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Por que Açu é chamado de Superporto pág.

24

Itacitrus e Pumar: histórias de sucesso pág. 28

Artigo: os rumos de atuação da Camex pág. 32

INFORMEBB informeBB
Edição 83 | Ano 19 | 1º Trimestre | 2011

Exportar
é preciso
O que melhorou no
processo de exportação e o
INFORMEBB que precisa mudar
pág. 12

Entrevista: Admilson Monteiro Garcia


Diretor Internacional e de Comércio Exterior do BB fala
sobre a nova estratégia de atuação global do Banco
pág. 08
índice

Edição 83 | Ano 19 | 1º Trimestre | 2011

08 12 24 28

entrevista capa infraestrutura histórias que contam


Admilson Monteiro Garcia, diretor Diminuir a burocracia, ampliar a Conheça o Superporto do Açu, no Pumar
Internacional e de Comércio circulação de informações, litoral norte do Estado do Rio de Sediada no município de Mesquita
Exterior do Banco do Brasil, eliminar impostos em cascata: Janeiro – um empreendimento de (RJ), a Pumar manda 10 mil
revela as estratégias do BB os desafios no caminho da R$ 4,3 bilhões que começa a operar guarda-chuvas para o Japão todo
para tornar-se uma instituição simplificação do comércio exterior em 2012 e tem como conceito ano. A meta é fazer com que as
financeira de alcance global para os empresários brasileiros integrar um terminal logístico e uma exportações respondam por 50%
área industrial de grandes portes de seu faturamento

23
soluções BB
Fique por dentro da
nova fase da Revista
e saiba como vai
05 funcionar nosso 30
espaço informativo histórias que contam
conexão na internet Itacitrus
Leitores ressaltam
o papel da Revista 06 O exemplo vitorioso da Itacitrus,
que exporta limões tahiti de
na difusão de giro global
Itajobi (SP) para Alemanha,
informações sobre Os números da Balança Inglaterra e outros 11 países
exportação e Comercial, novas parcerias
importação, além do BB para apoiar os
de comentar a empresários e mais
infraestrutura do País

32
ponto de vista
Helder Silva Chaves, secretário-
22 executivo da Camex, e a missão
opinião de melhorar o ambiente de
Ricardo Martins e Elisabete Cristina negócios para as empresas
Carraco Cardoso, da Fiesp, defendem que atuam no comércio exterior
modernização das normas que
regem nossas exportações

1º trimestre 2011 03
expediente memo conexão

Conselho Diretor
presidente Aldemir Bendine vice-presidente de Varejo e Distribuição
Alexandre Corrêa Abreu vice-presidente de Negócios Internacionais e
de cara nova e cada vez mais Fonte de consulta e
Atacado Allan Simões Toledo vice-presidente de Crédito,­Controladoria e
Risco Global Danilo Angst vice-presidente de Finanças, Mercado de Capitais ao lado do empresário brasileiro informação para debates em
curso de Pós-Graduação
e Relações com Investidores Ivan de Souza Monteiro vice-presidente de
Tecnologia e Logística Geraldo Afonso Dezena da Silva vice-presidente de
Agronegócios Luís Carlos Guedes Pinto vice-presidente de Negócios de
Varejo Paulo Rogério Caffarelli vice-presidente de Governo Ricardo Antonio Sou membro da Rede Nacional de Agentes de Comércio
de Oliveira vice-presidente de Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria
Sustentável Robson Rocha
e Comércio Exterior (Redeagentes/MDIC) e trabalho
atualmente na implantação da Comissão de Comércio
Conselho Editorial Exterior do Maranhão como consultor master do Programa
Admilson Monteiro Garcia (BB), Alessandro Teixeira (Apex-Brasil), Armando de Internacionalização das Micro e Pequenas Empresas do
Medeiros de Faria [BB], Helder Silva Chaves (Camex), João Paulo Poppi [BB],
min. Norton de Andrade M. Rapesta (MRE/DPR) e Welber Barral (MDIC/Secex) Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
informeBB
INFORMEBB (Sebrae). Gostaria de dizer que a revista Comércio Exterior
Informe BB é um instrumento maravilhoso, que utilizo
Coordenação
como fonte de consulta e de informação para debates em sala
Diretoria Internacional e de Comércio Exterior O País e suas empresas vivem um momento decisivo. Com a corrente
diretor Admilson Monteiro Garcia gerente executivo João Paulo Poppi gerente de aula com meus alunos no curso de Pós-Graduação e no
de divisão João Balbino G. Corrêa coordenadores Elizabeth Moreira Alves, de comércio se aproximando de cifras recordes e um novo governo atendimento junto aos empresários maranhenses.
Fernando Grigolin, Gustavo Cysne e Rafael Alimandro estagiária Betânia Alves
prestes a tomar posse, ao mesmo tempo em que grandes grupos
nacionais internacionalizam sua atuação e companhias médias e Jader de Oliveira Júnior
Realização pequenas buscam se modernizar e ocupar espaços no exterior, o setor Professor/Consultor
Selulloid AG Comunicação por Conteúdo São Luís-MA
publisher Flavio Rozemblatt diretora de atendimento Paloma Bragança de exportação e importação precisa de publicações que funcionem
editor executivo Marco Antonio Barbosa subeditor Dirley Fernandes como plataforma para a discussão dos seus muitos desafios. Essa é,
diretora de arte Ana Leticia Carbone gerente de projetos Tatiana Gonçalves
cada vez mais, a intenção do Comércio Exterior Informe BB, agora em
Infraestrutura Caro João Paulo, Porto do Açu, empreendimento Florianópolis, Sr. Dário
novo formato, com leiaute mais leve e moderno, conteúdo renovado e Caros Senhores, Muito obrigado por suas sugestões. em que os modais ferroviário, Elias Berger, manifesto
Edição 83 | Ano 19 | 1º Trimestre | 2011
Distribuição gratuita
INFORMEBB
uma presença forte na internet, com um site atualizado diariamente. Sou estudante de Comércio As pautas ligadas à infraestrutura rodoviário e marítimo se integram, sinceros cumprimentos pela
Tiragem: 10 mil exemplares Exterior e conheci, na faculdade, – e, particularmente, à questão está na página 24. Continue excelência da publicação, que
Endereço na internet: revistacomexbb.com.br
Já neste número, a revista traz três grandes reportagens que tratam a revista Comércio Exterior dos transportes – estão sempre a nos acompanhar pois, nas será incorporada ao acervo
e-mail: dicex.comex@bb.com.br
Informe BB. Gostei da iniciativa, presentes nas nossas edições. Neste próximas edições, voltaremos ao bibliográfico da Prefeitura.
de desafios fundamentais para o desenvolvimento das trocas
já que as fontes de informação número, uma de nossas principais tema e abordaremos, inclusive, Atenciosamente,
As opiniões emitidas em artigos assinados são de responsabilidade comercias do País: a internacionalização como um caminho para o reportagens enfoca justamente a as vantagens competitivas das Sebastião José Machado
nessa área são bastante
de seus autores, não expressando necessariamente o ponto de vista crescimento das empresas – e o apoio necessário nessa empreitada –, escassas. Queria aproveitar logística portuária. O projeto do ferrovias e hidrovias. Secretário Adjunto Municipal
desta publicação.
a superação dos gargalos na infraestrutura, que limitam e encarecem a oportunidade para propor de Governo da Prefeitura de
O conteúdo desta revista pode ser reproduzido, desde que citada a fonte.
a atividade exportadora, e o esforço, empreendido em várias alguns temas para discussão Florianópolis.
instâncias, para superar uma tradição burocrática herdada de um nas páginas da revista, que são Importadora Florianópolis-SC
Outros telefones úteis: constantemente abordados nas Prezados,
tempo em que o Brasil era uma economia fechada.
nossas aulas. Um deles tem a Trabalho com comércio
Central de Atendimento BB - informações, solicitações, sugestões,
reclamações e denúncias. Atendimento 24 horas, 7 dias da semana: ver com a nossa infraestrutura, exterior, mais especificamente
4004 0001 ou 0800 729 0001, deficientes auditivos e de fala: 0800 729 0088 Nas páginas seguintes, você saberá o que a LLX, de Eike Batista, já que o Brasil, ao contrário com importação.  Aprecio
está fazendo para viabilizar o megaprojeto do Porto do Açu, no de outros países que visitei, muito a revista, que sempre
SAC - 0800 729 0722
litoral norte fluminense; acompanhará os caminhos que o Banco do não privilegia o transporte traz assuntos interessantes da
Suporte Técnico - Autoatendimento internet e Autoatendimento celular -
Brasil está percorrendo para globalizar a sua atuação; e entrará na ferroviário e nem o hidroviário, área de comércio exterior.
atendimento 24 horas, 7 dias da semana: 0800 729 0200
para o qual temos tanto Mirela Sousa da Silva
discussão sobre o que precisa ser feito para simplificar os processos
Ouvidoria BB - no caso em que a solução dada à ocorrência que você potencial. Essas modalidades Fortaleza-CE
registrou anteriormente mereça revisão, fale com a ouvidoria BB.
do comércio exterior.
de custo mais baixo seriam de
Atendimento 24 horas, 7 dias da semana: 0800 729 5678
grande valia para reduzir os
Este e outros debates prosseguirão no nosso ambiente digital, custos de nossas exportações. Florianópolis
no qual você encontrará as últimas notícias sobre o setor e ainda João Paulo Catreva Prezados (as) Senhores (as)
o conteúdo integral da edição impressa. Os detalhes sobre essa Belo Horizonte-MG Em nome do prefeito de

novidade você pode ler na seção Soluções BB (página 23). Visite-nos


em www.revistacomexbb.com.br e entre nessa discussão. Envie suas suas sugestões, críticas e comentários para dicex.comex@bb.com.br

04 comércio exterior informe BB 1º trimestre 2011 05


giro global

Balança comercial
Banco do Brasil B2Brazil Exportações aceleram e registram em outubro
e DHL firmam também é parceiro o terceiro melhor mês da série histórica
parceria de peso Os números das exportações brasileiras em outubro alimentaram a perspectiva de
BB e líder global do setor de remessas Outro novo parceiro do Banco do Brasil é a B2Brazil, portal web um fechamento em 2010 bem acima das previsões do início do ano. A média diária
apresentarão aos empresários brasileiros especializado em negócios internacionais de empresa para empresa – US$ 919,1 milhões – foi a maior para meses de outubro e a terceira melhor
soluções integradas em comércio exterior
(B2B). O foco da parceria é aumentar a visibilidade do Brasil WebTrade da série histórica, atingindo o valor total de US$ 18,4 bilhões. O crescimento
(BWT) no exterior. As empresas cadastradas no BWT passarão a ser em relação a igual mês em 2009, pela média diária, foi de 37,1%. Os dados
Quando o principal parceiro do comércio exterior brasileiro
expostas no portal B2Brazil, que, em contrapartida, poderá incrementar justificaram o ajuste da meta para o acumulado do ano, que agora é de US$ 195
se une a uma empresa de logística de porte global, cuja rede
bilhões, contra os US$ 168 bilhões estipulados em novembro do ano passado. As
conecta mais de 220 países, quem mais sai ganhando é o sua captação de novos clientes importadores para suas carteiras.
importações também cresceram, mas (pela primeira vez no ano) em ritmo menor
exportador. A DHL, especializada em entregas expressas, e o A B2Brazil, iniciativa com participação de várias empresas brasileiras,
do que as exportações. Foram US$ 826,4 milhões por dia útil, o que representa
BB acabam de assinar um acordo para colocar à disposição facilita, por meio de um crescente banco de dados e ferramentas
avanço de 35,9% ante outubro de 2009. O saldo comercial do mês alcançou um
dos clientes das duas instituições soluções e serviços de inteligência comercial, a aproximação entre importadores superávit de US$ 1,9 bilhão, alta de 40,9% em relação a outubro de 2009. O saldo
integrados. De início, os clientes DHL – sobretudo, os nove estrangeiros e exportadores nacionais. acumulado em 2010 agora é de US$ 14,6 bilhões, 35% menor do que o do ano
mil que pertencem ao segmento das pequenas e médias passado. Entre os produtos da pauta, destaque absoluto para o desempenho do
empresas (PMEs) – terão acesso ao portfólio de cursos de minério de ferro, com alta de 217%, em relação a 2009. Entre os manufaturados,
capacitação do Banco do Brasil e poderão contar com a chama a atenção o avanço de 105% da categoria Veículos de carga.
consultoria do Banco em temas como câmbio e tributação.

foto: Dreamstime
Já os usuários da plataforma Brasil WebTrade, o ambiente
eletrônico de negócios do BB que facilita o contato do
exportador brasileiro com os clientes no exterior, passam Proex em ritmo acelerado O Banco do Ano no Brasil
a ter desconto especial nas remessas de mercadorias ao Desembolsos do Programa, na e na américa latina
exterior, utilizando os serviços da DHL Express. Pequenas modalidade Financiamento, até o fim The Banker, publicação britânica que é referência
e médias empresas contarão ainda com a ampla atuação de outubro, já superaram em 34,3% global do setor bancário, e revista Latin Finance
global e no mercado doméstico dos dois parceiros, que os de todo o ano passado premiam o Banco do Brasil
abrange a gestão completa dos processos de importação e

foto: BB/Divulgação
O Programa de Financiamento às Exportações (Proex) O Banco do Brasil foi eleito pela revista britânica The Banker o Banco do Ano no
de exportação, com diferentes opções de custos e prazos.
atingiu o volume de US$ 373,3 milhões, liberados Brasil em 2010, na 10ª edição de sua premiação anual. Considerada o Oscar dos
Outras iniciativas, como cursos com temas específicos e John Gardiner, da B2Brazil, e Admilson
Monteiro Garcia, diretor Internacional e bancos, a premiação promove a excelência no sistema bancário global. Foram
desenvolvimento de novas soluções para o comércio exterior no acumulado de janeiro a outubro de 2010 na
de Comércio Exterior do BB analisados critérios como desempenho dos negócios, resultado financeiro
com foco nas PMEs, também estão previstas no acordo. modalidade Financiamento. O valor representa 34,3%
(considerando os anos de 2007, 2008 e 2009), iniciativas para melhorar o retorno
a mais do que o total desembolsado durante todo o aos acionistas e estratégias para ampliar o posicionamento no mercado nos
ano de 2009. Criado em 1991, o Proex abrange duas últimos 15 meses. A The Banker alcança 150 países e é referência global em
modalidades: Financiamento – que oferece crédito dados e análises da indústria bancária. O vice-presidente de Finanças, Mercado de
resenha Competitividade no Comércio Internacional direto, com recursos do Tesouro, a exportadores Capitais e Relações com Investidores, Ivan de Souza Monteiro, e o gerente geral para
Operações na Europa, Oriente Médio e África, Antônio Carlos Bizzo Lima, receberam
Um guia para vencer no mercado externo com faturamento bruto anual de até R$ 600 milhões
– e Equalização – que assume parte dos encargos o prêmio em cerimônia no Hotel Intercontinental, em Londres.“O desempenho
“Para que um país possa apresentar ganhos de comércio, é imperativo que ele possua uma política com econômico e a lucratividade crescente geraram retorno favorável ao acionista do
financeiros de créditos concedidos por instituições
foco voltado para esse fim.” Com essa sentença, encontrada nos primeiros capítulos de Competitividade BB. Além disso, a ampla base de ativos do BB nos posiciona como o maior banco da
financeiras aos empresários do comércio exterior
no Comércio Internacional (Ed. Atlas, 264 páginas, R$ 49), o assessor sênior da Diretoria Internacional e de América Latina”, afirma Monteiro. “É uma demonstração da percepção do mercado
brasileiro. O BB é o agente financeiro exclusivo da
com relação às estratégias e o rumo dos negócios do BB”, completa o gerente geral
Comércio Exterior do Banco do Brasil Ricardo Faro e a professora de economia Fátima Faro demarcam o União para os desembolsos do Programa, que oferece de Relações com Investidores, Gilberto Lourenço da Aparecida.
desafio que se coloca frente às nações no desenvolvimento de suas trocas comerciais. Enfocando os como principal diferencial o custo do financiamento – O BB também foi eleito o melhor banco latino-americano de 2010, em premiação
diferentes aspectos que se entrelaçam na discussão sobre o comércio internacional, a obra aborda desde libor seca, ou seja, taxa de juros internacionais, sem oferecida pela revista Latin Finance, anunciada durante a reunião anual da
questões específicas e importantes para a aquisição de competitividade – como logística e crédito – até adição de spread. Em 2010, as duas modalidades do Federação Bancária da América Latina (Felaban), em Punta del Este, no Uruguai.
Proex já alavancaram mais de US$ 3,6 bilhões em O Banco do Brasil recebeu os dois maiores destaques: Banco do Ano da América
a discussão crítica das formas de inserção do Brasil no cenário das trocas em nível global. Destinado
vendas de empresas do Brasil no exterior. Atualmente, Latina e Melhor Banco do Brasil em 2010. “Somos o maior banco da América
inicialmente aos estudiosos do comércio internacional, o livro é útil para todos aqueles que se interessam Latina e queremos fortalecer ainda mais nossas relações com os países vizinhos.
94% dos produtos da pauta brasileira de exportação
pela forma como o comércio externo pode colaborar com o desenvolvimento econômico e social do País. A aquisição do Patagonia trouxe para nós 850 mil novos clientes e a certeza de
são contemplados pelo Programa, que permite tanto o
que estamos no caminho certo”, disse Allan Simões Toledo, vice-presidente de
financiamento de bens quanto o de serviços. Negócios Internacionais e Atacado do Banco do Brasil.
06 comércio exterior informe BB 1º trimestre 2011 07
entrevista

BB no rumo
global
Primeiro, foi a aquisição do Banco Apesar de estar presente no exterior há quase

Patagonia, na Argentina. Depois, uma 70 anos e de ser o maior banco da América


Latina, o Banco do Brasil ainda não pode ser
associação com o Bradesco (que considerado uma instituição global. Com
pegou o mercado de surpresa) para esse movimento mais forte no sentido da
internacionalização, o cenário começa a
explorar as potencialidades de uma África mudar? O BB parte para ser um banco global?
em pleno processo de bancarização. De fato, éramos um banco regional com presença
internacional. Com as iniciativas que temos
foto: Adri Felden

O próximo passo pode ser anunciado a qualquer adotado em direção à globalização de nossa rede,
momento: a entrada no setor de varejo nos objetivamos atender às principais necessidades de
Estados Unidos, o que deve ocorrer via aquisição nossos clientes – pessoas físicas e jurídicas – tanto
de uma instituição local que atue nas áreas de no Brasil quanto no exterior. Nosso movimento
maior concentração de imigrantes brasileiros. de internacionalização priorizará o suporte às em-
Passos que obedecem a uma decisão estratégica presas brasileiras transnacionais e aos brasileiros
de – como define o diretor Internacional e no exterior, notadamente nos países que possuem

Nosso objetivo é ser sempre o maior de Comércio Exterior do Banco do Brasil,


Admilson Monteiro Garcia – elevar o status do
fluxo relevante de comércio com o Brasil. A am-
pliação de nossa atuação em direção às empresas e

parceiro das companhias brasileiras,


BB da atual condição de banco regional com aos clientes locais, a exemplo do que vem aconte-
presença internacional para a de uma instituição cendo no Japão, passa a ser consequência construí-
verdadeiramente globalizada. da naturalmente a partir do relacionamento destes

onde quer que elas estejam.


Admilson Monteiro Garcia,
diretor Internacional e com as empresas e comunidades brasileiras.
de Comércio Exterior do Na entrevista a seguir, o executivo revela que o

Ao ampliar nossa presença internacional,


Banco do Brasil: ampliando
presença na América Latina e Banco tem uma estratégia específica para cada Por que iniciar esse movimento
chegando à África continente e garante que não vai faltar apoio para pela Argentina com a aquisição do

reforçamos diretamente o apoio à as empresas brasileiras que busquem o comércio


exterior. “Nosso objetivo é ser sempre o maior
Banco Patagonia?
Não fomos nós quem escolhemos a Argentina;

internacionalização dessas empresas.”


parceiro das companhias brasileiras, onde quer foram os nossos clientes. Há mais de 250 corpo-
que elas estejam. Ao ampliar nossa presença rações brasileiras – que são nossos clientes no
internacional, reforçamos diretamente o apoio à Brasil – produzindo, exportando e promovendo
internacionalização dessas empresas.” investimentos diretos naquele país. Além disso,

08 comércio exterior informe BB 1º trimestre 2011 09


entrevista

a Argentina é o terceiro maior parceiro de cem anos. O Bradesco, que possui anunciaremos uma aquisição que nos Capital nunca representou óbice ao BB no financiamento ao
comercial do Brasil, depois da China e Como, na prática, a participação acionária cruzada com o permitirá pôr em ação a nossa estratégia desenvolvimento e à implementação de comércio exterior no período?
dos Estados Unidos. É nosso principal presença do BB lá fora pode BES, é uma instituição com a qual temos para o varejo bancário de nicho nos Estados nossa estratégia de internacionalização. O Acompanhamos o crescimento das
parceiro na América Latina, bem como auxiliar empresas brasileiras excelente relacionamento, materializado Unidos. Isso sem falar que hoje já dispomos BB detém nível de recursos adequado aos vendas externas do País, incrementando
nosso sócio no Mercosul. A demanda por que já atuam no exterior e, em parcerias no Brasil, a exemplo do de operações corporate e de mercado de seus planos estratégicos para os próximos fortemente a oferta de nossas linhas
soluções em produtos, serviços e crédito sobretudo, aquelas de porte cartão Elo. Entendemos que a união entre capitais – para atendimento a empresas anos, seja para o atendimento deste ou de de financiamento à exportação.
em moeda local é relevante e só poderia menor que têm potencial as três instituições promove sinergia em Nova Iorque – de uma unidade private outros projetos considerados essenciais. Destaco o desempenho do Programa de
ser viabilizada com a aquisição de uma para a exportação? que potencializará os conhecimentos banking em Miami, bem como de uma Financiamento às Exportações (Proex),
instituição financeira que dispusesse de Nosso objetivo é ser sempre o e habilidades fundamentais para a empresa de remessas dos EUA para o Brasil. Existe a ideia de que o empresário no qual o volume de US$ 373 milhões,
rede, estrutura de negócios, estratégia exploração de negócios no mercado Tudo perfeitamente aderente aos nossos brasileiro é pouco voltado para o acumulado de janeiro a outubro de 2010,
maior parceiro das companhias
e funding adequados, características bancário africano. vetores de internacionalização. exterior. Isso é um fato, um mito ou já ultrapassa em 34% o total desembolsado
brasileiras, onde quer que
que encontramos no Banco Patagonia. uma realidade que está em processo de nos 12 meses de 2009. Na comparação
elas estejam. Ao ampliar
Portanto, esta oportunidade na Argentina Nos Estados Unidos (EUA), onde o BB Para quais outros países e mercados mudança? Que ferramentas poderiam com igual período no ano passado, o
nossa presença internacional,
materializava exatamente o que as análi- já está autorizado a atuar no varejo aponta o radar do BB? ser destacadas entre as que o BB dispõe incremento chega a 57%. Isso sem falar
reforçamos diretamente o
ses técnicas sobre a internacionalização bancário, a aquisição de uma instituição Estratégias estão definidas e em para ajudar o empresário a perder o nos financiamentos às importações, onde
apoio à internacionalização
nos sugeriam. Nossa entrada em novos local está próxima? Quais são os nichos implementação para todos os continentes. “medo” do comércio exterior? verificamos crescimento de 18% em
dessas empresas. Isso se
mercados deve ser conduzida com mini- onde o Banco pretende investir? Os países da América Latina de língua Ingressar no comércio exterior requer relação aos mesmos dez meses no ano
dá de várias formas, sendo
mização de impactos e riscos, buscando Deixamos de adquirir um banco nos EUA, espanhola continuam em foco, seja por preparação e o BB está disponível para passado – um claro indicativo de como
a mais óbvia o aumento de
sempre manter um parceiro local com em março deste ano, porque, à época, ainda aquisições, estabelecimento de parcerias auxiliar. Temos a convicção de que o apoiamos as empresas brasileiras que
capilaridade e disponibilidade
expertise. Acreditamos, assim, que maior não havíamos recebido do Federal Reserve estratégicas ou aprimoramento de nossa apoio ao comércio exterior é muito mais têm aproveitado o cenário econômico
de produtos e serviços. Outro
será nosso êxito quando ponderadas a (FED, o banco central norte-americano) o rede orgânica. Na Ásia, vamos otimizar do que meramente conceder crédito. atual para renovar seu parque industrial,
bom exemplo são as ações do
proximidade geográfica, as afinidades status de Financial Holding Company, o que a atuação na China – transformando Disseminamos a cultura do comércio tornando-se ainda mais competitivas para
culturais, as oportunidades de exploração BB voltadas ao fortalecimento
ocorreu em abril. A concessão de tal status o escritório de Xangai em agência – e internacional, notadamente entre as exportar. O grande diferencial da atuação
de nichos de negócios e a manutenção da da relação com instituições demonstra o reconhecimento daquele aprimorar nossa operação de varejo no empresas de menor porte, que necessitam do BB é não estarmos apenas surfando
gestão e do conhecimento locais. Nesse financeiras e agentes regulador quanto ao fato de sermos uma Japão (onde mais de 120 mil brasileiros já de mais suporte. O empresário brasileiro uma onda de retomada que favorece a
contexto, optamos por investir na com- econômicos internacionais, instituição bem capitalizada, bem gerida e são correntistas do BB), para o atendimento é empreendedor e sabe que pode contar todos que estão nesse mercado. Estivemos,
pra do Patagonia. viabilizando financiamentos com sede em um país cujo regulador exerce a clientes japoneses que queiram investir conosco. De janeiro a outubro deste estamos e estaremos sempre apoiando as
e implantação de projetos supervisão abrangente e consolidada. A em risco Brasil. Aliás, a demanda de ano, oferecemos treinamento para mais empresas brasileiras. Em outubro de 2008,
Por que o BB se aliou ao Bradesco, um transnacionais e binacionais. implementação da estratégia de termos investidores asiáticos por esses papéis de 15 mil empresários no programa de no auge da turbulência mundial, nossa
concorrente histórico no mercado Além disso, a expansão da uma operação proprietária em solo norte- (com o risco Brasil) passará a ser atendida Capacitação em Negócios Internacionais. participação nos negócios realizados com
interno, para formar a holding com nossa presença aprofunda o americano vem sendo reanalisada deste de forma mais eficiente, com a abertura Além dos treinamentos, investimos em ACC/ACE (principais instrumentos de
o português Banco Espírito Santo conhecimento da realidade de então. O importante é que o BB detém de um broker dealer em Cingapura. E na serviços online desenhados para simplificar financiamento das exportações brasileiras)
(BES), voltada para a atuação no cada um desses mercados. Isso todas as qualificações necessárias para Europa, promovemos uma reorganização o comércio exterior, como o Brasil ultrapassou a marca de 40% do mercado
mercado africano? fortalece significativamente atuar naquele mercado, onde atualmente estrutural, vinculando as agências daquele WebTrade, por meio do qual os clientes do – um incremento de mais de dez pontos
O mercado africano, além de apresentar o input informacional que residem cerca de 1,4 milhão de brasileiros, bloco à nossa subsidiária de Viena (Áustria). BB podem realizar o processo de exportação percentuais acima do nosso market share
população em franco processo oferecemos como Consultoria que não são atendidos de forma plena e/ Também atualizamos a plataforma de TI integralmente pela internet, para vendas de histórico até aquele período. Continuamos
de bancarização, reúne inúmeras em Negócios Internacionais ou adequada pelos bancos locais, seja e o portfolio de negócios e criamos um back até US$ 50 mil. a financiar o comércio exterior, garantindo
empresas brasileiras provedoras de – um serviço desenhado para pelo desconhecimento de seu histórico office centralizado, o que otimizou nossa recursos para a manutenção dos negócios
infraestrutura, sem mencionar os empresas brasileiras de crédito ou mesmo pelas dificuldades eficiência operacional. 2010 tem sido um ano de recuperação no de nossos clientes, independentemente da
investimentos diretos efetuados por de qualquer porte, que referentes à língua. Isso representa volume das exportações brasileiras, bem crise. Trabalhamos sempre com o objetivo
grandes corporações brasileiras naquele beneficia mais diretamente uma oportunidade para oferecermos No meio deste ano, o BB captou cerca como de crescimento das importações, de sermos a principal instituição financeira
continente. Muitos bancos portugueses as micro e pequenas que atendimento, produtos e serviços àquela de R$ 10 bilhões com uma oferta de após os impactos da crise financeira no apoio ao comércio exterior brasileiro,
possuem atuação consolidada na começam a acessar novos comunidade. Temos três alvos potenciais ações. Existe intenção de utilizar estes disparada em 2008. Fazendo uma análise como demonstram nossos números ao
África. O Banco Espírito Santo, por mercados no exterior. em negociação e quero crer que, até o recursos para financiar a expansão do destes últimos dois anos, como pode longo desses dois anos. O Banco do Brasil
exemplo, está no continente há mais final do primeiro trimestre de 2011, Banco no exterior? ser avaliado o papel desempenhado pelo é o banco do comércio exterior.

10 comércio exterior informe BB 1º trimestre 2011 11


exportar
capa

O Ministério do Desenvolvimento, O avanço é inegável em relação ao início dos anos 2000, quan-
do romper a barreira dos US$ 100 bilhões parecia um sonho
Indústria e Comércio Exterior

simplesmente
distante. No entanto, apesar de todos os esforços do governo
(MDIC) está otimista. Depois da e do setor privado nos últimos anos, as vendas externas do
queda registrada no ano passado, Brasil continuam aquém do potencial de sua economia. “As
exportações respondem hoje por menos de 10% do PIB”, diz
em função da crise internacional,
Rômulo Del Carpio, consultor de comércio exterior e profes-
a previsão é que a retomada sor da Fundação Getulio Vargas. “Se pudéssemos dobrar essa
da trajetória de crescimento
por Carlos Vasconcellos o que o Brasil faz – e o que ainda precisa fazer – participação, significaria um salto formidável na economia
leve as exportações brasileiras do País.” Mas o que é preciso para conseguir esse impulso?
para desatar os nós do comércio exterior Simplificar é uma das chaves, dizem os especialistas.
a atingirem a marca de US$
195 bilhões no fechamento de Em outras palavras, é preciso tornar o processo exportador
2010. Não se pode nem mesmo mais rápido e eficiente. Diminuir a burocracia, agilizar
os mecanismos e eliminar os impostos em cascata são
descartar a possibilidade de que
iniciativas que, aliadas a medidas em outros campos, onde
o número final supere o recorde se incluem os investimentos em logística, facilitariam a
histórico de 2008: US$ 197 vida dos exportadores e estimulariam a entrada de novas
bilhões. A meta anual foi revisada empresas no setor, sobretudo as chamadas MPMEs (micro,
pequenas e médias empresas).
pela segunda vez no fim do mês
de outubro. Em junho, o esperado Um número maior de players ajudaria a diversificar a pauta
eram US$ 180 bilhões, já uma e facilitaria a tarefa de agregar valor aos itens exportados.
Hoje, menos de 20 mil companhias brasileiras exportam.
atualização dos US$ 168 bilhões
E apenas mil delas respondem por 90% do total exportado,
estimados em novembro de 2009. segundo dados coletados pela Associação de Comércio
Exterior do Brasil (AEB).

“Precisamos atrair mais as pequenas e médias para a


exportação”, diz José Augusto de Castro, vice-presidente
da AEB. Para isso, é preciso criar modelos compatíveis com
a realidade dos pequenos empreendedores. “A exportação
não pode ser um risco excessivo, que comprometa a
sobrevivência do negócio”, afirma.

O vice-presidente da AEB diz ainda que a burocracia deve


ser o primeiro inimigo a ser combatido. “Hoje, até 17
ministérios participam direta ou indiretamente do processo

foto: Corbis
de exportação, dependendo do produto. Os órgãos de
diferentes estados, por sua vez, não falam entre si”, diz.

Exportar não é uma atividade simples,


mas remover entraves é essencial para que o Brasil
tenha mais empresas atuando globalmente

12 comércio exterior informe BB 1º trimestre 2011 13


capa

DEVER DE CASA
A simplificação das exportações não deve ser apenas conquistar mercados”, aponta. “Mas o empresário brasileiro
uma tarefa do setor público. As empresas também têm teme que suas ideias sejam copiadas ou que os parceiros
de fazer sua parte para ganhar eficiência, reduzir custos tenham acesso a preços e informações financeiras”, lamenta.
e modernizar sua produção. Ou seja: aqueles que desejam Gustavo Ribeiro, do Departamento de Normas e Competitividade
se aventurar no mercado externo precisam fazer o dever da Secretaria de Comércio Exterior (Denoc/Secex), ressalta
de casa. E uma das primeiras tarefas é preparar bem o a necessidade de as empresas se adequarem a exigências
pessoal. Para Fernando Ribeiro da Silva, da consultoria de técnicas e ambientais e diz que o Denoc/Secex deverá iniciar
comércio exterior Frontière Brasil, as empresas brasileiras capacitação técnica em 2011, voltada para as MPMEs (micro,
carecem de mão de obra especializada em exportação. pequenas e médias empresas) conhecerem e se adaptarem
“Falta pessoal com conhecimento técnico para estimar a alguns rótulos ambientais demandados nos mercados mais
custos logísticos e lidar com as exigências aduaneiras exigentes. “Além disso, é preciso uma cultura exportadora mais
de cada país”, enumera. “O vendedor de uma empresa agressiva em um mercado extremamente competitivo”, lembra.
exportadora precisa ser um técnico”, alerta.
Diante do real sobrevalorizado ou das incertezas da
Já o professor de comércio exterior da Fundação Getulio economia mundial, Del Carpio recomenda que os
Vargas Rômulo Del Carpio observa que os empresários exportadores não desanimem. “Não abandonem seus
brasileiros são muito individualistas. E que isso acaba inibindo mercados”, afirma. “Se perderem seus clientes, é muito
a criação de cooperativas exportadoras, um modelo difícil retomar essas vendas depois. E lembrem-se: o lucro
fotos: Opção Brasil

bem-sucedido na Itália e em outros países da Europa. do exportador não deve estar apenas no câmbio, mas na
“Este tipo de associação pode ajudar a reduzir custos e a eficiência, na qualidade e no valor agregado do produto.”

Desse modo, muitas iniciativas entre os órgãos. Um sinal disso Sete ministérios já se comprome- da página eletrônica objetiva
boas acabam isoladas, sem foi dado com a criação do Depar- teram com os itens da estratégia. também a adequação antecipada
alcançar todo o seu potencial. tamento de Normas e Competi- às obrigações a serem adquiridas
“Falta uma política integrada tividade (Denoc) da Secretaria de Diretor do Denoc, Gustavo em virtude de um acordo de
entre as diferentes instâncias Comércio Exterior, no âmbito do Ribeiro destaca como um dos facilitação do comércio que está
que cuidam do comércio ex- MDIC, em fevereiro. Outro sinal seus principais projetos a criação em discussão na Organização
terno”, diz. Segundo estimativa foi a elaboração da Estratégia da página do governo brasileiro Mundial do Comércio (OMC)”,
da associação, a burocracia nas Nacional de Simplificação do na internet com o tema “facili- acrescenta o diretor.
exportações corresponde a algo Comércio Exterior, documento, tação do comércio”, destinada a
entre 15% e 20% do custo total. divulgado em maio, que lista fornecer a importadores, expor- Olavo Henrique Furtado,
prioridades para o setor, como tadores e outros interessados no professor de Relações Inter-
O governo reconhece a neces- por exemplo, a simplificação e comércio exterior informações nacionais e coordenador da
sidade de uma maior integração a difusão de mais informações. sobre normas e procedimentos pós-graduação da Trevisan
relativos a operações de impor- Escola de Negócios, diz que a
tação e exportação. “Outro fator burocracia não pode frear as
importante é a criação de pontos vendas externas. “Mas não se
focais (enquiry points) para pode descuidar da segurança,
receber questionamentos acerca em questões fitossanitárias, por
Minério de ferro, soja e petróleo: itens importantes da
pauta de exportações brasileira. A simplificação é um dos
de normas e procedimentos de exemplo, o que poderia acar-
caminhos para diversificar as vendas externas comércio exterior. A criação retar perdas maiores”.

14 comércio exterior informe BB 1º trimestre 2011 15


capa

Quem poderia imaginar, 20 anos atrás, a


possibilidade de assinar contratos de câmbio
por meio digital? Que a internet permitiria
O comércio emitir certificados de origem sem usar papéis
ou carimbos? Ou que um regime aduaneiro
exterior é especial como o drawback poderia ser re-
complexo e alizado eletronicamente, poupando custos
burocrático em e agilizando o processo para as empresas

qualquer país. conseguirem a isenção de imposto nas im-


portações vinculadas a operações exporta-
Reduzir o número doras? “Investir cada vez mais em tecnologia
de processos via da informação é o melhor caminho para
papel, como já vem simplificar esses procedimentos, tanto para
as empresas quanto nos trâmites intrago-
sendo feito, é um vernamentais”, defende Ribeiro da Silva.
grande avanço.”
Castro, da AEB, dá como exemplo de inicia-
Fernando Ribeiro da Silva,
diretor da consultoria Frontière Brasil
tiva bem-sucedida nesse segmento o Brasil
WebTrade, ambiente eletrônico de negociação
desenvolvido pelo Banco do Brasil para ope-
rações de comércio exterior via internet.

A cruzada antiburocrática mobiliza as autori-

foto: Opção Brasil


foto: Opção Brasil

dades. Outra das iniciativas nesse sentido foi a


criação da Rede Nacional para a Simplificação
do Registro e da Legalização de Empresas e
Negócios (Redesim), um sistema que permite
abertura, fechamento e legalização de empre-
Fernando Ribeiro da Silva, diretor da con- Registro de Exportação (RE) pelo operadores legítimos e confiáveis, creden- para um anteprojeto de lei voltado ao comér- abertura de fato da economia brasileira
sas em todas as juntas comerciais do Brasil,
sultoria em comércio externo Frontière Sistema Integrado de Comércio Exterior ciados para realizar transações de comércio cio exterior, durante a 29ª edição do Encontro foram dadas apenas há 15 anos, após o
com procedimentos simplificados via internet.
Brasil, também pondera que os esforços (Siscomex)”, lembra. O consultor exterior com os menores entraves possíveis. Nacional de Comércio Exterior (Enaex), no Plano Real. Nossas estruturas ainda estão
A criação da Linha Azul, da Receita Federal,
para reduzir a burocracia na exportação considera a ferramenta, criada em 1993, Rio de Janeiro. A associação sugeriu, em atingindo a maturidade; só não podemos
que dá prioridade de conferência aduaneira e
podem ser limitados pela própria natu- uma das mais adiantadas do mundo. A burocracia, no entanto, não é o único com- documento, a criação de uma secretaria esperar mais 15 anos por isso.”
de despacho às cargas dos exportadores partici-
reza do negócio. “O comércio exterior “O Brasil está transferindo essa plicador na vida dos exportadores brasileiros. específica para cuidar de assuntos aduaneiros,
pantes desse regime, que segue a orientação
é complexo e burocrático em qualquer tecnologia para ajudar países vizinhos.” A complexidade da legislação também é uma separada da estrutura da Receita Federal, a Mas as mudanças não deveriam se limitar
internacional de Operadores Econômicos
país”, argumenta. “Reduzir o número de dor de cabeça constante. O governo bem que quem compete a atribuição no momento, apenas às leis e à estrutura institucional
Autorizados, da Organização Mundial de
processos via papel, como já vem sendo O módulo de exportação do Siscomex, se esforça para modernizar e simplificar as re- além de um novo ministério, do Comércio exclusivas do setor exportador. Especialistas
Aduanas, é outro exemplo. Isso significa que as
feito, é um grande avanço.” inclusive, acaba de ser atualizado e gras, mas a tarefa não é fácil. No fim de julho, e Transportes Aquaviários – que cuidaria do apontam o sistema tributário brasileiro,
operações são efetivadas por meio de
ganhou o nome de Novoex. O sistema por exemplo, foi editada a Medida Provisória comércio interno, do comércio externo de com seus impostos em cascata, como outro
Del Carpio ressalta que, embora agora apresenta uma interface bem mais 497, que atualiza normas sobre o alfandega- mercadorias e serviços, da política de portos elemento crucial a ser alterado para desatar o
ainda haja muito por fazer, alguns amigável e novas funcionalidades que mento em portos, aeroportos internacionais e navegação, assim como dos demais serviços nó que impede o crescimento das exportações
procedimentos ajudaram a diminuir devem facilitar a vida dos empresários na e portos secos que estavam em vigor desde voltados para o comércio exterior. em ritmo mais acelerado. “O modelo que
esses entraves burocráticos, hora de fazer o seu RE. Acima, à esquerda: automóveis aguardam 1966. Mas o embrulho ainda existe. temos hoje é regressivo e inibe a industriali-
principalmente pelo uso intensivo embarque no Porto do Rio de Janeiro (RJ); à Furtado, da Trevisan Escola de Negócios, zação: quanto mais se agrega valor, mais se
direita, movimento no Terminal Marítimo do Ponta
de tecnologia da informação. “Hoje, Os avanços tecnológicos são, de fato, da Madeira, da Vale, em São Luís (MA). Exportações O tema é objeto de discussões no setor. No fim acha que o fundamental é a “estabilização paga imposto”, argumenta Castro. “Acabamos
já é possível tirar pela internet um importantes aliados dos exportadores. se aproximam do recorde de 2008, mas economia do ano passado, a AEB divulgou sua proposta estrutural”. “As condições para termos uma estimulando a exportação primária:
brasileira tem potencial para muito mais

16 comércio exterior informe BB 1º trimestre 2011 17


4.

No portal BB, selecione na aba


Na página segura de
Negócios Internacionais,
clique em Contratação
5.
Empresa o botão Empresarial. Preencha os seus
Na página que vai aparecer, de Câmbio.
dados e o do seu
escolha no menu a opção parceiro comercial no
Comércio Exterior. Você chegou Entre as opções,
exterior. Os campos
ao ambiente digital do Banco escolha Câmbio Pronto
são os exclusivamente
do Brasil dedicado às melhores de Exportação.
necessários para que a
soluções para exportação operação seja feita com
e importação. Agora, é só toda a segurança.
selecionar Serviços Online e,
em seguida, Câmbio Online.

6. Depois, é só colocar a senha e

1.
confirmar. Sua operação está efetivada.

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exportação ou importação
não precisa sair do escritório
Cliente BB tem chave de
nem para contratar câmbio.
acesso e senha exclusivas Pelo Câmbio Online, a
e pode contratar ou cotação, a edição e a
simular suas operações efetivação dos contratos de
com toda a segurança.
compra ou venda de moeda
estrangeira são feitas em
Na página do Câmbio
Online, você encontra
poucos passos. Tudo com
as opções dos rapidez, custos reduzidos e
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e venda de moeda Brasil. E no caso de qualquer
estrangeira do BB.
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Negócios Internacionais
do BB estão sempre à
disposição para atendê-lo.

2. 3.
Câmbio Online: além de rápido, vem com toda a
expertise do Banco do Comércio Exterior Brasileiro
capa

vendemos soja em grão por e um problema tão urgente


US$ 370 a tonelada, em vez de quanto crônico, que é o da
vender óleo de soja a US$ 850.” infraestrutura logística. Portos 7 Passos para a mudança
Propostas incluídas na Estratégia Nacional
com baixo calado, ferrovias
de Simplificação do Comércio Exterior
As condições para Ribeiro, do Denoc, ressalta a insuficientes, estradas

01.
demora para que as empresas malconservadas, excesso
termos uma abertura recebam de volta seus créditos de dependência do modal
Reduzir, ao mínimo necessário, os
produtos e os procedimentos de
de fato da economia tributários. “Esta questão é rodoviário são gargalos que controle para exportação; reduzir o número
brasileira foram dadas ponto fulcral. Empresas expor- podem limitar o avanço do se- de produtos sujeitos à anuência; eliminar
tadoras tendem a acumular tor exportador. “Precisamos re- anuências múltiplas para um mesmo produto
apenas há 15 anos, créditos federais, embora mover os entraves e construir
após o Plano Real.
Nossas estruturas
tenham havido significativos
avanços para diminuir este cír-
mais e melhores ferrovias”, diz
Ribeiro da Silva, da Frontière 02. Ampliar o compartilhamento
de informações, base de dados,
culo vicioso, como a ampliação Brasil. “O caminhão é bom técnicas e experiências em parametrização
ainda estão atingindo das modalidades e facilidades apenas para pequenas cargas.” para seleção fiscal
a maturidade; só não do drawback. A acumulação de

podemos esperar mais créditos de ICMS na expor-


tação também impacta o
Quem vê tantos obstáculos
à frente, no entanto, corre
03. Eliminar a necessidade de
obter autorizações caso a caso,
15 anos.” fluxo de caixa das empresas. o risco de olhar só para o em especial para empresas tradicionais
Há a necessidade de avançar copo meio vazio das expor- exportadoras e importadoras
na discussão entre o governo tações brasileiras. “Vejo o
Olavo Henrique Furtado,
professor da Trevisan Escola
federal e as fazendas estaduais
no próximo governo.”
cenário atual com otimismo”,
afirma Del Carpio. “As impor-
04. Padronizar horários, rotinas e
expedientes de atendimento,
de Negócios assim como normas e procedimentos
tações cresceram muito. E
operacionais para todos os intervenientes
Outros problemas precisam cresceram com a compra de
governamentais em portos, aeroportos e
ser enfrentados para im- máquinas e bens de capital”,
zonas de fronteira no território nacional
pulsionar a modernização lembra o professor. “Isso

05.
da estrutura de exportação quer dizer que já estamos
Aprovar e implementar programas
das empresas brasileiras e nos renovando tecnologi-
de capacitação e treinamento de
permitir avanços maiores na camente, reduzindo custos
pessoal que permitam uma visão do conjunto
simplificação dos processos. de produção e recuperando
e da importância de suas atividades para a
Especialistas citam o déficit edu- uma vantagem competitiva
competitividade do País
cacional, a falta de uma cultura que vínhamos perdendo por

fotos: Trevisan/Divulgação, Opção Brasil e Dreamstime


de inovação, a pouca capaci-
dade para aquisição de novas
causa do fator cambial”, diz.
“Isso pode significar menos 06. Complementar a infraestrutura de
serviços tecnológicos dos órgãos e
tecnologias, a necessidade de dependência de commodities agências reguladoras envolvidos com anuências
maior escala em alguns setores e mais produtos industriais
e de internacionalização de de-
terminadas cadeias produtivas
em nossa pauta de expor-
tações no futuro”, conclui. 07. Enviar aos ministérios
recomendação para que, durante
a elaboração do Orçamento do ano seguinte,
priorizem recursos para as atividades de
desenvolvimento, atualização tecnológica,
integração e manutenção de sistemas
Medidas como a padronização dos horários das aduanas fazem parte
da Estratégia de Simplificação do Comércio Exterior, com a qual se relacionados ao comércio exterior
comprometeram sete ministérios. Os problemas de infraestrutura também
não podem sair do foco quando se fala em impulsionar as trocas comerciais

20 comércio exterior informe BB 1º trimestre 2011 21


cultura exportadora
opinião soluções BB

a difícil arte na rede Além do novo projeto editorial, o Comércio

de simplificar
Exterior Informe BB agora também conta com
uma versão digital atualizada diariamente

por Ricardo Martins e elisabete cristina carraco cardoso A revista Comércio Exterior A ideia é que a versão digital fundamentais no radar do
Informe BB atualizou o seu funcione como uma referência Comércio Exterior Informe BB.
O objetivo das
retirar entraves no nosso comércio exige projeto editorial e agora também na rede, ao filtrar e entregar as

fotos: Fiesp/Divulgação
conta com uma versão digital. informações mais relevantes A publicação continuará a mostrar
mudanças é
mudanças em vários setores A ideia é combinar a agilidade e sobre comércio exterior. Além também os exemplos de empresas atender ao leitor,
a interatividade da internet com disso, ao possibilitar a inclusão que conquistaram seu espaço no dando sequência
a profundidade que o tema da de comentários sobre as notícias mercado externo – sobretudo as a uma tradição
inserção do Brasil no sistema de e os artigos publicados, o novo micro, pequenas e médias. informativa de
trocas comerciais globais exige. ambiente pretende ser um quase duas
Simplificar o processo exporta- das normas e procedimentos No fundo, simplificar as fórum para a construção com- Para Poppi, a publicação tem uma
dor constitui uma das princi- administrativos, uma vez que exportações é uma luta da
décadas. Ao mesmo
A falta de O foco maior é o conteúdo de partilhada de conhecimentos. tarefa a cumprir no momento
tempo, queremos
pais reivindicações do setor hoje o excesso de burocracia maior importância para a
infraestrutura, qualidade, entregue de for- decisivo por que passa o comércio
suprir a demanda
privado brasileiro, hoje em dia. trava o comércio exterior bra- economia brasileira. Seu
Trata-se de um tema central sileiro. Mas, evidentemente, impacto vai muito além
os gargalos no mas variadas, com diferentes Já na revista, os temas mais exterior no País. “As exportações
crescente por
finalidades. “O objetivo das importantes do setor serão voltaram a se aproximar dos
na Organização Mundial de essa não é a nossa única frente dos interesses diretos do
transporte informação que
mudanças é atender ao leitor, aprofundados, com a busca patamares recordes de 2008 e
Aduanas (OMA), assim como de batalha. A falta de infraes- setor exportador. A simplifi- e a alta carga dando sequência a uma tradição das melhores fontes e a a taxa cambial tem favorecido caracteriza a
de um objeto importante nas trutura, os gargalos no trans- cação e a racionalização das tributária são informativa de quase duas déca- identificação dos grandes as aquisições no exterior. Neste era digital.”
negociações da Organização porte e a alta carga tributária atividades e procedimentos outras grandes das. Ao mesmo tempo, queremos desafios para o avanço da contexto, o Comércio Exterior
João Paulo Poppi, gerente
Mundial do Comércio (OMC). são outras grandes barreiras relacionados ao comércio barreiras que suprir a demanda crescente por presença do Brasil no comércio Informe BB traz a sua maior con- executivo da Diretoria
Mas conseguir que essa reivin- que atrasam, exterior são fundamentais, atrasam, informação que caracteriza a era exterior. Infraestrutura, tribuição, atuando como agente Internacional e de
Comércio Exterior do BB
dicação seja atendida não é uma oneram e desestimulam o não só para aumentar a
oneram e digital”, explica João Paulo Poppi, regulação, sistema tributário, disseminador da cultura exporta-
tarefa das mais fáceis. Do nosso exportador brasileiro. competitividade das ope- gerente executivo da Diretoria programas de incentivo, dora e contribuindo para a ampli-
desestimulam
ponto de vista, o Brasil está rações, mas também para Internacional e de Comércio política comercial e análises ação do número de empresas que
carente de oportunidades para a Também deve haver uma atrair investimentos produ-
o exportador
Exterior do BB. setoriais são alguns dos temas atuam nesse setor.”
ampliação de suas exportações. melhor coordenação das tivos e gerar empregos no brasileiro.”
Precisamos simplificar, harmo- atividades dos diferentes Brasil. Um objetivo que está A versão digital vai oferecer o con- www.revistacomexbb.com.br
nizar, padronizar e modernizar órgãos do governo federal que na pauta de qualquer go- Comércio Exterior Informe BB:
teúdo integral da revista, além de
edições impressa e online, com
os procedimentos de comércio atuam no comércio exterior. verno e de toda a sociedade. notícias atualizadas diariamente. conteúdos complementares
no País. Tudo para melhorar os A finalidade não pode ser Um espaço nobre está reservado e a mesma intenção: ser um
fórum para as discussões
controles e a gestão dos proces- apenas a redução da fraude No entanto, é preciso condu- a artigos de analistas convidados, das questões mais relevantes

foto: Dreamstime
sos e reduzir barreiras e custos e da evasão fiscal. Para zir esse processo com cuidado. que discutirão as questões mais do setor de exportação e
importação brasileiro
de transação relativos ao alcançarmos esses objetivos, é Quando falamos em simpli- relevantes para a competitividade
Ricardo Martins, diretor
comércio internacional. necessário conseguir ampliar ficar e facilitar as operações de adjunto de Relações das empresas brasileiras no mer-
o diálogo e a cooperação entre comércio exterior, devemos Internacionais e Comércio cado internacional. Indicadores
Exterior da Federação das
Com tanto a fazer, por onde os setores público e privado. ponderar que a facilitação não Indústrias do Estado de São financeiros e o calendário com os
começar? O principal foco Isso daria mais previsibilidade pode acontecer em prejuízo Paulo (Fiesp), e Elisabete principais eventos para os players
Cristina Carraco Cardoso,
dessa luta deveria estar na mo- e transparência às operações da segurança e da proteção da do comércio exterior também
coordenadora de Operações
dernização e na racionalização de comércio exterior. indústria brasileira. de Comércio Exterior da Fiesp estão no cardápio.

22 comércio exterior informe BB 1º trimestre 2011 23


infraestrutura

“A cidade edificada à margem direita Quem caminha pelo complexo, no

Açu a todo
do Rio Paraíba tem 804 casas, entre entanto, ainda tem dificuldade para
as quais 46 sobrados de um ou dois imaginá-lo tal qual será quando
andares. Tem 4.790 habitantes, dos estiver em plena operação. Na imen-
quais 2.623 do sexo masculino e sidão do terreno, destaca-se a ponte
2.167 do sexo feminino.” A descrição, de acesso – com seus 2,9 quilômetros
que consta no Almanaque de extensão mar adentro.

vapor
Lemmert, é de São João da Barra (RJ) Também chamam a atenção a
em seu auge, nos anos 1850. Depois obra dos píeres de atracação e uma
disso, com o declínio do porto local, ampla área onde estão localizados
no início do século 20, a economia da escritórios, restaurantes e as imensas
cidade enfrentaria uma retração que fôrmas para a fabricação de core-locs
duraria cem anos. – as grandes e pesadas armações
de concreto utilizadas nas obras.
O século 21, no entanto, está vendo Ao longe, ainda é possível avistar
o renascimento do município flu- as enormes estruturas que estão
minense em torno do Superporto sendo construídas pela mineradora
do Açu, megaempreendimento da Anglo American para a filtragem de
LLX – empresa de logística do grupo por Vinicius Medeiros minério. De resto, um formigueiro
do empresário Eike Batista – orçado de trabalhadores, caminhões e car-
em R$ 4,3 bilhões, que vai aos poucos ros seguindo para todas as direções.
se tornando realidade. A empreitada
está fazendo de São João da Barra “Nossa previsão é que o Superporto
um complexo logístico-industrial, do Açu movimente 60 milhões
que vai servir de benchmark para os de toneladas de minério de ferro
grandes investimentos em infraestru- por ano, além de 46,4 milhões de
tura de que o Brasil necessita. metros cúbicos de petróleo, 10,2
milhões de toneladas de produtos
Com o início das operações pre- siderúrgicos, 12,6 milhões de tone-
visto para 2012, o Superporto do ladas de carvão e cinco milhões de
Açu ocupará um espaço de nove toneladas de granéis sólidos”, lista
mil hectares, que conta com uma Otávio Lazcano, presidente da LLX.
ampla área para armazenamento dos
produtos que serão movimentados Os números impressionam.
no porto e um complexo industrial Mas, sozinhos, não justificariam
contíguo, que abrangerá uma usina Com obras em ritmo acelerado, Superporto o interesse de tantos investidores.
termoelétrica e cimenteiras. Além
disso, haverá ainda uma usina de
no litoral norte fluminense começa a operar Para Lazcano, a dimensão do porto
e seus diferenciais logísticos e es-
pelotização de minério e uma uni- em 2012 e anuncia um novo capítulo nos truturais são os principais ganhos
dade de tratamento de petróleo, entre investimentos em infraestrutura do País competitivos do complexo.
outras instalações. O estaleiro OSX, “O Superporto será um dos

fotos: LLX/Divulgação
Ponte de acesso do Superporto,
do grupo EBX, de Eike Batista, que já concluída: 2,9 quilômetros mar
maiores do mundo e foi concebido
seria construído em Santa Catarina, adentro para permitir a atracação para atender à demanda dos expor-
dos maiores navios do mundo
também deve ir para Açu, caso seja tadores pelos próximos cem anos.
aprovado pelos órgãos ambientais. A área total é maior que a do porto

24 comércio exterior informe BB 1º trimestre 2011 25


infraestrutura

“O Brasil precisa criar mecanis-


mos legais, fiscais e tributários
Planta de filtragem de minério para atrair capital privado. O Superporto em números
de ferro em construção: uma O Superporto do Açu é um terminal por- empresas que querem se instalar ou revela Otávio Lazcano, presidente da LLX.
O governo deve, no máximo,
das instalações do complexo
industrial contíguo ao porto entrar como sócio mino- tuário de uso misto em São João da Barra, movimentar cargas no complexo. Entre “Já em relação aos contratos para a insta-
ritário. Quem não vai querer litoral norte fluminense, próximo à área de elas, gigantes como as siderúrgicas Wisco lação no complexo industrial, poderemos
investir em um País em franco maior produção de petróleo e gás do Brasil. e Ternium, que, juntas, vão produzir desenvolver parcerias societárias com as
infraestrutura. Hoje, o Brasil crescimento e com um enorme No total, serão investidos R$ 4,3 bilhões, 10,6 milhões de toneladas de aço bruto por empresas que lá se instalarem”, completa.
aporta menos recursos do gargalo na área?”, argumenta. sendo R$ 1,9 bilhão pela LLX Minas-Rio ano. A LLX também assinou acordos
que o necessário na área, Luiz Rocha, da Dinsmore (responsável pela implantação do terminal comerciais com a Camargo Corrêa Cimen- No complexo ainda estão previstos uma
com volume de investi- Associates, tem visão seme- portuário dedicado ao minério de ferro) e tos e com a Votorantim para a implan- usina termoelétrica da MPX (empresa de
mento mais baixo do que lhante. “O governo não tem R$ 2,4 bilhões pela LLX Açu (unidade que tação de unidades industriais dedicadas à energia do Grupo EBX), um estaleiro da

foto: LLX/Divulgação
o verificado tanto em condições de liderar os investi- fará a operação das demais cargas). produção de cimento no complexo. OSX (a empresa offshore do grupo), além
países desenvolvidos quanto mentos isoladamente. Cabe a de usinas de pelotização de minério. Em
naqueles em desenvolvi- ele prover os meios para que a Com construção iniciada em outubro Já o projeto para a Unidade de Tratamen- recente entrevista, Eike Batista também
mento que apresentam altas iniciativa privada se apresente”. de 2007, Açu ocupará 9 mil hectares, to de Petróleo (UTP) no Superporto prevê anunciou que negocia com fornecedores
taxas de crescimento. O setor incluindo a área de armazenamento e o uma produção de 1,2 milhão de barris/dia, japoneses e europeus de tecnologia a
de Hamburgo, para citar um dos petróleo e minério”, diz Luiz público aplica pouco mais Na contramão, Alcides Leite, complexo industrial contíguo. Com pro- além de áreas para estocagem, proces- construção de uma fábrica de carros
mais movimentados do mundo”, Rocha, diretor de Projetos da de 1% do Produto Interno professor de Economia da fundidade inicial de 21 metros, expan- samento e movimentação de petróleo cru. elétricos. A ideia é iniciar a produção – de
diz o executivo. Dinsmore Associates. Bruto. No setor privado, o Trevisan Escola de Negócios, sível para 25 metros, e capacidade para Embora a LLX não revele nomes, as pe- cerca de 100 mil veículos por dia – em
percentual sobe para 2%, crê que o papel do governo vai receber navios como os Capesizes e os troleiras Shell e Devon, além da europeia três a quatro anos. O investimento esti-
A grande profundidade e a área Já Renaud Barbosa da Silva, con- segundo documento da além da fiscalização. “Dobrando very large ore carriers (VLOC) Chinamax, Mercuria, são as principais candidatas à mado é de US$ 1 bilhão.
para instalação de indústrias, que sultor sênior da Fundação Getulio Confederação Nacional da sua participação e chegando maiores cargueiros de minério do mundo, utilização da UTP. O valor do investimento
se beneficiarão de fretes reduzidos, Vargas (FGV-Projetos), acredita Indústria (CNI). Já nas prin- a uma relação investimento/ o porto conta com uma ponte de acesso é estimado em US$ 1,4 bilhão. A LLX também negocia um acordo com
são algumas das vantagens desta- que o perfil de transporte multi- cipais nações desenvolvidas, PIB de 3%, o governo forçaria com 2,9 quilômetros de extensão e es- a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) para
cadas por Lazcano. “É um modal, que interliga rodovias e fer- somando os dois setores, empresas privadas a investirem trutura offshore com até 10 berços para “Negociamos diferentes alternativas recuperar um trecho de ferrovia de 300
modelo inédito no Brasil. Vai rovias, fortalece a competitividade este número, ainda que com mais”, acredita. “Questões movimentação de carga. para o modelo societário da unidade de quilômetros, entre Ambaí (distrito de
conferir competitividade para as do projeto. “No Brasil, a matriz grandes variações, costuma legais, tributárias e fiscais são tratamento de petróleo. Podemos dividir Itaboraí-RJ) e Campos (RJ). A obra é
empresas parceiras”, promete. para transporte privilegia o modal passar dos 5%. impeditivos relevantes, de Segundo a LLX, atualmente há 60 memo- os custos com os eventuais parceiros ou estratégica, porque ligaria por trilhos o
rodoviário, que é caro e deficiente. solução complicada – e há o randos de entendimento assinados com deixá-los totalmente por conta deles”, porto à região petroleira de Campos.
Para consultores e especialistas em A falta de conectividade entre O Brasil padece de uma jogo político envolvido –, mas
infraestrutura, a adesão de mais rodovias, ferrovias e portos agrava mentalidade estatista abrir o caixa do governo impul- Superporto Superporto
sudeste do Açu
capital e investidores em potencial o quadro. O exportador é quem nesse setor. De modo geral, siona os negócios”, completa.
se justifica. “O interesse está pau- paga a conta dessa deficiência. Em espera-se que a iniciativa Itajaí/TVV Rio de Janeiro Santos Rio Grande/ Ubu Tubarão Ponta da Madeira/
Hamburgo Rotterdam
tado em seus diferenciais competi- Açu, a logística é favorável: além parta sempre do Estado. O certo é que o Superporto do
tivos. Açu combina localização da malha rodoviária, a LLX vai ex- Para Adriano Pires, diretor Açu é um caso interessante. 10.5m
do Centro Brasileiro de 12.3m
geográfica estratégica – fica próximo plorar uma linha férrea em acordo “O projeto é um modelo viável 13.5m
14.4m
às bacias de Campos e do Espírito com a Ferrovia Centro-Atlântica Infraestrutura (CBIE), para o capital privado investir
18.5m
Santo – com uma logística atraente (FCA)”, avalia. investimentos via parcerias em infraestrutura. Ele deixa 21.0m
para a área de petróleo e gás. Além público-privadas (PPP) são claro que, em boas condições, 25.0m
disso, há o mineroduto em parceria Infraestrutura pede bem-vindos, mas a expansão o empresariado mostra-se dis-
esforço público e privado deve ser conduzida pelo
com a Anglo American, tornando posto a arriscar. Por isso, Açu handymax
o local um polo exportador de O Superporto do Açu capital privado, com os deve ser encarado como um
panamax
dois dos três principais produtos alimenta discussões sobre a governos nos papéis de modelo para outros setores”,
da pauta de exportação brasileira: situação brasileira no setor de financiador e fiscalizador. crê Adriano Pires, do CBIE. capesize

vloc/chinamax
26 comércio exterior informe BB
chova ou faça sol
histórias que contam

partiram para profissionalizar pronto para aproveitá-la. relação aos chineses, tanto a oportunidade surgiu, eles
a gestão da companhia. “Eu Em 2009, a empresa levou no que se refere à estrutura estavam prontos.
nasci com guarda-chuvas seus guarda-chuvas à quanto às estampas, que nós

os guarda-chuvas da por Dirley fernandes espalhados pela minha casa. Francal, maior feira do setor desenvolvemos na própria Com o assessoramento dos
O problema é que, em calçadista no País (realizada fábrica”, explica Cantini. consultores do BB, Cantini
Pumar ganham o mercado empresas familiares, as em Franca, São Paulo), em “Nossa vantagem é que a não encontrou “nenhuma
japonês apostando na coisas – o caixa, inclusive – busca de novos clientes para empresa toda se organiza em dificuldade”, segundo suas

qualidade e no design acabam se misturando.


Tivemos que criar controles
a Pumar Desenvolvimento
de Produtos – segmento
função da busca da qualidade
no design”, completa Lucia.
próprias palavras, nos
processos de negociação e
e dividir a administração voltado para a moda, que a envio dos guarda-chuvas
por setores, distribuindo companhia vem reforçando Nesse ponto, entrou o outro para seus clientes, que
funções e responsabilidades”, nos últimos anos. fator que fez com que as representam uma grande
conta Lucia. negociações entre a Pumar rede varejista japonesa.
A feira sempre atrai e seus possíveis clientes
Já o início da história compradores internacionais orientais fossem fechadas “O produto que enviamos
da Pumar no mercado e os produtos da Pumar sem maiores dificuldades: a para lá é considerado um
externo foi um daqueles chamaram a atenção de capacitação. “Já vínhamos acessório de moda, como as
raros momentos em que uma delegação de japoneses. nos interessando pela bolsas são para as brasileiras.
a oportunidade aparece “Eles viram, na nossa linha, possibilidade da exportação Estamos buscando, com
justamente para quem está modelos diferenciados em nessa época. Participamos de nossos parceiros, implantar
uma reunião com o pessoal do essa cultura aqui no
Banco do Brasil na qual nos Brasil também, onde o
foi mostrado que a empresa guarda-chuva ainda é visto
tinha o perfil adequado para quase que exclusivamente
tentar a sorte no mercado em sua função utilitária”,
externo”, diz Cantini. diz Cantini.
fotos: Felipe Varanda

Lucia, Cantini e outros O empresário lembra a


diretores da Pumar complementaridade que a
participaram dos cursos e variação da clientela permite
treinamentos regularmente à operação de sua indústria.
O que pode fazer uma fábrica de guarda-chuvas oferecidos pelo Banco que “O mercado interno oferece
quando passa a estação das chuvas? Exportar. Essa foi visam preparar as micro e ainda muitas oportunidades
a resposta encontrada pela Pumar. A empresa, que pequenas empresas para de crescimento, mas
tem 63 anos de mercado e é líder do segmento no as diferentes fases do aumentar a participação
País, está mandando para o Japão, a cada ano, 10 mil processo exportador. do exterior nas nossas
peças produzidas na sua fábrica, em Mesquita (RJ). vendas vai ser um grande
Mas a intenção não é ficar por aí. “Queremos que a Os produtos da Pumar passo para uma produção
exportação responda por 50% do nosso faturamento”, passaram a ser expostos mais equilibrada, que nos
diz o CEO (diretor executivo) Emilio Cantini. no Brasil WebTrade, um permita enfrentar melhor
ambiente eletrônico a questão da sazonalidade”,
O tempo começou a mudar para a Pumar há cinco anos, de negócios do BB explica Cantini, confiante
quando Lucia Pumar, da terceira geração da família (brasilwebtrade.com.br) em vencer o desafio de fazer
que sempre comandou a fábrica, e seu marido, Emilio, Lucia, da terceira geração da
que ajuda a exportar os a Pumar ter bons lucros.
família Pumar, vê o guarda-chuva
como um acessório de moda produtos brasileiros. Quando Chova ou faça sol.

28 comércio exterior informe BB 1º trimestre 2011 29


histórias que contam

Quem conhece a história da obtenção do registro de exporta-


Itacitrus se pergunta: a empresa dor, àquela época tarefa bem mais
ganhou eficiência porque exporta complicada do que atualmente.
cada vez mais ou exporta cada vez “Tivemos de contratar uma
mais porque está ficando mais consultoria especializada e o
eficiente? A maior produtora de processo todo foi bem demorado”,
limão tahiti do País, fundada por conta o empresário. Aos poucos,
Vicente Promicia, em Itajobi (SP), a Itacitrus conseguiu estabelecer
realizou sua primeira venda para um fluxo regular de embarques
o exterior há dez anos. Na época, para o exterior.
a companhia faturava anual-
mente R$ 2 milhões. Para 2010, O agroempresário descobriu, ain-

lucros
a estimativa é fechar o balanço da em 2002, um diferencial que
com vendas de R$ 65 milhões. Ao poderia turbinar as suas vendas:
longo do caminho, foram investi- as certificações. Hoje, a Itacitrus
dos R$ 15 milhões, sobretudo em ostenta o selo GlobalGAP (Good
modernização, e, no início deste Agricultural Practice), espécie

vitaminados
ano, um novo sócio foi agregado de ISO agrícola que estabelece
ao negócio, a Fir Capital, uma parâmetros de minimização dos
gestora de venture capital (fundos impactos da produção no meio A nova packing house da Itacitrus, de origem
argentina e tecnologia holandesa, faz toda a
voltados para investimentos em ambiente, redução do uso de
classificação das frutas eletronicamente
empresas emergentes), sediada insumos químicos e garantia de
em Belo Horizonte, que agora de- responsabilidade com a saúde e
tém 30% de participação na com- a segurança dos trabalhadores.
maior produtora de limão tahiti do panhia. Em resumo, a história “Foi preciso uma dedicação “Quando começamos, existia um campo vasto para quem
de inegável sucesso é essa. Mas, de dois anos para obtermos o quisesse exportar frutas. A verdade é que o espaço ainda é o
Brasil, a Itacitrus garante 60% de seu voltando ao início, é possível GlobalGAP. Com isso, passamos mesmo. O potencial continua enorme”, diz Promicia, que arris-
faturamento com as exportações descobrir detalhes reveladores. a surpreender os clientes, que se ca uma explicação para a presença ainda tímida dos produtores
fotos: Art Foto

espantavam de ver uma empresa brasileiros no mercado externo. “Ainda há uma visão retró-
“Em 2000, eu trabalhava com brasileira seguindo aquelas nor- grada em parte do agronegócio, que se satisfaz com o mercado
confecções e tinha uma experiên- mas rígidas”, detalha Promicia. interno, que é expressivo, e com a comercialização de produtos
cia, ainda que limitada, com ex- com pouco valor agregado”, diz.
portação. Foi quando meu pai me De posse da certificação e
chamou com o desafio de tentar investindo forte em tecnologia, No melhor ano para a exportação de frutas frescas, 2008, o Brasil
levantar uma operação de venda com o apoio do Banco do Brasil embarcou para o exterior 811 mil toneladas, o que gerou receitas
para o exterior”, explica Waldyr – a aquisição mais recente é uma de R$ 724,2 milhões. O Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), em
Promicia, presidente da empresa packing house de origem argentina parceria com a Agência Brasileira de Promoção das Exportações
e filho do fundador. “No primeiro e tecnologia holandesa, que faz e Investimentos (Apex-Brasil), identificou, em países como
evento de que participei, uma toda a classificação das frutas ele- Emirados Árabes, Arábia Saudita, África do Sul, Angola, Rússia
feira na Alemanha, fiquei encan- tronicamente –, a Itacitrus seguiu e China, mercados em expansão para as frutas brasileiras. “Mas,
tado com as possibilidades do conquistando mercados. Hoje, a para chegarmos até lá, precisamos entender como esses mercados
mercado de frutas e ali mesmo empresa distribui limões brasilei- funcionam, além de cuidar da casa, melhorando a gestão e
fechei a primeira venda.” ros para 13 países e 60% de seu modernizando a produção”, diz o presidente da Itacitrus, para
Waldyr Promicia, presidente da empresa e
filho do fundador: busca de certificações
A despeito da animação, a faturamento vêm da exportação. quem a resposta à pergunta que abre essa reportagem é clara.
internacionais como um dos caminhos para empresa se deparou com alguns Os principais clientes encontram- “A empresa ganhou eficiência porque exporta e exporta cada vez
conquistar o mercado europeu
obstáculos, como, por exemplo, a se na Alemanha e na Inglaterra. mais porque fica mais eficiente a cada dia.” (Dirley Fernandes)

30 comércio exterior informe BB 1º trimestre 2011 31


ponto de vista

os rumos de
estabelece nova sistemática País estão entre os objetivos coordenação do Grupo de relevante do setor privado
de ressarcimento de créditos da Camex. Nesse sentido, Trabalho Interministerial brasileiro ao disciplinar
aos exportadores ao prever a por meio da concessão do acerca da Internacionalização a aplicação de medidas

atuação da Camex
devolução, em 30 dias, de 50% benefício do Ex-tarifário, a das Empresas Brasileiras anticircumvention. Tal regra
do pedido de ressarcimento Câmara possibilita a redução representam importantes tem por objetivo conferir
de créditos de IPI, PIS e Cofins das alíquotas do Imposto atividades da Câmara. máxima eficácia às decisões
acumulados em cada trimestre. de Importação para bens do Conselho de Ministros
de capital sem produção Em conformidade com em matéria de defesa
por Helder Silva Chaves Ainda com relação à nacional, reduzindo o custo as regras do comércio comercial e consiste na
desoneração tributária dos investimentos. internacional, a Camex atua permissão de se estender as
Câmara de Comércio Exterior tem avançado

foto: MDIC/Divulgação
das exportações, o Conex ainda na defesa da indústria medidas antidumping ou
em sua missão de melhorar o ambiente de apresentou, em outubro Ao mesmo tempo, a doméstica contra práticas compensatórias, aplicadas
último, ao Comitê Executivo redução dos entraves aos desleais de comércio e surtos a determinados produtos
negócios e eliminar ou mitigar as barreiras de Gestão da Camex (Gecex), investimentos produtivos no de importação. A adoção originários de especificado
para o desenvolvimento do setor proposta de Medida Provisória Brasil e aos investimentos de direitos antidumping, país, à importação de
para que os créditos tributários produtivos brasileiros direitos compensatórios e terceiros países ou a partes,
de IPI, PIS/Pasep e Cofins no exterior é perseguida medidas de salvaguardas peças e componentes do
A forte correlação entre o dos interesses nacionais no mitigar as barreiras para o
possam ser compensados com pela Camex. O marco dos são as iniciativas adotadas produto onerado quando
saldo da balança comercial setor e que tenha poder de desenvolvimento do setor. Tendo em vista contribuições previdenciárias. acordos de proteção e nessa linha. sua importação esteja
e o saldo das transações decisão consubstanciada
que nossa balança promoção de investimentos, frustrando a aplicação dos
correntes (ver gráfico) nos na manifestação dos No que diz respeito à
adverte sobre a necessidade ministérios envolvidos, desoneração tributária das
de serviços é A modernização do parque o acompanhamento das Nesse sentido, no último direitos de defesa comercial.

de estarmos constantemente além da iniciativa privada. exportações, duas medidas


historicamente industrial brasileiro e a negociações entre empresas dia 18 de agosto, foi editada

atentos às exportações foram implementadas este deficitária, para ampliação da capacidade e governos, como o Fórum a Resolução Camex nº 63, Outra importante atuação
produtiva e exportadora do de CEOs Brasil-EUA, e a que atendeu à demanda da Camex, agora no âmbito
brasileiras. De fato, tendo Criada em 1995, a Câmara ano a partir de deliberações que nosso balanço
em vista que nossa balança de Comércio Exterior da Camex. A primeira foi a de pagamentos
de serviços é historicamente (Camex) vem demonstrando implementação, pela Medida permaneça
deficitária, para que nosso a importância para o País de Provisória nº 497, de 27 de equilibrado, desempenho do setor externo brasileiro acumulado em 12 meses (US$ Bilhões)
50
balanço de pagamentos um Conselho de Governo do julho de 2010, da desoneração
é necessário
permaneça equilibrado, é mais alto nível, responsável de IPI (Imposto sobre 40
que tenhamos
necessário que tenhamos pela formulação, adoção, Produtos Industrializados), 30
expressivos saldos positivos implementação e PIS (Programa de
expressivos saldos
20
na balança comercial, ou coordenação de políticas Integração Social) e positivos na
balança comercial, 10
ficamos na dependência de e atividades relativas ao Cofins (Contribuição
investimentos estrangeiros. comércio exterior de bens para o Financiamento ou ficamos na 0
Com efeito, a acumulação e serviços. Constituída da Seguridade Social) na dependência de -10
de reservas internacionais por sete ministros e aquisição, no mercado investimentos -20
superiores a US$ 280 bilhões assessorada por um interno ou na importação, estrangeiros.” -30
se deve, principalmente, Conselho Consultivo do de mercadoria equivalente à
aos expressivos saldos da setor privado (Conex), a empregada ou consumida na -40
balança comercial obtidos Camex, além de criar meios industrialização de produto -50 jan 02

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set 10
entre 2004 e 2008. Nesse para o desenvolvimento exportado. A segunda foi
sentido, demonstra ter do comércio exterior, a edição da Portaria MF
sido uma decisão acertada tem procurado melhorar nº 348/2010, fruto da ação Helder Silva Chaves,
secretário-executivo da
a criação de um órgão o ambiente de negócios conjugada da Camex com o Câmara de Comércio
saldo comercial investimento estrangeiro direto saldo em transações correntes necessidade de financiamento externo
encarregado da vigilância de forma a eliminar ou Ministério da Fazenda, que Exterior (Camex)

32 comércio exterior informe BB 1º trimestre 2011 033


bb.com.br/mpe

artigo

Com a parceria do
multilateral, foi o acordo Financiamento à produção de gestão de risco, a fim de
Banco do Brasil, sua empresa ainda
entre o Brasil e os Estados
Unidos no contencioso
exportável, que permitirá o
acesso de micro e pequenas
viabilizar ações estratégicas
e melhor focadas na
vai ter muita história para contar.
do algodão na OMC. Após
extensas negociações,
empresas ao programa ainda
na fase de produção. Por fim,
fiscalização de empresas.
Inclusive em outros países.
acordou-se a criação de para eliminar de uma vez Ainda em decorrência
um fundo privado de o maior entrave ao acesso desses trabalhos, destaca- Brasil WebTrade. O site de e-commerce
US$ 147,3 milhões anuais, até ao crédito à exportação por se a aprovação, na Camex, que leva seus produtos para o mundo.
2012, bancado pelo governo micro e pequenas empresas, da proposta de adesão
dos EUA, em benefício do a Camex determinou pelo Brasil à Convenção Com o Brasil WebTrade, você pode divulgar
setor cotonicultor brasileiro, a criação de apólice de de Viena sobre Compra e os produtos da sua empresa e exportar
além do compromisso garantia de crédito pelo FGE Venda Internacional de pela internet de forma simples e segura.
de redução dos subsídios para operações de micro e Mercadorias, recentemente Acesse www.brasilwebtrade.com.br e aproveite.
dispensados ao produtor de pequenas empresas com encaminhada ao Congresso Esse momento é todo da sua empresa.
algodão americano. prazos inferiores a dois anos. via Mensagem nº 636, de
4 de novembro de 2010. A
Em matéria de No tema “Facilitação Convenção foi firmada no
financiamento, foram de Comércio” a Camex âmbito das Nações Unidas,
aprovados, no ano passado, tem atuado visando à em 1980, e tem por objetivo
em operações cobertas simplificação, harmonização, promover a segurança
pelo Fundo de Garantia à padronização e modernização jurídica e a previsibilidade
Exportação (FGE), quase de procedimentos de das relações comerciais
US$ 9 bilhões. Exportações comércio. O objetivo principal entre as empresas
de serviços de engenharia tem sido o de melhorar os estabelecidas em diferentes
para países africanos controles e a gestão dos países, uma vez que as
e latino-americanos se processos, reduzindo barreiras regras serão padronizadas.
destacam entre aquelas que e custos de transação relativos
se viabilizam pela garantia ao comércio internacional, Dessa forma, verifica-
do FGE, cujas diretrizes e sem prejuízo da segurança se que a formulação e
parâmetros de atuação são e do combate às fraudes. a implementação de
O objetivo principal estabelecidos pela Camex. Entre as principais medidas políticas para desenvolver
tem sido o de implementadas em facilitação o comércio exterior
melhorar os Como resposta à crise de comércio, destacam-se: brasileiro, bem como para
controles e a gestão no crédito à exportação, a criação do Grupo Técnico melhorar a competitividade
dos processos, a Camex autorizou a de Facilitação de Comércio de nossas exportações,

reduzindo barreiras e elevação do limite de (GTFAC); a revisão regular dos constituem atividades
faturamento anual das produtos sujeitos a anuências estratégicas e permanentes
custos de transação
empresas elegíveis ao PROEX de órgãos governamentais de desempenhadas pelo
relativos ao comércio Financiamento (Programa controle; a disponibilização Conselho de Ministros
internacional, de Crédito à Exportação) de informações e consultas de da Camex, essenciais
sem prejuízo da para R$ 600 milhões. A LIs (licenças de importação) para o crescimento do
segurança e do Camex determinou ainda a aos órgãos anuentes que País e equilíbrio das
combate às fraudes.” implementação do PROEX não possuem ferramentas contas públicas.

Central de Atendimento BB 4004 0001 ou 0800 729 0001 – SAC 0800 729 0722
34 comércio exterior informe BB Ouvidoria BB 0800 729 5678 – Deficiente Auditivo ou de Fala 0800 729 0088
Banco do Brasil. Eleito Bank of The Year
2010 no Brasil por sua excelência no
sistema bancário global.

Com muito orgulho, o BB é premiado com o “Oscar dos bancos”


pela revista The Banker, reconhecendo nosso desempenho nos negócios,
resultado financeiro e estratégias de internacionalização.

Banco do Brasil. Do Brasil para o mundo. Do mundo para o Brasil.

Central de Atendimento BB 4004 0001 ou 0800 729 0001 • SAC 0800 729 0722
Ouvidoria BB 0800 729 5678 • Deficiente Auditivo ou de Fala 0800 729 0088

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