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Universidade Federal da Bahia

Faculdade de Direito
Direito Penal II
Professora Selma Santana

16/08/10

Bibliografia:
BITTENCOURT, César. Tratado de Direito Penal, V. 1.
PRADO, Luís Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro, Parte Geral.
SANTOS, Juarez Cirino. Excludentes de culpabilidade.
PRADO. CARVALHO. Teorias das imputação objetiva.

Primeira prova: 9 de outubro :(


Segunda prova: 27 de novembro

1. Conceito de Crime

Professora indica César Bittencourt.

A lei não estabelece o conceito de crime, o Código Penal se resume a estabelecer diferença entre
crime e contravenção penal quanto as penas. A doutrina que dá o conceito de crime.
O primeiro conceito de crime foi o formal, que tinha uma visão exteriorizada do que vinha a ser o
crime. O crime vem a ser toda conduta humana que vai de contra à lei. Contudo, não satisfaz, por
exemplo, quem não cumpre um contrato, que não comete necessariamente um crime.
O segundo conceito de crime foi o material, que buscava um elemento para definir o crime. A
periculosidade do criminoso, ou o mal feito a sociedade, ou lesiona bem jurídico. Escolheu-se que é
toda conduta humana comissiva ou omissiva que expõe a perigo ou causa lesão a algum bem
jurídico penal. Ainda assim os penalistas não ficaram satisfeitos.
Então, já no século XX, estabeleceu-se o conceito analítico de crime. Isto é, crime é igual a fato
típico mais antijuricidade mais culpabilidade. Os penalistas mais antigos, como Damásio de Jesus,
entendem que crime é tão somente fato típico e antijuricidade, sendo culpabilidade um pressuposto
da pena. Os mais modernos entendem que são feitos apenas desse três elementos, sendo essa
perspectiva brasileira. Na Europa há outro elemento, um quarto, a punibilidade. Há uma degradação
na análise do crime, que respeita a ordem exposta (FT, A, C).
Fato típico é aquele fato que está previsto na lei penal como crime ou contravenção penal.
Antijurídica será a conduta que é contrária ao ordenamento jurídico, não sendo, portanto, exclusiva
do direito penal. A antijuricidade penal, obviamente, é aquela que contraria a legislação penal.
Sendo antijurídica quando não existe nenhuma causa, nem motivo, que afaste essa antijuricidade
(essas são aquelas que estão no art. 23 da CP, o estado de necessidade, a legítima defesa, o estrito
cumprimento do dever legal e exercício regular dum direito). Há também uma causa supralegal, que
é o consentimento do ofendido quanto aos direitos disponíveis. Caso haja, a antijuricidade fica
afastada.
Culpabilidade é o juízo de reprovação social incidente sobre o indivíduo que realizou uma conduta
típica e antijurídica, havendo uma diversidade de causas de exclusão de culpabilidade.

2. Fato típico: elementos. A conduta. O nexo causal. A relação de causalidade. A tipicidade.


(17/08/10) Ao ler Paulo Queiroz, sabe-se que o conceito de tipo nasceu com o alemão von Beling
que assim definiu: “(...) é a descrição dos elementos do fato ou suposto de fato previsto na norma
penal incriminadora (...)” (p. 151). Tipo, ao contrário da antijuricidade, é uma categoria dogmática
avalorativa. A antijuricidade é autônoma, podendo existir uma conduta típica lícita. Com a
revalorização neokantina, a formulação de Beling passou a ser criticada pelo seu excessivo
formalismo. Argumentam que o legislador, ao selecionar determinadas condutas e as considerar
relevantes para a intervenção penal, utilizam de elementos subjetivos valorativos. Para Sauer, o tipo
é a antijuricidade tipificada.
Para a teoria dos elementos negativos do tipo, todo tipo é antijurídico. Para ela o tipo já contem todo
o conteúdo proibida e antijurídica, sendo composta de duas partes: a) a parte positiva, que
corresponde a completa realização do tipo; b) a parte negativa, que corresponde a ausência de
causas de justificação. Queiroz adota essa teoria, argumentando que é um contrassenso afirmar que
um fato é típico mas lícito ao mesmo tempo, pois a tipicidade pressupõe uma proibição e, portanto,
a antijuricidade do fato.

18/08/10

Escolas da Teoria do Delito:


1. Escola Causal-naturalista (abandonado no Brasil)
• Franz von Liszt
• Nelson Hungria, Aníbal Bruno, Cláudio Fragoso
2. Escola Finalista (majoritária)
• Hans Welzel
• Indicados pela professora.
3. Escola Funcionalista ou Teleológica-Racional (em surgimento, tomando corpo na Europa)
• Claus Roxin e Günther Yakobs

1.1 Elementos do fato típico

O primeiro elemento é a conduta, não podendo cogitar-se em crime sem haver conduta. Há
momentos em que se crê que houve conduta, mas não houve. Essa conduta tem de ter vontade livre
para ser relevante para o Direito Penal.
O segundo elemento é o resultado. Há dois tipos de resultado, o naturalístico e o normativo (ou
jurídico). Naturalístico é aquele resultado que implica numa alteração no mundo exterior. Num furto
consumado tem-se resultado naturalístico, uma vez que alguém deixou de ter um bem. Numa lesão
corporal, também tem-se um resultado naturalístico, uma vez que alguém deixou de ter parte de seu
corpo ou parte danificada. O resultado naturalístico não ocorre somente no corpo da pessoa,
também podendo ocorrer, por exemplo, com o patrimônio. Já o normativo, ou jurídico, é mais
amplo, que significa uma agressão ou exposição a perigo de um bem jurídico. É mais amplo pois
envolve o naturalístico. Todo crime tem resultado normativo, mas nem todo tem resultado
naturalístico. Os crimes materiais sempre têm resultado naturalístico. Já os crimes de mera conduta
e os crimes formais somente têm resultado normativo.
O terceiro elemento é o nexo ou relação causal. Este é o vinculo que liga a conduta ao resultado
naturalístico. Só existe para os crimes materiais.
O quarto e último elemento é a tipicidade. A tipicidade será a relação de adequação entre a conduta
típica com o fato típico.
Esses quarto são elementos gerais, não necessariamente ocorrendo em todos os fatos típicos. A
relação causal, por exemplo, nem sempre irá existir. Já os restantes todos devem existir.

1.1.1 Conduta ou Ação


Conceito elaborado por Von Lizst (Causal-Naturalista) no final do século XIX sob forte influência
do pensamento científico natural que predominava à época. Influência muito forte das Ciências do
Ser, interpretando as ciências do dever-ser como se ser fosse. O conceito dele para conduta é:
movimento corporal voluntário que causa alteração no mundo exterior. Lizst esteve nessa época
num seminário ou congresso internacional que ocorreu na Itália, país que foi na época um centro
criador do Direito Penal (que hoje é de Processo Civil, sendo que de Direito Penal hoje é na
Alemanha), perguntou-se sobre como definiria o crime de injúria, que ele respondeu como físico
fosse, demonstrando a limitação de seu conceito. Tal conceito, por exemplo, não pode explicar a
tentativa branca, o crime omissivo.
Tal escola não pode perdurar, sendo substituída pela Escola Finalista, cujo pai e criador foi Hans
Welzel (falecido na déc de 1970). Foi a que até os dias de hoje mais contribuiu para a formação da
Teoria do Delito. Nosso Código Penal é misto, majoritariamente (80%) finalista, tendo institutos
causalistas. A conduta, a luz disso, constitui o exercício de uma atividade final. Isto é, quando
alguém realiza uma conduta ela realiza buscando atingir uma finalidade.
A Escola Finalista proporcionou diversas mudanças na Teoria do Delito, não se restringindo apenas
a conduta. Para a Escola Causalista que já defendia a formulação analítica do crime, admitia que
dolo e culpa eram espécies de causalidade. Para a Finalista, dolo e culpa passaram a integrar o fato
típico.
Contudo, Welzel sofreu muitas críticas pois sua definição de conduta não tinha como explicar as
condutas culposas. Em Culpa Temperaria, a professora faz essa análise.
O pensamento contemporâneo, da Escola Funcionalista, pode ser exemplificado pelo pensamento
de Roxin e Yakobs. Para o primeiro conduta é a manifestação da personalidade significando tudo
aquilo que se pode atribuir ao ser humano, tendo-o como centro anímico, espiritual, (isto é, com
consciência) da ação. Yakobs, cujo pensamento se reflete no Direito Penal estadunidense (interesses
coletivos acima do individual, estabilização do sistema social, Direito Penal do Inimigo?), pensa
que conduta é a realização dum resultado individualmente evitável, são individualmente evitáveis
aqueles resultados que não seriam produzidos se concorresse uma motivação dirigida a evitá-los.

1.1.1.1 Dolo

Dolo pode ser estudado tanto em Bittencourt quanto em Prado.

No decorrer história, os crimes dolosos superaram os culposos.


A visão vulgar do que se chama culpa é tecnicamente o dolo.
Dolo está previsto no art. 18, I, sendo essa definição insuficiente, cabendo a doutrina tratar sobre
isso.
Dolo é a vontade de realizar o tipo objetivo, orientada pelo conhecimento de suas elementares no
caso concreto.

1.1.1.1.1 Teorias do Dolo

A primeira Teoria, a clássica, é a da Vontade. Para esta teoria, o dolo é a vontade dirigida ao
resultado. Para essa teoria a essência do dolo não é a vontade de violar a lei, mas sim a de realizar a
conduta e alcançar o resultado.
Para a segunda Teoria, a da representação ou previsão, o dolo é a previsão do resultado como algo
certo, provável ou possível.
Para a última Teoria, a do consentimento ou assentimento, o dolo existe quando o agente consente
em causar o resultado ao praticar a conduta.
O Direito brasileiro adotou a teoria da vontade para caracterizar o dolo direto, e o do consentimento
para o dolo eventual.

1.1.1.1.2 Elementos do Dolo


O primeiro elemento é o cognitivo ou intelectual.
Primeira abordagem: para a configuração do dolo, exigi-se a consciência daquilo que se pretende
praticar. E essa consciência tem-se que ser atual, tendo que existir no momento da prática da
conduta. Tal consciência tem de abranger todos os elementos (elementares) do tipo penal.

23/08/10

O outro elemento é volitivo, a vontade. Esse cria diversos problemas, pois a vontade pode não ser
verbalizada. Assim, utiliza-se a prova testemunhal ou as condutas anteriores para suprir essa
demanda.

1.1.1.1.3 Espécies de Dolo (BITTENCOURT)

1.1.1.1.3.1 Dolo Direito

(Deve interferir na pena.)


1º grau: o dolo que se manifesta quando o agente realiza uma conduta buscando um resultado
específico.
2º grau: objeto da vontade do agente é a finalidade específica e os efeitos colaterais, representados
estes como necessários à realização do fim pretendido. Isto é, é o efeito colateral necessário do dolo
de primeiro grau.
Não se pode condenar alguém por dolo direto de 2º grau sem o ser por dolo direito de 1º grau.

1.1.1.1.3.2 Dolo Eventual

Ocorre dolo eventual quando o agente prevê o resultado como provável ou possível, entretanto,
apesar de prevê-lo, ele age e aceita o risco de produzi-lo. No dolo eventual, a vontade do agente não
é dirigida ao resultado, mas à conduta. O agente percebe que é possível a ocorrência daquele
resultado, mas entre desistir da conduta e causar o resultado, ele prefere que esta se produza.

1.1.1.1.3.3 Dolo Alternativo

Ocorre quando a vontade do agente é dirigida a qualquer resultado típico. Ou seja, não há fim
específico, mas sim qualquer resultado típico.

1.1.1.1.3.4 Dolo de dano

Dá-se quando o agente quer ou assume o risco de produzir lesão a algum bem jurídico.

1.1.1.1.3.5 Dolo de perigo

O agente quer ou assume o risco de expor a perigo um bem jurídico.

1.1.1.1.3.6 Dolo genérico

(Muito acadêmico)
É a vontade de realizar o fato descrito no núcleo do tipo penal.

1.1.1.1.3.7 Dolo específico

O agente realiza a conduta para alcançar um objetivo, sendo que este objetivo está descrito no tipo
penal.
1.1.1.1.3.8 Dolo normativo

É aquele em que o agente contem a consciência da ilicitude da conduta.

1.1.1.1.3.9 Dolo natural

É aquele em que o agente não contem a consciência da ilicitude da conduta. Isto será avaliado na
culpabilidade. Nosso dolo é um dolo natural.

1.1.1.1.3.10 Dolo geral

O indivíduo realiza uma conduta que acredita ter sido suficiente para atingir o resultado desejado.
Mas esta conduta, não sabe ele, não realizou o que ele queria. Então ele realiza uma segunda
conduta, acreditando que seu resultado já tinha sido realizado, que vai provocar o objetivo buscado
pelo agente. (O caso de Mércia, em que ela foi baleada e depois jogada numa represa, onde ela
morreu afogada).

1.1.1.2 Culpa

Professora deixará na xérox o livro Direito Penal Acadêmico, livro que trata sobre diversos temas, uma coletânea de
artigos. O artigo da professora é o que trata sobre culpa.

Historicamente houve uma grande quantidade de crimes dolosos, sendo sua teoria pacífica, e a
teoria culposa ignorada. Hoje tem-se uma ocorrência muito grande de crimes culposos e, portanto,
tem-se feito um efeito grandioso para restaurar a teoria da culpa. O que a professora dará agora, é o
mais avançado em termo de teoria domática consensual, porém não é a última palavra em Teoria da
Culpa, uma vez que ela está sendo agora montada na Teoria da Responsabilidade Objetiva do
Resultado.
O legislador não define a culpa, apenas dá suas modalidades. A doutrina que a faz.
A culpa se constitui na inobservância do dever objetivo de cuidado, concretizadora do tipo penal,
manifestada numa conduta produtora de um resultado não-desejado, embora objetivamente
previsível.
A censura é dirigida no crime culposo, pois o agente realizou uma conduta descuidada. A censura
não é realizada devido ao resultado ilícito, por não ter pretendido. Isso explica o motivo o qual a
pena do crime culposo é menor que do doloso.

25/08/10

A avaliação do crime culposo é valorativo.

1.1.1.2.1 Elementos da culpa

1.1.1.2.1.1 A inobservância do cuidado objetivamente devido

Parte do pressuposto de que, por vivermos em sociedade, temos o dever de ter um comportamento
cuidadoso. O criminoso culposo não atendeu a esse dever, tendo um comportamento descuidado.
Esse cuidado é relativo a atividade ao qual se exerce. A doutrina tem orientado os pesquisadores e
operadores do Direito na avaliação do cuidado.

1.1.1.2.1.2 Produção de um resultado e nexo causal

Foi pacífico durante muitos anos, pois se considerava que o crime culposo era necessariamente
natural. Atualmente, 98% dos crimes culposos são materiais e 2% de mera-conduta. Esse elemento
apenas serve para os crimes culposos materiais.
Esse elemento significa que o indivíduo teve uma conduta descuidada, que, por conta dela, veio o
resultado naturalístico. A conduta descuidada foi requisito direto para que o resultado naturalístico
ocorresse.

1.1.1.2.1.3 Previsibilidade objetiva do resultado

Aquele resultado naturalístico é previsível para todas as pessoas. Há também a subjetiva, a qual se
avaliará diante das condições pessoais do agente, ou seja, se o agente, considerando as suas
condições pessoais, tinha condição de prever o resultado.

1.1.1.2.1.4 Conexão interna entre o desvalor da ação e o desvalor do resultado

O desvalor do crime culposo incide tão somente na ação realizada, não no resultado. Por isso que as
sanções aos crimes dolosos são menores que aos crimes culposos. Tanto que o princípio da
insignificância não se aplica a crime culposo, nem existe dano culposo (no comum, mas no militar
sim), apenas responde civilmente.

1.1.1.2.2 Modalidades de Culpa

Não confundir modalidade com espécie, sobretudo em concurso.

As formas segundas as quais a conduta descuidada se manifesta.


Crime culposo espanhol é crime imprudente, o português é negligente.

1.1.1.2.2.1 Imprudência

A conduta comissiva que desatende ao dever objetivo de cuidado. A exemplo do dirigir com sono.

1.1.1.2.2.2 Negligência

É uma conduta omissiva, de tomar os cuidados necessários. A exemplo do caso do estudante da


FIB, que foi projetado para fora do ônibus devido a descuido do motorista ao não fechar a porta.

1.1.1.2.2.3 Imperícia

É a falta de capacidade, despreparo ou conhecimentos técnicos para o exercício de arte, profissão ou


ofício. A imperícia pressupõe sempre a qualidade de habilitação para o exercício profissional.
Havendo a imperícia, fora do âmbito profissional, a culpa é atribuída ao agente a tipo de
imprudência ou negligência. A exemplo do dentista que só faz canal que passou a ser ortodentista e
causou lesão corporal a seus clientes. Ou o motorista com a habilitação B que passa a dirigir
caminhões.
Nem todo descuido, todavia, feito pelo profissional é imperícia.

1.1.1.2.3 Espécies de Culpa

Leva em consideração a previsibilidade do resultado naturalístico. É difícil de provar-se,


conseguindo-se pode-se atenuar a pena (a jurisprudência prescreve) a culpa inconsciente. (Pode-se
provar através da fala do reu ou testemunha).

1.1.1.2.3.1 Culpa consciente


O indivíduo previu o resultado, não o queria, e entendeu que poderia evitá-lo .

1.1.1.2.3.2 Culpa inconsciente

O resultado é previsível, entretanto, o agente não o previu.

1.1.1.2.4 Culpa consciente e dolo eventual

Constituem uma das maiores torturas que o operador do Direito enfrenta. Isso pois temos requisitos
objetivos comuns a ambos, tendo uma característica comum subjetiva (a previsibilidade do
resultado). No dolo eventual, além da previsibilidade do resultado, ele consente com a ocorrência
do resultado, já na culpa consciente ele não quer a ocorrência do resultado. Nem sempre temos
prova disso, nós temos que considerar a postura mais branda, por conta do princípio in dubio pro
reu.
Explicam: Teoria da Probabilidade, da Aceitação e da Conformação. (Cap 17)

30/08/10

1.1.1.2.5 Princípio da excepcionalidade do crime culposo (art. 18, parágrafo único).

Toda vez que o tipo penal não se referir nem ao dolo nem a culpa, esse tipo penal é doloso. Para o
tipo penal ser culposo, ele tem que estar previsto expressamente como tal. Isso no Código Penal
comum.

1.1.1.2.6 Graus de culpa.

• Culpa grave ou lata.


• Culpa leve.
• Culpa levíssima.

1.1.1.2.7 Concorrência e compensação de culpa.

Compensação de culpa apenas existe no campo do Direito Privado, havendo, no Direito Penal, a
concorrência de culpa. Cada um terá que responder pelo crime que cometeu.

1.1.1.3 Crimes qualificados pelo resultado.

São crimes materiais, sempre naturalísticos. Eles podem ser: de conduta e resultado dolosos, de
conduta e resultado culposos, e de conduta dolosa e resultado culposo. Obviamente, a conduta
procura atingir um determinado resultado, diverso daquele que se materializa.
Quando a conduta é dolosa, com resultado culposo, tem-se o preterdolo, uma espécie de crime
qualificado. Exemplo da lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º da CP) e tortura seguida de
morte (art. 1, § 3º da lei 9455/97), que esgotam nossa legislação.

1.1.2 Relação de Causalidade.

Só se aplica a crimes materiais.


Tem-se uma conduta, que tem um resultado. O que os liga é a relação de causalidade, que
possibilita o estabelecimento de uma responsabilidade penal àquele que pratica a conduta. Não é,
contudo, o único que o possibilita.
Há uma grande gama de teorias da relação de causalidade, sendo que a teoria adotada em terras
nacionais é a teoria da Equivalência das Condições ou Teoria da Conditio Sine Qua Non. Ela está
prevista no art. 13, caput.
A causa pode ser tanto uma conduta humana quanto um fato natural.
Para essa teoria, causa é tudo aquilo que acabou colaborando para aquele resultado. Sua limitação é
evidente com a interpretação lata, em que até os genitores seriam culpados pela conduta. Para evitar
tais absurdos, tem-se adotado limitações.
A primeira delas é o Juízo Hipotético de Limitação, que é utilizado para se verificar se certa conduta
foi causa de um certo resultado. Exemplo disso é o ladrão que pega emprestado uma arma de um
cidadão e uma faca de outro, e comete um delito usando a arma. Sem a conduta do cidadão da faca,
ainda haveria o delito. Mas, caso o cidadão da arma não soubesse do fim delinquente destinado a
arma, não há de se falar de responsabilidade.

1.1.2.1 Causas absolutamente independentes.

A primeira limitação é a existência de dolo ou culpa da conduta considerada causa.


A segunda são as causas absolutamente independentes, que podem ser pré-existentes, concomitantes
e supervenientes (referente a conduta). São causas que, sozinhas, causaram o resultado naturalístico.
Exemplo disso é João, que dispara tiro a Bernado, que vem a falecer logo depois, não em
consequência do tiro, mas pois antes houvera ingerido veneno. O que matou Bernardo era o veneno,
não o tiro, sendo então uma causa pré-existente que não sofreu influência do tiro joanéstico.
Outro é se João fere Bernardo, no mesmo instante em que este vem a falecer exclusivamente por
conta de um colapso cardíaco fulminante. A causa da morte foi o colapso, causa concomitante e
independente.
João ministra veneno na alimentação de Bernardo, e Bernardo que, quando está comendo sua
refeição, vem a falecer em consequência de um desabamento.

01/09/10

1.1.2.2 Causas Relativamente Independentes.

A conduta juntar-se-á com outro fator e resultará num resultado ilícito.


Nas causa relativamente independentes, a conduta do agente tem de ser dolosa ou culposa.
Caso sejam pré-existentes, responder-se-á pelo resultado. Aplica-se, então, o art. 13, caput.
Caso sejam concomitantes, responder-se-á pelo resultado. Aplica-se, então, o art. 13, caput.
Caso sejam supervenientes, poderá responder-se pelo resultado, aplicando-se o art. 13. Também
poderá aplicar o art. 13, § 1º.
Em caso de, por exemplo, um cidadão com animus necandi (intenção de matar) dá uma facada
numa região não letal dum hemofílico, que vem a morrer de hemorragia, ele responderá pelo
resultado caso saiba disso, e caso não saiba ele responderá pela tentativa de homicídio. (Pré-
existente.)
Outro exemplo, no subúrbio, em que José Bispo dos Santos, cardíaco e hipertenso, pai de três filhas,
uma casada com Benedito da Silva, desempregado preguiçoso e suspeito de tráfico de drogas, num
almoço de domingo regado a bebidas alcoólicas, tem uma arma dirigida a sua cabeça por parte de
seu genro. Neste momento, José tem um colapso cardiáco, que o leva a óbito. Qual seria a intenção
do Benedito? Ameaçá-lo ou matá-lo? Caso ele apenas queria ameaçá-lo, sabia ele que o sogro era
cardiaco? Caso soubesse, seria dolo eventual, uma vez que era previsível o colapso (responder-se-ia
pelo crime de homicídio). Já caso não soubesse, responderia apenas pela ameaça. Caso queria matá-
lo, caso ele soubesse, responderia pelo homicídio por dolo direto. Já caso não soubesse, seria
tentativa de homicídio. (Concomitante).
Na primeira hipótese da superveniente, tem-se a soma dos fatores também. Isto é, aplicar-se-á o art.
13, caput.
Exemplo: Utília, candidata a vereadora em Palmeiras, que lançou Crispim, candidato do partido
adversário que falou mal a respeito dela na praça municipal, à ribanceira. Levou-se Crispim ao
hospital municipal, conhecido por ser inapropriado amplamente, onde ele veio a falecer. Ela
responderá por homicídio. Caso ela não seja nativa de lá, responderá por tentativa de homicídio.
Um fato imprevisível e inusitado, que interrompe a conduta de A, que altera o resultado. A
responderá pelos atos praticados. (Outro caso do superveniente).
Exemplo: Renato e Marcos, estudantes da FACOM, encontram-se no viaduto do Canela, onde
discutem. Renato, irritado, saca uma .38 e dispara contra o torço de Marcos. Marcos é levado pela
SAMU, que na Vasco da Gama é atingindo por um carro conduzido por um bêbado, que capota, e
lança Marcos contra o meio-fio, onde morre por traumatismo craniano. O acidente é o fato
imprevisível. Renato responderá pela tentativa de homicídio e o condutor pelo homicídio culposo,
ou dolo eventual.

Exercícios para a próxima aula (ZAFARONI):

1. Tento plantar uma árvore, e detono um explosivo enterrado, em manobras militares, à 30


anos atrás.
2. Um indivíduo é empurrado contra um armário, cheio de cristais e porcelanas, quebrando o
que lá estava guardado.
1. Caso o indivíduo tenha se lesionado, o empurrador tinha naturalmente intenção de
lesionar o indivíduo, sendo então responsável pela lesão corporal. Caso falhe, será
tentativa de lesão corporal. Caso morra, será lesão corporal seguida de morte.
2. Quanto a quebra de porcelanas, o indivíduo foi apenas instrumento para o crime de dano,
doloso eventual do empurrador.
3. Um sujeito é empurrado contra uma anciã, por um grupo de 50 pessoas, de tal forma que ela
fica pressionada entre a parede e ele, morrendo ela por asfixia.
1. O sujeito foi apenas instrumento para o homicídio. Quem responderá pelo delito são as
50 pessoas.
4. Um sujeito está sentado à borda duma piscina e recebe um empurrão que o faz cair, com isso
causando uma lesão a um banhista.
1. O dolo é do empurrador.
5. O carona de um condutor de um veículo agarra-lhe as mãos, fazendo-o desviar o volante e
com isso provocando a morte de predeste.
1. O condutor foi mero instrumento do crime culposo do carona.
6. Um sujeito empurra o outro do alto duma ponte, para que esse morra afogado. E quando o
empurra a vítima morre pois fraturou o crânio com uma pedra.
1. Dolo direto genérico.
7. O empregado duma estrada de ferro, encarregado de controlar o cruzamento de linhas,
estando inconsciente em virtude dum AVC não fecha o caminho, provocando assim o
acidente.
1. Não houve crime, uma vez que o indivíduo estava em estado de inconsciência, o
tornando inimputável pelo ocorrido. Ausência de conduta.
8. Certos mendigos russos amputavam as pernas ou braços de crianças, para depois usá-las
como chamarizes da compaixão dos transeuntes. Por certo que, de vez em quando, uma
criança morria devido as amputações, ainda que não desejassem isso, pois a criança morta
lhes seria inútil.
1. Houveram dois crimes, um doloso (lesão corporal) e preterdoloso (lesão corporal
seguida de morte).
9. O condutor de um veículo que tem ao seu lado um carona bêbado agressivo, e conhece essa
circunstância, conduz o veículo com esse carona ao seu lado incorrendo em atropelo e lesão
corporal dum predeste. (PEGADINHA, SACANA)
1. A responsabilidade é do condutor.
10. Se um indivíduo dá a outro uma dose de arsênico, para matá-lo, mas confunde os fracos, lhe
dando um antibiótico, e a vítima morre, pois o remédio nela causou uma reação alérgica
letal.
1. Houve desvio de conduta, ocorrendo no dolo, uma vez que, apesar do erro do
instrumento, o indivíduo tinha animus necandi.

08/09/10

1.1.2.3 A relevância causal da omissão.

Só se há de dizer em nexo causal em relação aos crimes omissivos impróprios, os omissivos por
comissão (aqueles praticáveis pelos garantes ou garantidores, que possuem o dever de evitar o
resultado e podem evitá-lo). Isso pois o omissivo é de mera conduta, não ocorrendo em resultado
naturalístico. Ánibal Bruno compreende que é de natureza naturalística. Nelson Hungria entendi que
é de natureza lógica-naturalística. Mais modernos, como o Bittencourth, Dalmão, Mirabeth,
entendem que a natureza é de causalidade normativa. E Juarez Tavares, um dos maiores penalistas
nacionais, reconhece como de natureza normativa-social.
São, contudo, ponto de vistas minoritários, sendo o pensamento majoritário a de que é de natureza
de ficção jurídica. O que será considerado causa é o não ter impedido o resultado.

1.1.2.3.1 GARANTE

A figura do granate está previsto no Art. 13, § 2º da CP. Há três hipóteses exaustivas para
determinar o garante. Critica-se que, na prática, tais hipóteses são insuficientes, sendo que, portanto,
há situações em que o garantidor não será incluído nessas hipóteses, evitando a punição.
Na alínea a) coloca-se que é aquele que tem obrigação legal de cuidar, vigilar e proteger. A doutrina
e jurisprudência tem entendido que apenas aplica-se a família.
Na alínea b) coloca-se que é aquele que, sem decorrência de lei, mas sim devido a uma aceitação
voluntária, contratual ou negocial de um dever de atuar decorrente do exercício da profissão,
assumiu a responsabilidade de evitar o resultado.
E na alínea c) coloca-se que é aquele que, em decorrência de conduta anterior, criou o risco de
ocorrer o resultado. Exemplo disso é o nadador que chama o manolo que não é nadador para fazer a
travessia SSA-Ita, manolo esse que acaba por cansar no meio do caminho, sendo que o nadador
ignora isso e o deixa ao leu, resultando na morte do manolo.

13/09/10
1.1.2.4 Teoria da Imputação Objetivado Resultado (vide livro homônimo de Luís Regis Prado)

Só se aplica a crimes materiais, uma vez que se trata com nexo causal que necessita do resultado
naturalístico. Na avaliação da conduta, quanto a sua tipicidade, ter-se-á de preocupar inicialmente
com nexo causal, depois a ocorrência de algum dos critérios normativos, seguido do dolo e da
culpa.
(Abordagem de Roxin)
Tem como pressuposto o princípio do risco: a convivência com o risco faz parte de nossa vida. Há,
portanto, uma linha de risco tolerável. Quando, através de uma conduta, o indivíduo aumenta ou
cria um risco não-tolerável, o indivíduo tem sérios indícios que praticou uma conduta típica. Para
poder se avaliar se essa pessoa aumentou ou criou o risco ou não o fez, Roxin estabeleceu critérios
normativos (valorativos).
Um conceito é: “Só pode ser objetivamente imputável um resultado causado por uma ação humana
(no sentido da teoria da comissão) quando a mesma criou, para seu objeto protegido uma situação
de perigo juridicamente proibida e um perigo se materializou no resultado típico.”
Aplica-se tanto para crimes dolosos quanto culposos e, quanto comissivos quanto omissivos.
É usada sobretudo em crimes culposos e junto ao conditio sine qua non.
1.1.2.4.1 Critério da diminuição do risco.

Se uma pessoa que reduzir o risco a outra pessoa, a princípio, ela não pode ser responsabilizada pela
ocorrência de um tipo penal. (Ex. Do cidadão que desvia a pedra que outro, movido a animus
necandi, atira contra a cabeça de terceiro, desvio esse que causa lesão corporal. O cidadão não
responderá por nada, o delinquente responderá por tentativa de homicídio.)

1.1.2.4.2 Criação dum risco juridicamente relevante

Risco este que passa para a margem do risco não-tolerável, tendo que considerar a probabilidade de
ocorrência, isto é, se for muito provável que ocorra, esse risco concretizar-se-á. (Ex. O sobrinho que
manda o enfermeiro passear com seu tio enfermo em sua cadeira de roda metálica num dia
tempestuosa, com a intenção de que um raio atingisse-o.)

1.1.2.4.3 Aumento do risco permitido

(Ex. A, industrial, infringindo o dever de cuidado (nem sempre significa um crime culposo, uma vez
que o doloso também infringi-se), entrega a seus trabalhadores matéria-prima não desinfetada para
seu manejo, o que provoca a morte de quatro deles. Mais tarde, constata-se que tampouco a
desinfecção aconselhada teria eliminado a possibilidade de as mortes virem a ocorrer.)

1.1.2.4.3 O Âmbito de Proteção das Normas.

A norma só atinge as pessoas diretamente ligadas ao caso, à hipótese.

15/09/10

Concurso de pessoas (BITTENCOURT) ← sempre cai em concurso, uma ou duas na parte objetiva e sempre na
subjetiva.

1. Introdução.
Se refere a mais de uma pessoa cometendo o crime. Também é conhecido por Concurso
de agentes.
2. Concurso necessário e concurso eventual.
2.1. Crime monosubjetivo: é aquele que pode ser cometido por uma pessoa e,
eventualmente, por mais de uma pessoa (homicídio). Naturalmente, o concurso é
eventual. Essa teoria apenas se aplica a este caso, do concurso eventual.
2.2. Crime plurissubjetivo: é aquele que só pode ser praticados por mais de uma pessoas,
havendo essa exigência no próprio tipo (quadrilha e rixa). Há, portanto, um concurso
necessário.
3. Teorias:
3.1. Pluralística: numa hipótese de concurso de agentes, cada participante poderia responder
por um crime diferenciado do outro. Poderia se ter tantos crimes quantos forem o
número de participantes do ato criminoso. Tal teoria hoje foi superada.
3.2. Dualista: hoje superada. Haveria um crime para quem realizou o ato executório e outro
para quem não o realizou.
3.3. Monista ou Unitária: agora valendo. Quem, de alguma forma, colaborou para a prática
do crime, seja realizando o ato executório ou não, responderá pelo mesmo crime, tal qual
os demais. (caput do art. 29) Haverá, naturalmente, uma variação na pena. Devido a
diversas exceções (crime de aborto e os crimes de corrupção) há quem diga que não seja
teoria absoluta, mas sim mitigada.
4. Requisitos do concurso de agentes.
Necessitam existir todos ao mesmo tempo.
4.1. Pluralidade de participantes (onde há as figuras do autor, coautor e participe) e
condutas relevantes, que contribuíram para a execução do delito.
4.2. Causalidade física, ou material. Isto é, quando houve uma conduta que teve a
capacidade de contribuir eficazmente para a realização do delito (o sea, tuve una
eficacía causal).
4.3. Causalidade psíquica. Primeiro aspecto: tem de haver uma combinação entre eles
(pensamento majoritário), podendo ser expresso ou tácito, até sendo real-time. O
segundo aspecto é a atuação totalmente dolosa para todos ou totalmente culposa para
todos, existe uma homogeneidade.
5. Autoria.
O autor é aquele que realiza a conduta típica. Há também o autor mediato, o autor
intelectual (que não realiza a conduta típica), o autor colateral e o autor incerto.
5.1. Teoria restitiva:
a) Objetiva formal.
É a adotada aqui no Brasil, que defende que autor é aquele que realiza a conduta
típica e participe é aquele que colaborou para o criem sem realizar a conduta
típica. Essas cincos espécies de autoria, na realidade, quatro delas são espécies de
exceção desta teoria.
b) Objetiva material.
Considera que autor é aquele que realiza a conduta mais perigosa, para o bem
jurídico penal, e participe é aquele que realiza a conduta menos perigosa.
5.2. Extensiva.
Ela escolha o critério subjetivo para distinguir autor de participe. Autor é aquele que
tem vontade de autor, e participe é aquele que tem vontade de participe. Autor é
aquele que quer o fato criminoso como próprio, já participe é aquele que quer fato
criminoso como alheio.
5.3. Domínio do fato.
Foi criada nos idos dos anos 1930, por Hans Welsen. Também é chamada de Teoria
Objetiva Final ou Objetiva-Subjetiva. Se aplica aos crimes dolosos, e hoje em dia
está ganhando um espaço enorme na prática do Direito Penal. Está passando por um
processo de releitura. Na prática, os operadores brasileiros estão aplicando-a
também, junto a restritiva objetiva formal ou a substituindo. Para Welsen, autor é
quem detém domínio do fato, o sea, é quem detém o poder de decisão sobre a
realização do fato, é o poder de estabelecer a finalidade, o se, como, quando e onde
do fato criminoso, ainda que não realize nenhuma conduta típica.
Ela é mais eficaz, porém limita-se aos crimes dolosos. Em relação aos crimes
culposos, ela não faz distinção entre autoria e participação. Neles, ela entende que
everyone é autor.
20/09/10
6. Autoria mediata.
O autor mediato é aquele que utiliza de uma pessoa não culpável para realizar a conduta
típica. Pessoa esta inimputável, coagida, induzida a erro, etc. Neste caso, não há
concurso de agentes, sendo que é o autor mediato que responde pelo crime. Ela se
encaixa na Teoria do Domínio do Fato, uma vez que ele é quem possuía o domínio de
fato, não o realizador da conduta.
7. Coautoria.
Não é uma figura diferente do autor, apenas demonstra que há mais de um autor. Todos
os “autores” são coautores. Essas condutas típicas não precisam ser iguais, podendo ser
diferentes. Há de se exemplificar a divisão do trabalho delinquente.
Pela Teoria do Domínio do Fato é quando há pelo menos dois indivíduos que têm o
domínio do fato.
8. Participação em sentido estrito.
Prevista no art. 29 do CP, sendo uma norma importantíssima e de extensão. O participe
que não realizou o verbo do fato típico apenas será punido por essa norma. O participe
apenas será punido, também (art. 31) caso o autor, pelo menos, tente realizar o fato
típico. Há de recordar que a tentativa já ato executório, de onde é punível (ato executório
e consumação que, via de regra, são puníveis, sendo que a cogitação e atos preparatórios
não o são... havendo exceções, como a quadrilha).
8.1. Espécies.
a) Instigação em sentido amplo ou participação moral.
• Instigação propriamente dita.
Quando o participe reforça uma ideia criminosa previamente existente na
mente do autor, de qualquer forma. Nem sempre se consegue provar, uma vez
que há de se demonstrar que o autor cometeu o crime devido a influência do
participe. O participe, portanto, responderá pelo mesmo crime cometido pelo
autor. Porém será desresponsabilizado caso seja irrelevante a influencia.
• Indução ou determinação.
O participe inocula a ideia criminosa na mente do futuro autor.
b) Cumplicidade.
A cumplicidade é o auxílio material, auxílio este que pode variar ao empréstimo
de um instrumento, deixar uma porta aberta ou até mesmo dar informações
necessárias. Este auxílio tem de ocorrer num momento especial, que é ou a
consumação ou os atos executórios. Caso seja posterior, será um crime
autônomo, tais como os dos arts. 348 (favorecimento pessoal) e 349
(favorecimento real).
Não se configura em conivência. Vale lembrar que aquele que não é garantidor
não possui a obrigação de notificar a autoridade competente acerca do crime
testemunhado.
8.2. Fundamentos da culpabilidade do participe. Teorias.
a) Teoria da Participação na Culpabilidade.
O participe tem de ser punido pois ele corrompe o autor, tornando-o culpável e
merecedor de pena.
b) Teoria do Favorecimento ou da Causa-Ação (Alemanha, Espanha e Brasil).
O fundamento da punição do participe reside no fato dele ter favorecido ou
induzido o autor a praticado o delito.
8.3. Princípio da assessoriedade na participação.
a) Teoria da Assessoriedade Extrema (Alemanha até Segunda Guerra).
O comportamento do autor deveria ser típico, antijurídico e culpável, daí que se o
autor, por algum motivo, fosse não-culpável, o participe, por conta da
assessoriedade, seria impunível.
b) Teoria da Assessoriedade Limitada.
Defende que, para haver a punibilidade do participe, basta que a conduta do autor
seja típica e antijurídica. O sea, não é necessário que o autor seja culpável, uma
vez que a culpabilidade é uma circunstância pessoal.
22/09/10
9. Concurso em crime culposo.
Na Alemanha, entende-se que não há concurso. Aqueles que agem conjuntamente para a
realização de um crime culposo são autores independentes.
Na Espanha, entende-se que há coautoria e participação.
No Brasil, a maioria da doutrina entende que é possível a coautoria em crimes culposos,
mas não a participação stricto senso. Excepciona-se, por exemplo, Regis Prado, que
entende o contrário. Vê-se, na doutrina majoritária, na teoria restritiva formal, no crime
culposo todos os autores não obedeceram o dever objetivo de cuidado. Já na teoria do
domínio do fato, todos os autores teriam o domínio do fato.
10. Concurso em crime omissivo.
10.1. Participação comissiva em crime omissivo.
A exemplo do político doente que convence o médico a não notificar sua
enfermidade (art. 269).
10.2. Participação omissiva em crime comissivo.
A exemplo do caixa que se deixa furtar.
10.3. Coautoria em crimes omissivos próprios.
A exemplo do condutor e seu carona que veem um pedestre acidentado e recusam a
prestar socorro.
10.4. Coautoria e participação em sentido estrito em crimes omissivos impróprios.
A única diferença entre os dois é se é garante ou não. Se é garante é (co)autor, se não
o é é participe.
11. Autoria colateral.
É uma espécie de autoria que não pressupõe concurso de agentes.
Há autoria colateral quando duas ou mais pessoas, ignorando uma a ação da outra,
realizam condutas convergentes objetivando a execução da mesma infração penal. A
exemplo dos pistoleiros contratados por políticos diferentes para matar um outro, um
pistoleiro que disfere um tiro fatal e outro que não dá um tiro fatal. Ambos,
naturalmente, agindo por animus necandi. Cada pistoleiro (junto a seus clientes)
responderá por um crime diferente, a saber homicídio e tentativa de homicídio.
11.1. Autoria incerta.
Subespécie da autoria colateral, detendo portanto todas as características da última. A
diferença está na ciência de quem produziu o que. Na incerta, como seu nome diz,
não se sabe quem produziu o que. Condenar-se-á ambos, pela construção doutrinária
e jurisprudencial, por tentativa do resultado.
27/09/10
12. Multidão delinquente.
Já existe há muito tempo estudos psicológicos que demonstra que um indivíduo dentro
da multidão amplia sua personalidade. Ela se sente protegida e capaz de realizar atos que
antes não fariam. Melhor exemplo é o linchamento.
Quando um indivíduo faz um crime na multidão, o mesmo tem uma pena atenuado (art.
65, e), por não ter controle plena de sua consciência. In verbis:
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.
Mas quem provoca, no art. 62, I, agrava, in verbis:
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que:
II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
13. Participação impunível (art. 31 do CP).
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não
são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
O exemplo da participação, que de tão grave ser, se tornou crime autônomo é a indução
ao suicídio (art. 122). Outros são os definidos pelos artigos 227, 228, 248, 286 e 288.
14. Participação de menor importância (art. 29, §1º do CP).
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
É um problema sério para qualquer operador do Direito. Está se falando não de
participante, mas sim de participe. Esta redução poderá dar margem ao juiz fixar uma
pena abaixo da cominada.
No CP, toda vez que se ver o verbo poder, tem-se de ler dever. Se trata de um dever do
juiz, mas não uma mera faculdade. Há uma doutrina minoritária que entende ser
faculdade.
O problema é que a lei não estabelece o que é uma participação de menor importância.
A doutrina tenta suprir, tendo várias concepções. Para Bittencourt, é a menor intensidade
volitiva do participe e a menor ou maior culpabilidade (critérios altamente subjetivos).
Já o Damásio de Jesus, é a menor ou maior aproximação da conduta do participe em
relação ao tipo penal (para a professora, é o melhor compatriota).
Tais subjetividades resultam no apoderamento do juiz.
15. Cooperação dolosamente distinta ou desvio subjetivo de conduta.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste;
essa pena será aumentada até metade, a hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
16. Comunicabilidades das circunstâncias, condições e elementares (antigo art. 30 do CP).
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares
do crime.
Circunstâncias são dados acessórios que circundam o fato principal. Não integram a
figura típica, mas influenciam no aumento e na diminuição da pena. Isto é, não estão no
caput, mas estarão em algum parágrafo posterior. Elas podem ser objetivas ou subjetivas.
As objetivas também são chamadas de materiais ou reais, dizendo respeito ao fato
criminoso objetivamente considerados, à qualidades e condições da vida, ao tempo,
lugar, modo e meio de execução do crime. As subjetivas ou pessoais são aquelas que só
dizem respeito à pessoa do delinquente, os motivos determinantes, suas condições ou
qualidades pessoais, suas relações com a vítima.
Só há condição de caráter pessoal, são as relações do agente com o mundo exterior, com
outros seres, com o Estado civil, seu parentesco, sua profissão.
Elementares são todos os dados que integram a descrição do tipo penal.
Quer dizer, o artigo, que as condições e circunstâncias de um coautor não transmitirá
para o outro.
Primeira regra de César: as circunstância e condições de carácter pessoal não se
comunicam entre coautores e participes por expressa determinação legal, mesmo que se
integrem na esfera de conhecimento de outro.
A segunda da regra de César: as circunstâncias objetivas e as elementares do tipo só se
comunicam se ingressarem na esfera de conhecimento dos participantes. Quebra o crime
próprio, aquele onde o agente tem de ter uma característica material ou jurídica para
cometer o delito (a exemplo do peculato, onde tem de ser funcionário público para
tanto).
Grande exemplo é A, funcionário público, que com ajuda de B (que sabe que A é
funcionário público) comete o crime de peculato. Ambos respondem por peculato, até
mesmo B que nem funcionário público é, mas sabe da condição de seu comparsa.
Outro é A, já casado, instigado por B, solteiro, casa com C. B foi instigador do crime de
bigamia. B, por saber que A já casado era, será também processado por bigamia.
A aconselha B a matar C, sem que A soubesse, B mata C empregando asfixia (Art. 121,
§ 2, III). Apenas B terá sua pena agravada.

29/09/10

Iter criminis (caminho do crime)

São etapas teóricas do crime, que nem todo crime passa:


1. Cogitação.
Se passa em sua totalidade na mente do indivíduo. É nessa fase que o indivíduo se
questiona sobre sua intenção, sobre sua vontade, a consideração e medição dos riscos,
sendo totalmente mental. Não há como o Estado controlar.
2. Atos preparatórios.
Nessa fase, a pessoa está decidida para cometer o crime, passando a tomar providências
para executar o delito. Normalmente não são punidos, excetuando alguns atos
preparatórios de tamanha gravidade que foram transformados em crimes autônomos (tal
como o art. 288, art. 291).
3. Atos executórios.
A realização do(s) verbo(s) do tipo penal. A tentativa depende deste ato. (art. 14, II)
1. Crime tentado.
O crime tentado é aquele que, iniciado a execução, não se consume por fatores
alheios a vontades do agentes. Representa uma realização incompleta do tipo penal.
Alguns equivocados autores pensam que a tentativa consiste em crime penal
autônomo, mas sim num tipo penal incompleto. (Quando o crime é tentado ele está
discrito como, por ex, art. 121, “caput”, c/c art. 14, II. c/c é “cominado com”).É
exceção o art. 352.
1. Elementos da Tentativa
1. A realização de ato executório.
2. A não consumação do crime por fatores alheios à vontade do agente.
3. Só pode ser dolosa, tanto direto quanto eventual.
2. Espécies de Tentativa
1. Tentativa Imperfeita.
O indivíduo não esgotou todos os atos executórios que poderia usar para
atingir o resultado querido.
2. Tentativa Perfeita ou Crime Falho.
Cabe o juiz ser mais severo nesta. Nesta, o indivíduo esgotou todos os atos
executórios possíveis, mas ainda assim não consegue a realização do delito.
4. Consumação.
A realização de toda a figura típica do tipo penal. (art. 14, I)
1. Crime consumado ou exaurido
▪ O crime é considerado consumado quando ele realiza toda a descrição do
tipo penal. Não há, todavia, obviedade na afirmação devido ao conceito
do tentado.
▪ O exaurimento é o desdobramento, as ocorrências que acontecem depois
da consumação, que pode proporcionar o aumento da pena.
2. A consumação em alguns tipos de crimes:
▪ Nos crimes materiais a consumação se dá com o resultado naturalístico.
▪ Nos crimes formais a consumação se dá através da realização da conduta.
▪ Nos crimes culposos, depende de sua natureza. Nos materiais, será com o
resultado naturalístico. Já os formais, só pela conduta.
▪ Os crimes omissivos próprios é pela conduta omissiva.
▪ Os crimes omissivos impróprios é pelo resultado naturalístico (como o do
133, que se consume pela mera conduta)..
O crime premeditado sempre passa, necessariamente por essas fases. Já o crime por impulso, os
culposos e præterdolosos também não passam por todas essas fases (não se cogita nem se prepara
para se fazer um crime culposo, por impulso ou præterdoloso). O crime tentado, por outro lado, não
tem a fase da consumação.
A diferenciação entre o ato preparatório e o ato executório é importante, mas difícil, que a doutrina
deu dois critérios: o material e o formal. O critério de diferenciação Material tem como pressuposto
o conceito material do crime (isto é, crime é a lesão ou sua ameaça a um bem jurídico penal).
Aquele ato que não consiste uma ameaça direta ao bem jurídico não é ato executório, mas sim
preparatório. Este critério não é aqui adotado, sendo o adotado o formal. O critério Formal
considera que ato executório é aquele que significa a realização da conduta núcleo do tipo, isto é, a
realização do verbo descrito no tipo penal. Existe situações em que é de difícil distinção o ato
executório do preparatório, havendo uma transcendência por parte da jurisprudência que considera
alguns atos preparatórios ligados ao crime como tentativa.

(Pegar as anotações de segunda-feira)


13/10/10

Antijuricidade ou Ilicitude

Quando se diz que existe uma antijuricidade penal significa que se tem algo que vá contra uma
norma penal. Não confundir com o injusto penal, que é composto pelo fato típico + antijurídico.
A conduta será antijurídica enquanto não houver uma causa que afaste essa contrariedade. Essas
causas são chamadas de causas justificantes, descriminantes ou causas excludentes de crime. O
conceito dessas é: são situações particulares, diante das quais um fato de outro modo seria
antijurídico não o é pois a lei o impõe ou o consente. Estão elencadas no art. 23. Corresponde ao
consentimento do ofendido quanto aos bens jurídicos disponíveis. O seu elemento subjetivo é a
consciência de estar agindo para proteger direito seu ou de outrem ou atuando no cumprimento do
dever legal ou no exercício do direito. Não há necessidade de saber o nome. Vale, como sempre, a
intenção também.

O Estado de Necessidade.

Art. 24. Há outros, na parte especial, que são, com efeito, como no caso do aborto, constrangimento
ilegal. Quem cria ou aumenta o perigo da conduta não pode alegar estado de necessidade, até for
culposa. Sendo culposo poderá ser condenado por crime doloso (independentemente). Fórmula para
diferenciar o estado de necessidade da legítima defesa (que é uma subespécie do estado de
necessidade): no estado de necessidade tem-se, ao menos, o conflito de dois bens jurídicos, por trás
deles há o interesse legítimo; já na legítima defesa, há uma colisão de bens jurídicos, porém em
relação a um dos bens jurídicos há o interesse ilegítimo (portado por aquele que causou a conduta
injusta).
Há o estado de necessidade justificante e o exculpante/dirimente. A Teoria Unificadora, que admite
apenas a justificante, foi adotada pelo CP brasileiro. Já a Teoria Diferenciadora, que admite ora a
justificante (art. 43) ora exculpante (art. 39), foi adotada pelo CPM, parte do princípio da
importância do bem jurídico. É justificante quando o bem sacrificado tem um valor menor que o
bem protegido. Já é o inverso no exculpante, isto é, quando o bem sacrificado é de valor igual ou
maior que o protegido.
Os requisitos, que são simultâneos, para o estado de necessidade no CP são: 1, a existência de um
perigo atual (considera-se o iminente também) e inevitável (não há outra alternativa); 2, a não-
provocação voluntária do perigo;
18/10/10
3, inexigibilidade do sacrifício do bem ameaçado (tendo que o bem sacrificado ser menor ou igual
ao protegido); 4, direito próprio ou alheio (quando disponível, para alguns autores minoritários,
tem-se que consultar o detentor deste direito queira que o salve), isto é, a pessoa pode agir em
estado de necessidade para proteger um direito seu ou de terceira pessoa (estado de necessidade de
terceiro); 5, o elemento subjetivo, isto é a consciência.
O parágrafo primeiro do art. 24 fala que quem tem o dever legal de enfrentar o perigo não pode
alegar estado de necessidade. O dever legal ocorre enquanto a pessoa estiver em serviço (discorda
disso o Rogério Greco), fora dele não há dever legal. Este parágrafo já foi interpretado de forma
absoluta, sendo hoje interpretada de forma relativa. Deve-se levar em consideração a probabilidade,
ou seja, que quando a probabilidade de “se dar mal” extrapole 50% não se pode exigir que se
enfrente o perigo.
O parágrafo segundo daquele artigo não trata de estado de necessidade. Há estados em que não se
configura em estado de necessidade, tratando-se de condutas criminosas que autorizam a
diminuição da pena.
Formas de Estado de Necessidade:
Tendo em vista a titularidade do interesse protegido, temos dois tipos de estado de necessidade: o
próprio e o de terceiro.
Tendo em vista o aspecto subjetivo do agente: o real, que acabamos de estudar (descrito no art. 24)
e o imputativo (que será visto dentro da teoria do erro).
Tendo em vista o terceiro que sofre a ofensa necessária: agressivo, quando a conduta do agente
atinge bem jurídico de terceiro inocente (ex. Destruir propriedade alheia para impedir a propagação
de incêndio que poria em risco a vida de diversas pessoas), e o defensivo, que se dá quando a
conduta do sujeito atinge interesse de quem causa ou contribuiu para a situação de perigo.

Legítima Defesa (art. 25)

Um dos institutos mais antigos, sendo muito manipulado pelos agressores (havendo a legítima
defesa provocada). Apesar de ser um tipo de estado de necessidade, ela possui suas peculiaridades.
Seus requisitos são, simultaneamente: 1, agressão injusta (aquela que não é abarcada pelo
ordenamento jurídico), atual ou iminente (não pode ser passada nem futura), agressão esta que tem
de ser humana (quem se defende de animal que, sem ordem, agride alguém este se defende em
estado de necessidade), não tendo que ser um ilícito penal, podendo ser uma agressão ativa ou
passivo (ou seja ser uma resposta a uma omissão); (20/10/10) 2, direito próprio ou alheio, podendo
qualquer bem jurídico é defensível pela legítima defesa, tendo que haver um certa
proporcionalidade entre esses bens jurídicos; 3, meios necessários usados moderadamente
(perigosíssimo, segundo Selma), sendo que o necessário nesse caso é o absolutamente necessário, o
crime ocorre quando o meio se torna desnecessário (ocorrendo excesso); 4, elemento subjetivo, isto
é, a consciência de estar agindo para proteger direito seu ou de outrem.

“Pena de morte é a solução


para todos os problemas da nação”

Espécies de Legítima Defesa

1. Real ou própria, a do artigo 25.


2. Putativa, isto é, imaginária. (Tratar-se-á ao estudar teoria do erro).
3. Sucessiva.
Quando o agressor, vislumbrando o excesso da legítima defesa de sua vítima, age em
legítima defesa para evitá-la.
Não é possível a legítima defesa recíproca, porém pode haver legítima defesa putativa
contra putativa ou putativa contra real.

O estrito cumprimento do dever legal

O legislador cometeu um erro ao esquecer de definir este e o exercício do direito, cabendo a


doutrina a sua definição. O Dever Legal é necessariamente aquele imposto pela Lei, não decorrente
do costume, das normas religiosas , de corporação ou administrativa, mas sim pela Lei no stricto
sensu. A exemplo do policial que prende alguém, que caso não houvesse essa justificante, estaria
realizando sequestro e constrangimento ilegal. O estrito cumprimento significa que se agirá da
forma estritamente necessária para o cumprimento legal. Naturalmente, esta justificante é dirigida
aos agentes públicos, podendo em algumas circunstâncias não serem a eles destinados.

O exercício regular do direito

Qualquer direito, não importando a seara. Regular significa moderação.


Exemplo deste são as intervenções médicas e cirúrgicas, que constituem em lesão corporal, porém
são autorizados pelo exercício regular do direito profissional.
Outro exemplo é a violência desportiva. Porém, a atividade esportiva tem que ser regulada pelo
estado, havendo a pessoa lesionadora tenha agido dentro das regras.

23/10/10

Offendiculas ou Offendiculos

Na verdade, não constitui uma justificante, é apenas um aspecto de discussão na doutrina. São
dispositivos ou instrumentos objetivando impedir ou dificultar a ofensa a um bem jurídico penal.
Alguns autores fazem diferença entre offendiculas e defesas mecânicas predispostas. Para eles, as
offendiculas seriam ostensivas, já as defesas seriam ocultas. Exemplo de offendicula: vidros no
muro de alguém. Exemplo de defesa mecânica predisposta: um foço. As offendiculas, para a
doutrina majoritária, constituem exercício regular de direito. Entretanto, quando acionadas são
legítima defesa preordenada. Quanto a defesa mecânica predisposta, dependerá de regulamentação
municipal. Não havendo regulamentação, será exercício regular de direito.

Justificantes Supralegais

Justificantes que não estão previstas na lei, sendo construção doutrinária, principiológica,
jurisprudencial, enfim, supralegal.

Consentimento do Ofendido em Relação aos Bens Jurídicos Disponíveis

O único bem jurídico indisponível é a vida (humana, naturalmente), os demais o são. Antes, haviam
mais bens jurídicos indisponíveis (como integridade física) devido a um processo de relativação dos
bens jurídicos. CASO o Brasil aceite a eutanásia, será superado este dogma do bem jurídico
indisponível.
Ora é uma causa destipificante, ora é justificante (supralegal). No primeiro ele age na tipicidade, no
segundo na antijuricidade. Para saber em que estágio se encaixa o caso, tem-se que fazer
analiticamente. Ao tratar-se da tipicidade, tem-se que ver se há a exclusão ou integração do mesmo.
Exemplificando: aquele que invade casa alheia com a autorização do seu proprietário (exclusão);
aquele que provoca o aborto com o consentimento da gestante (integração). Será uma justificante
supralegal quando não integrar o tipo.
Os requisitos para a validade deste consentimento são: 1, que a manifestação de vontade seja livre,
sem qualquer vício; 2, que o ofendido, no momento do consentir, possua capacidade (não é a
capacidade civil) para fazê-lo, isto é, compreenda o sentido e as consequências de seu
consentimento (inclui-se lapso de loucura, apesar de ter que se observar se o agressor sabe disso); 3,
que se trate de bem jurídico disponível; e 4, que o fato típico se limite e se identifique com o
consentimento do ofendido.

Excesso nas causa de justificação

Enquanto se estiver agindo observando os requisitos objetivos e o subjetivo, não há crime. Mas há
situações onde se extrapola. Se responde a partir do momento em que se houve a extrapolação. Esse
excesso pode ser doloso ou culposo (acontece quando há uma avaliação equivocada do agente, só
respondendo caso haja o tipo penal culposo).

FIM DE ANTIJURICIDADE, PAI.

Culpabilidade

Constitui um princípio constitucional implícito devido a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III).
Porém é um tema antiquíssimo, havendo uma série de teorias que mostram como essa ideia foi
desenvolvida (tem em Culpa Temerária). Atualmente, a teoria adotada é a Teoria Normativa Pura,
ou a Teoria Finalista, criada pelo gigantesco Hans Welzel. Para ele é um juízo de censura dirigida à
conduta típica e ilícita realizada pelo agente e mais, esta censura não só não está dirigida ao agente
nem mesmo ao passado do agente.

Elementos da culpabilidade
1. Imputabilidade. (art. 26 e 27)
Conjunto das condições de maturidade e sanidade mental que permitem ao agente
conhecer o caráter ilícito de seu ato e de determinar-se conforme seu entendimento.
Temos três métodos ou sistemas que são utilizados para avaliar se o indivíduo é
imputável ou inimputável: 1, o sistema biológico ou etiológico (menores de 18 anos,
exceção a regra); 2, o sistema psicológico ou psiquiátrico; e 3, biopsicológico ou misto
(adotado pelo Brasil).
Importante a expressão “ao tempo da ação ou omissão” diante das doenças que causam a
inimputabilidade de ordem sazonal.
Cabe ao HCT realizar a perícia, expedindo laudo.
O inimputável etário sempre é ato infracional, havendo uma distinção entre abaixo de 12
anos e acima deste, cuja medida é sócio-educactiva.
Há, ainda, os semi-(in)imputáveis. Isto é, aqueles que tinham alguma condição para
tanto. (parágrafo único do art. 26) Estes terão uma pena reduzida em um a dois terços.
Se durante o cumprimento desta pena ele ficar doente mentalmente, o juiz de execução
penal terá que mudar definitivamente por medida de segurança. Aplica-se aos que eram
completamente imputáveis também. Se chama o sistema vicariante (adotado com a
Reforma de 1984, antecedendo-o o duplobinário que admitia a cumulatividade) que
coloca que não se pode cumprir cumulativamente pena e medida de segurança. Ou um
ou outro.
Quanto ao art. 28, I: a emoção é o sentimento intenso e passageiro que altera o estado
psicológico do indivíduo, provocando ressonância fisiológica; já a paixão é o sentimento
permanente ou crônico por algo ou alguém, por tanto o ódio, a ambição, a cobiça podem
ser paixões. Estes somente servirão como atenuante (art. 65, III, c) ou causa de
diminuição de pena (art. 121, § 1º e art. 129, § 4º). A premeditação exclui a emoção.
Quanto ao art. 28, II: a embriaguez tem conceito mais amplo, abrangendo outras dorgas
manolo, que significa um estado de torpeza decorrente de droga depressiva/narcótico
que afeta o sistema nervoso central. A teoria da Actio Libera In Caosa explica
embriaguez voluntária como não-excludente (isto pois é uma embriaguez pré-ordenada
(art. 61, II, l)). A embriaguez superveniente sobrepõe a antecessora. O alcoólatra poderá
ou não ser inimputável, cabendo o caso concreto.
2. Potencial consciência da ilicitude.
Constitui a consciência ou o conhecimento atual, ou possível, da ilicitude da conduta.
Trate-se da possibilidade de o agente conhecer o caráter ilícito de sua ação.
3. Exigibilidade de conduta diversa.
Embora seja o mais simples, é o mais usado pelos advogado para desconstruir o crime
nos autos.
Caso falte alguns dos acima não haverá culpabilidade, não haverá culpabilidade e portanto crime.

Exculpantes ou Dirimentes Legais.

Causas que excluem a culpabilidade.


1. Inimputabilidade (art. 26).
2. Coação moral irresistível (art. 22).
Há dois tipos de coação, a física e a moral. A física é chamada de vis absoluta, e a moral
de vis relativa. A moral funciona como exculpante, isto foi aquele que foi coagido
fisicamente foi mero instrumento da conduta criminosa alheia.
A coação irresistível é tudo que pressiona a vontade impondo determinado
comportamento, eliminando ou reduzido o poder de escolha. Ou seja, aquele que age
sobre coação moral expressa-se sim uma vontade, mas esta é viciada. Há, então, uma
autoria mediata.
A irresistibilidade da coação deve ser analisada avaliando-se a gravidade do mal
ameaçado, a capacidade do coator de cumprir a ameaça, e o contexto e condições
pessoais do coagido. É indiferente que o mal ameaçado seja dirigido ao coator, coagido
ou pessoas de suas relações afetivas ou não. (Serve qualquer tipo de ameaça).
Existe, portanto, a resistível, onde haverá concurso de agentes e não a autoria mediata. O
coator terá sua pena agravada, em razão do art. 62, II, e o coagido terá sua pena
atenuado, em razão do art. 65, III, c, 1.
3. Obediência hierárquica (art. 22)
Esta obediência hierárquica apenas se aplica a relação de natureza pública, não cabendo
em direito privado. Tem-se um superior hierárquico que ordena uma ilegalidade que não
é manifestamente ilegal, que é cumprida pelo subordinado por não perceber a ilegalidade
ordenada. Há-se, então, uma autoria mediata. Caso haja o percebimento da ilegalidade,
haverá concurso de agentes. Não se refere, devido a norma especial, a militares (onde
está escrito “criminosa” e não “ilegal”).
25/10/10
4. Erro de proibição.
5. Descriminantes putativas.
6. Caso fortuito e força maior.

Dirimentes supralegais (Rudá)

Concretizações de inexibilidade de conduta diversa.


• Inexibilidade de conduta diversa.
◦ Há de haver fatores externos que exinguem a dirigibilidade (possibilidade de ser
cumprida) mínima da norma.
◦ Dupla redução, da culpabilidade e do injusto. Porém, uma vez que a exibilidade de
conduta diversa faz parte da culpabilidade, haverá a exclusão teórica da
culpabilidade. Aquela primeira culpabilidade é de ordem da reprovação.
◦ (Roxin) Aspectos de prevenção geral e especial, neste caso, se tem situação de tal
anormalidade criado por fatores externos em que não se justificará a aplicação da
pena neste caso.
1. Fato de consciência. (Relativismo cultural)
Aquele fato que seria punível mas que advém de consciência moral ou religiosa sentida
pelo agente como dever incondicional. (Fundado no art. 5º, VI da CF). É condicionado
ao fato do bem jurídico afetado seja protegido por uma alternativa neutra. Só se aplica a
tentativa.
2. Provocação da situação de legítima defesa.
Trama-se uma situação em que se pareça uma legítima defesa, de forma premeditada e
dolosamente. Para Juarez Cirino, na hipótese do delinquente não poder mais afastar o
risco, se trata de uma dirimente. Vai haver uma impossibilidade de desvio da agressão.
3. Desobediência civil
Quando de se utiliza de meios ilícitos, com o fim de alterar uma determinada situação
social, ou mesmo de protestar contra determinada situação. Para Juarez, desde sem
violência são não-culpáveis os agentes nos atos de desobediência civil, incluindo
obstruções e danos limitados no tempo (que porra é essa?).
27/10/10
Co-culpabilidade

Os Tribunais de Justiça do RS e de SP tem trabalhado com este princípio. Mas este foi criado no
século XVIII por Jean Paul Marata.
Sendo a sociedade um local de desigualdade, não se pode exigir o mesmo comportamento em
relaçao à lei de maneira igual. Assim, a culpabilidade deveria ser distribuída entre a sociedade e o
indivíduo que cometeu o delito, através da atenuação (disposta no art. 66) da pena.
O art. 66 faz com que as hipóteses de atenuação de pena ,no art. 66, exemplificativas e não
exaustivas.
O pensamento majoritário entende que a co-culpabilidade é causa atenuante genérica, Pressupõe,
por óbvio, sentença condenatória.
(Arranjar caderno de alguém)
Somos o único país que não adota a co-culpabilidade na América Latina, havendo uma força
histórica a impulsionar a comissão da reforme do Código Penal.
O pensamento de Zaffaroni transcende, falando que é ilógico basear-se apenas na condição
econômica. Abandona a co-culpabilidade e adota a vulnerabilidade. “Entende-se por situação de
vulnerabilidade aquela na qual a pessoa se coloca quando o sistema penal a seleciona e a utiliza
como instrumento para justificar seu próprio exercício de poder, pois é o grau de vulnerabilidade ao
sistema penal que decide a seleção e não o cometimento do injusto, porque há muito mais injustos
penais iguais e piores que deixam o sistema penal indiferente. Assim, existe uma relação intrínseca
entre vulnerabilidade e seletividade.”

AULA DE SEBASTIAN

Para o professor, é uma questão muito subjetiva. Para o latim, está relacionado a responsabilidade e
sofrimento. Em alemão, a dívida.
1. Acepções da culpabilidade.
◦ Princípio.
Tem relação com a responsabilidade pessoal (não pode ser solidária, tal como
era a lesa majestade nas ordenações filipinas) e a responsabilidade subjetiva
(onde há um vínculo entre autor e fato).
◦ Fundamento da pena.
O indivíduo concreto apenas pode ser punível caso seja culpável, isto é, que
ele tenha condições de ser motivado pela lei.
◦ Limite da pena.
Nenhuma pena pode exceder a culpabilidade, não podendo sofrer uma pena
maior que a culpabilidade.
2. Histórico.
◦ Teoria Psicológica da Culpabilidade (de von Liszt)
Para ela é um vínculo psicológico/subjetivo entre o autor e o fato. O crime é
dividido em duas partes, a objetiva (tipicidade e ilicitude) e subjetiva
(culpabilidade). Culpabilidade é dolo ou culpa stricto sensu. A
imputabilidade todavia, não faz parte da culpabilidade, sendo prerrequisito
desta.
Esteve em predominância até a Segunda Guerra Mundial.
Há defeitos, a exemplo do rapto de mulher honesta, cujo o tipo possui um
conteúdo subjetivo, e dos elementos não-subjetivos da culpabilidade.
◦ Teorias Normativas da Culpabilidade (também conhecida como Psicológica-
Normativa ou Neokantismo) (Frank, Goldschmidt e Freudenthal)
▪ Identificação na falta de síntese da culpabilidade na culpa e no dolo, havendo
elementos psicológicos e normativos. Há o elemento valorativo do
magistrado, que é de natureza normativa. Frank introduziu um novo conceito
de culpabilidade, em que há o dolo e a culpa e as circunstâncias
concomitantes. Goldschmidt se contrapôs, reconhecendo que para o crime
tem-se que violar a norma jurídica e a norma dever ou de fidelidade a ordem
jurídica. O conceito final é de Freudenthal, que argumentou que para alguém
ser culpável há de se poder ser exigível conduta diversa. Desenvolveu o
famoso conceito de inexibilidade de conduta diversa, enquanto elemento da
culpabilidade.
▪ Necessidade de imputabilidade, dolo ou culpa e exigibilidade de conduta
diversa para alguém ser culpável.
• Para eles, o dolo pressupõe consciência da ilicitude do fato.

03/11/10

Teoria do Erro (Luís Regis Prado)

Erro é uma visão equivocada da realidade.

1. Erro de Tipo.
Incide sobre elementos essenciais/estruturais e acessórios do tipo, sendo fáticos ou
normativos.
1.1. Essencial (art. 20, caput).
Incide sobre elementos essenciais/estruturais, sejam eles fáticos ou normativos (isto
é, axiológica). Pode ser de dois tipos:
a) Inevitável, invencível ou escusável.
Ocorre quando não poderia ser evitado pela normal diligência. Por ser inevitável,
este erro afasta o dolo e a culpa, não havendo crime.
b) Evitável, vencível ou inescusável.
Ocorre quando se poderia evitar pela normal diligência. Por ser evitável, este erro
exclui o dolo (exceto se o erro for grosseiro) mas não a culpa, se houver a forma
culposa.
1.2. Acidental.
a) Erro sobre a pessoa (art. 20, § 3º)
b) Erro na execução (art. 73)
c) Resultado diverso do pretendido (art. 74)
2. Descriminantes putativas (imaginária).
Imagina-se que se encontra numa situação de descriminante. Diferencia-se no tratamento
quanto a onde se incide o erro.
2.1. Incidente sobre situação de fato → erro de tipo permissivo (art. 20, § 1º, remanescente
da teoria causalista).
Tal como as agressões causadas durante a fuga de um incêndio inexistente. Ou o
sentinela que fuzila o seu colega, quando este lentamente tenta voltar ao bunker.
Sem evitabilidade do erro, o dolo e a culpa ficariam afastados. (Para a teoria do
artigo, é pois não houve culpabilidade). Sendo erro evitável, o indivíduo não
responde por dolo, mas sim por culpa (se houver o tipo na forma culpável).
2.2. Incidente sobre os requisitos de uma justificante → erro de proibição indireto → art.
21, caput, 2ª parte.
Tais requisitos são os objetivos, não a subjetiva. (Exemplo do sujeito que revide a
agressão já realizada crendo estar agindo em legítima defesa).Diminui-se de 1/3 a
1/6.
3. Erro de proibição. (art. 21, caput, e parágrafo único)
No erro de proibição, o agente supõe por erro ser permitido a sua conduta. O agente faz
um juízo equivocado daquilo que é permitido fazer em sociedade. Pode ocorrer tanto nas
condutas culposas quanto nas dolosas.
3.1. A ignorância da lei → art. 21, caput e art. 65, II, do CP.
Matéria de aplicação da lei que, por ficção, se presume conhecida por todos. A
diferença reside em que a ignorância da lei é o desconhecimento dos dispositivos
legislados, ao passo que o erro de proibição é o desconhecimento que a conduta seja
contrária ao Direito.
Funcionária como circunstância atenuante da pena.
3.2. Erro de proibição ou de ilicitude.
Está ligada a consciência de ilicitude. Se inevitável, exclui o dolo e a culpa. Caso
evitável, a pessoa responde por crime culposo ou doloso com a pena diminuída em
um terço a um sexto.
a) Direto.
Quando o agente atua com a convicção de que sua conduta não está contrária ao
Direito.
b) Indireto/Erro de permissão.
Quando, nas hipóteses de descriminantes putativas, ao incidir sobre os requisitos
de uma justificante.
4. Erro provocado por terceiro. (art 20, § 2º)
A princípio quem responde é quem induziu. O terceiro pode induzir de forma culposa ou
dolosa.
08/11/10
5. Características do erro acidental.
O erro acidental incide sobre os elementos acidentais do crime, isto é, são dados
acessórios que não integram a descrição típica do delito, mas serve para aumentar ou
diminuir a pena. Incide sobre os dados acessórios do delito ou sobre sua execução. Não
impede o sujeito de compreender o caráter ilícito do seu comportamento. Não exclui o
dolo.
5.1. Tipos.
a) Erro sobre a pessoa. (error in persona) art. 20, § 3º.
Quando há uma falsa representação em razão ao sujeito que se pretende atingir.
Serão as características da vítima virtual que irão interferir na penalização do
crime, não as da vítima real. Só há em crimes dolosos, vez que a pessoa tem que
querer atingir uma pessoa.
b) Erro na execução (aberratio ictus) art. 73.
Ocorre quando um indivíduo querendo atingir uma pessoa atinge outra, ou por
acidente ou por erro no uso dos meios de execução. Existe o de unidade simples
e o com resultado complexo. A simples tem o mesmo tratamento que o erro sobre
a pessoa. Já o complexo
c) Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis ou aberratio delicti) art. 74.
Há culpa quando há previsão e, se ocorre também o pretendido, haverá ocorrerá a
previsão do art. 70.

Concurso de Delitos

Ocorre quando uma pessoa comete dois ou mais crimes.


• Concurso Material - quando se tem mais de uma conduta e dois ou mais crimes. As penas
dos crimes se somam.
• Concurso Formal – quando se tem apenas uma conduta e dois ou mais crimes.
• Crime continuado – na realidade é o concurso material, mas que as condutas envolvidas são
muito semelhantes no modus operandi. Tem-se que ser feito num espaço menor de 30 dias,
respondendo como se um delito tivesse feito e mas gravemente.
10/11/10
RUDÀ

1. Considerações Gerais.
No concurso de crimes se haverá uma ou mais conduta que gerará mais de um delito.
2. Conduta.
Engloba as várias ações que ao fim vão resultar no crime.
Juarez Cirino critica, afirmando que não existe, antes do direito, uma conduta. Mas sim o
direito que olha para os atos e diz o que é conduta. O que deveria, para ele, ser tratado
não é a conduta mas sim a ação típica, isto pois a conduta é inexistente. A ação típica é
portadora do tipo penal, estando contida nele. Ele fala em crimes plurissubsistentes, que
são fracionados em vários atos, que pode ser um critério para o tipo penal que vai incidir.
Também fala ele do crime permanente, que consuma de forma estendida pelo tempo.
Quando há repetição da ação típica em rápido transcurso temporal, há uma só conduta,
pode-se falar em simples aumento do injusto. O ânimo agente, todavia, tem que ser o
mesmo.
3. Sistemas de aplicação da pena.
3.1. Absorção.
A pena mais grave absorve a mais leve.
3.2. Exasperação.
Aplica-se a mais grave, mas aumentada. (art. 70). Ocorre quando uma conduta
resulta em mais de um crime.
3.3. Acumulação material.
Soma das penas de todos os crimes praticados. (art. 69). No concurso formal, há
também acumulação, vez que o agente quis a multiplicidade de resultados com só
uma conduta.
3.4. Acumulação jurídica.
Vai-se acumular até certo ponto. Há-se um limite para o acúmulo. (Não temos).
17/11/10
4. Concurso material
Pluralidade de condutas: dois ou mais crimes. (Art. 69)
5. Concurso formal. (art. 70)
Conduta única, em que o agente comete dois ou mais crimes, idênticos ou não. Há-se a
aplicação da pena mais grave e 1/6 a ½ dos mais leves.
5.1. Perfeito.
É quando não tinha
5.2. Imperfeito.
22/11/10
6. Crime continuado.
Ocorre quando uma pluralidade de condutas resulta numa pluralidade de crimes que,
mediante as condições de espécie do crime (da mesma espécie, aqueles que atentam
contra o mesmo bem jurídico), tempo (dentro dum lapso), lugar (no mesmo lugar) e
modo execução (similar) específicos. São cumulativos e, para Juarez Sirino, dão
homogeneidade ao crime, numa perspectiva objetiva. O critério será da exasperação. Há
também um dolo unitária, que persegue todo o crime.
6.1. Justificativa.
Existe por uma opção de política criminal.
6.2. Considerações.
a) Havia uma súmula que dizia que os crimes continuados não se aplicavam aos crimes
de homicídio.
b) A culpabilidade dita no parágrafo único do art. 71 é o grau de reprovação.
c) Diferenciação entre crime permanente, habitual e continuado. O permanente só tem
uma conduta e um crime, sendo sua consumação perfazendo no tempo. Já no crime
habitual, que se perfaz apenas com a conduta reiterada, há várias condutas, vários
atos, que são na verdade uma única ação típica (PARA RUDÁ).

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