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A HORA DAS COOPERATIVAS

Especial - Edição 59

Por:

Por: Revista Vencer!

Tudo sobre esse tipo de sociedade, que pode ser uma boa alternativa de geração de empregos ou a
quem deseja praticar seu talento empreendedor

Cooperativa. Você sabe exatamente o que significa? De acordo com a definição do Serviço de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, trata-se de uma sociedade com dupla natureza, que contempla o
lado econômico e social de seus associados. “O cooperado é ao mesmo tempo dono e usuário da
cooperativa: enquanto dono vai administrar a empresa e enquanto usuário vai utilizar os serviços”, diz o
documento da entidade. E é esse tipo de empresa, sem fins lucrativos, que pode ser uma boa
alternativa ao atual desemprego e a quem deseja colocar em prática seus talentos empreendedores.

O governo Lula apóia o cooperativismo e até já lançou uma política nacional de incentivo – o Plano Brasil
Cooperativo. Outro impulso nessa questão é a 1ª Feira Internacional de Cooperativas, Fornecedoras e
Serviços (Fenacoop 2004), que acontecerá de 4 a 7 de agosto, em São Paulo, e deverá reunir 120
expositores (veja o box).
Como se vê, é um setor que tem tudo para expandir. De acordo com dados da OCB – Organização das
Cooperativas Brasileiras, há cerca de seis milhões de cooperados em todo o país, ou seja, 3% da
população. Esse número cresce aproximadamente 10% ao ano. Segundo dados de 2000 da ACI –
Aliança Cooperativa Internacional, no mundo, existem 800 milhões de cooperados, o que representa
40% da população economicamente ativa do planeta.

“É efetiva a contribuição das cooperativas para o Brasil, como por exemplo, as do setor agropecuário. No
Paraná, elas correspondem a mais de 50% do PIB agrícola, e em São Paulo, a 30%. Além de terem um
enorme poder sobre a difusão dos produtos”, afirma Evaristo Machado Netto, presidente da Organização
das Cooperativas do Estado de São Paulo e do Serviço Nacional de Apreendizagem do Cooperativismo
(OCSP/Sescoop-SP). Ele acrescenta que o crescimento do cooperativismo propiciou que centenas de
pessoas saíssem da informalidade, principalmente nas cidades.

As estatísticas mostram que, em países como Áustria, Canadá, Finlândia e Israel, as cooperativas
lideram o ranking com 79% da população economicamente ativa. Em seguida vêm a França, com 61%,
Bélgica e Noruega (59%), Estados Unidos (50%), Dinamarca, Japão, Portugal e Espanha (49%). No
Brasil, a participação das cooperativas (3%) ainda está distante desses números, mas já corresponde a
6% da produção do PIB, segundo dados da ACI.

Discussões sobre o tema


“Este governo, durante a campanha eleitoral, utilizou em sua plataforma um discurso favorável ao
cooperativismo”, lembra Daniel Augusto Maddalena, presidente do IBQC – Instituto Brasileiro de
Qualificação Cooperativista e diretor da Facoop – Faculdade Livre de Cooperativismo de São Paulo. E
Luiz Branco, presidente da Fenacoop – Feira Internacional de Cooperativas, Fornecedores e Serviços,
arremata: “Acho que o presidente Lula assinou o decreto que cria o Plano Brasil Cooperativo, no qual
firmou uma política de incentivos às cooperativas, para defender o sonho de transformar o Brasil em
uma grande república cooperativista”.

Alexandre Ribeiro do Valle, diretor do escritório Noronha Advogados, diz acreditar que, se o governo tem
realmente interesse em fomentar o cooperativismo no país, uma boa forma de fazê-lo seria estabelecer
definitivamente e extinção do PIS/COFINS sobre as sociedades cooperativas. “Considero essa tributação,
no mínimo, duvidosa, já que tais contribuições incidem sobre o lucro”, afirma.

Já o presidente da Organização Setorial das Cooperativas de Trabalho da ACI Américas, Walter Tesch,
coloca uma outra questão na discussão sobre o cooperativismo no Brasil. Ele acha que no governo não
se existe uma política coerente e sistêmica sobre o assunto. “Temos, por um lado, medidas de apoio ao
cooperativismo agroindustrial, ao agrobusiness, e ao cooperativismo de crédito. Mas, no campo do
trabalho, se entendermos que o tema é tratado pela Secretaria de Economia Solidária, a política é
parcial e insuficiente, ficando restrita a uma concepção institucional do trabalho sob a égide do Ministério
do Trabalho, que está pouco sintonizada com a nova realidade”, critica.

Por isso, um dos principais desafios atualmente no Brasil é tornar o cooperativismo do trabalho
reconhecido pelas autoridades públicas e sindicatos. “É fundamental que seja visto como um sistema
alternativo e inteligente para geração de trabalho, capaz de promover a distribuição de renda, redução
do desemprego e resgatar a auto-estima dos trabalhadores”, afirma Francisco Cláudio, diretor-
presidente da Globalcoop – Cooperativa de Trabalho Associado. “É um sistema utilizado por outros
países como solução democrática para minimizar os impactos econômicos gerados pela globalização”.

Direitos e deveres
É importante ressaltar que o cooperado não é um empregado, mas sócio da cooperativa. Assim, não tem
alguns direitos previsto na CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas, como férias remuneradas, 13º
salário, Fundo de Garantia (FGTS), aviso prévio e Registro em Carteira. “Entretanto, podem constituir
fundos equivalentes a estes direitos para atender suas necessidades”, explica o manual da Globalcoop.
Outra diferença entre um sócio cooperado e um empregado CLT é que o primeiro não recebe ordens no
trabalho, mas tarefas e orientações do seu gestor de atividades. “Em uma cooperativa, não existem
chefes e sim responsabilidade pela execução do trabalho”, explica o manual. “O sócio cooperado é,
antes de tudo, um profissional autônomo, auferindo rendimentos de acordo com a sua produção.
Normalmente, essas rendas superam os benefícios previstos pela CLT.”

O advogado Ribeiro do Valle observa, ainda, que o modelo de cooperativa não deve servir de
instrumento para maquiar as relações trabalhistas em detrimento dos direitos dos trabalhadores. "É
importante que as autoridades fiscalizem as cooperativas para verificar se existe divisão proporcional
dos lucros aos cooperados e se há gestão democrática nessas instituições", alerta Valle.

Especialistas garantem que existem muitos empresários que criam cooperativas visando apenas a
redução de encargos tributários e trabalhistas. "Esse é um dos desvios que freqüentemente
encontramos por má fé e ignorância. Não serve como exemplo de cooperativismo”, alerta Tesch.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, Ribeiro do Valle, afirma que as autoridades devem coibir as
"cooperativas de fachada". Ele acrescenta que é necessário haver mais incentivo ao desenvolvimento e
fortalecimento dessas sociedades, para que tenham garantia de tratamento jurídico e tributário
diferenciado daquele que é comum às empresas tradicionais.

Falta de educação cooperativa


Na realidade brasileira, quando se fala em cooperativismo, esbarra-se num dos principais gargalos que
existem nesse segmento: a carência de educação cooperativista, que representa outro problema que
debilita a formulação de políticas de interesse comum, propiciando desvios.

“O cooperativismo deve valorizar o ser humano pelo que ele é e, para isso, a educação é um fator
preponderante”, ressalta Francisco Cláudio. “É necessário educar para a cooperação, para uma
sociedade mais justa, educar para o próprio ser humano. Ao serem treinadas e informadas, as pessoas
têm liberdade para pensar e agir, não se dispersam, focam e realizam seus objetivos”, conclui.

Cooperativismo em alta
A 1ª Feira Internacional de Cooperativas, Fornecedoras e Serviços (Fenacoop 2004), de 4 a 7 de agosto,
em São Paulo, promete se firmar como um dos mais importantes eventos do calendário do
cooperativismo brasileiro. Com previsão de 12.000 visitantes, a feira será montada em um espaço de
4.700 m², reunirá empresas e representantes de todos os ramos cooperativistas, inclusive do exterior, e
contará com 120 expositores.

Paralelamente, além da reunião das cooperativas do Mercosul e workshops, acontece também o 1º


Congresso do Desenvolvimento Cooperativista (Condecoop/Conacc), com palestras de Roberto
Rodrigues, ministro da Agricultura; Ivano Barberini, presidente da Aliança Cooperativa Internacional;
Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB, entre outros especialistas do Brasil e do Exterior.

"Todos os grandes setores da economia têm uma feira para representá-los. Chegou a vez do
cooperativismo, que possui grande potencial para a geração de negócios", explica Luiz Branco,
presidente da Fenacoop. "O objetivo é mostrar que o mercado cooperativo está plenamente preparado
para trabalhar em conjunto com o setor empresarial, governo e demais entidades".

Durante o evento vai ser lançada a Facoop – Faculdade Livre de Cooperativismo, na qual o diretor
pretende alcançar cooperados, ONGs, poder público e pessoas físicas. O projeto tem várias modalidades
de curso, inclusive MBA. Juntamente com a universidade interessada na parceria, o aluno terá o título de
pós-graduação em cooperativismo. O mesmo conteúdo pode ser ministrado em 70 horas, como curso de
profissionalização, em qualquer lugar do país, via e-learning.

A história
Tudo começou na Europa, em 1844, quando um grupo constituído por 28 tecelões na pequena cidade de
Rochdale, na Inglaterra, teve a idéia de formar uma sociedade democrática e de propriedade coletiva,
em que a sobra líquida era repassada uniformemente aos participantes do grupo, de maneira
proporcional às respectivas contribuições individuais. Nasceram, então, as cooperativas.

Historicamente, o cooperativismo teve predominância em vários movimentos no Brasil, como a Colônia


Tereza Cristina, fundada no Paraná em 1847. Há a história da cooperativa dos empregados da
companhia telefônica, do município de Limeira, em 1891. Mas somente em 1932 houve a promulgação
da lei básica de cooperativismo no Brasil.

Os números
A distribuição das cooperativas no Brasil, por ramo de atividade, se apresenta da seguinte forma,
segundo dados da Organização das Cooperativas brasileiras – OCB: num universo de 5,762 milhões de
cooperados, 7.355 são cooperativas singulares; 81 cooperativas centrais (que englobam vários setores);
76 federações e 13 confederações. Todo esse sistema gera efetivamente 182 mil empregos, o que
representa 6% do PIB (Produto Interno Bruto), movimentando U$ 1,09 bilhão em exportações.

Hoje, no Brasil, existem 13 ramos de empresas cooperadas. São eles:

. Cooperativas de trabalho: 2.024 (27,52%)


. Agropecuária: 1.519 (20,65%)
. Crédito: 1.115 (15,16%)
. Saúde: 878 (11,94%)
. Transporte: 706 (9,6%)
. Habitacional: 314 (4,27%)
. Educacional: 303 (4,12%)
. Infra-estrutura: 172 (2,34%)
. Consumo: 158 (2.15%)
. Produção: 113 (1,54%)
. Mineral: 34 (0,46%)
. Turismo e lazer: 12 (0,16%)
. Especial: 7 (0,09%)

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