Dias, Luciano Alves Avaliação quantitativa de sustentabilidade
comunitária – análise de Olivença, Banco da Vitória e
Salobrinho, Ilhéus – Bahia /Luciano Alves Dias. – Ilhéus:UESC, 2010. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Santa Cruz. Programa de Pós- graduação em Cultura e Turismo. .xv, 173f. : il.; anexos.
INTRODUÇÃO
“ Sustentabilidade dentro de uma visão sistêmica está relacionada à continuidade
dos aspectos envolvidos. Simplificando, após os conceitos do Relatório Brundtland, elaborado em 1987, a sustentabilidade visa oferecer o melhor para uma localidade (pessoas e ambiente) no presente e no futuro. Para a Comissão Mundial de Ambiente e Desenvolvimento (2008), a sustentabilidade tem a função de suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir-se ao longo do tempo”. (PG.16)
De acordo com Heinberg (2007, p. 1), a essência do termo sustentável é bastante
simples: "aquilo que pode ser mantido ao longo do tempo". Implicitamente, isto significa que qualquer sociedade, ou qualquer aspecto da mesma, que seja não sustentável, não pode ser mantido por muito tempo deixando de funcionar em qualquer momento. (pg.17)
Indicadores no conceito de Beaudoux et al. (1993) servem para medir e comparar
situações complexas, podendo auxiliar na elaboração de planejamentos para o desenvolvimento sustentável. (pg 17)
Nesta pesquisa, os indicadores de sustentabilidade são instrumentos estatísticos
que permitem a avaliação do nível de sustentabilidade comunitária, e são utilizados para operacionalizar as variáveis definidas na metodologia, pautada na Rede Global de Ecovilas (2009). (pg.17)
O desenvolvimento sustentável vem sendo questionado e apresentado devido às
sucessivas crises ambientais, econômicas e sociais que colocaram na pauta as noções vigentes de desenvolvimento e progresso, crises essas apresentadas fortemente no início do século, sendo utilizado como vetor de um novo modelo de vida para o planeta, capaz de garantir, hoje e amanhã a sobrevivência do mesmo. Vem paulatinamente sendo difundido como uma alternativa que envolve toda população global. Entretanto, para que se possa partir em busca do desenvolvimento sustentável, é preciso assumir a não sustentabilidade do sistema capitalista. (pg.19)
Para analisar o desenvolvimento sustentável, é preciso que se alterem alguns
paradigmas a serem detectados em cada região para que se possa, através de estudo e esforço, alcançar sua autosustentabilidade. Delgado (1997, p. 8) entende que “o futuro de cada região é produto do entusiasmo, da perseverança e do planejamento, aliado a uma alta dose de consciência política e social”. Ele questiona veementemente o tipo de região que se deseja construir as oportunidades que a localidade deseja oferecer aos seus descendentes, bem como quais os princípios e valores que deverão ser resguardados do capitalismo selvagem disfarçado em progresso econômico. (pg.19)
Para que exista desenvolvimento sustentável, é preciso que seja feito um
planejamento estratégico visando gerir os recursos disponíveis na localidade e, de acordo com Buarque (2004), as propostas contemporâneas de desenvolvimento sustentável tendem a confirmar o planejamento como instrumento fundamental para orientar o futuro. Desse modo, o planejamento e o Estado (como agente regulador) ganham relevância e assumem papel vital na orientação para a sustentabilidade e para a construção de um novo estilo de desenvolvimento. Neste sentido, Lage e Milone (2001) corroboram sobre a necessidade do planejamento para que as comunidades não entrem em declínio constante. No processo do planejamento voltado para o desenvolvimento sustentável, todos os tipos de sustentabilidade citados nesse projeto devem ter o mesmo peso. (pg 20)