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Direito Civil III -

07/02/2007

Direito Contratual  É uma parte do direito das


obrigações.

• Conceitos
• Requisitos
• Formação
Teoria Geral dos Contratos
• Classificação
• Princípios
• Vícios
• Desfazimento

• Compra e venda
Direito • Troca ou permuta
Contratual
• Doação
• Locação de coisas
Contratos em Espécie • Comodato
• Mútuo
• Depósito
• Mandato
• Seguro
• Fiança

Dos Contratos

1. Conceito de Contrato

O contrato é um acordo de vontades que se destina a


aquisição, modificação, suspensão, resguardo ou extinção de
direitos de caráter patrimonial, respeitados os limites
estabelecidos pelo ordenamento jurídico em vigor.

Artigo 421 – “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos


limites da função social do contrato”.

2. Elementos Essenciais aos contratos (garantem a


existência do contrato)

• Declaração de vontade.

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• Idoneidade do objeto.

Idoneidade do objeto  aptidão  O objeto deve


ter aptidão para estar em um contrato. Ex. bens
móveis não possuem aptidão para serem objetos de
hipotecas.

• Forma, quando substancial.

• Pluralidade de partes.

No direito contratual, parte não é equivalente a


pessoa. Ex. contrato de compra e venda onde de um
lado marido e esposa (1 parte) compra um imóvel
de outra pessoa (outra parte).

 O contrato consigo mesmo, embora possa não parecer um


contrato, definitivamente o é. Ocorre que neste caso existe
uma aparência de que não haja pluralidade de partes.
Contudo, o que se verifica na realidade é que existe apenas
uma pessoa que age, de um lado em seu nome e interesse
próprio, e do outro lado, em nome e no interesse de outra
parte contratante.

Artigo 685 – Procuração em causa própria - “Conferido o


mandato com a cláusula "em causa própria", a sua revogação não terá
eficácia, nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando
o mandatário dispensado de prestar contas, e podendo transferir para
si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as
formalidades legais.”

3. Requisitos de validade dos contratos (Pressupostos de


validade) – artigo 104 CC

• Subjetivo  Sujeito  Agente capaz  com Capacidade


civil.

• Objetivo  Objeto lícito (que não contraria o


ordenamento jurídico), Possível (jurídica ou
fisicamente possível), determinado (objeto
individualizado) ou determinável (que pode ser
caracterizado pelo gênero e pela quantidade).

• Formal  Forma DOS CONTRATOS  Prevalece o princípio


da liberdade formal.

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Exemplo, artigo 819 – “A fiança dar-se-á por escrito, e não admite
interpretação extensiva”.

Forma Defesa em lei  Exemplo artigo 227- “Salvo os casos expressos, a


prova exclusivamente testemunhal só se admite nos negócios jurídicos
cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no
País ao tempo em que foram celebrados”.

Validade do Negócio Jurídico

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

I - agente capaz;

II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;

III - forma prescrita ou não defesa em lei.

• Capacidade genérica.
Capacidade Civil
• Capacidade especial ou legitimação.

Remember Civil I

• Ordinário (Nascimento, morte,


Fato jurídico em etc).
sentido estrito
ou fato natural • Extraordinário (raio. Tufão,
Fato Jurídico Furacão, etc).
em sentido amplo

• Ato lícito ou ato jurídico em


sentido amplo.
Fato Humano
• Ato ilícito – fato humano que
contraria o ordenamento
jurídico.

• Ilícito Subjetivo – Artigo 186 – “Aquele que, por


ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem,
ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
Ato ilícito
• Ilícito Objetivo – Artigo 187 – “Também comete ato
ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
costumes.”

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• Ato jurídico em sentido estrito ou ato meramente
Ato lícito lícito – O Agente não tem a intenção de produzir os
(não resultados
contraria o
ordenamento • Negócio jurídico – Fato humano lícito, cujos efeitos
jurídico) são queridos pelo agente – Exige a vontade de
produzir os efeitos jurídicos.

• Negócio jurídico unilateral – Exemplo.: testamento


Negócio
jurídico • Negócio jurídico Bilateral – Para que seja válido
depende da vontade de duas ou mais partes.

Pacta Sunt Servanta  Contratou tem que cumprir.

14/02/2007

Dos Contratos

4) Formação dos Contratos

1. Elementos indispensáveis

• Consentimento  contratos consensuais. Ex. compra e


venda.

• Forma  Formais.

Em alguns casos e lei prescreve a forma pela qual o


contrato deve ser realizado. Ex. artigo 819 – “A
fiança dar-se-á por escrito, e não admite
interpretação extensiva”.

• Tradição  real.

Ex. artigo 579 – Comodato – “O comodato é o empréstimo


gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a
tradição do objeto”. – Ele exige para a sua formação o
consentimento e a tradição.

Tradição Simbólica  É a entrega de um bem jurídico


que simboliza outro bem jurídico. Ex. Chaves do
apartamento simbolizando o imóvel.

2. Etapas de formação do vínculo contratual

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• Negociações preliminares. (ou tratativas) 
Correspondem a uma fase pré-contratual em que de
transigência em transigência ao negociantes chegarão
ao acordo final, concluindo assim o contrato.

Nesta fase existem as responsabilidades pré-


contratuais.

Artigo 187 – “Também comete ato ilícito o titular de


um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os
limites impostos pelo seu fim econômico ou social,
pela boa-fé ou pelos bons costumes”.

• A proposta ou oferta  Oferta ou policitação


correspondem ao negócio jurídico unilateral através do
qual o proponente ou policitante convida o oblato a
com ele contratar, apresentando-lhe os termos e as
condições em que pretende fazê-lo.

Policitante Proposta Oblato.


Proponente Oferta.

• É uma declaração unilateral de vontade  Parte do


proponente.

• É um negócio jurídico receptício.

Deverá ser recebido pelo oblato.

• Em regra obriga o proponente (art 427 - A proposta de


contrato obriga o proponente, se o contrário não
resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou
das circunstâncias do caso).

• Deve conter todos os elementos essenciais do negócio


proposto.

A proposta é o início do contrato.

• Deve ser séria, completa, precisa e inequívoca.

Acordo de vontades  Consentimento.

O que é necessário para a formação do contrato?

Para a formação de todo e qualquer contrato, exige-se o


consentimento que, por sua vez, corresponde a manifestação
concordante das vontades das partes.

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• Palavras • Escritas
• Expresso • Faladas
Consentimento
• Gestos

• Tácito – Permite uma dúvida inicial  As atitudes


confirmam a aceitação do contrato. Se revela por
meio de atitudes dos sujeitos.

• Presumido – Efeito vinculante do silêncio (é


exceção à regra). Quando existir para o oblato o
dever de recusar.  Silêncio circunstanciado ou
qualificado.

Silêncio  Ausência de manifestação de vontade.

Oblato  A quem a proposta é oferecida. Quando é aceita


passa a ser o aceitante.

O dever de recusar ou é imposto por lei ou costume ou


quando já existe relação anterior.

15/02/2007

Aceitação  requisitos

• Em regra não exige a obediência à determinada forma.

• Deve ser oportuna

No prazo determinado para a aceitação da proposta ou


imediatamente.

• Deve corresponder a uma adesão integral à oferta.

• Deve ser conclusiva e coerente.

Não permite dúvidas acerca da aceitação do contrato.

Não confundir!

 Conclusão do contrato  celebração do contrato 


encerramento das etapas de formação do vínculo contratual.

 Execução do contrato  cumprimento do contrato.

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A aceitação corresponde à adesão integral e oportuna aos
termos da proposta apresentada.

 Momento da aceitação  depende?

Contrato entre Presentes

Considera-se contrato entre presentes aquele cujas partes


estão frente a frente, ou ainda aquele em que mesmo não
estando uma diante da outra, sua comunicação é constante,
isto é, não sofre interrupções.

Se a proposta for feita sem prazo, a aceitação deverá ser


imediatamente. Se o aceite for fora do prazo, considera-se nova
proposta.

Contrato entre • Com prazo de validade da proposta


Presentes
• Sem prazo de validade da proposta

Contato entre Ausentes

Considera-se entre ausentes o contrato celebrado por meio


de correspondência epistolar ou telegráfica, isto é, os
contatos cuja comunicação sofre interrupções momentâneas.

Contrato entre Teoria da cognição – Conhecimento  tomar ciência 


Ausentes é o momento em que o proponente toma conhecimento da
aceitação (abre a carta e a lê).

Teoria da declaração - considera-se


• Teoria da como momento da aceitação aquele em
Agnição que a correspondência é confeccionada
(declaração) ou elaborada. Não é aceito por quase
nenhum ordenamento jurídico no mundo.

• Teoria da expedição – Artigo 434,


caput  regra – “Os contratos entre
ausentes tornam-se perfeitos desde
que a aceitação é expedida, exceto:
“. – Considera-se o momento da
aceitação como aquele em que a
correspondência é expedida ou
enviada ao proponente. - Regra

• Teoria da recepção – Nesta teoria,


o momento da aceitação é aquele em
que a correspondência é recebida
pelo proponente. Exceção

Página .: 7 Luciano Ribeiro de Castro


Proponente Proposta Oblato

Proponente Aceitação Aceitante

Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a


aceitação é expedida, exceto:  Expedição (Regra).

I - no caso do artigo antecedente;

II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;

III - se ela não chegar no prazo convencionado.

Recepção (exceção)

28/02/2007

Dos Contratos

5. Local de celebração dos Contratos

 Se não foi eleito nenhum foro para dirimir as dúvidas


oriundas do contrato, o foro será o de celebração do
contrato.

 Contratos de direito privado  Lugar da proposta -


artigo 435, CC - Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar
em que foi proposto.
 Contratos de direito internacional  Lugar em que
residir o proponente

6. Direito de Arrependimento

 Princípio de pacta sunt servanda  princípio da


obrigatoriedade  é a regra. (Os pactos devem ser
cumpridos).

 O direito de arrependimento é a exceção.

 Não se admite direito de arrependimento de forma tácita,


somente na forma expressa.

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 O direito de arrependimento gera arras penitenciais 
sinal.

Arras • Confirmatórias – não admitem arrependimento

• Penitenciais – Sinal – admitem arrependimento (artigo 420


- Se no contrato for estipulado o direito de
arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal
terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as
deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as
recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os
casos não haverá direito a indenização suplementar.)

7. Pacto Sucessório

Pacto = Contrato
Sucessório = Sucessão = Herança

É um contrato cujo objeto é a herança de pessoa natural


viva  artigo 426 - Não pode ser objeto de contrato a herança de
pessoa viva.

Regra  Vedação de pacto sucessório.

 Partilha dos bens em vida  artigo 2018 - É válida a


partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última
vontade, contanto que não prejudique a legítima dos herdeiros
necessários.
 Herdeiros necessários  ascendentes, descendentes e
cônjuge.

8. Interpretação Contratual

Integração da norma jurídica  preencher os vazios


existentes na norma jurídica.

Interpretação: definir o sentido e o alcance da norma.

A norma é o preceito e a lei é o veículo da norma, pois a lei é a


materialização da norma jurídica.

Interpretação • Interpretação objetiva – Verificar as validades


Contratual das cláusulas contratuais
(artigos 112,
113, 114, 423 e • Interpretação Subjetiva – Buscar a verdadeira
819 CC). vontade dos contratantes

Página .: 9 Luciano Ribeiro de Castro


Prova dos contratos

A prova dos contratos destina-se a demonstrar a sua


existência.

Se a lei impuser forma específica ao contrato, ele só


poderá ser provado pela forma prescrita pela lei. Se por
outro lado for de forma livre, poderá ser provado por
qualquer meio de prova admitida em direito. Ressalta-se que
se o seu valor exceder a 10 vezes o valor do salário mínimo
vigente no país, ele não poderá ser provado exclusivamente
por testemunho, mas se houver início de prova documental, a
prova testemunhal será admitida como subsidiária ou
complementar.

Artigo 212 - Salvo o negócio a que se impõe forma


especial, o fato jurídico pode ser provado mediante:

I - confissão;

II - documento;

III - testemunha;

IV - presunção;

V - perícia.

28/02/2007

Classificação dos Contratos

1. A classificação e a diversidade de critérios

 A classificação dos contratos tem função meramente


didática  Silvio Rodrigues.

Permite uma melhor co0mpreensão sobre a natureza jurídica


dos contratos  definição mais correta.

Dica  Para solucionar qualquer problema com contratos.

 Conceito da espécie do contrato


 Natureza jurídica da espécie

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A classificação dos contratos corresponde a separação das
diversas espécies contratuais em classes distintas,
conforme as características que as aproximam ou as
distanciem, o que significa que existe uma diversidade de
critérios que levam a classificação dos contratos.

Segundo o Professor Sílvio Rodrigues, tal classificação tem


função puramente didática. No entanto, não se pode deixar
de ressaltar que ela permite uma melhor compreensão acerca
da natureza jurídica das espécies contratuais, permitindo
ainda que se possa identificar determinados efeitos
jurídicos que apenas serão produzidos por algumas espécies
contratuais.

2. Contratos bilaterais e contratos unilaterais

Para o contrato tem que existir a pluralidade das partes.

Contrato unilateral: produz obrigações apenas para uma das


partes e não produz obrigações sinalagmáticas.

Contrato bilateral ou sinalagmático: Produz obrigações


recíprocas e correspondentes para ambas as partes  produz
obrigações sinalagmáticas  Existe uma prestação e uma
contraprestação.

Sinalagmático = Recíproco.

 O contrato de doação pura, por mera liberalidade, sem


contraprestação, é considerado um contrato unilateral.

3. Contratos onerosos e contratos gratuitos

Oneroso  Ônus  Sacrifício.

Contrato oneroso: É aquele em que pelo menos uma das partes


ao mesmo tempo em que suporta um sacrifício obtém em
contrapartida uma vantagem.

Contrato gratuito ou benéfico: É o contrato em que uma das


partes apenas suporta um sacrifício, enquanto a outra parte
apenas obtém uma vantagem ou benefício.

A doação modal é um exemplo de contrato unilateral oneroso.

4. Contratos comutativos e contratos aleatórios

Esta classificação somente se aplica aos contratos


bilaterais e onerosos.

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Contrato comutativo: é o contrato bilateral e oneroso em
que as prestações são certas e determinadas desde a sua
conclusão, isto é, desde o momento em que o contrato foi
celebrado, os contratantes sabem exatamente o valor de suas
prestações.

Contrato aleatório: É o contrato bilateral e oneroso em que


pelo menos uma das partes não sabe exatamente o valor da
sua prestação no momento em que o contrato é celebrado.

Aleatório  latim Alae  sorte, risco.

No contrato aleatório por natureza o risco é inerente.

5. Contratos consensuais e contratos reais

Consensual  se forma pelo mero consentimento.

Contrato real exige para a sua formação o consentimento e a


tradição.

6. Contratos nominados e contratos inominados

Contratos nominados ou típicos: São aqueles expressamente


regulamentados pela legislação em vigor.

Contratos inominados ou atípicos: São os contratos que não


recebem tratamento específico por parte do ordenamento
jurídico. Sua validade é conseqüência da aplicação do
princípio da autonomia da vontade.

01/03/2007

7. Contratos formais e não formais

Contrato formal: É o contrato escrito.

Contrato não formal: É o contrato que é celebrado


verbalmente.

Contrato • Instrumento particular – É feito pelas partes – não


Formal solene.

• Instrumento público – Escritura pública – é feito em


um cartório de notas, pelo tabelião de notas, a mando
das partes – presume-se verdadeiro – solene.

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Presunção juris tantun  Admite-se como verdade até que se
prove ao contrário.

Presunção jures et jures  presunção plena, não se admite


contestação.

O contrato não formal é sempre não solene.

8. Contratos de execução instantânea e de execução futura.

Contrato de execução instantânea: No mesmo instante em que


é concluído ele é executado e logo após extinto.

O contrato de execução futura pode ser:

Contrato de • Contrato de execução diferida


Execução futura
• Contato de execução sucessiva (trato sucessivo)

• Contrato de execução cativa

Contrato de execução diferida = É aquele em que a prestação


será cumprida em um momento posterior aquele em que foi
concluído, podendo, mesmo, ser executado em parcelas, desde
que cada uma delas não se renove periodicamente.

Conclusão Execução

Contato de execução sucessiva (trato sucessivo)

É executado de forma sucessiva. Ex. Contrato de aluguel.

Conclusão Executado sucessivamente

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Contrato de execução cativa

A execução do contrato se protrai no tempo. Ex. Contrato de


pensão ou aposentadoria.

Conclusão

9. Contratos principais e acessórios

Contrato principal: É o contrato que tem existência própria


independente da existência de qualquer outro.

Contrato acessório: É o contrato cuja existência depende da


existência de outro contrato e cujo objeto corresponde a
uma garantia de cumprimento das obrigações contidas no
contrato principal.

Um exemplo de contrato acessório é o de fiança locatícia.

O objeto do subcontrato é o mesmo objeto do contrato base e


não a garantia do contrato principal.

Contrato derivado ou subcontrato: É aquele cuja existência


depende da existência de um outro contrato chamado de
contrato base ou mesmo contrato principal. Diferencia-se do
contrato acessório no que tange ao seu objeto, uma vez que
o objeto do contrato acessório é garantir o cumprimento das
obrigações do contrato principal, enquanto o objeto do
contrato derivado é o mesmo objeto do contrato principal ou
base.

10. Contratos paritários e de adesão

Contrato paritário: É aquele em que as partes contratantes


acham-se em uma situação de paridade, de sorte que podem
discutir as cláusulas antes da conclusão do contrato.

Contrato de adesão: São aqueles em que todas as cláusulas


são previamente estabelecidas por uma das partes ou
aprovadas por uma entidade regulamentadora daquele
determinado setor da atividade econômica, de maneira que a
outra parte apenas adere aos termos já apresentados.

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O contrato Tipo ou contrato de massa é aquele em que a
maior parte das cláusulas são previamente determinadas por
uma das partes, contudo existem espaços vazios que serão
preenchidos após a discussão entre os contratantes.

11. Contratos civis, mercantis e de consumo.

Critérios para determinar:

Critério subjetivo = Sujeito.

Sujeito  Consumidor x fornecedor = Consumo


Empresa ou empresário = mercantil

Critério objetivo = Objeto

Objeto  Objeto for aquisição de produto ou serviço


pelo usuário final = Consumo.
Objeto for produto para sua circulação =
Mercantil.

O contrato civil é residual.

12. Contratos eletrônicos

Contrato eletrônico: è aquele que se forma por meio


eletrônico.

13. Contrato preliminar e contrato definitivo

Contrato preliminar: É aquele cujo objeto corresponde a uma


obrigação de fazer, isto é, de celebrar um outro contrato.
Não se confunde com as negociações preliminares.
Contrato definitivo: É o contrato cujo objeto pode ser uma
obrigação de dar, de não fazer ou de fazer, desde que não
seja celebrar um novo contrato.

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07/03/2007

A Renovação da Teoria Contratual


1. A concepção tradicional de contrato.

 Concepção liberal de contrato

Características:

 Liberdade de contratar ampla

Também conhecida como autonomia privada.

Pode ser • Subjetivo – Liberdade para escolher com


observada sob quem contratar.
três aspectos: • Objetivo – Liberdade para escolher o que
contratar.
• Formal – Liberdade para escolher como
contratar.

 Ideologia individualista

Significa o predomínio dos interesses individuais


sobre os interesses coletivos.

A intenção de acumular riquezas é o que revela


esta ideologia  Se materializa pela aquisição
da propriedade de terras.

No código civil francês de 1804 (código


napoleônico) é encontrado somente referências a
contratos de compra e venda.

2. A crise da teoria contratual clássica.

Fatores que levaram a crise

 A constatação de que a igualdade era meramente


formal.

 A igualdade somente existe na lei.

 Desequilíbrio econômico patente.

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Era o que de fato existia.

• A vontade do economicamente mais forte


predominava sobre a vontade dos
economicamente mais fracos.

• É neste cenário que surge o contrato de


adesão.

• O contrato de adesão propiciou o fenômeno


da despersonalização.

3. A nova concepção de contrato

Também chamada de Concepção Social do Contrato.

 Modificações importantes

 O contrato deixa de ser, simplesmente, expressão


da autonomia privada.

A liberdade de contratar continua presente mas


passa a sofrer limitações. A função social do
contrato é um princípio do direito contratual que
limita a liberdade de contratar.

 Passa a ser uma estrutura de conteúdo complexo e


híbrido, com disposições voluntárias e
compulsórias.

Dirigismo contratual  É a intervenção do estado


no contrato.

Pré-história história

Idade Idade Idade Idade


Antiga Média Moderna Contemporânea
V XV XVIII

Marcos significantes:

1917 – Revolução mexicana


(Zapata)

1919 – Constituição Alemã


(Weimar)

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• A idade moderna é considerada como sendo de transição
dos feudos para as formas de governo atuais.

• O primeiro modelo de Estado é encontrado na Idade


Moderna, conhecido como Estado Absolutista.

• 1789 – Revolução Francesa  Marco histórico de


transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea.

• Estado liberal está organizado em um tripé –


Liberdade, igualdade e fraternidade.

08/02/2007

Princípios do Direito Contratual

1. Considerações preliminares sobre os princípios e os


princípios jurídicos.

Polissemia  muitos sentidos

Polissemia da palavra Princípio  Norma de conduta


moral, preceito.

Axioma  Ponto inicial, verdade imutável.

 Os princípios jurídicos não têm o caráter imutável


dos axiomas.

Princípios jurídicos: São os fundamentos que dão


sustentação a um sistema ou micro-sistema jurídico
organizado, assim como o é o direito contratual. Em
se tratando deste micro-sistema jurídico, percebe-se
que ocorreu uma mudança na compreensão geral do
tema, de sorte que inicialmente verificava-se a
existência de uma concepção liberal de contrato e em
razão de fatores diversos. Tal concepção cedeu lugar
a uma nova determinada concepção social do contrato.

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2. Mutação principiológica do direito contratual

 Princípios liberais

• Princípio da autonomia da vontade


• Princípio da
• Princípio da obrigatoriedade inalterabilidade
Princípios
liberais
• Princípio da
intangibilidade

• Princípio do consensualismo

• Princípio da relatividade dos efeitos das convenções

 Princípios sociais

 A concepção social está baseada nos princípios


liberais limitados pelos princípios sociais.

Princípios • Função social do contrato


Sociais • Boa-fé objetiva e probidade
• Equivalência material

 Finalidade dos princípios sociais e a de limitar os


princípios liberais.

A mudança de concepção implicou a mutação


principiológica, isto é, a concepção liberal era
fundamentada pelos princípios liberais do direito.
Contratual, quais sejam o princípio da autonomia da
vontade, da obrigatoriedade da qual derivam a
inalterabilidade e a intangibilidade, o
consensualismo e a relatividade dos efeitos das
convenções.

No contexto da nova concepção surgem novos


princípios chamados de princípios sociais dos
contratos, quais sejam os princípios da função
social do contrato, da boa fé objetiva que decorre
do princípio da probidade e ainda o princípio da
equivalência material.

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Esta nova concepção esta fundamentada nos princípios
liberais cujo alcance é limitado pelos princípios
sociais, que também o sustentam. Assim conclui-se
que a finalidade dos princípios sociais do contrato
é limitar o alcance dos referidos princípios
liberais.

3. Princípio da autonomia da vontade.

 Autonomia privada  Suficiência da vontade 


autonomia da vontade  Liberdade contratual
(relativo ao contexto social do contrato).

Pelo princípio da autonomia da vontade entende-se


que a vontade livremente manifestada pelo
indivíduo é suficiente para produzir efeitos
jurídicos válidos. Hoje esta autonomia é relativa.

 Princípio da inalterabilidade e
intangibilidade.

4. Princípio da obrigatoriedade

Também chamada de princípio da força vinculante das


convenções.

O princípio da obrigatoriedade é traduzido pela


máxoma “pacta sunt servanda”, que significa que os
pactos devem ser cumpridos. Em outras palavras
significa que unilateralmente nenhum dos
contratantes poderá deixar de cumprir aquilo o que
foi pactuado.

Como sub-princípios do princípio da obrigatoriedade


existem o princípio da inalterabilidade, tem-se que,
unilateralmente as partes contratantes não poderão
alterar o conteúdo do contrato. Com a
intangibilidade nem mesmo o juiz poderá tocar no
contrato para modificar o seu conteúdo.

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14/03/2007

5. Princípio do consensualismo

Consensualismo  consensual  Consenso  Consentimento


 Manifestação concordante das vontades das partes 
pura expressão das vontades dos contratantes.

Pelo princípio do consensualismo, a manifestação do


consentimento é suficiente para a formação dos
contratos. A exceção são os contratos formais e
contratos reais.

O referido princípio na atual concepção de contrato


comporta duas exceções, quais sejam os contratos reais e
os contratos formais, que alem do consentimento exigem
para sua perfeição a entrega efetiva do objeto
(tradição) e a obediência a forma prescrita pela lei,
respectivamente.

6. Princípio da relatividade dos efeitos das convenções

Relatividade  Relativo  remete a relação entre ...

Segundo o princípio da relatividade dos efeitos das


convenções, os efeitos jurídicos produzidos pelos
contratos são relativos apenas aos sujeitos daquela
relação jurídica obrigacional, de sorte que não devem
beneficiar e tampouco prejudicar terceiros alheios
àquela relação.

Também este princípio admite pelo menos duas exceções,


quais sejam a estipulação em favor de terceiros e a
promessa de fato de terceiro.

7. Princípio da função social do contrato

Objetivo hoje  Evitar o predomínio da vontade dos


economicamente mais fortes sobre a vontade dos
economicamentes mais fracos. Busca atender aos
interesses da coletividade. Este princípio busca
restabelecer o equilíbrio da economia do contrato.

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O dirigismo contratual é a intervenção do Estado na
economia do contrato, através da edição de normas de
ordem públicas, isto é, normas cogentes(são aquelas que
nascem com o estado, morrem com o Estado e não podem ser
afastadas ou modificadas por particulares).

8. Princípios da probidade e da boa fé objetiva

Também chamado de princípio da eticidade.

Probidade • Honradez
• Lealdade Deveres anexos
da boa fé objetiva
• Veracidade
• Respeito mútuo

Boa fé subjetiva  É a intenção de não prejudicar alguém.

Boa fé objetiva  Traduz-se pela confiança recíproca.

Artigo 422, CC – “Os contratantes são obrigados a guardar,


assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os
princípios de probidade e boa-fé”.

• Probidade São princípios  O alcance deles supera o alcance


• Boa fé supra legais dado pela lei.

 Tem que ser obedecidos em todas as


fases da relação contratual.

 Enunciado nº 1028 da I Jornada de


Direito Civil

9. Princípio da equivalência material

Também princípio da igualdade, justiça contratual ou


justiça comutativa ou ainda equidade.

 Artigo do professor Paulo Lobo Netto  Princípios


sociais dos contratos.

Equivalência material: Equilíbrio entre a prestação e a


contra prestação. Equilíbrio entre o sacrifício sofrido
e a vantagem almejada.

É o princípio que dá suporte a revisão judicial dos


contratos.

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A Revisão dos Contratos
1. Considerações iniciais

A revisão contratual não pode, ou não deve ser apenas


judicial. Pode ser realizada também perante um juiz
arbitral

A boa fundamentação para uma revisão contratual é


requisito fundamental para a propositura da ação.

O tribunal arbitral é a união de mais de dois árbitros


para arbitra determinada pendência.

2. Teoria da imprevisão

 Requisitos – artigo 478 – “Nos contratos de execução


continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes
se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem
para a outra, em virtude de acontecimentos
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir
a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a
decretar retroagirão à data da citação”.

É conhecida a bastante tempo e advém do direito romano.

Cláusula rebus sic stantibus – as condições devem ser


mantidas.

O nascedouro desta teoria está na idade média, pelos


canonistas.

 Todos os requisitos devem ser verificados e


obedecidos cumulativamente.

 Ocorrência de um acontecimento extraordinário e


imprevisível.

Fato fora do normal e que não pode ser previsto


pelo homem de conhecimento mediano.

Imprevisível tem que ser as conseqüências do


acontecimento, e não o fato próprio.

Precisa ter um caráter objetivo  tem que


atingir a um grupo ou um determinado segmento
dentro da sociedade.

Página .: 23 Luciano Ribeiro de Castro


 Excessiva onerosidade da prestação para o
devedor.

O sacrifício do devedor é bastante superior a


vantagem auferida.

A vantagem extrema para o credor não precisa ser


mostrada e sim alegada, cabendo ao credor provar
o contrário.

 Contrato de execução diferido ou de trato


sucessivo.

É necessário a existência de um certo lapso de


tempo entre a conclusão e a execução para que
ocorram acontecimentos extraordinários.

 Ausência de culpa do obrigado.

O devedor não pode ter tido culpa para a


ocorrência do acontecimento extraordinário e
imprevisível.

 Ausência de mora do devedor?

Mora  Pagamento feito fora do prazo ajustado.

Mora  definição mais correta  Não cumprimento


da prestação devida ou a injusta recusa em
recebê-la no tempo, lugar e modo ajustados.

A mora é tolerada quando as prestações se


tornarão excessivamente onerosas. Não se
justifica mora nas obrigações não atingidas pelo
acontecimento.

 Contrato comutativo?

Se o risco não for inerente a natureza do


contrato, pode-se pleitear a revisão.

3. Teoria da onerosidade excessiva por fato


superveniente

Também conhecida como teoria da quebra da base


contratual.

Página .: 24 Luciano Ribeiro de Castro


O acontecimento tem que ser superveniente, após a
conclusão do contrato. É a pura teoria da cláusula rebus
sic stantibus.

 Fato superveniente é aquele, para efeitos de


contratos, que não é extraordinário e imprevisível.

 Ocorrência de um acontecimento superveniente.

Fato que, para efeitos de contratos, não é


extraordinário e imprevisível.

 Excessiva onerosidade da prestação para o


devedor.

O sacrifício do devedor é bastante superior a


vantagem auferida.

A vantagem extrema para o credor não precisa ser


mostrada e sim alegada, cabendo ao credor provar
o contrário.

 Contrato de execução diferido ou de trato


sucessivo.

É necessário a existência de um certo lapso de


tempo entre a conclusão e a execução para que
ocorram acontecimentos extraordinários.

 Ausência de culpa do obrigado.

O devedor não pode ter tido culpa para a


ocorrência do acontecimento extraordinário e
imprevisível.

 Ausência de mora do devedor?

Mora  Pagamento feito fora do prazo ajustado.

Mora  definição mais correta  Não cumprimento


da prestação devida ou a injusta recusa em
recebê-la no tempo, lugar e modo ajustados.

A mora é tolerada quando as prestações se


tornarão excessivamente onerosas. Não se
justifica mora nas obrigações não atingidas pelo
acontecimento.

Página .: 25 Luciano Ribeiro de Castro


 Contrato comutativo?

Se o risco não for inerente à natureza do


contrato, pode-se pleitear a revisão.

22/03/2007

4. Teoria da lesão objetiva ou lesão pura

 Premente necessidade e inexperiência são


qualificadoras do sujeito  Lesão Subjetiva

Lesão: Prestações manifestamente desproporcionais desde


o início.

Na lesão pura não existe nenhum qualificante.

CDC – Artigo 6º, V – São direitos básicos do consumidor:


.....

V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam


prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;

Lesão subjetiva  leva a anulação


Lesão pura  Leva a revisão

Somente os contratos comutativos podem se beneficiar deste


tipo? Não. Deve-se verificar as súmulas do STF sobre isto.

2203/2007

Exceção de Contrato Não Cumprido


1. Origem Histórica

A exceção de contrato não cumprido é uma conseqüência da


teoria do sinalagma  Surge no seio do direito canônico,
na Idade Média.

Página .: 26 Luciano Ribeiro de Castro


2. Conceito

Exceção  defesa.

Exceção de contrato não cumprido é o meio de defesa que se


utiliza um contratante quando demandado pelo descumprimento
de sua obrigação contratual, argüindo o descumprimento da
obrigação contratual pelo outro contratante, que propôs a
demanda.

Defesa  Dilatória – Não exclui a procedência do pedido, apenas


retarda a demanda.

 Peremptória – Exclui a procedência do pedido. O juiz


julga improcedente o pedido.

3. Requisitos para a Aplicação da exceptio Nom Adimpleti


Contractio

 Que o contrato seja bilateral.


 Que as prestações sejam simultâneas. Pode-se
aplicar esta regra quando as prestações, apesar
de sucessivas, estejam ambas vencidas.
 Que as prestações sejam recíprocas.
 Que as prestações sejam proporcionais. Se as
prestações não forem proporcionais, o que pode
ocorrer é a lesão.

4. Natureza Jurídica

4.1. Divergência

Divergência • Direito de pretensão sui generis – Prerrogativa de


manter a retenção material sobre determinado bem
jurídico.

• Exceptio – Defesa  Contra-Direito.

5. Teorias Existentes Sobre o seu Fundamento

 Teoria da causa
 Teoria do enriquecimento ilícito
 Teoria da equidade
 Teoria do equilíbrio das prestações

A mais aceita hoje em dia é a teoria da equidade.

Página .: 27 Luciano Ribeiro de Castro


6. A Exceptio Nom Rite Adimpleti Contractus

Rite  descumprimento defeituoso, inexato ou incompleto.

7. A Cláusula Sobre Et Repeti

Exceção à aplicação de exceção de contrato não cumprido

 A impossibilidade absoluta da prestação devida.

 Renúncia expressa – Tem que ser expressa no


contrato.

 Cláusula Solve Et Repeti – Se estiver presente


esta cláusula no contrato, os contratantes não
poderão alegar exceção de contrato não cumprido.

Os contratantes se obrigam primeiro a pagar e


depois exigis reembolso.

28/03/2007

Arras ou Sinal

1. Noção histórica

Idade antiga  Direito romano  arha sponsalicia 


Garantia dada pelo noivo ao pai ou responsável pela noiva,
em moeda ou gado, como demonstração do forme propósito do
noivo em se casar.

 Inerente ao direito de família

 Esponsais  Processo de casamento.

  Arha  garantia  direito das obrigações.

2. Conceito

 Também chamado de sinal de negócio.

Arras ou sinal significa uma garantia em dinheiro ou outros


bens móveis que um dos contratantes entrega ao outro como
demonstração de seu propósito firme e sério de concluir o
contrato.

Página .: 28 Luciano Ribeiro de Castro


A maior parte dos autores afirma que as arras apenas podem
ser pactuadas em contratos bilaterais. Contudo, a melhor
opinião é a de Silvio de Salvo Venosa, para quem o sinal
pode ser pactuado também em contratos bilaterais, como é o
caso do mútuo feneratício. Em verdade, então, o que é
necessário é que exista no contrato obrigações pendentes.

Caso ambos os contratantes ofereçam o sinal de negócio


mutuamente, ter-se-á o que se chama de arras recíprocas.

As arras são privativas dos contratantes, de maneira que,


um terceiro não poderá dá-las, embora possa oferecer outras
espécies de garantias, como o penhor e a hipoteca.

3. Espécies

3.1. Arras confirmatórias

Sinal que confirma a celebração do contrato.

• Probatória – Faz prova da celebração do


Funções das contrato.
Arras confirmatórias
• Desconto – Adiantamento de parte do preço e
início de pagamento.

• Indenizatória – Serve para recompor os danos


sofridos em razão de inadimplência do
contrato. Admite indenização suplementar e o
sinal serve como taxa mínima.

3.2. Arras penitenciais

Permite o arrependimento  O direito de arrependimento


deve ser expresso no contrato.

Funções das • “Unicamente indenizatória” – Não admite


Arras penitenciais indenização suplementar e o sinal serve como
máximo de indenização.

4. Arras e obrigação alternativa

Obrigação alternativa tem multiplicidade de objetos e é


diferente de arras.

Página .: 29 Luciano Ribeiro de Castro


5. Arras e cláusula penal

Pacto acessório e real. Impõe como uma sanção para o caso


de inadimplemento do contrato.

Também tem a função de compulsoriedade, através da coerção.

Real  Exige a entrega (tradição) – A cláusula penal só é


real no inadimplemento.

Artigo 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato,


uma parte der à outra, a título de arras, dinheiro ou
outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução,
ser restituídas ou computadas na prestação devida, se do
mesmo gênero da principal.

Artigo 418. Se a parte que deu as arras não executar o


contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as;
se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá
quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua
devolução mais o equivalente, com atualização monetária
segundo índices oficiais regularmente estabelecidos,
juros e honorários de advogado.

Artigo 419. A parte inocente pode pedir indenização


suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras
como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir
a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo
as arras como o mínimo da indenização.

Artigo 420. Se no contrato for estipulado o direito de


arrependimento para qualquer das partes, as arras ou
sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso,
quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e
quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em
ambos os casos não haverá direito a indenização
suplementar.

29/03/2007

Estipulação em Favor de Terceiro e Promessa de


Fato de Terceiro
1. Definição

Terceiro: É aquele que não faz parte na relação contratual,


mas é, ou pode ser, atingido por seus efeitos.

Página .: 30 Luciano Ribeiro de Castro


2. Natureza jurídica

Estipulação em Favor de Terceiro: É o negócio jurídico


através do qual o estipulante obtém do promitente uma
promessa de prestação a ser cumprida em favor de um
beneficiário, que por sua vez, é um verdadeiro terceiro,
isto é, uma pessoa completamente alheia à relação
contratual.

Sujeitos • Estipulante – É aquele que obtém uma promessa em favor de


terceiro.

• Promitente - É aquele que deve cumprir a promessa em


favor de terceiro.

• Beneficiário - É aquele que tem direito à prestação


prometida.

Natureza Espécies • Oferta – É a teoria menos aceita – Basta a


Jurídica vontade manifestada do estipulante para
formalizar o contrato.

• Declaração Unilateral de vontade – Basta a


vontade manifesta do promitente.

• Gestão de negócio – O estipulante estaria


gerindo o negócio do terceiro.

• Contrato sui generis – Diferente – Celebrado


entre dois sujeitos, visando o benefício de
um terceiro.

Promessa de Fato de Terceiro: É o negócio jurídico através


do qual o promissário obtém do promitente uma promessa de
prestação a ser cumprida por um terceiro, completamente
alheio à relação contratual.

Página .: 31 Luciano Ribeiro de Castro


Sujeitos • Promitente – É aquele que promete uma prestação a ser
cumprida por um terceiro.

• Promissário - É aquele que terá direito ao cumprimento da


promessa pelo terceiro.

• Terceiro devedor - É aquele que deverá cumprir a promessa


feita.

Natureza Teorias • Negócio jurídico unilateral – Basta a vontade


Jurídica manifestada do promitente.

• Negócio jurídico bilateral - Pode se


subdividir em:

 Fiança – O promitente seria o


fiador.
 Mandato – O promitente seria o
procurador.
 Contrato sui Generis.

3. Espécies de estipulação em favor de terceiro

Pode ser gratuita ou onerosa.

O caput do artigo 430 é um exemplo de estipulação gratuita


e o parágrafo único oferece-se apenas a estipulação
onerosa.

4. A obrigação do promitente, na promessa de fato de


terceiro e as conseqüências de seu inadimplemento.

O promitente responde pelo inadimplemento da promessa.

 Promitente e terceiro devedor são devedores sucessivos.

5. Diferenças entre a estipulação em favor de terceiros e


promessa de fato de terceiro.

 Na promessa de fato de terceiro. A terceira pessoa


somente se obrigará se der sua anuência, pois se não
consentir, nenhuma obrigação terá.

 Na promessa de fato de terceiro o credor será sempre o


mesmo com direito oponível a seu contratante até o
consentimento do terceiro e contra esta a partir de
sua anuência.

Página .: 32 Luciano Ribeiro de Castro


 Na promessa de fato de terceiro os dois devedores são
sucessivos e não simultâneos.

 Na estipulação em favor de terceiro a prestação é


criada em favor de terceiro, ao passo que na promessa
de fato de terceiro tem-se por objetivo torná-lo
obrigado pela prestação assegurada por outrem.

Da Estipulação em Favor de Terceiro

Artigo 436. O que estipula em favor de terceiro pode


exigir o cumprimento da obrigação.

Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se


estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la,
ficando, todavia, sujeito às condições e normas do
contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar
nos termos do art. 438.

Artigo 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o


contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a
execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.

Artigo 438. O estipulante pode reservar-se o direito de


substituir o terceiro designado no contrato,
independentemente da sua anuência e da do outro
contratante.

Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato


entre vivos ou por disposição de última vontade.

Da Promessa de Fato de Terceiro

Artigo 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro


responderá por perdas e danos, quando este o não
executar.

Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o


terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua
anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime
do casamento, a indenização, de algum modo, venha a
recair sobre os seus bens.

Artigo 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se


comprometer por outrem, se este, depois de se ter
obrigado, faltar à prestação.

Página .: 33 Luciano Ribeiro de Castro


04/03/2007

Vícios Redibitórios

Artigo 441 - A coisa recebida em virtude de contrato


comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos
ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é
destinada, ou lhe diminuam o valor.

Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo


às doações onerosas.

Artigo 442 - Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o


contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar
abatimento no preço.

Artigo 443 - Se o alienante conhecia o vício ou defeito


da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos;
se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor
recebido, mais as despesas do contrato.

Artigo 444 - A responsabilidade do alienante subsiste


ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se
perecer por vício oculto, já existente ao tempo da
tradição.

Artigo 445 - O adquirente decai do direito de obter a


redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias
se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado
da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo
conta-se da alienação, reduzido à metade.

§ 1º Quando o vício, por sua natureza, só puder ser


conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em
que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e
oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um
ano, para os imóveis.

§ 2º Tratando-se de venda de animais, os prazos de


garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em
lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais,
aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não
houver regras disciplinando a matéria.

Artigo 446 - Não correrão os prazos do artigo


antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o
adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos
trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de
decadência.

1. Conceito

Alienação  Transferência voluntária da propriedade.

É um defeito que atinge o bem jurídico alienado. É um


defeito de ordem material.

Página .: 34 Luciano Ribeiro de Castro


Os vícios redibitórios correspondem aos defeitos de ordem
material, isto é, atinge o bem jurídico objeto da
alienação.

Vícios redibitórios são os defeitos ocultos que existem em


um bem jurídico capaz de torná-lo impróprio ao uso a que se
destina ou diminuir-lhe o valor econômico.

2. Natureza Jurídica

O efeito do vício redibitório é a garantia do alienante em


favor do adquirente.

A natureza jurídica dos vícios redibitórios é de uma


garantia imposta pela lei ao alienante em favor do
adquirente.

O fundamento de tal garantia reside, segundo Silvio Venosa,


no princípio da boa fé objetiva e, segundo Orlando Gomes,
no inadimplemento contratual, uma vez que a entrega de um
bem defeituoso significa descumprimento do contrato.

 O alienante responde e é responsável perante o


adquirente pelos vícios redibitórios.

3. Requisitos para configurar a responsabilidade do


alienante em face da ocorrência de vícios redibitórios

 Que o bem jurídico tenha sido adquirido em virtude de


contrato comutativo ou de uma doação onerosa. – Exige-
se que a alienação seja onerosa.

 Que o defeito seja oculto. – O defeito não pode ser


aparente e também não pode ser de fácil percepção.

 Que o defeito seja grave. – Torne a coisa imprópria ao


uso a que se destina ou que diminua o valor da coisa.

 Que o defeito existe ao tempo da celebração do


negócio. – Exige-se perícia para definição do tempo do
vício.

4. Ações edilícias

As ações edilícias correspondem a um instrumento processual


conferido ao adquirente para exigir que lhe seja concedida
uma tutela jurisdicional, em face do alienante, diante da
ocorrência de vícios redibitórios.

Página .: 35 Luciano Ribeiro de Castro


Ações • Ação Redibitória – Rescisão do contrato com devolução da
Edilícias importância paga mais as despesas contratuais. Redibir =
rescindir.

• Ação estimatória ou ação Quanti Minoris – Busca a


conservação do contrato com o abatimento proporcional no
preço.

Prazos: Os prazos são decadenciais e estão dispostos no


artigo 445.

Artigo 445 - O adquirente decai do direito de obter a


redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias
se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado
da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo
conta-se da alienação, reduzido à metade.

A garantia real é igual a garantia legal + a garantia


contratual.

5. Vícios no código de defesa do consumidor

Vícios do produto podem ser:

• Qualidade
• Quantidade
• Informação

 Vício no produto é diferente de defeito no produto.

O defeito no produto é um vício de insegurança (artigo 12,


§ 1º, CDC).

Artigo 12 - O fabricante, o produtor, o construtor,


nacional ou estrangeiro, e o importador respondem,
independentemente da existência de culpa, pela reparação
dos danos causados aos consumidores por defeitos
decorrentes de projeto, fabricação, construção,
montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou
acondicionamento de seus produtos, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
utilização e riscos.

§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a


segurança que dele legitimamente se espera, levando-se
em consideração as circunstâncias relevantes, entre as
quais:

Página .: 36 Luciano Ribeiro de Castro


I - sua apresentação;

II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se


esperam;

III - a época em que foi colocado em circulação.

O defeito no produto pode gerar o fato do produto (artigo


12, caput)  Acidente de consumo  defeito que causa dano
ao consumidor.

Direito de reclamar  Regulado pelo artigo 26 do CDC.

Artigo 26 - O direito de reclamar pelos vícios aparentes


ou de fácil constatação caduca em:

I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de


serviço e de produtos não duráveis;

II - noventa dias, tratando-se de fornecimento


de serviço e de produtos duráveis.

§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a


partir da entrega efetiva do produto ou do término da
execução dos serviços.

§ 2° Obstam a decadência:

I - a reclamação comprovadamente formulada pelo


consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços
até a resposta negativa correspondente, que deve ser
transmitida de forma inequívoca;

II - (Vetado).
III - a instauração de inquérito civil, até seu
encerramento.

§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo


decadencial inicia-se no momento em que ficar
evidenciado o defeito.

Página .: 37 Luciano Ribeiro de Castro


11/04/2007

Evicção

Compra e venda
Donatário / Comprador
Vendedor

Doação Carro

Revogação da doação por ingratidão


do donatário

Doador
Ação reivindicatória

Sujeitos na • Autor – Terceiro reivindicante  Evictor.


Ação de evicção
• Réu – Comprador  adquirente  evicto.

• Intervenção de terceiro – vendedor  alienante


 denunciado à lide.

1. Conceito e natureza jurídica

Evicção corresponde a perda total ou parcial da posse ou


propriedade de um bem jurídico em virtude de uma sentença
judicial ou de um ato de uma autoridade administrativa.

Natureza jurídica

A natureza jurídica da evicção é de uma garantia imputada


ao alienante em favor do adquirente. Tal garantia não
deriva propriamente da vontade dos contratantes mas sim da
lei e tem como fundamento principiológico da boa-fé
objetiva.

Evicção  evencere  ser derrotado.

Página .: 38 Luciano Ribeiro de Castro


Evicção  É um defeito do direito. Como o alienante não é
o proprietário do bem juridicamente protegido, falta-lhe
legitimação para dispor (vender) este bem.

2. Requisitos para configurar a responsabilidade do


alienante pela evicção.

 Onerosidade na aquisição.
 Perda total ou parcial da posse ou propriedade de um
bem jurídico.
 Sentença judicial ou ato de autoridade administrativa.
 Denunciação à lide (CPC artigo 70, I).
 Anterioridade do direito do evictor.

Hasta • Leilão público  bens móveis.


Pública
• Praça pública  Bens imóveis.

3. Reforço, redução e exclusão da responsabilidade.

Artigo 448 - Podem as partes, por cláusula expressa,


reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela
evicção.

 Devem ser feitos através de cláusula expressa neste


sentido.

Exclusão: Resulta da cláusula Non Praestanda evictione  É


a cláusula expressa em contrato responsável pela exclusão
da responsabilidade pela evicção.

Requisitos: Para q eu a cláusula Non Praestanda evictione


seja plenamente eficaz nos contratos em que é admitida, é
necessário que ela seja expressa, que o adquirente tenha
sido informado do risco de sofrer evicção e que ele tenha
assumido o risco.

4. Montante do direito do evicto.

Artigo 450 - Salvo estipulação em contrário, tem direito


o evicto, além da restituição integral do preço ou das
quantias que pagou:

I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a


restituir;

Página .: 39 Luciano Ribeiro de Castro


II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos
prejuízos que diretamente resultarem da evicção;

III - às custas judiciais e aos honorários do advogado


por ele constituído.

Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou


parcial, será o do valor da coisa, na época em que se
evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de
evicção parcial.

5. Evicção parcial

Artigo 455 - Se parcial, mas considerável, for a


evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do
contrato e a restituição da parte do preço
correspondente ao desfalque sofrido. Se não for
considerável, caberá somente direito a indenização.

Evicção parcial corresponde persa parcial da posse ou


propriedade de um bem jurídico em virtude de sentença
judicial ou de um ato de autoridade administrativa ou a
perda de algumas das prerrogativas inerentes ao direito de
propriedade.

Evicção • Considerável – Rescisão do contrato com a devolução


Parcial do preço pago ou a conservação do contrato com
abatimento proporcional no preço.

• Não considerável – A conservação do contrato com


abatimento proporcional no preço.

Artigo 447 - Nos contratos onerosos, o alienante


responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que
a aquisição se tenha realizado em hasta pública.

Artigo 448 - Podem as partes, por cláusula expressa,


reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela
evicção.

Artigo 449 - Não obstante a cláusula que exclui a


garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o
evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se
não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o
assumiu.

Artigo 450 - Salvo estipulação em contrário, tem direito


o evicto, além da restituição integral do preço ou das
quantias que pagou:

I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a


restituir;

Página .: 40 Luciano Ribeiro de Castro


II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos
prejuízos que diretamente resultarem da evicção;

III - às custas judiciais e aos honorários do advogado


por ele constituído.

Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou


parcial, será o do valor da coisa, na época em que se
evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de
evicção parcial.

Artigo 451 - Subsiste para o alienante esta obrigação,


ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto
havendo dolo do adquirente.

Artigo 452 - Se o adquirente tiver auferido vantagens


das deteriorações, e não tiver sido condenado a
indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da
quantia que lhe houver de dar o alienante.

Artigo 453 - As benfeitorias necessárias ou úteis, não


abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo
alienante.

Artigo 454 - Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a


evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor
delas será levado em conta na restituição devida.

Artigo 455 - Se parcial, mas considerável, for a


evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do
contrato e a restituição da parte do preço
correspondente ao desfalque sofrido. Se não for
considerável, caberá somente direito a indenização.

Artigo 456 - Para poder exercitar o direito que da


evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio
o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando
e como lhe determinarem as leis do processo.

Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação


da lide, e sendo manifesta a procedência da evicção,
pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou
usar de recursos.

Artigo 457 - Não pode o adquirente demandar pela


evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.

Página .: 41 Luciano Ribeiro de Castro


12/04/2007

Da Extinção dos Contratos


1. Extinção ou Desfazimento?

Desfazimento: É todo e qualquer modo de encerramento do


contrato (Gênero).

Espécies

• Anulação do contrato – Efeitos Ex Nunc.

Desfazimento • Nulidade do contrato – Efeitos Ex Tunc.

• Extinção do contrato – Será utilizada para o


encerramento dos contratos que não contém vícios em
sua formação.

Extinção

• Normal - Com o cumprimento 


execução do contrato.

Extinção • Anormal – Sem o cumprimento • Resilição


do contrato
• Resolução

• rescisão

2. Forma de extinção dos contratos

2.1. Execução – Extinção pelo cumprimento.

Execução do contrato é a forma de extinção que se


caracteriza pelo cumprimento integral de todas as
obrigações contratuais.

2.2. Resilição – Extinção voluntária

Corresponde a extinção do contrato pela vontade das


partes ou, em alguns casos, pela vontade de apenas uma
das partes.

Página .: 42 Luciano Ribeiro de Castro


• Bileteral – ou distrato – Com a anuidade de ambas as
partes.
Resilição
• Unilateral – ou revogação – Extinção do contrato pela
vontade de apenas um dos contratantes – Permitida nos
casos em que a lei expressa ou implicitamente o
permitir  denúncia notificada.

Denúncia notificada: Ato formal através do qual uma das


partes contratantes manifesta a outra a sua intenção de
por fim ao contrato.

2.3. Resolução – Pelo descumprimento.

Corresponde a extinção do contrato pelo descumprimento


de qualquer uma das cláusulas contratuais.

• Expressa – Escrita no contrato – Cláusula resolutiva


Se dá expressa genérica é ineficaz  Extinção de pleno
pela cláusula direito.
resolutiva
• Tácita – Presume-se em todos os contratos  exige
interpelação judicial para a extinção do contrato de
pleno direito.  Pode exigir a execução ou declarar
por sentença a resolução do contrato.

2.4. Rescisão -

É a forma de extinção do contrato que resulta de uma


sentença judicial que imputa culpa a um dos
contratantes. --. Efeitos Ex Tunc.

Da Extinção do Contrato

Seção I
Do Distrato

Artigo 472 - O distrato faz-se pela mesma forma


exigida para o contrato.

Artigo 473 - A resilição unilateral, nos casos em que


a lei expressa ou implicitamente o permita, opera
mediante denúncia notificada à outra parte.

Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do


contrato, uma das partes houver feito investimentos
consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral
só produzirá efeito depois de transcorrido prazo
compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.

Página .: 43 Luciano Ribeiro de Castro


Seção II
Da Cláusula Resolutiva

Artigo 474 - A cláusula resolutiva expressa opera de


pleno direito; a tácita depende de interpelação
judicial.

Artigo 475 - A parte lesada pelo inadimplemento pode


pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-
lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos,
indenização por perdas e danos.

26/04/2007

Elementos Estruturais de Conceito de uma Espécie


Contratual

 Elemento subjetivo – Sujeitos do contrato  São as


partes contratantes.

 Elemento Objetivo – Objeto do contrato  As


prestações criadas pela relação jurídica obrigacional.

 Elemento Formal – Forma do contrato.

 Tradição – Entrega do bem jurídico.

Contrato de Compra e Venda

Sujeitos • Comprador

• Vendedor

Objeto do • Transferir a propriedade de um bem jurídico mediante


contrato o pagamento de um preço em dinheiro.

1. Conceito

É o contrato através do qual o vendedor obriga-se a


transferir a propriedade de um bem jurídico ao comprador
mediante o pagamento de um preço em dinheiro.

Página .: 44 Luciano Ribeiro de Castro


Artigo 481 - Pelo contrato de compra e venda, um dos
contratantes se obriga a transferir o domínio de certa
coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.

2. Natureza jurídica

 Bilateral

 Oneroso

 Em regra Comutativo

Excepcionalmente pode ser aleatório (casos como o da


compra e venda de colheita futura e vende de pescado).

 Em regra consensual

Excepcionalmente bens imóveis (artigo 108) de valor


maior a 30 salários mínimos são solenes.

Artigo 108 - Não dispondo a lei em contrário, a


escritura pública é essencial à validade dos negócios
jurídicos que visem à constituição, transferência,
modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis
de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo
vigente no País.

 Ato de disposição do patrimônio

Serve como título aquisitivo ou translativo de


domínio.

3. Elementos de compra e venda

3.1. Consentimento (consensus) – O contrato de compra e


venda apresenta-se em regra como um contrato
consensual, isto é, quando se tratar de uma compra e
venda que não esteja subordinada ao implemento de uma
condição, ela será considerada perfeita desde que
haja acordo entre as partes quanto ao preço e ao
objeto da venda (artigo 482).

Artigo 482 - A compra e venda, quando pura, considerar-


se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes
acordarem no objeto e no preço.

3.2. Coisa (res) – Coisa na verdade deve ser


compreendida como um bem jurídico, isto é, tudo

Página .: 45 Luciano Ribeiro de Castro


aquilo que existe objetivamente na natureza, com
exceção do homem, e que recebe proteção por parte do
ordenamento jurídico, em virtude do valor econômico
que se lhe atribui. Este valor é resultado de sua
utilidade ou de sua raridade.

Para que o bem jurídico possa ser objeto de compra e


venda é necessário que ele seja suscetível de ser
transferido do patrimônio do vendedor para o
patrimônio do comprador. Destaca-se ainda o fato de
que a coisa deve ter existência atual ou potencial
(futura) e deve pertencer ao vendedor no momento em
que se obrigou a efetuar a tradição, sob pena de
nulidade do negócio. Pode ser determinada ou
determinável desde que seja lícita e possível. Também
pode ser corpórea ou incorpórea, caso em que o
contrato acaba sendo denominado por cessão de
direitos.

Artigo 483 - A compra e venda pode ter por objeto coisa


atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o
contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção
das partes era de concluir contrato aleatório.

3.3. Preço (pretium) – O preço é a contrapartida paga


pelo comprador ao vendedor, em virtude da
transferência de propriedade do bem jurídico
comprado.

O preço deve ser pago predominantemente em dinheiro ou


em valor fiduciário equivalente, sob pena de
desconfigurar-se o negócio como compra e venda e
configurar-se em contrato de troca ou permuta.

O preço deve ser sério e real, sob pena de configurar


um contrato de doação remuneratória. Não poderá,
ainda, ser deixado ao arbítrio exclusivo do vendedor,
sob pena de se configurar uma condição puramente
potestativa, a qual é proibida pelo nosso ordenamento
jurídico. Pode também ser acordado que o preço será
fixado por um terceiro ou por cotação em bolsa.

Condição Potestativa: Mero capricho de uma das partes.

3.4. Forma – A forma apenas será elemento de compra e


venda quando se tratar de bem imóvel de valor maior
que 30 salários mínimos

Página .: 46 Luciano Ribeiro de Castro


02/05/2007

4. Modalidades de compra e venda

4.1. Venda de ascendente a descendente

Artigo 496 - É anulável a venda de ascendente a


descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge
do alienante expressamente houverem consentido.

Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o


consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da
separação obrigatória.

Condomínio  Domínio comum.

Condomínio tradicional  Áreas comuns divididas em


frações ideais.

4.2. Venda mediante amostra

Artigo 484 - Se a venda se realizar à vista de amostras,


protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor
assegura ter a coisa as qualidades que a elas
correspondem.

Parágrafo único. Prevalece a amostra, o protótipo ou o


modelo, se houver contradição ou diferença com a maneira
pela qual se descreveu a coisa no contrato.

A venda realizada mediante uma amostra, modelo,


protótipo ou maquete depende do aceite do comprador para
sua realização.

No caso em que o produto discriminado no contrato seja


diferente do produto mostrado na amostra, vale para efeitos
de compra o da amostra.

4.3. Venda entre cônjuges

Artigo 499 - É lícita a compra e venda entre cônjuges,


com relação a bens excluídos da comunhão.

A venda entre cônjuges é proibida, salvo dos bens


excluídos da comunhão.

Página .: 47 Luciano Ribeiro de Castro


4.4. Venda de coisa em condomínio

Artigo 504 - Não pode um condômino em coisa indivisível


vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a
quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der
conhecimento da venda, poderá, depositando o preço,
haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer
no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de
decadência.

Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o


que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de
benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem
iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que
a quiserem, depositando previamente o preço.

Condomínio edilício  Condomínio de apartamentos por


exemplo  cada apartamento é uma unidade autônoma 
unidades autônomas + áreas comuns = condomínio.

4.5. Venda Ad corpus e venda ad mensuram.

Artigo 500 - Se, na venda de um imóvel, se estipular o


preço por medida de extensão, ou se determinar a
respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer
dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o
direito de exigir o complemento da área, e, não sendo
isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou
abatimento proporcional ao preço.

§ 1º Presume-se que a referência às dimensões foi


simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada
não exceder de um vigésimo da área total enunciada,
ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais
circunstâncias, não teria realizado o negócio.

§ 2º Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor


provar que tinha motivos para ignorar a medida exata da
área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha,
completar o valor correspondente ao preço ou devolver o
excesso.

§ 3º Não haverá complemento de área, nem devolução de


excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e
discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência
às suas dimensões, ainda que não conste, de modo
expresso, ter sido a venda ad corpus.

Artigo 501 - Decai do direito de propor as ações


previstas no artigo antecedente o vendedor ou o
comprador que não o fizer no prazo de um ano, a contar
do registro do título.

Parágrafo único. Se houver atraso na imissão de posse no


imóvel, atribuível ao alienante, a partir dela fluirá o
prazo de decadência.

Página .: 48 Luciano Ribeiro de Castro


Ad corpus: Como um só corpo.

Ad Mensuram: Pelas medidas.

Se a venda for feita ad corpus, o preço é cominado


unitariamente e não por unidade de medida de área.

Se a venda for feita ad mensuram, o preço é fixado em


unidade de medida de área.

 Somente para bens imóveis.

03/05/2007

5. Cláusulas Especiais à Compra e Venda

Estas cláusulas modificam os contornos basilares dos


contratos de compra e venda, alterando-os.

5.1. Retrovenda

Artigo 505 - O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se


o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de
três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando
as despesas do comprador, inclusive as que, durante o
período de resgate, se efetuaram com a sua autorização
escrita, ou para a realização de benfeitorias
necessárias.

Artigo 506 - Se o comprador se recusar a receber as


quantias a que faz jus, o vendedor, para exercer o
direito de resgate, as depositará judicialmente.

Parágrafo único. Verificada a insuficiência do depósito


judicial, não será o vendedor restituído no domínio da
coisa, até e enquanto não for integralmente pago o
comprador.

Artigo 507 - O direito de retrato, que é cessível e


transmissível a herdeiros e legatários, poderá ser
exercido contra o terceiro adquirente.

Artigo 508 - Se a duas ou mais pessoas couber o direito


de retrato sobre o mesmo imóvel, e só uma o exercer,
poderá o comprador intimar as outras para nele
acordarem, prevalecendo o pacto em favor de quem haja
efetuado o depósito, contanto que seja integral.

Página .: 49 Luciano Ribeiro de Castro


Retrovenda  Venda que retroage.

É o direito de resgate  Inerente aos vendedores.

Só é admitido para bens imóveis.

Direito de resgate  Exercício  Máximo de três anos


 Prazo decadencial.

O exercício do direito de resgate é uma condição


resolutiva.

A retrovenda torna a propriedade adquirida pelo


comprador uma propriedade resolúvel. O terceiro, que
compra o imóvel não pode alegar desconhecimento da
condição do imóvel.

 Por ato inter vivos o direito de retrato é


intransmissível.

 Por ato mortis causa o direito de recompra é


transmissível.

5.2. Venda a contento e venda sujeita a prova

Artigo 509 - A venda feita a contento do comprador


entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que
a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará
perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu
agrado.

Artigo 510 - Também a venda sujeita a prova presume-se


feita sob a condição suspensiva de que a coisa tenha as
qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para
o fim a que se destina.

Artigo 511 - Em ambos os casos, as obrigações do


comprador, que recebeu, sob condição suspensiva, a coisa
comprada, são as de mero comodatário, enquanto não
manifeste aceitá-la.

Artigo 512 - Não havendo prazo estipulado para a


declaração do comprador, o vendedor terá direito de
intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o
faça em prazo improrrogável.

É utilizado para bens que se costumam pesar, medir,


provar.

Somente após a manifestação do contentamento, por


parte do comprador, a venda será perfeita.

Página .: 50 Luciano Ribeiro de Castro


A manifestação do contentamento é uma condição
suspensiva.

Condições • Casual – O implemento é


deixado ao mero acaso.

• Misto – O implemento
depende da vontade dos
negociantes e também do
acaso.

• Potestativa – O implemento • Puramente potestativa –


é deixado à vontade de uma Vetado pelo nosso
das partes. ordenamento, pois é
considerado um mero
capricho.
• Meramente potestativa –
Não é um mero capricho.

Enquanto o comprador não manifestar o seu


contentamento, apesar da tradição, a compra e venda
não será perfeita.

Comandatário: O comprador age como se fosse


comandatário no período após a tradição e antes da
manifestação do contentamento.

A manifestação do contentamento é personalíssima,


portanto intransmissível.

5.3. Preempção e preferência

Artigo 513 - A preempção, ou preferência, impõe ao


comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa
que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que
este use de seu direito de prelação na compra, tanto por
tanto.

Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de


preferência não poderá exceder a cento e oitenta dias,
se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel.

Artigo 514 - O vendedor pode também exercer o seu


direito de prelação, intimando o comprador, quando lhe
constar que este vai vender a coisa.

Artigo 515 - Aquele que exerce a preferência está, sob


pena de a perder, obrigado a pagar, em condições iguais,
o preço encontrado, ou o ajustado.

Artigo 516 - Inexistindo prazo estipulado, o direito de


preempção caducará, se a coisa for móvel, não se
exercendo nos três dias, e, se for imóvel, não se
exercendo nos sessenta dias subseqüentes à data em que o
comprador tiver notificado o vendedor.

Página .: 51 Luciano Ribeiro de Castro


Artigo 517 - Quando o direito de preempção for
estipulado a favor de dois ou mais indivíduos em comum,
só pode ser exercido em relação à coisa no seu todo. Se
alguma das pessoas, a quem ele toque, perder ou não
exercer o seu direito, poderão as demais utilizá-lo na
forma sobredita.

Artigo 518 - Responderá por perdas e danos o comprador,


se alienar a coisa sem ter dado ao vendedor ciência do
preço e das vantagens que por ela lhe oferecem.
Responderá solidariamente o adquirente, se tiver
procedido de má-fé.

Artigo 519 - Se a coisa expropriada para fins de


necessidade ou utilidade pública, ou por interesse
social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou
não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá
ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual
da coisa.

Artigo 520 - O direito de preferência não se pode ceder


nem passa aos herdeiros.

 Bens móveis e imóveis.

 Preferencialmente convencional.

 Compra e Venda Pura e Simples.

Cria para o vendedor o direito de prelação, que é o


direito de adquirir o bem, nas mesmas condições que
um terceiro teria.

Cria para o comprador a obrigação de notificar ao


vendedor, dentro de certos prazos.

Prazo de • Bens móveis – 180 dias


exercício do
direito • Bens imóveis – 2 anos

Prazo de • Bens móveis – 3 dias


exercício do
direito após • Bens imóveis – 60 dias
notificação

O direito de prelação é personalíssimo, portanto,


intransmissível.

Página .: 52 Luciano Ribeiro de Castro


5.4. Venda com reserva de domínio

Artigo 521 - Na venda de coisa móvel, pode o vendedor


reservar para si a propriedade, até que o preço esteja
integralmente pago.

Artigo 522 - A cláusula de reserva de domínio será


estipulada por escrito e depende de registro no
domicílio do comprador para valer contra terceiros.

Artigo 523 - Não pode ser objeto de venda com reserva de


domínio a coisa insuscetível de caracterização perfeita,
para estremá-la de outras congêneres. Na dúvida, decide-
se a favor do terceiro adquirente de boa-fé.

Artigo 524 - A transferência de propriedade ao comprador


dá-se no momento em que o preço esteja integralmente
pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o
comprador, a partir de quando lhe foi entregue.

Artigo 525 - O vendedor somente poderá executar a


cláusula de reserva de domínio após constituir o
comprador em mora, mediante protesto do título ou
interpelação judicial.

Artigo 526 - Verificada a mora do comprador, poderá o


vendedor mover contra ele a competente ação de cobrança
das prestações vencidas e vincendas e o mais que lhe for
devido; ou poderá recuperar a posse da coisa vendida.

Artigo 527 - Na segunda hipótese do artigo antecedente,


é facultado ao vendedor reter as prestações pagas até o
necessário para cobrir a depreciação da coisa, as
despesas feitas e o mais que de direito lhe for devido.
O excedente será devolvido ao comprador; e o que faltar
lhe será cobrado, tudo na forma da lei processual.

Artigo 528 - Se o vendedor receber o pagamento à vista,


ou, posteriormente, mediante financiamento de
instituição do mercado de capitais, a esta caberá
exercer os direitos e ações decorrentes do contrato, a
benefício de qualquer outro. A operação financeira e a
respectiva ciência do comprador constarão do registro do
contrato.

Não se confunde com alienação fiduciária.

 Bens móveis e não fungíveis.

 A reserva de domínio fica atrelada ao pagamento integral


do preço.

 É condição suspensiva.

Página .: 53 Luciano Ribeiro de Castro


5.5. Venda sobre documentos

Artigo 529 - Na venda sobre documentos, a tradição da


coisa é substituída pela entrega do seu título
representativo e dos outros documentos exigidos pelo
contrato ou, no silêncio deste, pelos usos.

Parágrafo único. Achando-se a documentação em ordem, não


pode o comprador recusar o pagamento, a pretexto de
defeito de qualidade ou do estado da coisa vendida,
salvo se o defeito já houver sido comprovado.

Artigo 530 - Não havendo estipulação em contrário, o


pagamento deve ser efetuado na data e no lugar da
entrega dos documentos.

Artigo 531 - Se entre os documentos entregues ao


comprador figurar apólice de seguro que cubra os riscos
do transporte, correm estes à conta do comprador, salvo
se, ao ser concluído o contrato, tivesse o vendedor
ciência da perda ou avaria da coisa.

Artigo 532 - Estipulado o pagamento por intermédio de


estabelecimento bancário, caberá a este efetuá-lo contra
a entrega dos documentos, sem obrigação de verificar a
coisa vendida, pela qual não responde.

Parágrafo único. Nesse caso, somente após a recusa do


estabelecimento bancário a efetuar o pagamento, poderá o
vendedor pretendê-lo, diretamente do comprador.

É aquela cuja prestação devida pelo vendedor considera-se


cumprida desde que ocorra a entrega de documentos
referentes ao produto vendido. Exemplo: Warrant.

09/05/2007

Troca ou Permuta
Elementos estruturais

Sujeitos • Permutantes

Objeto • Entregar reciprocamente bens jurídicos que não sejam


Do predominantemente dinheiro.
Contrato

Página .: 54 Luciano Ribeiro de Castro


1. Conceito

É o contrato através do qual os permutantes obrigam-se a


entregar reciprocamente bens jurídicos que não sejam
predominantemente dinheiro

2. Natureza jurídica

 Bilateral – Obrigações sinalagmáticas.

 Oneroso – Sacrifício para pelo menos uma das partes.

 Comutativo – Prestações certas e determinadas desde o


início.

 Em regra consensual – Excepcionalmente poderá ser


solene, celebrado de forma escrita e materializado por
escritura pública (artigo 108).

Se um dos bens trocados for imóvel de valor maior que


30 salários mínimos a lei determina que este contrato
deve ser solene.

 Ato de disposição de patrimônio – O contrato não


transfere o patrimônio, serve apenas como título
translativo de domínio.

3. Diferenças entre a compra e venda e a troca.

Doação
Elementos estruturais

Sujeitos • Doador
• Donatário

Objeto • Transferir a propriedade de um bem jurídico por uma mera


Do liberalidade..
Contrato

Página .: 55 Luciano Ribeiro de Castro


1. Conceito e caracteres

Doação é o contrato através do qual o doador se obriga a


transferir a propriedade de um bem jurídico ao donatário
por uma mera liberalidade.

Artigo 538 - Considera-se doação o contrato em que uma


pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio
bens ou vantagens para o de outra.

Caracteres jurídicos

 Contratualidade – A doação é um negócio jurídico


bilateral, é necessário um acordo de vontades do
doador e do donatário, que deve manifestar o seu
aceita à doação.

 Animus Donandi – É a intenção de fazer uma


liberalidade (sem contra prestação) Esta liberalidade
deve ser plena.

 Transferência da propriedade do bem jurídico do


patrimônio do doador para o patrimônio do donatário.

 Aceitação do donatário.

A dispensa de aceitação do donatário é permitida desde


que se trate de doação pura e em favor de
absolutamente incapaz.

Artigo 543 - Se o donatário for absolutamente incapaz,


dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação
pura.

2. Natureza jurídica

Artigo 541 - A doação far-se-á por escritura pública ou


instrumento particular.

Parágrafo único. A doação verbal será válida, se,


versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe
seguir incontinenti a tradição.

Página .: 56 Luciano Ribeiro de Castro


2.1. Divergências

Caio Mário Carlos R. Gonçalves

• Unilateral

Regra Excepcionalmente Regra Excepcionalmente


• Gratuito • Oneroso (quando • Unilateral • Bilateral
existir encargo) • Gratuito • Oneroso
• Solene • Não solene e real • Solene (encargos)
(bens móveis e de • Não solene e real
pequeno valor) (bens móveis e de
pequeno valor)
• Mais certo seria • Mais certo seria
formal, podendo Não formal.
ou não ser
solene.
• Ato de disposição do patrimônio • Ato de disposição do patrimônio

• O encargo não cria


contraprestação, então o
contrato nunca poderá ser
bilateral.

10/05/2007

3. Aceitação do donatário

3.1. Expressa

Artigo 541 - A doação far-se-á por escritura pública ou


instrumento particular.

Parágrafo único. A doação verbal será válida, se,


versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe
seguir incontinenti a tradição.

3.2. Presumida

Deriva do silêncio qualificado pelo dever de recusar.

Artigo 539 - O doador pode fixar prazo ao donatário,


para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que
o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a
declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não
for sujeita a encargo.

3.3. Tácita

Artigo 546 - A doação feita em contemplação de casamento


futuro com certa e determinada pessoa, quer pelos
nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a
ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do

Página .: 57 Luciano Ribeiro de Castro


outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e
só ficará sem efeito se o casamento não se realizar.

3.4. Dispensa da aceitação

Artigo 543 - Se o donatário for absolutamente incapaz,


dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação
pura.

4. Espécies de doação

4.1. Doação pura e simples

É aquela que não se acha subordinada ao adimplemento de


qualquer condição ou encargo.

4.2. Doação onerosa

Também chamada de doação com encargo ou doação gravada.

O donatário ao mesmo tempo em que obterá a vantagem,


sofrerá um sacrifício. É a doação gravada com um
encargo.

4.3. Doação remuneratória

É aquela que se configura como uma remuneração de um


serviço prestado pelo donatário ao doador sem que aquele
possa cobrar-lhe a referida remuneração.

Artigo 540 - A doação feita em contemplação do


merecimento do donatário não perde o caráter de
liberalidade, como não o perde a doação remuneratória,
ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços
remunerados ou ao encargo imposto.

4.4. Doação de ascendente a descendente

Artigo 544 - A doação de ascendentes a descendentes, ou


de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes
cabe por herança.

4.5. Doação entre cônjuges

Ver artigo 544 acima.

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4.6. Doação inoficiosa

É aquela que excede o valor que o doador poderia


livremente dispor por testamento.

Artigo 549 - Nula é também a doação quanto à parte que


exceder à de que o doador, no momento da liberalidade,
poderia dispor em testamento.

4.7. Doação com cláusula de retorno ou reversão

Artigo 547 - O doador pode estipular que os bens doados


voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário.

Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em


favor de terceiro.

5. Restrições à liberdade de doar

5.1. Doação de todos os bens do doador

Artigo 548 - É nula a doação de todos os bens sem


reserva de parte, ou renda suficiente para a
subsistência do doador.

5.2. Doação da parte inoficiosa

Artigo 549 - Nula é também a doação quanto à parte que


exceder à de que o doador, no momento da liberalidade,
poderia dispor em testamento.

5.3. Doação que resulta em prejuízo aos credores do


doador

Este tipo de doação configura fraude contra credor,


previsto no artigo 158. A doação é anulável.

Artigo 158 - Os negócios de transmissão gratuita de bens


ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já
insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda
quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores
quirografários, como lesivos dos seus direitos.

§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se


tornar insuficiente.

§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos


podem pleitear a anulação deles.

Página .: 59 Luciano Ribeiro de Castro


5.4. Doação do cônjuge adúltero a seu cúmplice

É anulável.

Até dois anos depois da dissolução da sociedade com o


cônjuge  Prazo decadencial.

Artigo 550 - A doação do cônjuge adúltero ao seu


cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por
seus herdeiros necessários, até dois anos depois de
dissolvida a sociedade conjugal.

6. Revogação de doação por ingratidão do donatário

A revogação da doação por ingratidão do donatário esta


prevista no artigo 557.

Artigo 557 - Podem ser revogadas por ingratidão as


doações:

I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou


cometeu crime de homicídio doloso contra ele;

II - se cometeu contra ele ofensa física;

III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;

IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os


alimentos de que este necessitava.

Casos:

6.1. Atentado – inciso I

Crime de homicídio doloso ou tentado contra o doador.

6.2. Ofensas físicas

Somente nos casos de ofensa dolosa e consumada.

6.3. Injúria grave ou calúnia

Injúria ou calúnia.

6.4. Alimentos

Casos em que ocorre:

 O donatário tem que ser obrigado a prestar


alimentos ao doador.

Página .: 60 Luciano Ribeiro de Castro


 O doador tem que necessitar doa alimentos.

 O donatário tem que possuir uma situação econômica


que o permita prestar os alimentos ao doador.

 A recusa injustificável da prestação dos alimentos


por parte do donatário.

Locação de Coisas

Elementos Estruturais

Sujeitos • Locador – (Senhorio)

• Locatário – (Inquilino)

Objeto do • Ceder temporariamente o uso e gozo de um bem não


Contrato fungível, mediante o pagamento de uma retribuição,
chamada de aluguel ou renda.

Usar: Utilizar-se de um bem sem dele retirar a substância.

Gozar: Fruir – Perceber os frutos e produtos que a coisa


venha a produzir.

Dispor: Direito de alienar ou gravar com ônus real.

Reinvindicar: Reaver a coisa de quem quer que a possua ou


detenha.

1. Conceito

É o contrato através do qual o locador obriga-se a Ceder


temporariamente o uso e gozo de um bem não fungível ao
locatário, mediante o pagamento de uma retribuição, chamada
de aluguel ou renda.

Artigo 565 - Na locação de coisas, uma das partes se


obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o
uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa
retribuição.

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2. Natureza jurídica

2.1. Bilateral

2.2. Oneroso

2.3. Comutativo

2.4. De relação duradoura

Trato sucessivo ou trato continuado.

Entre a conclusão e a extinção do contrato deve ter um


intervalo de tempo juridicamente relevante. O intervalo
de tempo serve para que o locador possa usar e gozar do
bem.

2.5. Intuito personae?

Majoritariamente não é considerado como intuito


personae. Se a sublocação for vetada ela é intuito
personae e se for expressamente proibido é impessoal.

No que tange a ser um contrato de locação de coisas


intuito personae ou impessoal, ressalta-se que há na
literatura jurídica uma certa divergência. Miguel Maria
de Cerpa Lopes afirma ser este contrato personalíssimo
uma vez que as diversas leis do inquilinato que se
sucederam ao longo da história de nosso ordenamento
jurídico positivo sempre dificultaram a sublocação.

Majoritariamente tem-se a dotado o entendimento de que o


referido contrato é de natureza impessoal, em razão de
que as referidas leis do inquilinato dificultam mas não
proíbem a sublocação.

2.6. Não solene e consensual

2.7. Ato de administração de patrimônio

Não é necessária a anuência do cônjuge nos casos de


locação de coisa.

Não se exige capacidade de alienar ao locador pois o


contrato de locação não transfere a propriedade, somente
legitima a posse.

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3. A coisa locada e o aluguel

Coisa: Bem jurídico não fungível.

• Móveis – Regido pelo CC 2002.

• Imóveis • Urbanos • Primordialmente pela lei do


Coisa inquilinato – Lei 8245/91
(Bem
Jurídico)
• Subsidiarimente pelo CC
2002.

• Rurais • Regido pelo estatuto da


(arrendamento) terra

O aluguel corresponde ao preço no contrato de locação de


coisas, isto é, há a retribuição paga pelo locatário ao
locador em virtude de cessão temporária do uso e gozo do
bem dado em locação. É mais comum que seja pago
periodicamente e em dinheiro, nada impedindo que seja pago
em bens que possam ser reduzidos a um valor econômico e
ainda de uma só vez ao final do prezo de vigência do
contrato ou antecipadamente com a ressalva feita pela lei
do inquilinato.

4. Prazo na locação regido pelo CC 2002

 Prazo: Determinado:
Prorroga-se por
Termo inicial Termo Final tempo
indeterminado

Indeterminado
Termo inicial Cabe denúncia

Artigo 571 - Havendo prazo estipulado à duração do


contrato, antes do vencimento não poderá o locador
reaver a coisa alugada, senão ressarcindo ao locatário
as perdas e danos resultantes, nem o locatário devolvê-
la ao locador, senão pagando, proporcionalmente, a multa
prevista no contrato.

Parágrafo único. O locatário gozará do direito de


retenção, enquanto não for ressarcido.

Artigo 572 - Se a obrigação de pagar o aluguel pelo


tempo que faltar constituir indenização excessiva, será
facultado ao juiz fixá-la em bases razoáveis.

Página .: 63 Luciano Ribeiro de Castro


Artigo 573 - A locação por tempo determinado cessa de
pleno direito findo o prazo estipulado,
independentemente de notificação ou aviso.

Artigo 574 - Se, findo o prazo, o locatário continuar na


posse da coisa alugada, sem oposição do locador,
presumir-se-á prorrogada a locação pelo mesmo aluguel,
mas sem prazo determinado.

Artigo 575 - Se, notificado o locatário, não restituir a


coisa, pagará, enquanto a tiver em seu poder, o aluguel
que o locador arbitrar, e responderá pelo dano que ela
venha a sofrer, embora proveniente de caso fortuito.

Parágrafo único. Se o aluguel arbitrado for


manifestamente excessivo, poderá o juiz reduzi-lo, mas
tendo sempre em conta o seu caráter de penalidade.

5. Alienação da coisa locada

Artigo 576 - Se a coisa for alienada durante a locação,


o adquirente não ficará obrigado a respeitar o contrato,
se nele não for consignada a cláusula da sua vigência no
caso de alienação, e não constar de registro.

§ 1ª O registro a que se refere este artigo será o de


Títulos e Documentos do domicílio do locador, quando a
coisa for móvel; e será o Registro de Imóveis da
respectiva circunscrição, quando imóvel.

§ 2ª Em se tratando de imóvel, e ainda no caso em que o


locador não esteja obrigado a respeitar o contrato, não
poderá ele despedir o locatário, senão observado o prazo
de noventa dias após a notificação.

Artigo 577 - Morrendo o locador ou o locatário,


transfere-se aos seus herdeiros a locação por tempo
determinado.

Artigo 578 - Salvo disposição em contrário, o locatário


goza do direito de retenção, no caso de benfeitorias
necessárias, ou no de benfeitorias úteis, se estas
houverem sido feitas com expresso consentimento do
locador.

6. Obrigações do locador e do locatário

Artigo 566 - O locador é obrigado:

I - a entregar ao locatário a coisa alugada, com suas


pertenças, em estado de servir ao uso a que se destina,
e a mantê-la nesse estado, pelo tempo do contrato, salvo
cláusula expressa em contrário;

II - a garantir-lhe, durante o tempo do contrato, o uso


pacífico da coisa.

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7. Locação predial

Para fins de locação predial qual o critério a se usar? O


critério da destinação. Lei 8245/91.

Artigo 1º- A locação de imóvel urbano regula - se pelo disposto nesta


lei:

Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis


especiais

Caput  regra  a locação de imóvel urbano é regulada por


esta lei sendo que no § único estão as exceções pois nem
toda locação de imóvel urbano é regida pela lei do
inquilinato.

4 Requisitos • Contrato escrito


• Contrato por prazo determinado
• Cláusula de vigência em caso de alienação
• Contrato formal – Escrito

 Morrendo-se o locador e o locatário o contrato extingue-


se.

Artigo 10 - Morrendo o locador, a locação transmite - se


aos herdeiros.

Artigo 11 - Morrendo o locatário, ficarão sub - rogados


nos seus direitos e obrigações:

I - nas locações com finalidade residencial, o cônjuge


sobrevivente ou o companheiro e, sucessivamente, os
herdeiros necessários e as pessoas que viviam na
dependência econômica do de cujus, desde que residentes
no imóvel;

II - nas locações com finalidade não residencial, o


espólio e, se for o caso, seu sucessor no negócio.

A cessão, sub locação e empréstimo de imóvel locado, em


regra, não é permitido. Excepcionalmente, dependendo de
consentimento prévio e escrito do locador é permitido.

Artigo 13 - A cessão da locação, a sublocação e o


empréstimo do imóvel, total ou parcialmente, dependem do
consentimento prévio e escrito do locador.

§1º Não se presume o consentimento pela simples demora


do locador em manifestar formalmente a sua oposição.

Página .: 65 Luciano Ribeiro de Castro


§2º Desde que notificado por escrito pelo locatário, de
ocorrência de uma das hipóteses deste artigo, o locador
terá o prazo de trinta dias para manifestar formalmente
a sua oposição.

Não existe aceitação presumida.

Em caso de sub locação, o valor do aluguel não pode exceder


ao valor do aluguel principal. Admite-se que a soma dos
alugueis seja maior que o valor da locação principal
(cortiço), mas nunca o dobro.

Artigo 21 - O aluguel da sublocação não poderá exceder o


da locação; nas habitações coletivas multifamiliares, a
soma dos aluguéis não poderá ser superior ao dobro do
valor da locação.

Parágrafo único. O descumprimento deste artigo autoriza


o sublocatário a reduzir o aluguel até os limites nele
estabelecidos.

A lei do inquilinato não estabelece valor máximo ou mínimo,


entretanto proíbe o uso de moeda estrangeira.

Artigo 17 - É livre a convenção do aluguel, vedada a sua


estipulação em moeda estrangeira e a sua vinculação à
variação cambial ou ao salário mínimo.

Parágrafo único. Nas locações residenciais serão


observadas os critérios de reajustes previstos na
legislação específica.

Quem pode propor ação revisional de aluguel? Segundo o


artigo 19, tanto o locador quanto o locatário.

Artigo 19 - Não havendo acordo, o locador ou locatário,


após três anos de vigência do contrato ou do acordo
anteriormente realizado, poderão pedir revisão judicial
do aluguel, a fim de ajustá-lo ao preço de mercado.

7.1. Obrigações do locador e do locatário na locação


predial

Artigo 22 - O locador é obrigado a:

I - entregar ao locatário o imóvel alugado em estado de


servir ao uso a que se destina;

Página .: 66 Luciano Ribeiro de Castro


II - garantir, durante o tempo da locação, o uso
pacífico do imóvel locado;

III - manter, durante a locação, a forma e o destino do


imóvel;

IV - responder pelos vícios ou defeitos anteriores à


locação;

V - fornecer ao locatário, caso este solicite, descrição


minuciosa do estado do imóvel, quando de sua entrega,
com expressa referência aos eventuais defeitos
existentes;

VI - fornecer ao locatário recibo discriminado das


importâncias por este pagas, vedada a quitação genérica;

VII - pagar as taxas de administração imobiliária, se


houver, e de intermediações, nestas compreendidas as
despesas necessárias à aferição da idoneidade do
pretendente ou de seu fiador;

VIII - pagar os impostos e taxas, e ainda o prêmio de


seguro complementar contra fogo, que incidam ou venham a
incidir sobre o imóvel, salvo disposição expressa em
contrário no contrato;

IX - exibir ao locatário, quando solicitado, os


comprovantes relativos às parcelas que estejam sendo
exigidas;

X - pagar as despesas extraordinárias de condomínio.

Parágrafo único. Por despesas extraordinárias de


condomínio se entendem aquelas que não se refiram aos
gastos rotineiros de manutenção do edifício,
especialmente:

a) obras de reformas ou acréscimos que interessem à


estrutura integral do imóvel;

b) pintura das fachadas, empenas, poços de aeração e


iluminação, bem como das esquadrias externas;

c) obras destinadas a repor as condições de


habitabilidade do edifício;

d) indenizações trabalhistas e previdenciárias pela


dispensa de empregados, ocorridas em data anterior ao
início da locação;

e) instalação de equipamento de segurança e de incêndio,


de telefonia, de intercomunicação, de esporte e de
lazer;

f) despesas de decoração e paisagismo nas partes de uso


comum;

g) constituição de fundo de reserva.

Artigo 23 - O locatário é obrigado a:

Página .: 67 Luciano Ribeiro de Castro


I - pagar pontualmente o aluguel e os encargos da
locação, legal ou contratualmente exigíveis, no prazo
estipulado ou, em sua falta, até o sexto dia útil do mês
seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando outro
local não tiver sido indicado no contrato;

II - servir - se do imóvel para o uso convencionado ou


presumido, compatível com a natureza deste e com o fim a
que se destina, devendo tratá - lo com o mesmo cuidado
como se fosse seu;

III - restituir o imóvel, finda a locação, no estado em


que o recebeu, salvo as deteriorações decorrentes do seu
uso normal;

IV - levar imediatamente ao conhecimento do locador o


surgimento de qualquer dano ou defeito cuja reparação a
este incumba, bem como as eventuais turbações de
terceiros;

V - realizar a imediata reparação dos danos verificados


no imóvel, ou nas suas instalações, provocadas por si,
seus dependentes, familiares, visitantes ou prepostos;

VI - não modificar a forma interna ou externa do imóvel


sem o consentimento prévio e por escrito do locador;

VII - entregar imediatamente ao locador os documentos de


cobrança de tributos e encargos condominiais, bem como
qualquer intimação, multa ou exigência de autoridade
pública, ainda que dirigida a ele, locatário;

VIII - pagar as despesas de telefone e de consumo de


força, luz e gás, água e esgoto;

IX - permitir a vistoria do imóvel pelo locador ou por


seu mandatário, mediante combinação prévia de dia e
hora, bem como admitir que seja o mesmo visitado e
examinado por terceiros, na hipótese prevista no art.
27;

X - cumprir integralmente a convenção de condomínio e os


regulamentos internos;

XI - pagar o prêmio do seguro de fiança;

XII - pagar as despesas ordinárias de condomínio.

1º Por despesas ordinárias de condomínio se entendem as


necessárias à administração respectiva, especialmente:

a) salários, encargos trabalhistas, contribuições


previdenciárias e sociais dos empregados do condomínio;

b) consumo de água e esgoto, gás, luz e força das áreas


de uso comum;

c) limpeza, conservação e pintura das instalações e


dependências de uso comum;

d) manutenção e conservação das instalações e


equipamentos hidráulicos, elétricos, mecânicos e de
segurança, de uso comum;

Página .: 68 Luciano Ribeiro de Castro


e) manutenção e conservação das instalações e
equipamentos de uso comum destinados à prática de
esportes e lazer;

f) manutenção e conservação de elevadores, porteiro


eletrônico e antenas coletivas;

g) pequenos reparos nas dependências e instalações


elétricas e hidráulicas de uso comum;

h) rateios de saldo devedor, salvo se referentes a


período anterior ao início da locação;

i) reposição do fundo de reserva, total ou parcialmente


utilizado no custeio ou complementação das despesas
referidas nas alíneas anteriores, salvo se referentes a
período anterior ao início da locação.

§ 2º O locatário fica obrigado ao pagamento das despesas


referidas no parágrafo anterior, desde que comprovadas a
previsão orçamentária e o rateio mensal, podendo exigir
a qualquer tempo a comprovação das mesmas.

§ 3º No edifício constituído por unidades imobiliárias


autônomas, de propriedade da mesma pessoa, os locatários
ficam obrigados ao pagamento das despesas referidas no §
1º deste artigo, desde que comprovadas.

7.2. Direito de preferência

Art. 27. No caso de venda, promessa de venda, cessão ou


promessa de cessão de direitos ou dação em pagamento, o
locatário tem preferência para adquirir o imóvel locado,
em igualdade de condições com terceiros, devendo o
locador dar - lhe conhecimento do negócio mediante
notificação judicial, extrajudicial ou outro meio de
ciência inequívoca.

Parágrafo único. A comunicação deverá conter todas as


condições do negócio e, em especial, o preço, a forma de
pagamento, a existência de ônus reais, bem como o local
e horário em que pode ser examinada a documentação
pertinente.

7.3. Benfeitorias

Artigo 35 - Salvo expressa disposição contratual em


contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas pelo
locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem
como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis
e permitem o exercício do direito de retenção.

Artigo 36 - As benfeitorias voluptuárias não serão


indenizáveis, podendo ser levantadas pelo locatário,
finda a locação, desde que sua retirada não afete a
estrutura e a substância do imóvel.

Página .: 69 Luciano Ribeiro de Castro


7.4. Garantias locatícias

Garantias • Caução
Locatícias • Fiança
• Seguro de fiança locatícia
• Cessão fiduciária de quotas de fundos de investimentos

Artigo 37 - No contrato de locação, pode o locador


exigir do locatário as seguintes modalidades de
garantia:

I - caução;

II - fiança;

III - seguro de fiança locatícia.

IV - cessão fiduciária de quotas de fundo de


investimento.

Parágrafo único. É vedada, sob pena de nulidade, mais de


uma das modalidades de garantia num mesmo contrato de
locação.

Artigo 38 - A caução poderá ser em bens móveis ou


imóveis.

§ 1º A caução em bens móveis deverá ser registrada em


cartório de títulos e documentos; a em bens imóveis
deverá ser averbada à margem da respectiva matrícula.

§ 2º A caução em dinheiro, que não poderá exceder o


equivalente a três meses de aluguel, será depositada em
caderneta de poupança, autorizada, pelo Poder Público e
por ele regulamentada, revertendo em benefício do
locatário todas as vantagens dela decorrentes por
ocasião do levantamento da soma respectiva.

§ 3º A caução em títulos e ações deverá ser substituída,


no prazo de trinta dias, em caso de concordata, falência
ou liquidação das sociedades emissoras.

Garantias • Pessoal ou fidejussória – • Fiança


Locatícias é aquela cuja garantia
recaia sobre todos os bens • Aval
do devedor

• Real – a garantia recai • Penhor


sobre um ou mais bens • Hipoteca
destacados para tal • Anticrese
• Alienação fiduciária em
garantia

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7.5. Locação residencial

Residência: Moradia habitual.

Locação residencial é aquela que se destina à moradia


habitual do locatário.

Casos de denúncia

 Contrato escrito
 Prazo maior que 30 meses
 Artigo 46

Artigo 46 - Nas locações ajustadas por escrito e por


prazo igual ou superior a trinta meses, a resolução do
contrato ocorrerá findo o prazo estipulado,
independentemente de notificação ou aviso.

§ 1º Findo o prazo ajustado, se o locatário continuar na


posse do imóvel alugado por mais de trinta dias sem
oposição do locador, presumir - se - á prorrogada a
locação por prazo indeterminado, mantidas as demais
cláusulas e condições do contrato.

§ 2º Ocorrendo a prorrogação, o locador poderá denunciar


o contrato a qualquer tempo, concedido o prazo de trinta
dias para desocupação.

Termo Termo
Inicial Final
Poderá ser feita a
denúncia (imotivada) do
Prorroga-se por prazo contrato – Denúncia
30 meses
indeterminado vazia

 Contrato verbal ou contrato escrito com prazo menor


que 30 meses
 Artigo 47

Artigo 47 - Quando ajustada verbalmente ou por escrito e


como prazo inferior a trinta meses, findo o prazo
estabelecido, a locação prorroga - se automaticamente,
por prazo indeterminado, somente podendo ser retomado o
imóvel:

I - Nos casos do art. 9º;

Página .: 71 Luciano Ribeiro de Castro


II - em decorrência de extinção do contrato de trabalho,
se a ocupação do imóvel pelo locatário relacionada com o
seu emprego;

III - se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou


companheiro, ou para uso residencial de ascendente ou
descendente que não disponha, assim como seu cônjuge ou
companheiro, de imóvel residencial próprio;

IV - se for pedido para demolição e edificação


licenciada ou para a realização de obras aprovadas pelo
Poder Público, que aumentem a área construída, em, no
mínimo, vinte por cento ou, se o imóvel for destinado a
exploração de hotel ou pensão, em cinqüenta por cento;

V - se a vigência ininterrupta da locação ultrapassar


cinco anos.

§ 1º Na hipótese do inciso III, a necessidade deverá ser


judicialmente demonstrada, se:

a) O retomante, alegando necessidade de usar o imóvel,


estiver ocupando, com a mesma finalidade, outro de sua
propriedade situado nas mesma localidade ou, residindo
ou utilizando imóvel alheio, já tiver retomado o imóvel
anteriormente;

b) o ascendente ou descendente, beneficiário da


retomada, residir em imóvel próprio.

§ 2º Nas hipóteses dos incisos III e IV, o retomante


deverá comprovar ser proprietário, promissário comprador
ou promissário cessionário, em caráter irrevogável, com
imissão na posse do imóvel e título registrado junto à
matrícula do mesmo.

Termo Termo
Inicial Final
Poderá ser feita a
denúncia (motivada) do
Prorroga-se por prazo contrato – Denúncia
12 meses
indeterminado cheia

7.6. Locação para temporada

Locação para temporada é aquela que se destina a moradia


temporária do locatário em virtude de prática de lazer,
tratamento de saúde, realização de obras dentre outras
circunstâncias. (artigo 48)

Página .: 72 Luciano Ribeiro de Castro


Artigo 48 - Considera - se locação para temporada aquela
destinada à residência temporária do locatário, para
prática de lazer, realização de cursos, tratamento de
saúde, feitura de obras em seu imóvel, e outros fatos
que decorrem tão-somente de determinado tempo, e
contratada por prazo não superior a noventa dias, esteja
ou não mobiliado o imóvel.

Parágrafo único. No caso de a locação envolver imóvel


mobiliado, constará do contrato, obrigatoriamente, a
descrição dos móveis e utensílios que o guarnecem, bem
como o estado em que se encontram.

Artigo 49 - O locador poderá receber de uma só vez e


antecipadamente os aluguéis e encargos, bem como exigir
qualquer das modalidades de garantia previstas no art.
37 para atender as demais obrigações do contrato.

Artigo 50 - Findo o prazo ajustado, se o locatário


permanecer no imóvel sem oposição do locador por mais de
trinta dias, presumir - se - á prorrogada a locação por
tempo indeterminado, não mais sendo exigível o pagamento
antecipado do aluguel e dos encargos.

Parágrafo único. Ocorrendo a prorrogação, o locador


somente poderá denunciar o contrato após trinta meses de
seu início ou nas hipóteses do art. 47.

 Requisitos

 Contrato escrito

 Prazo menor ou igual a 90 dias

Termo Termo
Inicial Final
Poderá ser feita a
denúncia (motivada) do
Prorroga-se por prazo contrato – Denúncia
90 dias
indeterminado cheia

7.7. Locação não residencial

Locação não residencial é aquela que se destina a


indústria, comércio, atividade civil com fim lucrativo ou
ainda sem fim lucrativo. (atividade empresarial ou
atividade simples)

Ação renovatória de locação  Mesmo contra a vontade do


locador, o locatário tem direito a renovação do contrato.

Página .: 73 Luciano Ribeiro de Castro


Artigo 51 - Nas locações de imóveis destinados ao
comércio, o locatário terá direito a renovação do
contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente:

I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por


escrito e com prazo determinado;

II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos


prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de
cinco anos;

III - o locatário esteja explorando seu comércio, no


mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três
anos.

§ 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser


exercido pelos cessionários ou sucessores da locação; no
caso de sublocação total do imóvel, o direito a
renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário.

§ 2º Quando o contrato autorizar que o locatário utilize


o imóvel para as atividades de sociedade de que faça
parte e que a esta passe a pertencer o fundo de
comércio, o direito a renovação poderá ser exercido pelo
locatário ou pela sociedade.

§ 3º Dissolvida a sociedade comercial por morte de um


dos sócios, o sócio sobrevivente fica sub - rogado no
direito a renovação, desde que continue no mesmo ramo.

§ 4º O direito a renovação do contrato estende - se às


locações celebradas por indústrias e sociedades civis
com fim lucrativo, regularmente constituídas, desde que
ocorrentes os pressupostos previstos neste artigo.

§ 5º Do direito a renovação decai aquele que não


propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até
seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização
do prazo do contrato em vigor.

Requisitos

 Contrato escrito.

 Contrato celebrado por prazo determinado.

 Vigência mínima de cinco anos.

 Exploração no mesmo ramo de atividade por no mínimo


três anos.

 Propositura da ação no interregno de um ano a seis


meses antes do término da vigência do contrato.

 A locação seja destinada a indústria, ao comércio ou a


atividade civil com fim lucrativo.

Página .: 74 Luciano Ribeiro de Castro


06/06/2007

Empréstimo
1. Noções introdutórias

O bem jurídico dado como empréstimo, se for não fungível


será comodato e se for fungível será mútuo.

Restituição em espécie  É a devolução especificamente do


bem emprestado.

2. Comodato

Sujeitos • Comodante – Dá em comodato.

• Comodatário – Toma em comodato.

2.1. Conceito e caracteres jurídicos

É o empréstimo gratuito de bens não fungíveis que se


perfaz com a tradição do objeto.

Artigo 579 - O comodato é o empréstimo gratuito de


coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do
objeto.

Caracteres

I. Gratuidade do negócio.

II. Não fungibilidade do bem jurídico dado em


comodato.

III. Necessidade da transição para o


aperfeiçoamento do ajuste.

2.2. Natureza Jurídica

 Unilateral – Só gera obrigações para o comodatário.

 Gratuito – O contrato de “comodato modal” é chamado


de contrato atípico. Não existe previsão legal.
Comodato com encargos.

Página .: 75 Luciano Ribeiro de Castro


 Real – Consentimento + Tradição.

 Temporário – Pode ser por prazo determinado ou


indeterminado e impõe ao comodatário a obrigação de
restituição.

 De relação duradoura – Entra a conclusão e a


extinção do contrato deve haver um intervalo de
tempo juridicamente relevante para que o
comodatário possa fazer uso e gozo do bem.

 Não solene

 Contrato intuito personae (Baseado na confiança)

2.3. Capacidade das partes, objeto e prazo

Ao comodante basta capacidade civil genérica.

Objeto  Bens não fungíveis, bens móveis não fungíveis


também podem ser objeto de comodato.

Prazo  (artigo 581) – Antes de terminar o prazo do


comodato ou o uso para o qual foi emprestado, o
comodante somente pode reaver o bem se provar em juízo
necessidade urgente e imprevista.

Artigo 581 - Se o comodato não tiver prazo convencional,


presumir-se-lhe-á o necessário para o uso concedido; não
podendo o comodante, salvo necessidade imprevista e
urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo
da coisa emprestada, antes de findo o prazo
convencional, ou o que se determine pelo uso outorgado.

2.4. Obrigações do comodatário

I. Velar pela conservação da coisa (custear as


despesas para a conservação da coisa).

Artigo 582 - O comodatário é obrigado a conservar, como


se sua própria fora, a coisa emprestada, não podendo
usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza
dela, sob pena de responder por perdas e danos. O
comodatário constituído em mora, além de por ela
responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa
que for arbitrado pelo comodante.

Página .: 76 Luciano Ribeiro de Castro


Artigo 583 - Se, correndo risco o objeto do comodato
juntamente com outros do comodatário, antepuser este a
salvação dos seus abandonando o do comodante, responderá
pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso
fortuito, ou força maior.

Artigo 584 - O comodatário não poderá jamais recobrar do


comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa
emprestada.

II. Servir-se da coisa emprestada de forma


adequada.

III. Restituir a coisa emprestada no momento


devido. Momento em que cessar o uso para o
qual foi constituído o comodato ou no final do
prazo determinado.

2.5. Extinção do comodato

I. Advento de termo final.

II. Resolução pelo descumprimento das obrigações


do comodatário.

III. Resilição unilateral quando for provado


judicialmente necessidade urgente e
imprevisível.

IV. Morte do comodatário, salvo ratificação


posterior aos seus herdeiros.

3. Mútuo

Sujeitos • Mutuante.

• Mutuário.

3.1. Conceito

Mútuo é o empréstimo de bens fungíveis que deverão ser


restituídos em coisas do mesmo gênero, qualidade e
quantidade.

Artigo 586 - O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis.


O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele
recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e
quantidade.

Página .: 77 Luciano Ribeiro de Castro


3.2. Natureza jurídica

 Unilateral – Só gera obrigações para o mutuário.

 Em princípio é gratuito – Será oneroso sempre que


destinar-se a fins econômicos  Presume-se juros
devidos  Mútuo feneratício.

 Real – Consentimento + Tradição.

 Temporário – Pode ser por prazo determinado ou


indeterminado e impõe ao comodatário a obrigação de
restituição.

 De relação duradoura – Entra a conclusão e a


extinção do contrato deve haver um intervalo de
tempo juridicamente relevante para que o
comodatário possa fazer uso e gozo do bem. O
mutuário tem a obrigação de restituir.

 Não solene

3.3. Capacidade do mutuante e empréstimo feito a


mutuário menor

O mutuante deve ter capacidade de alienar.

Artigo 587 - Este empréstimo transfere o domínio da


coisa emprestada ao mutuário, por cuja conta correm
todos os riscos dela desde a tradição.

Regra (artigo 588)

Artigo 588 - O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia


autorização daquele sob cuja guarda estiver, não pode
ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores.

Exceção (artigo 589)

Artigo 589 - Cessa a disposição do artigo antecedente:

I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o


mutuário para contrair o empréstimo, o ratificar
posteriormente;

II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu


obrigado a contrair o empréstimo para os seus alimentos
habituais;

Página .: 78 Luciano Ribeiro de Castro


III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho.
Mas, em tal caso, a execução do credor não lhes poderá
ultrapassar as forças;

IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor;

V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente.

3.4. Obrigação das partes

O mutuante terá alguns deveres que decorrem dos direitos


do mutuário.

Obrigações do mutuário

I. Devolver a coisa emprestada.

II. Pagar os juros se convencionados ou presumidos.

III. Oferecer garantias ao mutuante caso sofra


uma alteração desfavorável em sua situação
financeira e aquele assim o exigir.

3.5. Empréstimo de dinheiro e juros

Usura: Juros além da taxa máxima permitida.

Decreto 22.626/33  Lei da Usura.

 Princípio do nominalismo da moeda.

Juros  Compensatório.
Juros  Moratórios.

Juros convencionais são ajustados pelas partes.

Juros legais são previstos pela legislação.

Enunciado 20 da Jornada de Direito Civil, promovido pelo


Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça
Federal de 11 à 13.09.2002, sob os auspícios do superior
tribunal de justiça:
Enunciado 20 - Art. 406: a taxa de juros moratórios a que
se refere o art. 406 é a do art. 161, § 1º, do Código
Tributário Nacional, ou seja, 1% (um por cento) ao mês.

Página .: 79 Luciano Ribeiro de Castro


Súmula 596 do STF
Legitima os juros altos dos
bancos.
EC número 40 de 2003

Lei do mercado • Disciplina a taxa de juros praticadas pelos bancos.


de capitais –
4595/64 • É coordenada pelo Banco central do Brasil

3.6. Extinção do mútuo

Casos

 Resolução pelo descumprimento das obrigações do


mutuário e advento do término final. O artigo 592
estabelece os prazos mínimos.

Artigo 592 -Não se tendo convencionado expressamente, o


prazo do mútuo será:

I - até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos


agrícolas, assim para o consumo, como para semeadura;

II - de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;

III - do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for


de qualquer outra coisa fungível.

13/06/2007

Depósito Civil

Sujeitos • Depositante

• Depositário

1. Definição

No contrato de depósito, o depositário recebe um objeto


móvel, para guardar e conservar, até que o depositário o
reclame.

Artigo 627 - Pelo contrato de depósito recebe o


depositário um objeto móvel, para guardar, até que o
depositante o reclame.

Página .: 80 Luciano Ribeiro de Castro


A princípio o depositário não poderá fazer uso e gozo do
bem que lhe foi confiado em depósito.

 O uso é permitido com expressa autorização do


depositante.

 Para que não seja configurada como comodato, observa-se


a principal intenção do depositante.

2. Natureza Jurídica

a) Em regra é unilateral. Se o contrato for oneroso


ele também será bilateral.

b) Em princípio é gratuito, podendo ser oneroso quando


o depositário exercer esta atividade como
profissão.

Artigo 628 - O contrato de depósito é gratuito, exceto


se houver convenção em contrário, se resultante de
atividade negocial ou se o depositário o praticar por
profissão.

c) Em regra é “intuitu personae”. Se o contrato de


depósito for bilateral e oneroso passa a ser também
impessoal.

d) Real, pois exige a tradição ao lado do


consentimento para se aperfeiçoar.

e) De duração.

f) Não solene. A lei não exige forma para este


contrato. Importante salientar que o artigo 646 diz
respeito somente a questão das provas e não quanto
a sua forma.

3. Objeto de Depósito

 O artigo 627 deixa bem claro que são somente os bens


móveis.

Bens • Fungíveis  restituição em gênero  depósito irregular


Móveis  regido pelas regras do mútuo – artigo 645.

• Não fungíveis  Restituição em espécie  depósito
regular.

 O objeto do depósito não pode ser um bem incorpóreo.

Página .: 81 Luciano Ribeiro de Castro


O depósito civil não se confunde com o depósito judicial,
que é um ato judicial.

4. Espécies de Depósito

Pode ser:

a) Voluntário

É o depósito cuja vontade é livremente manifestada


pelos contratantes.

b) Obrigatório

É o depósito necessário. É aquele cuja vontadde


manifestada pelos contratantes sofre a influência de
fatores externos.

Artigo 647 - É depósito necessário:

I - o que se faz em desempenho de obrigação legal;

II - o que se efetua por ocasião de alguma calamidade,


como o incêndio, a inundação, o naufrágio ou o saque.

Legal: (inciso I) É uma obrigação imposta pela lei.

Necessário: (Inciso II) O que interfere é a ocorrência


de uma calamidade.

5. Depositário Infiel e Prisão Civil

Infiel: É o depositário que injustamente recusa-se a


restituição do bem depositado.

Prisão Civil: É de natureza coercitiva  Visa obrigar o


depositário a restituir o bem.

Artigo 652 - Seja o depósito voluntário ou necessário, o


depositário que não o restituir quando exigido será
compelido a fazê-lo mediante prisão não excedente a um
ano, e ressarcir os prejuízos.

 A jurisprudência brasileira aceita a prisão civil do


devedor fiduciante como depositário infiel?

O STJ majoritariamente decidiu que o depósito infiel é


atípico e portanto não é considerado como depósito civil.

Página .: 82 Luciano Ribeiro de Castro


 Se o depósito for irregular, é cabível a prisão civil?

Não cabe, pois se rege pela mesma regra do mútuo.

6. Extinção do Depósito

Extingue-se pó depósito pelo vencimento do prazo ajustado,


bem como pelo pedido de restituição, dentro outras causas.

14/06/2007

Mandato Civil
Sujeito • Mandante

• Mandatário

Objeto • Outorga poderes para praticar um ato jurídico ou


Do administrar interesses
Contrato

1. Definição

É o ato pelo qual o mandante autorga poderes ao mandatário


para este praticar um ato jurídico ou administrar um
determinado interesse.

Artigo 653 - Opera-se o mandato quando alguém recebe de


outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou
administrar interesses. A procuração é o instrumento do
mandato.

 O documento do mandato é a procuração.

O mandato é um negócio jurídico bilateral.

A procuração é um negócio jurídico unilateral (oferta de


negócio ou instrumento de mandato)

Representação: É o fundamento do mandato. Não existe


mandato sem representação.

Página .: 83 Luciano Ribeiro de Castro


2. Natureza Jurídica

2.1. Em primeiro plano é unilateral. Se for oneroso


passa a ser bilateral

2.2. Presume-se gratuito o mandato civil.

Artigo 658 - O mandato presume-se gratuito quando não


houver sido estipulada retribuição, exceto se o seu
objeto corresponder ao daqueles que o mandatário trata
por ofício ou profissão lucrativa.

Parágrafo único. Se o mandato for oneroso, caberá ao


mandatário a retribuição prevista em lei ou no contrato.
Sendo estes omissos, será ela determinada pelos usos do
lugar, ou, na falta destes, por arbitramento.

2.3. Em princípio é intuitu personae. Baseia-se em regra


na confiança.

No caso de substabelecimento passa a ser impessoal. A


autorização para o substabelecimento deve ser expressa.

2.4. Consensual (em regra).

2.5. Não solene (em regra).

Artigo 657 - A outorga do mandato está sujeita à forma


exigida por lei para o ato a ser praticado. Não se
admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado
por escrito.

Artigo 661 - O mandato em termos gerais só confere


poderes de administração.

§ 1o Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar


outros quaisquer atos que exorbitem da administração
ordinária, depende a procuração de poderes especiais e
expressos.

2.6. Contrato preparatório.

O mesmo que contrato preliminar. É prévio a celebração


de um outro contrato.

3. Caracteres Jurídicos

3.1. Contratualidade: Quer dizer que o mandato é um


acordo de vontades (contrato), isto é, um negócio
jurídico bilateral, de sorte que não basta
exclusivamente a vontade do mandante. Exige-se também
a manifestação da vontade do mandatário.

Página .: 84 Luciano Ribeiro de Castro


3.2. Representatividade: Significa que a representação é
o fundamento do mandato, isto é, é ela que vincula o
mandante a um terceiro, por intermédio do mandatário.

3.3. Revogabilidade: Em regra o mandato admite a


resilição unilateral ou revogação. Quando a vontade
for manifestada pelo mandante fala-se em revogação do
mandato, quando for manifestada pelo mandatário,
fala-se em renuncia aos poderes.

4. Requisitos de validade

4.1. Subjetivos – Sujeitos do mandato. (artigo 654)

Artigo 654 - Todas as pessoas capazes são aptas para dar


procuração mediante instrumento particular, que valerá
desde que tenha a assinatura do outorgante.

• Exige-se capacidade civil.

• O mandante pode ser um agente incapaz desde que


representado ou assistido.

4.2. Objetivos – Objeto do mandato. (Artigo 104)

Artigo 104. A validade do negócio jurídico requer:

II - objeto lícito, possível, determinado ou


determinável;

Não pode ser personalíssimo.

4.3. Formais – Forma do mandato.

Em regra sua forma é livre.

Excepcionalmente  artigo 657.

Artigo 657 - A outorga do mandato está sujeita à forma


exigida por lei para o ato a ser praticado. Não se
admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado
por escrito.

Página .: 85 Luciano Ribeiro de Castro


5. Espécies

5.1. Mandato tácito.

Se revela pelas atitudes do mandatário.

5.2. Mandato expresso.

Se revela de forma inequívoca.

Artigo 657 - A outorga do mandato está sujeita à forma


exigida por lei para o ato a ser praticado. Não se
admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado
por escrito.

Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes


de administração.

§ 1o Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar


outros quaisquer atos que exorbitem da administração
ordinária, depende a procuração de poderes especiais e
expressos.

5.3. Mandato verbal.

Se conclui pela forma oral.

5.4. Mandato Escrito.

Se reveste da forma de instrumento público ou


particular.

6. Mandato Judicial.

Poderes da cláusula ad judicia. Artigo 38 CPC.

7. Mandato Irrevogável.

Um exemplo é o mandato em causa própria.

Artigo 685 - Conferido o mandato com a cláusula "em


causa própria", a sua revogação não terá eficácia, nem
se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando
o mandatário dispensado de prestar contas, e podendo
transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do
mandato, obedecidas as formalidades legais.

Página .: 86 Luciano Ribeiro de Castro


8. Extinção do Mandato.

Artigo 682 - Cessa o mandato:

I - pela revogação ou pela renúncia;

II - pela morte ou interdição de uma das partes;

III - pela mudança de estado que inabilite o mandante a


conferir os poderes, ou o mandatário para os exercer;

IV - pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.

Página .: 87 Luciano Ribeiro de Castro

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