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Propriedade Intelectual de André Percia de Carvalho, proibida a reprodução sem autorização por escrito do

autor. Contato: apercia@terra.com.br http://www.ressignificando.com

A LINGUAGEM E OS RELACIONAMENTOS

Em “NLP At Work”, Sue Knight ressalta a importância da linguagem para a


influência. “Para se comunicar com influência, é importante que sejamos
capazes de usar uma linguagem que se engaje nos corações e nas mentes de
vossos ouvintes. Podemos escolher uma linguagem que deixe as pessoas
frias e desinteressadas ou podemos escolher uma linguagem que atinja seus
corações e suas mentes e que eles se sintam compelidos (Knight, 2002)”.

Para Knight, “Sua fala é uma expressão da forma como você pensa”.

Visuais, por exemplo, tendem a dizer coisas do tipo: “Eu vejo o cenário”,
“Está claro agora” e “Estou vendo o que quer dizer”.

Auditivos, no entanto, tem mais tendência a dizer coisas do tipo: “Isso soa
bem”, “os sinos tocaram para mim” e “Eu escuto o que está dizendo”.

Se sua experiência é mais baseada por sentimentos e sensações, a tendência


é você dizer: “Eu sinto que isso está bem”, “Isso me causou impacto” e “Me
sensibilizei com o que disse”.

Os conflitos entre casais não surgem apenas da maior ou menor


compreensão dos padrões e situações pelos quais vivem, mas também por
conta do significado implícito da linguagem que utilizam.

Frida ficou preocupada e chateada com Hernani, porque no dia


de seu vigésimo quinto aniversário de casamento, após um
jantar no restaurante preferido do casal, ele disse:

“Você me faz feliz, e mesmo os sacrifícios valem a pena”.

Frida foi para casa pensando naquilo. Que “sacrifícios”?


Estaria ele se referindo ao que poderia estar fazendo se não
tivesse casado e com os compromissos de casamento? Será que
ela estava sendo um peso para ele? O que ele quis dizer? Teria
sido efeito da garrafa de champanhe?

“O que ele quis dizer” é o “x” de nossa questão, e Frida é uma das raras
pessoas que ainda faz uma reflexão mais ativa sobre a situação buscando um

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sentido. A maioria reage inconscientemente a uma colocação que, dentro de


seu padrão de significado, poderia ser interpretado como uma “agressão”
revidando, por exemplo. Tudo porque uma parte não deixa muito claro o que
quer dizer e outra não verifica se entendeu corretamente a mensagem,
agindo “como se” soubesse a resposta.

Quando digo “entender a mensagem” não se trata de ouvir ou ler a


comunicação e entender as palavras, mas, sobretudo, o sentido implícito.
Frida compreendeu as palavras da frase de Hernani, mas não compreendeu o
que ele queria dizer, se ele estava feliz com ela ou não.

A psicologia da Gestalt nos lembra que tudo aquilo o que é estranho nos
ameaça, e diante da ameaça, tentamos aproximar aquilo o que está diante de
nós de alguma referência que temos. E isso ocorre sem que tenhamos
consciência.

Frida tinha pais exigentes que cobravam condutas e comportamentos


“ideais” dela. Como jamais conseguia atender as rígidas demandas deles,
sentia-se inadequada e culpada por não ser “uma boa filha”, tendo
desenvolvido uma exacerbada sensibilidade a críticas.

O comentário de Hernani na comemoração dos vinte e cinco anos de


casamento despertou em Frida uma angústia e um forte mal – estar, seguidos
por um sentimento de culpa, onde passou a achar que era responsável por
estar fazendo algo que estava comprometendo a harmonia do casamento –
que seu marido tinha deixado “escapulir” após tomar algumas doses extras
de champanhe.

Frida projetou uma história pessoal na situação concreta. A colocação vaga


de Hernani e seu sentimento de inferioridade foram a “fome com a vontade
de comer” para que um “encantamento” surgisse.

Na verdade, a linguagem da pessoa que fala é uma expressão do que


chamamos de “modelos” ou “mapas” pessoais, que dão significado ao que
vivenciamos hoje.

Em “A Estrutura da Magia”, Richard Bandler e John Grinder chamam-nos a


atenção para fenômenos lingüísticos importantes no processo de
comunicação.

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ELIMINAÇÃO

Para os referidos autores, “A eliminação é um processo que remove porções


da experiência original (o mundo) ou da representação lingüística completa
(Estrutura Profunda) (...) A Estrutura Profunda é a representação
lingüística completa. A representação desta representação é a Estrutura
Superficial – a frase real que o paciente diz para comunicar seu modelo
lingüístico completo ou Estrutura Profunda” (Bandler e Grinder, 1977).

Para Sue Knight (2002), “Um grande número de coisas pode acontecer
entre as estruturas Profunda e Superficial da linguagem. A intenção da
comunicação pode mudar ou se perder no processo de conversão de uma na
outra. Quanto mais alinhados ficamos entre o que dizemos e o que
realmente temos em mente, mais coerente é nossa mensagem e mais
facilmente nós preenchemos o papel de líder, não importa em que contexto”.

Por exemplo: A mulher diz para o marido: “Estou insatisfeita...” na cama


após uma relação sexual. Esta estrutura superficial (a frase dita) está
incompleta, e ela está eliminando informações consciente ou
inconscientemente: Insatisfeita com o que? O marido pode se questionar:
terá sido com meu desempenho sexual ou com seu dia?

A causa da insatisfação não foi explicada, e isso pode dar margem a que o
marido pense o que quiser e vá reagindo conseqüentemente de acordo.

Já se ela dissesse “Estou insatisfeita porque não acho que estou tendo tempo
para ajudar nossas filhas com as lições de casa”, mesmo na cama após uma
relação sexual, teríamos uma estrutura superficial completa, pois o sujeito e
as causas estão identificados, e o sentido (Estrutura Profunda) está claro.

Um grande erro que terapeutas observam em casais é a falsa crença de uma


das partes que o outro entende a Estrutura Profunda daquilo o que está sendo
dito pelo outro, e se aborrecem muitas vezes quando não tem do outro a
reação que esperam.

Este capítulo explorará a possibilidade de trabalhar diálogos num nível mais


profundo. O objetivo não é outro que não abrir as portas para o diálogo, para
uma melhor comunicação entre as pessoas, buscando a redução dos ruídos
que podem ocorrer entre os modelos mentais dos envolvidos numa relação
afetiva. Não se trata de manipular ou dominar, mas sim de ajudar a que os

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envolvidos possam se entender um pouco melhor, o que aumentará as


chances de que possam conhecer um ao outro para um melhor entendimento
do que efetivamente querem daquela interação.

Diante de frases com possíveis eliminações na Estrutura Superficial, explore


amigavelmente com seu (sua) parceiro (a) possibilidades. De preferência
não tente adivinhar ou colocar palavras na boca deles. Por exemplo:

A FALA DELE (A) VOCÊ


Tenho um problema O que – especificamente - o (a) está
Eliminação: Qual é o broblema? Ele incomodando?
é realmente nosso?
Essa situação me irrita O que/ quem – especificamente - te
Eliminação: O que, quem? Porque irrita? Como você se sente?
eu reajo com irritação?
É óbvio que devia ter agido assim! O que o (a) faz ter tanta certeza
Eliminação: Qual o padrão de ação disso? Porque acha que essa é a
esperado? O que considera “certo” e única solução? Porque eu deveria
errado? agir da maneira que você está
sugerindo?
Ta difícil.... O que – especificamente - está
Eliminação: O que é considerado difícil?
fácil e difícil?
Estou me sentindo diminuído Diminuído em relação a quem? A
Eliminação: Que medidas são essas? que?
Quem julga e/ou avalia?
Tenho dúvidas se seremos felizes... O que – especificamente - te
Eliminação: Qual o conceito de preocupa? O que é “ser feliz” para
felicidade? Felicidade para quem? você? O que o (a) faz pensar que não
De acordo com que parâmetros? poderemos alcançar isso que chama
de “felicidade”? Você gostaria de
ouvir o que eu penso sobre
“felicidade”?
Você sempre estraga tudo O que – especificamente - eu
Eliminação: O que está errado? O estrago? O que quer dizer com
que existe em mim na sua visão que o “estragar”? Como você vê a
faz acreditar que eu sempre estrago? extensão disso o que está chamando
de “estrago”?

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Você só diz bobagens! Porque você acha que eu lhe digo


Eliminação: O que é bobagem? bobagens e porque as considera
Como saber? Porque acha que eu bobagens?Você gostaria de saber
sempre faço isso? minhas intenções ao dizer o que
disse?

Fazendo isso, você aumenta as chances de ajudar a pessoa a se conscientizar


um pouco mais do que foi eliminado da Estrutura Superficial, e de conversar
sobre a diferença entre os modelos pelos quais representam o mundo.

DISTORÇÕES – NOMINALIZAÇÕES

Bandler e Grinder nos mostram que “O processo lingüístico de


nominalização é um processo transformacional complexo pelo qual uma
palavra-processo ou verbo na Estrutura Profunda aparece como uma
palavra-evento ou substantivo”. Trata-se do processo de se atribuir nomes
que, nem sempre, são as únicas possibilidades para definir coisas, pessoas e
situações. Para eles, reverter nominalizações “... auxilia o paciente a ver
aquilo o que considerou um evento acabado e além de seu controle; é um
processo em andamento que pode ser modificado. (Bandler e Grinder, 1977
p.105)”.

Por exemplo: “Lamento a decisão de ter de acabar essa relação”.

A palavra ou substantivo “decisão” é uma nominalização que significa que


na Estrutura profunda apareceu uma palavra-processo ou verbo “decidir”
que permanece oculta na Estrutura Superficial. Se não fosse isso, a frase
seria:

“Lamento estar decidindo acabar essa relação”. “Estar decidindo” é


inacabado e pode ser questionado ou alterado, ao passo que “a decisão”
sugere algo já finalizado.

Outros Exemplos de Nominalização seguidos da mensagem que permanece


oculta na Estrutura Profunda:

“Essa separação machuca”.


Nominalização: separação. Há uma separação, e ela me machuca.

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Revertendo: “Eu e meu marido separados me faz reagir sentindo-me


machucada”

“O pouco caso do meu noivo provoca minha ira”.


Nominalização: O pouco caso de meu noivo. Essa atitude dele provoca ira
em mim.
Revertendo: “Meu noivo tem atitudes/comportamentos os quais penso
significarem “pouco caso”. Eu perceber desta forma me faz reagir com
ira”.

“Estou magoado com sua desconfiança.”


Nominalização: desconfiança
Revertendo: “Eu reajo me sentindo magoado do modo pelo qual você está
me perguntando, o qual interpreto como sendo desconfiança”.

Para Bandler e Grinder, um teste para reconhecer nominalizações seria


colocar substantivos derivados dos verbos das Estruturas Profundas como,
por exemplo, decisão, casamento, fracasso na lacuna “_____ em
andamento” e verificar se eles se ajustam:

Em “Lamento estar decidindo acabar essa relação”, “decisão em


andamento” se ajusta, ao passo que “Lamento meu cão ter fugido de casa”,
“cão em andamento” não se ajusta.

O que se ajustar “em andamento” é uma nominalização.

Outro teste é imaginar colocar as palavras não-processo ou não-verbo num


carrinho de mão.

“Cão” e o sujeito oculto da ação “Eu” podem ser colocados num carrinho
de mão, ao passo que “decisão” e “desconfiança” não podem.

A mesma palavra que se ajusta a estrutura “___ em andamento” (decisão /


desconfiança) não se ajusta ao “carrinho de mão mental”.

Basicamente, entender a nominalização nos dá a chance de refletir sobre as


escolhas para definir nossa interação com o mundo. Eis alguns exemplos de
abordagens quando nos deparamos com elas:

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ELE (A) VOCÊ


Lamento a decisão de acabar essa Há algum modo pelo qual possa agir
relação de outra forma?
Podemos decidir juntos?
Nominalização: a decisão O que o (a) impede de modificar sua
decisão?
E se você reconsiderasse não
terminando agora?
O que o (a) faz pensar que isso é o
que tem de acontecer?
Essa separação machuca O que é “machucar” para você?
O que faz com que se sinta
Nominalização: Machuca machucada?Como chega a conclusão
de que se machucou? Existe alguma
forma de tratarmos disso sem que se
sinta machucada? Existe alguma
forma de crescermos com essa
experiência?
Você está magoado com meus O que o (a) faz pensar que estou
questionamentos magoado (a)? De quem/ do que
estaria magoado (a)? O que acha
Nominalização: Magoado que faz para que possa me sentir
magoado (a)?
O pouco caso do meu noivo provoca Porque se sente irada com seu
minha ira noivo? O que a faz pensar que a
atitude dele significa pouco caso?
Nominalização: O pouco caso Porque isso a faz ficar irada?
Existiria outra maneira de
interpretar os atos dele?

GENERALIZAÇÕES
Generalizações são como que definições, conceituações e atitudes ampliadas
para muito além de um caso específico, como que pretendendo dar conta de
toda uma categoria de coisas, pessoas, eventos ou situações. Exemplo: “Não
podemos confiar em estrangeiros”.

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Para Bandler e Grinder, a generalização “... pode empobrecer o modelo do


paciente por ocasionar perda dos detalhes e riqueza de suas experiências
originais. Assim, a generalização impossibilita-os de fazer distinções que
lhes daria um conjunto mais completo de escolhas para enfrentar qualquer
situação especial. Ao mesmo tempo a generalização amplia a experiência
dolorosa específica até o nível de o indivíduo se sentir perseguido pelo
universo (um obstáculo intransponível a enfrentar)”.

Assim, uma infeliz experiência do passado como: “Mauro foi infiel” pode se
transformar em “Os homens são infiéis”.

“Minha experiência sexual com Vânia era ruim” pode se transformar em


“Fazer sexo é ruim”.

Trabalhar generalizações colabora para religar o modelo da pessoa a sua


experiência, reduzindo obstáculos intransponíveis resultantes de
generalizações, ajudando-os a definir o que se tem de enfrentar, além de
acessar detalhes e riquezas, o que resultará em escolhas baseadas em
distinções.
Em “as mulheres fazem de mim o que querem”, o substantivo “mulheres”
deixa de apresentar um índice referencial e, portanto, falha em identificar
alguém - especificamente -, o que não acontece em “minha ex namorada
fazia de mim o que queria”.

Outros exemplos:

“Eu sempre fujo de situações que não gosto.”


“Não se respeita mais os sentimentos dos outros.”
“Todo mundo age assim.”

Quando colocações sem índices referenciais como essas surgirem numa


conversa, você pode tentar indagar: “Quem/o que especificamente?”. Isso
ajudará a buscar uma conexão entre as generalizações e a realidade, como
sugerem Bandler e Grinder. Vamos a mais algumas possibilidades de
diálogo com base nos exemplos dados:

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ELE (A) VOCÊ


“Eu sempre fujo de situações que não Que situações, especificamente?
gosto.”
Generalização: Situações
“Não se respeita mais os sentimentos Quem não respeita quem,
dos outros.” especificamente?Que sentimentos?

Generalizações: “Sentimentos” e
“Outros”
“Todo mundo age assim.” Quem, especificamente? De que
forma, especificamente? Em que
Generalizações: “Todo mundo” e momentos, especificamente?
“agir assim”

Em outros momentos, quantificadores universais, que não tem índice


referencial (todo, tudo, cada, quaisquer etc.) são combinados com elementos
negativos (nunca, jamais, nenhum, ninguém etc.).

Por exemplo: “Ninguém nunca me presta atenção a todas as coisas que faço
por amor”.

Generalizações: Ninguém, nunca, todas, coisas.


Nominalização: Amor (Amor... em andamento se ajusta, mas “amor” não
pode ser colocado num carrinho de mão).

Podemos desafiar uma situação como essa questionando tanto os


quantificadores como as locuções:

“Você está querendo dizer que ninguém jamais presta atenção a nada que
você faz por amor”? “Quem especificamente não prestou a atenção que
deveria ter prestado”?

A nominalização também pode ser trabalhada:

“O que é amor para você”? “Outras pessoas sabem que isso o que faz é
uma demonstração de amor”? “Você sabe o que é amor para outras
pessoas e como elas esperam que seja demonstrado”?

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Em “É impossível confiar num homem”, pode-se questionar de várias


formas:

“Você acha sempre impossível que uma mulher confie num homem”?
“Você já viveu uma experiência de não poder confiar num homem”? “Você
pode imaginar uma circunstância em que pudesse confiar num homem?
(invertendo para gerar uma nova possibilidade)”. “Você confia em mim
agora nesta situação”?

No caso da pessoa não conseguir sequer fantasiar, Bandler e Grinder


sugerem que a outra parte use um modelo que conheça. Por exemplo: “Você
já foi a um médico, dentista ou quem sabe teve um professor que tenha
gostado ou admirado”?

Vocês ainda podem explorar o que torna a generalização possível ou


impossível, perguntando algo como “O que a impede de confiar num
homem”? Ou ainda “O que seria necessário para que pudesse confiar num
homem se quisesse de fato tentar”?

Não raro, segundo os especialistas, a pessoa fará generalizações a respeito


de outra pessoa com base em seus próprios modelos de experiência. Por
exemplo:

“Minha ex - esposa sempre brigou comigo” ou “Meu ex - marido jamais


manifestava desejo por mim”.

Em ambos os casos, os predicados “brigar com” e “manifestava... por”


descrevem processos que estão ocorrendo entre duas pessoas. Temos os
sujeito (o agente ativo), o verbo (o nome do processo) e o objeto (a pessoa
não ativa envolvida no processo). Nesses casos, os “falantes” se vêem como
não – ativos no processo ou relacionamento, negando qualquer
possibilidade ou responsabilidade no que está acontecendo.

Uma forma de desafiar esse modelo é perguntar “Você sempre brigava com
sua ex-esposa”? Esse é um caso de Predicado Simétrico, que implica que
seus opostos são também opostos.

Já no caso de “Meu ex - marido jamais manifestava desejo por mim”, temos


um Predicado Não – Simétrico, que descrevem um relacionamento, segundo
os mencionados especialistas, cujo inverso não é necessariamente

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verdadeiro. Os autores acreditam por sua larga experiência que, na maioria


das vezes, o inverso é também exato, o que seria uma forma de projeção (a
pessoa vê no outro algo que ela faz), e também é válido sugerir que averigúe
a possibilidade: “Mas você jamais manifestava desejo por ele”?

Para Bandler e Grinder, ainda podem ocorrer generalizações na forma “X ou


Y”. Por exemplo, alguém diz: “Tenho de fazer tudo o que ele me pede” (X).
Se você perguntar “Ou o que acontecerá”? A pessoa pode responder “Ou
ele não vai me amar mais (Y)”. Existe uma suposta alegação de que há um
relacionamento causal necessário entre duas situações.

Em primeiro lugar, se uma das partes “X ou Y” estiverem faltando, tal qual


no exemplo acima, elas devem ser recuperadas explorando-se “ou o que
acontecerá”?

Tendo-se recuperado os elementos, pode-se parafrasear a pessoa para que ela


mesma compreenda a extensão do que está dizendo: “Você está dizendo que
ele não te amará mais se não fizer tudo o que ele pede”? Ou pode elevar
para um universo mais amplo: “Você deixaria de amá-lo se ele não fizesse
tudo o que ele pede”?

GENERALIZAÇÃO COMPLEXA

Nesses casos, a generalização envolve uma Estrutura Superficial que


equivale ao modelo do paciente. Para os autores, tipicamente a pessoa fala
uma Estrutura Superficial, faz uma pausa, e diz outra Estrutura Superficial,
cuja característica em comum é a forma sintática. Por exemplo:

“Você nunca me dá valor... Você nunca me atende quando preciso”.

A Estrutura é:

Substantivo Quantificador Universal Verbo Substantivo 2

Onde Substantivo 1 é “Você” e Substantivo 2 é a pessoa que fala a frase.

Na primeira estrutura do exemplo apresentado, “Você nunca me dá valor...”,


ocorre algo que os autores chamam de “leitura de pensamento”, onde a

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pessoa alega conhecimento de algo (dar valor) sem mostrar como tem
conhecimento disso. Na segunda estrutura, “Você nunca me atende quando
preciso”, temos algo verificável (atender solicitações, pedidos, telefonemas
etc.) que não requer necessariamente conhecimento do estado interior da
outra pessoa. Trata-se de uma tentativa de se “amarrar” algo verificável com
uma interpretação, como se o verificável justificasse a interpretação.

Uma forma de trabalhar esse tipo de generalização é questionar as


implicações lógicas: “O fato de eu nem sempre atender as suas solicitações
significa que não lhe dou valor”? Ou “Se você nem sempre atendesse as
minhas solicitações eu deveria pensar que você não me dá valor”? Se a
pessoa der respostas contraditórias, por exemplo, se disser “sim” para a
primeira pergunta acima e “não” para a segunda, pergunte “Qual a diferença
de um caso para o outro”?

Outra generalização complexa ocorre quando se usa verbos Não


Completamente especificados. Por exemplo: “Você me magoou”, ou “Ela
me desprezou”.

A clareza da especificação do verbo pode vir do próprio significado do


verbo (Por exemplo: “beijar” é mais específico que “magoar”) ou pela
carga de informação apresentada pelo resto da frase. Se em “Você me
magoou” colocássemos “Você me magoou indo embora sem discutir o
problema”, tudo ficaria mais claro.

Observe se o verbo na fala da pessoa permite a compreensão clara e


seqüencial real dos eventos que estão sendo descritos. A técnica seria
recuperar esse significado numa estrutura tipo “Como especificamente X
verbo Y”? onde X = o sujeito deste verbo não especificado e Y = o Verbo
não especificado + o resto da frase. Exemplo: “Como especificamente você
acha eu te magoei”?

ELE (A) VOCÊ


Você exige muita atenção de mim
Como, especificamente, você me
percebe exigindo atenção?
Você está me fazendo perder a Como, especificamente, você me vê
cabeça fazendo com que perca a cabeça?
Você me força a brigar Como, especificamente, você pensa
que eu te forço a brigar?

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PRESSUPOSIÇÕES

Para Richard Bandler e John Grinder, pressuposições “são um reflexo


lingüístico do processo de Distorção”. O falante passa a agir “como se”
sua suposição fosse uma realidade amplamente conhecida por todos.

Observe as falas abaixo:

“Se você soubesse o quanto sofro, não me diria essas coisas”.

A pessoa que fala pressupõe: Sofrimento. Você diz essas coisas. Você não
sabe do sofrimento.

“Se você escolhe ser assim tão ciumenta, prefiro terminar”: Você escolhe.
Você é ciumenta.

“Eu acho que se tivesse gostado da nossa conversa, teria me ligado”: Você
não gostou de nossa conversa. Você não gostou e não me ligou por isso.

Uma forma de dialogar sobre pressuposições é identificá-las, dando a


oportunidade para que as pessoas possam refletir sobre o que estão dizendo.
Em seguida, pode-se explorar as afirmativas que estão presentes nas
pressuposições:

- “Você diz que eu sou ciumenta, e que isso é uma escolha”?


- “O que, especificamente, lhe faz pensar que sou ciumenta?”
- “Você acha que eu não gostei da conversa porque não pude
telefonar”? “Se você não tivesse a chance de me ligar, como fez, eu
deveria achar que você não gostou da conversa”?
- “O que, especificamente, te faz pensar que o fato de não ter
telefonado necessariamente implica que não gostei da conversa”?
- “Você acha que o conversar sobre assuntos delicados, mesmo que
eles sejam desafios para você, significa que não compreendo o que
sente”?
- “O que, especificamente, te faz “sofrer” quando preciso abordar
assuntos delicados”?

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CAUSA E EFEITO

“Minha mulher gosta de mim” é diferente de” Meu marido me faz sentir
querida”.

Ela pode efetivamente gostar de mim, independentemente do fato de me


sentir querido por ela. Posso me sentir querido, sem que, necessariamente
tenha a convicção de que a pessoa goste de mim.

“Música me dá prazer” = “A música me faz sentir prazer”


Há melodias na música que me agradam

“Sua sugestão me ofende = “Sua sugestão me faz sentir ofendida”.


Há uma sugestão concreta. O que está nela me ofende.

“Você me persegue” é diferente de “Você me faz sentir perseguida”


Eu posso estar sendo efetivamente perseguido ou posso estar interpretando
subjetivamente atitudes e condutas de outras pessoas como se fosse uma
perseguição.

Esses exemplos nos fazem refletir sobre a importância daquilo o que


afirmamos. Experiências passadas onde uma pessoa foi efetivamente
perseguida ou querida por alguém podem fazê-la interpretar coisas, pessoas
e situações de acordo com o passado, deixando de perceber o que de fato
está acontecendo no presente. O modelo passado que está em suas mentes
causa uma pressuposição no presente.

“Estou solitária porque está viajando” pressupõe que o ato de viajar causa
solidão.

“Eu não me sinto seguro porque você não disse que me amava hoje”,
pressupõe que o fato dela não ter dito que amava o falante hoje significa que
ela não o ama.

Uma abordagem seria aceitar a relação causa-efeito, indagando se essa


interpretação sempre ocorre:

“Você sempre se sente só quando viajo”? “Você sempre se sente inseguro


no dia em que não digo que te amo”? “Como, especificamente, você se

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sente quando viajo”? ”Como, especificamente, o fato de eu não dizer que te


amo em um dia específico te faz sentir inseguro”? Ou fazendo a pessoa
refletir de forma oposta: “Você está dizendo que, se eu não viajasse você
não se sentiria solitário”? “Você está dizendo que se eu dissesse que te amo
se sentiria seguro”?

LEITURA DE MENTE

Nessa última categoria, podemos observar casos onde a pessoa age como se
soubesse exatamente o que se passa nas mentes de outras pessoas, sem que
tenha realmente conhecimento do que elas estavam pensando.

“Você me despreza”
Leitura de Mente (LM): Eu sei que você me despreza
Pode ser questionado da seguinte forma:
“O que, especificamente o faz pensar que eu te desprezo”?

“Você prefere as garotas mais conservadoras”


LM: Eu sei que você prefere as conservadoras
Reversão: “O que a faz pensar que tenho uma preferência por
conservadoras”?

“Você está se vingando de mim”


LM: Eu sei que você está se vingando
Reversão: “O que a faz pensar que estou me vingando de você”?

“Eu sei o que é melhor para Você”


LM: Eu sei o que é melhor para você
Reversão: “Porque acha que sabe o que é melhor para mim”?

E, a partir desse diálogo inicial, pode-se explorar toda a seqüência de idéias.


Observe no diálogo abaixo:

-“Você me despreza”
-“O que, especificamente o faz pensar que eu te desprezo”?
-“Sua frieza ao lidar com essa situação”
-“Mas o que a faz pensar que estou sendo frio”?
-“O fato de não me dizer o que sente na hora que me abro com você”

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-“Se eu dissesse o que sinto na hora em que você se abre, me veria como
uma pessoa menos fria”?
-“Acho que sim...”.
-“Se, por alguma razão, você não disser para mim o que sente na hora em
que me abrir com você, vou poder pensar que você é fria comigo”?
-“Não, eu posso precisar parar para pensar antes de responder, analisar a
situação para depois me expressar com segurança”.
-“Se eu precisar parar para analisar a situação antes de responder, como
você também disse que poderia fazer, também não poderia ser por alguma
razão semelhante”?
- “Sim”.

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