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APRESENTAÇÃO
É com grande felicidade que inicio mais este curso aqui no Ponto, com foco total no tão
aguardado concurso para o ISS-RJ.
Antes de tudo, para que me conheçam um pouco melhor, farei minha apresentação.
Meu nome é Pedro Ivo, sou servidor público há 11 anos e, atualmente, exerço o cargo de
Auditor-Fiscal Tributário no Município de São Paulo (ISS-SP).
Por opção, comecei a estudar para a área fiscal e, concomitantemente, fui aprendendo o
que é o “verdadeiro espírito de concurseiro”, qualidade que logo percebi ser tão
necessária para alcançar meu objetivo.
Agora que já me conhecem um pouco, posso, com certa tranqüilidade, começar a falar
de nosso curso. Digo isto porque espero, nas próximas semanas, poder estar
conversando com vocês sobre o Direito Penal em suas casas, no trabalho, no metrô, no
ônibus, enfim, em qualquer lugar em que vocês estiverem lendo as aulas.
“Mas, professor... Eu nunca ouvi falar neste tal de “QP”, o que é isso?”
É o método através do qual eu apenas não estarei fisicamente na sua frente, mas
buscarei com que se sintam em uma sala de aula, aprendendo a matéria através de uma
linguagem clara e objetiva, voltada para a sua aprovação.
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Nesta reta final até a PROVA a objetividade será essencial. Assim o intuito do curso não é
o de abordar TODOS os tópicos referentes aos temas presentes no edital, mas sim
apresentar os principais pontos cobrados pela ESAF.
DO CRIME
AULA 01
INFRAÇÃO PENAL: ELEMENTOS E ESPÉCIES.
IMPUTABILIDADE PENAL.
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Ocorre, entretanto, que a banca não tem grande tradição no que diz respeito ao Direito
Penal. Assim, quando necessário, apresentarei exercícios de outras bancas, mas sempre
irei adequar ao “estilo ESAF”, ok?
Dito isto, vamos começar a subir mais um importante degrau rumo à aprovação?
Bons estudos!!!
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Futuros Aprovados,
1.1.1 CONCEITO
A lei penal é a fonte formal imediata do Direito Penal e é classificada pela doutrina
majoritária em incriminadora e não incriminadora.
Dizemos ser incriminadoras aquelas que criam crimes e cominam penas como, por
exemplo:
Diferentemente, as leis penais não incriminadoras são as que não criam delitos e
nem cominam penas, e subdividem-se em (citarei só o que importa para sua PROVA):
• PERMISSIVAS Î Autorizam a prática de condutas típicas. Exemplo: Art. 23 do
CP.
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I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito.
PRECEITO
Resumindo:
PRIMÁRIO
+
INCRIMINADORA
PRECEITO
SECUNDÁRIO
LEI PENAL
PERMISSIVA
NÃO EXCULPANTE
INCRIMINADORA
INTERPRETATIVA
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1.1.2.1 ANALOGIA
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• Analogia in bonam partem Î Neste caso, aplica-se ao caso omisso uma norma
favorável ao réu. Este tipo de analogia é aceito em nosso ordenamento jurídico
e desta for
• ma já se pronunciou o STF em diversos julgados:
A lei penal, assim como qualquer outro dispositivo legal, passa por um processo
legislativo, ingressa no nosso ordenamento jurídico e vigora até a sua revogação, que
nada mais é do que a retirada da vigência de uma lei.
Entretanto, mais propriamente na esfera do Direito Penal, temos diversas situações em
que a revogação de uma lei instaura uma situação de claro conflito que, obviamente,
precisa ser sanado.
Antes de verificarmos estes conflitos, caro aluno, é importante, mas MUITO
IMPORTANTE MESMO, que tenhamos em mente que a regra geral no Direito Penal é a
da prevalência da lei que se encontrava em vigor quando da prática do fato, ou seja,
aplica-se a LEI VIGENTE quando da prática da conduta – Princípio do “TEMPUS REGIT
ACTUM”
Sendo assim, devemos sempre lembrar que:
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Aqui não temos a tipificação de uma conduta antes descriminalizada, mas sim a
aplicação de tratamento mais rigoroso a um fato já constante como delito. Para
esta situação também não há que se falar em retroatividade, pois, conforme já
tratamos:
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O instituto da abolitio criminis ocorre quando uma lei nova trata como lícito fato
anteriormente tido como criminoso, ou melhor, quando a lei nova descriminaliza
fato que era considerado infração penal.
Encontra embasamento no artigo 2º do Código Penal, que dispõe da seguinte
forma:
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais
da sentença condenatória.
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Para finalizar, exemplo claro de abolitio criminis em nosso ordenamento jurídico foi o
que aconteceu com o adultério, que desde 2005 não é mais considerado crime.
Imaginemos que Tício cometeu um delito. Meses depois, após sua condenação
transitada em julgado, a lei penal é modificada, tornando-se mais benéfica. Para este
caso, ela retroagirá?
Para obter a resposta, caro aluno, você deve verificar o parágrafo único do artigo 2º do
Código Penal, que dispõe:
Art. 2º
[...]
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença
condenatória transitada em julgado.
Para ficar bem claro, vamos aplicar o regramento legal em um caso prático:
Em 2006 tivemos o advento da lei nº. 11.343, conhecida como lei de Drogas. Até
então, caso determinado indivíduo fosse encontrado com drogas, mesmo para
consumo próprio, estaria cometendo um crime e poderia, inclusive, ser preso.
A nova lei veio despenalizar a conduta, ou seja, hoje, se um indivíduo estiver com
drogas para consumo pessoal, não pode ser preso.
O que fazer então com aqueles que haviam sido presos?
Exatamente isso, ou seja...Abrir as portas para todos eles!!!
A RETROATIVIDADE É AUTOMÁTICA,
DISPENSA CLÁUSULA EXPRESSA E
ALCANÇA INCLUSIVE OS FATOS
DEFINITIVAMENTE JULGADOS!
Atenção agora, caro aluno, para um importante detalhe. Tratamos que a lei mais
favorável é RETROATIVA. Sendo assim, somente podemos falar em
RETROATIVIDADE quando lei posterior for mais benéfica ao agente, em comparação
àquela que estava em vigor quando o crime foi praticado.
Observe:
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Mas agora imaginemos que Mévio comete um delito sob a égide de uma LEI “A”.
Meses depois uma LEI “B” revoga a LEI “A”, trazendo regras mais gravosas ao crime
cometido por Mévio. O que fazer neste caso?
Para esta situação, em que um delito é praticado durante a vigência de uma lei que
posteriormente é revogada por outra prejudicial ao agente, ocorrerá a
ULTRATIVIDADE da lei.
Quando se diz que uma lei penal é dotada de ultratividade, quer-se afirmar que ela,
apesar de não mais vigente, continua a vincular os fatos anteriores à sua saída do
sistema.
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Caro aluno, vimos até agora que a lei penal retroage para beneficiar o réu. Mas
imagine a seguinte situação. Uma lei é editada atribuindo penalização de reclusão de
5 a 8 anos para os indivíduos que gastem uma quantidade de água superior a 300
litros por mês durante certo período de racionamento. Esta lei entra em vigor em 01 de
janeiro de 2010 e termina em 31 de dezembro do mesmo ano.
Tício, no mês de outubro do supracitado ano, durante a vigência da lei, gasta 500 litros
de água e tal fato só é descoberto no dia 29 de dezembro. Para este caso, dará tempo
de ele ser condenado? E se for, no dia 1º de janeiro teremos a abolitio criminis?
Para responder a estas perguntas e evitar situações absurdas que tirariam o sentido
de determinadas leis, dispõe o Código Penal:
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Esquematizando:
INÍCIO DA ATO
TÉRMINO DA
VIGÊNCIA CONTRÁRIO VIGÊNCIA
À LEI
"Ocorre o conflito aparente de normas penais quando o mesmo fato se amolda a duas ou
mais normas incriminadoras. A conduta, única, parece subsumir-se em diversas normas
penais. Ou seja, há uma unidade de fato e uma pluralidade de normas contemporâneas
identificando aquele fato como criminoso".
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1. SUBSIDIARIEDADE;
2. ESPECIALIDADE;
3. CONSUNÇÃO;
4. ALTERNATIVIDADE
Vamos conhecê-los:
Estabelece que a lei especial prevalece sobre a geral. Considera-se lei especial
aquela que contém todos os requisitos da lei geral e mais alguns chamados
especializantes.
Exemplo: O crime de infanticídio, previsto no artigo 123 do Código Penal, tem um
núcleo idêntico ao do crime de homicídio, tipificado pelo artigo 121, qual seja, “matar
alguém”. Torna-se figura especial, ao exigir elementos diferenciadores: A autora deve
ser a mãe e a vítima deve ser o próprio filho, nascente ou neonato, cometendo-se o
delito durante o parto ou logo após, sob influência do estado puerperal.
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ELEMENTOS COMUNS
Como exemplo, compete citar o crime de perigo para a vida ou saúde de outrem (art.
132, CP):
Como se retira do preceito secundário do artigo transcrito, somente "se o fato não
constituir crime mais grave" é que a pena relativa ao delito descrito no art. 132 será
aplicada ao agente.
No caso da subsidiariedade tácita, a norma nada diz, mas, diante do caso concreto,
verifica-se seu caráter secundário.
Exemplo claro é o do crime de roubo, em que a vítima, mediante emprego de
violência, é constrangida a entregar a sua bolsa ao agente.
Aparentemente, incidem o tipo definidor do roubo (norma primária) e o do
constrangimento ilegal (norma subsidiária), sendo que o constrangimento ilegal, no
caso, foi apenas uma fase do roubo, além do fato de este ser mais grave.
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Ocorre quando uma norma jurídica prevê diversas condutas, alternativamente, como
modalidades de uma mesma infração. Para estes casos, mesmo que o infrator cometa
mais de uma dessas ‘condutas alternativas’, isto é, se, acaso, violar mais de um dever
jurídico, será apenado somente uma vez.
É comum no Direito Ambiental a norma jurídica determinar várias modalidades de
conduta para a mesma infração. Por exemplo, o artigo 11 do Decreto 3.179, de
21.9.1999, que regulamenta a Lei 9.605/1998, estabelece:
O infrator será apenado apenas uma vez, ainda que realize diversos comportamentos
estabelecidos na norma. Por exemplo, se a pessoa caça e depois mata determinado
animal silvestre, sofrerá uma reprimenda, a que for cominada à infração.
Para ficar bem claro, um outro exemplo: Assim dispõe o artigo 193 da Lei 9.503, de
23.9.1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro:
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Caro aluno, imagine que Tício atira em Mévio no dia 15 de março de 2009, quando
possuía 17 anos, 28 dias e 6 horas. Mévio é socorrido, levado ao hospital e vem a falecer
no dia 03 de abril de 2009, em virtude dos disparos.
Neste caso, Tício poderá ser condenado?
Perceba que temos a ação ocorrendo em uma data (disparos) e o resultado em outra.
Como encontrar a solução para este questionamento?
Para determinar o tempo do crime, a doutrina criminal tem apresentado três teorias, quais
sejam, a teoria da atividade, do resultado e da ubiqüidade (mista).
Teoria da Atividade Î O crime ocorre no lugar em que foi praticada a ação ou omissão,
ou seja, a conduta criminosa. Ex.: o crime de homicídio é praticado no lugar em que o
agente dispara a arma de fogo com a intenção de matar a vítima;
Teoria do Resultado Î O crime ocorre no lugar em que ocorreu o resultado. Ex.: o crime
de homicídio é praticado no lugar em que a vítima morreu, ainda que outro tenha sido o
lugar da ação;
Teoria da Ubiqüidade Î Também conhecida por teoria mista, já que para esta teoria o
crime ocorre tanto no lugar em que foi praticada a ação ou omissão (atividade) como onde
se produziu, ou deveria se produzir o resultado (resultado).
O Código Penal adota claramente, em seu artigo 4º, a TEORIA DA ATIVIDADE para
determinar o tempo do crime. Observe:
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Desta forma, fica claro que em nosso exemplo inicial, Tício não poderá ser condenado
com base no Código Penal, pois era menor quando da ação do delito. Será cabível para o
caso as disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente.
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO
Prosseguindo:
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4. Nos crimes continuados em que os fatos anteriores eram punidos por uma lei,
operando-se o aumento da pena por lei nova, aplica-se esta última a toda
unidade delitiva, desde que sob a sua vigência continue a ser praticado.
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5. No Crime Habitual em que haja sucessão de leis, deve ser aplicada a nova,
ainda que mais severa, se o agente insistir em reiterar a conduta criminosa.
Art. 5º
[...]
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Com base nos supracitados parágrafos, imagine que Ticio, brasileiro, está na
Argentina e confere lesões corporais graves em um “Hermano”. Diante de tal fato,
Ticio, perseguido por policiais, corre para um navio da marinha de guerra do Brasil e o
adentra. Neste caso, Tício poderá ser preso pelos policiais Argentinos?
A resposta é negativa, pois o navio será considerado extensão do território Brasileiro e
não poderá ser penetrado peles policiais Argentinos.
Agora outra situação... Mévio, Americano, está em um cruzeiro que passará pelas
belas praias do Rio de Janeiro. Nas proximidades de Copacabana, Mévio atira em
Caio. Diante desta situação, o que fazer? Mévio pode ser preso segundo as leis
brasileiras?
A resposta é positiva, pois, com base no parágrafo 2º do artigo 5º, para crimes
praticados a bordo de embarcações privadas estrangeiras, achando-se estas em porto
ou mar territorial do Brasil, aplica-se a lei brasileira.
Como percebe, as regras são de fácil aplicação, mas o correto entendimento é
fundamental para sua PROVA.
Autoriza a submissão à lei brasileira dos crimes praticados no estrangeiro por autor
brasileiro ou contra vítima brasileira.
Este princípio se subdivide em outros dois:
1 – Princípio da Personalidade Ativa Î Só se considera a nacionalidade do autor
do delito, ou seja, independentemente da nacionalidade do sujeito passivo e do
bem jurídico ofendido, o agente é punido de acordo com a lei brasileira.
Encontra-se disposto no art. 7.º, I, alínea “d” e II, “b” do Código Penal:
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As leis penais devem ser aplicadas a todo e qualquer fato punível, seja qual for a
nacionalidade do agente, do bem jurídico lesado ou posto em perigo e em qualquer
local onde o fato foi praticado.
A lei penal deve ser aplicada a todos os homens, independentemente do local onde
se encontrem.
É um princípio baseado na cooperação penal internacional e permite a punição, por
todos os Estados, da totalidade dos crimes que forem objeto de tratados e de
convenções internacionais. Fundamenta-se no dever de solidariedade na
repressão de certos delitos cuja punição interessa a todos os povos. Exemplos:
Tráfico de drogas, comércio de seres humanos, genocídio, etc.
Encontra previsão no art. 7º, II, “a”, do Código Penal:
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II - os crimes
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
Segundo este princípio, deve ser aplicada a lei penal brasileira aos crimes
cometidos em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada quando estiverem em território estrangeiro e aí não sejam
julgados. Está previsto no artigo 7º, II, “c”, do Código Penal:
II - os crimes
[...]
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam
julgados.
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1.5.4 EXTRATERRITORIALIDADE
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Conforme já tratamos, justifica-se pelo fato de o Brasil ter adotado, relativamente à lei
penal no espaço, o princípio da territorialidade mitigada, o que autoriza,
excepcionalmente, a incidência da lei penal brasileira a crimes praticados fora do
território nacional.
A extraterritorialidade pode ser incondicionada ou condicionada e são estas duas
espécies que veremos a partir de agora. Apresentarei primeiramente as regras gerais
e depois colocarei o que é importante em um esquema, a fim de facilitar a assimilação.
Observação:
Como o próprio nome diz, são hipóteses em que a lei brasileira é aplicada,
independentemente de qualquer CONDIÇÂO. Encontra previsão do art. 7º, I do
Código Penal, que dispõe:
Relaciona-se aos crimes indicados no art. 7.°, II, e § 3.°, do Código Penal.
Art. 7º
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[...]
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam
julgados.
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HIPÓTESES:
CONDIÇÕES:
HIPÓTESES:
EXTRATERRITORIALIDADE
*CRIMES QUE, POR TRATADO OU CONVENÇÃO, O
BRASIL SE OBRIGOU A REPRIMIR.
CONDICIONADA
CONDIÇÕES:
*ENTRAR O AGENTE NO TERRITÓRIO NACIONAL
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Imaginemos que Tício cometeu um crime contra a vida do presidente Lula em solo
argentino e lá foi condenado à pena de seis anos de reclusão, dos quais já cumpriu
três anos. Durante uma rebelião, Tício foge e consegue chegar ao Brasil.
Conforme já vimos, e quanto a isso não deve haver dúvidas, a sentença estrangeira
não faz coisa julgada no Brasil. Logo, o autor da infração deverá ser novamente
julgado.
Pensemos que Tício foi condenado aqui no Brasil a 15 anos de reclusão. O que
ocorrerá com aqueles três anos já cumpridos? Não valerão de nada?
Claro que valerão. E a resposta para este questionamento está no artigo 8º do Código
Penal, que, com base no já conhecido princípio do “ne bis in idem”, dispõe:
A sentença judicial é proferida pelo ESTADO com base na sua soberania e confere
efeitos no local em que foi decidida. Assim, via de regra, uma sentença judicial
Brasileira vale para o Brasil, uma sentença judicial Paraguaia vale no Paraguai, e
assim por diante.
Contudo, existem determinadas situações em que decisões judiciais de outras nações
são recepcionadas pelo estado Brasileiro através de sua homologação, mediante o
procedimento constitucionalmente previsto, a fim de constituí-la em título executivo
com validade em território nacional.
Encontramos as hipóteses de possibilidade de utilização da sentença estrangeira no
art. 9º do Código Penal, que leciona:
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Diante do que vimos até agora, responda-me...Imagine que Tício foi condenado a
determinada pena do estrangeiro. Esta sentença pode ser homologada e utilizada pelo
Brasil, nos termos do art. 9º? É claro que........NÂO!!!!!
Observe que o artigo 9º só traz duas possibilidades de homologação, que são:
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Ele estará livre às 00:00h do dia 16, ou seja, ficará UM MINUTO preso e isto
será considerado UM DIA.
“Mas, como assim, professor? Só um minuto???”
É exatamente isso, caro aluno. Como o dia do começo inclui-se no cômputo do
prazo e, segundo o artigo 11 do Código Penal, não há que se falar em frações
de dia, teremos 1 minuto valendo 24 horas. Observe o disposto no ainda não
apresentado artigo 11:
Para finalizar este tópico, faz-se necessário tecer um importante comentário. O prazo
sempre terá natureza penal quando guardar pertinência com o jus puniendi, ou seja, a
pretensão punitiva do Estado. É o caso, por exemplo, da prescrição e da decadência.
Como a sua ocorrência importa na extinção da punibilidade, está relacionada com a
contagem de prazo penal que difere do prazo processual, definido no Código de
Processo Penal e que, obviamente, não importa para a sua PROVA.
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As regras gerais do Código Penal devem ser aplicadas às leis especiais quando estas
não tratarem de modo diverso. Assim, as regras gerais do CP têm caráter subsidiário.
Serão elas aplicadas quando a legislação especial não dispuser de forma diversa.
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Companheiros de estudos,
Pedro Ivo
Abraham Lincoln
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01) Princípio da legalidade (reserva legal): não há crime sem lei que o defina; não há pena sem
cominação legal.
02) Princípio da anterioridade: não há crime sem lei “anterior” que o defina; não há pena sem
“prévia” imposição legal.
03) Tempo do crime: Tempo do crime é o momento em que ele se considera cometido.
04) Teoria da atividade (art.4º): Atende-se ao momento da prática da ação (ação ou omissão);
Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que seja outro o
momento do resultado. Î É a teoria adotada pelo CP.
07) Princípio da territorialidade: A lei penal só tem aplicação no território do Estado que a
determinou, sem atender à nacionalidade do sujeito ativo do delito ou do titular do bem jurídico
lesado.
08) Princípio da nacionalidade: A lei penal do Estado é aplicável a seus cidadãos onde quer que
se encontrem; divide-se em:
a) Princípio da nacionalidade ativa (aplica-se a lei nacional ao cidadão que comete crime no
estrangeiro, independentemente da nacionalidade do sujeito passivo);
b) Princípio da personalidade passiva (exige que o fato praticado pelo nacional no estrangeiro
atinja um bem jurídico do seu próprio Estado ou de um co-cidadão).
09) Princípio da defesa: Leva em conta a nacionalidade do bem jurídico lesado pelo crime,
independentemente do local de sua prática ou da nacionalidade do sujeito ativo.
10) Princípio da justiça penal universal: Preconiza o poder de cada Estado de punir qualquer
crime, seja qual for a nacionalidade do delinqüente e da vítima ou o local de sua prática.
11) Princípio da representação: Nos seus termos, a lei penal de determinado país é também
aplicável aos delitos cometidos em aeronaves e embarcações privadas, quando realizados no
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12) Lugar do crime: Lugar do crime é o lugar onde ele se considera praticado.
13) Teoria da atividade: De acordo com ela, é considerado lugar do crime aquele em que o
agente desenvolveu a atividade criminosa, onde praticou os atos executórios.
15) Teoria da ubiqüidade (art. 6º, CP): Nos termos dela, lugar do crime é aquele em que se
realizou qualquer dos momentos do iter criminis, seja da prática dos atos executórios, seja da
consumação. É a teoria adotada pelo Código Penal.
Já a segunda determina que no prazo penal, os dias, os meses e os anos são contados de acordo
com o calendário comum, também chamado de gregoriano.
Os meses são calculados com o número de dias característicos de cada um deles, e não como
um período de 30 dias.
18) Frações não computáveis da pena: Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas
restritivas de direito, as frações de dias e, na pena de multa, as frações de cruzeiro (art. 11).
19) Legislação especial: As regras gerais do CP são aplicáveis aos fatos incriminados por lei
especial, se esta não dispõe de modo diverso; regras gerais do Código são as normas não
incriminadoras, permissivas ou complementares, previstas na Parte Geral ou Especial (art. 12).
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EXERCÍCIOS
GABARITO: C
COMENTÁRIOS: Analisando as assertivas:
Assertiva I Î Está errada, pois contraria o art. 2º do CP segundo o qual “Ninguém pode
ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela
a execução e os efeitos penais da sentença condenatória”.
Assertiva III Î A assertiva está correta, pois, como a conduta não é mais considerada
típica, não há que se falar em possibilidade de denúncia por parte do Ministério Público.
Assertiva IV Î Está correta, pois no caso da abolitio criminis a lei retroagirá para
beneficiar o réu.
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c) Caso Camargo tenha sido condenado e encarcerado na França, não poderá ser preso
no Brasil.
d) O fato deve ser julgado no local onde ocorreu o crime: na França.
e) Mesmo Camargo tendo sido julgado na França, poderá ser julgado no Brasil.
GABARITO: E
COMENTÁRIOS: Questão que exige o conhecimento do art. 7º no tocante a
extraterritorialidade.
Observe que o art. 7º, I, “b”, atribui a aplicabilidade da lei brasileira aos crimes contra o
patrimônio de sociedade de economia mista instituída pelo poder público. Assim, no caso
em tela, mesmo Camargo tendo sido julgado na França, poderá ser julgado no Brasil.
3. (ESAF / PGFN / 2007) À luz da aplicação da lei penal no tempo, dos princípios da
anterioridade, da irretroatividade, retroatividade e ultratividade da lei penal, julgue
as afirmações abaixo relativas ao fato de Mévio ter sido processado pelo delito de
adultério em dezembro de 2004, sendo que a Lei n. 11.106, de 28 de março de 2005,
aboliu o crime de adultério:
I. Caso Mévio já tenha sido condenado antes de março de 2005, permanecerá sujeito à
pena prevista na sentença condenatória.
II. A lei penal pode retroagir em algumas hipóteses.
III. Caso Mévio não tenha sido condenado no primeiro grau de jurisdição, poderá ocorrer a
extinção de punibilidade desde que a mesma seja provocada pelo réu.
IV. Na hipótese, ocorre o fenômeno da abolitio criminis.
GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
Vamos analisar as alternativas:
Item I Î Incorreto Î O fato de Mévio já ter sido condenado não importa no caso em tela,
pois, segundo o art. 2º do CP, a retroação atinge os efeitos penais da sentença
condenatória.
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais
da sentença condenatória.
Item III Î Incorreto Î Não há qualquer obrigatoriedade de provocação por parte do réu.
Os efeitos de uma lei mais benéfica atinge AUTOMATICAMENTE os que por ele forem
atingidos.
Item IV Î Correto Î O instituto da abolitio criminis ocorre quando uma lei nova trata
como lícito fato anteriormente tido como criminoso, ou melhor, quando a lei nova
descriminaliza fato que era considerado infração penal.
A) os crimes contra a administração pública, por quem não está a seu serviço.
B) os crimes de genocídio, ainda que o agente não seja brasileiro ou domiciliado no
Brasil.
C) os crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, quando em território
estrangeiro, mesmo que aí sejam julgados.
D) os crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado
ou de Município.
E) os crimes contra o patrimônio praticados contra o presidente da República.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS: Exige o conheciento do art. 7º do CP. Vamos analisar:
Alternativa “A” Î Contraria o Art. 7º, I, “c” do CP. Veja:
Alternativa “D” Î É a alternativa correta. É a reprodução exata do Art. 7º, I, “b” do CP.
Veja:
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A) no dia 27 de novembro.
B) no dia 28 de novembro.
C) no dia da instauração do inquérito policial.
D) no dia do oferecimento da denúncia.
E) no dia do recebimento da denúncia.
GABARITO: “A”
COMENTÁRIOS: Como vimos em nossa aula, o prazo prescricional segue a regra do
prazo penal. Logo, inclui-se o dia de início, conforme regra presente no artigo 10 do
Código Penal:
GABARITO: “B”
COMENTÁRIOS: Vimos que a lei penal só retroage para beneficiar o réu. Sendo assim,
dentre as alternativas apresentadas, a única em que temos uma penalização mais grave
passando a um menor é a prevista na letra “B”.
7. (ESAF / AFT / 2003) A entrada em vigor de uma lei posterior que deixa de
considerar determinado fato como criminoso exclui:
A) somente a punibilidade.
B) a ilicitude.
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C) a imputabilidade penal.
D) somente a culpabilidade.
E) a ilicitude, a imputabilidade penal e a culpabilidade, conforme o caso
GABARITO: “A”
COMENTÁRIOS: Esta questão ficará mais clara com os conhecimentos que ainda virão,
mas desde já é importante saber que a aplicação do artigo 2º do CP é com relação à
extinção da punibilidade da conduta, ou seja, a ocorrência de abolitio criminis exclui
somente a punibilidade.
8. (ESAF / BACEN / 2001) Indique, nas opções abaixo, dois princípios contidos no
art. 1º do Código Penal:
A) da legalidade e da anterioridade
B) da reserva legal e da culpabilidade
C) da proporcionalidade e da legalidade
D) do duplo grau de jurisdição e da reserva legal
E) da culpabilidade e do devido processo legal
GABARITO: “A”
COMENTÁRIOS: Vimos os aspectos pertinentes a esta questão, predominantemente, na
aula demonstrativa. O artigo 1º do Código Penal preceitua:
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem
prévia cominação legal.
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A) no Brasil e na Argentina
B) só na Argentina
C) só no Brasil
D) o fato é atípico
E) em nenhum dos países
GABARITO: “A”
COMENTÁRIOS: O Código Penal adotou a teoria da ubiqüidade. Observe:
Segundo esta teoria, CONSIDERA-SE, POR SUA VEZ, QUE O CRIME É COMETIDO
TANTO NO LUGAR DA ATIVIDADE QUANTO NO LUGAR DO RESULTADO.
10. (ESAF / AFRF / 2002 ) Em matéria de Direito Penal, assinale a opção correta.
GABARITO: “D”
COMENTÁRIOS:
Alternativa “A” Î Incorreta Î Como vimos, o Brasil adota a o princípio da territorialidade
mitigada ou temperada. A alternativa contraria o disposto no Código Penal quando trata
do tema:
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Art. 5º [...]
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a
serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente
ou em alto-mar.
Alternativa “D” Î Correta Î Reprodução do artigo 4º, que trata do tempo do crime:
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3. (ESAF / PGFN / 2007) À luz da aplicação da lei penal no tempo, dos princípios da
anterioridade, da irretroatividade, retroatividade e ultratividade da lei penal, julgue
as afirmações abaixo relativas ao fato de Mévio ter sido processado pelo delito de
adultério em dezembro de 2004, sendo que a Lei n. 11.106, de 28 de março de 2005,
aboliu o crime de adultério:
I. Caso Mévio já tenha sido condenado antes de março de 2005, permanecerá sujeito à
pena prevista na sentença condenatória.
II. A lei penal pode retroagir em algumas hipóteses.
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III. Caso Mévio não tenha sido condenado no primeiro grau de jurisdição, poderá ocorrer a
extinção de punibilidade desde que a mesma seja provocada pelo réu.
IV. Na hipótese, ocorre o fenômeno da abolitio criminis.
A) os crimes contra a administração pública, por quem não está a seu serviço.
B) os crimes de genocídio, ainda que o agente não seja brasileiro ou domiciliado no
Brasil.
C) os crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, quando em território
estrangeiro, mesmo que aí sejam julgados.
D) os crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado
ou de Município.
E) os crimes contra o patrimônio praticados contra o presidente da República.
A) no dia 27 de novembro.
B) no dia 28 de novembro.
C) no dia da instauração do inquérito policial.
D) no dia do oferecimento da denúncia.
E) no dia do recebimento da denúncia.
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7. (ESAF / AFT / 2003) A entrada em vigor de uma lei posterior que deixa de
considerar determinado fato como criminoso exclui:
A) somente a punibilidade.
B) a ilicitude.
C) a imputabilidade penal.
D) somente a culpabilidade.
E) a ilicitude, a imputabilidade penal e a culpabilidade, conforme o caso
8. (ESAF / BACEN / 2001) Indique, nas opções abaixo, dois princípios contidos no
art. 1º do Código Penal:
A) da legalidade e da anterioridade
B) da reserva legal e da culpabilidade
C) da proporcionalidade e da legalidade
D) do duplo grau de jurisdição e da reserva legal
E) da culpabilidade e do devido processo legal
A) no Brasil e na Argentina
B) só na Argentina
C) só no Brasil
D) o fato é atípico
E) em nenhum dos países
10. (ESAF / AFRF / 2002 ) Em matéria de Direito Penal, assinale a opção correta.
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