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Projeto Presente!

Formação / Geografia 1

CARTOGRAFIA: A LINGUAGEM DA GEOGRAFIA

Começo de conversa
Chegar a um lugar desconhecido utilizando um mapa, ou consultar o guia de
ruas para traçar um bom caminho, é uma tortura para muita gente. Embora essas
ações pareçam banais, realizá-las com desenvoltura requer uma série de
conhecimentos que só são adquiridos num processo de alfabetização diferente. Ele
não envolve letras, palavras e pontuação, mas linhas, cores e formas. É a
aprendizagem da linguagem cartográfica.

A importância da cartografia
Essencial para o ensino da Geografia, a cartografia tornou-se importante na
educação contemporânea, tanto para o aluno atender às necessidades do seu
cotidiano quanto para estudar o ambiente em que vive. Aprendendo as
características físicas, econômicas, sociais e humanas do ambiente, ele pode
entender as transformações causadas pela ação do homem e dos fenômenos
naturais ao longo do tempo.
“Saber ler mapas faz com que a pessoa consiga pensar sobre territórios e
regiões que não conhece”, explica Rosângela Doin de Almeida, professora da
Universidade Estadual Paulista, membro do Grupo de Pesquisa em Cartografia
Escolar e representante brasileira da International Cartography Association (ICA).
Ela afirma ainda que a tecnologia produz representações cartográficas cada vez
mais sofisticadas. Sua linguagem é usada no ensino não só da Geografia, mas
também da História e das Ciências em geral. “Conhecê-la significa adquirir boa parte
do suporte necessário para a construção do conhecimento”, enfatiza.
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1. Mapeador e leitor de mapas

Objetivos
• Ler, interpretar e representar espaços físicos conhecidos, como
a casa, a escola e o bairro.
• Criar e ler símbolos e legendas.
• Adquirir noções de direção, sentido, projeção, proporção,
paisagem, escala gráfica e escala numérica.

Como chegar lá
• Use brincadeiras e jogos infantis.
• Proponha a construção de maquetes e desenhos de mapas de
trajetos familiares às crianças. Não deixe de ensinar, a cada etapa, os
conceitos cartográficos envolvidos.
Lembrete

O aprendizado da cartografia pode começar na educação infantil, mas


vai estender-se até o final do ensino médio, com atividades adequadas ao
nível de desenvolvimento da turma.

Pressupostos
Os alunos do ensino fundamental, principalmente de 1ª a 4ª séries, nem
sempre compreendem os conceitos de espaço da mesma forma que o adulto. Um
aluno da 2ª série, por exemplo, pode não entender como o estado da Bahia se
encontra ao mesmo tempo ao sul de Pernambuco e ao norte do Espírito Santo.
No ensino fundamental, esses conhecimentos devem ser desenvolvidos e
aprofundados desde a 1ª série, pois são essenciais ao entendimento dos conceitos
que possibilitam ao aluno realizar a análise geográfica.
A utilização de mapas é um processo de ir e vir, do concreto ao abstrato, da
imagem para o significado. É um trabalho que se desenvolve da etapa de
representação dos espaços em que vivemos, conhecemos e experimentamos até a
interpretação de realidades não conhecidas e que exigem maior abstração.
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Representar, interpretar, mapear


Um trabalho com mapas, na sala de aula, deve ser precedido de um período
em que a representação se forma — dissociação dos significados e significantes —
e em que se constróem, lenta e gradativamente, as relações espaciais e a própria
consciência do mundo físico e social.
O aluno é considerado o mapeador, aquele que representa a realidade física e
social, inicialmente por meio de símbolos convencionados por ele próprio. Quando
adquire a consciência da representação, ele pode tornar-se um usuário, aquele que
lê e interpreta mapas elaborados por outros.
Como mapeadores, os alunos são codificadores que emitem uma mensagem
recorrendo a mapas e interpretam a mensagem elaborada por outra pessoa.
Iniciando o aluno em sua tarefa de mapear, estamos, portanto, mostrando os
caminhos para que se torne um leitor consciente da linguagem cartográfica.

Equívocos metodológicos
A idéia aqui exposta tem sido, por vezes, mal interpretada. Há no mercado
editorial uma proliferação de cadernos de mapas mudos para o aluno colocar nome
de países e rios, ou pintar países, estados ou municípios. Essas tarefas são
mecanicistas e não levam à formação de conceitos quanto à linguagem cartográfica.
A ação para o aluno entender a linguagem não está em pintar ou copiar
contornos, mas em “fazer o mapa”. Ao acompanhar metodologicamente cada passo
do processo — reduzir proporcionalmente, estabelecer um sistema de projeções
para que haja coordenação de pontos de vista (descentralização espacial) —, ele se
familiariza com a linguagem cartográfica.
Mesmo depois disso o aluno sentirá dificuldades em organizar um sistema de
signos de forma ordenada, mas é vivenciando essas dificuldades que ele irá
construir noções profundas de organização de um sistema semiótico. Ao ter de
generalizar, estabelecer uma classificação e selecionar as informações que devem
ser mapeadas, o aluno será forçado a tomar consciência dessas informações — as
pertinentes e as não pertinentes —, o que melhorará seu raciocínio lógico.
Por intermédio dessa ação de mapear, e não de cópias ou pinturas de mapas,
dá-se um verdadeiro passo metodológico para o aprendizado de cartografia.
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Um processo em três partes


1 Tarefas operatórias para a construção de pré-aprendizado, que
facilitarão a leitura de mapas. São elas as atividades de orientação,
observação de pontos de referência, localização com a utilização de retas
coordenadas como pontos de referência, coordenação de pontos de vista,
proporcionalidade, conservação de forma, tamanho e comprimento.
Piaget mostrou que é fácil a utilização de retas coordenadas como
pontos de referência no cotidiano, uma vez que a própria natureza e os
elementos urbanos do dia-a-dia nos fornecem essas coordenadas: árvores,
ruas planas, postes, paredes, portas, chão. Portanto, parece que esses
pontos de referência devem ser usados para a localização de elementos
simples, como a casa da criança, por meio da observação em relações
topológicas, projetivas ou euclidianas.

2 Atividades de codificação do cotidiano para o exercício da


função simbólica no mapeamento, facilitando, dessa forma, a compreensão
da relação significante versus significado, pela criação de significantes a fim
de que a criança represente e organize uma legenda.

3 Leitura propriamente dita, ou seja, decodificar, ligando o


significante ao significado para melhor compreensão da legenda e de toda
a simbologia dos mapas.

Todo o procedimento parece estar de acordo com o pensamento de Jean


Piaget, para quem o “ensino da representação não consiste na apresentação de
uma lista de palavras a aprender, mas antes no desenvolvimento da capacidade de
representar o conhecimento já construído a nível prático”.
Dessa forma são construídos os pré-requisitos para a leitura de mapas, com a
compreensão de:
• proporcionalidade e projeção;
• relação codificação versus decodificação ou a relação significante versus
significado dos signos cartográficos e de toda a linguagem cartográfica;
• retas coordenadas como pontos de referências;
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• orientação e localização;
• pontos de referência para a localização;
• limites e fronteiras.

2. Cartografando a superfície terrestre

Noções básicas
A cartografia — a técnica e a arte de produzir mapas — é a linguagem da
Geografia. Mapas físicos, políticos e temáticos revelam os aspectos visíveis da
paisagem ou as fronteiras políticas, espelham projetos de desenvolvimento regional
ou contribuem para organizar operações militares.
As tentativas de cartografar o espaço geográfico remontam aos povos antigos,
que já registravam elementos da paisagem e fixavam pontos de referência para seus
deslocamentos e expedições. A cartografia se desenvolveu paralelamente ao
comércio e à guerra, acompanhando a aventura da humanidade.
Atualmente, a produção de mapas emprega técnicas sofisticadas, baseadas
nas fotografias aéreas e em imagens obtidas por satélites de sensoriamento remoto.
Mapas são fontes de saber e de poder.
Os mapas e cartas geográficas correspondem a instrumentos fundamentais da
linguagem e da análise geográficas. Eles têm uma função primordial: conhecimento,
domínio e controle de um determinado território. Por isso, são fonte de informações
que interessam a quem tem poder político e econômico.

Lembrete

Os termos mapa e carta são muitas vezes usados como sinônimos. No entanto, de
maneira geral, os mapas correspondem às representações mais genéricas (como
um planisfério), enquanto as cartas geográficas normalmente consistem em
representações de espaços mais restritos e com maior grau de detalhamento, como
as constantes do guia de ruas de uma cidade.
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Elementos principais de um mapa


Todo bom mapa deve conter quatro elementos principais: título, escala,
coordenadas geográficas e legenda. Esses elementos asseguram a leitura e a
interpretação precisas das informações nele contidas.

TÍTULO. Descreve a informação principal que o mapa contém.


Um mapa com o título “Brasil físico” deve trazer o nome e a localização dos
principais acidentes do relevo, assim como os principais rios que cortam o país. Já
um mapa com o título “Brasil político” necessariamente terá a localização e o nome
das unidades federativas, assim como as suas respectivas capitais e,
eventualmente, outras cidades principais.
Outras informações que esses mapas porventura contiverem, como as
principais cidades num mapa físico ou os rios mais importantes num mapa político,
são consideradas secundárias e, portanto, não devem ser sugeridas no título.

ESCALA. Indica a proporção entre o objeto real (o mundo ou uma parte dele) e
sua representação cartográfica, ou seja, quantas vezes o tamanho real teve de ser
reduzido para poder ser representado.
Consideremos o seguinte exemplo: um mapa na escala 1:10.000.000 indica
que o espaço representado foi reduzido de forma que 1 centímetro no mapa
corresponde a 10 milhões de centímetros ou 100 quilômetros do tamanho real.
Deve-se estabelecer a escala de um mapa antes de sua elaboração, levando-
se em conta os objetivos de sua utilização. Quanto maior for o espaço representado,
mais genéricas serão as informações. Em contrapartida, quanto mais reduzido o
espaço representado, mais particularizadas serão as informações.
Mapas em diferentes escalas servem para diferentes tipos de necessidades:
• mapas em pequena escala (como 1:25.000.000) proporcionam uma visão
geral de um grande espaço, como um país ou um continente;
• mapas em grande escala (como 1:10.000) fornecem detalhes de um espaço
geográfico de dimensões regionais ou locais.
Por exemplo, em um mapa do Brasil na escala 1:25.000.000, qualquer capital
de estado será representada apenas por um ponto, ao passo que num mapa
1:10.000 aparecerão detalhes do sítio urbano de qualquer cidade.
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OS TIPOS DE ESCALA
Categoria Escala Finalidade do mapa
Grande 1:50 / 1:100 Plantas arquitetônicas e de engenharia.
1:500 a 1:20.000 Plantas urbanas, projetos de engenharia.
Média 1:25.000 a 1:250.000 Mapas topográficos.
Pequena acima de1:250.000 Atlas geográficos e globos.

A representação das escalas cartográficas que usamos até agora é a


numérica. Porém, existe uma outra forma de representar a escala: a forma gráfica.
A escala gráfica aparece sob a forma de uma reta dividida em várias partes,
cada uma delas com uma graduação de distâncias. A sua utilidade é a mesma da
escala numérica.

ESCALA GRÁFICA

0 20 40 60 80 100 km
Essa escala gráfica indica que 1 centímetro no papel corresponde a 20 quilômetros
na superfície representada.

COORDENADAS GEOGRÁFICAS. São linhas imaginárias traçadas sobre os


mapas, essenciais para a localização de um ponto na superfície terrestre.
Essa localização é o resultado do encontro de um paralelo e sua respectiva
latitude (o afastamento, medido em graus, do paralelo em relação ao Equador) e de
um meridiano e sua respectiva longitude (o afastamento, medido em graus, do
meridiano em relação ao meridiano principal ou de Greenwich).

LEGENDAS. Permitem interpretar as informações contidas no mapa, desde a


constatação da existência de um determinado fenômeno até os diferentes graus de
intensidade em que ele se apresenta.
As legendas podem vir representadas por cores, hachuras, símbolos ou ícones
de diversos tipos, ou utilizar combinações dessas várias representações.
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No uso de legenda com cores, é necessário seguir algumas regras


determinadas pelas convenções cartográficas. O azul, por exemplo, presta-se
para a representação de fenômenos ligados à água, como oceanos, mares, lagos,
rios.
Na representação de um fenômeno com várias intensidades, a graduação da
cor utilizada deve manter relação direta com a intensidade do fenômeno. Assim, num
mapa de densidades demográficas, as maiores densidades são representadas por
uma cor ou tonalidade mais forte do que as menores densidades.
Ao produzir representações cartográficas de fenômenos da natureza, as cores
também podem sugerir as características do fenômeno. Em geral, os mapas
climáticos utilizam as cores “quentes” (alaranjado, vermelho) para representar climas
“quentes” (tropical, equatorial, desértico), ficando as cores “frias” reservadas aos
climas mais frios.
Similarmente, os mapas de vegetação representam as florestas tropicais por
meio de várias tonalidades de verde. Já nos mapas de relevo, a cor verde deve ser
reservada para as planícies, bacias ou depressões, enquanto o amarelo é utilizado
para os planaltos e o marrom, para as áreas mais elevadas, como as cadeias
montanhosas.

3. A leitura de mapas
Ler mapas é um processo de decodificação, que envolve algumas etapas
metodológicas básicas.
Inicia-se a leitura pela observação do título. Temos de saber, inicialmente, qual
é o espaço representado, seus limites e as informações constantes no mapa.
Depois, é preciso interpretar a legenda ou a decodificação propriamente dita,
relacionar os significantes e significados espalhados no mapa. Só então será
possível refletir sobre aquela distribuição e/ou organização.
Deve-se observar também a escala (gráfica ou numérica) indicada no mapa
para posterior cálculo das distâncias ou das dimensões do fenômeno representado,
a fim de se estabelecer comparações ou interpretações.
Ler mapas significa, portanto, dominar esse sistema semiótico que é a
linguagem cartográfica. Preparar o aluno para essa leitura deve passar por
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preocupações metodológicas tão sérias quanto as de se ensinar a ler e escrever, a


contar e fazer cálculos matemáticos.
Vai-se à escola para aprender a ler, escrever, calcular e ⎯ por que não? ⎯
também para ler mapas.
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BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação
Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.
CARLOS, Ana Fani. A. (org.). A geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto,
1999.
KOZEL, Salete e FILIZOLA, Roberto. Didática da Geografia: memórias da Terra: o
espaço vivido. São Paulo: FTD, 1996.
PAGANELLI, T. J. et al. A noção de espaço e tempo. Instituto de Geociências. n. 6,
s/d.
PASSINI, Elza Y. e ALMEIDA, Rosangela D. de. O espaço geográfico: ensino e
representação. São Paulo: Contexto, 1994.
SIMIELLI, Maria Elena R. Primeiros mapas: como entender e construir. São Paulo:
Ática, 1993. 4 v.

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