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L.M.

C / 2009 1
CÁLCULO 1

LIMITE

Queremos determinar o que acontece com f(x) à medida que x se aproxima


indefinidamente de xo.

Exemplo:

f : ΙR → ΙR
x → x2

À medida que x se aproxima de 2, f(x) se aproxima


de 4.

Exemplo: O que acontece com f(x) quando x se aproxima de 0, da função


x
f ( x) = ?
x +1 −1

x -0,01 -0,001 -0,0001 0,0001 0,001 0,01


f(x) 1,994987 1,999500 1,999950 2,000050 2,00500 2,0049

 x 
Neste caso dizemos que lim  = 2 , que lemos como: o limite de
x →0
 x +1 −1
x
f ( x) = quando x tende a 0 é 2.
x +1 −1

x
Exemplo: Qual o limite da função f ( x) = quando x tende a zero.
x

1 se x ≠ 0
f ( x) = 
não está definida se x = 0

lim f ( x) = 1
x →0

L.M.C / 2009 2
Definição de limite

Se os valores de f(x) podem ser definidos tão perto de L quanto possível ao tomarmos x
arbitrariamente próximos de xo, dizemos que:

lim f ( x) = L
x → xo

Que lemos: “O limite de f(x) quando x tende a xo é L”

Definição rigorosa de limite

Seja I um intervalo aberto ao qual pertence um número real a. Seja f uma função
definida para x ∈ I − {a} . Dizemos que o limite de f(x), quando x tende a a, é L e
escrevemos lim f ( x) = L , se para todo ε > 0 , existir δ >0 tal que se 0 < x − a < δ
x→a

então f ( x) − L < ε .

lim f ( x) = L ⇔ ∀ε > 0, ∃ δ > 0 0 < x − a < δ ⇒ f ( x) − L < ε


x→a

Técnicas de cálculo de limites

(1) lim ( x) = xo
x → xo

(2) lim ( x n ) = xon


x → xo

(3) lim (k ) = k sendo k uma constante


x → xo

(4) lim (kx) = kxo


x → xo

(5) lim ( f ( x) + g ( x) ) = lim f ( x ) + lim g ( x )


x → xo x → xo x → xo

(6) lim ( f ( x) ⋅ g ( x) ) =  lim f ( x)  ⋅  lim g ( x) 


x → xo  x → xo   x → xo 

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 lim f ( x) 
 f ( x)   x → xo  , se lim g ( x) ≠ 0
(7) lim  =
x → xo g ( x )   lim g ( x)  x → xo
 
 o
x → x 

(8) lim (k ⋅ f ( x) ) = k ⋅ lim f ( x)


x → xo x → xo

Exemplos:

(a) lim(2 x) = 2 ⋅ lim( x) = 2 ⋅ 3 = 6


x →3 x →3

(b) lim(3x 2 − x + 1) = lim(3x 2 ) − lim( x) + lim(1) = 12 − 2 + 1 = 11


x→2 x→2 x→2 x→2

(c) lim( x 2 + 2 x − 5) = 0 2 + 2 ⋅ 0 − 5 = −5
x →0

P( x)
Funções Racionais: , com P (x) e Q (x) polinômios
Q( x)

 x2 −1  ( x − 1)( x + 1) 
(d) lim  = lim  = lim( x + 1) = 2
x →1
 x − 1  x →1  x −1  x →1

 x2 −1   ( x + 1)( x − 1)  x +1
(e) lim  = lim  = lim  = ???
x →1 ( x − 1)   
 x →1  ( x − 1)  x→1  x − 1 
2 2

 ( x − 1)2   ( x − 1)2 
(f) lim 2  = lim 
 x →1  ( x − 1)( x + 1)  = 0
 x −1
x →1
  

Limites no infinito

Comportamento das funções racionais quando x → ±∞

Considere o seguinte polinômio p ( x) = x 3 + 2 x − 1 . Imaginemos um valor para x


absurdamente grande como, por exemplo, x = 1050, e calculemos p(1050).

p (10 50 ) = (10 50 ) 3 + 2 ⋅ (10 50 ) − 1

Perceba que (10 50 ) 3 >>> 2 ⋅ (10 50 ) − 1 , desse modo podemos afirmar que:

Sendo x absurdamente grande ⇒ p ( x) ≈ x 3

L.M.C / 2009 4
Exemplos:

 3x 5 + x − 1   3x 5  3 1 
(a) lim 
3 
= lim 7  = lim ⋅ 2  = 0
x→∞
 2 x 7
+ x  x →∞  2 x  
x →∞ 2 x

 2x8 + 7x   2x8  2 
(b) lim    = lim  2  = lim  ⋅ x 6  = +∞
x → −∞ 3 x 2 + 2 
  x → −∞ 3 x
  
x → −∞ 3

 5x 5 + 2x − 1   5x 5  5 5
(c) lim 
 = lim 5  = lim  =
 3x − x 
5 2
x→∞ x → ∞
 3x  x → ∞
3 3

LEMBRETE: x2 = x

Limites laterais

( )
Exemplo: Calcule lim+ x 2 e lim− x 2
x→0 x→0
( )
( )
lim x 2 = 0
x→0 +

( )
lim− x 2 = 0
x→0

x x
Exemplo: Calcule lim+ e lim−
x →0 x x →0 x

x
f ( x) = não está definida para x = 0
x

 x
se x > 0, f ( x) = x
=1

se x < 0, f ( x) = −x
= −1
 x

 x
lim+ f ( x) = lim+   = lim+ (1) = 1
x→0 x→0  x  x→0

− x
lim− f ( x) = lim−   = lim− (− 1) = −1
x→0 x →0  x  x →0

L.M.C / 2009 5
1 1
Exemplo: Calcule lim+   e lim−  
x→0  x  x→0  x 

1
lim+   = +∞
x →0  x 

1
lim−   = −∞
x →0  x 

 1   1 
Exemplo: Calcule lim+  2  e lim−  2 
x→0  x  x→0  x 

 1 
lim+  2  = +∞
x →0  x 

 1 
lim−  2  = +∞
x →0  x 

Exemplo: f ( x) = x f : [0,+∞) → ΙR

lim f ( x) = lim+ x = 0
x →0 x →0

No caso acima subtende-se que lim x = lim+ x


x →0 x →0

Teorema:

lim f ( x) = L se, e somente se, lim+ f ( x) = lim− f ( x) = L


x → xo x → x0 x → x0

L.M.C / 2009 6
 x 2 − 5 se x < 3
Exemplo: Calcule lim f ( x) onde f ( x) = 
x→3
 x + 13 se x ≥ 3

lim f ( x) = lim+
x → 3+ x →3
( x + 13 = 4)
(
lim− f ( x) = lim− x 2 − 5 = 4
x →3 x →3
)
Logo, lim f ( x) = 4
x →3

3 x + 2 se x < 1
Exemplo: Calcule lim f ( x) onde f ( x) =  2
x→1
 x - x se x ≥ 1

(
lim+ f ( x) = lim+ x 2 − x = 0
x →1 x →1
)
lim f ( x) = lim− (3 x + 2 ) = 5
x →1− x →1

Logo, lim f ( x) não existe


x→1

Continuidade de uma função

Definição:

f(x) é contínua em xo se f(xo) existe e lim+ f ( x) = lim− f ( x) = f ( xo )


x → x0 x → x0

 x2
 se x ≠ 0
Exemplo: A função f ( x) =  x é contínua ou descontínua em x = 0?
1 se x = 0

 x2
 se x > 0, f ( x) = =x
x

 se x < 0, f ( x) = x2
= −x
 −x

lim f ( x) = 0
x→0 +

lim f ( x) = 0
x→0 −

Logo, lim f ( x) = 0 .
x →0

Como f (0) = 1 , lim f ( x) ≠ f (0) , logo a função é descontínua em x = 0.


x→0

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1 + x 2 se x < 0
Exemplo: Determine k de tal forma que a função f ( x) =  seja contínua
k + 3x se x ≥ 0
em seu domínio.

Queremos que lim+ f ( x) = lim− f ( x) = f (0) *


x→0 x →0

f ( 0) = k + 3 ⋅ 0 = k

lim f ( x) = lim+ (k + 3 x ) = k
x→0 + x →0

(
lim f ( x) = lim− 1 + x 2 = 1
x→0 − x →0
)
Impondo (*)  k = 1

Teorema do confronto (Teorema do sanduíche)

Sejam f(x), g(x) e h(x) funções tais que “perto” de xo temos que g ( x) ≤ f ( x) ≤ h( x) e
lim g ( x) = lim h( x) = L . Então lim f ( x) = L
x → xo x → xo x → xo

  1 
Exemplo: Calcule lim x 2 ⋅ sin   
x →0
  x 

Aplicando o teorema do sanduíche, temos:

1
− 1 ≤ sin   ≤ 1
 x

Multiplicando as desigualdades por x2, temos:

1
− x 2 ≤ x 2 ⋅ sin   ≤ x 2
 x

( )   1 
lim − x 2 ≤ lim x 2 ⋅ sin    ≤ lim x 2 ( )
x →0 x →0
  x   x →0

Como:

( )
lim x 2 = 0 e lim − x 2 = 0
x →0 x →0
( )
  1 
Logo: lim x 2 ⋅ sin    = 0
x →0
  x 

L.M.C / 2009 8
Atenção!!

 x   1 
lim 3  = lim 2  = ∞
  x →0  x 
x →0 x

 x3 
lim 3  = lim(1) = 1
x →0 x
  x →0

 x3 
( )
lim  = lim x 2 = 0
x →0
 x  x →0

Limite Trigonométrico Fundamental

 sin( x) 
lim  =1
x →0
 x 

Demonstração:

Da trigonometria, temos:

π 1 1 1
(a) 0 < x < ⇒ sin( x) < x < tan( x) ⇒ > > (I)
2 sin( x) x tan( x)

π 1 1 1
(b) − < x < 0 ⇒ sin( x) > x > tan( x) ⇒ < < (II)
2 sin( x) x tan( x)

Multiplicando as desigualdades (I) e (II) por sin(x), resulta:

π sin( x) sin( x) sin( x) sin( x)


(a) 0 < x < ⇒ > > ⇒1> > cos( x) ( sin(x) > 0 )
2 sin( x) x tan( x) x

π sin( x) sin( x) sin( x) sin( x)


(b) − < x<0⇒ > > ⇒1> > cos( x) ( sin(x) < 0 )
2 sin( x) x tan( x) x

L.M.C / 2009 9
Temos, portanto:

π π sin( x)
Para − <x< e x≠0 cos( x) < <1
2 2 x

sin( x)
Considerando g ( x) = cos( x) , f ( x) = e h( x) = 1 e notando que
x
lim g ( x) = lim h( x) = 1 , do teorema do sanduíche, temos:
x →0 x →0

 sin( x) 
lim  =1
x →0
 x 

Outro limite trigonométrico importante

 1 − cos( x) 
lim =0
x →0
 x 

Demonstração:

 1 − cos( x)   1 − cos( x) 1 + cos( x)   1 − cos 2 ( x)   sin 2 ( x) 


lim  = lim ⋅  = lim  = lim =
x →0
 x  x →0  x 1 + cos( x)  x →0  x ⋅ (1 + cos( x) )  x →0  x ⋅ (1 + cos( x)) 
 sin( x) sin( x) 
= lim ⋅  = 1⋅ 0 = 0
x →0
 x 1 + cos( x) 

Atenção!!

(a) − 1 < sin( x) < 1

(b) 0 < sin 2 ( x) < 1

(c) 0 < sin( x) < 1

OBS:

lim sin( x) não existe, pois quando x cresce, os valores de sin(x) oscilam entre 1 e − 1
x →∞
um número infinito de vezes (logo, eles não tendem a qualquer número definido).

L.M.C / 2009 10
DERIVADA E RETA TANGENTE

A velocidade média de uma partícula é definida por:

∆x x 2 − x1
v= =
∆t t 2 − t1

No gráfico de x versus t, a velocidade média é indicada pela inclinação da reta secante à


curva nos pontos (t1, x1) e (t2, x2).

Considere agora sucessivos intervalos de tempo cada vez menores (figura abaixo) ∆t1 ,
∆t 2 , ∆t 3 , ∆t 4 , ... A velocidade média em cada intervalo de tempo é dada pela
inclinação da reta secante no dado intervalo. Assim que os intervalos de tempo tornam-
se cada vez menores essas inclinações se aproximam da inclinação da reta tangente no
ponto t1. A inclinação da reta tangente em t1 é definida como a velocidade instantânea
da partícula.

L.M.C / 2009 11
A velocidade instantânea é o limite da razão ∆x / ∆t quando ∆t se aproxima de zero:

∆x
vinst . = lim  inclinação da reta tangente
∆t →0 ∆t

Esse limite é denominado de derivada de x em relação a t.

Definição de derivada

Considere f(x):

 ∆f   f ( x + h) − f ( x ) 
A inclinação da reta tangente em P é dada por lim   = lim 
∆x →0 ∆x
  h →0
 h 

A derivada de uma função f é a função denotada por f’ , tal que seu valor em qualquer
número x do domínio de f seja dado por:

 f ( x + h) − f ( x )  df  f ( x + h) − f ( x) 
f ' ( x) = lim  ou = lim 
h →0
 h  dx h→0  h 

Se esse limite existir.

Problema: Determine a inclinação da reta tangente ao gráfico de y = x 2 no ponto:


(a) (2, 4)
(b) (xo, xo2)

(a) f ' (2)  inclinação da reta tangente em x = 2

 f ( 2 + h ) − f ( 2) 
f ' (2) = lim 
h→0
 h 

 ( 2 + h) 2 − 2 2 
f ' (2) = lim 
h →0 h
 

 4 + 4h + h 2 − 4   h ⋅ ( 4 + h) 
f ' (2) = lim  = lim =4
h →0
 h  h → 0
 h 

L.M.C / 2009 12
(b) f ' ( xo )  inclinação da reta tangente em x = xo
 f ( xo + h) − f ( xo ) 
f ' ( xo ) = lim 
h →0
 h 

 ( x o + h) 2 − ( x o ) 2   xo2 + 2 xo h + h 2 − xo2   h ⋅ (2 xo + h ) 
f ' ( xo ) = lim  
 = lim  = lim  = 2 xo
h →0 → →
 h  h 0
 h  h 0
 h 

Exemplo: Calcule a derivada da função f ( x) = x 3 − x no ponto:


(a) (2, 6)
(b) (xo, f (xo))

(a) f ' (2)  inclinação da reta tangente em x = 2

 f ( 2 + h ) − f ( 2) 
f ' (2) = lim 
h→0
 h 

 ( 2 + h) 3 − ( 2 + h) − 6 
f ' (2) = lim 
h→ 0 h
 

 8 + 12h + 6h 2 + h 3 − 2 − h − 6 
f ' (2) = lim 
h→0 h
 

 h 3 + 6h 2 + 11h 
f ' (2) = lim 
h→0 h
 

(
f ' (2) = lim h 2 + 6h + 11
h →0
)
f ' (2) = 11

(b) f ' ( xo )  inclinação da reta tangente em x = xo

f ' ( xo ) = lim
 f ( x o + h) − f ( x o ) 
 = lim
(
 (x o + h )3 − ( xo + h ) − xo3 − x ) 
h →0
 h  h→0  h 

f ' ( xo ) = lim
 xo3 + 3xo2 h + 3x o h 2 + h 3 − xo − h − xo3 + xo 
 = lim
(
 h ⋅ h 2 + 3xo h + 3 xo2 − 1 

)
h →0 h h →0 h
   

f ' ( xo ) = 3 xo2 − 1

L.M.C / 2009 13
Regras de derivação

(1) Se c for uma constante e se f ( x) = c para todo x , então

f ' ( x) = 0

Prova:

 f ( x + h) − f ( x )  c−c
f ' ( x) = lim  = lim  = lim 0 = 0
h →0
 h  h → 0
 h  h →0

(2) Se n for um número inteiro positivo e se f ( x) = x n , então

f ' ( x) = nx n −1

Prova:

 f ( x + h) − f ( x)   ( x + h )n − x n 
f ' ( x) = lim  = lim 

h →0
 h  h →0  h 

Aplicando o desenvolvimento do binômio de Newton, temos:

n n n  n  n−1  n  n


( x + h )n =   x n +  hx n −1 +  h 2 x n− 2 + ... +  h x +  h
0 1  2  n − 1 n
n  n  n −1
( x + h )n = x n + nhx n −1 +  h 2 x n −2 + ... +  h x + h n
2  n − 1

Logo:
 n n −1  n  2 n−2  n  n −1 
 x + nhx +  h x + ... +  h x + h n  − x n
2  n − 1
f ' ( x) = lim  
h →0 h

 n  n  n−2 
f ' ( x) = lim nx n−1 +  hx n − 2 + ... +  h x + h n −1  ∴ f ' ( x) = nx n−1
h →0
 2  n − 1 

(3) Se f for uma função, c uma constante e g a função definida por

g ( x) = c ⋅ f ( x)

Então, se f ' ( x) existir,

g ' ( x) = c ⋅ f ' ( x)

L.M.C / 2009 14
Prova:

 g ( x + h) − g ( x)   c ⋅ f ( x + h) − c ⋅ f ( x)   c ⋅ [ f ( x + h) − f ( x ) ] 
g ' ( x) = lim  = lim  = lim =
h →0
 h  h →0  h  h →0  h 
 f ( x + h) − f ( x ) 
= c ⋅ lim  = c ⋅ f ' ( x)
h →0
 h 

(4) Se f e g forem funções e se i for a função definida por

i ( x) = f ( x ) + g ( x )

Então, se f ' ( x) e g ' ( x) existirem,

i' ( x) = f ' ( x) + g ' ( x)

Prova:

 i ( x + h) − i ( x)   [ f ( x + h) + g ( x + h ) ] − [ f ( x ) + g ( x ) ] 
i ' ( x) = lim  = lim =
h →0
 h  h →0  h 
 f ( x + h) − f ( x) g ( x + h) − g ( x)   f ( x + h) − f ( x)   g ( x + h) − g ( x) 
= lim +  = lim  + lim =
h →0
 h h  h→0  h  h→ 0  h 
= f ' ( x) + g ' ( x)

(5) Se f e g forem funções e se i for a função definida por

i( x) = f ( x) g ( x)

Então, se f ' ( x) e g ' ( x) existirem,

i' ( x) = f ' ( x) g ( x) + f ( x) g ' ( x)

Prova:

 i ( x + h) − i ( x )   f ( x + h ) ⋅ g ( x + h) − f ( x ) ⋅ g ( x) 
i ' ( x) = lim  = lim 
h →0
 h  h →0  h 

Se f ( x + h) ⋅ g ( x) for somado e subtraído ao numerador, então

 f ( x + h ) ⋅ g ( x + h ) − f ( x + h) ⋅ g ( x ) + f ( x + h ) ⋅ g ( x ) − f ( x ) ⋅ g ( x ) 
i ' ( x) = lim =
h→ 0
 h 
 g ( x + h) − g ( x) f ( x + h) − f ( x) 
= lim f ( x + h) ⋅ + g ( x) ⋅ =
h →0
 h h 
 g ( x + h) − g ( x)   f ( x + h) − f ( x) 
= lim f ( x + h) ⋅  + lim g ( x) ⋅ =
h →0
 h  h →0  h 

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 g ( x + h) − g ( x )   f ( x + h) − f ( x ) 
= lim f ( x + h) ⋅ lim  + lim g ( x) ⋅ lim =
h→ 0 h→ 0
 h  h →0 h→0
 h 
= f ( x) g ' ( x) + g ( x) f ' ( x) = f ' ( x) g ( x ) + f ( x) g ' ( x)

OBS: f ( x) = g ( x) ⋅ h( x) ⋅ i ( x) = [g ( x) ⋅ h( x)] ⋅ i ( x)

f ' ( x ) = [g ( x ) ⋅ h ( x ) ] ⋅ i ( x ) + [g ( x ) ⋅ h ( x ) ] ⋅ i ' ( x )
'

f ' ( x ) = g ' ( x) ⋅ h( x ) ⋅ i ( x ) + g ( x ) ⋅ h' ( x ) ⋅ i ( x ) + g ( x) ⋅ h( x ) ⋅ i ' ( x )

(6) Se f e g forem funções e se i for a função definida por

f ( x)
i ( x) = onde g ( x) ≠ 0
g ( x)

Então, se f ' ( x) e g ' ( x) existirem,

f ' ( x) g ( x) − f ( x) g ' ( x)
i' ( x) =
[g ( x)]2
Prova:
 f ( x + h) f ( x ) 
 − 
 i( x + h) − i ( x)   g ( x + h) g ( x )   f ( x + h) ⋅ g ( x) − f ( x ) ⋅ g ( x + h) 
i ' ( x) = lim  = lim = lim 
h →0
 h  h → 0 h  h → 0
 h ⋅ g ( x ) ⋅ g ( x + h) 
 
 

Se somarmos e subtrairmos f ( x) ⋅ g ( x) ao numerador, então

 f ( x + h) ⋅ g ( x ) − f ( x ) ⋅ g ( x ) − f ( x ) ⋅ g ( x + h) + f ( x ) ⋅ g ( x ) 
i ' ( x) = lim  =
h →0
 h ⋅ g ( x ) ⋅ g ( x + h) 

 f ( x + h) − f ( x )   g ( x + h) − g ( x)  
  g ( x) ⋅  −  f ( x) ⋅  
= lim   h   h =
h →0  g ( x) ⋅ g ( x + h) 
 
 

 f ( x + h) − f ( x )   g ( x + h) − g ( x) 
lim g ( x) ⋅ lim  − lim f ( x) ⋅ lim 
=
h→ 0 h →0
 h  h →0 h →0
 h =
lim g ( x) ⋅ lim g ( x + h)
h →0 h →0

L.M.C / 2009 16
g ( x ) f ' ( x ) − f ( x) g ' ( x ) f ' ( x ) g ( x ) − f ( x ) g ' ( x )
= =
g ( x) ⋅ g ( x) [g ( x)]2

Exemplos: Derive as seguintes funções

Regra da soma
1
(a) f ( x) = x 7 + 3 x 2 + x − 2 x 2
+ x −5
−1
f ' ( x) = 7 x 6 + 6 x + 1 − x 2
− 5 x −6

1 1
(b) f ( x) = 5
+ 2 x − 3 x −3 +
x x
'
−6 −1 −4 1 −3  1  1
f ' ( x ) = −5 x +x 2
+ 9x − x 2 Atenção!!  5  ≠
2 x  x5
'
( )
Regra do produto
( 
−2
)
(c) f ( x) = x 3 − 3 x + 1 ⋅  x 3 + x 5 − x 

( 
−2
) 
 2 −5
( 
f ' ( x) = 3 x 2 − 3 ⋅  x 3 + x 5 − x  + x 3 − 3 x + 1 ⋅  − x 3 + 5 x 4 − 1 )
 3 

( )(
(d) f ( x) = x 3 + 1 ⋅ x 7 + 2 x − 1 ⋅ x 4 + 2 x − 5 )( )
( )( ) (
f ' ( x) = 3x 2 ⋅ x 7 + 2 x − 1 ⋅ x 4 + 2 x − 5 + x 3 + 1 ⋅ 7 x 6 + 2 ⋅ x 4 + 2 x − 5 + )( )( )
( )(
+ x + 1 ⋅ x + 2x − 1 ⋅ 4x
3 7
)( 3
+ 2)

Regra do quociente
x 4 − 2x 2 + 3
(e) f ( x) =
3x 2 − 1

f ' ( x) =
(4 x 3
)( ) (
− 4 x ⋅ 3x 2 − 1 − x 4 − 2 x 2 + 3 ⋅ (6 x ) )
(3x 2
−1 )2

(f) f ( x) =
(3x 2
)(
+ x ⋅ x5 −1 )
(x3 + 1 )

f ′( x) =
[(6 x + 1) ⋅ (x 5
) ( ) ( )] ( ) [(
− 1 + 3x 2 + x ⋅ 5 x 4 ⋅ x 3 + 1 − 3x 2 + x ⋅ x 5 − 1 ⋅ 3x 2 )( )] ( )
(x + 1)
3 2

ou

f ( x) =
(3x 2
)(
+ x ⋅ x5 −1 ) (
x5 −1
= 3x + x ⋅ 3
2
) (( )
(x3 + 1 ) x +1 )

L.M.C / 2009 17
)⋅  5 x (x ) ( )
 x5 −1  + 1 − x 5 − 1 ⋅ 3x 2 
(
4 3
f ′( x) = (6 x + 1) ⋅  3  + 3 x 2 + x 
 x + 1  (x3 + 1
2
) 

Derivada das funções trigonométricas

sin' ( x) = cos( x)

Prova:

 sin( x + h) − sin( x)   sin( x) cos(h) + sin(h) cos( x) − sin( x) 


sin' ( x) = lim  = lim =
h→ 0
 h  h →0  h 
 cos(h) − 1 sin(h) 
= lim sin( x) ⋅ + cos( x) ⋅ =
h →0
 h h 
 cos(h) − 1   sin(h) 
= lim sin( x) ⋅ lim  + lim cos( x) ⋅ lim  = sin( x) ⋅ 0 + cos( x) ⋅ 1
h →0 h →0
 h  h→ 0 h→0
 h 
= cos( x)
 π
OBS: cos( x) = sin  x + 
 2

cos' ( x) = − sin( x)

Prova:

 cos( x + h) − cos( x)   cos( x) cos(h) − sin( x) sin(h) − cos( x) 


cos' ( x) = lim  = lim =
h →0
 h  h → 0
 h 
 cos( x) ⋅ [cos(h) − 1]   sin( x) ⋅ sin( h) 
= lim  − lim =
h →0
 h  h → 0
 h 
 1 − cos(h)   sin(h) 
= − lim  ⋅ lim cos( x) − lim sin( x) ⋅ lim  = 0 ⋅ cos( x) − sin( x) ⋅ 1 =
h →0
 h  h →0 h →0 h →0
 h 
= − sin( x)

L.M.C / 2009 18
tan' ( x) = sec 2 ( x)

Prova:

'
 sin( x)  sin' ( x) ⋅ cos( x) − sin( x) ⋅ cos' ( x) cos 2 ( x) + sin 2 ( x) 1
tan' ( x) = 
 
 = 2
= 2
= 2
= sec 2 ( x)
 cos( x)  cos ( x) cos ( x) cos ( x)

cot' ( x) = − csc 2 ( x)

Prova:

A fórmula da derivada da função co-tangente é obtida de forma análoga à da função


tangente.

sec' ( x) = sec( x) ⋅ tan( x)

Prova:

'
 1  (1)' ⋅ cos( x) − (1) ⋅ cos' ( x) sin( x) 1 sin( x)
sec' ( x) =   = 2
= 2
= ⋅ = sec( x) ⋅ tan( x)
 cos( x)  cos ( x) cos ( x) cos( x) cos( x)

csc' ( x) = − csc( x) ⋅ cot( x)

Prova:

A fórmula da derivada da função co-secante é obtida de forma análoga à da função


secante.

Exemplos: Derive as seguintes funções

sin( x)
(a) f ( x) =
x2 +1

f ' ( x) =
( )
cos( x) ⋅ x 2 + 1 − sin ( x ) ⋅ (2 x )
(x 2
+1 )2

x3 − 2x
(b) f ( x) =
tan( x)

f ' ( x) =
(3x 2
) ( )
− 2 ⋅ tan( x) − x 3 − 2 x ⋅ sec 2 ( x)
tan 2 ( x)

L.M.C / 2009 19
Regra da Cadeia (Chain Rule)

Sejam as seguintes funções

f :A →B e g :B→C

A função composta g o f é definida por

go f :A →C

Teorema (Regra da Cadeia):

Se a função f for derivável em x e a função g for derivável em f(x), então a função


composta g o f será derivável em x, e

( g o f )' = g ' ( f ( x) ) ⋅ f ' ( x)

1
Exemplo: Calcule a derivada de p ( x) = sin  
 x

p (x) é uma composição de funções:

g ( x) = sin( x)

1
f ( x) =
x

Observe que:

p ( x ) = g ( f ( x) )

1 1
p ( x) = g   = sin  
 x  x

L.M.C / 2009 20
Calculando f ' ( x) e g ' ( x)

1
f ' ( x) = −
x2

g ' ( x) = cos( x)

Aplicando a regra da cadeia

p' ( x) = g ' ( f ( x) ) ⋅ f ' ( x)

 1 
p ' ( x) = cos( f ( x) ) ⋅  − 2 
 x 

1  1 
p ' ( x) = cos  ⋅  − 2 
 x  x 

Exemplo: Calcule a derivada de p( x) = sin (cos( x) )

p ( x) é uma composição de funções:

f ( x) = cos( x)

g ( x) = sin( x)

Calculando f ' ( x) e g ' ( x)

f ' ( x) = − sin( x)

g ' ( x) = cos( x)

Aplicando a regra da cadeia

p' ( x) = g ' ( f ( x) ) ⋅ f ' ( x)

p' ( x) = − cos(cos( x) ) ⋅ sin( x)

(
Exemplo: Calcule a derivada de p ( x) = x 2 − 2 x + 1 )4

É possível calcular a deriva de p ( x) utilizando a regra do produto. Entretanto, é viável


o uso da regra da cadeia visto que ela apresenta um caminho mais prático para o cálculo
da derivada desse tipo de função.

L.M.C / 2009 21
p (x) é uma composição de funções:

f ( x) = x 2 − 2 x + 1

g ( x) = x 4

Calculando f ' ( x) e g ' ( x)

f ' ( x) = 2 x − 2

g ' ( x) = 4 x 3

Aplicando a regra da cadeia

p' ( x) = g ' ( f ( x) ) ⋅ f ' ( x)

( )
p ' ( x) = 4 ⋅ x 2 − 2 x + 1 ⋅ (2 x − 2 )
3

Exemplo: Calcule a derivada de p ( x) = sin x 2 ( )


Vamos ser mais práticos agora: A derivada da função composta é igual ao produto entre
a derivada da função “externa” e a derivada da função “interna”.

Nesse exemplo, sin ( ) é a função “externa” e x 2 é a função “interna”. Logo pela regra
da cadeia, temos:

( )
p ' ( x) = cos x 2 ⋅ 2 x

Exemplo: Calcule a derivada de p ( x) = sin x 3 + 2 x − 1 ( )


( )(
p ' ( x) = cos x 3 + 2 x − 1 ⋅ 3 x 2 + 2 )

Exemplo: Calcule a derivada de p ( x) = x 2 + 1

p( x) = x 2 + 1 = x 2 + 1 ( ) 1
2

p' ( x) =
1 2
2
( −1
)
⋅ x + 1 2 ⋅ (2 x )

L.M.C / 2009 22
Exemplo: Calcule a derivada de f ( x) = sin cos x 2 ( ( ))
Nesse exemplo temos a composição de três funções. Aplicando a regra da cadeia temos:

( ( )) ( ( ))
f ' ( x) = cos cos x 2 ⋅ − sin x 2 ⋅ (2 x )

OBS: Regra da Cadeia usando a notação de Leibniz

dy
Se y for uma função de u, definida por y = f (u ) e existir, e se u for uma função de
du
du dy
x, definida por u = g ( x) e existir, então y será uma função de x e existirá e será
dx dx
dada por:

dy dy du
= ⋅
dx du dx

Exercícios: Calcule as seguintes derivadas

(a) f ( x) = sin (5 x )

f ' ( x) = cos(5 x ) ⋅ 5

(
(b) f ( x) = cos x 2 + 1 )
( )
f ' ( x) = − sin x 2 + 1 ⋅ (2 x )

(c) f ( x) = (tan( x) + 1)
15

(
f ' ( x) = 15 ⋅ (tan( x) + 1) ⋅ sec 2 ( x)
14
)

 x 
(d) f ( x) = sec 2 
 x + 1

 x 
f ' ( x) = sec 2  ⋅ tan 2 ⋅
2
( )
 x  (1) ⋅ x + 1 − ( x ) ⋅ (2 x )
 x +1  x + 1 x2 +1
2
( )

L.M.C / 2009 23
Equação da reta tangente

1
Exemplo: Encontre a equação da reta tangente ao gráfico de f ( x) =
x
1
(a) no ponto (1, 1) (b) no ponto (2, ) (c) em um ponto qualquer
2

(a) A equação da reta tangente no ponto (1, 1) é


dado por
y − 1 = m ⋅ ( x − 1)

Onde m é a inclinação da reta tangente, ou seja,

m = f ' (1)

1
Sendo f ' ( x) = − , m = f ' (1) = −1
x2

Daí:
y − 1 = (− 1) ⋅ ( x − 1)

1
(b) A equação da reta tangente no ponto (2, ) é dado por
2
= m ⋅ (x − 2)
1
y−
2
1 1
Onde m é a inclinação da reta tangente, ou seja, m = f ' (2) = − 2
=−
(2) 4
Daí:
1  1
y− =  −  ⋅ (x − 2)
2  4

 1 
(c) Para um ponto genérico  xo ,  , a equação da reta tangente é:
 xo 

= m ⋅ (x − xo )
1
y−
xo
1
Onde m = f ' ( x o ) = −
xo2
Daí:
= − 2 ⋅ (x − xo )
1 1
y−
xo xo

L.M.C / 2009 24
Equação da reta normal

Exemplo: Encontra a equação da reta normal ao gráfico f ( x) = sin( x) no ponto


π 2
 , 
 4 2 .
 

A reta normal a um gráfico em um dado ponto é a reta perpendicular à reta tangente


naquele ponto.

π 2
A equação das retas que passam no ponto  ,  é dada por:

4 2 

2  π
y− = m ⋅ x − 
2  4

π  π  2
Reta tangente: m = f '   = cos  =
4 4 2

1 1 2
Reta normal: mn = − =− =− =− 2
m 2 2
2
Daí:
2  π
y− = − 2 ⋅ x − 
2  4

L.M.C / 2009 25
Derivação Implícita

As funções encontradas até agora podem ser descritas expressando uma variável
explicitamente em termos de outra; por exemplo,

y = x3 + 1 ou y = sin(x)

ou, em geral, y = f (x)

Algumas funções, entretanto, são definidas implicitamente por uma relação entre x e y:

x 2 + y 2 = 25

x 3 + y 3 = 6 xy (fólio de Descartes)

Felizmente não precisamos resolver uma equação para y em termos de x para encontrar
a derivada de y. Em vez disso, podemos usar o método da diferenciação implícita, que
consiste em diferenciar ambos os lados da equação em relação a x e então resolver a
equação resultante para y’.

Exemplo: Derive implicitamente

(a) x 2 + y 2 = 25

d 2
dx
(
x + y2 = )
d
dx
(25)∴ 2 x + 2 y ⋅ y ′ = 0 (Usamos a regra da cadeia, pois y = y(x) )

L.M.C / 2009 26
(b) x 2 y + 3 xy 3 − x = 3
( )
2 xy + x 2 y ′ + 3 ⋅ 1 ⋅ y 3 + x ⋅ 3 ⋅ y 2 ⋅ y ′ − 1 = 0

1 1
(c) + =1
y x
1 1
− 2 ⋅ y′ − 2 = 0
y x

Exercício: Ache as inclinações das retas tangentes nos pontos (2, − 1) e (2, 1) para
y2 − x +1 = 0 .

d 2
dx
(
y − x +1 =
d
dx
(0))
2 y ⋅ y′ − 1 = 0

1
y′ =
2y

No ponto (2, − 1)  y ′ =
1 1
=−
2 ⋅ (− 1) 2
No ponto (2, 1)  y ′ =
1 1
=
2 ⋅ (1) 2

Exercício: Considere o seguinte fólio de Descarte

x 3 + y 3 = 3 xy

dy
(a) Ache
dx
3 3
(b) Encontre a equação da reta tangente no ponto  , 
2 2
(c) Em quais pontos a reta tangente é horizontal?
(d) Em quais pontos a reta tangente é vertical?

L.M.C / 2009 27
Resolução

(a)
d 3
dx
(
x + y3 =
d
dx
)
(3xy )

3 x 2 + 3 y 2 ⋅ y ′ = 3( y + x ⋅ y ′)
x 2 + y 2 ⋅ y′ = y + x ⋅ y′
y 2 ⋅ y′ − x ⋅ y′ = y − x 2
( )
y′ ⋅ y 2 − x = y − x 2
y−x 2
y′ =
y2 − x

3 3
(b) A equação tangente no ponto  ,  é dada por:
2 2
3  3
y − = m⋅x − 
2  2

3 9

 3 3 2 4
Onde m = y ′ ,  = = −1
 2 2 9 − 3
4 2

Daí:
3  3
y− = − x − 
2  2

(c) A reta tangente à curva é horizontal quando possui inclinação nula, ou seja,

y′ = 0

y′ = 0 ⇒ y − x 2 = 0 ⇒ y = x 2

Substituindo y = x 2 na equação da curva, obtemos

( )
x3 + x2
3
( )
= 3x x 2

x 3 + x 6 = 3x 3

Resolvendo a equação acima, obtemos x = 0 e x = 21 / 3 , entretanto, iremos utilizar


apenas a segunda solução x = 21 / 3 para evitar uma indeterminação do tipo 0/0.

Como y = 21 / 3 ( ) 2
(
para y ′ = 0 , o ponto a ser encontrado é 21 / 3 , 2 2 / 3 )

L.M.C / 2009 28
y − x2
(d) A reta tangente é vertical quando o denominador na expressão y ′ = é 0. Um
y2 − x
outro método é observar que a equação da curva não varia quando x e y são trocados
entre si, logo a curva é simétrica em torno da reta y = x . Isso significa que a tangente
( ) (
horizontal em 21 / 3 , 2 2 / 3 corresponde a tangente vertical em 2 2 / 3 , 21 / 3 )

Revisão: Funções Exponenciais e Logarítmicas

Função Exponencial

Dado um número real a, tal que 0 < a ≠ 1 , chamamos função exponencial de base a a
função f de IR em IR que associa a cada x real o número a x .

f ( x) = a x
1º caso: a > 1

lim a x = +∞
x → +∞

lim a x = 0
x → −∞

2º caso: 0 < a < 1

lim a x = +∞
x → −∞

lim a x = 0
x → +∞

Propriedades:
(1) a x + y = a x ⋅ a y
ax
(2) a x − y = y
a
( )
(3) a x
y
= a xy
(4) (ab ) = a x b x
x

L.M.C / 2009 29
Definição de Logaritmo

log a b = x ⇔ a x = b

Propriedades
(1) log a ( xy ) = log a ( x) + log a ( y )
x
(2) log a   = log a ( x) − log a ( y )
 y
(3) log a ( x r ) = r log a ( x)
log b ( x)
(4) log a ( x) =
log b (a)

Função Logarítmica

Dado um número real a, tal que 0 < a ≠ 1 , chamamos função logarítmica de base a a
função f de IR ∗+ em IR que associa a cada x real o número log a x .

f ( x) = log a ( x)

lim log a x = +∞
x → +∞

lim log a x = −∞
x →0

OBS: As funções exponencial e logarítmica são inversas uma da outra.

OBS:
log a (a x ) = x

a log a ( x ) = x

log e ( x) = ln( x)

L.M.C / 2009 30
Derivada da função logarítmica

Faremos uso do seguinte limite para encontrar a derivada da função logarítmica:

x
 1
lim(1 + x )
1
x =e ou lim 1 +  = e
x →0 x → ±∞
 x

Aplicando a definição da função derivada para f ( x) = log a ( x) , temos

  x + h    h 
 log a    log a 1 +  
 log ( x + h) − log a ( x)   x   = lim   x
f ′( x) = lim  a  = lim  
h→0
 h  h →0  h  h →0  h 
   
   

h
Definindo u = , temos:
x

 log (1 + u )  1 1  1  
( ) ( )
1
f ′( x) = lim  a  = ⋅ lim  ⋅ log a 1 + u  = ⋅ lim  log a 1 + u u

u →0
 ux  x u →0  u  x u →0 

Como a função logarítmica é contínua, podemos escrever

  1
⋅ log a lim(1 + u ) u  = ⋅ log a (e)
1 1
f ′( x) =
x  u →0  x

Logo
d
[log a ( x)] = 1 ⋅ log a (e) ou
d
[log a ( x)] = 1
dx x dx x ⋅ ln(a )

Quando a = e , temos
d
(ln x ) = 1
dx x

Pela regra da cadeia,

d
[ln f ( x)] = 1 ⋅ f ′( x) ⇒ d
[ln f ( x)] = f ′( x)
dx f ( x) dx f ( x)

Exemplo: Derive as seguintes funções

(a) f ( x) = ln(2 x )
1 1
f ′( x) = ⋅2 =
2x x

L.M.C / 2009 31
( )
(b) f ( x) = ln x 2
1 2
f ′( x) = 2 ⋅ 2 x =
x x

 x2 −1
(c) f ( x) = ln 3 
 x 

f ′( x) = 2
( )
x 3  2 x ⋅ x 3 − x 2 − 1 ⋅ 3x 2 
⋅ 
x −1  x6 

Derivada da função exponencial

Dada a função exponencial:


y = ax

Podemos reescrevê-la da seguinte forma:

x = log a ( y )

Derivando implicitamente em relação a x, temos

1
1= ⋅ log a (e) ⋅ y ′
y

y ax
y′ = =
log a (e) log a (e)

Logo,

d x
dx
( )
a =
ax
log a (e)
ou
d x
dx
( )
a = a x ⋅ ln(a )

Quando a = e , temos

d x
dx
( )
e = ex

Pela regra da cadeia,


(e )′ = e
f ( x) f (x)
⋅ f ′( x)

L.M.C / 2009 32
OBS: Assim, a função exponencial f ( x) = e x tem como propriedade o fato de que sua
derivada é ela mesma. O significado geométrico desse fato é que a inclinação da reta
tangente à curva y = e x é igual a coordenada y do ponto.

eh −1
OBS: e é um número tal que lim =1
h →0 h

Exemplos:

( )′ = e
(1) e 3 x 3x
⋅3

( )′ = e
(2) e − x
2
− x2
⋅ (− 2 x )


 x 3+1  x 2 +1
( )
2

 x 
 2 x ⋅ x 3 − x 2 + 1 ⋅ 3x 2 
(3) e =e x3
⋅ 
   x6 
 

Diferenciação logarítmica

Passos na diferenciação logarítmica

1º passo:
Tome o logaritmo natural em ambos os lados de uma equação y = f (x) e use as
propriedades do logaritmo para simplificar.

2º passo:
Diferencie implicitamente em relação a x.

3º passo:
Resolva a equação resultante para y ′ .

OBS: A diferenciação logarítmica ajuda-nos a diferenciar funções do tipo f ( x) g ( x )

L.M.C / 2009 33
Exemplo: Diferencie y = x x

Solução 1

ln( y ) = x ⋅ ln( x)

d
(ln( y) ) = d (x ⋅ ln( x))
dx dx

y′ 1
= 1 ⋅ ln( x) + x ⋅
y x

y′ = y ⋅ [ln( x) + 1]

y′ = x x ⋅ [ln( x) + 1]

Solução 2

(
Outro método é escrever x x = e ln( x ) )x

d x
dx
x = ( ) (
d x⋅ln( x )
dx
e )
d x
dx
( )
x = e x⋅ln( x ) ⋅ ( x ⋅ ln( x) )
d
dx

d x
dx
( )
x = e x⋅ln( x ) ⋅ [ln( x) + 1]

d x
dx
( )
x = x x ⋅ [ln( x) + 1]

Exercício: Calcule as derivadas das seguintes funções:

(1) f ( x) = ln(2 x)
1 1
f ′( x) = ⋅2 =
2x x

(2) f ( x) = ln( x 3 )
1 3
f ′( x) = 3 ⋅ 3 x 2 =
x x

L.M.C / 2009 34
 x 
(3) f ( x) = ln 2 
1+ x 

f ′( x) = ⋅
( )
1 + x 2 1 ⋅ 1 + x 2 − x ⋅ 2 x 

x  1+ x2 ( 2
)


(4) f ( x) = e 7 x
f ′( x) = e 7 x ⋅ 7

(5) f ( x) = x 3 ⋅ e x
f ′( x) = 3 x 2 ⋅ e x + x 3 ⋅ e x

(6) f ( x) = e sin( x )
f ′( x) = e sin( x ) ⋅ cos( x)

ex
(7) f ( x) =
ln( x)
1
e x ⋅ ln( x) − e x ⋅
x = x ⋅ e ⋅ ln( x) − e
x x
f ′( x) =
[ln( x)]2 x ⋅ [ln( x)]
2

(8) f ( x) = ln(sin( x) ) ⋅ e x
2

⋅ e + ln (sin( x) ) ⋅ e x ⋅ 2 x
cos( x) x 2
f ′( x) =
2

sin( x)

OBS: Determine f (x) , tal que f ′( x) = tan( x) .

d
(ln sec( x) ) = d (− ln cos(x))) = − (− sin( x) ) = tan( x)
dx dx cos( x)

L.M.C / 2009 35
Noções de Funções Hiperbólicas
Definição

e x − e−x e x + e−x sinh( x)


sinh( x) = cosh( x) = tanh( x) =
2 2 cosh( x)

Identidades hiperbólicas

sinh(− x) = − sinh( x) cosh(− x) = cosh( x) cosh 2 ( x) − sinh 2 ( x) = 1

Observe que:

Funções trigonométricas Funções hiperbólicas


(funções circulares) cosh(t ) ≥ 1
cos 2 ( x) + sin 2 ( x) = 1 cosh 2 ( x) − sinh 2 ( x) = 1

Derivadas das funções hiperbólicas

d  e x − e−x  e x + e−x
d
(sinh( x) ) =   = = cosh( x)
dx dx  2  2

sinh ′( x) = cosh( x) cosh ′( x) = sinh( x)

L.M.C / 2009 36
OBS:

Pode ser provado que se um cabo flexível pesado (tal como uma linha de telefone ou de
eletricidade) estiver suspendido entre dois pontos na mesma altura, então ela assume a
forma de uma curva com equação y = c + a ⋅ cosh ( x / a ) , chamada de catenária.

OBS:

x x2 x3 x4 x5
ex = 1+ + + + + +L
1! 2 ! 3! 4 ! 5!

iθ (iθ ) (iθ ) + (iθ ) + (iθ ) + L


2 3 4 5

e = 1+ + +
1! 2! 3! 4! 5!

θ2 iθ 3 θ 4 iθ 5
e iθ = 1 + iθ − − + + +L
2! 3! 4 ! 5!

iθ θ2
iθ 3 θ 4 iθ 5
e = 1 + iθ − − + + +L
2 ! 3! 4 ! 5!

 θ2 θ4   θ3 θ5 
e iθ = 1 − + + L  + i ⋅ θ − + + L 
144 2! 4! 3! 5 !
42444 3 144 42444 3
cos θ sin θ

e iθ = cos θ + i ⋅ sin θ


 −iθ
e = cos θ − i ⋅ sin θ

e iθ + e − iθ

e +e − iθ
= 2 ⋅ cos θ ⇒ cos θ =
2

e iθ − e − iθ
sin θ =
2i

L.M.C / 2009 37
Revisão: Funções injetivas, sobrejetivas e bijetivas

Função Injetiva

Uma função f : A → B é injetiva quando elementos diferentes de A são transformados


por f em elementos de B, ou seja, não há elemento de B que seja imagem de mais de um
elemento de A. Assim, f é injetiva quando:

x1 ≠ x 2 em A ⇒ f ( x1 ) ≠ f ( x 2 ) em B

ou equivalente usando a contra-positiva:

f ( x1 ) = f ( x 2 ) em B ⇒ x1 = x 2 em A

Função sobrejetiva

Uma função f : A → B é sobrejetiva quando, para qualquer elemento y ∈ B , pode-se


encontrar um elemento x ∈ A tal que f ( x) = y . Ou seja, f é sobrejetiva quando todo
elemento de B é imagem de pelo menos um elemento de A, isto é, quando Im( f ) = B .

OBS: Uma função é sempre sobrejetiva em sua imagem.

Função Bijetiva

Uma função f : A → B é bijetiva se ela for, simultaneamente, injetiva e sobrejetiva.


Quando isso ocorre dizemos que há bijeção ou uma correspondência biunívoca entre A e
B.

L.M.C / 2009 38
Revisão: Função inversa

Dada uma função f : A → B , bijetiva, denomina-se função inversa de f a função


g : B → A tal que, se f (a ) = b , então g (b) = a , com a ∈ A e b ∈ B .

De modo geral, se f é bijetiva, temos:

Em que g : B → A é função inversa de f : A → B , uma vez que se tem:

g ( y ) = g ( f ( x) ) = x e f (g ( y ) ) = y

Para qualquer x ∈ A e y ∈ B .

OBS:

−1
1) É comum utilizarmos f para denotarmos a função inversa de f.

−1
2) A função inversa f existe se, e somente se, f é bijetora.

3) Para se obter a lei de formação da função inversa de uma função f, devemos trocar x
por y e y por x em y = f ( x ) e isolar a variável y.

−1
4) Os gráficos de f e f são simétricos em relação à bissetriz do primeiro e do terceiro
quadrantes.

L.M.C / 2009 39
Revisão: Funções trigonométricas inversas

Uma função trigonométrica somente admite inversa se restringirmos o domínio

Função arco-seno

 π π
Por convenção, adota-se o intervalo − ,  em que a função y = sin(x) é inversível.
 2 2

 π π
Considerando a função y = sin(x) definida em − ,  , cujo conjunto imagem é
 2 2
[− 1, 1] , podemos determinar sua inversa f .
−1

 π π
A função f −1
definida de [− 1, 1] em − ,  é definida por:
 2 2

y = arcsin( x) ⇔ sin( y ) = x

Outra notação: arcsin( x) = sin −1 ( x)

L.M.C / 2009 40
OBS: Construindo no mesmo plano os gráficos das funções y = sin(x) e y = arcsin(x) ,
vamos obter:

Função arco-cosseno

Por convenção adota-se o intervalo [0, π ] em que a função y = cos(x) é inversível.

Considerando a função y = cos(x) definida em [0, π ] , cujo conjunto imagem é [− 1, 1] ,


−1
podemos determinar sua inversa f .

A função f −1
definida de [− 1, 1] em [0, π ] é definida por:

y = arccos( x) ⇔ cos( y ) = x

L.M.C / 2009 41
OBS: Construindo no mesmo plano os gráficos das funções y = cos(x) e y = arccos(x) ,
vamos obter:

Função arco-tangente

 π π
A função y = tan(x) é inversível no intervalo  − ,  , adotado por convenção.
 2 2

 π π
Nesse intervalo, temos a função f :  − ,  → IR , definida por y = tan(x) .
 2 2

−1  π π
A inversa de tan(x) é a função f : IR →  − ,  , definida por:
 2 2

y = arctan( x) ⇔ tan( y ) = x

L.M.C / 2009 42
OBS: Construindo no mesmo plano os gráficos das funções y = tan(x) e y = arctan(x) ,
vamos obter:

Função arco-secante

Função arco-cossecante

L.M.C / 2009 43
Função arco-cotangente

Derivada das funções trigonométricas inversas

1
arcsin ′( x) =
1− x2

Demonstração 1

y = arcsin(x) significa sin( y ) = x

Derivando implicitamente sin( y ) = x em relação a x, temos:

cos( y ) ⋅ y ′ = 1

1
y′ =
cos( y )

Como cos( y ) ≥ 0 , uma vez que − π / 2 ≤ y ≤ π / 2 , logo:

cos( y ) = 1 − sin 2 ( y ) = 1 − x 2

Lembrando que y ′ = arcsin ′( x) , temos então:

1
arcsin ′( x) =
1− x2

Demonstração 2

É possível escrever que sin (arcsin( x) ) = x

Derivando em ambos os lados em relação a x (derivação implícita), temos

cos(arcsin( x) ) ⋅ arcsin ′( x) = 1

L.M.C / 2009 44
1
arcsin ′( x) =
cos(arcsin( x) )

Considerando que arcsin(x) = θ temos o seguinte triângulo retângulo,

Logo é possível visualizarmos que cos(arcsin( x) ) = cos(θ ) = 1 − x 2

Daí:
1
arcsin ′( x) =
1− x2

1
arccos ′( x) = −
1− x2

Demonstração

y = arccos(x) significa cos( y ) = x

Derivando implicitamente cos( y ) = x em relação a x, temos:

− sin( y ) ⋅ y ′ = 1

1
y′ = −
sin( y )

Como sin( y ) ≥ 0 , uma vez que 0 ≤ y ≤ π , logo:

sin( y ) = 1 − cos 2 ( y ) = 1 − x 2

Lembrando que y ′ = arccos ′( x) , temos então:

1
arccos ′( x) = −
1− x2

L.M.C / 2009 45
1
arctan ′( x) =
1+ x2

Demonstração

y = arctan(x) significa tan( y ) = x

Derivando implicitamente tan( y ) = x em relação a x, temos:

sec 2 ( y ) ⋅ y ′ = 1

1
y′ =
sec 2 ( y )

Recordando a seguinte identidade

sin 2 ( y ) cos 2 ( y ) 1
2
+ 2
= 2
⇒ tan 2 ( y ) + 1 = sec 2 ( y )
cos ( y ) cos ( y ) cos ( y )

Temos,
1
y′ =
1 + tan 2 ( y )

Lembrando que y ′ = arctan ′( x) , temos então:

1
arctan ′( x) =
1+ x2

As funções trigonométricas inversas que ocorrem com mais freqüência são aquelas que
acabamos de discutir. As derivadas das três funções remanescentes estão listadas
abaixo.

1 1 1
arc csc′( x) = − arc sec′( x) = arc cot ′( x) = −
x x2 −1 x x2 −1 1+ x2

Formas Indeterminadas e a Regra de L’Hôpital

Forma indeterminada do tipo 0/0 ou ±∞/±∞

Suponha que lim f ( x) = 0 , lim g ( x) = 0 e que f ′(x) e g ′(x) sejam contínuas em xo.
x → xo x → xo

Queremos calcular

 f ( x) 
lim =  
x → xo
 g ( x) 

L.M.C / 2009 46
Idéia: Aproxime f (x) e g (x) perto de xo pelas suas respectivas retas tangentes

y = f ( xo ) + f ′( xo ) ⋅ ( x − xo )  reta tangente a f que passa por ( xo , f ( xo ) )

f ( x) ≈ f ( xo ) + f ′( xo ) ⋅ ( x − xo )

y = g ( x o ) + g ′( xo ) ⋅ ( x − xo )  reta tangente a g que passa por ( xo , g ( xo ) )

g ( x) ≈ g ( xo ) + g ′( xo ) ⋅ ( x − xo )

Daí,
 f ( x)   f ( xo ) + f ′( x o ) ⋅ ( x − xo ) 
lim   = lim  
x → xo g ( x )
  x → xo  g ( xo ) + g ′( xo ) ⋅ ( x − xo ) 

Como, f ( xo ) = 0 e g ( xo ) = 0 , temos

 f ( x)   f ′( xo ) ⋅ ( x − xo )   f ′( xo ) 
lim   = lim   = lim  
x → xo g ( x )
  x → xo  g ′( xo ) ⋅ ( x − xo )  x → xo  g ′( x o ) 

Assim,

 f ( x)   f ′( xo ) 
lim   = lim    Regra de L’Hôpital (0/0)
x → xo g ( x )
  x → xo  g ′( xo ) 

Agora, suponha que lim f ( x) = ∞ , lim g ( x) = ∞ e que f ′(x) e g ′(x) sejam contínuas
x → xo x → xo

em xo. Prova-se também que,

 f ( x)   f ′( xo ) 
lim   = lim    Regra de L’Hôpital (±∞/±∞)
x → xo g ( x )
  x → xo  g ′( xo ) 

L.M.C / 2009 47
Exemplos: Utilizando a regra de L’Hôpital, temos

 sin( x)  0
1) lim  = ⇒ forma indeterminada
x →0
 x  0
 sin( x)   sin ′( x) 
lim  = lim  = lim cos( x)  = 1
x→0
 x  x →0  ( x )′  x →0  1 

 1 − cos( x)   sin( x) 
2) lim  = lim =0
x→0
 x  x→0  1 

 x2 − 4   2x 
3) lim  = lim  = 4
x→2
 x−2  x → 2
 1 

 sin(2 x)   cos(2 x) ⋅ 2 
4) lim  = lim =2
x →0
 x  x →0  1 

 sin(7 x)   cos(7 x) ⋅ 7  7
5) lim  = lim  =
x →0 sin(5 x )
  x →0  cos(5 x) ⋅ 5  5

 1 − cos( x)   sin( x) 
6) lim 2  = lim 
x→0
 x  x→0  2 x 

Aplicando novamente a regra de L’Hôpital,

 sin( x)   cos( x)  1
lim  = lim =
x→0
 2 x  x →0  2  2

 x   1 
7) lim x  = lim x  = 0
  x →∞ e 
x→∞ e

OBS: Há uma luta violenta entre o numerador e o denominador. Se o numerador


ganhar, o limite será ∞; se o denominador ganhar, a resposta será 0 (zero). Ou, em
algum equilíbrio, a resposta pode ser algum número finito. Ver o item Atenção! pág. 9

8) Sendo n ∈ Z + , n > 1

 xn   n ⋅ x n −1   n ⋅ (n − 1) ⋅ x n− 2 
lim x  = lim x
 = lim  =
x→∞ e
  x →∞ e  x →∞ ex 

 n ⋅ (n − 1) ⋅ (n − 2) ⋅ x n −3   n! 
= lim x
 = L = lim x  = 0
x →∞
 e   
x→∞ e

L.M.C / 2009 48
9) Utilizando a regra de L’Hôpital
 1 
 
 ln( x)   1/ x   x =
lim   = lim+   = lim+
x → 0 +  csc( x )  x →0 − ⋅ x →0  1 cos( x ) 
   csc( x ) cot( x ) 
− ⋅ 
 sin( x) sin( x) 

 sin( x) sin( x)   sin( x) 


= lim+  − ⋅  = lim+  − ⋅ tan( x)  = 0
x →0
 x cos( x)  x →0  x 

 ln( x)  1/ x  1


10) lim  = lim  = lim  = 0
x→∞
 x  x → ∞
 1  x → ∞
 x

Forma indeterminada do tipo 0 ⋅ ∞

Se lim f ( x) = 0 e lim g ( x) = ∞ (ou − ∞ ), então não é claro qual será o valor de


x → xo x → xo

lim f ( x) ⋅ g ( x) , se houver algum. Há uma luta entre f e g. Se f ganhar a resposta será 0;


x → xo

se g ganhar, a resposta será ∞ (ou − ∞ ). Ou pode haver um equilíbrio, e então a


resposta será um número finito diferente de zero. Escrevendo o produto fg como um
quociente:
f g
fg = ou fg =
1/ g 1/ f

Isso converte o limite dado na forma indeterminada do tipo 0/0 ou ±∞/±∞ de tal
forma que podemos usar a regra de L’Hôpital.

Exemplos:

1) lim[(1 − tan( x) ) ⋅ sec(2 x)]


π
x→
4

lim[(1 − tan( x) ) ⋅ sec(2 x)] = lim[1 − tan( x)] ⋅ lim[sec(2 x)] = 0 ⋅ ∞ ⇒ forma indeterminada
π π π
x→ x→ x→
4 4 4

Reescrevendo o produto como um quociente e aplicando a regra de L’Hôpital, temos:


1

 1 − tan( x) 
limπ   = lim
 − sec ( x) 
2
 =
(
2/2
2

=1
)
x →  − sin( 2 x ) ⋅ 2  −2
π
x →  1 / sec(2 x ) 
4 4

 ln( x)   1/ x 
2) lim+ ( x ⋅ ln( x) ) = lim+   = lim+   = lim+ (− x ) = 0
x→0 x →0  1 / x  x →0  − 1 / x 2  x →0

L.M.C / 2009 49
Forma indeterminada do tipo ∞ − ∞

Se lim f ( x) = ∞ e lim g ( x) = ∞ , então não é claro qual será o valor de


x → xo x → xo

lim [ f ( x) − g ( x)] , se houver algum. Há uma luta entre f e g. Se f ganhar a resposta será
x → xo

∞ ; se g ganhar, a resposta será − ∞ . Ou pode haver um equilíbrio, e então a resposta é


um número finito.

Nesse caso, tentaremos converter a diferença, por exemplo, em um quociente, usando


um denominador comum ou racionalização, ou pondo em evidência um fator comum de
maneira a termos uma forma indeterminada do tipo 0/0 ou ±∞/±∞ (podendo,
assim, utilizar a regra de L’Hôpital).

Exemplo:

1 1 
1) lim+  −  = ∞ − ∞ ⇒ forma indeterminada
x →0
 x sin( x) 

Usando um denominador comum, temos

1 1   sin( x) − x 
lim+  −  = lim+  
x→0
 x sin( x)  x →0  x ⋅ sin( x) 

Aplicando a regra de L’Hôpital, temos

 sin( x) − x   cos( x) − 1 
lim+   = lim+  
x→0
 x ⋅ sin( x)  x →0  sin( x) + x ⋅ cos( x) 

Aplicando a regra de L’Hôpital novamente, temos:

 − sin( x) 
lim+   = 0
x→0
 cos( x) + cos( x) − x ⋅ sin( x) 

Forma indeterminada do tipo 0 0 , ∞ 0 , 1∞

As indeterminações 0 0 , ∞ 0 , 1∞ surgem quando se estuda lim f ( x) g ( x ) . A idéia para


x → xo

tratar disso é usar a definição e = x , ou melhor, a = e


ln( x ) b b ln( a )
, e presumirmos que a
composta das funções f e g está definida. Desse modo, teremos a forma
indeterminada do tipo 0/0 ou ±∞/±∞ e poderemos utilizar a regra de L’Hôpital.

OBS: Outra idéia é tomarmos o logaritmo natural.

Exemplo: Calcule lim(1 + x)1 / x


x →0

L.M.C / 2009 50
Solução 1

1 
 1x ⋅ln(1+ x )  lim  ln(1+ x ) 
lim(1 + x) 1/ x
= lim e =e

x→0 x 
x →0 x →0
 

Diante de uma indeterminação do tipo 0/0, aplicamos a regra de L’Hôpital,

 1 
 
lim  1+ x 
1  x → 0 1 
lim  ln(1+ x )   
e x→0 x 
=e  
= e1 = e

Solução 2

Assumindo que y = (1 + x)1 / x , queremos, então, descobrir o valor de lim( y ) .


x→0

Aplicando logaritmo natural em ambos os lados da equação, temos

1
ln( y ) = ln(1 + x)
x

Daí,
1 
lim[ln( y )] = lim  ⋅ ln(1 + x)
x→0

x→0 x

Diante de uma indeterminação do tipo 0/0, aplicamos a regra de L’Hôpital,

 1 
   
lim  ⋅ ln(1 + x) = lim  1 + x  = 1
1

x →0 x
 x →0  1 
 

Descobrimos que lim[ln( y )] = 1 , porém queremos o valor de lim( y ) . Para achá-lo


x →0 x→0

usamos o fato de que y = e ln( y )


:

(
lim( y ) = lim e ln( y ) = e x →0
x →0 x →0
) lim [ln( y ) ]
= e1 = e

L.M.C / 2009 51
Taxas Relacionadas (aplicação de derivação implícita)

Exemplo: Suponha que uma escada de 3 metros de comprimento esta apoiada em uma
parede. Se a base desliza com uma velocidade constante e igual a 1 m/s, determine a
velocidade com que o topo da escada desliza quando a base da escada estiver 2 metros
afastada da parede.

Solução

Relacionar x e y através do teorema de Pitágoras

x2 + y2 = 9

Derivando em relação ao tempo t obtemos

dx dy
2x + 2y =0
dt dt

Observe que aplicamos a regra da cadeia, uma vez que x = x(t ) e y = y (t ) .

dy dx
Queremos saber quanto vale quando x = 2 . É dado no problema que = 1.
dt dt

Quando x = 2, temos que y = 9 − 2 2 = 5 .

Daí,

dy x dx
=− ⋅
dt y dt

dy 2
=− m/s
dt 5

L.M.C / 2009 52
Exemplo: Óleo derramado por um tanque se espalha circularmente. O raio cresce a uma
taxa de 2 pés por segundo. Com que velocidade a área do derramamento cresce quando
o raio for de 60 pés?

Como o problema trata-se de um espalhamento circular, a área do derramamento é dada


por,

A = π ⋅r2

Derivando em relação ao tempo t, obtemos

dA dr
= 2π r ⋅
dt dt

Observe que aplicamos a regra da cadeia, uma vez que A = A(t ) e r = r (t ) .

dA dr
Queremos saber quanto vale quando r = 60 . É dado no problema que = 2.
dt dt

Logo,

dA
= 2π ⋅ 60 ⋅ 2
dt

dA
= 240π pés 2 /s
dt

Exemplo: Um líquido deve ser purificado por decantação através de um filtro cônico de
16 cm de altura e 4 cm de raio (no topo). Assuma que o líquido flui do cone a uma taxa
constante de 2 cm³/min.

(a) A profundidade do líquido irá decrescer a uma taxa constante?


(b) Expresse a taxa de variação da profundidade do líquido em termos da profundidade
do líquido.
(c) Qual a taxa de variação da profundidade do líquido quando o nível está a 8 cm de
profundidade?

Solução

L.M.C / 2009 53
(a) O volume do cone é expresso por

1
V = π r 2h
3

É muito proveitoso expressar V como uma função de h. Em ordem para eliminar r


usamos o fato que os triângulos VCD e VAB são semelhantes.

16 4 h
= ⇒r=
h r 4

Daí,
2
1 h
V = π  h
3 4

π h3
V =
48

Derivando em relação ao tempo t, obtemos

dV π 2 dh
= ⋅h ⋅
dt 16 dt

Observe que aplicamos a regra da cadeia, uma vez que V = V (t ) e h = h(t ) .

dh dV
Queremos saber quanto vale . É dado no problema que = −2 . Portanto,
dt dt

π dh
−2= ⋅ h2 ⋅
16 dt

dh − 32
=
dt π h 2

Assim, concluímos que a profundidade do líquido não decresce a uma taxa constante.

(b) respondido no item (a)

dh 32 1
(c) Quando y = 8 , =− 2 =−
dt π8 2π

dh 1
=− cm/min
dt 2π

L.M.C / 2009 54
Exemplo: Seja V o volume de um cilindro tendo altura h e raio r. Suponha que h e r
dV dh dr
variam com o tempo. (a) Como estão relacionados , e ? (b) Em certo
dt dt dt
instante, h = 6 cm e cresce a 1 cm/s, enquanto r = 10 cm e está decrescendo a 1 cm/s.
Com que rapidez está variando o volume naquele instante?

(a) O volume do cilindro é expresso por

V = π r 2h

Derivando em relação ao tempo t, obtemos

dV  dr dh 
=π ⋅  2r h + r 2 
dt  dt dt 

Observe que aplicamos a regra da cadeia, uma vez que V = V (t ) , r = r (t ) e h = h(t ) .

dV
Queremos saber quanto vale quando h = 6 e r = 10 . É dado no problema que
dt
dr dh
= −1 e = 1 . Portanto,
dt dt

= π ⋅ [2 ⋅ 10 ⋅ (−1) ⋅ 6 + 100 ⋅ 1] = −20π


dV
dt

dV
= −20π cm³/s
dt

O sinal negativo indica que o volume está diminuindo.

L.M.C / 2009 55
Teorema do valor médio

Seja f (x) uma função diferenciável no intervalo (a, b ) . Assuma que f (x) é contínua
em [a, b]. Então existe x ∗ ∈ (a, b ) tal que

f (b) − f (a )
f ′( x ∗ ) = ou f (b) = f (a ) + f ′( x ∗ ) ⋅ (b − a )
b−a

Interpretação Geométrica

A inclinação da reta secante que passa pelos pontos A e B é

f (b) − f (a )
m AB =
b−a

Que é a mesma expressão usada para calcular f ′( x ∗ ) . Portanto, há no mínimo um ponto


( )
P x ∗ , f ( x ∗ ) sobre o gráfico onde a inclinação da reta tangente é igual a inclinação da
reta secante AB.

Em outras palavras, há um ponto P onde a reta tangente é paralela à reta secante AB.

Exemplo: Se um objeto move-se em uma linha reta com s = f (t ) , então, existe um


instante onde a velocidade instantânea se iguala à velocidade média de um dado
intervalo de tempo.

Exemplo: Suponha que f (0) = −3 e f ′( x) ≤ 5 para todos os valores de x. Quão grande


f (2) pode ser?

Aplicando o Teorema do Valor médio para o intervalo [0, 2],

f (2) = f (0) + f ′( x ∗ ) ⋅ (2 − 0 )

f (2) = −3 + 2 ⋅ f ′( x ∗ )

L.M.C / 2009 56
Nos foi dado que f ′( x) ≤ 5 para todo x; assim multiplicando ambos os lados por 2,

2 f ′( x) ≤ 10

Daí,
f (2) = −3 + 2 ⋅ f ′( x ∗ ) ≤ −3 + 10 = 7

O maior valor possível para f (2) é 7.

Revisão: funções crescente e decrescente

f é uma função

(a) crescente se x1 < x 2 ⇒ f ( x1 ) < f ( x 2 )

(b) decrescente se x1 < x 2 ⇒ f ( x1 ) > f ( x 2 )

L.M.C / 2009 57
Derivada – crescimento – decréscimo

Teorema:

(a) Se f ′( x) > 0 para todo x em [a, b], então f é crescente em [a, b].

(b) Se f ′( x) < 0 para todo x em [a, b], então f é decrescente em [a, b].

Demonstração do item (a)

Assuma que f ′( x) > 0 ∀x ∈ [a, b]

Seja x1 e x 2 ∈ (a, b ) com x1 < x 2

Pelo teorema do valor médio existe x ∗ ∈ ( x1 , x 2 ) tal que

f ( x 2 ) = f ( x1 ) + f ′( x ∗ ) ⋅ ( x 2 − x1 )

f ( x 2 ) − f ( x1 ) = f ′( x ∗ ) ⋅ ( x 2 − x1 )

f ( x 2 ) − f ( x1 ) = f ′( x ∗ ) ⋅ ( x 2 − x1 )
123 1 424 3
>0 >0

f ( x 2 ) − f ( x1 ) > 0

f ( x 2 ) > f ( x1 ) (c.q.d.)

Demonstração do item (b)

Análoga a demonstração do item (a).

Interpretação geométrica

(b) (b)

L.M.C / 2009 58
Exemplos:

Ache os intervalos nos quais as seguintes funções são crescente ou decrescente.

(a) f ( x) = x 2 − 4 x + 3

f crescente ⇔ f ′( x) > 0
f decrescente ⇔ f ′( x) < 0

f ′( x) = 2 x − 4

Crescente: f ′( x) > 0 ⇒ 2 x − 4 > 0 ⇒ x > 2


Decrescente: f ′( x) < 0 ⇒ 2 x − 4 < 0 ⇒ x < 2

(b) f ( x) = x 3

f ′( x) = 3 x 2 > 0

Daí,

 f ′( x) > 0 se x ≠ 0

 f ′( x) = 0 se x = 0

L.M.C / 2009 59
(c) f ( x) = x 4 − 4 x 3

f ′( x) = 4 x 3 − 12 x 2

f ′( x) = 4 x 2 ( x − 3)

Fazendo o estudo dos sinais de f ′(x) , temos

Intervalo de crescimento de f  (3, + ∞ )

Intervalos de decrescimento de f  (− ∞, 3)

L.M.C / 2009 60
Concavidade

Teorema:

(a) f é côncava para cima se f ′′ > 0

(b) f é côncava para baixo se f ′′ < 0

Interpretação geométrica

(a) Se f ′′( x o ) > 0 , então f ′ é crescente nas vizinhanças de xo ; portanto, as tangentes


ao gráfico têm inclinação crescente e isto só é possível quando a concavidade é positiva.

(b) Se f ′′( x o ) < 0 , então f ′ é decrescente nas vizinhanças de xo ; portanto, as tangentes


ao gráfico têm inclinação decrescente e isto só é possível quando a concavidade é
negativa.

OBS: Se o gráfico de f estiver acima de todas as suas tangentes nas vizinhanças de


xo então ele é chamado de côncavo pra cima. Se o gráfico de f estiver abaixo de todas as
suas tangentes nas vizinhanças de xo , é chamado de côncavo para baixo.

L.M.C / 2009 61
Exemplo: Determine os intervalos onde f tem a concavidade para cima e para baixo.

(a) f ( x) = x 2 − 4 x + 3

f ′( x) = 2 x − 4

f ′′( x) = 2 > 0 , ou seja, f é côncava para cima em todos os pontos.

(b) f ( x) = x 3

f ′( x) = 3 x 2

f ′′( x) = 6 x

 f ′′( x) > 0 ⇒ 6 x > 0 ⇒ x > 0 → côncava para cima



 f ′′( x) < 0 ⇒ 6 x < 0 ⇒ x < 0 → côncava para baixo

L.M.C / 2009 62
(c) f ( x) = x 3 − 3 x 2

f ′( x) = 3 x 2 − 6 x

f ′′( x) = 6 x − 6 = 6( x − 1)

Fazendo o estudo do sinal de f ′′

Construindo o gráfico de f, obtemos

Pontos de inflexão

xo é ponto de inflexão quando xo é o ponto em que a concavidade “troca de sinal”.

L.M.C / 2009 63
Exemplo:

Ache os pontos de inflexão das funções dadas.

(a) f ( x) = x ⋅ e − x

f ′( x) = e − x + x ⋅ e − x ⋅ (−1) = e − x (1 − x )

f ′′( x) = −e − x (1 − x) + e − x (−1) = −e − x (2 − x)

Queremos pontos xo tais que f ′′ mude de sinal em torno de xo.

Condição necessária (mas não SUFICIENTE!!)  f ′′( x) = 0

− e − x (2 − x) = 0 ⇒ 2 − x = 0 ⇒ x = 2

Fazendo o estudo do sinal da função f ′′( x) = −e − x (2 − x) , temos:

Como f ′′ muda de sinal em torno de x = 2, o ponto x = 2 é ponto de inflexão.

OBS: Note que para x > 2 , temos que f ′′( x) > 0 , portanto, f possui concavidade para
cima. E para x < 2 , temos que f ′′( x) < 0 e f possui concavidade para baixo.

(b) f ( x) = sin( x)

f ′( x) = cos( x)

f ′′( x) = − sin( x)

Queremos pontos xo tais que f ′′ mude de sinal em torno de xo.

Condição necessária (mas não SUFICIENTE!!)  f ′′( x) = 0

− sin( x) = 0 ⇒ x = π + k ⋅ π

Fazendo o estudo do sinal da função f ′′( x) = − sin( x) , temos:

L.M.C / 2009 64
Como f ′′ muda de sinal em torno de x = π + k ⋅ π , os pontos x = π + k ⋅ π são pontos
de inflexão.

OBS: Note que para 0 < x < π , temos que f ′′( x) < 0 , portanto, f possui concavidade
para baixo. E para π < x < 2π , temos que f ′′( x) > 0 , portanto, f possui concavidade
para cima.

(c) f ( x) = x 4

f ′( x) = 4 x 3

f ′′( x) = 12 x 2 ≥ 0

Queremos pontos xo tais que f ′′ mude de sinal em torno de xo.

Condição necessária (mas não SUFICIENTE!!)  f ′′( x) = 0

12 x 2 = 0 ⇒ x = 0

Fazendo o estudo do sinal da função f ′′( x) = 12 x 2 , temos:

Como f ′′ NÃO muda de sinal em torno de x = 0 , o ponto x = 0 NÃO é ponto de


inflexão. Observe o gráfico de f.

OBS: Se f ′′( x o ) = 0 e f ′′′( xo ) ≠ 0 , então xo é um ponto de inflexão. Porém, se


f ′′( xo ) = f ′′′( xo ) = 0 nada podemos afirmar.

L.M.C / 2009 65
Máximos e mínimos

Seja f : I → IR uma função. xo ∈ I é ponto de máximo (mínimo) relativo ou local, se


existe intervalo U ⊂ I e contendo xo tal que f ( x) ≤ f ( x o ) ( f ( x) ≥ f ( x o ) ) para todo
x ∈U .

Definição de ponto crítico:

Um ponto crítico de uma função é um ponto xo onde f ′( xo ) = 0 ou f ′( xo ) não existe.

f ′( xo ) = 0 f ′( xo ) = 0 f ′( xo ) não existe

Teorema:

Se xo é ponto de extremo relativo, isto é, máximo ou mínimo local, então xo é ponto


crítico.

OBS:

(a) (b)

Os pontos xo em (a) e (b) são pontos de máximo e mínimo local onde a há perda de
diferenciabilidade.

L.M.C / 2009 66
(c) (d)

Os pontos xo em (c) de (d) são pontos de máximo e mínimo local onde f ′( xo ) = 0 .

(e)

1
f ( x) = x 1 3 ⇒ f ′( x) = ⇒ f ′(0) não existe !!
3x 2 / 3

O ponto xo em (e) é ponto onde há perda de diferenciabilidade e não é ponto de


máximo ou mínimo.

(f)

O ponto xo em (f) é ponto onde f ′( xo ) = 0 e não é ponto de máximo ou mínimo.

L.M.C / 2009 67
Teste da derivada primeira

Sejam f uma função contínua e xo um ponto crítico de f.

(a) Se f ′( x) > 0 à esquerda de xo e f ′( x) < 0 à direita de xo  xo é ponto de máximo.

(b) Se f ′( x) < 0 à esquerda de xo e f ′( x) > 0 à direita de xo  xo é ponto de mínimo.

(c) Se f ′(x) não muda de sinal em torno de xo  xo não é ponto de máximo nem de
mínimo.

Exemplo: Encontre os pontos de máximo e de mínimo de f ( x) = 5 x 2 3 − x 5 3 .

x − x = x (2 − x )
10 −1 3 5 2 3 5 −1 3
f ′( x) =
3 3 3

5 (2 − x )
f ′( x) =
3 x1 3

Achar os pontos críticos (ou seja, achar os candidatos a serem pontos de máximo ou de
mínimo):

x1 = 2 x =0
1 23 1223
f ′ ( x1 ) = 0 f ′( x2 ) não está definida

Estudando a variação do sinal de f ′ , obtemos

L.M.C / 2009 68
Daí, usando o teste da primeira derivada, concluímos que:

x1 = 2 é ponto de máximo

x 2 = 0 é ponto de mínimo

Observe o esboço do gráfico de f

Teste da derivada segunda

Seja xo tal que f ′( xo ) = 0 e f ′′( xo ) exista.

(a) Se f ′′( x o ) > 0 , xo é ponto de mínimo local.

(b) Se f ′′( x o ) < 0 , xo é ponto de máximo local.

(c) Se f ′′( x o ) = 0 , nada podemos afirmar.

Exemplo: Encontre os pontos de máximo e de mínimo de f ( x) = x 4 − 6 x 2

f ′( x) = 4 x 3 − 12 x = 4 x ( x 2 − 3)

 x1 = − 3

Para f ′( x) = 0 ⇒ 4 x ( x 2 − 3) = 0  x 2 = 0

 x3 = 3

f ′′( x) = 12 x 2 − 12

x1 = − 3 ⇒ f ′′( x) = 12 ⋅ 3 − 12 = 24 > 0 ⇒ x1 é ponto de mínimo.

L.M.C / 2009 69
x 2 = 0 ⇒ f ′′( x) = 12 ⋅ 0 − 12 = −12 < 0 ⇒ x 2 é ponto de máximo.

x3 = 3 ⇒ f ′′( x) = 12 ⋅ 3 − 12 = 24 > 0 ⇒ x3 é ponto de mínimo.

Observe o esboço do gráfico de f

Critério geral para pesquisar extremantes

Seja f uma função derivável com derivadas sucessivas também deriváveis em


I = ] a, b [ . Seja xo ∈ I tal que

(n −1)
f ′( xo ) = f ′′( xo ) = K = f ( xo ) = 0 e f (n ) ( xo ) ≠ 0

Nestas condições, temos:

Se n é par e f (n ) ( x o ) < 0 , então xo é ponto de máximo local de f.

Se n é par e f (n ) ( x o ) > 0 , então xo é ponto de mínimo local de f.

Se n é ímpar, então xo não é ponto de máximo local nem de mínimo local de f.

L.M.C / 2009 70
Análise de funções

Propriedades dos gráficos:

1) Domínio da função.
2) Interceptos em x e y.
3) Intervalos de crescimento e decrescimento.
4) Concavidade e pontos de inflexão.
5) Extremos relativos
6) Assíntotas horizontais e verticais.
7) Esboço do gráfico.

2x 2
Exemplo: Esboce o gráfico y = .
x2 −1

1) A função não está definida pra x = ±1 .

2) Interceptos em x e y.

2x 2
Em x ⇒ y = 0 ⇒ =0⇒ x =0
x2 −1

2 ⋅ 02
Em y ⇒ x = 0 ⇒ y (0) = 2 =0⇒ y=0
0 −1

3) Intervalos de crescimento e decrescimento.

Queremos estudar o sinal de y ′

4 x ⋅ ( x 2 − 1) − 2 x 2 ⋅ (2 x) − 4x
y′ = = 2
( x − 1)
2 2
( x − 1) 2

O denominador é sempre positivo. Daí, para determinar a variação do sinal de y ′


estudaremos o sinal do numerador − 4 x .

Intervalo de crescimento de y  (− ∞, 0)

Intervalos de decrescimento de y  (0, + ∞ )

L.M.C / 2009 71
4) Concavidade e pontos de inflexão

Queremos estudar o sinal de y ′′

y ′′ =
( )
2
− 4 ⋅ x 2 − 1 + 4x ⋅ x 2 − 1 2x ( ) =
12 x 2 + 4
(x 2
−1 ) 4
(x 2
)
−1
3

O numerador é sempre positivo. Daí, para determinar a variação do sinal de y ′′


( )
3
estudaremos o sinal do denominador x 2 − 1 , ou melhor, x 2 − 1 .

Concavidade para cima (positiva)  (−∞, − 1) U (1, + ∞ )


Concavidade para baixo (negativa)  (− 1, 1)

OBS: Não há ponto de inflexão, uma vez que y não está definida para x = ±1 .

5) Extremos relativos

Pontos críticos: y ′ = 0 e pontos onde há perda de diferenciabilidade.

− 4x
y′ = 0  =0  x=0
( x 2 − 1) 2

12 ⋅ 0 2 + 4
Pelo teste da segunda derivada y ′′(0) = <0
(0 2
−1 )
3

Daí, x = 0 é máximo relativo.

− 4x
Perda de diferenciabilidade  pontos que anulam o denominador de y ′ = .
( x 2 − 1) 2

São eles x = ±1 . Entretanto, y não está definida para x = ±1 , portanto, não há extremo
relativo com perda de diferenciabilidade.

L.M.C / 2009 72
6) Assíntotas

Horizontais  Limites no infinito

 2x 2 
lim 2 =2
x→∞ x − 1 
 

 2x 2 
lim  2 =2
x → −∞ x − 1 
 

Verticais  Por exemplo, limites quando x tende a pontos onde a função não está
definida.

 2x 2   2x 2 
lim+  2  = ∞ lim−  2  = −∞
x →1
 x −1 x →1
 x −1

 2x 2   2x 2 
lim+  2  = −∞ lim−  2  = ∞
x → −1
 x −1 x → −1
 x −1

7) Esboço do gráfico

OBS: Outro ponto importante da análise de funções é verificar a paridade dela.


Lembrando que o gráfico de uma função par é simétrica em relação ao eixo y e o de
uma função ímpar é simétrica à origem e pode ser obtida rotacionando a curva em 180º
em torno da origem. A curva esboçada acima representa uma função par.

Função par  f (− x) = f ( x)

Função ímpar  f (− x) = − f ( x)

L.M.C / 2009 73
Exemplo: Esboce o gráfico y = xe x .

1) A função esta definida para todo x real.

2) Interceptos em x e y.

Em x ⇒ y = 0 ⇒ xe x = 0 ⇒ x = 0

Em y ⇒ x = 0 ⇒ y (0) = 0 ⋅ e 0 = 0 ⇒ y = 0

3) Intervalos de crescimento e decrescimento.

Queremos estudar o sinal de y ′

y ′ = e x + xe x = e x (1 + x)

Uma vez que e x é sempre positiva, a variação do sinal de y ′ será determinada pelo
estudo do sinal de (1 + x ) .

Intervalo de crescimento de y  (− 1, + ∞ )

Intervalos de decrescimento de y  (− ∞, − 1)

4) Concavidade e pontos de inflexão

Queremos estudar o sinal de y ′′

y ′′ = e x (1 + x) + e x = e x (2 + x)

Uma vez que e x é sempre positiva, a variação do sinal de y ′′ será determinada pelo
estudo do sinal de (2 + x ) .

L.M.C / 2009 74
Concavidade para cima (positiva)  (−2, + ∞)
Concavidade para baixo (negativa)  (− ∞, − 2)

Observe que x = −2 é ponto de inflexão, uma vez que y ′′(−2) = 0 e há troca de sinal de
y ′′ em torno de x = −2 .

5) Extremos relativos

Pontos críticos: y ′ = 0 e pontos onde há perda de diferenciabilidade.

y ′ = 0  e x (1 + x) = 0  x = −1

Pelo teste da derivada segunda y ′′(−1) > 0

Daí, x = −1 é um ponto de mínimo.

Não há perda de diferenciabilidade em y = xe x .

6) Assíntotas

Horizontais  limites no infinito

( )
lim xe x = ∞
x→∞

( )  x 
( )
lim xe x = lim  − x  = lim − e x = 0 (Regra de L’Hôpital)
x → −∞

x → −∞ e
 x →−∞

Verticais  não existem

7) Esboço do gráfico

L.M.C / 2009 75
Exemplo: Esboce o gráfico y = x1 3 + 2x 4 3 .

1) A função esta definida para todo x real.

2) Interceptos em x e y.

Em x ⇒ y = 0 ⇒ x1 3 + 2 x 4 3 = 0
x1 3 (1 + 2 x ) = 0
1
x=0 x=−
2

Em y ⇒ x = 0 ⇒ y (0) = 0 ⇒ y = 0

3) Intervalos de crescimento e decrescimento.

Queremos estudar o sinal de y ′

x − 2 3 8 x 1 3 x −2 3 (1 + 8 x ) 1 (8 x + 1)
y′ = + = =
3 3 3 3 x2 3

Uma vez que o denominador é sempre positivo, o sinal de y ′ será determinado pelo
estudo do sinal do numerador 8 x + 1 .

 1 
Intervalo de crescimento de y   − , + ∞ 
 8 

 1
Intervalos de decrescimento de y   − ∞, − 
 8

4) Concavidade e pontos de inflexão

Queremos estudar o sinal de y ′′

2 x −5 3 8 x − 2 3 2 x −5 3 (− 1 + 4 x ) 2 (4 x − 1)
y ′′ = − + = =
9 9 9 9 x5 3

L.M.C / 2009 76
Concavidade para cima (positiva)  (− ∞, 0 ) ∪ (1 / 4, + ∞ )
Concavidade para baixo (negativa)  (0, − 1 / 4)

Observe que x = 1 / 4 é ponto de inflexão, uma vez que y ′′(1 / 4) = 0 e há troca de sinal
de y ′′ em torno de x = 1 / 4 . Note também que x = 0 é ponto de inflexão, mesmo que
y ′′ seja descontínua em x = 0 , y ′′ muda de sinal em torno de 0 e y é contínua em x = 0.

5) Extremos relativos

Pontos críticos: y ′ = 0 e pontos onde há perda de diferenciabilidade.

1 (8 x + 1)
y′ = 0  = 0  x = −1 / 8
3 x2 3

Pelo teste da derivada segunda y ′′(−1 / 8) > 0

Daí, x = −1 / 8 é um ponto de mínimo.

1 (8 x + 1)
Perda de diferenciabilidade  pontos que anulam o denominador de y ′ = .
3 x2 3

Entretanto, em torno de x = 0 não há mudança de sinal de y ′ , logo x = 0 não é ponto


nem de máximo nem de mínimo.

6) Assíntotas

Horizontais  limites no infinito

( )
lim x1 3 + 2 x 4 3 = ∞
x →∞

( )
lim x1 3 + 2 x 4 3 = ∞
x → −∞

Logo, não existem assíntotas horizontais.

Verticais  não existem

L.M.C / 2009 77
7) Esboço do gráfico

(
Exemplo: Esboce o gráfico y = ln 4 − x 2 . )
1) Domínio: 4 − x 2 > 0 (condição de existência de ln)

Logo, o domínio da função é dado pelo intervalo (− 2, 2) .

2) Interceptos em x e y.

( )
Em x ⇒ y = 0 ⇒ ln 4 − x 2 = 0 ⇒ 4 − x 2 = 1 x = ± 3

Em y ⇒ x = 0 ⇒ y (0) = ln(4) ⇒ y = ln(4)

3) Intervalos de crescimento e decrescimento.

Queremos estudar o sinal de y ′

− 2x 2x
y′ = = 2
4− x 2
x −4

L.M.C / 2009 78
Intervalo de crescimento de y  (− 2, 0)

Intervalos de decrescimento de y  (0, 2)

4) Concavidade e pontos de inflexão

Queremos estudar o sinal de y ′′

2( x 2 − 4) − 2 x(2 x) − (2 x 2 + 8)
y ′′ = =
( x 2 − 4) 2 ( x 2 − 4) 2

Note que o sinal de y ′′ é sempre negativo, logo y possui apenas concavidade para baixo.

E como não há troca do sinal de y ′′ , não há ponto de inflexão.

5) Extremos relativos

Pontos críticos: y ′ = 0 e pontos onde há perda de diferenciabilidade.

2x
y′ = 0  =0  x=0
x −4
2

Pelo teste da derivada segunda y ′′(0) < 0

Daí, x = 0 é um ponto de máximo.

Não há perda de diferenciabilidade no domínio de y.

6) Assíntotas

Horizontais  limites no infinito

Não existem assíntotas horizontais.

L.M.C / 2009 79
Verticais  Por exemplo, limites quando x tende a pontos onde a função não está
definida.

[ ( )]
lim− ln 4 − x 2 = −∞
x→ 2

[ ( )]
lim ln 4 − x 2 = −∞
x → −2 +

7) Esboço do gráfico

Exemplo: Esboce o gráfico y = 2 cos( x) + sin(2 x) para x ∈ [0, 2π ] .

1) Domínio  x ∈ [0, 2π ]

2) Interceptos em x e y.

Em x ⇒ y = 0 ⇒ 2 cos( x) + sin( 2 x) = 0
2 cos( x) + 2 sin( x) cos( x) = 0
2 cos( x) [1 + sin( x)] = 0
cos( x) [1 + sin( x)] = 0

cos( x) = 0 1 + sin( x) = 0
π 3π 3π
x = ou x = x=
2 2 2

π 3π
Logo, os interceptos em x são em x = e x=
2 2

Em y ⇒ x = 0 ⇒ y = 2 cos(0) + sin(2 ⋅ 0) ⇒ y = 2

L.M.C / 2009 80
3) Intervalos de crescimento e decrescimento.

Queremos estudar o sinal de y ′

y ′ = −2 sin( x) + 2 cos(2 x)
[
y ′ = −2 sin( x) + 2 1 − 2 sin 2 ( x) ]
[
y ′ = 2 − 2 sin 2 ( x) − sin( x) + 1 ]
y ′ = 2 ⋅ (−2) ⋅ [sin( x) + 1] ⋅ [sin( x) − 1 / 2]
y ′ = 4 ⋅ [− sin( x) − 1] ⋅ [sin( x) − 1 / 2]

Os valores de x que anulam y ′ são as raízes das equações:

1
− sin( x) − 1 = 0 sin( x) −=0
2
1
sin( x) = −1 sin( x) =
2
3π π 5π
x= x= ; x=
2 6 6

 π   5π 
Intervalo de crescimento de y   0,  ∪  , 2π 
 6  6 

 π 5π 
Intervalos de decrescimento de y   , 
6 6 

4) Concavidade e pontos de inflexão

Queremos estudar o sinal de y ′′

y ′′ = −2 cos( x) − 4 sin(2 x)
y ′′ = −2 cos( x) − 8 sin( x) cos( x)
y ′′ = 2 cos( x) [− 1 − 4 sin( x)]

L.M.C / 2009 81
Os valores de x que anulam y ′′ são as raízes das equações:

cos( x) = 0 − 1 − 4 sin( x) = 0
π 3π  1
x= ; x= x = arcsin  − 
2 2  4

 1
Note que há dois valores x = arcsin  −  . Nós iremos chamá-los de α 1 e α 2 .
 4

Estudando o sinal de y ′′ , obtemos

π   3π 
Concavidade para cima (positiva)   , α 1  ∪  , α 2 
2   2 

 π  3π 
Concavidade para baixo (negativa)   0,  ∪  α 1 ,  ∪ (α 2 , 2π )
 2  2 

π 3π
Os pontos x = , x = α1 , x = e x = α 2 são pontos de inflexão uma vez que para
2 2
eles y ′′ = 0 e há mudança de sinal de y ′′ em torno deles.

5) Extremos relativos

Pontos críticos: y ′ = 0 e pontos onde há perda de diferenciabilidade.

3π π 5π
y′ = 0  x = ; x= ; x=
2 6 6

L.M.C / 2009 82

O ponto x = não é ponto nem de máximo nem de mínimo, pois pelo teste da
2
primeira derivada, não há mudança de sinal de y ′ em torno dele.

π
O ponto x = é ponto de máximo pelo teste da derivada primeira.
6


O ponto x = é ponto de mínimo pelo teste da derivada primeira.
6

Não há perda de diferenciabilidade em y.

6) Assíntotas: não existem

7) Esboço do gráfico

OBS: Considerando que o domínio de y seja todos os números reais e notando que
f ( x + 2π ) = f ( x) , obtemos o seguinte gráfico:

L.M.C / 2009 83
Assíntotas Inclinadas

onde grau[P( x)] = grau[Q( x) + 1]


P( x)
Considere a função racional
Q( x)

3x 3 + x − 1 x 75 − 32 x 7 + 1 3 x 17 + 32 x − 5
Exemplos: y = ; y = ; y =
5x 2 + x x 74 + 7 2 x16 − 3 x15 + 3

Tais funções apresentam assíntotas inclinadas.

lim[ f ( x) − (mx + b)] = 0


x→∞

3x 3 + x − 1
Vamos calcular o limite no infinito de y = ,
5x 2 + x

 3x 3 + x − 1   3x 3   3x 
lim  
 = lim  2  = lim   = ±∞
 5 x + x  x →±∞ 5 x
2
x → ±∞
 x →±∞ 5 

3x
Nesse caso y = é uma assíntota inclinada.
5

4 − x3
Exemplo: Esboce o gráfico y = .
x2

1) A função não está definida para x = 0 .

2) Interceptos em x e y.

4 − x3
Em x ⇒ y = 0 ⇒ 2
= 0 ⇒ 4 − x 3 = 0 x = 41 3
x

Em y ⇒ x = 0 ⇒ y não está definida (não existe!)

L.M.C / 2009 84
3) Intervalos de crescimento e decrescimento.

Queremos estudar o sinal de y ′

4
y= −x
x2

(8 + x 3 )
y′ = −
x3

Intervalo de crescimento de y  (− 2, 0)

Intervalos de decrescimento de y  (− ∞, − 2) ∪ (0, + ∞ )

4) Concavidade e pontos de inflexão

Queremos estudar o sinal de y ′′

24
y ′′ =
x4

Note que y ′′ > 0 para qualquer valor de x (exceto zero). Daí a função y possui apenas
concavidade para cima. E por conseguinte, não há ponto de inflexão.

5) Extremos relativos

Pontos críticos: y ′ = 0 e pontos onde há perda de diferenciabilidade.

(8 + x 3 )
y′ = 0  − = 0  x = −2
x3

Pelo teste da derivada segunda temos que y ′′(−2) > 0 , logo

x = −2 é ponto de mínimo.

L.M.C / 2009 85
(8 + x 3 )
Perda de diferenciabilidade  pontos que anulam o denominador de y ′ = − .
x3

Temos x = 0 . Entretanto, y não está definida para x = 0 , portanto, não há extremo


relativo com perda de diferenciabilidade. (y é descontínua em x = 0 )

6) Assíntotas

 4 − x3   − x3 
lim  2  = lim  2  = lim (− x ) = ±∞
x → ±∞
 x  x →±∞ x  x →±∞

Daí, a função tem a reta y = − x como assíntota inclinada. (não há assíntota horizontal)

Verticais  Por exemplo, limites quando x tende a pontos onde a função não está
definida.

 4 − x3   4 − x3 
lim  2  = ∞ lim  2  = ∞
x →0 +  x →0 − 
 x   x 

7) Esboço do gráfico

L.M.C / 2009 86
Otimização (máximos e mínimos)

Método do intervalo fechado

Para encontrar os valores de máximo e de mínimo absolutos de uma função contínua f


em um intervalo fechado [a, b] :

(1) Encontre os valores de f nos pontos críticos e classifique-os;

(2) Encontre os valores de f nos extremos do intervalo;

(3) O maior valor das etapas 1 e 2 é o valor máximo absoluto, ao passo que o menor
desses valores é o valor mínimo absoluto.

Exemplo: Encontre os pontos de máximo e de mínimo absoluto da função


f ( x) = 2 x 3 − 15 x 2 + 36 x para x pertencente ao intervalo [1, 5].

( )
f ′( x) = 6 x 2 − 30 x + 36 = 6 x 2 − 5 x + 6 = 6 ( x − 3)( x − 2 )

Pontos críticos: f ′( x) = 0 e pontos onde há perda de diferenciabilidade.

Como f é uma função diferenciável em todo o seu domínio, os pontos críticos serão
aqueles onde f ′( x) = 0 . Daí, temos que:

f ′( x) = 0  x = 2 e x = 3

Pelo teste da derivada segunda temos que:

f ′′( x) = 12 x − 30

f ′′(2) = 24 − 30 = −6 < 0  x = 2 candidato a ser ponto de máximo absoluto


f ′′(3) = 36 − 30 = 6 > 0  x = 3 candidato a ser ponto de mínimo absoluto

f (2) = 28 f (3) = 27

Analisando o valor de f nos extremos do intervalo, temos

f (1) = 23 f (5) = 55

L.M.C / 2009 87
Logo, pelo Método do Intervalo Fechado, temos:

Máximo absoluto  x = 1 ; f (1) = 23


Mínimo absoluto  x = 5 ; f (5) = 55
______________________________________________________________________

A seguir, veremos que uma função pode não possuir valores extremos absolutos quando
consideramos o intervalo aberto ou quando a função possui uma descontinuidade. Não
vale nesse caso o Método do Intervalo Fechado.

Por exemplo, a função representada abaixo, possui um valor mínimo f (2) = 0 e não
tem valor máximo.

Outro exemplo, a função representada abaixo não possui nem um valor mínimo nem um
valor máximo.

Se os extremos do intervalo forem abertos, temos:

(1) Máximos e mínimos absolutos só podem ocorrer nos pontos críticos.

(2) Devemos comparar os valores da função nos extremos relativos com os valores dos
limites da função nos extremos do intervalo.

L.M.C / 2009 88
Exemplo: Encontre os pontos de máximo e de mínimo absoluto da função
f ( x) = x 3 − x para x pertencente ao intervalo (−1, 2) .
f ′( x) = 3 x 2 − 1

Como f é uma função diferenciável em todo o seu domínio, os pontos críticos serão
aqueles onde f ′( x) = 0 . Daí, temos que:

1
f ′( x) = 0  x = ±
3

Pelo teste da derivada segunda temos que:

f ′′( x) = 6 x

 1  6
f ′′  = > 0  candidato a ser ponto de mínimo absoluto
 3 3

 1  6
f ′′ −  = − < 0  candidato a ser ponto de máximo absoluto
 3 3

 1   1 
f   ≈ −0,385 f  −  ≈ 0,385
 3  3

Analisando o valor do limite de f nos extremos do intervalo,

lim f ( x) = 0 lim f ( x) = 6
x → −1+ x→ 2 −

Portanto,

Máximo absoluto  não existe (porém note que existe máximo relativo)
1
Mínimo absoluto  x =
3

L.M.C / 2009 89
Problemas de máximo e mínimo

1) Encontre as dimensões de um retângulo com perímetro de 100 m cuja área seja a


maior possível.

Solução

Imaginemos um retângulo de dimensões x e y. A área do retângulo é expressa por


A = x ⋅ y , e o perímetro é dado por P = 2 x + 2 y . Como P = 100 , podemos expressar a
área do retângulo em função de apenas uma dimensão:

100 = 2 x + 2 y ⇒ y = 50 − x

Logo, A = x ⋅ y = x ⋅ (50 − x) = − x 2 + 50 x . Daí, construímos uma função dada por:

A : [0, 50] → IR
A( x) = − x 2 + 50 x

Para encontrar o valor de x que maximize a área, derivamos a função em relação a x:

A′( x) = −2 x + 50

e igualamos a zero (para achar os pontos críticos), A′( x) = 0

− 2 x + 50 = 0 ⇒ x = 25

x = 25 é um candidato a ser solução do problema pois pelo teste da derivada segunda,


temos:

A′′( x) = −2
A′′(25) = −2 < 0

Pelo Método do Intervalo Fechado, temos

A(0) = 0
A(25) = 625  máximo absoluto
A(50) = 0

Logo as dimensões que maximizam a área do retângulo são

x = 25 m e

y = 50 − x = 50 − 25 ⇒ y = 25 m

L.M.C / 2009 90
2) Uma caixa sem tampa é construída a partir de um pedaço retangular de papelão, de
dimensões 8 dm por 5 dm, eliminado quatro quadrados congruentes dos seus vértices.
Qual deve ser o tamanho do lado de um dos quadrados para se obter uma caixa de
volume máximo?

Solução

O volume da caixa é expresso por V = Ab ⋅ h , onde Ab = (5 − 2 x)(8 − 2 x) e h = x , logo:

 5
V ( x) = x ⋅ (5 − 2 x)(8 − 2 x) onde x ∈ 0, 
 2

Desenvolvendo a expressão, obtemos

V ( x) = 4 x 3 − 26 x 2 + 40 x

Derivando em relação a x

V ' ( x) = 12 x 2 − 52 x + 40

Fazendo V ′( x) = 0

12 x 2 − 52 x + 40 = 0

10
As raízes da equação acima são: x = ; x = 1 que são candidatos a serem solução do
3
problema, pois pelo teste da derivada segunda, temos

V ′′( x) = 24 x − 52
V ′′(1) = 24 − 52 = −28 < 0  candidato a ser solução
V ′′(10 / 3) = 80 − 52 = 28 > 0  solução incompatível (fora do domínio)

Pelo Método do Intervalo Fechado, temos

V (1) = 18  máximo absoluto


V ( 0) = 0
V (5 / 2) = 0
Logo a resposta é x = 1 dm

L.M.C / 2009 91
3) Mostre que, todos os retângulos com área dada, aquele com o menor perímetro é um
quadrado.

Solução

Sendo o valor da área do retângulo uma constante igual a A, temos que A = x ⋅ y , logo

A
y=
x

Sendo o perímetro P = 2 x + 2 y , temos

2A
P( x) = 2 x +
x

Derivando em relação a x e igualando a zero

2A
P ′( x) = 2 −
x2

2A
2− 2
= 0 ⇒ x2 = A ⇒ x = A
x

Pelo teste da derivada segunda,

4A
P ′′( x) = >0
x3
P ′′( A ) > 0 (só estamos tratando com números positivos)

A A
Encontrando o valor de y  y = = ⇒ y= A
x A

Demonstramos, assim, que o quadrado é o retângulo de área fixa que apresenta o menor
perímetro.

L.M.C / 2009 92
4) A figura (a) mostra um raio luminoso que parte do ponto A, atinge o ponto P, reflete-
se e atinge o ponto B. Mostre que o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão,
admitindo o princípio de Fermat, segundo o qual o trajeto é feito em tempo mínimo (A e
B estão num mesmo meio).

Solução

Sejam a, b, e c as distâncias indicadas na figura (b), a > 0 , b > 0 , c > 0 . Indiquemos


por x a abscissa de P, em relação ao ponto M considerando como origem (na figura, x é
positivo). Os ângulos iˆ e r̂ são respectivamente os ângulos de incidência e de reflexão.

Sendo v a velocidade da luz no meio que se encontram A e B, o tempo gasto para


percorrer AP é AP / v , e o gasto para percorrer PB é PB / v , de modo que o tempo total
gasto no percurso de A a B é

t = AP / v + PB / v

Aplicando o teorema de Pitágoras ao triangulo retângulo AMP temos

AP = a 2 + x 2

Analogamente, PB = b 2 + (c − x ) . Substituindo na equação do tempo total, vemos


2

que este é função de x,

t ( x) =  a 2 + x 2 + b 2 + (c − x ) 
1 2

v 

L.M.C / 2009 93
Derivando a expressão em relação a x,

1  x c−x 


t ( x) = −
 
v a +x b 2 + (c − x )
2 2 2
 

Derivando novamente em relação a x, temos:

 
1 a2 b2 
t ′′( x) =  −
v
 (a 2
+x 2 3
) [b 2
+ (c − x )
2 3
] 

Claramente t ′′( x) > 0 para todo x real. Então, para achar o ponto de mínimo basta
verificar t ′( x) = 0 .
1  x c−x 
=0

 
v a +x b + (c − x )
2 2 2 2
 

x c−x
=
a +x b 2 + (c − x )
2 2 2

x c−x
Porém, observe que cos iˆ = e cos rˆ = , logo
a +x b 2 + (c − x )
2 2 2

cos(iˆ) = cos(rˆ)

e por serem ambos ângulos agudos

iˆ = rˆ

5) Dois postes verticais PQ e ST são amarrados por uma corda PRS que vai do topo do
primeiro poste para um ponto R no chão entre os postes e então ao segundo poste, como
na figura. Mostre que o menor comprimento de tal corda ocorre quando θ1 = θ 2 .

L.M.C / 2009 94
Solução

Queremos mostrar que PR + RS mínimo ⇒ θ1 = θ 2

Considere d = PR + RS , por teorema de Pitágoras, temos:

d ( x) = a 2 + x 2 + b 2 + (c − x )
2

Derivando a expressão em relação a x,

x c−x
d ′( x) = −
a2 + x2 b 2 + (c − x )
2

Derivando novamente em relação a x, temos:

a2 b2
d ′′( x) = −
(a 2
+ x2 )3
[b 2
+ (c − x ) ]
2 3

Claramente d ′′( x) > 0 para todo x real. Então, para achar o ponto de mínimo basta
verificar d ′( x) = 0 .

x c−x
− =0
a +x b + (c − x )
2 2 2 2

x c−x
Porém, observe que cos θ1 = e cos θ 2 = , logo
a2 + x2 b + (c − x )
2 2

cos(θ1 ) = cos(θ 2 )

e por serem ambos ângulos agudos

θ1 = θ 2

L.M.C / 2009 95
6) Seja v1 a velocidade da luz no ar e v 2 a velocidade da luz na água. De acordo com o
princípio de Fermat, um raio de luz viajará de um ponto A para um ponto B na água por
um caminho ACB que minimiza o tempo gasto. Mostre que

sin θ1 v1
=
sin θ 2 v 2

onde θ1 (o ângulo de incidência) e θ 2 (o ângulo de refração) são conforme mostrados..


Essa equação é conhecida como a Lei de Snell.

Solução

O tempo total é dado por

T ( x) = (tempo de A para C) + (tempo de C para B)

a2 + x2 b 2 + (d − x )
2

T ( x) = + , onde 0 < x < d


v1 v2

Derivando a expressão em relação a x,

x d−x sin θ1 sin θ 2


T ′( x) = + = −
v1 a 2 + x 2 v 2 b 2 + (d − x ) v1 v2
2

Derivando novamente em relação x, perceberemos que T ′′( x) > 0 (similar aos


problemas anteriores). Então, para achar o ponto de mínimo basta verificar T ′( x) = 0 .

sin θ1 sin θ 2
T ′(x) = 0 ⇒ =
v1 v2

L.M.C / 2009 96
x2 y2
7) Encontre a área do maior retângulo que pode ser inscrito numa elipse + = 1.
a2 b2

Solução

A área do retângulo é dada por A = (2 x) ⋅ (2 y ) = 4 xy

x2 y2 b
2
+ 2 =1⇒ y = a2 − x2
a b a

Daí, a área do retângulo pode ser escrita como:

b
A( x) = 4 x a 2 − x 2 , onde 0 < x < a
a

Derivando a expressão em relação a x,

A′( x) =
(
4b a 2 − 2 x 2 )
a a −x2 2

Verificando os pontos críticos, temos:

a
A' ( x) = 0 ⇒ x =
2

 a  a
Pelo teste da derivada segunda, A′′  < 0 , logo x = é ponto de máximo.
 2 2

b
Logo, y = . Daí,
2
 a  b 
AMÁX = 4   
 2  2 

AMÁX = 2ab

L.M.C / 2009 97
8) Determine o cilindro de área mínima entre todos os cilindros circulares de um
volume dado.

Solução

A área do cilindro é expressa por

A = 2π ⋅ r 2 + 2π ⋅ rh

V
Como V = π r 2 h , ou melhor, h = . Daí,
π r2

 V 
A(r ) = 2π ⋅ r 2 + 2π ⋅ r ⋅  2 
π r 

V 
A(r ) = 2π ⋅ r 2 + 2 ⋅  
 r

Derivando a expressão em relação a r,

2V
A′(r ) = 4π ⋅ r −
r2

4V
Calculando a derivada segunda temos, A′′(r ) = 4π + . Como r > 0 , A′′(r ) > 0 .
r3
Então, para achar o ponto de mínimo basta verificar A′( x) = 0 .

1
2V V  3
A′(r ) = 0 ⇒ 4π ⋅ r = 2 ⇒ r =  
r  2π 

1
V  3
Calculando a razão h / r quando r =   , obtemos
 2π 

V
h π r2 V V
= = = = 2 . Daí h = 2r , ou seja, o cilindro é eqüilátero.
r r πr 3
V 
π 
 2π 

L.M.C / 2009 98
9) Entre todos os triângulos de mesma base e mesma área determinar o de menor
perímetro.

Solução

Note que todos os triângulos de mesma base e mesma área, possuem a mesma altura h.

O perímetro do triângulo é dado por:

P = 2a + d 1 + d 2

Aplicando o teorema de Pitágoras, reescrever o perímetro da seguinte forma:

P ( x ) = 2a + ( a + x) 2 + h 2 + ( a − x ) 2 + h 2

Derivando a expressão em relação a x,

x+a a−x
P ′( x) = −
(x + a ) 2
+ h2 (a − x )2 + h 2
Derivando novamente em relação x, perceberemos que P ′′( x) > 0 (similar aos
problemas anteriores). Então, para achar o ponto de mínimo basta verificar P ′( x) = 0 .

x+a a−x
P ′( x) = 0 ⇒ = ⇒ sin θ1 = sin θ 2
(x + a ) 2
+ h2 (a − x )2 + h 2

Como os ângulos são agudos θ1 = θ 2 , ou seja, o triângulo é isósceles. (altura = bissetriz)

L.M.C / 2009 99
10) Encontre o ponto sobre a parábola y 2 = x mais próximo de (1, 4).

Solução

A distância entre os pontos (1, 4) e (x, y) é

d= (x − 1)2 + ( y − 4)2

Mas como o ponto (x, y) está sobre a parábola, então x = y 2 / 2 ; logo, a expressão para
d fica

2
 y2 
d =  − 1 + ( y − 4)
2

 2 

Em vez de d, minimizamos o seu quadrado:

2
 y2 
d = f ( y ) =  − 1 + ( y − 4 )
2 2

 2 

Você deve se convencer de que os mínimos de d e d² ocorrem no mesmo ponto, porém


este último é mais fácil de ser trabalhado. Diferenciando obtemos:

 y2 
f ′( y ) = 2 − 1 y + 2( y − 4) = y 3 − 8
 2 

Logo f ′( y ) = 0 quando y = 2 . Observe que f ′( y ) < 0 quando y < 2 e f ′( y ) > 0


quando y > 2 ; logo, pelo teste da derivada primeira, o mínimo absoluto ocorre quando
y = 2 . (Ou ainda poderíamos simplesmente dizer que, dada a natureza geométrica do
problema, é óbvio que existe um ponto mais próximo do problema mas não existe um
ponto mais distante. O valor correspondente de x é x = y 2 / 2 = 2 .

Assim, o ponto sobre a parábola mais próximo de (1, 4) é (2, 2).

L.M.C / 2009 100


11) Encontre as dimensões do triangulo isósceles de maior área que pode ser inscrito em
um círculo de raio r.

Solução

A área do triângulo é dada por:

b⋅h
A=
2

2r sin θ ⋅ (r + r cos θ )
A(θ ) = , θ ∈ [0, π ]
2

A(θ ) = r 2 sin θ (1 + cos θ )

Derivando a expressão em relação a θ ,

A′(θ ) = r 2 (− sin 2 θ + cos θ + cos 2 θ )

A′(θ ) = r 2 (2 cos 2 θ + cos θ − 1)

A′(θ ) = r 2 (2 cos θ − 1) ⋅ (cos θ + 1)

Derivando novamente em relação θ ,

A′′(θ ) = r 2 (−4 cos θ sin θ − sin θ )

A′′(θ ) = − r 2 sin θ (4 cos θ + 1)

Verificando A′(θ ) = 0 , obtemos r 2 (2 cos θ − 1) ⋅ (cos θ + 1) = 0 . Daí,

2 cos θ − 1 = 0 cos θ + 1 = 0
cos θ = 1 / 2 cos θ = −1
π
θ= θ =π
3

L.M.C / 2009 101


Pelo teste da derivada segunda, temos

A′′(θ ) = − r 2 sin θ (4 cos θ + 1)

π  π π  3 1 
A′′  = − r 2 sin  4 cos + 1 = − r 2  4 + 1 < 0
3 3 3  2  2 

A′′(π ) = − r 2 sin π (4 cos π + 1) = 0 (não é ponto nem de máx. nem de min.)

π
Logo, θ = é um ponto de máximo (pelo Método do Intervalo Fechado A(0) = 0 ).
3
π
Note que sendo θ = , o triângulo é um triângulo eqüilátero cujos lados medem
3
3
l = 2r sin θ = 2r =r 3.
2
l=r 3

12) Como deve ser escolhido o ponto P sobre o segmento AB de forma a maximizar o
ângulo θ ?

Solução

5 2
Da figura, tan α = , tan β = e α +θ + β = π .
x 3− x

5  2 
θ ( x) = π − arctan  − arctan 
 x 3− x

L.M.C / 2009 102


Derivando a expressão em relação a x,

5 2
θ ′( x) = − 2
x + 25 x − 6 x + 13
2

Verificando os pontos críticos:

5 2
θ′ = 0 ⇒ = 2 ⇒ 2 x 2 + 50 = 5 x 2 − 30 x + 65 ⇒ x = 5 ± 2 5
x + 25 x − 6 x + 13
2

Rejeitaremos x = 5 + 2 5 uma vez que é maior que 3. Pelo teste da derivada primeira:

θ ′( x) > 0 para x < 5 − 2 5


θ ′( x) < 0 para x > 5 − 2 5

Logo θ é maximizado quando AP = x = 5 − 2 5 ≈ 0,53

13) Um cilindro circular reto é inscrito numa esfera de raio r. Encontre o cilindro de
maior volume possível.

Solução

O cilindro possui um volume de V = π y 2 (2 x)

Note que y 2 = r 2 − x 2 . Daí,

V ( x) = π (r 2 − x 2 )(2 x)
, onde 0 ≤ x ≤ r
V ( x) = 2π (r 2 x − x 3 )

Verificando os pontos críticos,

V ′( x) = 2π (r 2 − 3 x 2 ) = 0 ⇒ x = r / 3

Como V (0) = V (r ) = 0 e V ′′(r / 3) < 0 , então x = r / 3 é um ponto de máximo. Logo,

V (r / 3 ) = 4π r 3 / 3 3

L.M.C / 2009 103


Complemento 1: Derivada da função inversa

Seja a função y = f (x) bijetora e derivável em I tal que f ′( x) ≠ 0 para x ∈ I .


Provemos que a função inversa x = f −1 ( y ) é derivável em f ( I ) e que
1
( f −1 )′ ( y ) = , sendo y = f ( x) .
f ′( x)

Como f é bijetora e derivável, decorre que ∆x ≠ 0 ⇒ ∆y ≠ 0 ; portanto, podemos


escrever:

∆x 1
=
∆y ∆y
∆x

Sendo f derivável e, portanto, contínua, se ∆x tende a zero, então ∆y também tende a


zero. Assim, temos:

∆x 1 1 1
( f −1 )′ ( y ) = lim = lim = =
∆y →0 ∆y ∆x → 0 ∆y ∆y f ′( x)
lim
∆x ∆x→0 ∆x

1
x = f −1 ( y ) ⇒ ( f −1 )′ ( y ) =
f ′( x)

Exemplo: Derivada da função arco seno.

Sabemos que a função y = arcsin( x) , definida em I = [− 1, 1] com imagens em,


 π π
− 2 , 2  , é a inversa de x = sin( y ) :

y = arcsin( x) ⇒ x = sin( y )

Já vimos que:

x = sin( y ) ⇒ x′ = cos( y )

Empregando a regra da derivada da inversa, vem:

1 1 1 1
y′ = = = =
x ′ cos( y ) 1 − sin 2 ( y ) 1− x2

Em resumo:

1
y = arcsin( x) ⇒ y ′ =
1− x2

L.M.C / 2009 104


Complemento 2: Continuidade e diferenciabilidade

Teorema:

Se f é diferenciável em a, então f é contínua em a.

ATENÇÃO!!

A recíproca do teorema é falsa, isto é há funções que são contínuas, mas não são
diferenciáveis. Por exemplo, a função f ( x) = x é contínua em 0, pois

lim f ( x) = lim x = 0 = f (0)


x →0 x →0

mas não é diferenciável em 0, uma vez que as derivadas laterais são diferentes,

f (0 + ∆x) − f (0) ∆x
f ′(0) = lim = f ′(0) = lim
∆x → 0 ∆x ∆x →0 ∆x

Como ∆x > 0 ⇒ ∆x = ∆x
∆x < 0 ⇒ ∆x = − ∆x

∆x ∆x
lim+ = lim+ = lim+ (1) = 1
∆x →0 ∆x ∆x →0 ∆x ∆x →0

∆x − ∆x
lim− = lim− = lim− (−1) = −1
∆x →0 ∆x ∆x →0 ∆x ∆x → 0

Daí,
∆x ∆x
lim+ ≠ lim−
∆x →0 ∆x ∆x → 0 ∆x

Logo f ′(0) não existe e assim f não é derivável em 0. Não existe reta tangente na
origem para o gráfico da função valor absoluto f ( x) = x .

L.M.C / 2009 105


Complemento 3: Teorema de Bolzano

Teorema de Bolzano:

Se f é contínua em [a, b], e f (a ) e f (b) têm sinais contrários, então existe (pelo
menos) um ponto c de ]a, b[ tal que f (c) = 0 .

Exemplo: A velocidade de uma partícula é dada por v(t ) = 2t 3 − 2t 2 − 1 . Mostre que


existe um instante entre 1 e 2 no qual a velocidade se anula.

Como v(1) = 2 ⋅ 13 − 2 ⋅ 12 − 1 = −1 < 0 , v(2) = 2 ⋅ 2 3 − 2 ⋅ 2 2 − 1 = 7 > 0 e v é uma função


contínua, podemos afirmar, de acordo com o Teorema de Bolzano, que existe c com
1 < c < 2 , tal que v(c) = 0 .

OBS: O Teorema de Bolzano é um caso particular do Teorema do Valor intermediário


que diz:

“Seja f uma função contínua em [a, b]. Se d é um número que verifica f (a ) < d < f (b)
ou f (a ) > d > f (b) , então existe (pelo menos um) c de ]a, b[ tal que f (c) = d .”

L.M.C / 2009 106


Complemento 4: Teorema de Rolle

Seja f uma função que satisfaça as seguintes hipóteses:

(1) f é contínua no intervalo fechado [a, b].

(2) f é diferenciável no intervalo aberto (a, b).

(3) f (a ) = f (b)

Então existe um número c em (a, b) tal que f ′(c) = 0 .

Ilustração

L.M.C / 2009 107


Complemento 5: Aproximações Lineares e Diferenciais

Usaremos a reta tangente em (a, f (a)) como aproximação para a curva y = f (x)
quando x está próximo de a. Uma equação da reta tangente é

y = f (a ) + f ′(a )( x − a )

e a aproximação

f ( x) ≈ f (a ) + f ′(a )( x − a )

é chamada de aproximação linear ou aproximação pela reta tangente de f em a. A


função linear cujo gráfico é essa reta tangente, isto é,

L( x) = f (a ) + f ′(a )( x − a )

é chamada de linearização de f em a.

Exemplo: Você pode verificar que a aproximação linear em 0 da função f ( x) = sin( x) é

sin( x) ≈ x

As idéias por trás das aproximações lineares são algumas vezes formuladas na
terminologia e notação de diferenciais. Se y = f (x) , onde f é uma função diferenciável,
então a diferencial dx é uma variável independente, isto é, a dx pode ser dado um valor
real qualquer. A diferencial dy é então definida em termos de dx pela equação

dy = f ′( x) dx

Assim dy é uma variável dependente; ela depende dos valores de x e dx. Se a dx for
dado um valor específico e x for algum número específico no domínio de f, então o
valor numérico de dy está determinado.

L.M.C / 2009 108


O significado geométrico de diferenciais está na figura acima. Seja P ( x, f ( x) ) e
Q ( x + ∆x, f ( x + ∆x) ) pontos sobre o gráfico de f e façamos dx = ∆x . A variação
correspondente em y é

∆y = f ( x + ∆x) − f ( x)

A inclinação da reta tangente PR é a derivada f ′(x) . Assim, a distância direta de S a R


é f ′( x)dx = dy . Conseqüentemente, dy representa a distância que a reta tangente sobe
ou desce (a variação na linearização), enquanto ∆y representa a distância que a curva
y = f (x) sobe ou desce quando x varia por uma quantidade dx.

Exemplo: Iremos agora ilustrar o uso de diferenciais na estimativa de erros que ocorrem
em virtude de medidas aproximadas.

O raio de uma esfera tem 21 cm, com um erro de medida possível de no máximo 0,05
cm. Qual é o erro máximo cometido ao usar esse valor de raio para computar o volume
da esfera?

Solução
4 3
Se o raio da esfera for r, então seu volume é V = π r . Se o erro na medida do valor
3
de r for denotado por dr = ∆r , então o erro correspondente no cálculo do valor de V é
∆V , que pode ser aproximado pela diferencial

dV = 4π r 2 dr

Quando r = 21 e dr = 0,05 , temos

dV = 4π (21) 0,05 ≈ 277


2

O erro máximo no volume calculado é de cerca de 277 cm³.

∆V dV 4π r 2 dr dr
OBS: Erro relativo  ≈ = =3 .
V V 4π r / 3
3
r

L.M.C / 2009 109


INTEGRAL

Integral definida e a função área

Queremos calcular a área S

Podemos aproximar a área S dividindo a região em n retângulos de mesma largura.

Iremos dividir o intervalo [0, 1] usando n + 1 pontos (os extremos estão incluídos)

1 2 3 n −1 n
xo = 0 , x1 = , x 2 = , x3 = , ... , x n −1 = e xn = = 1
n n n n n

Seja S n a soma da área dos n retângulos, isto é,

n
S n = ∑ f ( xi ) ∆xi (soma de Riemann)
i =1

onde ∆xi = xi − xi −1

L.M.C / 2009 110


1  n −1
2 2 2 2 2 2
11 12 13 14 1n
Sn =   +   +   +   + L +   +  
nn nn nn nn n n  nn

Sn =
1 2
n 3
[
1 + 2 2 + 3 2 + 4 2 + 5 2 + L + (n − 1) 2 + n 2 ]
Pelo princípio da indução matemática, temos

n
n (n + 1)(2n + 1)
∑i
i =1
2
= 12 + 2 2 + 3 2 + L + n 2 =
6

Daí,
1  n (n + 1)(2n + 1) 
Sn =
n 3  6 

Quando n tende a um valor absurdamente grande, S n tende a se igualar à área S, ou


seja, S pode ser expressa pelo seguinte limite:

 1 n (n + 1)(2n + 1)  1
S = lim  3 =3

n →∞ n 6 

Notação:
b n

∫ f ( x)dx ≡ lim ∑ f ( xi ) ∆xi


a n →∞
i =1

Logo podemos definir a função área A(x) como

x
A( x) = ∫ f (t ) dt para f ≥ 0 (curva acima do eixo x)
a
x
A( x) = − ∫ f (t ) dt para f < 0 (curva abaixo do eixo x)
a

A função A(x) corresponde ao valor da área debaixo da curva que vai de um ponto
inicial a até um ponto qualquer x.

L.M.C / 2009 111


Definição de integral definida

b

a
f ( x)dx  é a integral definida de a à b

Propriedades da integral definida

b a
(1) ∫ a
f ( x)dx = − ∫ f ( x)dx
b

a
(2) ∫ a
f ( x)dx = 0

∫a [ f ( x) + g ( x)]dx = ∫a
b b b
(3) f ( x)dx + ∫ g ( x)dx
a

(4) Se a < c < b

b c b

a
f ( x)dx = ∫ f ( x)dx + ∫ f ( x)dx
a c

L.M.C / 2009 112


b
(5) ∫ c dx = c (b − a) , onde c é qualquer constante.
a

b b
(6) ∫a
c f ( x)dx = c ∫ f ( x)dx , onde c é qualquer constante.
a

(7) Suponha que f é contínua em [− a, a ]

Se f for par [ f (− x) = f ( x)] , então


a a
∫ −a
f ( x)dx = 2∫ f ( x)dx
0

Se f for ímpar [ f (− x) = − f ( x)] , então


a
∫−a
f ( x)dx = 0

Teorema Fundamental do Cálculo, Parte 1 (TFC1)

Se f for uma função contínua em [a, b] , então a função g definida por

x
g ( x) = ∫ f (t )dt a≤ x≤b
a

é contínua em [a, b] e diferenciável em (a, b ) . Além disso

g ′( x) = f ( x)

OBS: A função g (x) é uma antiderivada ou primitiva de f.


OBS: g (a ) = 0

L.M.C / 2009 113


Demonstração

x
Queremos mostrar que se g ( x) = ∫ f (t )dt , então g ′( x) = f ( x) .
a

Pela definição de derivada, temos

g ( x + h) − g ( x)
g ′( x) = lim
h →0 h

 1 x+h 
g ′( x) = lim  ∫ f (t )dt − ∫ f (t )dt  
x

h →0 h   
 a a

Pela propriedade (1) das integrais definidas,

 1 x+h 
g ′( x) = lim  ∫ f (t )dt + ∫ f (t )dt  
a

h →0 h   
 a x

 1 x+h 
g ′( x) = lim ∫ f (t )dt 

h →0 h x

x+h
Da figura acima temos que ∫x
f (t )dt = h f ( x) , então

 h f ( x) 
g ′( x) = lim 
h →0
 h 

Logo,
g ′( x) = f ( x)


 x f (t )dt  = f ( x)
 ∫a 

Conclusão:

Diferenciação e integração são processos inversos.

L.M.C / 2009 114


Teorema Fundamental do Cálculo, Parte 2 (TFC2)

Se f for contínua em [a, b] , então

b
∫ a
f ( x)dx = F (b) − F (a)

onde F é qualquer antiderivada de f, isto é, uma função tal que F ′ = f .

Demonstração

x
Pelo TFC1, temos que g ( x) = ∫ f (t )dt ⇒ g ′( x) = f ( x) , ou seja, g é uma antiderivada
a
de f.

Se F for uma antiderivada de f, então F diferencia de g (x) por uma constante C:

F ( x) = g ( x) + C

Lembre-se que a derivada de uma constante C é zero.

Portanto
F (b) − F (a ) = [g (b) + C ] − [g (a ) + C ]

Como g (a ) = 0 , concluímos que

b
F (b) − F (a) = g (b) = ∫ f (t )dt
a

Notação  [F ]a = F ]a = F
b
= F (b) − F (a )
b b
a

1
∫ x dx
2
Exemplo: Calcule
0

Solução

1
1 x3  1 1
∫0 =  = −0 =
2
x dx
3 0 3 3

1
∫ x dx
3
Exemplo: Calcule
0

Solução

1
1 x4  1 1
∫0 =  = −0 =
3
x dx
4 0 4 4

L.M.C / 2009 115


Exercício: Calcule a derivada de g (x) usando o TFC1.

x
(a) g ( x) = ∫ sin(t 2 )dt
0

g ′( x) = sin( x 2 )

x
(b) g ( x) = ∫ t 5 + 2t dt
0

g ′( x) = x 5 + 2 x

x4
(c) g ( x) = ∫ sec(t )dt
1

Nesse caso, iremos utilizar a regra da cadeia em conjunção com TFC1. Seja u = x 4 ,
então:

d x4 d u d  u du du
∫ sec(t ) dt = ∫ sec(t ) dt = ∫ sec(t )dt  = sec(u ) = sec( x 4 ) ⋅ 4 x 3
dx 1 dx 1 
du  1 
 dx dx

Integral indefinida

b
Integral definida: ∫ a
f ( x)dx é um número.

Representamos por ∫ f ( x)dx uma antiderivada (primitiva) qualquer de f (x) . Isto é,

(∫ f ( x)dx )′ = f ( x)
A integral ∫ f ( x)dx é uma integral indefinida de f (x) .

Exemplo:

x3 d  x3 
∫ x dx = +C  + C  = x 2 , onde C é uma constante de integração
2
pois
3 dx  3 

Tabela de integrais indefinidas

∫ c f ( x)dx = c ∫ f ( x)dx
∫ [ f ( x) + g ( x)]dx = ∫ f ( x)dx + ∫ g ( x)dx
∫ kdx = kx + C

L.M.C / 2009 116


x n+1
∫ x dx = + C (n ≠ −1)
n

n +1

1
∫ x dx = ln x + C

∫e dx = e x + C
x

ax
∫ a dx = +C
x

ln(a)

∫ sin( x)dx = − cos( x) + C


∫ cos( x)dx = sin( x) + C
∫ sec ( x)dx = tan( x) + C
2

∫ csc ( x)dx = − cot( x) + C


2

∫ sec( x) tan( x)dx = sec( x) + C


∫ csc( x) cot( x)dx = − csc( x) + C
1
∫x 2
+1
dx = arctan( x) + C

1
∫ 1− x2
dx = arcsin( x) + C

Exercício: Calcule as seguintes integrais:

0
 x3 4x 2 
+ 7 x  = −[− 9 − 18 − 21] = 48
0
(a) ∫ ( x − 4 x + 7)dx =  −
2
−3
3 2  −3

2
2  x2 x5 
2  32   1 1 
(b) ∫ x(1 + x )dx = ∫ ( x + x ) =  +  =  2 +  −  − 
3 4
−1 −1 5  −1  5   2 5
2

9 9
 2 ⋅ 35 2 ⋅ 2 5  4 5
(c) ∫
9
2 x x dx = 2 ∫ x
9
3/ 2  x5/ 2 
dx = 2   = 2
 2x5 / 2 
  = 2 − (
 = 3 − 2 5 )
4 4
5/ 2 4  5 4  5 5  5

L.M.C / 2009 117


π /4
sec 2 (θ )dθ = [tan( x)]0
π /4
(d) ∫ = tan(π / 4) − tan(0) = 1
0

9
9
−1 / 2 −5 / 2  4 2 
(e) ∫ (4 y + 2y 1/ 2
+y )dy = 8 y 1 / 2 + y 3 / 2 − y −3 / 2  =
4
 3 3 4
 4 2   4 2 
= 8 ⋅ 3 + 33 − ⋅ 3−3  − 8 ⋅ 2 + 23 − ⋅ 2 −3 
 3 3   3 3 

dx = [ln x ]1 / 2 = [ln(1) − ln(1 / 2)] = ln(2) = − ln 


1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
∫1 / 2 2 x = ∫
1
(f) dx
2 1 / 2 x 2 2 2 2 2

Técnicas de integração

1) Regra da Substituição
2) Integração por partes
3) Substituição trigonométrica
4) Frações Parciais

1) Regra da Substituição (Regra da cadeia para a integração)

Se u = g (x) for uma função diferenciável cuja imagem é um intervalo I e f for contínua
em I, então

∫ f (g ( x) )g ′( x)dx = ∫ f (u)du = F (g ( x)) + C


onde F é uma antiderivada de f, ou seja, F ′ = f .

Note que se u = g (x) , então du = g ′( x)dx , portanto uma forma de lembrar a Regra da
Substituição é imaginar dx e du como diferenciais.

Exemplos: Calcule

(a) ∫ sin( x 3 ) x 2 dx

Solução

Fazemos a substituição u = x 3 . Então,

du du
= 3x 2 ⇒ = x 2 dx
dx 3

Usando a Regra da Substituição, obtemos:

L.M.C / 2009 118


= ∫ sin(u )du = (− cos(u ) ) + C
du 1 1
∫ sin( x ) x 2 dx = ∫ sin(u )
3

3 3 3

1
∫ sin( x ) x 2 dx = − cos( x 3 ) + C
3

Verificação: Derivando a resposta em relação a x, temos


 1  1
(
 − cos( x ) + C  = − − sin( x ) 3 x = sin( x ) x
3 3 2 3 2
)
 3  3

(b) ∫ sin 5 (2θ ) cos(2θ )dθ

Solução

Fazemos a substituição u = sin(2θ ) . Então,

du du
= cos(2θ ) ⋅ 2 ⇒ = cos(2θ )dθ
dθ 2

Usando a Regra da Substituição, obtemos:

du 1 5 1 u6
∫ sin (2θ ) cos(2θ )dθ = ∫ u = ∫ u du = +C
5 5

2 2 2 6

sin 6 (2θ )
∫ sin (2θ ) cos(2θ )dθ = 12 + C
5

ln( x)
(c) ∫ x
dx

Solução

Fazemos a substituição u = ln(x) . Então,

du 1 1
= ⇒ du = dx
dx x x

Usando a Regra da Substituição, obtemos:

ln( x) u2
∫ x dx = ∫ u du =
2
+C

ln( x) ln 2 ( x)
∫ x dx = 2 + C

L.M.C / 2009 119


(d) ∫ (2 x + 1) 4 dx

Solução

Fazemos a substituição u = 2 x + 1 . Então,

du du
=2⇒ = dx
dx 2

Usando a Regra da Substituição, obtemos:

du 1 u 5
∫ (2 x + 1) dx = ∫ u = +C
4 4

2 2 5

(2 x + 1) 5
∫ (2 x + 1) dx = +C
4

10

ex
(e) ∫ e x + 4 dx
Solução

Fazemos a substituição u = e x + 4 . Então,

du
= e x ⇒ du = e x dx
dx

Usando a Regra da Substituição, obtemos:

ex du
∫ e x + 4 dx = ∫ u = ln u + C
ex
∫ e x + 4 dx = ln e + 4 + C
x

ln( 5 )
(f) ∫
0
e x (3 − 4e x )dx

Solução

Fazemos a substituição u = 3 − 4e x . Então,

du 1
= −4e x ⇒ − du = e x dx
dx 4

L.M.C / 2009 120


Como a integral é definida mudaremos os limites de integração e não teremos de
converter de volta à variável x original.

x = 0 ⇒ u = 3 − 4e 0 = −1
x = ln(5) ⇒ u = 3 − 4e ln( 5) = −17

−17

∫0
ln( 5 )
e (3 − 4e )dx = − ∫
x x
−17

−1
u
du
4
1 −17
4 −1
1 u 2 
4  2  −1
1
= − ∫ u du = −   = − u 2
8
[ ] −17
−1
1
= − [289 − 1]
8

ln( 5 )

0
e x (3 − 4e x )dx = −36

(g) ∫ 6t 2 (t 3 + 1)19 dt

Solução

Fazemos a substituição u = t 3 + 1 . Então,

du du
= 3t 2 ⇒ = t 2 dt
dt 3

Usando a Regra da Substituição, obtemos:

du u 20
∫ 6t (t + 1) dt = ∫ 6u = 2 ∫ u 19 du = 2 +C
2 3 19 19

3 20

(t 3 + 1) 20
∫ 6t (t + 1) dt = 10 + C
2 3 19

− x2
(h) ∫ xe dx

Solução

Fazemos a substituição u = x 2 . Então,

du du
= 2x ⇒ = xdx
dx 2

Usando a Regra da Substituição, obtemos:

e −u e−x
2

− x2 −u du 1 −u
∫ xe dx = ∫ e
2
= ∫ e du = −
2 2
+C = −
2
+C

L.M.C / 2009 121


2) Integração por partes

Sabemos que para a derivada de um produto u ( x) ⋅ v( x) vale a seguinte igualdade:

(u ( x) ⋅ v( x) )′ = u ′( x)v( x) + u ( x)v ′( x)

Assim, segue que uma primitiva de (u ( x) ⋅ v( x) ) é igual a soma de uma primitiva de
u ′( x)v( x) com uma primitiva de u ( x)v′( x) (a menos de uma constante), ou seja:


∫ (u ( x) ⋅ v( x) ) dx = ∫ u ′( x)v( x)dx + ∫ u( x)v ′( x)dx
Ou melhor,
u ( x) ⋅ v( x) = ∫ u ′( x)v( x)dx + ∫ u ( x)v ′( x)dx

Isso significa que

∫ u ′( x)v( x)dx = u ( x) ⋅ v( x) − ∫ u( x)v ′( x)dx  integração por partes

Uma primitiva de u ′( x)v( x) pode ser obtida através de uma primitiva de u ( x)v′( x) , caso
isso seja conveniente.

Exemplo: Calcule

(a) ∫ e x x dx

Solução

Fazendo u ′( x) = e x e v( x) = x , temos:

∫e
x
x dx = ∫ u ′( x)v( x)dx
Como,

u ′( x) = e x ⇒ u ( x) = e x
v( x) = x ⇒ v ′( x) = 1

∫ u ′( x)v( x)dx = u ( x) ⋅ v( x) − ∫ u( x)v ′( x)dx


Segue que:

∫e x dx = e x x − ∫ e x dx
x

∫e x dx = e x x − e x + C
x

L.M.C / 2009 122


(b) ∫ e − x x 2 dx

Solução

Fazendo u ′( x) = e − x e v( x) = x 2 , temos:

∫e
−x
x 2 dx = ∫ u ′( x)v( x)dx

Como,

u ′( x) = e − x ⇒ u ( x) = −e − x
v( x) = x 2 ⇒ v ′( x) = 2 x

∫ u ′( x)v( x)dx = u ( x) ⋅ v( x) − ∫ u( x)v ′( x)dx


Segue que:

−x
∫e x 2 dx = −e − x x 2 − ∫ − e − x 2 x dx

−x
∫e x 2 dx = −e − x x 2 + 2 ∫ e − x x dx (equação I)
1424 3
?????

Usando novamente a técnica de integração por partes para ∫ e − x x dx , obtemos

∫e
−x
x dx = ∫ u ′( x)v( x)dx

Como,

u ′( x) = e − x ⇒ u ( x) = −e − x
v( x) = x ⇒ v ′( x) = 1

∫ u ′( x)v( x)dx = u ( x) ⋅ v( x) − ∫ u( x)v ′( x)dx


Segue que:

−x
∫e x dx = −e − x x − ∫ − e − x dx

−x
∫e x dx = −e − x x − e − x + k

∫e
−x
( )
x dx = − e − x x + e − x + k (equação II)

L.M.C / 2009 123


Substituindo II em I, obtemos

∫e
−x
( )
x 2 dx = −e − x x 2 − 2 e − x x + e − x + C , onde C = 2k

∫e
−x
( )
x 2 dx = −e − x x 2 + 2 x + 2 + C

(c) ∫ ln( x)dx

Solução

Fazendo u ′( x) = 1 e v( x) = ln( x) , temos:

∫ 1 ⋅ ln( x)dx = ∫ u ′( x)v( x)dx


Como,

u ′( x) = 1 ⇒ u ( x) = x
1
v( x) = ln( x) ⇒ v ′( x) =
x

∫ u ′( x)v( x)dx = u ( x) ⋅ v( x) − ∫ u( x)v ′( x)dx


Segue que

1
∫ 1 ⋅ ln( x)dx = x ln( x) − ∫ x x dx

∫ 1 ⋅ ln( x)dx = x ln( x) − x + C

(d) ∫ e x sin( x)dx

Solução

Fazendo u ′( x) = e x e v( x) = sin( x) , temos:

∫e
x
sin( x)dx = ∫ u ′( x)v( x)dx

Como,

u ′( x) = e x ⇒ u ( x) = e x
v( x) = sin( x) ⇒ v ′( x) = cos( x)

L.M.C / 2009 124


∫ u ′( x)v( x)dx = u ( x) ⋅ v( x) − ∫ u( x)v ′( x)dx
Segue que:

∫e sin( x)dx = e x sin( x) − ∫ e x cos( x)dx (equação I)


x

142 4 43 4
???????

Usando novamente a técnica de integração por partes para ∫ e x cos( x)dx , obtemos

∫e
x
cos( x)dx = ∫ u ′( x)v( x)dx

Como,

u ′( x) = e x ⇒ u ( x) = e x
v( x) = cos( x) ⇒ v ′( x) = − sin( x)

∫e cos( x)dx = e x cos( x) − ∫ − e x sin( x)dx


x

∫e cos( x)dx = e x cos( x) + ∫ e x sin( x)dx (equação II)


x

Substituindo II em I, obtemos

∫e sin( x)dx = e x sin( x) − [e x cos( x) + ∫ e x sin( x)dx]


x

∫e sin( x)dx = e x sin( x) − e x cos( x) − ∫ e x sin( x)dx


x

2 ∫ e x sin( x)dx = e x [sin( x) − cos( x)]

Arrumando a expressão e adicionando uma constante de integração, temos:

e x [sin( x) − cos( x)]


∫ e sin( x)dx = +C
x

(e) ∫ arcsin( x)dx

Solução

Fazendo u ′( x) = 1 e v( x) = arcsin( x) , temos:

∫ 1 ⋅ arcsin( x)dx = ∫ u ′( x)v( x)dx

L.M.C / 2009 125


Como,

u ′( x) = 1 ⇒ u ( x) = x
1
v( x) = arcsin( x) ⇒ v ′( x) =
1− x2

∫ u ′( x)v( x)dx = u ( x) ⋅ v( x) − ∫ u( x)v ′( x)dx


Segue que

1
∫ 1 ⋅ arcsin( x)dx = x arcsin( x) − ∫ x1 − x 2
dx (equação I)
14
4244 3
????????

1
Substituindo u = 1 − x 2 em ∫x 1− x2
dx , então

du du
= −2 x ⇒ − = xdx
dx 2

Usando a regra da substituição, obtemos

1 1 −1 / 2 1 u1/ 2
∫ x 1 − x 2 dx = − 2 ∫ u du = − 2 1 = −u = − 1 − x (equação II)
1/ 2 2

Substituindo II em I,

∫ arcsin( x)dx = x arcsin( x) + 1− x2 + C

(f) ∫ cos[ln( x)]dx

Solução

Fazendo u ′( x) = 1 e v( x) = cos[ln( x)] , temos:

∫ 1 ⋅ cos[ln( x)]dx = ∫ u ′( x)v( x)dx


Como,

u ′( x) = 1 ⇒ u ( x) = x
1
v( x) = cos[ln( x)]dx ⇒ v ′( x) = − sin[ln( x)] ⋅
x

L.M.C / 2009 126


∫ u ′( x)v( x)dx = u ( x) ⋅ v( x) − ∫ u( x)v ′( x)dx
Segue que

x sin[ln( x)]
∫ cos[ln( x)]dx = x cos[ln( x)] − ∫ − x
dx

∫ cos[ln(x)]dx = x cos[ln(x)] + ∫1sin[ln(


44244
x)]dx
3
(equação I)
???????

Usando novamente a técnica de integração por partes para ∫ sin[ln( x)]dx , obtemos

∫ 1 ⋅ sin[ln( x)]dx = ∫ u ′( x)v( x)dx


Como,

u ′( x) = 1 ⇒ u ( x) = x
cos[ln( x)]
v( x) = sin[ln( x)] ⇒ v ′( x) =
x

x cos[ln( x)]
∫ sin[ln( x)]dx = x sin[ln( x)] − ∫ x
dx

∫ sin[ln( x)]dx = x sin[ln( x)] − ∫ cos[ln( x)]dx (equação II)

Substituindo II em I,

∫ cos[ln(x)]dx = x cos[ln(x)] + x sin[ln( x)] − ∫ cos[ln( x)]dx


2 ∫ cos[ln( x)]dx = x cos[ln( x)] + x sin[ln( x)]

∫ cos[ln(x)]dx = 2 {cos[ln( x)] + sin[ln( x)]} + C


x

(g) ∫ x ln( x)dx


Solução

Fazendo u ′( x) = x e v( x) = ln( x) , temos:

∫ x ln( x)dx = ∫ u ′( x)v( x)dx

L.M.C / 2009 127


Como,

x2
u ′( x) = x ⇒ u ( x) =
2
1
v( x) = ln( x) ⇒ v ′( x) =
x

∫ u ′( x)v( x)dx = u ( x) ⋅ v( x) − ∫ u( x)v ′( x)dx


Segue que
x2 x2 1
∫ x ln( x)dx = 2
ln( x) − ∫
2 x
dx

x2 1
∫ x ln( x)dx = 2
ln( x) − ∫ xdx
2

x2 1 x2
∫ x ln( x)dx = 2 ln( x) − 2 2
x2 x2
∫ x ln( x)dx = 2
ln( x) −
4
+C

OBS:
∫ f ( x) g ′( x)dx = f ( x) ⋅ g ( x) − ∫ f ′( x) g ( x)dx

Seja u = f (x) e v = g (x) . Então as diferenciais são du = f ′( x)dx e dv = g ′( x)dx , e


assim, pela Regra da Substituição, a fórmula da integração por partes torna-se

∫ u dv = uv − ∫ v du

Integrais trigonométricas

Fórmulas de redução

Para n ≥ 2 um inteiro, temos:

1 n −1
(1) ∫ sin n ( x)dx = − cos( x) sin n−1 ( x) + ∫ sin n − 2 ( x)dx
n n

1 n −1
(2) ∫ cos n ( x)dx = cos n −1 ( x) sin( x) + ∫ cos n − 2 ( x)dx
n n

L.M.C / 2009 128


Demonstração (1)

∫ sin ( x)dx = ????


n

∫ sin
n
( x)dx = ∫ sin n −1 ( x) sin( x)dx

Utilizando a técnica de integração por partes, obtemos

∫ sin
n
( x)dx = ∫ sin n−1 ( x) sin( x)dx
1424 3 123
v(x) u′ ( x )

Como,

u ′( x) = sin( x) ⇒ u ( x) = − cos( x)
v( x) = sin n −1 ( x) ⇒ v ′( x) = (n − 1) sin n− 2 ( x) cos( x)

∫ u ′( x)v( x)dx = u ( x) ⋅ v( x) − ∫ u( x)v ′( x)dx


Segue que:

∫ sin ( x)dx = − cos( x) sin n−1 ( x) − ∫ − cos( x) (n − 1) sin n− 2 ( x) cos( x)dx


n

∫ sin ( x)dx = − cos( x) sin n−1 ( x) + (n − 1) ∫ cos 2 ( x) sin n − 2 ( x)dx


n

∫ sin
n
( )
( x)dx = − cos( x) sin n −1 ( x) + (n − 1) ∫ 1 − sin 2 ( x) sin n − 2 ( x)dx

∫ sin ( x)dx = − cos( x) sin n−1 ( x) + (n − 1) ∫ sin n − 2 ( x)dx − (n − 1) ∫ sin n ( x)dx


n

(1 + n − 1) ∫ sin n ( x)dx = − cos( x) sin n −1 ( x) + (n − 1) ∫ sin n − 2 ( x)dx

Daí,
1 n −1
∫ sin
n
( x)dx = − cos( x) sin n−1 ( x) + ∫ sin n − 2 ( x)dx
n n

Demonstração (2)

Análoga a Demonstração (1)

L.M.C / 2009 129


Estratégia para avaliar ∫ sin m ( x) cos n ( x)dx

∫ sin Procedimento Identidades Relevantes


m
( x) cos n ( x)dx
 Separe um fator cos(x) .
1) n é ímpar  Aplique a identidade. cos 2 ( x) = 1 − sin 2 ( x)
 Faça a substituição u = sin(x) .
 Separe um fator sin(x) .
2) m é ímpar  Aplique a identidade. sin 2 ( x) = 1 − cos 2 ( x)
 Faça a substituição u = cos(x) .
1 − cos(2 x)
sin 2 ( x) =
2
 Usamos as identidades de
arco-metade. 1 + cos(2 x)
3) m e n são pares cos 2 ( x) =
2

 Algumas vezes é útil usar a


sin(2 x) = 2 sin( x) cos( x)
identidade de arco-duplo.

OBS: Note que se ambos os fatores de seno e cosseno são ímpares, podemos usar tanto
o primeiro como o segundo caso.

OBS: Podemos também utilizar as fórmulas de redução de ∫ sin n ( x)dx ou de

∫ cos
n
( x)dx , caso necessário.

Exemplos:

(a) ∫ sin 2 ( x)dx

Solução

Estamos no terceiro caso; utilizaremos a identidade de arco-metade:

 1 − cos(2 x)  1 1 x 1 sin( 2 x)
∫ sin ( x)dx = ∫  dx = ∫ dx − ∫ cos(2 x)dx = −
2

 2  2 2 2 2 2

Daí,

x sin(2 x)
∫ sin ( x)dx = − +C
2

2 4

L.M.C / 2009 130


(b) ∫ cos 2 ( x)dx

Solução

Estamos no terceiro caso; utilizaremos a identidade de arco-metade:

 1 + cos(2 x)  1 1 x 1 sin(2 x)
∫ cos ( x)dx = ∫  dx = ∫ dx + ∫ cos(2 x)dx = +
2

 2  2 2 2 2 2

Daí,
x sin(2 x)
∫ cos ( x)dx = + +C
2

2 4

(c) ∫ sin 4 ( x)dx

Solução

Estamos no terceiro caso; é possível avaliara essa integral usando a fórmula de redução
para ∫ sin n ( x)dx , mas outro método é escrever

 1 − cos(2 x) 
2
1
∫ sin ( x)dx = ∫ [sin ( x)] dx = ∫  2  dx = 4 ∫ [1 − 2 cos(2 x) + cos (2 x)]dx
4 2 2 2

Como cos 2 (2 x) ocorre, precisamos usar uma outra fórmula de arco-metade

1 + cos(4 x)
cos 2 (2 x) =
2

Isso resulta em

1  1 + cos(4 x)  3 cos(4 x) 
∫ sin ( x)dx = ∫ 1 − 2 cos(2 x) + dx = ∫  − 2 cos(2 x) +
4
  dx
4  2  2 2 

1  3x sin(4 x) 
∫ sin ( x)dx = − sin(2 x) + +C
4

4 2 8 

(d) ∫ cos 3 ( x)dx

Solução

Estamos no primeiro caso; separaremos um fator cos(x) :

L.M.C / 2009 131


∫ cos ( x)dx = ∫ cos 2 ( x) cos( x)dx
3

Aplicaremos a identidade cos 2 ( x) = 1 − sin 2 ( x) ,

∫ cos ( x)dx = ∫ [1 − sin 2 ( x)] cos( x)dx


3

Substituindo u = sin(x) , temos

du
= cos( x) ⇒ du = cos( x)dx
dx

Daí,

u3
∫ cos ( x)dx = ∫ [1 − u ]du = u − +C
3 2

sin 3 ( x)
∫ cos ( x)dx = sin( x) − 3 + C
3

(e) ∫ sin 4 ( x) cos 5 ( x)dx

Solução

Estamos no primeiro caso; separaremos um fator cos(x) :

∫ sin ( x) cos 5 ( x)dx = ∫ sin 4 ( x) cos 4 ( x)cos( x)dx


4
1424 3
du

Aplicaremos a identidade cos 2 ( x) = 1 − sin 2 ( x) ,

∫ sin ( x) cos 5 ( x)dx = ∫ sin 4 ( x)[1 − sin 2 ( x)]2 cos( x)dx


4
1424 3
du

Substituindo u = sin(x) , temos

du
= cos( x) ⇒ du = cos( x)dx
dx

Daí,

u 5 2u 7 u 9
∫ sin ( x) cos ( x)dx = ∫ u [1 − u ] du = ∫ (u − 2u + u )du = 5 − 7 + 9 + C
4 5 4 2 2 4 6 8

L.M.C / 2009 132


sin 5 ( x) 2 sin 7 ( x) sin 9 ( x)
∫ sin ( x) cos ( x)dx = − + +C
4 5

5 7 9

(f) ∫ cos 4 ( x) sin 3 ( x)dx

Solução

Estamos no segundo caso; separaremos um fator sin(x) :

∫ cos ( x) sin 3 ( x)dx = ∫ cos 4 ( x) sin 2 ( x)sin( x)dx


4
1424 3
du

Aplicaremos a identidade sin 2 ( x) = 1 − cos 2 ( x) ,

∫ cos ( x) sin 3 ( x)dx = ∫ cos 4 ( x)[1 − cos 2 ( x)]sin( x)dx


4
1424 3
− du

Substituindo u = cos(x) , temos

du
= − sin( x) ⇒ − du = sin( x)dx
dx

Daí,

u5 u7
∫ cos ( x) sin ( x)dx = −∫ u [1 − u ]du = −∫ (u − u )du = − + +C
4 3 4 2 4 6

5 7

cos 5 ( x) cos 7 ( x)
∫ cos ( x) sin ( x)dx = − 5 + 7 + C
4 3

L.M.C / 2009 133


∫ tan
m
Estratégia para avaliar ( x) sec n ( x)dx

∫ tan Procedimento Identidade relevante


m
( x) sec n ( x)dx
 Separe sec 2 ( x) .
1) n é par  Aplique a identidade. sec 2 ( x) = tan 2 ( x) + 1
 Faça a substituição u = tan(x) .
 Separe sec( x) tan( x) .
2) m é ímpar  Aplique a identidade. tan 2 ( x) = sec 2 ( x) − 1
 Faça a substituição u = sec(x) .

sin 2 ( x) cos 2 ( x) 1
OBS: sin 2 ( x) + cos 2 ( x) = 1 ⇒ 2
+ 2
= 2
⇒ tan 2 ( x) + 1 = sec 2 ( x)
cos ( x) cos ( x) cos ( x)

∫ tan
m
OBS: Note que se n for par e m for ímpar em ( x) sec n ( x)dx , poderemos usar tanto
o primeiro caso como o segundo caso.

3) Para outros casos as regras não são tão simples. Talvez seja necessário usar
identidades, integração por partes e, ocasionalmente, um pouco de engenhosidade.
Algumas vezes precisamos integrar:

(I) ∫ tan( x)dx = ln sec( x) + C


(II) ∫ sec( x)dx = ln sec( x) + tan( x) + C

Demonstração (I)

∫ tan( x)dx = ?????


Vamos escrever primeiro a tangente em termos de seno e cosseno:

sin( x)
∫ tan( x)dx = ∫ cos( x) dx
Isso sugere que devemos substituir u = cos(x) , uma vez que du = − sin( x)dx e portanto
sin( x)dx = −du :

sin( x) du
∫ tan( x)dx = ∫ cos( x) dx = − ∫ u
= − ln u + C = − ln cos( x) + C

Uma vez que − ln cos( x) = ln[1 / cos( x) ] = ln sec( x) , temos: ∫ tan( x)dx = ln sec( x) + C

L.M.C / 2009 134


Demonstração (II)

∫ sec( x)dx = ?????


Multiplicamos numerador e denominador por sec( x) + tan( x) :

sec( x) + tan( x) sec 2 ( x) + sec( x) tan( x)


∫ sec( x)dx = ∫ sec( x) sec( x) + tan( x)
dx = ∫
sec( x) + tan( x)
dx

Se substituirmos u = sec( x) + tan( x) , então du = [sec( x) tan( x) + sec 2 ( x)]dx , assim a


integral torna-se ∫ (1 / u )du = ln u + C . Então temos

∫ sec( x)dx = ln sec( x) + tan( x) + C

∫ cot
m
OBS: Integrais da forma ( x) csc n ( x)dx podem ser encontradas por métodos
similares por causa da identidade 1 + cot 2 ( x) = csc 2 ( x) .

Exemplos:

∫ tan
2
(a) ( x) sec 4 ( x)dx

Solução

Estamos no primeiro caso; separaremos um fator sec 2 ( x) :

∫ tan ( x) sec 4 ( x)dx = ∫ tan 2 ( x) sec 2 ( x)sec 2 ( x)dx


2
1424 3
du

Aplicaremos a identidade sec 2 ( x) = tan 2 ( x) + 1

∫ tan ( x) sec 4 ( x)dx = ∫ tan 2 ( x)[tan 2 ( x) + 1]sec 2 ( x)dx


2
1424 3
du

Substituindo u = tan(x) , temos

du
= sec 2 ( x) ⇒ du = sec 2 ( x)dx
dx

Daí,
u5 u3
∫ tan ( x) sec ( x)dx = ∫ u [u + 1]du = 5 + 3 + C
2 4 2 2

L.M.C / 2009 135


tan 5 ( x) tan 3 ( x)
∫ tan ( x) sec ( x)dx = + +C
2 4

5 3

(b) ∫ tan 3 ( x) sec 3 ( x)dx

Solução

Estamos no segundo caso; separaremos um fator sec( x) tan( x) ,

∫ tan ( x) sec 3 ( x)dx = ∫ tan 2 ( x) sec 2 ( x) tan( x) sec( x)dx


3
1442443
du

Aplicaremos a identidade tan 2 ( x) = sec 2 ( x) − 1

∫ tan ( x) sec 3 ( x)dx = ∫ [sec 2 ( x) − 1] sec 2 ( x) tan( x) sec( x)dx


3
1442443
du

Substituindo u = sec(x) , temos

du
= tan( x) sec( x) ⇒ du = tan( x) sec( x)dx
dx

Daí,
u5 u3
∫ tan ( x) sec ( x)dx = ∫ [u − 1]u du = − +C
3 3 2 2

5 3

sec 5 ( x) sec 3 ( x)
∫ tan ( x) sec ( x)dx = 5 − 3 + C
3 3

∫ tan
3
(c) ( x)dx

Solução

Aqui apenas tan(x) ocorre; então usamos tan 2 ( x) = sec 2 ( x) − 1 para reescrever um
fator tan 2 ( x) em termos de sec 2 ( x) :

∫ tan ( x)dx = ∫ tan( x) tan 2 ( x)dx = ∫ tan( x)[sec 2 ( x) − 1]dx = ∫ tan( x) sec 2 ( x)dx − ∫ tan( x)dx
3

Daí, substituindo u = tan(x) na primeira integral:

tan 2 ( x)
∫ tan ( x)dx = 2 − ln sec( x) + C
3

L.M.C / 2009 136


(d) ∫ sec 3 ( x)dx

Dica: Se uma potência par de tangente aparece com uma potência ímpar de secante, é
útil expressar o integrando completamente em termos de sec(x). Potências de sec(x)
podem requerer integração por partes, como mostrado nesse exemplo.

Solução

Aqui integramos por partes com

u ′( x) = sec 2 ( x) ⇒ u ( x) = tan( x)
v( x) = sec( x) ⇒ v ′( x) = sec( x) tan( x)

Então,
∫ sec ( x)dx = tan( x) sec( x) − ∫ sec( x) tan 2 ( x)dx
3

∫ sec ( x)dx = tan( x) sec( x) − ∫ sec( x)[sec 2 ( x) − 1]dx


3

∫ sec ( x)dx = tan( x) sec( x) − ∫ sec 3 ( x)dx + ∫ sec( x)dx


3

2 ∫ sec 3 ( x)dx = tan( x) sec( x) + ln sec( x) + tan( x)

∫ sec
3
( x)dx =
1
[tan( x) sec( x) + ln sec( x) + tan( x) ] + C
2

Integrais da forma:

(a) ∫ sin(mx) cos(nx)dx ; (b) ∫ sin(mx) sin(nx)dx ; (c) ∫ cos(mx) cos(nx)dx

Para avaliar essas integrais, use a identidade correspondente:

1
(a) sin( A) cos( B ) = [sin( A − B ) + sin( A + B )]
2

1
(b) sin( A) sin( B ) = [cos( A − B ) − cos( A + B )]
2

1
(c) cos( A) cos( B ) = [cos( A − B ) + cos( A + B )]
2

L.M.C / 2009 137


Exemplo: ∫ sin(4 x) cos(5 x)dx

Solução

Essa integral pode ser avaliada usando-se integração por partes, mas é mais fácil usar a
identidade
1
sin( A) cos( B ) = [sin( A − B ) + sin( A + B )]
2

Então,

1 1
∫ sin(4 x) cos(5 x)dx = ∫ 2 [sin(− x) + sin(9 x)]dx = 2 ∫ [sin(− x) + sin(9 x)]dx
1 cos(9 x) 
∫ sin(4 x) cos(5x)dx = 2 cos( x) − 9 
+C

3) Substituição trigonométrica (Regra da substituição inversa)

Integrais da forma a2 − x2 , a2 + x2 e x2 − a2

Tabela de substituições trigonométricas

Expressão Substituição Identidade


a2 − x2 π π 1 − sin 2 (θ ) = cos 2 (θ )
x = a sin(θ ) , − ≤θ ≤
2 2
a2 + x2 π π 1 + tan 2 (θ ) = sec 2 (θ )
x = a tan(θ ) , − <θ <
2 2
x −a2 2 π 3π sec 2 (θ ) − 1 = tan 2 (θ )
x = a sec(θ ) , 0 ≤ θ < ou π ≤ θ <
2 2

OBS: As restrições para θ são tais que se defina uma função bijetora, admitindo assim
função inversa. Note que os intervalos estabelecidos são os mesmos usados quando
estudamos funções trigonométricas inversas.

OBS: Perceba que para a 2 − x 2 fazemos a seguinte substituição x = a sin(θ ) ; sendo


π π
a>0 e − ≤θ ≤ , obtemos
2 2

a 2 − x 2 = a 2 − a 2 sin 2 (θ ) = a 2 [1 − sin 2 (θ )] = a 2 cos 2 (θ ) = a cos(θ ) = a cos(θ )

L.M.C / 2009 138


Exemplos:

dx
(a) ∫x 2
4 − x2

Solução
π π
Estamos no primeiro caso; substituindo x = 2 sin(θ ) , onde − ≤θ ≤ , temos:
2 2

dx
= 2 cos(θ ) ⇒ dx = 2 cos(θ )dθ

Daí,

dx 2 cos(θ )dθ 2 cos(θ )dθ


∫x 2
4 − x2
=∫
4 sin 2 (θ ) 4 − 4 sin 2 (θ )
=∫
4 sin 2 (θ ) 4 [1 − sin 2 (θ )]
=

2 cos(θ )dθ 2 cos(θ )dθ cos(θ )dθ


=∫ =∫ =∫
4 sin 2 (θ ) 4 cos 2 (θ ) 4 sin (θ ) 2 cos(θ )
2
4 sin 2 (θ ) cos(θ )

π π
Como − ≤θ ≤ , cos(θ ) = cos(θ )
2 2

cos(θ )dθ cos(θ )dθ dθ 1


∫ 4 sin =∫ =∫ = ∫ csc 2 (θ )
2
(θ ) cos(θ ) 4 sin (θ ) cos(θ )
2
4 sin (θ ) 4
2

1 1
∫ csc 2 (θ ) = − cot(θ ) + C
4 4

x
Retornando a variável x, temos que x = 2 sin(θ ) , ou seja, sin(θ ) = . Para encontrar o
2
valor de cot(θ ) usaremos o seguinte triângulo retângulo:

1 cos(θ ) 4 − x2
cot(θ ) = = =
tan(θ ) sin(θ ) x

dx 1 1 4 − x2
Logo, ∫x = − cot(θ ) + C = − +C
2
4 − x2 4 4 x

L.M.C / 2009 139


1
(b) ∫x 2
x2 + 4
dx

Solução

π π
Estamos no segundo caso; substituindo x = 2 tan(θ ) , onde − <θ < , temos:
2 2

dx
= sec 2 (θ ) ⇒ dx = 2 sec 2 (θ )dθ

Daí,
1 2 sec 2 (θ )dθ 2 sec 2 (θ )dθ
∫x 2
x2 + 4
dx = ∫
4 tan 2 (θ ) 4 tan 2 (θ ) + 4
=∫
4 tan 2 (θ ) 4[tan 2 (θ ) + 1]

Como, 1 + tan 2 (θ ) = sec 2 (θ ) , obtemos:

2 sec 2 (θ )dθ 2 sec 2 (θ )dθ 2 sec 2 (θ )dθ


∫ 4 tan 2 (θ ) 4[tan 2 (θ ) + 1] = ∫ 4 tan 2 (θ ) 4 sec 2 (θ ) = ∫ 4 tan 2 (θ ) 2 sec(θ )

π π
Sendo − <θ < , sec(θ ) = sec(θ ) .
2 2

2 sec 2 (θ )dθ 2 sec 2 (θ )dθ sec(θ )dθ 1 sec(θ )


∫ 4 tan 2 (θ ) 2 sec(θ ) ∫ 4 tan 2 (θ ) 2 sec(θ ) = ∫ 4 tan 2 (θ ) = 4 ∫ tan 2 (θ ) dθ
=

1 sec(θ ) 1 1 cos 2 (θ ) 1 cos(θ )


∫ dθ = ∫ dθ = ∫ dθ
4 tan (θ )
2
4 cos(θ ) sin (θ )
2
4 sin 2 (θ )

Portanto, fazendo a seguinte substituição u = sin(θ ) , temos:

1 cos(θ ) 1 du 1  1  1 csc(θ )
∫ dθ = ∫ 2 =  −  + C = − +C = − +C
4 sin (θ )
2
4 u 4 u 4 sin(θ ) 4

x
Retornando a variável x, temos que x = 2 tan(θ ) , ou seja, tan(θ ) = . Para encontrar o
2
valor de csc(θ ) usaremos o seguinte triângulo retângulo:

L.M.C / 2009 140


1 x2 + 4
csc(θ ) = =
sin(θ ) x

1 csc(θ ) x2 + 4
Logo, ∫x 2
x2 + 4
dx = −
4
+C = −
4x
+C

2 x2 −1
(c) ∫1 x
dx

Solução

π 3π
Estamos no terceiro caso; substituindo x = sec(θ ) , onde 0 ≤ θ < ou π ≤ θ < ,
2 2
temos:

dx
= sec(θ ) tan(θ ) ⇒ dx = sec(θ ) tan(θ )dθ

Daí,
x2 −1 ??? sec (θ ) − 1
2
2
∫ dx = ∫ sec(θ ) tan(θ )dθ
1 x ??? sec(θ )

Como a integral é definida mudaremos os limites de integração e não teremos de


converter de volta à variável x original.

1
x = 1 ⇒ sec(θ ) = 1 ⇒ = 1 ⇒ cos(θ ) = 1 ⇒ θ = 0
cos(θ )

1 1 π
x = 2 ⇒ sec(θ ) = 2 ⇒ = 2 ⇒ cos(θ ) = ⇒ θ =
cos(θ ) 2 3

Então,
x2 −1 π / 3 sec (θ ) − 1
2
2
∫ dx = ∫ sec(θ ) tan(θ )dθ
1 x 0 sec(θ )

Como, sec 2 (θ ) − 1 = tan 2 (θ ) , obtemos

2 x2 −1 π / 3 tan(θ )
∫ dx = ∫ sec(θ ) tan(θ )dθ
1 x 0 sec(θ )

2 x2 −1 π /3 π /3 π /3 π /3
∫ dx = ∫ tan 2 (θ )dθ = ∫ [sec 2 (θ ) − 1]dθ = ∫ sec 2 (θ )dθ − ∫ dθ
1 x 0 0 0 0

L.M.C / 2009 141


∫1
2 x2 −1
x
dx = [tan(θ )]0 − [θ ]0 = [tan(π / 3) − tan(0)] − [π / 3 − 0] =
π /3 π /3
[ 3 − 0]− π3 − 0
2 x2 −1 π
Logo, ∫1 x
dx = 3 −
3

x2 y2
(d) Encontre a área limitada pela elipse + = 1.
a2 b2

Solução

Resolvendo a equação da elipse para y, temos que

y2 x2 a2 − x2 b
2
= 1 − 2
= 2
ou y = ± a2 − x2
b a a a

Porque a elipse é simétrica em relação a ambos os eixos, a área total A é quatro vezes a
área do primeiro quadrante.

A parte da elipse no primeiro quadrante é

b
y= a2 − x2 , 0≤ x≤a
a

E assim
1 a b
A=∫ a 2 − x 2 dx
4 0 a

Para avaliar essa integral substituímos x = a sin(θ ) . Então dx = a cos(θ )dθ . Para mudar
os limites de integração notamos que

x = 0 ⇒ sin(θ ) = 0 ⇒ θ = 0
x = a ⇒ sin(θ ) = 1 ⇒ θ = π / 2

Também,

a 2 − x 2 = a 2 − a 2 sin 2 (θ ) = a 2 [1 − sin 2 (θ )] = a 2 cos 2 (θ ) = a cos(θ ) = a cos(θ )

L.M.C / 2009 142


π π
Já que − ≤θ ≤ . Portanto
2 2

4b a 2 4b π / 2 π /2
A= ∫ a − x 2 dx = ∫ a cos(θ ) ⋅ a cos(θ )dθ = 4ab ∫ cos 2 (θ )dθ
a 0 a 0 0

π /2
π /2 1 + cos(2θ )  sin(2θ )  π 
A = 4ab ∫ dθ = 2ab θ + = 2ab  + 0 − 0
0 2  2  0 2 

Logo,
A = πab

Mostramos que a área de uma elipse com semi-eixos a e b é πab . Em particular,


tomando a = b = r , provamos a famosa fórmula que diz que a área de um círculo de
raio r é π r 2 .

4) Integração de funções racionais por frações parciais

P( x)
Queremos integrar funções do tipo onde P (x) e Q (x) são polinômios. Podemos
Q( x)
assumir que grau [ P ( x)] < grau [Q ( x)] (função própria).

5 x − 10
Exemplo: Calcule ∫x 2
− 3x − 4
dx

Solução

Escrevendo o integrando em frações parciais, temos

5 x − 10 5 x − 10 A B
= = +
x − 3x − 4 ( x − 4)( x + 1) x − 4 x + 1
2

Daí,
5 x − 10 A B A( x + 1) + B ( x − 4) ( A + B ) x + A − 4 B
= + = =
x − 3x − 4 x − 4 x + 1
2
( x − 4)( x + 1) ( x − 4)( x + 1)

5 x − 10 ( A + B) x + A − 4 B
=
x − 3x − 4
2
( x − 4)( x + 1)

Perceba que

A + B = 5

 A − 4 B = −10

Resolvendo o sistema temos que A = 2 e B = 3 . Portanto,

L.M.C / 2009 143


5 x − 10 2 3
= +
x − 3x − 4 x − 4 x + 1
2

Assim,
5 x − 10 2 3
∫x 2
− 3x − 4
dx = ∫
x−4
dx + ∫
x +1
dx

Logo, usando a regra da substituição, mentalmente ( u1 = x − 4 e u 2 = x + 1 ), obtemos

5 x − 10
∫x 2
− 3x − 4
dx = 2 ln x − 4 + 3 ln x + 1 + C

Separaremos o método das frações parciais em quatro casos:

1º caso: O denominador Q (x) é um produto de fatores lineares distintos.

P( x) A B C
Exemplo: = + +
x( x + 1)( x − 2) x x + 1 x − 2

2º caso: Q( x) é um produto de fatores lineares, mas alguns deles são repetidos.

P( x) A B C D E F
Exemplo: = + 2 + 3+ + +
x ( x + 1) ( x − 2) x x
3 2
x x + 1 ( x + 1) 2
x−2

3º caso: Q(x) contém fatores quadráticos irredutíveis, nenhum dos quais se repete.

P( x) Ax + B C
Exemplo: = 2 +
( x + 1)( x − 2)
2
x +1 x − 2

4º caso: Q(x) contém fatores quadráticos irredutíveis repetidos.

P( x) Ax + B Cx + D E
Exemplo: = 2 + 2 +
( x + 1) ( x − 2)
2 2
x + 1 ( x + 1) 2
x−2

Vamos avaliar alguns exemplos:

dx
(a) ∫x 2
+x−2

Solução

Escrevendo integrando em frações parciais, temos

L.M.C / 2009 144


1 1 A B
= = + (primeiro caso)
x + x − 2 ( x + 2)( x − 1) x + 2 x − 1
2

Daí,
1 A( x − 1) + B( x + 2) ( A + B) x − A + 2 B
= =
x + x−2
2
( x + 2)( x − 1) ( x + 2)( x − 1)

Perceba que,

A + B = 0

− A + 2 B = 1

1 1
Resolvendo o sistema temos que A = − e B = . Portanto,
3 3

1 1 1
=− +
x + x−2
2
3( x + 2) 3( x − 1)

Assim,

dx 1 dx 1 dx
∫x 2
+x−2
=− ∫ + ∫
3 x + 2 3 x −1

Fazendo a regra da substituição mentalmente, temos

dx ln x + 2 ln x − 1 1 x −1
∫x 2
+x−2
=−
3
+
3
+ C = ln
3 x+2
+C

2x + 4
(b) ∫x
3
− 2x 2
dx

Solução

Escrevendo o integrando em frações parciais, temos

2x + 4 2x + 4 A B C
= 2 = + 2 + (segundo caso)
x − 2x
3 2
x ( x − 2) x x x−2

Daí,
2x + 4 Ax( x − 2) + B ( x − 2) + Cx 2 ( A + C ) x 2 + (−2 A + B ) x − 2 B
= =
x3 − 2x 2 x 2 ( x − 2) x 2 ( x − 2)

Perceba, que

L.M.C / 2009 145


A + C = 0

− 2 A + B = 2
− 2 B = 4

Resolvendo o sistema temos que A = −2 , B = −2 e C = 2 . Portanto,

2x + 4 2 2 2
=− − 2 +
x − 2x
3 2
x x x−2

Assim,
2x + 4 dx 1 1
∫x 3
− 2x 2
dx = −2 ∫ − 2 ∫ 2 + 2 ∫
x x x−2

2x + 4 2
∫x 3
− 2x 2
dx = −2 ln x + + 2 ln x − 2 + C
x

x2 + x − 2
(c) ∫ 3x 3 − x 2 + 3x − 1 dx
Solução

Fatorando o denominador, obtemos

3 x 3 − x 2 + 3 x − 1 = 3 x( x 2 + 1) − x 2 − 1 = 3 x( x 2 + 1) − 1( x 2 + 1) = ( x 2 + 1)(3 x − 1)

Escrevendo o integrando em frações parciais, temos

x2 + x − 2 x2 + x − 2 A Bx + C
= = + 2 (terceiro caso)
3 x − x + 3 x − 1 (3 x − 1)( x + 1) 3 x − 1 x + 1
3 2 2

Daí,
x2 + x − 2 A( x 2 + 1) + ( Bx + C )(3 x − 1) ( A + 3B) x 2 + (3C − B) x + A − C
= =
3x 3 − x 2 + 3x − 1 (3 x − 1)( x 2 + 1) (3 x − 1)( x 2 + 1)

Perceba que

 A + 3B = 1

3C − B = 1
 A − C = −2

7 4 3
Resolvendo o sistema temos que A = − , B = e C = . Portanto,
5 5 5

L.M.C / 2009 146


x2 + x − 2 7 4x + 3
=− +
3x − x + 3x − 1
3 2
5(3 x − 1) 5( x 2 + 1)

Assim,
x2 + x − 2 7 dx 1 4x + 3
∫ 3x 3 − x 2 + 3x − 1 dx = − 5 ∫ 3x − 1 + 5 ∫ x 2 + 1 dx
x2 + x − 2 7 dx 4 x 3 1
∫ 3x 3 − x 2 + 3x − 1 dx = − 5 ∫ 3x − 1 + 5 ∫ x 2 + 1 dx + 5 ∫ x 2 + 1 dx
Usando a regra da substituição mentalmente, obtemos

7 ln 3 x − 1 2 ln x + 1 3 arctan( x)
2
x2 + x − 2
∫ 3x 3 − x 2 + 3x − 1 dx = − 15 + 5 + 5 + C

3 x 4 + 4 x 3 + 16 x 2 + 20 x + 9
(d) ∫ ( x + 2)( x 2 + 3) 2
dx

Solução

Escrevendo o integrando em frações parciais, temos

3 x 4 + 4 x 3 + 16 x 2 + 20 x + 9 A Bx + C Dx + E
= + 2 + 2 (quarto caso)
( x + 2)( x + 3)
2 2
x + 2 x + 3 ( x + 3) 2

Desenvolvendo o método das frações, encontraremos

A + B = 3
2 B + C = 4

6 A + 3B + 2C + D = 16
6 B + 3C + 2 D + E = 20

9 A + 6C + 2 E = 9

Resolvendo o sistema temos que A = 1 , B = 2 , C = 0 , D = 4 e E = 0 . Portanto,

3 x 4 + 4 x 3 + 16 x 2 + 20 x + 9 1 2x 4x
= + 2 + 2
( x + 2)( x + 3)
2 2
x + 2 x + 3 ( x + 3) 2

Assim,
3 x 4 + 4 x 3 + 16 x 2 + 20 x + 9 1 2x 4x
∫ ( x + 2)( x + 3)
2 2
dx = ∫
x+2
dx + ∫ 2
x +3
dx + ∫ 2
( x + 3) 2
dx

Usando a regra da substituição mentalmente, obtemos

L.M.C / 2009 147


3 x 4 + 4 x 3 + 16 x 2 + 20 x + 9 2
∫ ( x + 2)( x + 3)
2 2
dx = ln x + 2 + ln x 2 + 3 − 2
x +3
+C

x2 + 2
(e) ∫ x + 2 dx
Solução

Considere a função racional


P( x)
Q( x)

Para usar o método das frações parciais é necessário que grau [ P ( x)] < grau [Q ( x)] .
Caso grau [ P ( x)] ≥ grau [Q ( x)] , iremos primeiramente dividir o numerador pelo
denominador e depois aplicar o método das frações parciais (se necessário).

Dividindo o numerador pelo denominador, obtemos

x2 + 0x + 2 x + 2
−x 2
− 2x x − 2
0 − 2x + 2
2x + 4
6

Fazendo a prova real da divisão:

x 2 + 2 = ( x − 2)( x + 2) + 6

Dividindo a expressão acima por x + 2 , obtemos

x2 + 2 6
= x−2+
x+2 x+2

Logo,
x2 + 2 6
∫ x + 2 dx = ∫ xdx − ∫ 2dx + ∫ x + 2 dx
x2 + 2 x2
∫ x+2 dx =
2
− 2 x + 6 ln x + 2 + C

L.M.C / 2009 148


Integrais envolvendo termos do tipo ax 2 + bx + c

Complete o quadrado e use a técnica apropriada:

x
(a) ∫x 2
− 4x + 8
dx

Solução
x x x
∫x 2
− 4x + 8
dx = ∫ 2
x 4−2
4 x4+34 − 4 + 8
dx = ∫
( x − 2) 2 + 4
dx
1
( x − 2)2

Fazendo u = x − 2 , temos que du = dx , logo

x u+2 u 1
∫ ( x − 2) 2
+4
dx = ∫
u +4
2
du = ∫ 2
u + 4
du + 2∫ 2
u + 4
du
14243 14243
I II

dv
Integral I: Fazendo v = u 2 + 4 , temos que = udu , logo
2

u 1 dv 1 1 1
∫u 2
+4
du = ∫
2 v
= ln v = ln u 2 + 4 = ln ( x − 2) 2 + 4 + C
2 2 2

u
Integral II: Fazendo t = , temos que 2dt = du , logo
2

1 2 1 dt 1 1 u 1  x −2
∫u 2
+4
du = ∫ 2
4t + 4
dt = ∫ 2 = arctan(t ) = arctan   = arctan
2 t +1 2 2 2 2  2 
+C

Daí,
x 1  x−2
∫x 2
− 4x + 8
dx = ln ( x − 2) 2 + 4 + arctan 
2  2 
+C

dx
(b) ∫ 5 − 4x − 2x 2

Solução

Completando o quadrado:

5 − 4 x − 2 x 2 = 5 − 2(2 x + x 2 ) = 5 − 2( x + 1) 2 + 2 = 7 − 2( x + 1) 2
Daí,
dx dx
∫ 5 − 4x − 2x 2
=∫
7 − 2( x + 1) 2

L.M.C / 2009 149


7
Iremos realizar a seguinte substituição x + 1 = u , de modo que deixemos a expressão
2
1 7
de forma análoga a ∫ 1− x 2
dx = arcsin( x) . Assim, dx = du
2
.

Então,

dx 7/2 7/2 7 du 1 du
∫ 7 − 2( x + 1) 2
=∫
7 − 2(u 7 / 2 ) 2
du = ∫
7 − 7u 2
du =
2 ∫ 7 1− u2
=
2
∫ 1− u2

Logo,

dx 1 du 1 1  2
∫ 7 − 2( x + 1) 2
=
2
∫ 1− u2
=
2
arcsin(u ) + C =
2
arcsin ( x + 1)  + C
 7

Integrais Impróprias

Na definição de integral definida, consideramos que a função era contínua no intervalo


especificado. Agora estenderemos o conceito de integral definida para o caso onde o
intervalo é infinito e também para o caso onde a função tem uma descontinuidade
infinita. Em ambos os casos a integral é chamada de imprópria.

Tipo 1: Intervalos Infinitos

t 1
Queremos calcular a seguinte integral ∫
1 x2
dx .

t
t 1 1 1

1 x 2
dx = −  = 1 −
x 1 t

1 t
Note que
1 x2 ∫
dx < 1 não importando o qual grande seja t. A área da região sombreada
se aproxima de 1 quando t → ∞ ; assim, dizemos que a área da região infinita é igual a
1 e escrevemos:
∞ 1 t 1
∫1 x 2 dx = lim ∫
t →∞ 1 x 2
dx = 1

L.M.C / 2009 150


Definição de uma integral imprópria do Tipo 1

t
(a) Se ∫
a
f ( x)dx existe para cada número t ≥ a , então

∞ t
∫ a
f ( x)dx = lim ∫ f ( x)dx
t →∞ a

desde que o limite exista (como um número).

b
(b) Se ∫t
f ( x)dx existe para cada número t ≤ b , então

b b

−∞
f ( x)dx = lim ∫ f ( x)dx
t → −∞ t

desde que o limite exista (como um número).

∞ b
As integrais impróprias ∫
a
f ( x)dx e ∫−∞
f ( x)dx são chamadas de convergentes se os
limites correspondentes existem, e divergentes se os limites não existem.

∞ a
(c) Se ∫
a
f ( x)dx e ∫−∞
f ( x)dx são convergente, então definimos

∞ a ∞

−∞
f ( x)dx = ∫ f ( x)dx + ∫ f ( x)dx
−∞ a

onde a é qualquer número real.

Exemplos: Determine se as integrais convergem ou divergem.

∞ 1
(a) ∫
1 x
dx

Solução

Por definição, temos que

dx = lim ∫ dx = lim(ln x )1 = lim[ln(t ) − ln(1)] = lim[ln(t )] = ∞


∞ 1 t 1

t
1 x t →∞ 1 x t →∞ t →∞ t →∞

∞ 1
O limite não existe como um número, e assim a integral imprópria ∫
1 x
dx é divergente.

OBS: Vamos fazer uma comparação...

∞ 1 ∞ 1

1 x2
dx converge e ∫
1 x
dx diverge

L.M.C / 2009 151


1 1
Geometricamente, isso quer dizer que embora as curvas y = 2
e y= pareçam
x x
1
muito similares para x > 0 , a região sob y = à direita de x = 1 (a região sombreada
x2
1
na figura da esquerda) tem uma área finita, enquanto a correspondente região sob y =
x
(na figura da direita) tem uma área infinita.

1 1 1
Note que y = 2
e y = se aproximam de 0 quando x → ∞ , mas y = 2 aproxima-
x x x
1 1
se de 0 mais rápido do que y = . Os valores de y = não diminuem rápido o
x x
suficiente para que sua integral tenha um valor finito.

0
(b) ∫
−∞
xe x dx

Solução

Por definição, temos que

0 0

−∞
xe x dx = lim ∫ xe x dx
t → −∞ t

Integramos por partes com u ′( x) = e x e v( x) = x de modo que u ( x) = e x e v ′( x) = 1 :

∫t
0
xe x dx = xe x ] − ∫ e dx = −te
0
t
t
0
x t
− 1 + et

Sabemos que e t → 0 quando t → −∞ , e pela regra de L’Hôpital temos

( )  t
lim te t = lim  −t
  1
 = lim  −t
t → −∞ − e

( )
 = lim − e = 0
t
t → −∞

t → −∞ e
   t → −∞

Portanto,

∫ −∞
0
( )
xe x dx = lim − te t − 1 + e t = −0 − 1 + 0 = −1
t → −∞

L.M.C / 2009 152


∞ 1
(c) ∫
−∞ 1 + x 2
dx

Solução

É conveniente escolher a = 0 na Definição (c):

∞ 1 0 1 ∞ 1

−∞ 1 + x 2
dx = ∫
−∞ 1 + x 2
dx + ∫
0 1+ x2
dx

Precisamos avaliar as integrais no lado direito separadamente:

 π π
dx = lim arctan( x)]t = lim [arctan(0) − arctan(t )] = 0 −  −  =
0 1 0 1
∫ dx = lim ∫
0
−∞ 1 + x 2 t → −∞ t 1 + x 2 t → −∞ t → −∞
 2 2

π
dx = limarctan( x)]0 = lim[arctan(t ) − arctan(0)] =
∞ 1 t 1
∫ dx = lim ∫
t
0 1+ x 2 t →∞ 0 1 + x 2 t →∞ t →∞ 2

Como ambas as integrais são convergentes, a integral dada é convergente e

∞ 1 π π
∫ dx = + = π
−∞ 1 + x 2
2 2


(d) Calcule ∫ −∞
x dx .

Solução

0 t
∞ 0 ∞ 0 t  x2   x2 

−∞
x dx = ∫ x dx + ∫ x dx = lim ∫
−∞ 0 t → −∞ t
x dx + lim ∫ x dx = lim   + lim  
t →∞ 0 t → −∞ 2
  t t →∞  2  0


Como os limites não existem como números, a integral ∫
−∞
x dx diverge.

a
Apesar de ∫−a
x dx = 0 .

∞ 1
(e) Para que valores de p a integral ∫1 xp
dx é convergente?

L.M.C / 2009 153


Solução

Já sabemos que se p = 1 , a integral é divergente. Vamos então assumir que p ≠ 1 .


Então

t
∞ 1 t 1  x − p +1   t − p +1 1  1  1 

1 x p
dx = lim ∫
t →∞ 1 x p
dx = lim 
t →∞ − p + 1

 = lim  −  = lim 
 1 t →∞ 1 − p 1 − p  t →∞ 1 − p  t
p −1
− 1

Se p > 1 , então p − 1 > 0 ; assim, quando t → ∞ , t p −1 → ∞ e 1 / t p −1 → 0 . Portanto,

∞ 1 1
∫ 1 x p
dx =
p −1
se p > 1

E assim a integral converge. Mas se p < 1 , então p − 1 < 0 e assim

1
p −1
= t 1− p → ∞ quando t → ∞
t

e a integral diverge.

Resumindo,

∞ 1
∫1 xp
dx é convergente se p > 1 e divergente se p ≤ 1

Tipo 2: Integrandos Descontínuos

t
Queremos calcular a seguinte integral ∫a
f ( x)dx , onde f é uma função contínua no
intervalo [a, b) e possui uma assíntota vertical em b. Considere que t < b .

t
Se acontecer de ∫ f ( x)dx aproximar um número definido A quando t → b − , então
a
dizemos que

b t
∫ a
f ( x)dx = lim− ∫ f ( x)dx
t →b a

OBS: Não importa o tipo de descontinuidade que f tenha em b.

L.M.C / 2009 154


Definição de uma integral imprópria do Tipo 2

(a) Se f é contínua em [a, b) e descontínua em b, então

b t
∫a
f ( x)dx = lim− ∫ f ( x)dx
t →b a

Se esse limite existir (como um número).

(b) Se f é contínua em (a, b] e descontínua em a, então

b b
∫a
f ( x)dx = lim+ ∫ f ( x)dx
t →a t

Se esse limite existir (como um número).

b
A integral imprópria ∫a
f ( x)dx é chamada de convergente se o limite correspondente
existir, e divergente se o limite não existir.

c
(c) Se f tiver uma descontinuidade em c, onde a < c < b , e ambos ∫
a
f ( x)dx e
b
∫c
f ( x)dx forem convergentes, então definimos

b c b
∫a
f ( x)dx = ∫ f ( x)dx + ∫ f ( x)dx
a c

L.M.C / 2009 155


Exemplos: Determine se as integrais convergem ou divergem.

5 1
(a) ∫
2
x−2
dx

Solução

1
Notamos primeiro que essa integral é imprópria, porque f ( x) = tem uma
x−2
assíntota vertical x = 2 . Como a descontinuidade infinita ocorre no extremo esquerdo
de [2, 5] , usamos a parte (b) da definição:


2
5 1
x−2
dx = lim+ ∫
t →2 t
5

x−2
1
dx = lim+ 2 x − 2
t →2
]5
t = lim+ 2( 3 − t − 2 ) = 2 3
t →2

Então a integral imprópria dada é convergente.

π /2
(b) ∫
0
sec( x)dx

Solução

Note que a integral fornecida é imprópria, porque lim sec( x) = ∞ . Usando a parte (a)
x → (π / 2 ) −

da definição

lim − ln sec( x) + tan( x) ]0 =


π /2 t
∫ sec( x)dx = lim ∫ sec( x)dx =
t

0 t →(π / 2 ) 0 t → (π / 2 )

= lim − (ln[sec(t ) + tan(t )] − ln[1]) = ∞


t →(π / 2 )

Porque sec(t ) → ∞ e tan(t ) → ∞ quando t → (π / 2) − . Então, a integral imprópria é


divergente.

L.M.C / 2009 156


3 dx
(c) ∫
0 x −1

Solução

Observe que a reta x = 1 é uma assíntota vertical do integrando. Como esta ocorre no
meio do intervalo [0, 3], devemos usar a parte (c) da definição com c = 1.

3 dx 1 dx 3 dx
∫0
=∫ +∫
x −1 0 x −1 1 x −1

Onde,

= lim− ln x − 1 ]0 = lim− (ln t − 1 − ln − 1 ) = lim− (ln(1 − t ) ) = −∞


1 dx t dx
∫ = lim− ∫
t
0 x − 1 t →1 x − 1 t →1
0 t →1 t →1

dx 1
Porque 1 − t → 0 + quando t → 1− . Então, ∫
é divergente. Isso implica que
x −1 0

3 dx 3 dx
∫0 x − 1 é divergente. (Não precisamos avaliar ∫1 x − 1 ).

TÓXICO!!!

Se não tivéssemos notado a assíntota x = 1 no exemplo anterior e em vez disso


tivéssemos confundido essa integral com uma integral ordinária, então poderíamos ter
feito o seguinte cálculo erroneamente:

= ln x − 1 ]0 = ln(2) − ln(1) = ln(2)


3 dx

3
0 x −1

Isto é errado, porque a integral é imprópria e deve ser calculada em termos de


limite.

b
De agora em diante quando você se deparar com o símbolo ∫a
f ( x)dx deverá decidir,
olhando a função f no intervalo [a, b] , se ela é uma integral definida ordinária ou uma
integral imprópria.

1
(d) ∫ ln( x)dx
0

Solução

Sabemos que a função f ( x) = ln( x) tem uma assíntota vertical em 0 porque


lim+ ln( x) = −∞ . Assim, a integral é imprópria e temos
x →0

L.M.C / 2009 157


1 1
∫ 0
ln( x)dx = lim+ ∫ ln( x)dx
t →0 t

Assim, a integral dada é imprópria e temos u ′( x) = 1 e v( x) = ln( x) , então u ( x) = x e


v ′( x) = 1 / x :

∫ ln( x)dx = x ln( x)] − ∫ dx


1 1 1

t t t

1
∫ ln( x)dx = 1ln(1) − t ln(t ) − (1 − t ) = −t ln(t ) − 1 + t
t

Para calcular o limite do primeiro termo usamos a Regra de L’Hôpital:

 ln(t )   1/ t 
lim+ [t ln(t )] = lim+   = lim+  = lim+ (−t ) = 0
t →0 t →0  1 / t  t →0  − 1 / t 2 
 t →0

Portanto
1
∫ ln( x)dx = lim[−t ln(t ) − 1 + t ] = −0 − 1 + 0 = −1 (converge)
0 t →0 +

Um teste de comparação para integrais impróprias

Algumas vezes é impossível encontrar o valor exato de uma integral imprópria, mas
ainda assim é importante saber se ela é convergente ou divergente. Em tais casos o
seguinte teorema é útil:

Suponha que f e g sejam funções contínuas com f ( x) ≥ g ( x) ≥ 0 para x ≥ a .

∞ ∞
(a) Se ∫ a
f ( x)dx é convergente, então ∫ a
g ( x)dx é convergente.
∞ ∞
(b) Se ∫ g ( x)dx é divergente, então ∫ f ( x)dx é divergente
a a

L.M.C / 2009 158


Áreas entre curvas

b b
A área da região S é dada por ∫
a
f ( x)dx − ∫ g ( x)dx :
a

Assim,

A área A (região S) limitada pelas curvas y = f (x) e y = g (x) , e as retas x = a e


x = b , onde f e g são contínuas e f ( x) ≥ g ( x) para todo x em [a, b] , é

b b b
A = ∫ f ( x)dx − ∫ g ( x)dx = ∫ [ f ( x) − g ( x)]dx
a a a

OBS: O valor de A é sempre positivo.

L.M.C / 2009 159


Exemplo: Calcule a área entre as curvas y = x 2 e y = x .

Solução

Os pontos de interseção ocorrem quando x 2 = x ⇒ x 2 − x = 0 ⇒ x( x − 1) , isto é,


quando
x = 0 e x =1

Logo os pontos de interseção são (0, 0) e (1, 1).

Daí,
1
1  x2 x3  1 1 1
A = ∫ ( x − x )dx =  −  = − =
2
0
2 3 0 2 3 6

1
A=
6

Exemplo: Encontre a área da região limitada por cima por y = e x , e por baixo por
y = x , e limitada pelos lados por x = 0 e x = 1 .

Solução

1
1  x x2  1
A = ∫ (e − x)dx = e −  = e − − 1 = e − 1,5
x
0
 2 0 2

L.M.C / 2009 160


Para encontrar a área entre as curvas y = f (x) e y = g (x) , onde f ( x) ≥ g ( x) para
alguns valores de x, mas g ( x) ≥ f ( x) para outros valores de x, então dividimos a região
S dada em várias regiões S1, S2, ... com as áreas A1, A2, ... como mostrado na figura
abaixo.

Nesse caso, temos

 f ( x) − g ( x), para f ( x) ≥ g ( x)
f ( x) − g ( x) = 
 g ( x) − f ( x), para g ( x) ≥ f ( x)

Exemplo: Encontre a área da região limitada pelas curvas y = sin( x) , y = cos( x) , x = 0


e x = π / 2.

Solução

Os pontos de interseção ocorrem quando sin( x) = cos( x) , isto é, quando x = π / 4


(porque 0 ≤ x ≤ π / 2 ).

Note que:
cos( x) ≥ sin( x), quando 0 ≤ x ≤ π / 4
sin( x) ≥ cos( x), quando π / 4 ≤ x ≤ π / 2

Daí,

π /2
A=∫ cos( x) − sin( x) dx = A1 + A2
0

L.M.C / 2009 161


π /4 π /2
A=∫ [cos( x) − sin( x)]dx + ∫ [sin( x) − cos( x)]dx
0 π /4

A = [sin( x) + cos( x)]π0 / 4 + [− cos( x) − sin( x)]ππ // 24

 1 1   1 1 
A= + − 0 − 1 +  − 0 − 1 + + 
 2 2   2 2

A= 2 2 −2

OBS: Neste exemplo particular poderíamos ter economizado trabalho notando que a
região é simétrica em relação a x = π / 4 e então

π /4
A = 2 A1 = 2∫ [cos( x) − sin( x)]dx
0

Algumas regiões são mais bem tratadas considerando x como uma função de y. Veja o
exemplo a seguir.

Exemplo: Encontre a área limitada pela reta y = x − 1 e pela parábola y 2 = 2 x + 6 .

Solução

Resolvendo as duas equações nós descobrimos que os pontos de interseção são

(−1,−2) e (5, 4)

Considere as curvas como funções de y:

y2
x = y +1 x= −3
2

L.M.C / 2009 162


Nós devemos integrar entre os valores apropriados de y, y = −2 e y = 4 . (É como
houvesse uma mudança de papéis entre x e y).

Assim,
4
[
A = ∫ ( y + 1) −
−2
( 1
2 )]
y 2 − 3 dy

4
[
A = ∫ − 12 y 2 + y + 4 dy
−2
]
4
 1 y3 y 2 
A = − + + 4 y
 2 3 2  −2

A = 18

Se tivéssemos integrado em relação a x em vez de y, teríamos:

−1 5
A = A1 + A2 = ∫ [ 2 x + 6 − (− 2 x + 6 )]dx + ∫ [ 2 x + 6 − ( x − 1)]dx
−3 −1

Muito mais trabalho!!!

L.M.C / 2009 163


Volumes

Definição de volume

Podemos calcular o volume de muitos sólidos pelo chamado “método das fatias
cilíndricas”. Suponhamos, que um sólido seja limitado por dois planos paralelos,
perpendiculares ao eixo x em x = a e x = b .

Imaginemos o sólido cortado em finas fatias cilíndricas, cuja espessura seja igual a ∆x ,
por planos perpendiculares ao eixo x, ou seja, dividiremos o intervalo [a, b] em n
subintervalos [ xi −1 , xi ] iguais de largura ∆x .Então o volume total V do sólido será a
soma dessas fatias.

Seja Vi o volume de uma fatia situada entre xi −1 e xi . Então

Vi = A( xi )∆x

Onde A( xi ) denota a área de uma seção transversal do sólido em um certo xi entre xi −1


e xi . Logo,

n n
V ≈ ∑ Vi = ∑ A( xi )∆x
i =1 i =1

Definimos o volume como o limite quando n → ∞ ,

n
V = lim ∑ A( xi )∆x = ∫ A( x)dx
b

n →∞ a
i =1

OBS: Se, ao invés de escolhermos exatamente o ponto intermediário xi adequado em


cada subintervalo [ xi −1 , xi ] , considerarmos a área A( xi ) (ou a área A( xi −1 ) ) da seção
transversal em xi (ou em xi −1 ) obteremos outras aproximações de V. Porém, quando
tomamos n → ∞ , todas essas somas tendem para o mesmo limite. A escolha de um
ponto intermediário xi dá uma aproximação mais exata do volume.

L.M.C / 2009 164


OBS: Também podemos fatiar um sólido perpendicularmente ao eixo y, daí A será uma
d
função de y, ou seja, V = ∫ A( y )dy .
c

Exemplo: Encontre o volume de uma pirâmide de base quadrada com lado L e cuja
altura é h.

Solução

Nós colocamos a origem O no vértice da pirâmide e o eixo x ao longo de seu eixo


central, como ilustrado acima.

Seja A(x) a área da seção transversal; suponhamos que o plano Px o qual passa por x e é
perpendicular ao eixo x intercepta a pirâmide em um quadrado com lado de
comprimento s.

Daí, por semelhança de triângulos:

x s L
= ⇒s= x
h L h

Assim,
L2 2
A( x) = s 2 = x
h2

Por definição, temos

h
h h L2 2 L2 h L2  x 3  L2 h
V = ∫ A( x)dx = ∫ x dx = 2 ∫ x dx = 2   =
2
0 0 h2 h 0 h  3 0 3

L.M.C / 2009 165


Solução alternativa

Não precisávamos colocar o vértice da pirâmide na origem; nós o fizemos meramente


para tornar as equações simples. Se em vez disso nós tivéssemos colocados o centro da
base na origem e o vértice no eixo y positivo, como ilustrado abaixo, você poderia
verificar que teríamos obtido a seguinte integral:

h L2 L2 h
V =∫ (h − y ) dy =
2
0 h2 3

Exemplo: Ache o volume S comum aos dois cilindros, cada qual com raio r, se os eixos
dos cilindros se interceptam em ângulos retos.

Solução

Cada seção transversal do sólido S num plano perpendicular ao eixo x é um quadrado.


Um quarto desse quadrado é mostrado na figura acima. A área deste um quarto de
quadrado é PQ = r 2 − x 2 . Logo, A( x) = 4(r 2 − x 2 ) e o volume de S é
2

r
r r r  x3  16
V = ∫ A( x)dx = 4 ∫ (r − x )dx = 8∫ (r − x )dx = 8r 2 x −  = r 3
2 2 2 2
−r −r 3 o 3
0

L.M.C / 2009 166


Volume de sólidos de revolução

Método das fatias cilíndricas (ou dos anéis; ou dos discos)

Consideremos o sólido de revolução gerado a partir da rotação do gráfico de f em torno


do eixo x, sendo f ( x) ≥ 0 em [a,b].

Vamos descrever um modo de calcular seu volume. Por definição, volume é

b
V = ∫ A( x)dx
a

Como num sólido de revolução, a área da seção transversal perpendicular ao eixo x é


sempre um círculo de raio f (x) , temos então:

b b
V = ∫ π [ f ( x)] 2 dx ou V = π ∫ [ f ( x)] 2 dx
a a

4π r 3
Exemplo: Mostre que o volume de uma esfera de raio r é .
3

Solução

Como f ( x) = r 2 − x 2 , temos então

V =π∫
−r
r
(r 2
)
2 r r
− x 2 dx = π ∫ (r 2 − x 2 )dx = 2π ∫ (r 2 − x 2 )dx
−r 0

r
 x3   r3  4
V = 2π r 2 x −  = 2π r 3 −  = π r 3
 3 0  3 3

L.M.C / 2009 167


Exemplo: Encontre o volume do sólido obtido pela rotação ao redor do eixo x da região
sob a curva y = x de 0 até 1.

Solução

Como f ( x) = x , temos então

( )
1
1 2 1  x2  π
V =π∫ x dx = π ∫ xdx = π   =
0 0
 2 0 2

Exemplo: A região R limitada pelas curvas y = x e y = x 2 é girada ao redor do eixo x.


Encontre o volume do sólido resultante.

Solução

As curvas y = x e y = x 2 se interceptam nos pontos (0, 0) e (1, 1). A seção transversal


é uma coroa circular (arruela) com raio interno x2 e raio externo x, portanto nós
calculamos a área da seção transversal subtraindo a área do círculo interno da área do
círculo externo:

A( x) = π x 2 − π ( x 2 ) 2 = π ( x 2 − x 4 )

L.M.C / 2009 168


Portanto temos
1
1 1  x3 x5  2π
V = ∫ A( x)dx = π ∫ ( x − x )dx = π  −  =
2 4
0 0
3 5  0 15

Solução alternativa

O volume do sólido resultante é expresso pela seguinte diferença:

1 1 1 2π
V = π ∫ ( x) 2 dx − π ∫ ( x 2 ) 2 dx = π ∫ ( x 2 − x 4 )dx =
14243 14243
0 0 0 15
volume volume
externo int erno

Exemplo: Encontre o volume do sólido obtido pela rotação da região do exemplo


anterior ao redor da reta y = 2 .

Solução

Novamente a seção transversal mostrada é uma coroa circular (arruela); mas desta vez o
raio interno é 2 − x e o raio externo é 2 − x 2 .

A área da seção transversal é

A( x) = π (2 − x 2 ) 2 − π (2 − x) 2

Assim o volume é
1 1
V = ∫ A( x)dx = π ∫ [(2 − x 2 ) 2 − (2 − x) 2 ]dx
0 0

1
1  x5 x3 x2  8π
V = ∫ ( x − 5 x + 4 x)dx =  − 5 + 4  =
4 2
0
5 3 2  0 15

L.M.C / 2009 169


OBS: O método das fatias cilíndricas também pode ser usado para calcular volumes de
sólidos de revolução cujo eixo de rotação é o eixo y ou um paralelo a este. Daí, fatiamos
d d
o sólido perpendicularmente ao eixo y. Assim, V = ∫ A( y )dy = π ∫ [ f ( y )] 2 dy .
c c

Exemplo: Encontre o volume do sólido obtido pela rotação da região limitada por
y = x 3 , y = 8 e x = 0 ao redor do eixo y.

Solução

Como o sólido está entre y = 0 e y = 8 , temos

8
V = π ∫ [ f ( y )]2 dy
0

Como,

y = x 3 ⇒ x = 3 y ⇒ f ( y) = 3 y

Temos que

8
8  y5/3  96π
V =π∫ y 2/3
dy = π  5  =
0
 3 0 5

L.M.C / 2009 170


Método das cascas cilíndricas (ou dos invólucros cilíndricos)

O método das cascas cilíndricas é útil para encontrar com mais facilidade o volume de
sólidos de revolução cujo eixo de rotação é o eixo y ou um paralelo a este. (Esse método
também pode ser utilizado para encontrar volume de sólidos de revolução cujo eixo de
rotação é o eixo x ou um paralelo a este).

Primeiramente ...

Qual é o volume de uma casca cilíndrica?

r1  raio interno da casca


r2  raio externo da casca
h  altura da casca

O volume de uma casca cilíndrica é calculado pela subtração do volume V1 (cilindro


interno) do volume V2 (cilindro externo);

V = V2 − V1

V = π r22 h − π r12 h = π (r22 − r12 )h = π (r2 + r1 )(r2 − r1 )h

r2 + r1
V = 2π h(r2 − r1 )
2

Sendo:
∆r = r2 − r1  espessura da casca
r +r
r = 2 1  raio médio da casca
2

V = 2π r ⋅ h⋅ ∆r

V = [circunferência] [altura] [espessura]

L.M.C / 2009 171


Considere S o sólido obtido pela rotação da região delimitada por f (x) [onde
f ( x) ≥ 0 ], y = 0 , x = a e x = b ao redor do eixo y:

Vamos agora dividir o intervalo [a,b] em n subintervalos [ xi −1 , xi ] iguais de largura ∆x .


Seja xi o ponto médio do i-ésimo subintervalo.

Se o retângulo com base ∆x e altura f ( xi ) é girado ao redor do eixo y, então o


resultado é uma casca cilíndrica com raio médio xi , altura f ( xi ) e espessura ∆x . Assim
o volume da casca formada é

Vi = (2π xi )[ f ( xi )]∆x

Portanto, uma aproximação para o volume V de S é dada pela soma dos volumes destas
n
cascas, ou seja, V ≈ ∑ Vi .
i =1

Quando n → ∞ ,

b
V = lim 2π xi f ( xi )∆x = ∫ 2π xf ( x)dx
n →∞ a

L.M.C / 2009 172


Exemplo: Ache o volume do sólido obtido pela rotação ao redor do eixo y da região
limitada por y = 2 x 2 − x 3 e y = 0 .

Solução

Se nesse caso utilizássemos o método das fatias cilíndricas, fatiaríamos o sólido


perpendicularmente ao eixo y obtendo um anel. Mas para calcular o raio interno e o raio
externo do anel, teríamos de resolver a equação cúbica y = 2 x 2 − x 3 para x em termos
de y; e isto não é fácil! (teríamos até que encontrar ponto de máximo local)

Do esboço da figura abaixo nós vemos que uma casca típica tem raio x, circunferência
2π x e altura f ( x) = 2 x 2 − x 3 . Então, pelo método das cascas cilíndricas:

2 2
V = ∫ (2π x)(2 x 2 − x 3 )dx = 2π ∫ (2 x 3 − x 4 )dx
0 0

2
 x4 x5   32  16π
V = 2π  −  = 2π  8 −  =
2 5 0  5  5

OBS: Pode-se verificar que o método das cascas dá a mesma resposta que o método das
fatias.

L.M.C / 2009 173


Exemplo: Ache o volume de um sólido obtido pela rotação ao redor do eixo y da região
entre y = x e y = x 2 .

Solução

Legenda: shell height  altura da casca

Nós vemos que a casca tem raio x, circunferência 2π x e altura x − x 2 . Então

1
1 1  x3 x4  π
V = ∫ (2π x)( x − x )dx = 2π ∫ ( x − x )dx = 2π  −  =
2 2 3
0 0
3 4 0 6

Exemplo: Use cascas cilíndricas para encontrar o volume do sólido obtido pela rotação
ao redor do eixo x da região sob a curva y = x de 0 a 1.

Solução

Nós vemos que a casca tem raio y, circunferência 2π y e altura 1 − y 2 . Então

1
1 1  y2 y4  π
V = ∫ (2π y )(1 − y )dy = 2π ∫ ( y − y )dy = 2π  −  =
2 3
0 0
2 4 0 2

OBS: Neste exemplo o método das fatias foi mais simples.

L.M.C / 2009 174


Exemplo: Encontre o volume do sólido obtido pela rotação da região limitada por
y = x − x 2 e y = 0 ao redor da reta x = 2 .

Solução

Nós vemos que a casca tem raio 2 − x , circunferência 2π (2 − x) e altura x − x 2 . Então:

1
V = ∫ 2π ( x − 2)( x − x 2 )dx
0

1
V = 2π ∫ ( x 3 − 3 x 2 + 2 x)dx
0

1
 x4  π
V = 2π  − x 3 + x 2  =
4 0 2

L.M.C / 2009 175


Valor médio de uma função

Nós sabemos calcular o valor médio de uma quantidade finita de números y1, y2, ..., yn

y1+ y 2 + L + yn
y méd =
n

Agora vamos calcular o valor médio de uma função, ou seja, de uma quantidade infinita
de números. Seja uma função f contínua no intervalo [a,b].

Nós começamos dividindo o intervalo [a,b] em n subintervalos iguais cada qual com
b−a
comprimento ∆x = .
n

Então escolhemos pontos x1, x2, ..., xn em sucessivos subintervalos e calculamos a


média de suas imagens em f:

f ( x1 ) + f ( x 2 ) + L + f ( x n )
f méd =
n

b−a b−a
Como ∆x = ⇒n= , o valor médio f méd torna-se:
n ∆x

f ( x1 ) + f ( x 2 ) + L + f ( x n ) 1
f méd = = [ f ( x1 )∆x + f ( x 2 )∆x + L + f ( x n )∆x]
b−a b−a
∆x

1 n
f méd = ∑ f ( xi )∆x
b − a i =1

Quando n → ∞ ,

1 n 1 b
f méd = lim
n→∞ b − a

i =1
f ( xi )∆x =
b − a ∫a
f ( x)dx

1 b
b − a ∫a
f méd = f ( x)dx

Exemplo: Encontre o valor médio da função f ( x) = 1 + x 2 no intervalo [−1, 2] .

Solução

2
1 b 1 2 1 x3 
b − a ∫a 2 − (−1) ∫−1
f méd = f ( x)dx = (1 + x )dx =  x +  = 2
2

3 3  −1

L.M.C / 2009 176


Teorema do valor médio para integrais

Se f é contínua em [a,b], então existe um número c em [a,b] tal que

1 b
b − a ∫a
f (c ) = f ( x)dx

Interpretação geométrica

Para funções positivas f, existe um número c tal que o retângulo de base [a,b] e altura
f (c) tem a mesma área que a região sob o gráfico de f em a a b.

Exemplo: Já calculamos no exemplo anterior que o valor médio da função f ( x) = 1 + x 2


é f méd = 2 . Determine c tal que f (c) = 2 .

Solução

f ( c ) = 1 + c 2 = 2 ⇒ c = ±1

L.M.C / 2009 177


Exemplo: Mostre que a velocidade média de um carro em um intervalo de tempo [t1, t2]
é a mesma que a média de suas velocidades durante a viagem, desde que a função v(t )
seja contínua no intervalo [t1, t2].

Solução

Por definição velocidade média é

s (t 2 ) − s (t1 )
velocidade média = v m =
t 2 − t1

O valor médio da função v(t ) no intervalo é:

1 t2 1 t2 1 s (t ) − s (t1 )
v méd = ∫ v(t )dt = ∫ s ′(t )dt = [ s (t 2 ) − s (t1 )] = 2
t 2 − t1 t1 t 2 − t1 t1 t 2 − t1 t 2 − t1

v méd = v m (c.q.d.)

O deslocamento ∆s = s (t 2 ) − s (t1 ) no intervalo ∆t = t 2 − t1 é representado pela área da


região sombreada. Sabemos pela definição de velocidade média que ∆s = v m ∆t . Esta é a
área do retângulo de altura v m e largura ∆t . Assim, a área deste retângulo, v m ∆t , e a
área subtendida pela curva v contra t coincidem.

L.M.C / 2009 178


Comprimento de arco

Considere uma curva com extremo nos pontos Pi e Pi −1 :

Se aproximarmos o comprimento da curva por uma linha poligonal como ilustrado


acima e tomarmos o limite quando o número de segmentos é aumentado teremos uma
boa aproximação do comprimento da curva.

Agora suponha que uma curva C seja definida pela equação y = f (x) onde f é contínua.

Dividindo o intervalo [a,b] em n subintervalos com larguras iguais a ∆x , obtemos uma


linha poligonal de aproximação para C. Sendo L o comprimento da curva C, definimos:

n
L = lim ∑ Pi −1 Pi
n →∞
i =1

L.M.C / 2009 179


Admitiremos que a função f seja lisa (ou suave), ou seja, que f tenha derivada contínua.

A distância entre Pi e Pi −1 é:

Pi −1 Pi = ( xi − xi −1 ) 2 + [ f ( xi ) − f ( xi −1 )]2

Pi −1 Pi = (∆x) 2 + [ f ( xi ) − ( xi −1 )]2 (I)

Aplicando o teorema do valor médio para f no intervalo [ xi −1 , xi ] , descobrimos que


existe um número xi∗ entre xi −1 e xi tal que

f ( xi ) − f ( xi −1 ) = f ′( xi∗ )( xi − xi −1 )

f ( xi ) − f ( xi −1 ) = f ′( xi∗ )∆x (II)

Substituindo II em I, obtemos

Pi −1 Pi = (∆x) 2 + [ f ′( xi∗ )∆x]2

Pi −1 Pi = 1 + [ f ′( xi∗ )] 2 ∆x , porque ∆x > 0

n
Como L = lim ∑ Pi −1 Pi , temos que
n →∞
i =1

n n
L = lim ∑ Pi −1 Pi = lim ∑ 1 + [ f ′( xi∗ )] 2 ∆x
n →∞ n→∞
i =1 i =1

2
b b  dy 
L=∫ 1 + [ f ′( x)] dx
2
ou L=∫ 1 +   dx
a a
 dx 

Exemplo: Calcule o comprimento de arco da parábola semicúbica y = x 3 / 2 entre os


pontos (1, 1) e (4,8).

Solução

L.M.C / 2009 180


Para porção superior da curva temos

dy 3 1 / 2
= x
dx 2

E assim a fórmula do comprimento de arco dá

2
4  dy  4 9x
L=∫ 1 +   dx = ∫ 1 + dx
1
 dx  1 4

9x 9
Fazendo a substituição u = 1 + , então du = dx ; os limites de integração ficam
4 4

13
x =1⇒ u =
4
x = 4 ⇒ u = 10

Logo,
10
4 u 3/ 2  8  3 / 2  13   80 10 − 13 13
3/ 2
4 10
L= ∫ u du =  3  = 10 −   =
9 13 / 4 9  2  13 / 4 27   4   27

Se uma curva tem equação x = g ( y ) , c ≤ y ≤ d e g ′( y ) é contínua, então, pela


mudança dos papéis de x e y obtemos a seguinte fórmula para seu comprimento:

2
d d  dx 
L=∫ 1 + [ g ′( y )] dy ou
2
L=∫ 1 +   dy
c c
 dy 

Exemplo: Calcule o comprimento de arco da parábola y 2 = x de (0, 0) a (1, 1).

Solução

L.M.C / 2009 181


Como x = y 2 , temos
dx
= 2y
dy

E assim a fórmula do comprimento de arco dá

2
1  dx  1
L=∫ 1 +   dy = ∫ 1 + 4 y 2 dy
0
 dy  0

Fazemos a substituição trigonométrica y = 12 tan(θ ) que resulta em dy = 12 sec 2 (θ ) e


1 + 4 y 2 = 1 + tan 2 (θ ) = sec(θ ) . Os limites de integração ficam

y = 0 ⇒ tan(θ ) = 0 ⇒ θ = 0
y = 1 ⇒ tan(θ ) = 2 ⇒ θ = arctan(2) = α

Daí,
α 1 1 α
L = ∫ sec(θ ) ⋅ sec 2 (θ )dθ = ∫ sec 3 (θ )
0 2 2 0

Já calculamos que ∫ sec 3 ( x)dx =


1
[tan( x) sec( x) + ln sec( x) + tan( x) ] + C , então:
2

⋅ [sec(θ ) tan(θ ) + ln sec(θ ) + tan(θ ) ]0 = [sec(α ) tan(α ) + ln sec(α ) + tan(α ) ]


1 1 α 1
L=
2 2 4

Como tan(α ) = 2 , temos sec 2 (α ) = 1 + tan 2 (α ) = 5 , assim sec(α ) = 5 e

5 ln( 5 + 2)
L= +
2 4

A função comprimento de arco

Se a curva suave C que tem por equação y = f (x) , a ≤ x ≤ b , seja s ( x) a distância ao


longo de C do ponto inicial (a, f (a)) ao ponto (x, f (x)); então s é uma função, chamada
função comprimento de arco:

x
s ( x) = ∫ 1 + [ f ′(t )]2 dt
a

Mudamos a variável de integração para t de modo que x não tenha dois significados.

L.M.C / 2009 182


ln( x)
Exemplo: Ache a função comprimento de arco para a curva y = x 2 − tomando
8
(1,1) como ponto inicial.

Solução

ln( x) 1
f ( x) = x 2 − ⇒ f ′( x) = 2 x −
8 8x

2 2
 1  1 1 1 1  1 
1 + [ f ′( x)] = 1 +  2 x −  = 1 + 4 x 2 − +
2
2
= 4x 2 + + 2
=  2x + 
 8x  2 64 x 2 64 x  8x 

1
1 + [ f ′( x)]2 = 2 x +
8x

Assim, a função comprimento de arco é dada por

x
s ( x) = ∫ 1 + [ f ′(t )]2 dt
a

x
x  1  2 ln(t ) 
s ( x) = ∫  2t + dt = t +
1
 8t   8  1

ln( x)
s ( x) = x 2 + −1
8

x
OBS: Seja a função comprimento de arco s ( x) = ∫ 1 + [ f ′(t )]2 dt . Vamos aplicar o
a
teorema fundamental do cálculo parte 1 para diferenciar s (uma vez que o integrando é
contínuo):

2 2 2
ds  dy   dy   dy 
= 1 +   ⇒ ds = 1 +   dx ⇒ ds = (dx) 2 +   (dx) 2
dx  dx   dx   dx 

L.M.C / 2009 183


Daí temos a seguinte relação

ds = (dx) 2 + (dy ) 2 ⇒ (ds ) 2 = (dx) 2 + (dy ) 2

2 2
 dy   dx 
ds = 1 +   dx ou ds = 1 +   dy
 dx   dy 

Ou seja, L = ∫ ds .

Área de uma superfície de revolução

No caso onde f é positiva e tem derivada contínua, definimos a área S da superfície


obtida pela rotação da curva y = f (x) , a ≤ x ≤ b , ao redor do eixo x como

b
S = ∫ 2π f ( x) 1 + [ f ′( x)]2 dx
a

b
S=∫ 2π f ( x) 1 + [ f ′( x)]2 dx
a 1424 3 14 4244 3
compriment o da circunferê ncia compriment o da curva

Com a notação de Leibniz para derivadas, essa fórmula torna-se

2
b  dy 
S = ∫ 2π y 1 +   dx
a
 dx 

Se uma curva é descrita como x = g ( y ) , c ≤ y ≤ d , então a fórmula para a área da


superfície torna-se
2
d  dx 
S=∫ 2π x 1 +   dy
c
 dy 

OBS: Podemos expressar S com a notação ds:

b ou d
S=∫ 2π y ds
a ou c

ou

b ou d
S=∫ 2π x ds
a ou c

L.M.C / 2009 184


A demonstração dessas fórmulas provém da aproximação da área da superfície com a
soma das áreas laterais de infinitesimais troncos de cone.

Exemplo: A curva y = 4 − x 2 , − 1 ≤ x ≤ 1 é um arco do círculo x 2 + y 2 = 4 . Encontre


a área da superfície obtida pela rotação desse arco ao redor do eixo x.

Solução

Pela figura, nota-se que a superfície é uma porção de uma esfera de raio 2. Temos

dy 1 −x
= (4 − x 2 ) −1 / 2 (−2 x) =
dx 2 4 − x2

Assim,
2
 dy 
2
1 1 x
S = ∫ 2π y 1 +   dx = ∫ 2π 4 − x 2 1 + dx
−1
 dx  −1 4 − x2

1 2 1
S = 2π ∫ 4 − x2 dx = 4π ∫ dx = 4π (2) = 8π
−1 −1
4 − x2

Exemplo: O arco de parábola y = x 2 de (1, 1) para (2, 4) é girado ao redor do eixo y.


Encontre a área da superfície resultante.

Solução

L.M.C / 2009 185


Usando
dx 1
x= y e =
dy 2 y

Temos,
2
4  dx  4 1 4
S=∫ 2π x 1 +   dy = 2π ∫ y 1 + dy = π ∫ 4 y + 1dy
1
 dy  1 4y 1

Fazendo u = 4 y + 1 , temos

π 17 π
4∫
S= u du = (17 17 − 5 5 )
5 6

Solução alternativa
2
2  dy 
Podemos também usar y = x e S = ∫ 2
2π x 1 +   dx obtendo o mesmo resultado.
1
14 42dx 
44 3
ds

Exemplo: Se a região R = {( x, y ) x ≥ 1, 0 ≤ y ≤ 1 / x} é girada ao redor do eixo x. Mostre


que o volume do sólido resultante é finito e que a área da superfície é infinita. (A
superfície é conhecida como trombeta de Gabriel)

Solução

2 t
∞ ∞ 1 t  1  1 
V = π ∫ [ f ( x)] dx = π ∫
2
  dx = π lim ∫ x −2 dx = π lim −  = π lim − + 1 = π < ∞
1 1
 x t →∞ 1 t →∞
 x 1 t →∞
 t 

x4 +1 x4 +1
2
∞ 1  1  ∞ 1 1 ∞1 ∞
S = ∫ 2π 1 +  − 2  dx = 2π ∫ 1 + 4 dx = 2π ∫ dx = 2π ∫1 x 3 dx
1 x  x  1 x x 1 x x4

Melhor que avaliar essa integral é notar que x 4 + 1 > x 4 = x 2 para x > 0 . Então, se a
área é finita temos que:

∞ x4 +1 ∞ x
2
∞ 1
S = 2π ∫ 3
dx > 2π ∫ 3
dx = 2π ∫ dx
1 x 1 x 1 x

∞ 1
Mas sabemos que ∫
1 x
dx diverge, então a área é infinita.

L.M.C / 2009 186


Toro

(a) Escreva uma integral para um toro sólido (o sólido com formato de rosquinha da
figura) com raios r e R.

(b) Interpretando a integral como uma área, encontre o volume do toro.

(c) Ache a área da superfície do toro.

Solução

(a)

O toro é obtido pela rotação do círculo ( x − R) 2 + y 2 = r 2 ao redor do eixo y.

Resolvendo a equação para x:

Metade da direita  x = R + r 2 − y 2 = f ( y )
Metade da esquerda  x = R − r 2 − y 2 = g ( y )

Assim,
V =π∫
r

−r
{[ f ( y)] 2
} 0
r
{ }
− [ g ( y )] 2 dy = 2π ∫ [ f ( y )]2 − [ g ( y )]2 dy

r
V = 2π ∫ [( R 2 + 2 R r 2 − y 2 + r 2 − y 2 ) − ( R 2 − 2 R r 2 − y 2 + r 2 − y 2 )]dy
0

r
V = 2π ∫ 4 R r 2 − y 2 dy
0

r
V = 8π R ∫ r 2 − y 2 dy
0

L.M.C / 2009 187


(b) Note que a integral encontrada representa um quarto da área do círculo de raio r,

r r
Área do círculo de raio r = ∫ 2 r 2 − y 2 dy = 4 ∫ r 2 − y 2 dy
−r 0

então:
r 1 
V = 8π R ∫ r 2 − y 2 dy = 8π R π r 2  = 2π 2 r 2 R
0
4 

V = 2π 2 r 2 R

(c) A metade superior do toro é gerada pela rotação da curva ( x − R ) 2 + y 2 = r 2 , y > 0 ,


ao redor do eixo y.

Derivando implicitamente y 2 = r 2 − ( x − R ) 2 em relação a x, obtemos

dy dy − ( x − R )
2y = −2( x − R ) ⇒ =
dx dx y

Daí,

( x − R) 2 y 2 + ( x − R) 2
2
 dy  r2
1+   = 1+ = =
 dx  y2 y2 r 2 − ( x − R) 2

Assim,
2
R+r  dy  R+r rx
S = 2 ∫ 2π x 1 +   dx = 4π ∫ dx
R−r −
 dx  R r
r − ( x − R) 2
2

Substituindo u = x − R , temos

r u+R r u r 1
S = 4π r ∫ du = 4π r ∫ du + 4π Rr ∫ du
−r −r −r
r −u
2 2
r 2
1442443 − u 2
r 2
1442443 − u 2

I II

Como o integrando I é uma função ímpar e o integrando II é uma função par, obtemos:

r 1
S = 4π r (0) + 8π Rr ∫ du
0
r − u2
2

π
S = 8π Rr [arcsin(u / r )]0 = 8π Rr
r

S = 4π 2 Rr

L.M.C / 2009 188


REFERÊNCIAS

BOULOS, Paulo. Cálculo Diferencial e Integral, Volume 1. São Paulo, Pearson


Education do Brasil, 1999.

BUCCHI, Paulo. Curso Prático de Matemática, Volume 1. 1ed. São Paulo, Moderna,
1998.

CASTILHO, C. Anotações das aulas de Cálculo 1. Recife, UFPE. 2009.

DANTE, Luiz Roberto. Matemática: Contexto e Aplicações, Volumes 1,2,3. 3ed. São
Paulo, Ática, 2003.

IEZZI, Gelson; MURAKAMI, Carlos; MACHADO, Nilson José. Fundamentos da


Matemática Elementar, Volume 8: Limites, Derivadas e Noções de Integral. 6ed. São
Paulo, Atual, 2005.

LEITHOLD, Louis. O Cálculo com Geometria Analítica, Volume 1. 3ed. São Paulo,
Habra, 1994.

STEWART, James. Cálculo, Volume I. 4ed. São Paulo, Pioneira Thomson Learning,
2005.

THOMAS, George B.; FINNEY, Ross L. Cálculo diferencial e integral 2. Rio de


Janeiro, LTC, 1983.

TIPLER, Paul A. Física 1. 4ed. Rio de Janeiro, LTC, 2000.

Revisor do texto: Fábio Machado Cavalcanti (meu irmão)

L.M.C / 2009 189

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