3 3 1 3 3 1
E1 Actividades de natureza em espaço florestal 1 2 3 3 2 1 1 3 1 1 2
E2 Ordenamento cinegético 1 1 2 2 1 1 2 3 1 1 2
E3 Dinamização e ordenamento aquícola 2 2 2 3 1 1 3 3 2 1 1
E4 Regularização e beneficiação silvopastoril 2 1 3 2 1 2 1 2 1 1 2
Legenda:

1 Alta Prioridade 3 Baixa Prioridade


2 Média Prioridade 4 Sem aplicação

218
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

V
V..3
3 C
CAALLEEN
NDDÁ
ÁRRIIO
O

Metas
Cód. Orientações estratégicas - Programas - Actividades Unid.
1 2 3 4 5 6 - 10 11 - 20 Total

A Arborização e reabilitação de áreas florestais

A1 Arborização de terras agrícolas

A11 Arborização por sementeira ha/ano 30 30 30 30 30 10 10 300

A12 Arborização por plantação ha/ano 100 100 100 100 100 40 40 1100

A2 Arborização de espaços florestais

A21 Arborização por sementeira ha/ano 10 10 10 10 10 4 4 110

A22 Arborização por plantação ha/ano 80 80 80 80 80 32 32 880

A23 Aproveitamento de regeneração natural ha/ano 10 10 10 10 10 4 4 110

A3 Restauração de ecossistemas degradados

A31 Instalação de núcleos florestais ha/ano 650 650 650 650 650 650 650 13000

A4 Condução da regeneração natural das folhosas autóctones

A41 Limpeza de povoamentos e eliminação de matos ha/ano 100 100 100 100 100 140 160 2800

B Beneficiação de áreas florestais

B1 Beneficiação de superfícies florestais

B11 Selecção das árvores futuro

B111 Desramação ha/ano 500 600 700 800 850 1000 1000 18450

B112 Podas de formação ha/ano 200 200 300 300 300 550 550 9550

B12 Limpeza de mato ha/ano 200 250 300 300 300 500 500 8850

B13 Desbastes ha/ano 1500 1800 2100 2400 2550 3000 3000 55350

B2 Recuperação após fogo

B21 Correcção de densidades

B211 Limpeza ha 4000 4000 4000 12000

B212 Adensamento ou rearborização ha 1400 1400 1400 4200

B22 Recuperação de áreas ardidas após 2002

B221 Arborização por sementeira/plantação ha/ano 650 650 650 650 650 480 450 10150

B222 Aproveitamento de regeneração natural ha/ano 1930 1930 1930 1930 1930 1430 1330 30100

B3 Fogo controlado

B31 Campanha de sensibilização nº 1 1 1 1 1 5

B32 Acções de formação/reciclagem para sapadores nº/ano 3 1 1 1 3 7(10º) 7(15º) 23

B33 Acções de formação/reciclagem para técnicos nº/ano 1 1 1 1(10º) 1(15º) 5

B34 Fogo controlado em povoamentos de resinosas ha/ano 160 160 160 400 400 600 1000 14280

B35 Fogo controlado em incultos ha/ano 240 240 240 600 600 900 1500 21420

B36 Avaliação anual nº/ano 1 1 1 1 1 1 1 20

B4 Compartimentação/Acessibilidade

B41 Beneficiação da rede de caminhos Km/ano 350 350 350 350 350 350 3500

B42 Construção de caminhos Km/ano 115 115 115 115 115 115 1150

B43 Manutenção da rede de caminhos Km/ano 460 930 11600

B44 Diversificação da área envolvente dos caminhos ha/ano 460 460 460 460 460 460 460 9200

B45 Manutenção da área envolvente dos caminhos ha/ano 230 460 460 920 1500 20750

B46 Limpeza dos corredores de linhas de alta tensão Km/ano 150 150 150 150 150 150 150 3000

B5 Manutenção e adensamento da cortina ripária

B51 Arborização de margens das linhas de água Km/ano 1 2 3 4 5 5 5 90

B52 Beneficiação de cortinas ripícolas Km/ano 1 2 4 6 8 8 8 141

219
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

B6 Protecção florestal contra a processionária do pinheiro

B61 Campanha de sensibilização nº 1 1 1 3

B62 Luta ha/ano 1710 1710 1710 340 425 11080

B63 Investigação/Monitorização nº 1 1 1 1 1 1(6º) 6

B64 Campanha de divulgação nº 1 1 1 (10º) 1 (20º9 4

B65 Avaliação n.º 1(6º) 1

C Prevenção e vigilância de fogos florestais

C1 Adensamento e relocalização de infra-estruturas

C11 Avaliação das actuais infra-estruturas florestais n.º 1 - 1

C12 Construção de pontos de água nº/ano 30 30 30 30 30 30 30 600

C13 Beneficiação de pontos de água nº/ano 60 60 60 60 60 60 90 1500

C14 Reorganização e adensamento dos postos de vigia nº - 1 2 1 2 6

C2 Responsab./constit. de brigadas de sapadores florestais

C21 Acções de formação nº/ano 96 144 192 228 252 252(10º) 252(15º) 1416

C22 Visitas de acompanhamento nº/ano 96 144 192 228 252 84 84 2172

C23 Avaliação nº/ano 8 12 16 19 21 21 21 391

C24 Constituição de novas brigadas de sapadores florestais nº 4 4 4 3 2 17

D Consolidação da actividade florestal

D1 Certificação da gestão florestal

D11 Certificação da gestão do sobreiro n.º 1 1 2

D12 Certificação da gestão do castanheiro n.º - - - - - 1 - 1

D2 Expansão da subericultura

D21 (Re) arborização de sobreirais

D211 Plantação ha/ano 190 190 190 190 190 320 320 5750

D212 Sementeira ha/ano 25 25 25 25 25 40 40 720

D213 Aproveitamento de regeneração natural ha/ano 25 25 25 25 25 40 40 720

D22 Beneficiação de sobreirais

D221 Desramas ha/ano 240 400 5200

D222 Podas ha/ano 350 350 350 350 350 350 150 5000

D223 Limpezas ha/ano 350 350 350 350 350 590 550 10200

D224 Adensamentos ha/ano 350 350 350 350 350 350 150 5000

D23 Formação de tiradores de cortiça e podadores nº/ano 1 1 1 1 1 1 0,5 15

D3 Relançamento da cultura do castanheiro

D31 Acções de sensibilização

D311 Sessões de esclarecimento nº/ano 2 2 2 2 2 2 2 40

D312 Elaboração de folhetos com recomendações nº 5000 5000(10º) 10000

D32 Especialização das equipas de combate

D321 Formação nº 1 1(10º) 1(15º) 3

D322 Acompanhamento nº 1 1

D323 Avaliação nº/ano 1 1 1 1 1 1 1 20

D33 Reforço da capacidade técnica nº 1 1

D34 Medidas de erradicação

D341 Corte/queima de ramos e desinfecção nº/ano 960 960 960 960 960 960 960 19200

D342 Abate/queima de árvores e desinfecção nº/ano 410 410 410 410 410 410 410 8200

D343 Arranque de árvores e desinfecção da estação nº/ano 1030 1030 1030 1030 1030 1030 1030 20600

D344 Indemnização por corte nº/ano 1440 1440 1440 1440 1440 1440 1440 28800

D35 Unidade de produção de material vegetal de qualidade

220
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

D351 Inventariação de cultivares resistentes à tinta - - - -

D352 Constr./reactiv. de unidade produtora de plantas certificadas - Beneficia da unidade do Nordeste -

D4 Reforço do movimento associativo

D41 Constituição de estruturas associativas nº 2 3 3 3 3 14

D42 Apoio ao funcionamento da estrutura associativa nº/ano 3 5 8 11 14 17 17 296

D43 Constituição de Zonas de Intervenção Florestal nº/ano 2 2 2 2 2 10

D44 Criação de mec. de inf. para os órgãos admist. de baldios - - - - - - - - -

E Actividades associadas

E1 Actividades de natureza em espaço florestal

E11 Alargamento do Tur. de Natureza ao espaço florestal contínuo nº - 1 1

E12 Recuperação das casas dos guardas florestais nº/ano 2 2 2 2 2 2 20

E13 Estabelec. de percursos interpretativos em áreas florestais Km/ano - - - - - 20 200 2100

E14 Elaboração do Atlas das Florestas do Norte de Portugal nº - - - - 1 - - 1

E2 Ordenamento cinegético

E21 Formação

E211 Acções de formação técnica nº/ano 4 4 4 1,6 2 40

E212 Acções de divulgação e sensibilização nº/ano 1 1 2 1 1 1,2 1,4 26

E22 Gestão

E221 Fiscalização do acto cinegético nº 1 1(10º) 1(20º) 3

E222 Acompanhamento dos planos de gestão nº/ano 8 8 8 8 8 8 8 160

E223 Monitorização do estado das populações nº 1 1(10º) 1(15º/20º) 4

E224 Controlo de cães vadios - - - - - - - - -

E225 Sistema de registo de dados nº 1 1

E226 Promoção da expansão do corço nº 1 1

E227 Implementação de infra-estruturas de suporte nº/ano 4 4 4 4 4 4 4 80

E23 Promoção de iniciativas locais

E231 Diversificação dos produtos resultantes nº/ano 1 1 1 1 1 1 1 20

E232 Recolha e divulgação da cotação de produtos nº/ano 1 1 1 1 1 1 1 20

E233 Promoção e divulgação da actividade cinegética nº/ano 1 1 1 1 1 1 1 20

E3 Dinamização e ordenamento aquícola

E31 Promoção da pesca nas águas interiores

E311 Identificação dos troços com potencial para a pesca nº - 1 1

E312 Avaliação das estruturas de experimentação e demonstração nº 1 1

E32 Ordenamento dos recursos piscícolas

E321 Criação de zonas de pesca desportiva - - - - - - - -

E322 Campanhas de sensibilização nº/ano 1 1 1 0,5 0,5 10

E323 Realização de estudos de monitorização das populações nº 1 1(10º) 1(15º/20º) 4

E33 Incentivo à implementação de infra-estruturas de apoio

E331 Acções de formação e sessões de esclarecimento nº/ano 1 1 1 0,5 0,5 10

E332 Implementação de infra-estruturas de suporte nº/ano 3 3 3 3 3 3 30

E34 Reforço dos efectivos nº Contemplado no plano de ordenamento cinegético -

E4 Regularização e beneficiação silvopastoril

E41 Intervenções e melhoramentos silvopastoris ha/ano 25 25 25 25 25 25 15 400

E42 Aproveitamento de situações de uso silvopastoril ha/ano 50 50 50 50 50 50 50 1000

E43 Estabelecimento de pastagens experimentais ha/ano 25 25 25 25 25 25 25 500

221
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

V
VII E
ESST
TRRA
ATTÉ
ÉGGIIA
ASSC
COOM
MPPL
LEEM
MEEN
NTTA
ARRE
ESS

Os PROF são, de acordo com a Lei de Bases da Política Florestal, Lei nº 33/96
de 17 de Agosto, Planos Sectoriais de Aplicação Regional. No entanto, na
concretização dos objectivos destes, estão subjacentes questões relevantes que não
se compadecem com a região e cuja amplitude é de âmbito supra – regional. Estamos
assim em presença de questões que é preciso ter em consideração.

V
VII..1
1 D
DEEFFEESSAA D
DAAF
FLLO
ORREES AC
STTA CO
ONNTTR
RAAI
INNC
CÊÊN
NDDIIO
OSS

Num cenário em que a floresta portuguesa deverá ser encarada como uma
efectiva prioridade nacional, importa alterar profundamente a relação da sociedade
com a floresta, agindo de forma concertada no sector florestal e criando condições
para a implementação de acções de natureza estrutural cuja concretização imediata se
impõe, face à necessidade de dar primazia à gestão e preservação do património
florestal.

Numa crescente disseminação dos aglomerados e habitações isoladas no


espaço florestal é necessário o delineamento de estratégias de resolução deste
problema, na medida em que a existência destas infra-estruturas colocam questões,
como a sua protecção face aos incêndios; o seu papel como potencial gerador de risco
de incêndio e o desvio dos recursos de combate para estas áreas em detrimento das
áreas florestais.

Protecção das Zonas de Interface Urbano/Floresta

ˆ Criar e manter faixas exteriores de protecção, nos aglomerados populacionais,


de acordo com a priorização do risco;

ˆ Criar e manter faixas exteriores em habitações, armazéns e outras infra-


estruturas isoladas;

ˆ Fiscalizar a criação/manutenção das faixas exteriores de protecção (Aplicação


do Decreto-Lei nº 156/2004);

ˆ Controlo dos combustíveis em zonas de edificações, em especial nas zonas de


interface entre espaços rurais e urbanos;

ˆ Regulamentação de edificações em espaço florestal, nomeadamente em áreas


de elevado risco de incêndio, a ter em conta nos instrumentos municipais de

222
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

ordenamento do território.

Aumentar a resiliência do território aos incêndios florestais

ˆ Definir as prioridades de planeamento e execução das infra-estruturas de


DFCI face ao risco de incêndio;

ˆ Condicionar trabalhos/acessos a área florestal durante o período crítico;

ˆ Fomentar a execução de Planos de Gestão Florestal, com inclusão dos


princípios de DFCI.

V
VII..2
2 P
PRRO
OMMO
OÇÇÃ
ÃOOD
DAAG OP
GEESSTTÃÃO PRRO
OFFIIS
SSSIIO
ONNA
ALL

Incentivar a Constituição de ZIF’s

Com o diploma legal Decreto-Lei nº 127/2005 de 5 de Agosto o Estado está


assim a exercer o seu papel de dinamizador de constituição de explorações florestais
com dimensão que possibilitem ganhos de eficiência na sua gestão, através de
incentivos ao agrupamento de explorações, ao emparcelamento de propriedades e à
desincentivação do seu fraccionamento.

Há, no entanto, problemas estruturais que de alguma forma condicionam a


correcta gestão dos espaços florestais, nomeadamente a desactualização do cadastro,
em que a ZIF pode ter um papel importante na dinamização do processo de
actualização e realização do cadastro, já que faz parte dos elementos estruturantes
destas figuras de gestão.

Incentivar a Implementação de Planos de Gestão Florestal

Os PGF são instrumentos que desempenham um papel preponderante no


processo de melhoria e gestão dos espaços florestais, já que estes são a ferramenta
de implementação no terreno das orientações e especificações que os Planos
Regionais de Ordenamento Florestal definem.

Desta forma, os instrumentos de politica destinados ao financiamento do


ordenamento e gestão florestal devem atribuir prioridade às iniciativas preconizadas
no PGF enquanto ferramenta efectiva das explorações florestais.

223
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

V
VII..3
3 R OF
REEEESSTTRRUUTTUURRAAÇÇÃÃO FUUN
NDDIIÁ
ÁRRIIA
A

Actualização do cadastro rústico

A elaboração de um cadastro florestal simplificado é um aspecto determinante


para uma maior eficiência de gestão, respondendo com mais facilidade às
especificidades do sector florestal.

Reestruturação da propriedade

A gestão florestal não se compadece com a actual estrutura da propriedade,


onde é necessário trabalhar em escala, quer por questões económicas, quer
ecológicas, quer para alguns dos serviços públicos que os espaços florestais prestam.

Medidas de incentivo ao emparcelamento que passem pela agilização dos


processos de registo da propriedade, por alterações legislativas e programas
direccionados à reestruturação da propriedade rústica são importantes para que os
espaços florestais exerçam de facto o seu papel na sociedade.

V
VII..4
4 F
FIISSCCAALLIID
DAAD
DEE

A política fiscal deve incidir de forma a promover o investimento florestal e, por


outro lado, ao nível do património fundiário como obstrução à fragmentação da
propriedade.

Enquadramento fiscal adequado ao desenvolvimento e defesa da floresta

Deverá assim haver um enquadramento adequado do Imposto sobre os


Rendimentos de pessoas Singulares (IRS), Imposto sobre Rendimentos de pessoas
Colectivas (IRC), através de benefícios que promovam o associativismo e que tenham
em atenção as especificidades do sector florestal cujos rendimentos são regra geral a
médio/longo prazo.

Ao nível do património, a política fiscal deverá incidir sobre IMI (Imposto


Municipal sobre Imóveis) e IMT (Imposto Municipal sobre Transmissões).

De forma a colmatar o abandono da terra e o absentismo na gestão e


conservação dessa mesma parcela, as medidas poderão passar por:

ˆ Isenção do IMI quando se verifique que há uma gestão efectiva por parte do
proprietário;

224
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

ˆ Agravamento do mesmo imposto quando se verifique o abandono e não


cumprimento do código de boas práticas florestais, nomeadamente, nas
operações de silvicultura mínimas.

Relativamente ao IMT, a politica fiscal deverá passar pela ponderação de


aplicação deste imposto sempre que estejam em causa a compra de terrenos para
aumentar a área sobra gestão da mesma entidade e diminuir a dispersão das
parcelas, com compromisso de sujeitar a exploração a um plano de gestão florestal.

225
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

V
VIIII M
MOOD
DEEL
LOOD
DEEO
OCCU
UPPA
AÇÇÃ
ÃOOT
TEER
RRRIIT
TOOR
RIIA
ALL

De acordo com as metas previstas para arborização e conversão de espécies


nos programas recomendados nesta fase do PROF, realizou-se uma perspectiva da
evolução da ocupação do solo para horizontes temporais de 20 e 40 anos, ao nível da
Região PROF e respectivas sub-regiões homogéneas.

As novas arborizações provêm dos programas: Arborização de terras agrícolas;


Arborização de espaços florestais não arborizados; Condução da regeneração natural
das folhosas autóctones; Expansão da subericultura e Restauração de ecossistemas
degradados. A conversão de espécies florestais provém da acção diversificação da
área envolvente dos caminhos que pertence ao programa de
Compartimentação/Acessibilidade.

Numa primeira fase organizou-se a ocupação do solo nas duas principais


classes: Espaços florestais não arborizados e Espaços florestais arborizados, esta
última, discriminada nas seguintes espécies: (Az) Azinheira, (Cv) Carvalhos, (Cs)
Castanheiro, (Ec) Eucalipto, (Of) Outras folhosas, (Or) Outras resinosas, (Pb) Pinheiro
bravo, (Sb) Sobreiro e (Az) Azinheira.

Seguidamente aplicou-se a metodologia abaixo discriminada para repartir as


metas globais de arborização e conversão de espécies do PROF por sub-região
homogénea:

ˆ Arborização de terras agrícolas e Arborização de espaços florestais não


arborizados (incultos)

A distribuição das metas por sub-região homogénea baseou-se na fracção


de área disponível para a floresta (aptidão).

ˆ Condução da regeneração natural das folhosas autóctones

A distribuição das metas por sub-região homogénea é função das


existências em carvalhos, azinheiras e outras folhosas.

ˆ Expansão da subericultura

A distribuição das metas baseou-se nas existências de sobreiro em cada


sub-região homogénea.

ˆ Restauração de ecossistemas degradados

A distribuição das metas baseou-se na percentagem de áreas da Rede


Natura 2000 e Perímetros Florestais da Lapa, Leomil e Penedono.

226
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

ˆ Diversificação da área envolvente dos caminhos

A distribuição das metas por sub-região homogénea fundamentou-se nas


existências de pinheiro bravo.

Por último, apontou-se para uma distribuição de espécies relativas às novas


arborizações de acordo com os seguintes indicadores:

Arborização de terras agrícolas:

20% de Pb 30% de Cv

20% de Or 30% de Ct

NOTA: No caso particular das sub-região homogénea de Carrazeda, Douro, Douro Internacional, Douro Superior, Padrela,
Sabor e Tua não se aponta para a utilização de OR, sendo este grupo substituído pelo Pinheiro manso.

Arborização de espaços florestais não arborizados (incultos):

35% de Pb 15% de Cv

35% de Or 15% de Ct

Na expansão da subericultura, como o próprio nome indica recorre-se


unicamente ao sobreiro.

Na condução da regeneração natural das folhosas autóctones, a sua incidência


restringiu-se apenas aos carvalhos.

Para a restauração de ecossistemas degradados, a distribuição das espécies


depende da localização da sub-região homogénea. Assim, para a sub-região
homogénea de Carrazeda, Douro Internacional, Douro Superior, Sabor e Tua, a
distribuição das espécies é de 80% de sobreiro e azinheira e 20% de pinheiro bravo.
Para as sub-regiões homogéneas da Beira Douro, Douro, Montemuro, Olo e Padrela, a
distribuição das espécies é de 80% de carvalhos e 20% de pinheiro bravo.

No caso da conversão de espécies, partimos do princípio que as alterações


verificadas seriam a substituição do pinheiro bravo pelo seguinte conjunto de
espécies:

Diversificação da área envolvente dos caminhos:

70% de Of 20% de Sb 10% de Or

No caso particular das sub-regiões homogéneas de Montemuro e Olo não se


aponta para a utilização de sobreiro, sendo esta espécie substituída pelas outras
folhosas e resinosas. Por fim, no caso concreto das sub-regiões homogéneas do Alvão-
Marão, Beira Douro, Douro e Douro Superior optou-se por introduzir 20% de
Eucalipto, diminuindo as Outras folhosas para 50%.

227
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 27 – Composição da ocupação do solo na Região PROF


3
Área actual 20 anos 40 anos
Classes
(ha) % (ha) % (ha) %
Espaços florestais 241 658 59 245 919 60 250 202 61
Espaços florestais arborizados 115 695 28 140 951 34 145 232 35
Az 2 380 2 3 577 3 4 257 3
Cv 11 699 10 27 001 19 27 002 19
Ct 4 081 4 4 459 3 5 138 4
Ec 1 663 1 1 986 1 2 666 2
Of 4 803 4 8 001 6 8 001 6
Or 1 088 <1 2 264 2 2 464 2
Pb 82 737 72 76 039 54 76 039 52
Pm 0 0 474 <1 474 <1
Sb 7 244 6 17 150 12 19 191 13
Povoamentos sujeitos a silvicultura intensiva 1 663 1 1 616 1 0 0
4
Área queimada anualmente 12 708 5 6 789 3 2 501 1

Quadro 28 – Evolução dos espaços florestais arborizados na Região PROF e respectivas sub-
regiões homogéneas

Actual Metas (%)


Região/sub-região
(%)
20 anos 40 anos

Região PROF 28 34 35
Alvão-Marão 31 50 50
Beira Douro 39 45 46
Carrazeda 42 49 52
Douro 25 28 28
Sub-região

Douro Internacional 16 25 25
Douro Superior 15 20 21
Montemuro 35 71 80
Olo 10 21 21
Padrela 37 39 39
Sabor 29 38 47
Tua 47 59 64

3
Fonte: Carta de ocupação do Solo de 1990.
4
Calculada com base na área florestal ardida entre 1993 e 2003.

228
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quadro 29 – Composição dos espaços florestais nas sub-regiões homogéneas

5
Área actual 20 anos 40 anos
Sub-Região Classes
(ha) % (ha) % (ha) %
Espaços florestais 9 518 87 9 546 88 9 546 88
Espaços florestais arborizados 3 372 31 5 456 50 5 456 50
Az 0 0 0 0 0 0
Cv 1 269 38 2 618 48 2 618 48
Ct 102 3 109 2 109 2
Ec 35 1 55 1 55 1
Alvão-Marão Of 316 9 764 14 764 14
Or 22 1 55 1 55 1
Pb 1 628 48 1 800 33 1 800 33
Pm 0 0 0 0 0 0
Sb 0 0 55 1 55 1
Povoamentos sujeitos a silvicultura intensiva 35 1 35 1 0 0
6
Área queimada anualmente 454 5 286 3 95 1

Espaços florestais 58 904 65 59 329 65 60 209 66


Espaços florestais arborizados 35 146 39 40 986 45 41 866 46
Az 0 0 0 0 0 0
Cv 1 887 5 8 197 20 8 197 20
Ct 2 040 6 2 049 5 2 049 5
Ec 91 <1 291 <1 971 2
Beira Douro Of 309 1 820 2 820 2
Or 13 <1 620 2 820 2
Pb 30 746 87 28 189 69 28 189 67
Pm 0 0 0 0 0 0
Sb 60 <1 820 2 820 2
Povoamentos sujeitos a silvicultura intensiva 91 <1 91 <1 0 0
Área queimada anualmente 3 618 6 1 780 3 602 1

Espaços florestais 17 134 60 18 044 63 18 725 66


Espaços florestais arborizados 11 965 42 13 993 49 14 674 52
Az 506 4 560 4 560 4
Cv 957 8 1 959 14 1 959 13
Ct 228 2 280 2 280 2
Ec 1 <1 0 0 0 0
Carrazeda Of 48 <1 140 1 140 1
Or 28 <1 154 1 154 1
Pb 8 716 73 7 836 56 7 836 53
Pm 0 0 126 1 126 1
Sb 1 481 12 2 939 21 3 619 25
Povoamentos sujeitos a silvicultura intensiva 1 <1 0 0 0 0
Área queimada anualmente 1 110 6 540 3 187 1

5
Fonte: Carta de ocupação do Solo de 1990.
6
Calculada com base na área florestal ardida entre 1993 e 2003.

229
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Área actual 20 anos 40 anos


Sub-Região Classes
(ha) % (ha) % (ha) %

Espaços florestais 48 441 43 49 168 44 49 168 44


Espaços florestais arborizados 28 182 25 31 085 28 31 085 28
Az 1 045 4 1 243 4 1 243 4
Cv 3 307 12 5 595 18 5 595 18
Ct 1 471 5 1 554 5 1 554 5
Ec 916 3 933 3 933 3
Douro Of 1 826 6 2 798 9 2 798 9
Or 66 <1 189 <1 189 <1
Pb 18 334 65 16 164 52 16 164 52
Pm 0 0 122 <1 122 <1
Sb 1 217 4 2 487 8 2 487 8
Povoamentos sujeitos a silvicultura intensiva 916 3 916 3 0 0
Área queimada anualmente 908 2 492 1 492 1

Espaços florestais 13 296 59 13 524 60 13 524 60


Espaços florestais arborizados 3 506 16 5 637 25 5 637 25
Az 0 0 226 4 226 4
Cv 903 26 1 184 21 1 184 21
Ct 30 1 56 1 56 1
Ec 0 0 0 0 0 0
Douro
Internacional Of 106 3 169 3 169 3
Or 302 9 320 6 320 6
Pb 1 858 53 1 973 35 1 973 35
Pm 0 0 18 <1 18 <1
Sb 307 9 1 691 30 1 691 30
Povoamentos sujeitos a silvicultura intensiva 0 0 0 0 0 0
Área queimada anualmente 370 3 270 2 135 1

Espaços florestais 52 125 58 52 828 59 53 509 60


Espaços florestais arborizados 13 413 15 17 704 20 18 384 21
Az 829 6 1 239 7 1919 10
Cv 2 438 18 3 187 18 3 187 17
Ct 65 <1 177 1 177 1
Ec 569 4 708 4 708 4
Douro
Superior Of 513 4 708 4 708 4
Or 181 1 268 2 268 1
Pb 6 769 50 6 373 36 6 373 35
Pm 0 0 87 <1 87 <1
Sb 2 049 15 4 957 28 4 957 27
Povoamentos sujeitos a silvicultura intensiva 569 4 569 4 0 0
Área queimada anualmente 3 266 6 1 585 3 535 1

230
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Área actual 20 anos 40 anos


Sub-Região Classes
(ha) % (ha) % (ha) %

Espaços florestais 5 525 76 5 535 76 6 215 86


Espaços florestais arborizados 2 478 34 5 124 71 5 804 80
Az 0 0 0 0 0 0
Cv 122 5 2 255 44 2 255 39
Ct 85 3 102 2 782 13
Ec 5 <1 0 0 0 0
Montemuro Of 57 2 205 4 205 4
Or 152 6 205 4 205 4
Pb 2 057 83 2 357 46 2 357 41
Pm 0 0 0 0 0 0
Sb 0 0 0 0 0 0
Povoamentos sujeitos a silvicultura intensiva 5 <1 0 0 0 0
Área queimada anualmente 621 11 332 6 62 1

Espaços florestais 4 129 96 4 129 96 4 129 96


Espaços florestais arborizados 442 10 892 21 892 21
Az 0 0 0 0 0 0
Cv 333 75 669 75 669 75
Ct 0 0 9 1 9 1
Ec 0 0 0 0 0 0
Olo Of 0 0 36 4 36 4
Or 0 0 9 1 9 1
Pb 109 25 169 19 169 19
Pm 0 0 0 0 0 0
Sb 0 0 0 0 0 0
Povoamentos sujeitos a silvicultura intensiva 0 0 0 0 0 0
Área queimada anualmente 140 3 83 2 41 1

Espaços florestais 19 812 79 19 956 80 19 956 80


Espaços florestais arborizados 9 158 37 9 778 39 9 778 39
Az 0 0 0 0 0 0
Cv 159 2 684 7 684 7
Ct 50 <1 98 1 98 1
Ec 46 <1 0 0 0 0
Padrela Of 1 155 13 1 662 17 1 662 17
Or 0 0 98 1 98 1
Pb 7 746 85 6 942 71 6 942 71
Pm 0 0 98 1 98 1
Sb 2 <1 196 2 196 2
Povoamentos sujeitos a silvicultura intensiva 46 1 0 0 0 0
Área queimada anualmente 1 788 9 1 197 6 200 1

231
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Área actual 20 anos 40 anos


Sub-Região Classes
(ha) % (ha) % (ha) %

Espaços florestais 5 015 61 5 386 66 6 066 74


Espaços florestais arborizados 2 353 29 3 142 38 3 822 47
Az 0 0 94 3 94 2
Cv 0 0 9 <1 9 <1
Ct 3 <1 10 <1 10 <1
Ec 0 0 0 0 0 0
Sabor Of 472 20 628 20 628 16
Or 312 13 329 11 329 9
Pb 857 36 767 25 767 20
Pm 0 0 17 <1 17 <1
Sb 709 30 1 288 41 1 968 51
Povoamentos sujeitos a silvicultura intensiva 0 0 0 0 0 0
Área queimada anualmente 97 2 54 1 60 1

Espaços florestais 7 759 63 8 474 69 9 155 75


Espaços florestais arborizados 5 680 46 7 155 59 7 835 64
Az 0 0 215 3 215 3
Cv 324 6 644 9 644 8
Ct 7 <1 14 <1 14 0
Ec 0 0 0 0 0 0
Tua Of 1 <1 72 1 72 1
Or 12 <1 18 <1 18 0
Pb 3 917 69 3 467 49 3 467 44
Pm 0 0 6 <1 6 <1
Sb 1 419 25 2 719 38 3 399 43
Povoamentos sujeitos a silvicultura intensiva 0 0 0 0 0 0
Área queimada anualmente 336 4 170 2 92 1

232
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

V
VIIIIII C
CAAR
RTTA
ASSÍÍN
NTTE
ESSE
E

Na Carta Síntese, estão representadas as sub-regiões homogéneas, os limites


dos Municípios que constituem a Região PROF, as Áreas Sensíveis que se desdobram
em Áreas Classificadas (áreas protegidas, sítios e ZPE’s) e as áreas de Risco Extremo
de incêndio.

Constam também desta carta a Rede Regional de Matas Modelo, as áreas


sujeitas a Regime Florestal e os Parques Florestais.

Surge ainda, representada nesta carta, a proposta de traçado de Corredores


Ecológicos.

Em pormenor e de forma a facilitar a sua interpretação, publica-se um conjunto


de cartas com os respectivos níveis de informação suficientemente desagregados.

233
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

A
ANNE
EXXO
OSS

ANEXO 1 – MODELOS DE SILVICULTURA

234
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Acer pseudoplatanus

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie meia- Função de 400/800 60/80 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos médios/grandes com plantas
sombra Produção: árv./ha árv/ha de raiz nua.
Produção de
madeira; Eliminação de 2-4 - Quando a vegetação entra em concorrência directa
vegetação com as jovens plantas.
Função de espontânea
Protecção:
recuperação de Eliminação de matos 2-4 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto com a
solos degradados; lenhosos parte inferior da copa.
protecção contra o
fogo. Rolagem (2 metros - A realizar nas plantas mal conformadas, com porte
de altura) arbustivo.
Função de
Conservação: Poda de formação 15-20 - Mediante intervenções frequentes, assegurando 200
Suporte à árv/ha bem conformadas aos 4, 6 e 8 m de altura.
conservação da
fauna; Desramação 21-25 - Altura a desramar nunca deverá ser superior de 1/3 a
1/2 da altura total da árvore. Não cortar ramos com
Função de diâmetro da base superior a 2-3 cm. Fazer 2 a 4
Silvopastorícia, passagens sucessivas intervaladas de 4 a 8 anos.
Caça e Pesca:
Suporte à caça e Desbastes 15-55 - Realização da operação quando houver contacto entre
espécies as copas. Selecção das árvores que chegarão a corte
cinegéticas; final.

Função de Corte final 70-74 - Corresponde ao termo de explorabilidade e à


Recreio e obtenção da receita principal do povoamento.
Paisagem:
enquadramento de
equipamentos Para as funções de Protecção, Silvopastorícia, Caça e Pesca e Recreio e Paisagem,
turísticos, infra-
estruturas, usos devem-se incrementar os momentos das intervenções em cerca de 20%. Para a
especiais, Função de Conservação sugere-se, além do referido, o aumento do compasso de
aglomerados
urbanos e instalação e a supressão de algumas operações, nomeadamente, redução da
monumentais; intensidade das desramas e desbastes.
recreio.

235
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Alnus glutinosa

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de meia-luz Função de 400/1000 60/100 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos médios com plantas de raiz
Protecção: árv/ha árv/ha nua e aproveitamento regeneração natural.
recuperação de Talhadia
solos degradados; Eliminação de 2-4 - Quando a vegetação entra em concorrência directa
protecção contra a vegetação com as jovens plantas.
erosão hídrica; espontânea
protecção contra o
fogo. Eliminação de matos 2-4 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto com a
lenhosos parte inferior da copa.
Função de
Conservação: Rolagem - A realizar nas plantas mal conformadas, com porte
conservação de arbustivo.
habitats.
Poda de Formação 15-20 - Mediante intervenções frequentes, assegurando 400
Função de árv/ha bem conformadas aos 2, 4 e 6 m de altura.
Silvopastorícia,
Caça e Pesca: Desramação 20-25 - Altura a desramar nunca deverá ser superior 1/3 a
suporte à caça e à 1/2 da altura total da árvore. Não cortar ramos com
pastorícia. diâmetro da base superior a 2-3 cm.

Recreio e Desbaste 15-50 - Realização da operação quando houver contacto entre


paisagem: as copas. Selecção das árvores que chegarão a corte
enquadramento de final.
equipamentos
turísticos, infra- Corte de realização 65-70 - Termo de explorabilidade.
estruturas, usos
especiais; recreio.

Para as funções de Silvopastorícia, Caça e Pesca e de Conservação sugere-se


efectuar a plantação a compassos mais largos, assim como a supressão de
algumas intervenções na função de Conservação, nomeadamente a desrama e
alguns desbastes.

236
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Arbutos unedo

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de meia- Função de 150/600 75/100 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos largos com plantas de raiz
sombra Produção: árv/ha árv./ha nua.
Produção de fruto Misto
e lenha; Eliminação de 2 - Quando a vegetação entra em concorrência directa
vegetação espontânea com as jovens plantas.
Função de
Protecção: contra Eliminação de matos 2 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto com
incêndios, erosão lenhosos a parte inferior da copa.
do solo e
ecossistemas Poda de Formação 2 - Mediante intervenções frequentes, assegurando 75
degradados; árv/ha bem conformadas.

Função de Desramação 7 - A realizar todos os 5 anos para eliminar ramos


conservação: débeis e secos.
conservação de
habitats; Corte de realização - Termo de explorabilidade.

Função de
Silvopastorícia,
Caça e Pesca:
suporte à caça e à
pastorícia.

Função de
Recreio e
Paisagem:
enquadramento de
equipamentos
turísticos, infra-
estruturas, usos
especiais; recreio.

237
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Betula alba

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de luz Função de 400/800 60/80 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos médios/grandes com plantas
Protecção: árv./ha árv/ha de raiz nua.
recuperação de
solos Eliminação de 2-4 - Quando a vegetação entra em concorrência directa
degradados; vegetação com as jovens plantas.
protecção espontânea
hídrica;
protecção contra Eliminação de matos 2-4 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto com a
o fogo. lenhosos parte inferior da copa.

Função de Rolagem (2 metros - A realizar nas plantas mal conformadas, com porte
Conservação: de altura) arbustivo.
conservação de
habitats. Poda de formação 15-20 - Mediante intervenções frequentes, assegurando 200
árv/ha bem conformadas,aos 4, 6 e 8 m de altura.
Função de
Silvopastorícia, Desramação 21-25 - Altura a desramar nunca deverá ser superior de 1/3
Caça e Pesca: a 1/2 da altura total da árvore. Não cortar ramos com
suporte à caça e diâmetro da base superior a 2-3 cm. Fazer 2 a 4
à pastorícia. passagens sucessivas intervaladas de 4 a 8 anos.

Recreio e Desbastes 15-55 - Realização da operação quando houver contacto


paisagem: entre as copas. Selecção das árvores que chegarão a
enquadramento corte final.
de equipamentos
turísticos, infra- Corte final 70-74 - Corresponde ao termo de explorabilidade e à
estruturas, usos obtenção da receita principal do povoamento.
especiais,
aglomerados
urbanos e
monumentais;
recreio.

238
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Castanea sativa

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de Função de 400/1200 80/200 Regular Puro Alto-fuste
Para a função de Produção de madeira
meia-luz Produção: árv/ha árv/ha
produção de Misto Instalação 0 - Plantação a compassos médios com plantas de raiz
madeira; nua, Regeneração natural e sementeira.
produção de
frutos e Eliminação de 2-4 - Quando a vegetação entra em concorrência directa
sementes vegetação com as jovens plantas.
(adoptam-se espontânea
compassos mais
largos). Eliminação de 2-4 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto com
matos lenhosos a parte inferior da copa.
Função de
Protecção: Poda de Formação 3-5 - Mediante intervenções frequentes, assegurando 400
recuperação de árv/ha bem conformadas.
solos
degradados;
protecção contra Rolagem 5-6 - A realizar nas plantas mal conformadas, com porte
o fogo. arbustivo.

Função de Desramação 7-9 - Altura a desramar nunca deverá ser superior 1/3 a
Conservação: 1/2 da altura total da árvore. Não cortar ramos com
Suporte à diâmetro da base superior a 2-3 cm.
conservação de
fauna e flora; Desbaste 13-40 - Realização da operação quando houver contacto
entre as copas. Selecção das árvores que chegarão a
Função de corte final.
Silvopastorícia,
Caça e Pesca: Corte de realização 40-45 - A realizar quando as árvores apresentarem entre
suporte à caça e 24-26 m
à pastorícia.

Função de
Recreio e
Paisagem:
enquadramento Para a produção de fruto sugere-se a plantação a compasso mais largo (10m x
de equipamentos 10m) e a enxertia de garfos provenientes de variedades frutíferas, além das
turísticos, infra- podas de frutificação.
estruturas, usos Para as funções de Protecção, Conservação, Silvopastorícia, Caça e Pesca e
especiais, Recreio e Paisagem, devem-se incrementar os momentos das intervenções em
aglomerados cerca de 20%
urbanos e
monumentais;
recreio.

239
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Cedrus atlantica

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de Função de 1100/1300 300/500 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compasso apertado
Luz/meia-luz Produção: árv/ha árv/ha
produção de Eliminação de 2-10 - Quando a vegetação entra em concorrência directa
madeira. vegetação com as jovens plantas.
espontânea
Função de
Recreio e Eliminação de 2-10 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto com
Paisagem: matos lenhosos a parte inferior da copa.
enquadramento
de equipamentos Limpeza do 10-15 - Realiza-se usando um critério selectivo, removendo
turísticos, infra- Povoamento as árvores mortas, doentes e de pior qualidade.
estruturas, usos
especiais, Desramação 10-20 - Efectuar a pré-selecção de 500/600 árvores de
aglomerados futuro e efectuar a operação nas árvores pré –
urbanos e escolhidas com periodicidade de 10 anos.
monumentais;
recreio. Desbastes 20-30 - Realizar esta operação quando houver contacto
entre as copas das árvores (a cada 10 anos,
aproximadamente). Retirar árvores mortas, doentes
ou mal conformadas. Realização de receitas
intermédias.

Corte de realização 60-70 - Corresponde ao termo de explorabilidade.

240
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Chamaecyparis lawsoniana

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de Função de 1800/2200 400/750 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compasso apertado
meia-luz Protecção: árv/ha árv/ha
protecção contra Eliminação de 2-10 - Quando a vegetação entra em concorrência directa
a erosão eólica; vegetação com as jovens plantas.
protecção contra espontânea
o fogo.
Eliminação de 2-10 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto com
Função de matos lenhosos a parte inferior da copa.
Recreio e
Paisagem: Limpeza do 10-20 - Realiza-se usando um critério selectivo, removendo
enquadramento Povoamento as árvores mortas, doentes e de pior qualidade.
de equipamentos
turísticos, infra- Desbaste 20-35 - Realizar esta operação nos períodos indicados,
estruturas, usos 40-50 abatendo entre 30% e 40% das árvores. O critério
especiais, 55-65 dos desbastes deverá ser selectivo pelo baixo.
aglomerados Realização de receitas intermédias.
urbanos e
monumentais; Corte de realização 70-80 - Corresponde ao termo de explorabilidade.
recreio.

241
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO
Corylus avellana

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
- Função de 150/600 150/600 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos largos com plantas de raiz
Produção: árv/ha árv/ha nua.
Produção de fruto Misto
e lenha; Eliminação de 2 - Quando a vegetação entra em concorrência directa
vegetação espontânea com as jovens plantas.
Função de
Protecção: contra Eliminação de matos 2 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto com
incêndios, erosão lenhosos a parte inferior da copa.
do solo e
ecossistemas Desramação 5 - Mediante intervenções frequentes, assegurando 75
degradados; árv/ha bem conformadas. A realizar todos os 5 anos
para eliminar ramos débeis e secos.
Função de
conservação: Corte de realização - Termo de explorabilidade.
conservação de
habitats;

Função de
Silvopastorícia,
Caça e Pesca:
suporte à caça e
conservação das
espécies
cinegéticas;
suporte à
pastorícia.

Função de
Recreio e
Paisagem:
enquadramento de
equipamentos
turísticos, infra-
estruturas, usos
especiais; recreio.

242
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Cupressus lusitânica

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de luz Função de 1300/1700 300/500 Regular Puro/Misto Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compasso apertado
Produção: árv./ha árv/ha
produção de Eliminação de 2-10 - Quando a vegetação entra em concorrência directa
madeira. vegetação com as jovens plantas.
espontânea

Eliminação de 2-10 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto com


matos lenhosos a parte inferior da copa.

Limpeza do 4-6 - Realiza-se usando um critério selectivo, removendo


Povoamento as árvores mortas, doentes e de pior qualidade.

Desramação 4-18 - Efectuar a desrama até 1/3 da altura total da


árvore.

Desbastes 13-35 - Realizar esta operação quando houver contacto


entre as copas das árvores. Desbaste selectivo pelo
baixo. Realização de receitas intermédias.

Corte de realização 40-45 - Corresponde ao termo de explorabilidade.

243
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO
Cupressus sempervirens

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de luz Função de 1300/1600 600/800 Regular Puro/Misto Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compasso apertado
Recreio: árv./ha árv/ha
enquadramento Eliminação de 2-10 - Quando a vegetação entra em concorrência directa
de equipamentos vegetação com as jovens plantas.
turísticos, infra- espontânea
estruturas, usos
especiais, Eliminação de 2-10 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto com
aglomerados matos lenhosos a parte inferior da copa.
urbanos e
monumentais; Limpeza do 6-10 - Realiza-se usando um critério selectivo, removendo
recreio. Povoamento as árvores mortas, doentes e de pior qualidade.

Desramação 8-24 - Efectuar a desrama até 1/3 da altura total da


árvore.

Desbastes 20-25 - Realizar esta operação quando houver contacto


entre as copas das árvores. Retirar árvores mortas,
doentes ou mal conformadas. Realização de receitas
intermédias.

Corte de realização 60-70 - Corresponde ao termo de explorabilidade

244
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Eucalyptus sp

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de Função de 1100/1400 600 árv/ha Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compasso apertado
Luz Produção: árv/ha
produção de Talhadia Eliminação de 2-10 - Quando a vegetação entra em concorrência directa
madeira; vegetação com as jovens plantas.
produção de 1100/1400 espontânea
outros materiais árv./ha (no
vegetais e caso da Eliminação de 2-10 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto com
orgânicos. produção de matos lenhosos a parte inferior da copa.
lenho para
trituração) Desramação 2-4 - Retirar os ramos do primeiro terço do fuste de
todas as árvores.

Desbastes 10-14 - Desbaste sistemático retirando 50% das árvores.

Corte de Realização 25-30 - Corresponde ao termo de explorabilidade (entre o


20º e o 30º ano)

No caso da produção de lenho para trituração, o corte de realização é


antecipado para os 9-14 anos, sendo as operações intermédias suprimidas (à
excepção da eliminação da vegetação espontânea e limpeza de matos),
mantendo-se a densidade inicial até ao fim da revolução.

245
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Fagus sylvatica

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção hdom (m) Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de meia- Função de 800/1200 120/170 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos médios com plantas de raiz
sombra Produção: árv/ha árv/ha nua.
produção de
madeira. Limpezas 1,5-3 - Eliminação dos indivíduos mal conformados,
doentes ou mortos.
Função de
Recreio e Selecção e 3-5 - Escolha e desrama das 120-170 árvores de futuro.
Paisagem: desrama das
enquadramento árvores futuro
de equipamentos
turísticos, infra- Desbaste 16 - Pelo alto misto deixando 600 a 800 árv/ha
estruturas, usos
especiais, Desbaste 18 - Pelo alto misto deixando 400 a 550 árv/há
aglomerados
urbanos e Desbaste 20 - Pelo alto misto deixando 260 a 350 árv/ha
monumentais;
recreio. Desbaste 22 - Pelo alto misto deixando 120 a 170 árv/ha

Corte de realização 24 - Corresponde ao termo de explorabilidade

246
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Fraxinus angustifolia

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério
Inicial Final
Espécie de meia-luz Função de 400/1000 60/100 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos médios com plantas de raiz
Protecção: árv/ha árv/ha nua e aproveitamento regeneração natural.
recuperação de
solos degradados; Eliminação de 2-4 - Quando a vegetação entra em concorrência directa
protecção hídrica; vegetação com as jovens plantas.
protecção contra o espontânea
fogo.
Eliminação de 2-4 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto com
Função de matos lenhosos a parte inferior da copa.
Conservação:
conservação de Rolagem - A realizar nas plantas mal conformadas, com porte
habitats; arbustivo.

Função de Poda de Formação 15-20 - Mediante intervenções frequentes, assegurando 400


Silvopastorícia, árv/ha bem conformadas aos 2, 4 e 6 m de altura.
Caça e Pesca:
suporte à pesca e Desramação 21-25 - Altura a desramar nunca deverá ser superior 1/3 a
à pastorícia. 1/2 da altura total da árvore. Não cortar ramos com
diâmetro da base superior a 2-3 cm.
Função de
Recreio e Desbaste 15-55 - Realização da operação quando houver contacto
Paisagem: entre as copas. Selecção das árvores que chegarão a
enquadramento corte final.
de equipamentos
turísticos, infra- Corte de realização 70-74 - Termo de explorabilidade.
estruturas, usos
especiais,
aglomerados Para as funções de Silvopastorícia, Caça e Pesca e de Conservação sugere-se
urbanos e efectuar a plantação a compassos mais largos, assim como a supressão de
monumentais; algumas intervenções na função de Conservação, nomeadamente a desrama e
recreio. alguns desbastes.

247
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Fraxinus excelsior

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de meia-luz Função de 400/1000 60/100 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos médios com plantas de
Produção: árv/ha árv/ha raiz nua e aproveitamento regeneração natural
produção de
madeira. Eliminação de 2-4 - Quando a vegetação entra em concorrência
vegetação directa com as jovens plantas.
Função de espontânea
Silvopastorícia,
Caça e Pesca: Eliminação de 2-4 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto
suporte à pesca e matos lenhosos com a parte inferior da copa.
à pastorícia.
Rolagem 2-4 - A realizar nas plantas mal conformadas, com
Função de porte arbustivo.
Recreio e
Paisagem: Poda de formação 13-17 - Mediante intervenções frequentes, assegurando
enquadramento 400 árv/ha bem conformadas, entre os 2 e os 10
de equipamentos m de altura.
turísticos, infra-
estruturas, usos Desramação 18-22 - Altura a desramar nunca deverá ser superior 1/3
especiais, a 1/2 da altura total da árvore. Não cortar ramos
aglomerados com diâmetro da base superior a 2-3 cm.
urbanos e
monumentais; Desbaste 23-53 - Realização da operação quando houver contacto
recreio. entre as copas. Selecção das árvores que chegarão
a corte final (ciclos de aproximadamente 10 anos).

Corte de realização 58-62 - A realizar quando as árvores apresentarem entre


55 e 65 anos.

Para a função de Silvopastorícia, Caça e Pesca sugere-se efectuar a


plantação a compassos mais largos.

248
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Juglans regia

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de meia Função de 800/1000 80/100 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos médios com plantas de raiz
sombra Produção: árv./ha árv./ha nua.
produção de
madeira; Limpeza 2-4 - A realizar manualmente, num raio de 0,50 a 1 m
produção de localizada em volta das plantas.
frutos e
sementes Rolagem 2-4 - A realizar nas plantas mal conformadas, com porte
arbustivo.

Poda de 3-5 - Mediante intervenções frequentes, assegurando


formação 400 árv/ha bem conformadas aos 2, 4 e 6 m de
altura.

Desramação 10-13 - Altura a desramar nunca deverá ser superior 1/3 a


1/2 da altura total da árvore. Não cortar ramos com
diâmetro da base superior a 2-3 cm.

Desbaste 13-60 - Realização da operação quando houver contacto


entre as copas. Selecção das árvores que chegarão
a corte final.

Corte de 70-80 - Corresponde ao termo de explorabilidade e à


realização obtenção da receita principal do povoamento.

Para a produção de fruto sugere-se a plantação a compassos mais largo e a


enxertia de garfos provenientes de variedades frutíferas, além das podas de
frutificação.

249
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Larix x eurolepis

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de luz Função de 600/1200 80/400 árv/ha Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos médios com plantas de raiz
Silvopastorícia, árv/ha nua.
Caça e Pesca:
suporte à caça e Eliminação da 2-4 - A realizar manualmente, num raio de 0,50 a 1 m em
à pastorícia. vegetação volta das plantas.
espontânea
Função de
Recreio e Limpeza de 10-15 - Eliminação das árvores mortas, doentes ou
Paisagem: povoamento defeituosas.
enquadramento
de equipamentos Desramação 10-20 - A realizar em 400 árv/ha. A altura a desramar nunca
turísticos, infra- deverá ser superior 1/3 a 1/2 da altura total da árvore.
estruturas, usos Não cortar ramos com diâmetro da base superior a 2-3
especiais, cm. Realizar nova desrama aos 20 anos.
aglomerados
urbanos e Desbaste 20-30 - Realização da operação quando houver contacto entre
monumentais; 30-40 as copas. Selecção das árvores que chegarão a corte
recreio. 40-50 final.

Corte de 50-60 - Corresponde ao termo de explorabilidade e à obtenção


realização da receita principal do povoamento.

250
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Pinus nigra

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de luz Função de 600/1700 130/500 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos apertados com plantas de
Produção: árv/ha árv/ha contentor;
produção de Misto
madeira. Limpeza de mato 2-3 - Quando a vegetação espontânea entra em
concorrência directa com as jovens plantas;

Eliminação de 3-6 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto com a


matos lenhosos parte inferior da copa;

Desramação 6 - Desrama (até 1/3 da altura) de 400 árvores até 2,5m


de altura; Executar poda de formação, se necessário.

Desramação 9 - Desrama (até 1/3 da altura) de 300 árvores até 4m


de altura;

Desbste 9 - Desbaste selectivo pelo baixo. Realizar a operação


quando houver contacto entre as copas das árvores.

Desramação 12 - Desrama (até 1/3 da altura) de 200 árvores até 6m


de altura;

Desbastes 16-23 - Desbaste selectivo pelo baixo. Realizar a operação


quando houver contacto entre as copas das árvores.

Corte de 24-26 - Corresponde ao termo de explorabilidade e à


realização obtenção da receita principal do povoamento

251
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Pinus pinaster

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de luz Função de 600/1700 130/500 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos apertados com plantas de
Produção: árv/ha árv/ha contentor;
produção de Misto
madeira; Limpeza de mato 2-5 - Quando a vegetação espontânea entra em
concorrência directa com as jovens plantas;
Função de
Protecção: Eliminação de 2-5 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto com a
recuperação de matos lenhosos parte inferior da copa;
solos
degradados; Limpeza do 8-10 - Povoamentos com densidade superior a 1500
Povoamento árv./ha: usar um critério selectivo, removendo árvores
mortas, doentes e de pior qualidade;
- Povoamentos com densidade inferior a 1500 árv/ha:
retirar apenas as árvores mortas, doentes.

Desramação 10-15 - Desrama em árvores que atingirão o corte final. Só


se desramam árvores com DAP compreendido entre os
10 e os 15 cm. Não se devem cortar ramos com mais
de 2 a 3 cm de diâmetro de base.

Desbastes 15-40 - Desbaste selectivo pelo baixo. Realizar a operação


quando houver contacto entre as copas das árvores
(frequência de aproximadamente 10 anos).

Corte de 40-45 - Corresponde ao termo de explorabilidade e à


realização obtenção da receita principal do povoamento

Para a Função de Protecção sugere-se, sempre que necessário, a adopção de


compassos mais largos e o aumento do tempo de permanência em cerca de
20%.

252
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Pinus pinea

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de luz Função de 500/1200 200/400 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos médios com plantas de
Produção: árv/ha árv/ha contentor;
produção de
madeira e fruto; Limpeza de mato 2-15 - Quando a vegetação espontânea entra em
concorrência directa com as jovens plantas;
Função de
Protecção: Eliminação de 2-15 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto com
recuperação de matos lenhosos a parte inferior da copa;
solos
degradados; Desramação 20-25 - A efectuar sobre o fuste, removendo apenas os do
terço inicial do tronco;
Função de
Recreio e Desbastes 20-60 - Desbaste selectivo pelo baixo. Realizar a operação
Paisagem: quando houver contacto entre as copas das árvores,
enquadramento retirando em cada operação cerca de 20% dos
de equipamentos indivíduos. A periodicidade dos desbastes deverá ser
turísticos, infra- de, aproximadamente, 5 em 5 anos.
estruturas, usos
especiais, Corte de realização 80-100 - Corresponde ao termo de explorabilidade e à
aglomerados obtenção da receita principal do povoamento
urbanos e
monumentais;
recreio. Para a produção de fruto sugere-se a plantação a compassos mais largo e a
inclusão de podas aos 20-25, 35-40 e aos 50-60 anos para se cortarem os ramos
que não produzam flores femininas.
Para o modelo de Protecção sugere-se, sempre que necessário, a plantação a
compassos mais largos e o diferimento do Corte de realização para cerca de
20% a mais do estabelecido.

253
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Pinus radiata

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de meia- Função de 600/1700 130/500 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos apertados com plantas de
luz Produção: árv/ha árv/ha contentor;
produção de
madeira. Limpeza de mato 2-5 - Quando a vegetação espontânea entra em
concorrência directa com as jovens plantas;

Eliminação de 2-5 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto com


matos lenhosos a parte inferior da copa;

Desramação 5-10 -Quando o povoamento for de baixa densidade, é


necessário realizar desrama artificial. Desramar até
1/3 da altura das árvores. Não se devem cortar
ramos com mais de 2 a 3 cm de diâmetro de base.

Desbaste 8-10 - Desbaste selectivo pelo baixo. Realizar a operação


15-18 quando houver contacto entre as copas das árvores
(aproximadamente nas idades indicadas).

Corte de realização 20-25 - Corresponde ao termo de explorabilidade e à


obtenção da receita principal do povoamento

254
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Pinus sylvestris

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de meia-luz Função de 600/2000 150/400 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos apertados com plantas de
Produção: árv/ha árv/ha contentor;
produção de Misto
madeira; Limpeza de mato 5-10 - Quando a vegetação espontânea entra em
concorrência directa com as jovens plantas;
Função de
Protecção: Eliminação de 5-10 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto com
recuperação de matos lenhosos a parte inferior da copa;
solos
degradados; Limpeza do 10-15 - Povoamentos com densidade superior a 1500
povoamento árv/ha: usar um critério selectivo, removendo
Função de árvores mortas, doentes e de pior qualidade;
Recreio e Povoamentos com densidade inferior a 1500 árv/ha:
Paisagem: retirar apenas as árvores mortas, doentes.
enquadramento
de Desramação 10-15 - Realizar a operação nas árvores pré-escolhidas
equipamentos 20-30 como árvores de futuro (500-600 árv/ha). Desramar
turísticos, infra- cerca de 1/3 da altura das árvores.
estruturas,
usos especiais, Desbastes 20-30 - 1º e 2º Desbaste selectivo pelo alto misto, os
aglomerados restantes desbastes serão pelo baixo. Realizar a
urbanos e operação quando houver contacto entre as copas das
monumentais; árvores.
recreio.
Corte de realização 60-70 - Corresponde ao termo de explorabilidade e à
obtenção da receita principal do povoamento.

Para a Função de Protecção sugere-se, sempre que necessário, a adopção de


compassos mais largos e uma permanência de mais 20%.

255
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Platanus hispanica

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de Luz Função de 400/1000 60/100 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos médios/grandes com
Produção: árv./ha árv./ha plantas de raiz nua.
produção de Misto
madeira; Eliminação de 2-4 - Quando a vegetação entra em concorrência
vegetação directa com as jovens plantas.
espontânea

Eliminação de 2-4 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto


matos lenhosos com a parte inferior da copa.

Rolagem (2 metros - A realizar nas plantas mal conformadas, com


de altura) porte arbustivo.

Poda de formação 15-20 - Mediante intervenções frequentes, assegurando


200 árv/ha bem conformadas, aos 4, 6 e 8 m de
altura.

Desramação 21-25 - Altura a desramar nunca deverá ser superior de


1/3 a 1/2 da altura total da árvore. Não cortar
ramos com diâmetro da base superior a 2, 3 cm.
Fazer 2 a 4 passagens sucessivas intervaladas de 4
a 8 anos.

Desbastes 15-55 - Realização da operação quando houver contacto


entre as copas. Selecção das árvores que chegarão
a corte final.

- Corresponde ao termo de explorabilidade e à


Corte final 70-74
obtenção da receita principal do povoamento.

256
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Populus sp.

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de luz Função de 200/400 200/400 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos largos e definitivos por
Produção árv/ha árv/ha estacaria;
(apenas para o Talhadia
Populus x Limpezas inter- 2-5 - Quando a vegetação espontânea entra em
canadensis): específicas concorrência directa com as jovens plantas;
produção de
madeira;
Poda de formação 1-5 - A realizar partir do primeiro ano até ao quinto para
Função de eliminar os ramos mais grossos, os que competem
Sivopastorícia, com o eixo principal e as bifurcações
Caça e Pesca:
Suporte à caça, Desramação - Necessária até uma altura média de 8 metros, uma
pesca e artificial vez que o choupo desrama naturalmente mal.
pastorícia; Desramar cerca de 1/3 da altura das árvores

Função de Corte de realização 12-20 - Corresponde ao termo de explorabilidade e à


Conservação obtenção da receita principal do povoamento.
(apenas para o
Populus
Para a Função de Silvopastorícia, Caça e Pesca e Conservação sugere-se a
nigra):
supressão de algumas operações, nomeadamente algumas podas e desramas e
conservação de
o aumento do tempo de permanência em cerca de 50%.
habitats.

257
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO
Prunus avium

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de Luz Função de 400/1000 60/100 Regular Puro Alto-fuste
Para a Função de Produção
Produção: árv./ha árv./ha
produção de Misto Instalação 0 - Plantação a compassos médios/grandes com
madeira e fruto; plantas de raiz nua.

Função de Eliminação de 2-4 - Quando a vegetação entra em concorrência


conservação: vegetação directa com as jovens plantas.
conservação de espontânea
habitats;
Eliminação de 2-4 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto
Função de matos lenhosos com a parte inferior da copa.
Silvopastorícia,
Caça e Pesca: Rolagem (2 metros - A realizar nas plantas mal conformadas, com
suporte à caça e de altura) porte arbustivo.
à pastorícia.
Poda de formação 15-20 - Mediante intervenções frequentes, assegurando
Função de 200 árv/ha bem conformadas aos 4, 6 e 8 m de
Recreio e altura.
Paisagem:
enquadramento Desramação 21-25 - Altura a desramar nunca deverá ser superior de
de equipamentos 1/3 a 1/2 da altura total da árvore. Não cortar
turísticos, infra- ramos com diâmetro da base superior a 2-3 cm.
estruturas, usos Fazer 2 a 4 passagens sucessivas intervaladas de 4
especiais, a 8 anos.
aglomerados
urbanos e Desbastes 15-55 - Realização da operação quando houver contacto
monumentais; entre as copas. Selecção das árvores que chegarão
recreio. a corte final.

Corte final 70-74 - Corresponde ao termo de explorabilidade e à


obtenção da receita principal do povoamento.

Para as funções, Silvopastorícia, Caça e Pesca e Recreio e Paisagem, devem-se


incrementar os momentos das intervenções em cerca de 20%. Para a Função
de Conservação sugere-se, além do referido, o aumento do compasso de
instalação e a supressão de algumas operações, nomeadamente, reduzindo a
intensidade das desramas e desbastes.

258
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Pseudotsuga menziesii

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de meia- Função de 1100/1300 150/250 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos apertados com plantas de
luz Produção: árv/ha árv/ha contentor.
produção de
madeira. Limpeza de mato 2-10 - Quando a vegetação espontânea entra em
concorrência directa com as jovens plantas.
Função de
Recreio e Eliminação de 2-10 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto com
Paisagem: matos lenhosos a parte inferior da copa.
Enquadramento
estético da Limpeza do 10-15 - Reduzir a densidade usando um critério selectivo,
paisagem, de Povoamento removendo árvores mortas, doentes e de pior
equipamentos qualidade (com forma deficiente).
turísticos, infra-
estruturas, Desramação 10-15 - Realizar a operação nas árvores pré-escolhidas
usos especiais; como árvores de futuro (200-300 árv/ha). Desramar
recreio. cerca de 1/3 da altura das árvores.

Desramação 20-30 Realizar a operação nas árvores pré-escolhidas como


árvores de futuro (150-220 árv/ha). Desramar cerca
de 1/3 da altura das árvores.

Desbastes 20-30 - Desbaste selectivo pelo alto misto, sendo o último


30-40 (40-50 anos) desbaste selectivo pelo baixo. Realizar
40-50 a operação quando houver contacto entre as copas
das árvores.

Corte de realização 60-70 - Corresponde ao termo de explorabilidade (55 a 65


anos) correspondendo à obtenção da receita
principal.

259
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quercus faginea

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de meia-luz Função de 600/2200 80/400 árv/ha Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos apertados com plantas de
Protecção: árv/ha contentor;
recuperação de
solos Eliminação da 2-4 - Quando a vegetação espontânea entra em
degradados, vegetação concorrência directa com as jovens plantas;
protecção contra espontânea
o fogo;
Limpeza de 4-8 - Eliminar árvores mal conformadas, ou corrigir a
Função de povoamento sua forma, consoante se faça limpeza ou rolagem;
Conservação:
conservação de Desramação 8-12 - Suprimir os ramos, das melhores árvores, de
habitats; baixo para cima, até um 1/3 da altura total.
Realizar em 300 árv/ha em três passagens
Função de escalonadas no tempo.
Silvopastorícia,
Caça e Pesca: Desbaste 18-22 - 1º e 2º Desbaste selectivo pelo alto misto, os
suporte à caça e restantes desbastes serão pelo baixo. Realizar a
à pastorícia. operação quando houver contacto entre as copas
das árvores.
Função de
Recreio e Corte de realização 118-122 - Corresponde ao termo de explorabilidade e à
Paisagem: obtenção da receita principal do povoamento.
enquadramento
de equipamentos
turísticos, infra-
estruturas, usos
especiais, Para a Função de Protecção e de Silvopastorícia, Caça e Pesca, sempre que
aglomerados necessário, podem-se adoptar compassos mais largos. Para a Função de
urbanos e Conservação, deve-se adoptar compassos largos e diminuir a intensidade das
monumentais; intervenções, nomeadamente de desramas e desbastes.
recreio.

260
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quercus ilex

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de luz Função de 400/800 Área de Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação/sementeira a compassos médios,
Protecção: árv/ha coberto das largos, com plantas de contentor/bolota.
recuperação de copas entre Irregular Misto
solos degradados, 30 e 50% Limpeza da 2 - Quando a vegetação infestante entra em
protecção contra vegetação concorrência directa com as jovens plantas,
o fogo; arbustiva apenas ao redor das mesmas.

Função de 3-9 - Das plantas com tendência para ramificar e que


conservação: Desramação desenvolvam forma arbustiva. A altura a
conservação de desramar nunca deverá ser superior a 1/3 da
habitats; altura total.

Função de Poda de formação 10-20 - Seleccionar 2 a 4 pernadas bem distribuídas em


Silvopastorícia, torno do tronco, entre o 10º e o 20 ano.
Caça e Pesca:
suporte à caça e Desbastes 30-40 - Retirar aproximadamente 30 % das árvores em
à pastorícia. pé, nos primeiros desbastes e 25, 20 e 10 % nos
restantes, seleccionando as melhores árvores,
Função de mais bem conformadas e com melhores
Recreio e características de produção de fruto. Realizar esta
Paisagem: operação quando começar a haver contacto entre
enquadramento as copas das árvores.
de equipamentos
turísticos, infra- Podas de 33-43 - A periodicidade da sua realização é de 10 anos.
estruturas, usos manutenção A sua execução deve ser desfasada da dos
especiais, desbastes de, pelo menos, três anos.
aglomerados
urbanos e Corte de realização 110-120 - Corresponde ao termo de explorabilidade,
monumentais; devendo a regeneração do povoamento ser
recreio. assegurada pela regeneração natural.

261
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quercus pyrenaica

Comportamento Aplicação Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de meia-luz Função de 600/2500 80/100 Regular Puro Alto-fuste
Para a Função de Produção
Produção: árv/ha árv/ha
produção de Irregular Misto Instalação 0 Plantação a compassos médios com plantas de raiz
madeira; nua.

Função de Limpeza da 2-4 - Quando a vegetação entra em concorrência


Protecção: vegetação directa com as jovens plantas.
recuperação de herbácea e
solos degradados, arbustiva.
protecção contra
o fogo; Rolagem (entre 3 e - A efectuar nas plantas mal conformadas, com
6 metros de altura) porte arbustivo.
Função de
conservação: Poda de Formação 4-10 - A realizar em plantas bem distribuídas possantes
conservação de e bem conformadas, mediante intervenções
habitats; frequentes, assegurando 400 árv/ha bem
conformadas aos 2, 4 e 6 m de altura.
Função de
Silvopastorícia, Desramação 10-18 - Faz-se através de 2 a 4 passagens sucessivas,
Caça e Pesca: intervaladas de 2 a 4 anos. A altura a desramar
suporte à caça e à nunca deverá ser superior 1/3 a 1/2 da altura total
pastorícia. da árvore.

Função de Desbaste 18-22 - Realização da operação quando houver contacto


Recreio e entre as copas. Selecção das árvores que chegarão
Paisagem: a corte final. Desbaste selectivo pelo alto misto nos
enquadramento primeiros desbastes e desbaste selectivo pelo baixo
de equipamentos nos últimos.
turísticos, infra-
estruturas, usos Corte de realização 118-122 - Corresponde ao termo de explorabilidade e
especiais, obtenção da receita principal do povoamento.
aglomerados
urbanos e
monumentais;
Para as Funções de Silvopastorícia, Caça e Pesca e Recreio e Paisagem,
recreio.
devem-se incrementar os momentos das intervenções em cerca de 20%.
Para a Função de Conservação deve-se, além disso, reduzir a intensidade de
algumas intervenções, nomeadamente desramas e desbastes.

262
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quercus robur

Comportamento Sub-função Geral Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de luz Função de 1000/2500 60/100 Regular Puro Alto-fuste
Para a função de Produção
Produção: produção árv/ha árv/ha
de madeira; Misto Instalação 0 - Plantação a compassos médios/apertados com
plantas de raiz nua.
Função de
Protecção: Limpeza da 2-4 - Quando a vegetação entra em concorrência
recuperação de solos vegetação directa com as jovens plantas.
degradados, protecção herbácea e
contra o fogo; arbustiva.

Função de Limpeza do 2-4 - Quando a densidade exceder 1000 plantas/ha,


conservação: povoamento eliminando as árvores mal conformadas.
conservação de
habitats; Rolagem (entre 3 e - Quando a densidade for inferior a 1000
6 metros de altura) plantas/ha, nas plantas mal conformadas, com
Função de porte arbustivo.
Silvopastorícia,
Caça e Pesca: Poda de Formação 4-10 - A realizar em plantas bem distribuídas
suporte à caça e à possantes e bem conformadas, mediante
pastorícia. intervenções frequentes, assegurando 400
árv/ha bem conformadas, aos 2, 4 e 6 m de
Função de Recreio e altura.
Paisagem:
enquadramento de Desramação 10-18 - Faz-se através de 2 a 4 passagens sucessivas,
equipamentos intervaladas de 2 a 4 anos. A altura a desramar
turísticos, infra- nunca deverá ser superior 1/3 a 1/2 da altura
estruturas, usos total da árvore.
especiais,
aglomerados urbanos Desbaste 18-22 - Realização da operação quando houver
e monumentais; contacto entre as copas. Selecção das árvores
recreio. que chegarão a corte final. Desbaste selectivo
pelo alto misto nos primeiros desbastes e
desbaste selectivo pelo baixo nos últimos.

Corte de realização 118-122 - Corresponde ao termo de explorabilidade e


obtenção da receita principal do povoamento
(115 e 120 anos).

Para as Funções de Silvopastorícia, Caça e Pesca e Recreio e Paisagem,


devem-se incrementar os momentos das intervenções em cerca de 20%.
Para a Função de Conservação deve-se, além disso, reduzir a intensidade
de algumas intervenções, nomeadamente desramas e desbastes.

263
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quercus rubra

Comportamento Sub-função Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Geral Inicial Final
Espécie de luz Função de 600/1400 80/100 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos médios com plantas de raiz
Produção: árv/ha árv/ha nua
produção de Misto
madeira; Limpeza da 2-4 - Quando a vegetação entra em concorrência directa
vegetação com as jovens plantas.
Função de herbácea e
Recreio e arbustiva.
Paisagem:
enquadramento Limpeza do 3-6 - Quando a densidade exceder 1000 plantas/ha,
de povoamento eliminando as árvores mal conformadas.
equipamentos
turísticos, Rolagem 3-6 - Quando a densidade for inferior a 1000 plantas/ha
infra- nas plantas mal conformadas, com porte arbustivo.
estruturas,
usos especiais, Poda de Formação 13-17 - A realizar em plantas bem distribuídas possantes e
aglomerados bem conformadas, mediante intervenções
urbanos e frequentes, assegurando 400 árv/ha bem
monumentais; conformadas aos 2, 4 e 6 m de altura.
recreio.
Desramação 14-20 - Faz-se através de 2 a 4 passagens sucessivas,
intervaladas de 2 a 4 anos. A altura a desramar
nunca deverá ser superior 1/3 a 1/2 da altura total
da árvore.

Desbaste 13-17 - Realização da operação quando houver contacto


entre as copas. Primeiros 3 desbastes selectivos
pelo alto misto, passando depois a selectivo pelo
baixo. Selecção das árvores que chegarão a corte
final.

Corte de realização 58-62 - Corresponde ao termo de explorabilidade e à


obtenção da receita principal do povoamento (55 e
65 anos).

264
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO

Quercus suber

Comportamento Sub-função Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Geral Inicial Final
Espécie de meia-luz Função de 200/700 50/150 Regular Puro Alto-fuste
Para a Função de Produção
Produção: árv/ha árv/ha
produção de Misto Instalação 0 - Plantação/sementeira a compassos médios,
cortiça; largos, com plantas de contentor/bolota.
Controlo da 2 - Quando a vegetação infestante entra em
Função de
vegetação concorrência directa com as jovens plantas,
Protecção:
concorrente apenas ao redor das mesmas.
recuperação de
solos degradados, Desramação 4-9 - Das plantas com tendência para ramificar e que
protecção contra desenvolvam forma arbustiva. A altura a
o fogo; desramar nunca deverá ser superior a 1/3 da
altura total.
Função de
Desbastes 10-15 - Retirar as árvores defeituosas e todas as
conservação:
necessárias para reduzir a densidade em 30%.
conservação de
habitats; Desramação 10-15 - Não ultrapassar 1/3 da altura total dos
indivíduos.
Função de Desbóia 25-35 - A realizar entre o 25º e 35º ano. O perímetro
Silvopastorícia, mínimo a 1.30 m do solo é de 70 cm e a altura
Caça e Pesca: máxima a descortiçar não pode exceder duas
suporte à caça e vezes o valor daquele perímetro.
à pastorícia.
Poda de formação 28-38 - Remover todos os ramos laterais até uma altura
Função de de 3m, não retirando mais de 30% da copa viva.
Recreio e Desbastes 21-41 - Retirar aproximadamente 30 % das árvores em
Paisagem: pé, nos primeiros desbastes e 25, 20 e 10 % nos
enquadramento restantes, seleccionando as melhores árvores,
de equipamentos mais bem conformadas e com melhores
turísticos, infra- características de produção de cortiça.
estruturas, usos
especiais, Podas de A partir 40º - A efectuar sempre que necessário e nunca nos
aglomerados manutenção ano três anos imediatamente anteriores ou posteriores
urbanos e ao descortiçamento.
monumentais; Descortiçamento 34-45 - Extracção da cortiça secundeira (30 e 45º ano);
recreio. Extracção da cortiça amadia (decorrido o tempo
mínimo fixado por lei). Deverão ser respeitadas as
alturas máximas de descortiçamento fixadas pela
legislação em vigor.
Abate 110-130 - Retirar a maioria das árvores iniciais,
assegurando a perpetuidade do povoamento a
partir da regeneração natural.

Para as Funções de Protecção, Conservação, Silvopastorícia, Caça e Pesca e


Recreio e Paisagem podem-se, se necessário, adoptar densidades mais baixas.
Para a Função de Conservação deve-se, além disso, reduzir a intensidade de
algumas intervenções, nomeadamente desramas e desbastes.

265
PLANO REGIONAL ORDENAMENTO FLORESTAL
DOURO
Salix sp.

Comportamento Sub-função Geral Densidade Densidade Estrutura Composição Regime Intervenção Idade Critério de aplicação
Inicial Final
Espécie de luz Função de 400/1000 60/100 Regular Puro Alto-fuste Instalação 0 - Plantação a compassos médios por estacaria.
Protecção: árv/ha árv/ha
protecção contra a
erosão hídrica; Eliminação de 2-4 - Quando a vegetação entra em concorrência
vegetação directa com as jovens plantas.
Função de espontânea
Silvopastorícia,
Caça e Pesca: Eliminação de 2-4 - Quando o estrato arbustivo entra em contacto
suporte à pesca. matos lenhosos com a parte inferior da copa.

Rolagem - A realizar nas plantas mal conformadas, com


porte arbustivo.

Poda de 15-20 - Mediante intervenções frequentes, assegurando


Formação 400 árv/ha bem conformadas aos 2, 4 e 6 m de
altura.

Desramação 21-25 - Altura a desramar nunca deverá ser superior


1/3 a 1/2 da altura total da árvore. Não cortar
ramos com diâmetro da base superior a 2-3 cm.

Desbaste 15-55 - Realização da operação quando houver contacto


entre as copas. Selecção das árvores que
chegarão a corte final.

Corte de 70-74 - Termo de explorabilidade.


realização
Para a Função de Silvopastorícia, Caça e Pesca sugere-se a adopção de
compassos mais largos

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