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05/10/2002
"Assim como ninguém aprende tanto sobre um assunto como o homem que é obrigado a ensiná-
lo, também ninguém se desenvolve tanto como o homem que tenta ajudar os outros a se
autodesenvolverem."
Peter Drucker.
RESUMO
1 - INTRODUÇÃO
O mercado de trabalho está passando por profundas transformações neste início de século.
Cada vez mais profissionais, principalmente no nível executivo, estão se defrontando com
novos desafios, tais como globalização, descentralização, downsizing e terceirização. As
próprias noções de emprego e trabalho, estão mudando. Nesse sentido, este administrador
deverá ter bem claro em sua mente qual o papel do administrador nesta virada de século; que
conhecimentos ele deve ter e reciclar para se preparar para esses novos desafios e as habilidades
que lhe serão exigidas, num ambiente tão tumultuado e competitivo.
Essa redução dos empregos nas indústrias também está relacionada com as mudanças
organizacionais. Os administradores estão diminuindo os cargos de chefia, a pirâmide
organizacional e estão terceirizando grande parte das atividades. Nas empresas modernas,
multiplica-se a idéia de que é melhor subcontratar serviços a contratar gerentes. O objetivo da
empresa moderna é conseguir o máximo de autonomia com o mínimo de intervenção humana.
Respondendo a tantas mudanças, o mercado sugere a necessidade de um novo perfil
profissional: "As empresas não mais precisam de profissionais eminentemente técnicos, e sim,
de pessoas voltadas para os processos de interpretação, elaboração e transformação". O
profissional de sucesso não é mais aquele especializado em determinado assunto. Hoje, é
preciso ter uma visão globalizada para atender a um consumidor exigente.
Para se obter esta qualificação profissional, entretanto, deve partir das empresas a
iniciativa de oferecer treinamentos, cursos de informática e línguas estrangeiras e promover
seminários internacionais, entretanto, se a empresa não investir na qualidade de seus
funcionários, o profissional deverá tomar a iniciativa sempre que possível.
Enfim, lidar com essas mudanças, inovações e saber navegar em informações, lidando
competentemente com pessoas em todos os níveis de poder, e tirando proveito dos conflitos que
surgem das crises diárias, são pontos de preocupação da maioria dos administradores no
ambiente atual.
No entanto, existem ainda aqueles que não admitem ou não querem enxergar estas
modificações de comportamento e ambiente, dificultando as novas formas de se comunicar
dentro da empresa, impedindo até (quem sabe), a evolução e o progresso da instituição,
pensando de forma egocêntrica que o seu negócio não será afetado por nada disso, pois sua
empresa tem anos e anos de experiência no mercado e ele, como administrador experiente, não
precisa mudar seu comportamento por conta do que ocorre lá fora. Esse indivíduo está fadado a
ser mais um na fila dos desempregados, sendo vítima desse mercado competitivo o qual ele se
negou a enxergar e da sua própria ignorância de buscar novos conhecimentos, de querer
continuar detendo o controle da empresa em suas mãos, insistindo em continuar naquele
ambiente 'competitivo', porém sem 'competência'.
Aquele que não acompanhar e se adequar às mudanças desse novo cenário de constantes
transformações, informatização substituindo mão-de-obra humana, que insistir nessa cultura de
constante competição, esquecendo-se que o que se está exigindo atualmente ao invés de
administrador competitivo é o administrador competente, estará fora do espetáculo bem antes
que se imagina, pois o cenário está em reformas...
Há uma necessidade muito grande de saber lidar com a inovação, em todos os aspectos,
sabendo identificar oportunidades e traçar linhas de ação, com agilidade, para aproveitamento
da situação. É fundamental a preparação para interagir, através de cursos direcionados,
dinâmicas de grupos com profissionais especializados, adquirir mais e melhores conhecimentos
dos seus companheiros de trabalho; monitorar e influir no clima organizacional, nos fatores de
estimulo e motivação, e na cultura organizacional, através de seus valores, hábitos e crenças.
O administrador precisa conhecer seu ambiente de trabalho, seu mercado e seus clientes,
criando comportamentos alternativos. Essa visão das transformações e movimentos no meio
ambiente é que poderá nortear as decisões estratégicas na empresa, e a habilidade para lidar com
a tecnologia - e seus efeitos colaterais - é crucial para o sucesso empresarial.
Porém, as mesmas razões que levam um administrador ao sucesso podem fazer sua
carreira descarrilar. De 30 % a 50% dos executivos de grande potencial descarrilam, em geral,
por não criarem comportamentos alternativos. Esses executivos agem se esquecendo de alguns
fatos que podem ser cruciais para sua carreira, tais como: desatenção com as pessoas, mau
desempenho em grupo, falhas na imagem e comunicação, insensibilidade à reação dos outros,
dificuldade com autoridade, visão estreita ou ampla demais, indiferença e trabalho em
isolamento. É preciso transforma-se numa pessoa melhor, saber quando seu ponto forte deixa de
ser um motor de arranque e passa a ser um fardo pesado para carregar, e só se conseguirá isso
através da busca de novos conhecimentos, baseando-se na melhoria de seu comportamento para
melhor se adaptar ao novo ambiente inovador.
5 - Um modelo de aprendizado
Além das formas tradicionais de aprendizado e as citadas nesse trabalho, existe uma
nova concepção de aprendizado, apresentada por Wick & León (1997), baseado no
S.A B.E.R, composto de cinco passos interligados:
a) Selecionar: escolher uma meta que seja fundamental para você e para sua empresa;
"A transformação está ligada ao aprendizado em profundidade, que questiona e rompe com
os meios e resultados existentes ou 'antigos' e conduz a meios radicalmente novos" ( Gold,
1995, p.134).
· Curiosidade intelectual;
· Modéstia;
· Autocrítica vigilante;
· Predisposição à experimentação.
Assim sendo, provavelmente, esse administrador terá mais disponibilidade para acatar
esses novos conhecimentos, tendo como alvo, sua qualificação e excelência como profissional.
6 - Administrador do Passado versus Administrador do Terceiro milênio
Segundo Wick & León (1997), pode-se fazer uma comparação entre o administrador do
passado e o administrador do futuro, que na realidade pertence a um futuro que já deveria estar
presente nas organizações, como mostra o quadro abaixo:
OS ADMINISTRADORES DO TERCEIRO
OS ADMINISTRADORES DO PASSADO
MILÊNIO
Aprendiam quando alguém lhes ensinava Procuram deliberadamente aprender
Achavam que o aprendizado ocorria Reconhecem o poder do aprendizado decorrente
principalmente na sala de aula da experiência de trabalho
Sentem-se responsáveis pela sua própria carreira
Responsabilizavam o chefe pela carreira
Não eram considerados responsáveis pelo Assumem a responsabilidade pelo seu próprio
próprio desenvolvimento desenvolvimento
Acreditavam que sua educação estava completa Encaram a educação como uma atividade
ou só precisava de pequenas reciclagens permanente para a vida toda
Não percebiam a ligação entre o que aprendiam Percebem como o aprendizado afeta os negócios
e os resultados profissionais
Deixavam o aprendizado a cargo da instituição Decidem intencionalmente o que aprender
Daí poder-se citar o caso de diferenças etárias nas organizações, onde ainda hoje é visto
como um problema. Vê-se pessoas jovens bem sucedidas e outras, de maior idade, que não
conseguem atingir os objetivos que traçaram há anos. Isso pode ser perfeitamente explicado
pelo quadro acima, tendo em vista a grande concorrência no mercado de trabalho, onde os
jovens estão buscando com mais ansiedade seus objetivos, tendo maior poder de decisão sobre
suas atitudes, poder de escolha entre o que fazer ou não, aprender ou não, se responsabilizando
pelos seus próprios atos.
De fato, sem se atualizar, qualquer profissional será descartado, tenha ele 70 ou 25 anos
de idade. As pessoas têm a capacidade de surpreender, de se atualizar, de virar o jogo. Portanto,
ainda não inventaram nada melhor do que a experiência; sendo assim, está sendo muito
utilizado em grandes empresas, se colocar jovens empreendedores, cheios de novos conceitos e
idéias junto com veteranos para trabalharem como incentivo à troca constante de experiências.
Dessa forma, as empresas devem contar com a experiência dos veteranos que conhecem
muito sobre ela e a força dos jovens, cheios de idéias e ideais. Ambos se completam.
Não é só na estratégia competitiva e nas relações externas que a Internet é uma nova
variável, que muda completamente a equação do sucesso. Na gestão interna da empresa também
o impacto das tecnologias ligadas à Internet é grande. Graças ao advento do e-mail e das
intranets, por exemplo, muito do "capital intelectual" das empresas está encontrando uma nova
alternativa e valorização. A agilidade dos processos internos está aumentando vertiginosamente,
impactando a forma como se estrutura e administra as organizações.
Esse tipo de comunicação ainda recente, ainda não está sendo alvo de grandes estudos,
estando o assunto longe de esgotar o interesse científico e acadêmico. A Internet é realmente
útil para todos, porém é um verdadeiro desafio, pois a tecnologia é cada vez mais complexa, os
softwares são cada vez mais sofisticados, a necessidade de treinamento é cada vez maior e o
custo de administração desses sistemas se eleva continuamente; portanto, comprar é cada vez
mais fácil, mas gerenciar esta compra ainda é muito caro.
A crença de que a Internet permite que qualquer empresa atue globalmente em todos os
mercados, tem levado, principalmente as pequenas empresas a procurarem a Internet como
alternativa de marketing e prospecção de novos mercados. Outrossim, é necessária toda uma
estrutura por trás da operação, um administrador que realmente se intere dessa nova pauta, para
garantir o plano desejado e a entrega dos produtos e serviços a seus clientes.
A rapidez tem sido, talvez, o maior desafio das empresas, além da exigência de
eficiência e eficácia dos administradores de empresas. Assim, nas organizações hoje, a maioria
pensa estar indo rápido quando, na verdade, o que acontece, é apenas se estar tendo pressa. A
verdadeira rapidez é uma particularidade da ação, não do pensamento. É necessário planejar
cuidadosamente, para, então poder agir rápido. E isso o administrador de empresas deve ter em
mente sempre que se deparar com novas Tecnologias de Informação, sabendo utilizar dessas
informações e da Internet propriamente dita, para melhor auxiliá-lo em seus afazeres, não se
esquecendo da memória organizacional, pois sem memória, sem se conhecerem, as empresas
ficam fadadas a cometerem os mesmos erros constantemente. Uma memória ativa, um
administrador eficiente e uma correta utilização das novas TI , permitirão a esta empresa
queimar algumas etapas, simplificar caminhos e assim, como a velocidade da ação cobra o
tempo do planejamento, a memória do passado é crucial para as ações futuras.
A Internet está aí para auxiliar a todas as pessoas que queiram 'ganhar tempo' de alguma forma,
mas, são necessários alguns princípios para se ter eficiência com essa nova ferramenta de
trabalho: Ter um bom treinamento para melhor utilizá-la; saber discernir o que é útil e o que é
fútil; o que é e o que não é compatível com suas necessidades. Esse talvez seja apenas mais um
desafio para os Administradores ...
6.2 - Uma questão a ser revista
7 - Considerações finais
8 - Referências Bibliográficas:
GOLD, J. A empresa que aprende baseada no conhecimento In: CLARKE, T., MONKHOUSE,
E. Repensando a Empresa. São Paulo: Pioneira, 1995. MARIOTTI, Humberto. Organizações de
Aprendizagem. Educação continuada e a empresa do futuro. São Paulo: Atlas, 1996.
SILVA, Anielson Barbosa da. Globalização, Tecnologia e Informação: a tríade que desafia a
administração. Brasília, Revista Brasileira de Administração. V.8, n.22, 1998.
VAILL, P.B. Aprendendo Sempre. Estratégias para sobreviver num mundo em permanente
mutação. São Paulo: Futura, 1999.
WICK, C.W., León, L.S. O desafio do Aprendizado. Como fazer sua empresa estar sempre à
frente do mercado. São Paulo: Nobel, 1999.