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CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL

TEORIA E EXERCÍCIOS – ISS-RJ


PROFESSOR PEDRO IVO

APRESENTAÇÃO

Caros alunos de todo Brasil, sejam bem vindos!

É com grande felicidade que inicio mais este curso aqui no Ponto, com foco total no tão
aguardado concurso para o ISS-RJ.

Antes de tudo, para que me conheçam um pouco melhor, farei minha apresentação.

Meu nome é Pedro Ivo, sou servidor público há 11 anos e, atualmente, exerço o cargo de
Auditor-Fiscal Tributário no Município de São Paulo (ISS-SP).

Iniciei meus trabalhos no serviço público atuando na Administração Federal, na qual,


durante alguns anos, permaneci como Oficial da Marinha do Brasil.

Por opção, comecei a estudar para a área fiscal e, concomitantemente, fui aprendendo o
que é o “verdadeiro espírito de concurseiro”, qualidade que logo percebi ser tão
necessária para alcançar meu objetivo.

Atualmente, após a aprovação no cargo almejado, ministro aulas em diversos cursos do


Rio de Janeiro e de São Paulo, sou pós-graduado em Auditoria Tributária, pós-graduado
em Processo Penal e Direito Penal Especial e autor dos livros “Direito Penal – Questões
comentadas da FCC” e “Direito Processual Penal – Resumo dos tópicos mais importantes
para concursos públicos”, os dois da editora método.

Agora que já me conhecem um pouco, posso, com certa tranqüilidade, começar a falar
de nosso curso. Digo isto porque espero, nas próximas semanas, poder estar
conversando com vocês sobre o Direito Penal em suas casas, no trabalho, no metrô, no
ônibus, enfim, em qualquer lugar em que vocês estiverem lendo as aulas.

Nosso curso será no método QP, ou seja, Quase-Presencial.

“Mas, professor... Eu nunca ouvi falar neste tal de “QP”, o que é isso?”

É o método através do qual eu apenas não estarei fisicamente na sua frente, mas
buscarei com que se sintam em uma sala de aula, aprendendo a matéria através de uma
linguagem clara e objetiva, voltada para a sua aprovação.

Durante nossos encontros, buscarei evitar o máximo possível o uso do “juridiquês”, ou


seja, da linguagem que, normalmente, utilizamos na faculdade de Direito.

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É claro que em alguns momentos não conseguiremos fugir da utilização de termos


jurídicos, pois alguns são adotados pela ESAF e, assim, precisam passar a fazer parte do
seu linguajar.

Nesta reta final até a PROVA a objetividade será essencial. Assim o intuito do curso não é
o de abordar TODOS os tópicos referentes aos temas presentes no edital, mas sim
apresentar os principais pontos cobrados pela ESAF.

O curso será composto das seguintes aulas:

AULA 00 A LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO

DO CRIME

AULA 01
INFRAÇÃO PENAL: ELEMENTOS E ESPÉCIES.

SUJEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO DA INFRAÇÃO PENAL.

AULA 02 TIPICIDADE, ILICITUDE, CULPABILIDADE, PUNIBILIDADE.

IMPUTABILIDADE PENAL.

AULA 03 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO / CRIMES CONTRA A


AULA 04
PESSOA.

CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE.


LEI DE IMPROBIDADE, LEI Nº 8.429/92.
AULA 05 CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA.
REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS.

Ao término de cada encontro, apresentarei exercícios comentados a fim de fixar a


matéria. Serão cerca de 20 exercícios por aula, com exceção da aula demonstrativa. Ao
final do curso, atingiremos aproximadamente 100 questões.

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Por falar em exercícios, precisamos tratar de um importante ponto: Procurarei, sempre


que possível, utilizar exercícios da ESAF no que tange aos assuntos que trataremos.

Ocorre, entretanto, que a banca não tem grande tradição no que diz respeito ao Direito
Penal. Assim, quando necessário, apresentarei exercícios de outras bancas, mas sempre
irei adequar ao “estilo ESAF”, ok?

Dito isto, vamos começar a subir mais um importante degrau rumo à aprovação?

Bons estudos!!!

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AULA 00 – A LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO

Futuros Aprovados,

Hoje trataremos de um tema importantíssimo, presente em praticamente todas as provas


de direito penal. Estudaremos como a lei penal é aplicada e verificaremos como as
bancas costumam exigir o assunto em prova.
Dito isto, vamos começar!
Bons estudos!!!
************************************************************************

1.1 LEI PENAL

1.1.1 CONCEITO

A lei penal é a fonte formal imediata do Direito Penal e é classificada pela doutrina
majoritária em incriminadora e não incriminadora.
Dizemos ser incriminadoras aquelas que criam crimes e cominam penas como, por
exemplo:

Art. 121. Matar alguém:


Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Sua estrutura apresenta dois preceitos, um primário (que expõe a conduta) e um


secundário (que determina a pena):

Diferentemente, as leis penais não incriminadoras são as que não criam delitos e
nem cominam penas, e subdividem-se em (citarei só o que importa para sua PROVA):
• PERMISSIVAS Î Autorizam a prática de condutas típicas. Exemplo: Art. 23 do
CP.

Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:

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I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito.

• EXCULPANTES Î Estabelecem a não culpabilidade do agente ou caracteriza


a impunidade de algum crime. Observe:

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer


outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
[...]
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à
sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
metade a pena imposta.

• INTERPRETATIVAS Î Explicam determinado conceito, tornando clara a sua


aplicabilidade. É o caso do artigo 327 do CP, que explica o conceito de
funcionário público para fins penais:

Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem,


embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
função pública.

PRECEITO
Resumindo:
PRIMÁRIO
+
INCRIMINADORA
PRECEITO
SECUNDÁRIO

LEI PENAL

PERMISSIVA

NÃO EXCULPANTE
INCRIMINADORA
INTERPRETATIVA

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1.1.2 INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL

A palavra interpretação não pertence exclusivamente aos estudiosos do direito. Ao


contrário, é empregada com freqüência nos múltiplos ramos do conhecimento e na
própria vida comum.
Há sempre alguém que traduz o pensamento de seus pares, de seus companheiros. E
os homens parecem gostar da interpretação, porque mexe com o raciocínio, quebra a
monotonia, empolga.
É fácil, pois, compreender que o significado trivial do termo não sofreria radicais
transformações no campo do direito. Interpretar é explicar, é precisar, é revelar o
sentido. E outra coisa não se faz ao se interpretar um preceito legal como medida
indiscutivelmente útil e necessária.
Quando pegamos um livro de Direito Penal, verificamos que existem diversas formas
de interpretação das leis penais, tais como: Autêntica, judicial, doutrinária, gramatical,
etc.
Para a sua PROVA, não é necessário o conhecimento das formas interpretativas, mas
será imprescindível que você saiba o conceito e as características da ANALOGIA que,
embora não seja uma forma interpretativa, funciona integrando a lei penal. Sendo
assim, vamos estudá-la:

1.1.2.1 ANALOGIA

A analogia jurídica consiste em aplicar a um caso não previsto pelo legislador a


norma que rege caso análogo, semelhante. Por exemplo, a aplicação de
dispositivo referente à empresa jornalística a uma firma dedicada à edição de livros
e revistas.
A analogia não diz respeito à interpretação jurídica propriamente dita, mas à
integração da lei, pois sua finalidade é justamente suprir lacunas desta.
A analogia se apresenta nas seguintes espécies:
• Analogia in malam partem Î É aquela em que se supre a lacuna legal com
algum dispositivo prejudicial ao réu. Isto não é possível no nosso ordenamento
jurídico e desta forma já se pronunciou o STJ e o STF. Observe:

STJ - RECURSO ESPECIAL: REsp 956876 RS 2007/0124539-5

Não cabe ao Julgador aplicar uma norma, por assemelhação, em


substituição a outra validamente existente, simplesmente por entender
que o legislador deveria ter regulado a situação de forma diversa da
que adotou; não se pode, por analogia, criar sanção que o sistema
legal não haja determinado, sob pena de violação do princípio da
reserva legal.

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STF - INQUÉRITO: Inq 1145 PB – 19.12.2006

Não é possível abranger como criminosas condutas que não tenham


pertinência em relação à conformação estrita do enunciado penal.
Não se pode pretender a aplicação da analogia para abarcar hipótese
não mencionada no dispositivo legal (analogia in malam partem).
Deve-se adotar o fundamento constitucional do princípio da legalidade
na esfera penal. Por mais reprovável que seja a lamentável prática da
"cola eletrônica", a persecução penal não pode ser legitimamente
instaurada sem o atendimento mínimo dos direitos e garantias
constitucionais vigentes em nosso Estado Democrático de Direito.

• Analogia in bonam partem Î Neste caso, aplica-se ao caso omisso uma norma
favorável ao réu. Este tipo de analogia é aceito em nosso ordenamento jurídico
e desta for
• ma já se pronunciou o STF em diversos julgados:

HC/97676 - HABEAS CORPUS – 03/08/2009

Assim, é perfeitamente aplicável a analogia in bonam partem, a fim de


extinguir a punibilidade do réu, garantindo-se a aplicação do princípio
da isonomia, pois é defeso ao julgador conferir tratamento diverso a
situações equivalentes.

1.2 LEI PENAL NO TEMPO

A lei penal, assim como qualquer outro dispositivo legal, passa por um processo
legislativo, ingressa no nosso ordenamento jurídico e vigora até a sua revogação, que
nada mais é do que a retirada da vigência de uma lei.
Entretanto, mais propriamente na esfera do Direito Penal, temos diversas situações em
que a revogação de uma lei instaura uma situação de claro conflito que, obviamente,
precisa ser sanado.
Antes de verificarmos estes conflitos, caro aluno, é importante, mas MUITO
IMPORTANTE MESMO, que tenhamos em mente que a regra geral no Direito Penal é a
da prevalência da lei que se encontrava em vigor quando da prática do fato, ou seja,
aplica-se a LEI VIGENTE quando da prática da conduta – Princípio do “TEMPUS REGIT
ACTUM”
Sendo assim, devemos sempre lembrar que:

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REGRA GERAL: A LEI PENAL INCIDE SOBRE


FATOS OCORRIDOS DURANTE A SUA
VIGÊNCIA (TEMPUS REGIT ACTUM).
TEMPUS REGIT ACTUM: É O NOME DO PRINCÍPIO QUE
REGE A APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO.
ENUNCIADO: A LEI PENAL INCIDE SOBRE FATOS
OCORRIDOS DURANTE A SUA VIGÊNCIA.

“Mas professooor.... Eu escuto falar tanto em retroagir para beneficiar o réu...Não é


esta a regra geral??? “
A resposta é negativa e na pergunta acima temos uma das várias exceções que, a
partir de agora, vamos tratar:

1.2.1 NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA

Novatio legis incriminadora ocorre quando um indiferente penal (conduta


considerada lícita frente à legislação penal) passa a ser considerado crime pela lei
posterior. A lei que incrimina novos fatos é irretroativa, uma vez que prejudica o
sujeito.
Para exemplificar, imaginemos que é criada uma lei para criminalizar o fato de
concurseiros “ficarem vendo Big Brother Brasil ao invés de estudar para a prova da
CGU”. Essa lei vai poder atingir a minha época de estudos? Claro que não, pois,
com base na Constituição Federal, não retroagirá.
Art. 5º
[...]
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

1.2.2 LEI PENAL MAIS GRAVE – LEX GRAVIOR

Aqui não temos a tipificação de uma conduta antes descriminalizada, mas sim a
aplicação de tratamento mais rigoroso a um fato já constante como delito. Para
esta situação também não há que se falar em retroatividade, pois, conforme já
tratamos:

SE MAIS GRAVE A LEI, TERÁ APLICAÇÃO APENAS A FATOS


POSTERIORES À SUA ENTRADA EM VIGOR. JAMAIS
RETROAGIRÁ, CONFORME DETERMINAÇÃO CONSTITUCIONAL.

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1.2.3 ABOLITIO CRIMINIS

O instituto da abolitio criminis ocorre quando uma lei nova trata como lícito fato
anteriormente tido como criminoso, ou melhor, quando a lei nova descriminaliza
fato que era considerado infração penal.
Encontra embasamento no artigo 2º do Código Penal, que dispõe da seguinte
forma:

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais
da sentença condenatória.

Não se confunde a descriminalização com a despenalização, haja vista a primeira


delas retirar o caráter ilícito do fato, enquanto que a outra é o conjunto de medidas
que visam eliminar ou suavizar a pena de prisão. Assim, na despenalização o
crime ainda é considerado um delito.
Segundo os princípios que regem a lei penal no tempo, a lei abolicionista é norma
penal retroativa, atingindo fatos pretéritos, ainda que acobertados pelo manto da
coisa julgada. Isto porque o respeito à coisa julgada é uma garantia do cidadão em
face do Estado. Logo, a lei posterior só não pode retroagir se for prejudicial ao réu.

Coisa julgada é a qualidade conferida à


sentença judicial contra a qual não cabem
mais recursos, tornando-a imutável e
indiscutível.

Entende a maioria da doutrina, inclusive o Supremo Tribunal Federal, que é


perfeitamente possível abolitio criminis por meio de medida provisória. Cite-se
como exemplo o Recurso Extraordinário nº. 254.818, cujo Relator foi o Ministro
Sepúlveda Pertence.

STF - RECURSO EXTRAORDINÁRIO: RE 254818 PR

Medida provisória: sua inadmissibilidade em matéria penal - extraída


pela doutrina consensual - da interpretação sistemática da
Constituição -, não compreende a de normas penais benéficas,
assim, as que abolem crimes ou lhes restringem o alcance,
extingam ou abrandem penas ou ampliam os casos de isenção de
pena ou de extinção de punibilidade.

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Para finalizar, exemplo claro de abolitio criminis em nosso ordenamento jurídico foi o
que aconteceu com o adultério, que desde 2005 não é mais considerado crime.

1.2.4 LEI PENAL MAIS BENÉFICA

Imaginemos que Tício cometeu um delito. Meses depois, após sua condenação
transitada em julgado, a lei penal é modificada, tornando-se mais benéfica. Para este
caso, ela retroagirá?
Para obter a resposta, caro aluno, você deve verificar o parágrafo único do artigo 2º do
Código Penal, que dispõe:

Art. 2º
[...]
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença
condenatória transitada em julgado.

Para ficar bem claro, vamos aplicar o regramento legal em um caso prático:
Em 2006 tivemos o advento da lei nº. 11.343, conhecida como lei de Drogas. Até
então, caso determinado indivíduo fosse encontrado com drogas, mesmo para
consumo próprio, estaria cometendo um crime e poderia, inclusive, ser preso.
A nova lei veio despenalizar a conduta, ou seja, hoje, se um indivíduo estiver com
drogas para consumo pessoal, não pode ser preso.
O que fazer então com aqueles que haviam sido presos?
Exatamente isso, ou seja...Abrir as portas para todos eles!!!

A RETROATIVIDADE É AUTOMÁTICA,
DISPENSA CLÁUSULA EXPRESSA E
ALCANÇA INCLUSIVE OS FATOS
DEFINITIVAMENTE JULGADOS!

Atenção agora, caro aluno, para um importante detalhe. Tratamos que a lei mais
favorável é RETROATIVA. Sendo assim, somente podemos falar em
RETROATIVIDADE quando lei posterior for mais benéfica ao agente, em comparação
àquela que estava em vigor quando o crime foi praticado.

Observe:

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Mas agora imaginemos que Mévio comete um delito sob a égide de uma LEI “A”.
Meses depois uma LEI “B” revoga a LEI “A”, trazendo regras mais gravosas ao crime
cometido por Mévio. O que fazer neste caso?
Para esta situação, em que um delito é praticado durante a vigência de uma lei que
posteriormente é revogada por outra prejudicial ao agente, ocorrerá a
ULTRATIVIDADE da lei.
Quando se diz que uma lei penal é dotada de ultratividade, quer-se afirmar que ela,
apesar de não mais vigente, continua a vincular os fatos anteriores à sua saída do
sistema.

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1.2.5 LEI PENAL TEMPORÁRIA E LEI PENAL EXCEPCIONAL

Caro aluno, vimos até agora que a lei penal retroage para beneficiar o réu. Mas
imagine a seguinte situação. Uma lei é editada atribuindo penalização de reclusão de
5 a 8 anos para os indivíduos que gastem uma quantidade de água superior a 300
litros por mês durante certo período de racionamento. Esta lei entra em vigor em 01 de
janeiro de 2010 e termina em 31 de dezembro do mesmo ano.
Tício, no mês de outubro do supracitado ano, durante a vigência da lei, gasta 500 litros
de água e tal fato só é descoberto no dia 29 de dezembro. Para este caso, dará tempo
de ele ser condenado? E se for, no dia 1º de janeiro teremos a abolitio criminis?
Para responder a estas perguntas e evitar situações absurdas que tirariam o sentido
de determinadas leis, dispõe o Código Penal:

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de


sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se
ao fato praticado durante sua vigência.

LEIS TEMPORÁRIAS Î SÃO AQUELAS QUE TRAZEM EM SEU TEXTO O


TEMPO DETERMINADO DE SUA VALIDADE. POR EXEMPLO, A LEI
TERÁ VALIDADE ATÉ 15 DE NOVEMBRO DE 2012 - UM PERÍODO
CERTO.

LEIS EXCEPCIONAIS Î SÃO AS QUE TÊM SUA EFICÁCIA VINCULADA


A UM ACONTECIMENTO DO MUNDO FÁTICO, COMO POR EXEMPLO
UMA GUERRA. NELSON HUNGRIA CITA A LEI QUE ORDENAVA QUE,
EM TEMPO DE GUERRA, TODAS AS PORTAS DEVERIAM SER
PINTADAS DE PRETO, OU SEJA, A GUERRA É UM PERÍODO
INDETERMINADO, MAS, DURANTE O SEU TEMPO, CONSTITUÍA CRIME
DEIXAR DE PINTAR A PORTA. AO TÉRMINO DA GUERRA, A LEI
PERDERIA EFICÁCIA.

As leis excepcionais e temporárias são auto-revogáveis, ou seja, não há necessidade


da edição de uma outra lei para retirá-las do ordenamento jurídico. É suficiente para tal
o decurso do prazo ou mesmo o término de determinada situação.
Para que sua aplicabilidade seja plena, o legislador percebeu ser necessária a
manutenção de seus efeitos punitivos, pós sua vigência, aos que afrontaram a norma
quando vigorava.
Desta forma, podemos afirmar que as LEIS EXCEPCIONAIS E TEMPORÁRIAS
POSSUEM ULTRATIVIDADE, pois, conforme exposto, aplicam-se sempre ao fato
praticado durante sua vigência. O fundamento da ultratividade é claro e a explicação
está prevista na exposição de motivos do Código Penal, nos seguintes termos:

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“É especialmente decidida a hipótese da lei excepcional ou temporária, reconhecendo-


se a sua ultra-atividade. Esta ressalva visa impedir que, tratando-se de leis
previamente limitadas no tempo, possam ser frustradas as suas sanções por
expedientes astuciosos no sentido do retardamento dos processos penais. “

Esquematizando:

INÍCIO DA ATO
TÉRMINO DA
VIGÊNCIA CONTRÁRIO VIGÊNCIA
À LEI

LEI TEMPORÁRIA Î PERÍODO DE VIGÊNCIA DEFINIDO


LEI EXCEPCIONAL Î SITUAÇÃO DE ANORMALIDADE

1.3 CONFLITO APARENTE DE LEIS

Segundo o autor Cássio Juvenal Faria em seu estudo:

"Ocorre o conflito aparente de normas penais quando o mesmo fato se amolda a duas ou
mais normas incriminadoras. A conduta, única, parece subsumir-se em diversas normas
penais. Ou seja, há uma unidade de fato e uma pluralidade de normas contemporâneas
identificando aquele fato como criminoso".

Resumindo, o conflito aparente de leis penais ocorre quando a um só fato,


aparentemente, duas ou mais leis são aplicáveis, ou seja, o fato é único, no entanto,
existe uma pluralidade de normas a ele aplicáveis.
Como diz a própria expressão, o conflito é aparente, pois se resolve com a correta
interpretação da lei.
A doutrina, regra geral, indica 04 princípios a serem aplicados a fim de solucionar o
conflito aparente de leis penais, são eles:

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1. SUBSIDIARIEDADE;
2. ESPECIALIDADE;
3. CONSUNÇÃO;
4. ALTERNATIVIDADE

O conhecimento destes 04 princípios é importante para a sua prova e, para lembrá-los,


observe que juntos formam a palavra SECA!!!

Vamos conhecê-los:

1.3.1 PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE

Estabelece que a lei especial prevalece sobre a geral. Considera-se lei especial
aquela que contém todos os requisitos da lei geral e mais alguns chamados
especializantes.
Exemplo: O crime de infanticídio, previsto no artigo 123 do Código Penal, tem um
núcleo idêntico ao do crime de homicídio, tipificado pelo artigo 121, qual seja, “matar
alguém”. Torna-se figura especial, ao exigir elementos diferenciadores: A autora deve
ser a mãe e a vítima deve ser o próprio filho, nascente ou neonato, cometendo-se o
delito durante o parto ou logo após, sob influência do estado puerperal.

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ELEMENTOS COMUNS

1.3.2 PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE

Subdivide-se em expresso e tácito.


Ocorre a subsidiariedade expressa, quando a própria norma reconhecer seu caráter
subsidiário, admitindo incidir somente se não ficar caracterizado o fato de maior
gravidade.

Como exemplo, compete citar o crime de perigo para a vida ou saúde de outrem (art.
132, CP):

"Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:

Pena – detenção, de 3 meses a 1 ano, se o fato não constituir crime


mais grave". (grifei)

Como se retira do preceito secundário do artigo transcrito, somente "se o fato não
constituir crime mais grave" é que a pena relativa ao delito descrito no art. 132 será
aplicada ao agente.
No caso da subsidiariedade tácita, a norma nada diz, mas, diante do caso concreto,
verifica-se seu caráter secundário.
Exemplo claro é o do crime de roubo, em que a vítima, mediante emprego de
violência, é constrangida a entregar a sua bolsa ao agente.
Aparentemente, incidem o tipo definidor do roubo (norma primária) e o do
constrangimento ilegal (norma subsidiária), sendo que o constrangimento ilegal, no
caso, foi apenas uma fase do roubo, além do fato de este ser mais grave.

1.3.3 PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO

Conhecido também como Princípio da Absorção, é um princípio aplicável nos casos


em que há uma sucessão de condutas com existência de um nexo de dependência.
De acordo com tal princípio, o crime mais grave absorve o crime menos grave.

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Ao contrário do que ocorre no princípio da especialidade, aqui não se reclama a


comparação abstrata entre as leis penais. Comparam-se os fatos, inferindo-se que o
mais grave consome os demais, sobrando apenas a lei penal que o disciplina. Mas,
como assim?
Se tomo, por exemplo, o crime de furto qualificado (art. 155, § 4º, do Código Penal),
não posso, de antemão, dizer que ele sofre consunção, pois que dele, em si, nada se
pode aferir quanto até mesmo a sua correspondência íntima com outro crime.
Abstratamente, enfim, é impossível saber se ele é, ou não, consuntivo.
No entanto, se digo que o agente Tício, com o intuito de furtar bens de uma residência,
escala o muro que a cerca e, utilizando-se de chave falsa, abre-lhe a porta e penetra
em seu interior, subtraindo-lhe os bens e fugindo logo em seguida, posso, com toda a
certeza, afirmar que o princípio da consunção se faz presente.
Neste caso, o furto qualificado pela escalada e pelo emprego de chave falsa (art. 155,
§ 4º, II, 3ª figura, e III, do Código Penal) absorve a violação de domicílio qualificada
(art. 150, § 1º, 1ª figura, do Código Penal), que lhe serviu de meio necessário.

1.3.4 PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE

Ocorre quando uma norma jurídica prevê diversas condutas, alternativamente, como
modalidades de uma mesma infração. Para estes casos, mesmo que o infrator cometa
mais de uma dessas ‘condutas alternativas’, isto é, se, acaso, violar mais de um dever
jurídico, será apenado somente uma vez.
É comum no Direito Ambiental a norma jurídica determinar várias modalidades de
conduta para a mesma infração. Por exemplo, o artigo 11 do Decreto 3.179, de
21.9.1999, que regulamenta a Lei 9.605/1998, estabelece:

“Art. 11. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna


silvestre , nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença
ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:
multa de (...).”

O infrator será apenado apenas uma vez, ainda que realize diversos comportamentos
estabelecidos na norma. Por exemplo, se a pessoa caça e depois mata determinado
animal silvestre, sofrerá uma reprimenda, a que for cominada à infração.
Para ficar bem claro, um outro exemplo: Assim dispõe o artigo 193 da Lei 9.503, de
23.9.1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro:

“Art. 193. Transitar com o veículo em calçada, passeios, passarelas,


ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, ajardinamentos, canteiros centrais e
divisores de pista de rolamento, acostamentos, marcas de canalização,
gramados e jardins públicos: Penalidade: multa (...)”.

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Ao menos em linhas gerais, se a pessoa transita com o veículo na calçada, na ciclovia


e depois no acostamento, não cometerá tantas infrações quantos forem os deveres
violados. Trata-se de ilícito administrativo de “condutas múltiplas” e ele sofrerá única
sanção em face do princípio da alternatividade.

Finalizando este tópico, cabe pela importância ressaltar:

O CONFLITO DE NORMAS É APARENTE, OU


SEJA, SEMPRE PODE SER SOLUCIONADO
ATRAVÉS DE UMA CORRETA INTERPRETAÇÃO

1.4 TEMPO DO CRIME

Caro aluno, imagine que Tício atira em Mévio no dia 15 de março de 2009, quando
possuía 17 anos, 28 dias e 6 horas. Mévio é socorrido, levado ao hospital e vem a falecer
no dia 03 de abril de 2009, em virtude dos disparos.
Neste caso, Tício poderá ser condenado?
Perceba que temos a ação ocorrendo em uma data (disparos) e o resultado em outra.
Como encontrar a solução para este questionamento?
Para determinar o tempo do crime, a doutrina criminal tem apresentado três teorias, quais
sejam, a teoria da atividade, do resultado e da ubiqüidade (mista).

Teoria da Atividade Î O crime ocorre no lugar em que foi praticada a ação ou omissão,
ou seja, a conduta criminosa. Ex.: o crime de homicídio é praticado no lugar em que o
agente dispara a arma de fogo com a intenção de matar a vítima;

Teoria do Resultado Î O crime ocorre no lugar em que ocorreu o resultado. Ex.: o crime
de homicídio é praticado no lugar em que a vítima morreu, ainda que outro tenha sido o
lugar da ação;

Teoria da Ubiqüidade Î Também conhecida por teoria mista, já que para esta teoria o
crime ocorre tanto no lugar em que foi praticada a ação ou omissão (atividade) como onde
se produziu, ou deveria se produzir o resultado (resultado).
O Código Penal adota claramente, em seu artigo 4º, a TEORIA DA ATIVIDADE para
determinar o tempo do crime. Observe:

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Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão,


ainda que outro seja o momento do resultado

Desta forma, fica claro que em nosso exemplo inicial, Tício não poderá ser condenado
com base no Código Penal, pois era menor quando da ação do delito. Será cabível para o
caso as disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente.

1.4.1 EFEITOS DA TEORIA DA ATIVIDADE PARA O TEMPO DO CRIME

A adoção da teoria da atividade para a determinação do tempo do crime apresenta


algumas conseqüências, dentre as quais as seguintes são importantes para a sua
PROVA:
1. Aplica-se a lei em vigor ao tempo da conduta, exceto se a do tempo do
resultado for mais benéfica.
2. Apura-se a imputabilidade NO MOMENTO DA CONDUTA.

Antes de prosseguirmos, é necessário o conhecimento básico de alguns conceitos:

DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO

CRIME PERMANENTE Î É O CRIME CUJO MOMENTO CONSUMATIVO SE


PROLONGA NO TEMPO. EXEMPLO: CP, ART. 148 - SEQUESTRO E CÁRCERE
PRIVADO.

CRIME CONTINUADO Î O INSTITUTO DO CRIME CONTINUADO É UMA FICÇÃO


JURÍDICA QUE, EXIGINDO O CUMPRIMENTO DE REQUISITOS OBJETIVOS
(MESMA ESPÉCIE, CONDIÇÕES DE TEMPO, LUGAR, MANEIRA DE EXECUÇÃO E
OUTRAS SEMELHANTES), EQUIPARA A REALIZAÇÃO DE VÁRIOS CRIMES A UM
SÓ. EXEMPLO: CAIXA DE SUPERMERCADO QUE, DIA APÓS DIA, E NA
ESPERANÇA DE QUE O SEU SUPERIOR EXERÇA AS SUAS FUNÇÕES
NEGLIGENTEMENTE, TIRA PEQUENO VALOR DIÁRIO DO CAIXA, QUE PODE
TORNAR-SE CONSIDERÁVEL COM O PASSAR DO TEMPO.

CRIME HABITUAL Î CONSOANTE CAPEZ, "É O COMPOSTO PELA REITERAÇÃO


DE ATOS QUE REVELAM UM ESTILO DE VIDA DO AGENTE, POR EXEMPLO,
RUFIANISMO (CP, ART. 230), EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA; SÓ SE
CONSUMA COM A HABITUALIDADE NA CONDUTA.

Prosseguindo:

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3. Nos crimes permanentes, enquanto perdura a ofensa ao bem jurídico (Exemplo:


extorsão mediante seqüestro), o tempo do crime se dilatará pelo período de
permanência. Assim, se o autor, menor, durante a fase de execução do crime
vier a atingir a maioridade, responderá segundo o Código Penal e não segundo
o Estatuto da Criança e do Adolescente — ECA (Lei n. 8.069/90).

4. Nos crimes continuados em que os fatos anteriores eram punidos por uma lei,
operando-se o aumento da pena por lei nova, aplica-se esta última a toda
unidade delitiva, desde que sob a sua vigência continue a ser praticado.

CAIXA CAIXA CAIXA


ROUBOU ROUBOU ROUBOU
R$100,00 R$100,00 R$100,00

A súmula 711 do STF resume os itens 03 e 04. Observe:

SÚMULA 711 DO STF

A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO


OU AO CRIME PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À
CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA.

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5. No Crime Habitual em que haja sucessão de leis, deve ser aplicada a nova,
ainda que mais severa, se o agente insistir em reiterar a conduta criminosa.

1.5 LEI PENAL NO ESPAÇO

O Código Penal trata de maneira detalhada da aplicação da Lei Penal no espaço e,


assim, torna claro para a sociedade onde as normas definidas pelo Legislador Brasileiro
serão aplicadas.
A REGRA para dirimir conflitos e dúvidas é a utilização do princípio da
TERRITORIALIDADE, ou seja, aplica-se a lei penal aos crimes cometidos em território
nacional. Tal preceito encontra-se no Código Penal, observe:

Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e


regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.

Há exceções que ocorrem quando o brasileiro pratica crime no exterior ou um estrangeiro


comete delito no Brasil. Fala-se, assim, que o Código Penal adotou o princípio da
TERRITORIALIDADE TEMPERADA OU MITIGADA.
Dito isto, vamos esmiuçar a regra e as exceções:

1.5.1 PRINCÍPIO DE TERRITORIALIDADE

Em termos jurídicos, território é o espaço em que o Estado exerce sua soberania


política. Para a sua PROVA, caro aluno, você não precisa saber exatamente o que
compreende o território brasileiro, bastando apenas o conhecimento do disposto nos
parágrafos 1º e 2º do artigo 5º, que dispõe:

Art. 5º

[...]

§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território


nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou
a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente
ou em alto-mar.

§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de


aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada,

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achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço


aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

Com base nos supracitados parágrafos, imagine que Ticio, brasileiro, está na
Argentina e confere lesões corporais graves em um “Hermano”. Diante de tal fato,
Ticio, perseguido por policiais, corre para um navio da marinha de guerra do Brasil e o
adentra. Neste caso, Tício poderá ser preso pelos policiais Argentinos?
A resposta é negativa, pois o navio será considerado extensão do território Brasileiro e
não poderá ser penetrado peles policiais Argentinos.
Agora outra situação... Mévio, Americano, está em um cruzeiro que passará pelas
belas praias do Rio de Janeiro. Nas proximidades de Copacabana, Mévio atira em
Caio. Diante desta situação, o que fazer? Mévio pode ser preso segundo as leis
brasileiras?
A resposta é positiva, pois, com base no parágrafo 2º do artigo 5º, para crimes
praticados a bordo de embarcações privadas estrangeiras, achando-se estas em porto
ou mar territorial do Brasil, aplica-se a lei brasileira.
Como percebe, as regras são de fácil aplicação, mas o correto entendimento é
fundamental para sua PROVA.

1.5.2 PRINCÍPIOS QUE MITIGAM A TERRITORIALIDADE

Vimos que o Código Penal adota o princípio da territorialidade temperada ou mitigada


por haverem exceções ao princípio da territorialidade. Vamos conhecê-las:

1.5.2.1 PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE OU DA PERSONALIDADE

Autoriza a submissão à lei brasileira dos crimes praticados no estrangeiro por autor
brasileiro ou contra vítima brasileira.
Este princípio se subdivide em outros dois:
1 – Princípio da Personalidade Ativa Î Só se considera a nacionalidade do autor
do delito, ou seja, independentemente da nacionalidade do sujeito passivo e do
bem jurídico ofendido, o agente é punido de acordo com a lei brasileira.
Encontra-se disposto no art. 7.º, I, alínea “d” e II, “b” do Código Penal:

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:


I - os crimes:
[...]
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro [...]
II - os crimes:
[...]

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b) praticados por brasileiro;

2 - Princípio da Personalidade Passiva Î Considera-se somente a nacionalidade


da vítima do delito. Encontra previsão no art. 7.º, § 3.º do Código Penal:

§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro


contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no
parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.

1.5.2.2 PRINCÍPIO DA DEFESA REAL OU DA PROTEÇÃO

A lei penal é aplicada independente da nacionalidade do bem jurídico atingido pela


ação delituosa, onde quer que ela tenha sido praticada e independente da
nacionalidade do agente. O Estado protege os seus interesses além fronteiras.
Observe o preceituado no Código Penal:

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:


I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;

1.5.2.3 PRINCÍPIO DA JUSTIÇA UNIVERSAL

As leis penais devem ser aplicadas a todo e qualquer fato punível, seja qual for a
nacionalidade do agente, do bem jurídico lesado ou posto em perigo e em qualquer
local onde o fato foi praticado.
A lei penal deve ser aplicada a todos os homens, independentemente do local onde
se encontrem.
É um princípio baseado na cooperação penal internacional e permite a punição, por
todos os Estados, da totalidade dos crimes que forem objeto de tratados e de
convenções internacionais. Fundamenta-se no dever de solidariedade na
repressão de certos delitos cuja punição interessa a todos os povos. Exemplos:
Tráfico de drogas, comércio de seres humanos, genocídio, etc.
Encontra previsão no art. 7º, II, “a”, do Código Penal:

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II - os crimes
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;

1.5.2.4 PRINCÍPIO DA REPRESENTAÇÃO

Segundo este princípio, deve ser aplicada a lei penal brasileira aos crimes
cometidos em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada quando estiverem em território estrangeiro e aí não sejam
julgados. Está previsto no artigo 7º, II, “c”, do Código Penal:

II - os crimes
[...]
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam
julgados.

1.5.3 LUGAR DO CRIME

Até agora falamos bastante da territorialidade, mas para sabermos se um delito


operou-se no território Nacional precisamos aprender como determinar o lugar do
crime.
Quando falamos sobre o tempo do crime, ou seja, o momento em que o crime é
cometido, tratamos de três teorias: ATIVIDADE, RESULTADO e MISTA ou da
UBIQUIDADE. Está lembrado?
Naquela oportunidade, afirmamos que para definir o momento do crime adotou-se a
teoria da atividade. Portanto, tem-se como praticado o crime NO MOMENTO da
ATIVIDADE.
Aqui, a questão é saber ONDE se tem como cometido o delito. O problema é o lugar
(espaço) e não o tempo. Devemos, mais uma vez, para solucionar qualquer conflito,
recorrer às três teorias:
• TEORIA DA ATIVIDADE Î O CRIME É COMETIDO NO LUGAR ONDE FOI
PRATICADA A ATIVIDADE (CONDUTA= AÇÃO OU OMISSÃO).

• TEORIA DO RESULTADO Î O LUGAR DO CRIME É ONDE OCORREU O


RESULTADO, INDEPENDENTEMENTE DE ONDE FOI PRATICADA A CONDUTA.

• TEORIA MISTA (OU DA UBIQÜIDADE) Î CONSIDERA, POR SUA VEZ, QUE O


CRIME É COMETIDO TANTO NO LUGAR DA ATIVIDADE QUANTO NO LUGAR
DO RESULTADO.

O Código Penal, ao tratar do tema, dispõe:

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Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou


omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria
produzir-se o resultado.
O Código Penal adotou a teoria da ubiqüidade, valendo ressaltar que na própria
previsão do art. 6° do Código Penal esta incluída o lugar da tentativa, ou seja, "...onde
se produziu ou deveria produzir-se o resultado".
Busca-se, com a teoria mista do lugar do delito, solucionar o problema dos conflitos
negativos de competência (Dentro do Território Nacional) e o problema dos crimes à
distância (Brasil - Exterior), em que ação e o resultado se desenvolvem em lugares
diversos.
Como exemplo, podemos citar o seguinte caso:
Imagine que Tício, residente no Brasil, envia uma carta bomba para um cidadão
residente na Grécia (vou parar com esse negócio de citar só argentinos), cujo nome é
Maradona. Maradona, grego, vem a falecer em virtude da carta. Neste caso, segundo
a norma penal, o lugar do crime tanto pode ser o Brasil quanto a Grécia.
Ou seja, para que o Brasil seja competente na apuração e julgamento de determinada
infração penal, basta que porção dessa conduta delituosa tenha ocorrido no território
nacional.

EXISTEM ALGUMAS SITUAÇÕES PARA AS QUAIS NÃO SE


APLICA A TEORIA DA UBIQÜIDADE, A ÚNICA QUE IMPORTA
PARA A SUA PROVA DIZ RESPEITO AOS CRIMES DOLOSOS
CONTRA A VIDA, OCORRIDOS NO TERRITÓRIO NACIONAL QUE,
SEGUNDO PACÍFICA JURISPRUDÊNCIA, A FIM DE FACILITAR A
INSTRUÇÃO CRIMINAL E A DESCOBERTA DA VERDADE REAL,
SEGUE A TEORIA DA ATIVIDADE.

Sendo assim, imagine que Mévio atira em Caio em São Paulo.


Este é socorrido e levado para um hospital no Rio de Janeiro,
onde vem a falecer. Temos, para este caso, a atividade em São
Paulo e o resultado no Rio de Janeiro. Pela regra geral, seriam
competentes tanto o Juízo do Rio quanto o de São Paulo,
MAAAAAS, como neste caso estamos tratando de crime doloso
contra a vida, aplica-se a teoria da ATIVIDADE e não da
UBIQUIDADE, sendo competente, portanto, o Juízo de São Paulo.

1.5.4 EXTRATERRITORIALIDADE

Extraterritorialidade é a aplicação da legislação penal brasileira aos crimes cometidos


no exterior.

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Conforme já tratamos, justifica-se pelo fato de o Brasil ter adotado, relativamente à lei
penal no espaço, o princípio da territorialidade mitigada, o que autoriza,
excepcionalmente, a incidência da lei penal brasileira a crimes praticados fora do
território nacional.
A extraterritorialidade pode ser incondicionada ou condicionada e são estas duas
espécies que veremos a partir de agora. Apresentarei primeiramente as regras gerais
e depois colocarei o que é importante em um esquema, a fim de facilitar a assimilação.
Observação:

NÃO SE ADMITE A APLICAÇÃO DA LEI PENAL BRASILEIRA ÀS CONTRAVENÇÕES


PENAIS OCORRIDAS FORA DO TERRITÓRIO NACIONAL.

OBSERVE O DISPOSTO NA LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS:

Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no terr itório


nacional.

1.5.4.1 EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA

Como o próprio nome diz, são hipóteses em que a lei brasileira é aplicada,
independentemente de qualquer CONDIÇÂO. Encontra previsão do art. 7º, I do
Código Penal, que dispõe:

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:


I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;

1.5.4.2 EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA

Relaciona-se aos crimes indicados no art. 7.°, II, e § 3.°, do Código Penal.

Art. 7º
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[...]

II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam
julgados.

§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro


contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no
parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.

A aplicação da lei penal brasileira aos crimes cometidos no exterior se sujeita às


condições descritas no art. 7.°, § 2.°, alíneas “a”, “b”, “c” e “d”, e § 3.°, do Código
Penal.

§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do


concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a
pena;

Tratando-se de extraterritorialidade condicionada, a lei penal brasileira é subsidiária


em relação aos crimes praticados fora do território nacional, aqui já descritos.

Dito tudo isto sobre a extraterritorialidade, vamos esquematizar:

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HIPÓTESES:

*CRIME CONTRA A VIDA OU A LIBERDADE DO


PRESIDENTE DA REPÚBLICA.

*CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO OU A FÉ


PÚBLICA DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA OU
INDIRETA.
INCONDICIONADA
*CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA,
POR QUEM ESTÁ A SEU SERVIÇO.

*CRIME DE GENOCÍDIO, QUANDO O AGENTE FOR


BRASILEIRO OU DOMICILIADO NO BRASIL.

CONDIÇÕES:

*NÃO EXISTEM – O AGENTE É PUNIDO PELA LEI


BRASILEIRA, AINDA QUE ABSOLVIDO OU
CONDENADO NO ESTRANGEIRO.

HIPÓTESES:
EXTRATERRITORIALIDADE
*CRIMES QUE, POR TRATADO OU CONVENÇÃO, O
BRASIL SE OBRIGOU A REPRIMIR.

*CRIMES PRATICADOS POR BRASILEIRO.

*CRIMES PRATICADOS EM AERONAVES OU


EMBARCAÇÕES BRASILEIRAS, MERCANTES OU DE
PROPRIEDADE PRIVADA, QUANDO EM
TERRITÓRIO ESTRANGEIRO NÃO FOREM
JULGADOS.

*CRIMES PRATICADOS POR ESTRANGEIROS


CONTRA BRASILEIROS FORA DO BRASIL, SE,
REUNIDAS AS CONDIÇÕES: 1-NÃO FOI PEDIDA OU
NEGADA A EXTRADIÇÃO; 2-HOUVE REQUISIÇÃO
DO MINISTRO DA JUSTIÇA.

CONDICIONADA

CONDIÇÕES:
*ENTRAR O AGENTE NO TERRITÓRIO NACIONAL

*SER O FATO PUNÍVEL ONDE FOI PRATICADO

*ESTAR O CRIME INCLUÍDO ENTRE AQUELES


PELOS QUAIS A LEI BRASILEIRA AUTORIZA A
EXTRADIÇÃO

* NÃO TER SIDO ABSOLVIDO NO ESTRANGEIRO


OU NÃO TER AÍ CUMPRIDO PENA (CUMPRIMENTO
PARCIAL – ART. 8º DO CP)

*NÃO TER SIDO PERDOADO NO ESTRANGEIRO OU


EXTINTA A PUNIBILIDADE PELA LEI + FAVORÁVEL

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1.6 CONSIDERAÇÕES FINAS

1.6.1 PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO

Imaginemos que Tício cometeu um crime contra a vida do presidente Lula em solo
argentino e lá foi condenado à pena de seis anos de reclusão, dos quais já cumpriu
três anos. Durante uma rebelião, Tício foge e consegue chegar ao Brasil.
Conforme já vimos, e quanto a isso não deve haver dúvidas, a sentença estrangeira
não faz coisa julgada no Brasil. Logo, o autor da infração deverá ser novamente
julgado.
Pensemos que Tício foi condenado aqui no Brasil a 15 anos de reclusão. O que
ocorrerá com aqueles três anos já cumpridos? Não valerão de nada?
Claro que valerão. E a resposta para este questionamento está no artigo 8º do Código
Penal, que, com base no já conhecido princípio do “ne bis in idem”, dispõe:

Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil


pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando
idênticas.

SENDO ASSIM, CONCLUÍMOS QUE A PENA CUMPRIDA NO


ESTRANGEIRO ATENUA A PENA IMPOSTA NO BRASIL PELO MESMO
CRIME, QUANDO DIVERSAS, OU NELA É COMPUTADA QUANDO
IDÊNTICAS.

1.6.2 EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA

A sentença judicial é proferida pelo ESTADO com base na sua soberania e confere
efeitos no local em que foi decidida. Assim, via de regra, uma sentença judicial
Brasileira vale para o Brasil, uma sentença judicial Paraguaia vale no Paraguai, e
assim por diante.
Contudo, existem determinadas situações em que decisões judiciais de outras nações
são recepcionadas pelo estado Brasileiro através de sua homologação, mediante o
procedimento constitucionalmente previsto, a fim de constituí-la em título executivo
com validade em território nacional.
Encontramos as hipóteses de possibilidade de utilização da sentença estrangeira no
art. 9º do Código Penal, que leciona:

Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira


produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no
Brasil para:

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I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros


efeitos civis;
II - sujeitá-lo a medida de segurança. Pará-
grafo único - A homologação depende:
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país
de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado,
de requisição do Ministro da Justiça.

Diante do que vimos até agora, responda-me...Imagine que Tício foi condenado a
determinada pena do estrangeiro. Esta sentença pode ser homologada e utilizada pelo
Brasil, nos termos do art. 9º? É claro que........NÂO!!!!!
Observe que o artigo 9º só traz duas possibilidades de homologação, que são:

1. OBRIGAR O CONDENADO À REPARAÇÃO DO


DANO, A RESTITUIÇÕES E A OUTROS
EFEITOS CIVIS.
2. SUJEITÁ-LO A MEDIDA DE SEGURANÇA.

A homologação de sentença estrangeira hoje é de competência do STJ (artigo 105, I,


i, da CF). Antes da Emenda Constitucional de número 45/04, a competência era do
STF.

1.6.1 CONTAGEM DE PRAZO

O artigo 10 do Código Penal trata da contagem do PRAZO PENAL nos seguintes


termos:
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os
dias, os meses e os anos pelo calendário comum.

Vamos analisá-lo por partes:

1. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo Î Imaginemos que


determinado indivíduo é preso no dia 15 de janeiro, às 23:59h, após sua
condenação a UM dia de prisão. Pergunto...Quando ele será liberado?

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Ele estará livre às 00:00h do dia 16, ou seja, ficará UM MINUTO preso e isto
será considerado UM DIA.
“Mas, como assim, professor? Só um minuto???”
É exatamente isso, caro aluno. Como o dia do começo inclui-se no cômputo do
prazo e, segundo o artigo 11 do Código Penal, não há que se falar em frações
de dia, teremos 1 minuto valendo 24 horas. Observe o disposto no ainda não
apresentado artigo 11:

Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas


de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de
cruzeiro. (leia-se real). (grifo nosso)

PARA CÁLCULOS EM PROVA, É IMPORTANTE OBSERVAR A SEGUINTE REGRA:


SEMPRE DEVE SER CONSIDERADA NA OPERAÇÃO A DIMINUIÇÃO DE UM DIA EM
RAZÃO DE SER COMPUTADO O DIA DO COMEÇO. DESTA FORMA, SE A PENA É DE
UM ANO E TEVE INÍCIO EM 20 DE SETEMBRO DE 2009, ESTARÁ INTEGRALMENTE
CUMPRIDA EM 19 DE SETEMBRO DE 2010.

2. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum Î No


prazo penal, os dias, os meses e os anos são contados de acordo com o
calendário comum, também chamado de gregoriano.
Os meses são calculados com o número de dias característicos de cada um
deles, e não como um período de 30 dias. Assim, se um indivíduo é preso por
um mês em 10 fevereiro, quando será solto? Em 9 de março. E se for preso em
10 de março? Será liberado em 9 de abril. Bem fácil, concorda?!

Para finalizar este tópico, faz-se necessário tecer um importante comentário. O prazo
sempre terá natureza penal quando guardar pertinência com o jus puniendi, ou seja, a
pretensão punitiva do Estado. É o caso, por exemplo, da prescrição e da decadência.
Como a sua ocorrência importa na extinção da punibilidade, está relacionada com a
contagem de prazo penal que difere do prazo processual, definido no Código de
Processo Penal e que, obviamente, não importa para a sua PROVA.

1.6.2 LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Segundo o Código Penal:

Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados


por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.

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As regras gerais do Código Penal devem ser aplicadas às leis especiais quando estas
não tratarem de modo diverso. Assim, as regras gerais do CP têm caráter subsidiário.
Serão elas aplicadas quando a legislação especial não dispuser de forma diversa.

***************************************************************************************************

Companheiros de estudos,

Chegamos ao final de nossa primeira aula e agora é hora de consolidar os conceitos


aqui aprendidos. Este tema é questão quase certa em sua prova e, portanto, não deixe
pontos pendentes.

Releia o Código Penal do artigo 1º ao 12º e pratique com os exercícios.

Abraços e bons estudos,

Pedro Ivo

“O êxito na vida não se mede pelo que você conquistou,


mas sim pelas dificuldades que superou no caminho.”

Abraham Lincoln

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PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA

DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

Lei penal no tempo


Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado.
Lei excepcional ou temporária
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração
ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante
sua vigência.
Tempo do crime
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que
outro seja o momento do resultado.
Territorialidade
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves
ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no
território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar
territorial do Brasil.
Lugar do crime
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Extraterritorialidade
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de
Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou
fundação instituída pelo Poder Público;

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c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;


d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Pena cumprida no estrangeiro
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo
mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
Contagem de prazo
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os
meses e os anos pelo calendário comum.

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PONTOS PRINCIPAIS TRATADOS NA AULA

DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

01) Princípio da legalidade (reserva legal): não há crime sem lei que o defina; não há pena sem
cominação legal.

02) Princípio da anterioridade: não há crime sem lei “anterior” que o defina; não há pena sem
“prévia” imposição legal.

Eficácia Temporal da Lei Penal

03) Tempo do crime: Tempo do crime é o momento em que ele se considera cometido.

04) Teoria da atividade (art.4º): Atende-se ao momento da prática da ação (ação ou omissão);
Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que seja outro o
momento do resultado. Î É a teoria adotada pelo CP.

05) Teoria do resultado: Considera o tempo do crime o momento da produção do resultado.

06) Teoria mista (ubiqüidade): Considera o momento da ação ou do resultado.

Eficácia da Lei Penal no Espaço

07) Princípio da territorialidade: A lei penal só tem aplicação no território do Estado que a
determinou, sem atender à nacionalidade do sujeito ativo do delito ou do titular do bem jurídico
lesado.

08) Princípio da nacionalidade: A lei penal do Estado é aplicável a seus cidadãos onde quer que
se encontrem; divide-se em:

a) Princípio da nacionalidade ativa (aplica-se a lei nacional ao cidadão que comete crime no
estrangeiro, independentemente da nacionalidade do sujeito passivo);

b) Princípio da personalidade passiva (exige que o fato praticado pelo nacional no estrangeiro
atinja um bem jurídico do seu próprio Estado ou de um co-cidadão).

09) Princípio da defesa: Leva em conta a nacionalidade do bem jurídico lesado pelo crime,
independentemente do local de sua prática ou da nacionalidade do sujeito ativo.

10) Princípio da justiça penal universal: Preconiza o poder de cada Estado de punir qualquer
crime, seja qual for a nacionalidade do delinqüente e da vítima ou o local de sua prática.

11) Princípio da representação: Nos seus termos, a lei penal de determinado país é também
aplicável aos delitos cometidos em aeronaves e embarcações privadas, quando realizados no

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estrangeiro a aí não venham a ser julgados.

* O CP adotou o princípio da territorialidade como regra; os outros como exceção.

12) Lugar do crime: Lugar do crime é o lugar onde ele se considera praticado.

13) Teoria da atividade: De acordo com ela, é considerado lugar do crime aquele em que o
agente desenvolveu a atividade criminosa, onde praticou os atos executórios.

14) Teoria do resultado: O local do crime é o lugar da produção do resultado.

15) Teoria da ubiqüidade (art. 6º, CP): Nos termos dela, lugar do crime é aquele em que se
realizou qualquer dos momentos do iter criminis, seja da prática dos atos executórios, seja da
consumação. É a teoria adotada pelo Código Penal.

16) Extraterritorialidade: ressalva a possibilidade de renúncia de jurisdição do Estado, mediante


“convenções, tratados e regras de direito internacional”; o art. 7º prevê uma série de casos em
que a lei penal brasileira tem aplicação a delitos praticados no estrangeiro. Não esqueça de rever
o citado artigo.

Disposições Finais do Título I da Parte Geral

17) Contagem de prazo: O art. 10 do CP estabelece regras a respeito.

Determina a primeira regra que o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo;

Já a segunda determina que no prazo penal, os dias, os meses e os anos são contados de acordo
com o calendário comum, também chamado de gregoriano.

Os meses são calculados com o número de dias característicos de cada um deles, e não como
um período de 30 dias.

PARA CÁLCULOS EM PROVA, É IMPORTANTE OBSERVAR A SEGUINTE REGRA:


SEMPRE DEVE SER CONSIDERADA NA OPERAÇÃO A DIMINUIÇÃO DE UM DIA EM
RAZÃO DE SER COMPUTADO O DIA DO COMEÇO. DESTA FORMA, SE A PENA É DE
UM ANO E TEVE INÍCIO EM 20 DE SETEMBRO DE 2009, ESTARÁ INTEGRALMENTE
CUMPRIDA EM 19 DE SETEMBRO DE 2010.

18) Frações não computáveis da pena: Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas
restritivas de direito, as frações de dias e, na pena de multa, as frações de cruzeiro (art. 11).

19) Legislação especial: As regras gerais do CP são aplicáveis aos fatos incriminados por lei
especial, se esta não dispõe de modo diverso; regras gerais do Código são as normas não
incriminadoras, permissivas ou complementares, previstas na Parte Geral ou Especial (art. 12).

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EXERCÍCIOS

1. (ESAF / AFT / 2010) À luz da aplicação da lei penal no tempo, julgue as


afirmações abaixo relativas ao fato de Osvaldo ter sido processado pelo delito de
paralisação de trabalho de interesse coletivo, em janeiro de 2009, supondo que lei,
de 10 de janeiro de 2010, tenha abolido o referido crime:

I. Caso Osvaldo já tenha sido condenado antes de janeiro de 2010, permanecerá


sujeito à pena prevista na sentença condenatória;
II. A lei penal não pode retroagir para beneficiar Osvaldo;
III. Caso Osvaldo ainda não tenha sido denunciado, não mais poderá sê-lo;
IV. Osvaldo será beneficiado pela hipótese da abolitio criminis.
a) Todos estão corretos.
b) Somente I está correto.
c) Somente III e IV estão corretos.
d) Somente I e III estão corretos.
e) Somente I e IV estão corretos.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS: Analisando as assertivas:
Assertiva I Î Está errada, pois contraria o art. 2º do CP segundo o qual “Ninguém pode
ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela
a execução e os efeitos penais da sentença condenatória”.

Assertiva II Î No caso da abolitio criminis, ocorrerá a retroação para beneficiar o réu,


logo, incorreta a assertiva.

Assertiva III Î A assertiva está correta, pois, como a conduta não é mais considerada
típica, não há que se falar em possibilidade de denúncia por parte do Ministério Público.

Assertiva IV Î Está correta, pois no caso da abolitio criminis a lei retroagirá para
beneficiar o réu.

2. (ESAF / AFT / 2010) Camargo, terrorista, tenta explodir agência do Banco do


Brasil, na França. Considerando o princípio da extraterritorialidade incondicionada,
previsto no Código Penal brasileiro, é correto afirmar que:

a) Camargo só pode ser processado criminalmente na França.


b) O Estado brasileiro não tem interesse em delitos ocorridos fora do Brasil.

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c) Caso Camargo tenha sido condenado e encarcerado na França, não poderá ser preso
no Brasil.
d) O fato deve ser julgado no local onde ocorreu o crime: na França.
e) Mesmo Camargo tendo sido julgado na França, poderá ser julgado no Brasil.

GABARITO: E
COMENTÁRIOS: Questão que exige o conhecimento do art. 7º no tocante a
extraterritorialidade.

Observe que o art. 7º, I, “b”, atribui a aplicabilidade da lei brasileira aos crimes contra o
patrimônio de sociedade de economia mista instituída pelo poder público. Assim, no caso
em tela, mesmo Camargo tendo sido julgado na França, poderá ser julgado no Brasil.

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro


I - os crimes:
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;

3. (ESAF / PGFN / 2007) À luz da aplicação da lei penal no tempo, dos princípios da
anterioridade, da irretroatividade, retroatividade e ultratividade da lei penal, julgue
as afirmações abaixo relativas ao fato de Mévio ter sido processado pelo delito de
adultério em dezembro de 2004, sendo que a Lei n. 11.106, de 28 de março de 2005,
aboliu o crime de adultério:

I. Caso Mévio já tenha sido condenado antes de março de 2005, permanecerá sujeito à
pena prevista na sentença condenatória.
II. A lei penal pode retroagir em algumas hipóteses.
III. Caso Mévio não tenha sido condenado no primeiro grau de jurisdição, poderá ocorrer a
extinção de punibilidade desde que a mesma seja provocada pelo réu.
IV. Na hipótese, ocorre o fenômeno da abolitio criminis.

A) Todas estão corretas.


B) Somente I está incorreta.
C) I e IV estão corretas.
D) I e III estão corretas.
E) II e IV estão corretas.
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GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
Vamos analisar as alternativas:
Item I Î Incorreto Î O fato de Mévio já ter sido condenado não importa no caso em tela,
pois, segundo o art. 2º do CP, a retroação atinge os efeitos penais da sentença
condenatória.

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais
da sentença condenatória.

Item II Î Correto Î Conforme estudamos exaustivamente, em alguns casos há


possibilidade da retroação.

Item III Î Incorreto Î Não há qualquer obrigatoriedade de provocação por parte do réu.
Os efeitos de uma lei mais benéfica atinge AUTOMATICAMENTE os que por ele forem
atingidos.

Item IV Î Correto Î O instituto da abolitio criminis ocorre quando uma lei nova trata
como lícito fato anteriormente tido como criminoso, ou melhor, quando a lei nova
descriminaliza fato que era considerado infração penal.

4. (ESAF / MPU / 2004) Em se tratando de extraterritorialidade, pode-se afirmar que


se sujeitam à lei brasileira, embora praticados no estrangeiro,

A) os crimes contra a administração pública, por quem não está a seu serviço.
B) os crimes de genocídio, ainda que o agente não seja brasileiro ou domiciliado no
Brasil.
C) os crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, quando em território
estrangeiro, mesmo que aí sejam julgados.
D) os crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado
ou de Município.
E) os crimes contra o patrimônio praticados contra o presidente da República.

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GABARITO: D
COMENTÁRIOS: Exige o conheciento do art. 7º do CP. Vamos analisar:
Alternativa “A” Î Contraria o Art. 7º, I, “c” do CP. Veja:

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:


I - os crimes:
[...]
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (grifei)

Alternativa “B” Î Contraria o Art. 7º, I, “d” do CP. Veja:

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:


I - os crimes:
[...]
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no
Brasil. (grifei)

Alternativa “C” Î Contraria o Art. 7º, II, “c” do CP. Veja:

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:


II - os crimes:
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam
julgados.

Alternativa “D” Î É a alternativa correta. É a reprodução exata do Art. 7º, I, “b” do CP.
Veja:

b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de


Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público

Alternativa “E” Î Incorreta Î Sujeitam-se à lei brasileira, embora praticados no


estrangeiro, os crimes contra a liberdade ou a vida do Presidente da República.

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5. (ESAF / CGU / 2006) A pratica o crime às 23 horas e 32 minutos do dia 27 de


novembro. O prazo prescricional começa a fluir:

A) no dia 27 de novembro.
B) no dia 28 de novembro.
C) no dia da instauração do inquérito policial.
D) no dia do oferecimento da denúncia.
E) no dia do recebimento da denúncia.

GABARITO: “A”
COMENTÁRIOS: Como vimos em nossa aula, o prazo prescricional segue a regra do
prazo penal. Logo, inclui-se o dia de início, conforme regra presente no artigo 10 do
Código Penal:

Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os


dias, os meses e os anos pelo calendário comum.

6. (ESAF / CGU / 2006) A lei penal aplica-se retroativamente quando:

A) a contravenção penal torna-se crime.


B) o crime torna-se contravenção penal.
C) a pena de detenção torna-se de reclusão.
D) a pena de multa torna-se de detenção.
E) ocorrer a prescrição da pretensão punitiva.

GABARITO: “B”
COMENTÁRIOS: Vimos que a lei penal só retroage para beneficiar o réu. Sendo assim,
dentre as alternativas apresentadas, a única em que temos uma penalização mais grave
passando a um menor é a prevista na letra “B”.

7. (ESAF / AFT / 2003) A entrada em vigor de uma lei posterior que deixa de
considerar determinado fato como criminoso exclui:

A) somente a punibilidade.
B) a ilicitude.

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C) a imputabilidade penal.
D) somente a culpabilidade.
E) a ilicitude, a imputabilidade penal e a culpabilidade, conforme o caso

GABARITO: “A”
COMENTÁRIOS: Esta questão ficará mais clara com os conhecimentos que ainda virão,
mas desde já é importante saber que a aplicação do artigo 2º do CP é com relação à
extinção da punibilidade da conduta, ou seja, a ocorrência de abolitio criminis exclui
somente a punibilidade.

8. (ESAF / BACEN / 2001) Indique, nas opções abaixo, dois princípios contidos no
art. 1º do Código Penal:

A) da legalidade e da anterioridade
B) da reserva legal e da culpabilidade
C) da proporcionalidade e da legalidade
D) do duplo grau de jurisdição e da reserva legal
E) da culpabilidade e do devido processo legal

GABARITO: “A”
COMENTÁRIOS: Vimos os aspectos pertinentes a esta questão, predominantemente, na
aula demonstrativa. O artigo 1º do Código Penal preceitua:

Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem
prévia cominação legal.

Logo, fica claro e fácil concluirmos que abrange o princípio da LEGALIDADE E


ANTERIORIDADE.

9. (ESAF / SERPRO / 2001) Um paciente, vítima de um atropelamento, está internado


em um hospital de Buenos Aires, recebendo tratamento médico de emergência. Seu
estado é grave. Deve, pois, tomar determinado medicamento de três em três horas,
com o que deverá se curar. O controle de sua evolução clínica é feito por
computador. Um brasileiro, radicado em São Paulo, invade o computador daquele
hospital e altera aquela periodicidade para 6 horas. O paciente morre. Pergunta-se:
onde foi cometido o crime?

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A) no Brasil e na Argentina
B) só na Argentina
C) só no Brasil
D) o fato é atípico
E) em nenhum dos países

GABARITO: “A”
COMENTÁRIOS: O Código Penal adotou a teoria da ubiqüidade. Observe:

Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou


omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria
produzir-se o resultado.

Segundo esta teoria, CONSIDERA-SE, POR SUA VEZ, QUE O CRIME É COMETIDO
TANTO NO LUGAR DA ATIVIDADE QUANTO NO LUGAR DO RESULTADO.

10. (ESAF / AFRF / 2002 ) Em matéria de Direito Penal, assinale a opção correta.

A) Aplica-se a lei brasileira, com prejuízo de convenções, tratados e regras de direito


internacional, ao crime cometido no território nacional.
B) Para efeitos penais, não se consideram como extensão do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras.
C) Não se aplica a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando- se aquelas em pouso no
território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar
territorial do Brasil.
D) Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja
o momento do resultado.
E) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, não se aplica aos fatos
anteriores à ela.

GABARITO: “D”
COMENTÁRIOS:
Alternativa “A” Î Incorreta Î Como vimos, o Brasil adota a o princípio da territorialidade
mitigada ou temperada. A alternativa contraria o disposto no Código Penal quando trata
do tema:

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Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e


regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.

Alternativa “B” Î Incorreta Î A alternativa generaliza e, assim, contraria o parágrafo 1º


do artigo 5º.

Art. 5º [...]
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a
serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente
ou em alto-mar.

Alternativa “C” Î Claramente incorreta. A banca repetiu o parágrafo 2º do artigo 5º


colocando a palavra “Não” na frente. Observe:

§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de


aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-
se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

Alternativa “D” Î Correta Î Reprodução do artigo 4º, que trata do tempo do crime:

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão,


ainda que outro seja o momento do resultado

Alternativa “E” Î Incorreta Î A lei penal retroage para beneficiar o réu.

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LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS

1. (ESAF / AFT / 2010) À luz da aplicação da lei penal no tempo, julgue as


afirmações abaixo relativas ao fato de Osvaldo ter sido processado pelo delito de
paralisação de trabalho de interesse coletivo, em janeiro de 2009, supondo que lei,
de 10 de janeiro de 2010, tenha abolido o referido crime:

I. Caso Osvaldo já tenha sido condenado antes de janeiro de 2010, permanecerá


sujeito à pena prevista na sentença condenatória;
II. A lei penal não pode retroagir para beneficiar Osvaldo;
III. Caso Osvaldo ainda não tenha sido denunciado, não mais poderá sê-lo;
IV. Osvaldo será beneficiado pela hipótese da abolitio criminis.
a) Todos estão corretos.
b) Somente I está correto.
c) Somente III e IV estão corretos.
d) Somente I e III estão corretos.
e) Somente I e IV estão corretos.

2. (ESAF / AFT / 2010) Camargo, terrorista, tenta explodir agência do Banco do


Brasil, na França. Considerando o princípio da extraterritorialidade incondicionada,
previsto no Código Penal brasileiro, é correto afirmar que:

a) Camargo só pode ser processado criminalmente na França.


b) O Estado brasileiro não tem interesse em delitos ocorridos fora do Brasil.
c) Caso Camargo tenha sido condenado e encarcerado na França, não poderá ser preso
no Brasil.
d) O fato deve ser julgado no local onde ocorreu o crime: na França.
e) Mesmo Camargo tendo sido julgado na França, poderá ser julgado no Brasil.

3. (ESAF / PGFN / 2007) À luz da aplicação da lei penal no tempo, dos princípios da
anterioridade, da irretroatividade, retroatividade e ultratividade da lei penal, julgue
as afirmações abaixo relativas ao fato de Mévio ter sido processado pelo delito de
adultério em dezembro de 2004, sendo que a Lei n. 11.106, de 28 de março de 2005,
aboliu o crime de adultério:

I. Caso Mévio já tenha sido condenado antes de março de 2005, permanecerá sujeito à
pena prevista na sentença condenatória.
II. A lei penal pode retroagir em algumas hipóteses.

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III. Caso Mévio não tenha sido condenado no primeiro grau de jurisdição, poderá ocorrer a
extinção de punibilidade desde que a mesma seja provocada pelo réu.
IV. Na hipótese, ocorre o fenômeno da abolitio criminis.

A) Todas estão corretas.


B) Somente I está incorreta.
C) I e IV estão corretas.
D) I e III estão corretas.
E) II e IV estão corretas.

4. (ESAF / MPU / 2004) Em se tratando de extraterritorialidade, pode-se afirmar que


se sujeitam à lei brasileira, embora praticados no estrangeiro,

A) os crimes contra a administração pública, por quem não está a seu serviço.
B) os crimes de genocídio, ainda que o agente não seja brasileiro ou domiciliado no
Brasil.
C) os crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, quando em território
estrangeiro, mesmo que aí sejam julgados.
D) os crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado
ou de Município.
E) os crimes contra o patrimônio praticados contra o presidente da República.

5. (ESAF / CGU / 2006) A pratica o crime às 23 horas e 32 minutos do dia 27 de


novembro. O prazo prescricional começa a fluir:

A) no dia 27 de novembro.
B) no dia 28 de novembro.
C) no dia da instauração do inquérito policial.
D) no dia do oferecimento da denúncia.
E) no dia do recebimento da denúncia.

6. (ESAF / CGU / 2006) A lei penal aplica-se retroativamente quando:

A) a contravenção penal torna-se crime.


B) o crime torna-se contravenção penal.

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C) a pena de detenção torna-se de reclusão.


D) a pena de multa torna-se de detenção.
E) ocorrer a prescrição da pretensão punitiva.

7. (ESAF / AFT / 2003) A entrada em vigor de uma lei posterior que deixa de
considerar determinado fato como criminoso exclui:

A) somente a punibilidade.
B) a ilicitude.
C) a imputabilidade penal.
D) somente a culpabilidade.
E) a ilicitude, a imputabilidade penal e a culpabilidade, conforme o caso

8. (ESAF / BACEN / 2001) Indique, nas opções abaixo, dois princípios contidos no
art. 1º do Código Penal:

A) da legalidade e da anterioridade
B) da reserva legal e da culpabilidade
C) da proporcionalidade e da legalidade
D) do duplo grau de jurisdição e da reserva legal
E) da culpabilidade e do devido processo legal

9. (ESAF / SERPRO / 2001) Um paciente, vítima de um atropelamento, está internado


em um hospital de Buenos Aires, recebendo tratamento médico de emergência. Seu
estado é grave. Deve, pois, tomar determinado medicamento de três em três horas,
com o que deverá se curar. O controle de sua evolução clínica é feito por
computador. Um brasileiro, radicado em São Paulo, invade o computador daquele
hospital e altera aquela periodicidade para 6 horas. O paciente morre. Pergunta-se:
onde foi cometido o crime?

A) no Brasil e na Argentina
B) só na Argentina
C) só no Brasil
D) o fato é atípico
E) em nenhum dos países

10. (ESAF / AFRF / 2002 ) Em matéria de Direito Penal, assinale a opção correta.

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A) Aplica-se a lei brasileira, com prejuízo de convenções, tratados e regras de direito


internacional, ao crime cometido no território nacional.
B) Para efeitos penais, não se consideram como extensão do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras.
C) Não se aplica a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando- se aquelas em pouso no
território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar
territorial do Brasil.
D) Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja
o momento do resultado.
E) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, não se aplica aos fatos
anteriores à ela.

GABARITO

1-C 2-E 3-E 4-D 5-A

6-B 7-A 8-A 9-A 10-D

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