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“A Escolinha”

2ª Guerra Mundial

1- Causas e antecedentes:
– Com a ascensão ao poder de Adolf Hitler, na Alemanha [1933] acelerou-se o
processo de desintegração do equilíbrio Europeu. Naquele mesmo ano, a Alemanha
começou a armar-se. Em meio à indecisão dos políticos franceses e ingleses, o Führer
decretou o serviço militar obrigatório no país. Por seu turno a Itália, liderada por Benito
Mussolini estabelecera um protetorado na Albânia [1926], colocando-se em posição
privilegiada no Adriático. Em 1935 lançou-se o Duce à conquista da Etiópia, com o que
definitivamente se estabeleceu o eixo Roma-Berlim. A sociedade das nações não foi
capaz de proteger a Áustria da dominação Alemã, enquanto a França e Inglaterra cada
vez se distanciavam, titubeando em sua política exterior. A crise da Etiópia propiciou a
Hitler a remilitarização da zona do Reno, com o que mais acentuou o desequilíbrio
Europeu. A partir daí os pequenos estados europeus passaram a não mais acreditar na
proteção que as grandes potências democráticas poderiam prestar-lhes no caso de uma
guerra. Passaram a declarar-se neutros e a tomar posições conciliadoras para com a
Alemanha.

2- Guerra no Pacífico:
– Os EUA, que se haviam mantido neutros a princípio, 1940 começaram a cuidar
de sua defesa. Em 1941, o Congresso autorizou um sistema de empréstimo e
arrendamento (land-lease), com o fim de facilitar o envio de materiais de guerra à
Inglaterra. A Alemanha passou a torpedear os navios americanos para impedir ajuda à
Inglaterra. Nesse momento começaram os EUA a armar seus navios e a comboiá-los
com vasos de guerra. Em agosto foi assinada a Carta do Atlântico entre o presidente
Roosevelt e o primeiro ministro Churchill, em que mais se estreitava a colaboração
anglo-americana. Enquanto isso a potência oriental do Eixo, o Japão, prosseguia sua
campanha em cima da Ásia. Em 1941, o governo francês de Vichy permitiu o
estabelecimento de bases militares nipônicas na Indochina, pondo em perigo as colônias
inglesas e americanas do Pacífico. Rapidamente essas duas potências cortaram suas
relações comerciais com o Japão, tornando-se crítica a situação, há muito existente, da
rivalidade mercantil no Pacífico. Os japoneses solicitaram então que se celebrasse uma
conferência com os EUA, na qual fossem discutidas pacificamente as divergências.
Contudo, ainda não haviam deixado Washington seus dois delegados, quando se deu o
ataque aéreo e naval em 7 de setembro de 1941, á base americana se Parl Harbor no
Havaí, que representava grande perigo para o arquipélago nipônico, de vez que a
aviação e a esquadra ali sediadas, poderiam a qualquer momento, atacar o império. No
dia seguinte o congresso dos EUA declarou guerra ao Japão. A Alemanha e a Inglaterra
uniram-se imediatamente ao agressor. Em janeiro do ano seguinte 26 nações lutavam
contra os países do Eixo. Essas nações uniram suas forças através de uma aliança,
passando a denominar-se Nações Unidas.
“A Escolinha”

A ascensão nazista determinou a precipitação dos acontecimentos. Uma


excelente máquina de propaganda chefiada por Goebels utilizou-se do episódio do
incêndio do Reichstag (fevereiro de 1933), atribuído aos comunistas, para justificar
violentas medidas contra estes (proibição de imprensa, prisões, etc.). Nas eleições de
março, com isso os nazistas passaram de 288 para 648 cadeiras, obtendo com o apoio de
outros membros uma maioria de 52% no Reichstag. Logo foi votada a lei conferindo
plenos poderes a Hitler.
Em 1935 foram declaradas extintas as limitações do tratado de Versalhes e
introduzido o serviço militar geral e obrigatório. Em março de 1936 efetuou-se a
remilitarização da Renânia, diante do que a frança nada pode fazer, por não contar com
o apoio dos seus antigos aliados. No mesmo ano, a guerra civil espanhola deu ensejo a
um confronto entre esquerda e direita, pois o governo republicano foi apoiado pela
URSS e os rebeldes pela Itália e Alemanha, que se aliaram em outubro, originando o
eixo Roma-Berlim. Ao mesmo tempo, o pacto anti-Komintern ligava Alemanha e Japão,
aderindo a ele a Itália, em 1937. Configurava-se a aliança tríplice, que se manteria até a
Segunda Guerra Mundial.
Internamente, o regime colocava a economia sob o controle do Estado, numa
forma extremada de capitalismo e socialismo estatal combinados, pois tanto os
proprietários de grandes empresas como os operários se subordinavam ao poder público
totalitário. Dois planos quadrienais, iniciados em 1936, davam à economia um aspecto
de guerra, com atenção concedida aos sintéticos, eliminação do desemprego e paulatina
exclusão dos judeus, cujos bens foram confiscados, em novembro de 1938.
Na fronteira Ocidental, teve início a construção das fortificações da linha
Siegfried, consolidando internacionalmente a posição de Hitler. Em todos os campos a
Alemanha se preparava para a guerra, chamando atenção sua força aérea, organizada
por Goering.
Assim sendo, foi-lhe possível dar o seguinte passo , apanhado de surpresa até
mesmo seu aliado Mussolini, em março de 1938, apoiado pelos nazistas locais, invadiu
a Áustria, anexando-a a seu território. Em março de 1939, o restante da
Tchecoslováquia foi ocupado pelos alemães, que estabeleceram um protetorado sobre a
Boêmia-Morávia e erigiram Eslováquia em estado títere.
Quando manobras semelhantes se voltaram contra a Polônia, França e Reino
Unido cumpriram seu compromisso com esse país: declararam guerra à Alemanha, no
início de setembro de 1939. Pouco antes, verificava-se um fato decisivo para desenrolá-
lo dos acontecimentos: em 23 de Agosto, o ministro do exterior Alemão assinou em
Moscou um pacto de não-agressão com a União Soviética, ao qual se apresentava um
protocolo secreto, dispondo sobre a partilha Polônia e outros territórios da Europa
oriental.
A guerra terminou em maio de 1945, com a destruição da Alemanha e sua
rendição incondicional aos aliados, entre os quais a própria URSS, que fora atacada em
junho de 1941, a despeito do pacto de não-agressão.
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A II Guerra Mundial demonstrou a importância vital na moderna guerra total. Os


Junkers de bombardeio picado, desempenharam papel preponderante na Blitzkrieg
alemã. Quando a Luftwaffe atacou a Grã-Bretanha, os Hurricane e os Spitfire da RAF
(Royal Air Force) conseguiram contrabalançar o poder aéreo alemão. Os alemães como
tinham planejado um guerra de conquista, haviam desenvolvido aviões de ataque
apropriados para a cooperação com as forças terrestres. Os Fockewulf e o
Messerschimitt, velozes e ágeis aviões de combate, o Stuka, e os Heinkel e Dorneier,
bombardeiros médios, eram ideais para o ataque. Os japoneses construíram seus aviões
semelhantes aos dos alemães. Como, porém, suas conquistas dependiam de operações
navais, deram preferência aos aviões torpedeiros e aos caças. Entre os japoneses
sobressaíram-se o Mitsubishi tipo 0 (zero) e Mitsubshi modelo 52 (zeke). Os norte-
americanos, como precisavam fazer a guerra às grandes distâncias construíram grandes
bombardeiros de longo alcance, como o B-17, o B-24. Entre os caças norte-americanos
destacaram-se o P-51, o P-38, o F4U e o P-47, com o qual foi equipado o 1o Grupo de
Caça da Força Aérea Brasileira que atuou na Itália. Dentre os aviões soviéticos
destacaram-se o Stormovik e o Yak.

Nazismo:
Após o final da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha encontrava-se arruinada.
Derrotada no conflito, uma grave crise social abalava o país e inúmeros conselhos
operários formavam-se em todas as suas grandes cidades, a exemplo do que ocorrera
na Rússia pouco antes da revolução de 1917. As camadas mais privilegiadas
vinculavam-se aos partidos de centro-direita. A dualidade que marcava o período
forçava o Estado a tomar providências para conter o desemprego, a fome, a inflação
e o descontentamento geral, ou uma revolução popular certamente o iria fazer. Aos
nove de novembro de 1918, o rei Guilherme II abdicou do trono e instituiu a
república, dando o poder aos sociais-democratas, liderados por Ebert. Imediatamente,
Ebert procurou calar os focos revolucionários na tentativa de formar um governo
social-liberal. Aliou-se ao exército (que, em princípio, era contra seu governo) e
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mandou matar importantes líderes esquerdistas, dentre os quais, Rosa Luxemburgo.


Suas atitudes, porém, apenas faziam crescer a insatisfação. Em 1919, foi elaborada
uma nova Constituição, que fazia da Alemanha um país dividido em dezessete
Estados, dotados de um Parlamento (Reichstag) eleito por sufrágio universal e um
presidente eleito a cada sete anos. Estava fundada a República de Weimar. No
entanto, ela se mostrou efêmera. Incapaz de elaborar um programa claro e, caso
conseguissem, de exercer autoridade para implementá-lo, logo a República viu-se
cercada de oposicionistas. Do exército às classes mais baixas, não encontrava apoio
popular algum e os ideais revolucionários difundiam-se. Para piorar, Ebert não
conseguiu deter a inflação e a condição de miséria em que se encontrava a
população, inclusive a classe média. O Tratado de Versalhes, que responsabilizava
somente a Alemanha pela Primeira Guerra, com punições severas sobre a nação,
tornava o quadro ainda mais difícil de ser revertido. Assim, ao lado dos focos
esquerdistas, passaram a surgir as agremiações ultradireitistas, nacionalistas,
xenófobas e racistas. Uma delas, o Partido Trabalhista Alemão, fundado por Anton
Drexler, possuía em suas fileiras um ex-soldado austríaco chamado Adolf Hitler. Em
pouco tempo, Hitler alcançou a liderança do Partido, e mudou seu nome para Partido
Nacional-Socialista Trabalhador Alemão (cuja abreviação, em alemão, formava a
palavra “nazi”). Apesar de pouco preciso e extremamente demagógico, o programa
dos nazistas logo começou a valer-lhes adeptos, em especial por causa do fantástico
poder de sedução da oratória de seu proeminente líder. De acordo com seu programa,
os nazistas dariam trabalho a todos e suprimiriam o Tratado de Versalhes caso
chegassem ao poder. Além disso, denunciavam a nefasta influência que os marxistas,
os estrangeiros e os judeus exerciam sobre o povo alemão, pregando sua total
eliminação. Em 1923, aproveitando-se da insatisfação generalizada do povo com as
altas taxas inflacionárias, os nazistas tentaram dar um golpe no mês de novembro. O
“putsch”, como ficou conhecido o episódio, fracassou em virtude da não-adesão
popular e Hitler foi condenado a cinco anos de prisão. Foi durante esse período que
ele escreveu a obra que sintetiza o pensamento nazista/hitlerista, o livro “Mein
Kampf” (“minha luta”). A partir de 1924, a República de Weimar passou a desfrutar
de relativa calmaria, decorrente principalmente da estabilização da moeda. No ano
seguinte, Ebert morreu e a coligação direitista que ocupava o poder elegeu o general
Hindenburg para o seu lugar. Os nazistas, dispersos e atordoados pelo período de paz
social, perderam as eleições de 28 e já não representavam força política de
relevância. Porém, no ano seguinte, com o início da crise mundial, a Alemanha
novamente sofreria com o caos interno e Hitler, finalmente, atingiria seus objetivos.
Com a crise, tudo que a República de Weimar conseguira construir foi destruído: a
estabilidade financeira, a retomada do crescimento industrial, o crescimento dos
níveis de emprego e a relativa satisfação da população. Em 1931, as cidades
encontravam-se num estado de caos e miséria poucas vezes vista em sua história.
Esse contexto foi decisivo para a retomada da ofensiva nazista, que encontrou
resistência comunista. Porém, os grandes conglomerados industriais, que temiam
uma possível ascensão da esquerda, financiavam os nazistas. Por seu lado, Hitler
seguia difundindo suas idéias: luta contra o marxismo, expulsão dos estrangeiros,
eliminação dos judeus, destruição do Tratado de Versalhes, garantia de terras aos
camponeses, defesa das pequenas indústrias e fim do caos social. Demagogo e
perspicaz, Hitler tornou-se símbolo da resistência alemã para a população e, em
1930, o partido contava com mais de um milhão e meio de adeptos, o que tornava
bastante possível que chegassem ao poder pelas vias legais, sem golpe. Em 1932, os
nacionais-socialistas obtiveram trinta e oito por cento das cadeiras do Reichstag. O
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então chanceler, Von Papen, demitiu-se e o general Von Schleicher foi nomeado para
o cargo. Schleicher queria calar tanto os nazistas quanto os comunistas, fato que
desagradou a elite industrial. Forçado por ela, Hindenburg nomeou Hitler chanceler
em trinta de janeiro de 1933. O nazismo finalmente poderia começar a sua marcha
para a guerra. Com Hitler no poder, fundou-se um Estado totalitário apoiado sobre o
fanatismo nacional e a loucura racista. Os judeus e esquerdistas passaram a ser
perseguidos e assassinados; a liberdade de imprensa passou a inexistir; a existência
de partidos que não o nazista foi proibido; foi criada a SS, com mais de meio milhão
de membros, cujo objetivo era garantir a segurança nacional (mais tarde, a Gestapo
viria a auxiliar a tarefa); a propaganda maciça fez com que a população não tivesse
outra alternativa que não submeter-se a ela; a educação passou a ser feita visando-se
a nazificação dos jovens, incutindo neles a noção de superioridade da raça ariana e
do povo alemão; o serviço militar tornou-se obrigatório; obras literárias que fossem
consideradas contrárias ao regime foram proibidas; campos de concentração foram
instalados por todo o território e iniciou-se a política expansionista, que visava a
delimitação do espaço vital (Polônia e Ucrânia) para a sobrevivência da raça ariana.
Hitler conseguiu tirar a Alemanha do caos e isso lhe valeu ainda mais popularidade,
ainda que seu governo fosse marcado por uma tirania, violência e autoritarismo
ímpares na história da nação. Contudo, logo os outros países europeus passaram a
não mais tolerar seus impulsos expansionistas, que levariam à Segunda Guerra
Mundial e posterior fim do nazismo.

Holocausto:

Embora o sentido da palavra seja bastante amplo é, em suma, uma palavra em


seu significado mais estrito, o termo “holocausto” é utilizado historicamente para
descrever a perseguição aos judeus perpetrada pelos nazistas durante o período em
que Adolf Hitler foi o dirigente máximo da Alemanha. A ideologia anti-semita de
Hitler foi descrita em seu livro “Main Kampf” (Minha Luta), escrito na época em que
este esteve preso por ter tentado um golpe na Alemanha, em 1923. Segundo a teoria
hitlerista, a raça ariana é a mais pura raça oriunda do tronco indo-europeu.
Considerando-se a raça germânica como herdeira direta da raça ariana (e Hitler assim
a considerava), como já havia postulado Gobineau em seus estudos, esta era,
portanto, a raça superior, fadada a dominar o mundo. Para Hitler, os germânicos
eram dotados de capacidade de comando, de poder criativo e, acima de tudo, de
vocação histórico-intelectual para dominar e civilizar as raças inferiores, cujo papel
perante as superiores era relegado à servidão. Portanto, o destino irremediável das
raças consideradas inferiores era subjugar-se às superiores. No caso, a superior era a
germânica. Assim que chegou ao poder na Alemanha, em 1933, Hitler passou a pôr
em prática aquilo que concebera teoricamente e iniciou uma violenta perseguição aos
judeus. Inicialmente, estes foram taxados, fiscalizados e confinados a guetos: os
judeus não eram mais considerados cidadãos alemãos, não podiam votar, não podiam
exercer cargos públicos, não podiam empregar em tarefas domésticas mulheres
arianas, não podiam adotar nomes não-judaicos e não podiam estabelecer laços
matrimoniais com representantes da raça ariana. Logo, porém, sua eliminação
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sistemática tornou-se um fato e as restrições às quais eram submetidos ainda mais


humilhantes: não podiam sentar-se nos bancos das praças, não podiam utilizar
transportes e telefones públicos, não podiam possuir animais domésticos, não podiam
usar vestimentas de lã, não podiam ser donos de bicicletas, óculos ou qualquer
artefato elétrico. Muitos cidadãos de origem judaica fugiram do país, mas muitos
mais foram vítimas da cruel e fanática política de “purificação” adotada pelos
nazistas. Durante um discurso, proferido na cidade de Wilhelmshaven, em 1939,
Hitler afirmou que “somente quando o bacilo judeu que contamina a vida dos povos
for eliminado, uma cooperação entre as nações poderá tornar-se viável”. Com o
início da Segunda Guerra Mundial, a perseguição estendeu-se praticamente à Europa
inteira, uma vez que muitos países do velho continente foram invadidos pelas forças
nazistas, e teve início a execução em massa. Os campos de concentração, construídos
em profusão durante os anos de conflito, tornaram-se locais onde milhares de judeus
eram executados ou sofriam abusos e torturas inimagináveis. Calcula-se que cerca de
seis milhões de judeus tenham morrido durante o holocausto. Outros milhões foram
torturados, agredidos, violentados, roubados, vilipendiados e mutilados.

Seis caças japoneses apareceram no horizonte do Golfo de Leyte, nas Filipinas,


às 7h40 da manhã no dia 25 de outubro de 1.944. Os marinheiros da 1ª Frota da Armada
americana correram para as armas antiaéreas e abriram fogo. Mas alguma coisa estava
errada: os aviões arremetiam, mas não atiravam. Dois foram logo abatidos e caíram no
mar. Um passou incólume por todos os projéteis e veio direto, obstinadamente,
estatelar-se no porta-aviões Santee. Os outros três pareciam recuar, subiram e sumiram
nas nuvens. Dez minutos depois, quando todos olhavam para o Santee em chamas, um
voltou e mergulhou, de 2.000 metros de altitude, como um raio vertical, até espatifar-se
no porta-aviões Suwanee. O ataque matou 31 marinheiros e feriu 82. Com muito pesar,
o mundo era apresentado aos kamikaze (pronuncia-se kami-kazê).
A guerra já estava perdida para o Japão. A ofensiva do império oriental havia
sido detida desde a derrota na batalha de Midway, em junho de 1.942. Em janeiro de
1.943, os americanos passaram à ofensiva com a vitória de Guadalcanal. Em junho de
1.944, conquistaram Saipan, nas ilhas Marianas, em pleno Pacífico. Em setembro,
desembarcaram no Sul das Filipinas. A máquina de guerra japonesa espalhada pela Ásia
estava em desagregação. A falta de combustível era dramática. Em 12 de outubro,
metade da força aérea imperial estacionada em Taiwan foi destruída por bombardeios.
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Uma semana depois, uma força irresistível de 840 navios, três mil aviões e 200
mil homens invadiram Leyte, no centro das Filipinas. A América trabalhava no Projeto
Manhattan para fabricar a bomba atômica e Hitler lançava os mísseis V1 e V2 sobre
Londres. O exército também descobriu uma novidade: uma arma absoluta, imaterial,
que a ciência desconhecia. Era um segredo espiritual guardado no passado profundo e
cultivado pela tradição: para vencer, impunha-se querer verdadeiramente, querer até a
morte e organizar o uso do sacrifício consentido. Os kamikazes converteram em
programa de governo uma tradição rigorosa da cultura japonesa - a arte da morte
voluntária.
Ao contrário do que o Ocidente perplexo imputa como quintessência do
fanatismo, a consciência dos pilotos kamikazes - de unir-se à tradição do suicídio na
derrota - nada tem de irracional. Tratava-se de defender o Japão ameaçado, a pátria, as
famílias em casa, deter o inimigo e infligir-lhe as mais pesadas baixas. Tarefas
infinitamente mais importantes do que a sobrevivência física individual. A possibilidade
de transformar-se em um herói incandescente era um privilégio. Os 2.198 pilotos que
jogaram seu avião contra o inimigo eram todos voluntários; a lista de candidatos a
kamikaze foi sempre maior do que o número de aviões disponíveis.
O suicídio voluntário não é um ato de desespero, mas de lucidez e abnegação
rigorosas. Ele confere significação à toda vida. A força de vontade que o suicida dá de si
próprio expressa soberania e orgulho, revida o ultraje e expia o fracasso. A morte é
triste e lamentável, mas o suicida não morre, mata-se; desaparece, não sem o último
resplendor que, como ele bem sabe, fascinará os mortais e atestará seu devotamento à
causa da sua morte voluntária, seja por amor, honra ou patriotismo.
O suicídio como enobrecimento surgiu na antigüidade japonesa. Os chefes
poderosos dos primeiros clãs guerreiros, em seu enterro, eram acompanhados pelo
enterro compulsório dos parentes; um costume também registrado na Babilônia, na
Índia e na China. A prática durou até o século V, quando o rei Suinin aboliu-o,
substituindo familiares vivos por estátuas de terracota.
Entretanto, o junshi - acompanhamento voluntário na morte - continuou. Os
sentimentos que uniam o senhor e seus servidores, suseranos e vassalos, o imperador e
seus oficiais, o apego de homem para homem forjado em combates, era intenso.
Às 10h50 do dia 25 de outubro de 1.944, quando a notícia do primeiro ataque
kamikaze - três horas antes - ainda não tinha sido totalmente entendida, cinco Zero
atacaram a 3ª Frota no Golfo de Leyte. Surgiram rasantes, sobre a espuma das ondas,
para escapar dos radares, subiram 2 mil metros e mergulharam. Dois arremeteram
contra o navio-capitânea, o porta-aviões Fanshaw Bay, mas foram derrubados. Um
errou por centímetros o porta-aviões Kitkun Bay e explodiu na água. Dois mergulharam
no White Plains, mas as balas de 40 milímetros do fogo antiaéreo atingiram um, que
caiu e explodiu, matando 11 marinheiros, e desviaram o outro. O piloto manobrou com
sucesso, mudou de alvo e foi estatelar-se, em cheio, na ponte de comando do Saint Lo.
A explosão e incêndio acionaram torpedos e bombas estocadas no hangar. Sete
explosões sucessivas sacudiram o porta-aviões. Trinta minutos depois, às 11h25, o Saint
Lo afundou. Foi o primeiro afundado pelos kamikazes. Na base de Macabalat, na ilha
de Luzón, nas Filipinas, de onde a esquadra decolara, o vice-almirante Onishi Takijiro
exultou. Naquele momento, a força aérea japonesa nas Filipinas estava reduzida a 60
aviões em condição de vôo. Os dois ataques, com o sacrifício de nove pilotos, mataram
113 americanos, feriram 200, afundaram um porta-aviões e danificaram três. Takijiro, o
idealizador dos Taiatari Tokubetsu Kogekitai - as Unidades Especiais de Ataque por
Choque, mais conhecidas como kamikaze, tinha um saldo positivo para informar ao
imperador. A expressão kamikaze, que significa "vento divino", havia sido usada para
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designar um tufão que, em 1.281, dispersou os navios e impediu a invasão mongol do


Japão. Novamente, em 1.944, o vento divino poderia mudar a sorte.
A idéia suicida avançou no Exército e na Marinha. Dois meses antes das estréias
dos kamikazes, o primeiro-ministro Hiroito aprovara a construção do míssil Ohka, um
torpedo voador de duas toneladas, asas, pequena cabine para piloto, controles
elementares de vôo e cinco foguetes. Podia voar 30 quilômetros depois de ser lançado
por um planador. Com o cerco do Japão, foram projetados botes leves carregados de
dinamite, homens-rã suicidas, torpedos auto-dirigíveis e mini-submarinos.
O honroso sacrifício de 2.198 pilotos kamikazes resultou no afundamento de 34
navios, danificação de 288 e na morte de milhares de marinheiros, mas não impediu a
vitória americana. A arma não era cem por cento eficaz, embora de rendimento superior
aos métodos ordinários. Os almirantes em Tóquio sabiam que ela não mudaria o curso
da guerra.
O inimigo temia e odiava os ataques kamikazes. No princípio, não sabia como
reagir: o navio visado teria que zigue-zaguear ou se imobilizar para melhor ajustar o tiro
antiaéreo? Com o tempo, o efeito surpresa se desgastou e as guarnições foram treinadas
para servir em sobressalto. A superioridade da aviação americana no ar diminuiu muito
a eficácia dos kamikazes. Enquanto isso, os sacrifícios japoneses eram cada vez
maiores. Na Ilha Leyte, morreram 4.000 americanos e 65.000 japoneses. A conquista
das Filipinas custou 10.440 vidas americanas e 256.000 japonesas. O massacre seguinte,
na ilha de Iwo Jima, em fevereiro de 1.945, custou a morte de 6.812 americanos e
21.000 japoneses, a guarnição inteira aniquilada. A carnificina fez os generais
americanos pensarem. Se naquela ilhota a resistência fora assim, o que aconteceria
quando os aliados chegassem às ilhas do Japão? A lógica da resistência até a morte
acabaria por tornar razoável a lógica do uso da bomba atômica para poupar a morte
estimada de 2 milhões em uma guerra de ocupação.
Em abril de 1.945, os americanos reuniram quatro divisões do exército e três de
fuzileiros, 280.000 homens, para invadir Okinawa. O Japão mandava uma advertência
mórbida: se sacrificava 185.000 pessoas por Okinawa não haveria limite de sacrifício na
defesa do solo pátrio. No começo os kamikazes eram escolhidos entre pilotos de elite
voluntários. Mais tarde, no final da guerra, as autoridades adaptaram-se às necessidades.
Solicitavam vocações, escolhendo jovens, ao redor dos 20 anos. No Japão, a maturidade
completa corresponde à idade simbólica de 41 anos; aos 21, os jovens ainda são
considerados em dívida com a família e a sociedade.
O sentimento de solidariedade e de emulação reunia as vontades num mesmo
impulso. Os voluntários iam para o escritório do comandante, recebiam felicitações,
assinavam um engajamento e começavam o treinamento - na medida da disponibilidade
de gasolina, cada vez mais rara. Os pilotos aguerridos, cada vez mais raros, passaram a
ser reservados para missões de cobertura e os mais jovens para o mergulho final.
Para muitos jovens medíocres, desprovidos de maiores talentos, a oportunidade
de morrer como kamikaze significava acesso à glória de herói. No final, muitos
universitários vindos de disciplinas jurídicas e literárias, intelectuais inflamados com a
moral samurai, eram treinados sumariamente e convertidos em kamikaze. Estudantes de
ciências eram muito preciosos para o futuro para serem dispensados dessa maneira.
Os treinadores recomendavam manter a calma e responsabilidade pelo uso eficaz
do avião confiado. Era preciso escolher a presa, voar rente às ondas, ou se precipitar a
pique sobre a embarcação, esquivando-se do fogo inimigo com a mente desperta, o
coração calmo e os olhos bem abertos, para atingir bem o fim. Era preciso resistir à
pressa, à ansiedade, ao impulso e levar seu suicídio a termo, sem comoção - levando,
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pela morte, o autodomínio à perfeição. No máximo, o grito vitorioso de "BANZAI !"


(Viva !), antes do impacto.
Na última noite antes da missão, os pilotos escreviam suas cartas finais, um ou
dois poemas, dormiam ou cantavam para espantar o medo. Ao nascer do sol, arrumava-
se uma mesa no campo de aterrissagem e a esquadrilha se reunia. O comandante da base
partilhava uma última taça de saquê com os que iam partir. Fumavam um cigarro. Os
pilotos vestiam, na testa, uma faixa de algodão branco com um sol vermelho impresso -
a cor que os samurais usavam em batalha para avisar que estavam dispostos a morrer.
Perfilavam-se, inclinavam-se pela última vez na direção do sol nascente e subiam nas
carlingas. As fotografias os mostram instantes antes da decolagem, sorrindo e acenando.
A adesão era completa.
No holocausto de Okinawa poucos caças Zero foram usados pelos kamikazes.
Os aviões eram cada vez menos adequados à missão e cada vez mais precários. A
grande maioria foi derrubada no ar pelos HellCats americanos. Toru Okazono escapou
de morrer porque não chegou a entrar em missão. Tinha 18 anos e sentiu imenso
remorso: "Eu acreditava na superioridade do espírito kamikaze. Foi um dia terrível,
perdi minha razão de viver, porque eu vivia para morrer", disse.
A inutilidade prática do sacrifício dos pilotos foi compreendida pelo seu
idealizador. O almirante Onishi Takijiro foi um dos que suicidou-se fazendo sepuku
após ouvir os discursos de rendição do Imperador no rádio. O incentivador do tufão
deixou sobre sua mesa o seguinte poema: "No céu puro sem nuvens / Agora a lua brilha
/ A tempestade passou".
Sua mensagem de despedida dizia: "Eu me dirijo à elite que os kamikazes
representam. Eles lutaram heroicamente. Estávamos cheios de esperanças na vitória
final, mas o sacrifício não tornou nosso triunfo possível. Ofereço minha morte em honra
de meus subordinados e suas famílias. Também me dirijo aos jovens. Que eles
aprendam uma lição com a minha morte. Deve-se levar a vida a sério.
“Deve-se obedecer ao Imperador e, mesmo na derrota, todos devem continuar
orgulhosos de serem japoneses”.

As forças de Hitler conquistaram a Polônia em dezoito dias. A Europa não


presenciava uma guerra relâmpago desse tipo desde que Napoleão derrotara a Prússia
em Iena. De um ponto de vista puramente profissional, os soldados alemães realizaram
um feito melhor ainda do que os dos seus ancestrais em 1.866 e 1.870. O famoso Plano
Schlieffen não conseguira vencer a Primeira Guerra Mundial em 1.914 e merecer o seu
título de nova Canas. Agora o General Von Brauchitsch realmente apresentava um
cerco duplo que merecia esse nome. Foi uma estratégia bastante favorecida pelas
disposições polonesas. O Marechal Rydz-Smigly, compreensivelmente, queria proteger
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as áreas industriais da Polônia, e para isso deslocou a maior parte de suas forças ao
longo da fronteira de 1.700 milhas. Isso significava que ele não estava particularmente
forte num determinado setor. Não foi o moral polonês que fracassou. Os poloneses
simplesmente não eram suficientemente fortes. O General Ironside havia ficado
impressionado quando, pouco antes do início da guerra, testemunhou "um exercício de
ataque de uma divisão sob condições de barragem viva, não sem baixas" - o que
certamente não era o tipo de manobra praticada pelo exército britânico em 1.939. Mas o
patriotismo e o élan simplesmente não eram suficientes: os alemães, preparados para
atacar a partir da Prússia Oriental, da Pomerânia, da Silésia e da Eslováquia, eram
numericamente superiores aos poloneses em todos os setores, excetuando-se apenas a
cavalaria montada. A frota alemã dominava o Báltico com a mesma eficiência com que
a Luftwaffe iria dominar os céus. A Prússia Oriental, apesar do Corredor Polonês, não
estava realmente separada do Reich. Contra nove divisões blindadas, os poloneses
podiam colocar apenas uma dúzia de brigadas de cavalaria e um punhado de tanques
leves.
Mesmo se o moral polonês tivesse sido mais elevado do que o alemão, o que não
aconteceu, a simples força numérica teria invertido o equilíbrio. Mas não foram apenas
as considerações físicas que tornaram a vitória alemã uma conclusão inevitável. Eles
tinham um enfoque bélico totalmente novo. Os poloneses lutavam de acordo com as
regras de 1.918, mas os alemães haviam introduzido um conjunto novo de regras. Este
novo conceito era a Blitzkrieg, que poderia ser resumida em surpresa, velocidade e
Schrecklichkeit (pavor). A surpresa foi conseguida parcialmente através da Quinta-
Coluna - havia 2 milhões de alemães vivendo na Polônia - e em parte pelo simples
estratagema de atacar sem uma declaração de guerra. A nova combinação tática de
veículos blindados com o apoio de bombardeiros de mergulho, ao invés da artilharia
convencional, foi outra surpresa. Schrecklichkeit era uma questão de política
deliberada. O bombardeio de cidades de colocou toda a população em movimento. Nas
estradas, ela ultrapassava os movimentos de todas as reservas de que os poloneses
pudessem dispor. Na madrugada do dia 1º de setembro, os alemães deram início à
invasão. Dois dias depois, a força aérea polonesa havia deixado de existir, na sua maior
parte destruída antes de levantar vôo. Uma semana mais tarde, os alemães se
encontravam nos arredores de Varsóvia, e o exército defensor já havia sido dividido em
diversos grupos. Os poloneses lutaram acirradamente e não deixaram de obter alguns
sucessos táticos. Já no dia 5 de setembro, a corporação de Guderian recebeu uma visita
surpresa de Hitler, que viera junto com o avanço anterior. Vendo um regimento polonês
de artilharia destroçado, Hitler indagou:
"Foram nossos bombardeiros de mergulho que fizeram isso?". "Não, foram
nossos tanques", respondeu Guderian. Hitler ficou espantado ao ser informado de que a
Batalha do Corredor Polonês custara às quatro divisões de Guderian apenas 150 baixas
e setecentos soldados feridos. O ditador ficou atônito. Durante a Primeira Guerra
Mundial, seu regimento sofrera 2.000 baixas no primeiro dia de ação. Guderian
explicou que, mesmo contra um inimigo corajoso e resistente, os tanques representavam
uma arma capaz de poupar muitas vidas. E a resistência não era grande em todos os
lugares. O Tenente Barão Von Boegenhardt descreve da seguinte maneira o avanço do
6º Regimento Motorizado da Eslováquia: "Praticamente não houve resistência... Houve
uma certa quantidade de lutas esporádicas quando chegamos às barreiras fluviais, mas a
Luftwaffe já tinha aberto caminho para nós. Os seus bombardeiros de mergulho Stuka
eram mortalmente precisos e, como não havia oposição, faziam o que queriam. As
estradas e os campos estavam repletos de camponeses infelizes que haviam abandonado
em pânico suas aldeias quando começaram os bombardeios, e nós passamos por
“A Escolinha”

centenas de tropas polonesas caminhando desanimadamente em direção à Eslováquia ...


Havia tantos prisioneiros, que ninguém se preocupava em vigiá-los ou em dizer-lhes
para onde deveriam ir". O General Tadeusz Kutrzeba, cujas forças em Poznan haviam
sido deixadas de lado, atraiu tropas de Torun e de Lodz e corajosamente desferiu um
contra-ataque em direções a Varsóvia com doze divisões. Os alemães reagiram
violentamente e no dia 19 a Batalha de Bzura havia terminado. Mesmo assim, esse foi
um esforço de muita valentia. Nesse meio tempo, a Batalha de Vístula estava sendo
travada. Lvov caiu no dia 22 e no dia 17 as duas pinças alemãs se fecharam nas
imediações de Brest-Litovsk. Os russos haviam cruzado a fronteira oriental no dia 17,
conquistando Vilnyus no dia seguinte. O governo polonês foi obrigado a fugir para a
Romênia. Varsóvia resistiu até o dia 27 e a fortaleza de Modlin até o dia 28.
Na frente ocidental, os Exércitos da Alemanha e dos Aliados ficaram imóveis,
observando-se mutuamente. Os poloneses esperavam, com toda a razão, que os seus
aliados demonstrassem algum sinal de vida, mas isso não chegou a acontecer. Afinal de
contas, tendo gasto uma quantia considerável de dinheiro na construção da Linha
Maginot, os franceses não estavam muito interessados na idéia de deixá-la para trás. Os
vencedores não perderam tempo em organizar a quinta partilha da Polônia. No dia 28 de
setembro, Ribbentrop e Molotov se encontraram para fazer uma revisão do Pacto de
Moscou. Os russos anexaram 123.000 quilômetros quadrados de território polonês, com
a maior parte dos campos de petróleo do país e uma população de 13 milhões de
habitantes. O restante do país com 117.000 quilômetros quadrados, uma população de
20 milhões de pessoas e a maior parte das áreas industriais, passou para a "proteção" do
Reich. Até o final do ano, os conquistadores haviam executado um total de 18.000
poloneses por "ofensas" de um ou de outro tipo. Mas os poloneses ainda não haviam
disparado os seus últimos cartuchos nessa guerra. O desastre não conseguiu dobra o seu
espírito, da mesma forma que não o conseguira nos tempos de Dombrowski. Por
ocasião da capitulação de Varsóvia, um general polonês fez uma observação a Von
Manstein que pode ser traduzida da seguinte maneira: "Uma roda sempre executa um
giro completo".
“A Escolinha”

Antigamente, na ilha de Usedom, na parte onde o rio Peene se encontra com o


mar, havia uma colônia de pescadores. Os barcos a vapor não paravam ao passar por
Peenemünde, "a Boca do Peene", um lugarejo isolado com apenas trinta famílias,
vivendo dos peixes do frio mar Báltico. Em 1.939, máquinas e tratores de engenheiros
militares desalojaram os pescadores de suas casas e no lugar ergueram misteriosas
construções. No dia 3 de outubro de 1.942, embora a ilha conservasse seu ar parado e
nevoendo, no rosto do pessoal que invadira Peenemünde três anos antes havia apreensão
e expectativa. A razão disso tudo era um objeto de 15 metros de altura - semelhante a
uma enorme e gorda flecha de metal, apoiada sobre quatro grandes asas - que parecia
ouvir nervosamente o som monótono de um alto-falante repetindo cadenciado uma
estranha contagem invertida. Quem descreve as atividades incomuns daquele dia é o
General Walter Dornberg, chefe das instalações da ilha. "Durante muitos anos tínhamos
trabalhado para aquele momento e, quando ele chegou, deu a impressão de não ser real.
Cada minuto parecia durar mais de sessenta segundos e os números 3 ... 2 ... 1 chegaram
mais lentamente que todos. No momento em que a contagem chegou a zero, vi uma
nuvem de fumaça e centelhas escapar do foguete. Com um rugido assustador, o mostro
de metal levantou-se de sua base e tomou caminho do céu, diminuindo de tamanho
enquanto mergulhava rapidamente para o Norte. Acompanhei o brilho das chamas
desaparecendo a distância. Foi uma visão inesquecível". Dornberg saiu da sala blindada
de onde comandara a experiência e foi encontrar-se com Wernher Von Braun, diretor
técnico dos trabalhos. "Não me envergonho de dizer que chorava de alegria", diz o
General, "e Von Braun ria quase descontroladamente, com os olhos cheios de água".
Toda Peenemünde comemorava o sucesso do foguete A-4, que na sua versão militar
(com uma carga de 1 tonelada de explosivos) seria conhecido como bomba V-2 (V de
"Vergeltung", vingança). Pela primeira vez na história da tecnologia, um foguete
percorria 360 km, subindo a uma altura de 100.000 metros. "Este terceiro dia de outubro
de 1.942 marca o começo de uma nova era nos transportes, a da viagem espacial",
Dornberg diria. Perto dos pequenos foguetes de 3 metros construídos pessoalmente por
Goddard e quatro auxiliares em sua oficina, a V-2, feita por uma equipe com mais de
cem especialistas, quase 2.000 técnicos e 5.000 trabalhadores, era um projeto do futuro.
Mas, naquele momento, o futuro estava mais para o lado de Hitler que das viagens
espaciais. Dornberg: "Enquanto a guerra durar, nossa missão mais urgente será o
aperfeiçoamento deste foguete como arma. O desenvolvimento de suas possibilidades
para a conquista do espaço é uma tarefa para os tempos de paz". Quando a primeira V2
subiu vitoriosamente de Peenemünde, Von Braun tinha trinta anos e metade de sua vida
ele passara estudando os foguetes. Filho de uma família de aristocratas alemães, a
Guerra o obrigou conciliar sonhos com obrigações patrióticas. Fora das horas de
trabalho em Peenemünde, estudava astronomia, pensando nas futuras viagens pelo
espaço. Durante o serviço, se esforçava para convencer os líderes nazista da importância
militar de sua máquina, única forma de obter dinheiro para aperfeiçoá-la. No dia 29 de
junho de 1.943, Hitler, que não acreditava na V-2 na época das fáceis vitórias do
Exército nazista, visitou as instalações da ilha de Usedom para sentir as possibilidades
da nova arma. Os oficiais de Peenemünde ficaram encabulados com a presença
autoritária do Führer e respondiam às perguntas desajeitadamente em palavras rápidas e
confusas. Von Braun foi o único (segundo um relatório da Gestapo) a manter a calma e
durante trinta minutos deu todas as explicações pedidas pelo ditador. Uma semana
depois, Hitler mandou chamá-lo, junto com Dornberg. Enquanto os aviões da Royal Air
“A Escolinha”

Force despejavam toneladas de bombas sobre Berlim, num porão da Chancelaria alemã,
Von Braun apresentava filmes da V-2 e dava explicações sobre novos foguetes e planos
para sua produção em série. Dornberg ainda lembrou vagamente ao Führer possíveis
usos mais nobres da nova tecnologia. "Quando começamos a aperfeiçoar os foguetes,
não pensávamos em atribuir-lhe um papel militar tão terrível. Nós sonhávamos..." Hitler
interrompeu-o bruscamente: "Eu sei que vocês não pensavam nisso. Mas eu pensei". Em
seguida, autorizou a produção da bomba.
No começo de novembro de 1.943, os ingleses, longamente habituados às
ameaças fantásticas de Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda Nazista, riram
tolerantemente quando num discurso ele anunciou "terríveis armas de retaliação", que
estariam "prontas para cair sobre a Inglaterra, como um pesadelo vindo do céu".
Problemas técnicos atrasaram o sonho ruim por mais de meio ano. Mas, no dia 13 de
junho de 1.944, uma violenta explosão abalou Swanscombe, no Condado de Kent, a 35
km do centro de Londres. Um cidadão que viu o ataque descreveu "a coisa" como "um
pequeno avião roncando como Ford de bigode, que voava rapidamente, deixando atrás
de si um rasto de chamas". Era a V-1, a primeira das armas secretas anunciadas por
Goebbels. A Vergeltung 1 era uma espécie de avião a jato sem piloto, telecomandado,
capaz de voar a 800 Km por hora (pouco mais rápida que os jatos da época). A arma
desenvolvida em Peenemünde era fantasticamente mais rápida e perigosa que as V-1.
Faziam 5.000 Km/h, ninguém ouvia sua aproximação e eram inúteis as baterias
antiaéreas e os aviões de defesa (que derrubaram 1.847 V-1). Durante sete meses, as
"armas da vingança" 1 e 2 mataram 8.500 pessoas, feriram 46.200, destruíram 60.000
casas. Mas era tarde para que elas pudessem mudar sensivelmente o resultado final da
grande tragédia alemã. A maioria dos especialistas entendeu a V-2 como uma dura
antevisão da III Guerra Mundial. Outros viam no foguete perspectivas mais terríveis. O
"London Tribune" comentava assim a notícia de que um superfoguete lançado da
Alemanha duas semanas antes havia sumido no ar: "Se o mundo atingido pelo foguete
for habitado por gente que chegou ao nosso nível de 'civilização', talvez eles o encarem
como um ato de hostilidade. Estaremos então na iminência de uma guerra entre mundos,
antes de termos acertado as contas aqui na Terra?". Com idéias um pouco diferentes das
do irônico jornalista londrino, americanos e russos pensavam nos homens que haviam
construído as armas fantásticas e tinham planos ainda mais fantásticos para eles. Numa
fria manhã de fevereiro de 1.945 desceu no aeroporto militar de Londres o Major Robert
Staver, com ordens expressas de se apresentar urgentemente ao Comando de Armas e
Munições Aliado. Falava com um de seus superiores no QG (Quartel General) quando
foi jogado no chão por uma gigantesca explosão no prédio vizinho, Staver, enviado à
Inglaterra para aprender tudo sobre as bombas alemãs e, recebido pouco amistosamente
por uma delas. Na semana seguinte, unidades do Terceiro Exército Blindado americano
entravam em Bonn e capturavam vários documentos, entre os quais acidentalmente,
uma relação dos cientistas de Peenemünde. Os papéis foram enviados a Staver e com
ele chegaram a Washington. A 2 de abril, na Europa, Eisenhower recebia as instruções
da "Operação Paperclip" - para a captura dos planos, dos foguetes e dos cientistas da V-
2. Começou então uma etapa pouco divulgada da corrida espacial. De um lado, os
americanos; do outro, os russos; e, no meio, Von Braun e seus amigos, com os planos
que poderiam levar um dos dois lados à Lua. Nesta corrida, os russos chegaram sempre
atrasados. Quando bombardeavam Stettin, 80 km a sudeste de Peenemünde, Von Braun,
aquela altura diretor de pesquisa do programa de foguetes alemão, tinha em sua mesa de
trabalho "cinco ordens do Alto Comando Alemão mandando que eu ficasse em
Peenemünde e cinco ordens, também do Alto Comando, mandando que saísse de lá. As
duas séries pediam que eu destruísse todo o material da base e as instalações, para que
“A Escolinha”

os aliados não pudessem usá-las". Dornberg e Von Braun reuniram sua equipe e
decidiram em conjunto ir para Nordhausen (onde as V-2 eram fabricadas), esconder os
planos e depois entregar-se aos americanos. "Os documentos sobre os foguetes pesavam
toneladas, representavam um tesouro único de conhecimento técnicos e nos haviam
custado muito dinheiro e anos de trabalho. Decidimos não destruí-los" - contou depois
Von Braun. Com a artilharia russa trovejando atrás deles, os homens dos foguetes
empacotaram tudo que podiam carregar e se enfiaram no caos da Alemanha em colapso.
Dez mil homens e 2.000 toneladas de material saíram milagrosamente da ilha de
Usedom, num momento em que quase todo o sistema de transportes do país estava
esfacelado. Peenemünde foi tomada na semana seguinte (05/05/1.945) pelo Segundo
Exército Russo, comandado por Konstantin Rokossowsky. Cruzando rodovias sob
bombardeio, o comboio de Von Braun chegou a Nordhausen. Um telefonema avisou-o
de que os americanos estavam a 20 km. Von Braun mandou esconder parte do material
e fugiu com os principais técnicos para Obeyoch, perto da fronteira com a Áustria.
Quase os mesmo tempo, as forças americanas invadiam as fábricas das V-2 em
Nordhausen e Wiedersachswerfen, que, por acordo entre os aliados, ficavam em zonas
sob proteção dos russos. Trezentos caminhões-vagão cheios de equipamento (inclusive
cem V-2 intactas) partiram para o Ocidente. Quando os russos chegaram, era tarde,
novamente. "Este descuido não tem explicação", diria posteriormente Stálin. Enquanto
isso, mais ao sul, a terceira presa lhe escapava. Von Braun e seus companheiros eram
encontrados pelo Sétimo Exército Americano. Discutiam planos para o futuro nos
ensolarados terraços dos hotéis de Obeyoch, completamente perdidos da realidade,
enquanto o mundo alemão caía em pedaços à sua volta.

No final de 1.941, pouco depois que os Estados Unidos entraram na Segunda


Guerra Mundial, o presidente da International Business Machine Corporation (IBM)
enviou um telegrama à Casa Branca. À semelhança de muitos outros executivos de
corporações naquela época de emergência nacional, Tomas J. Watson ofereceu-se para
colocar as instalações de sua companhia à disposição do governo durante a guerra.
Foi um sincero gesto patriótico, mas o velho e astuto empresário também sabia
que tinha pouca escolha. Uma guerra generalizada significava uma mobilização sem
precedentes da indústria e da ciência, para a fabricação de armas convencionais e o
desenvolvimento da tecnologia necessária às não-convencionais.
Mas Watson tinha outras coisas em mente. Dois anos antes de os japoneses
atacarem Pearl Harbour, ele havia investido 500.000 dólares da IBM no plano audacioso
de um jovem matemático da Universidade de Harvard, chamado Howard Aiken. Aiken,
que ficara frustrado com o gigantesco número de cálculos exigido para sua tese de
doutoramento, desejava ir além das classificadora e calculadoras então disponíveis e
construir um computador programável para todos os fins, do tipo que Charles Babbage
imaginara. Logo depois do ataque a Pearl Harbour, Aiken foi chamado para o serviço
ativo na Marinha, onde se distinguiu por desarmar, sozinho um novo tipo de torpedo
alemão. Mas Watson prontamente interveio junto às autoridades, alardeando o ainda
“A Escolinha”

embrionário potencial de computador para calcular as trajetórias das balas de canhão, e


conseguindo fazer com que Aiken fosse destacado para um serviço especial na
instalação da IBM em Endicott, Nova York.
Com a bênção da Marinha e o dinheiro e apoio de engenharia da IBM, Aiken
começou a construir a máquina a partir de conceitos não-testados do ‘século XIX e da
tecnologia comprovada do século XX. Simples relês eletromecânicos serviam como
dispositivos de comutação ligado-desligado, e fitas perfuradas forneciam instruções, ou
um programa, para manipular os dados. Aiken, diferentemente de seus contemporâneos
John Atanasoff e George Stibitz, não percebera as vantagens do sistema binário de
numeração, de modo que os dados tomaram a forma de números decimais codificados,
que eram introduzidos nos cartões perfurados da IBM.
Surpreendentemente, o desenvolvimento do Mark I, como o dispositivo veio a
ser chamado, enfrentou poucas dificuldades. No começo de 1.943, foi testado em
Endicott e, depois, enviado a Harvard, onde se tornou o centro de uma série de choques
entre o inventor e seu patrono. Tanto Aiken coo Watson costumavam agir a seu próprio
modo. Eles se desentenderam primeiramente com relação à aparência da máquina. Com
cerca de 15 metros de comprimento e 2,5 metros de altura, o Mark I continha nada
menos que 750.000 partes, unidas por meio de aproximadamente 80.400 metros de fios.
Aiken queiram deixar expostas as partes internas, de modo que os cientistas
interessados pudessem inspecioná-las. Watson, sempre atento à imagem social da IBM,
insistia para que a máquina fosse alojada num invólucro de vidro e aço inoxidável
brilhante. Watson prevaleceu nesta e em outras questões, mas Aiken vingou-se quando
o Mark I foi apresentando à imprensa em Harvard, em agosto de 1.944. Ele mal
mencionou o papel da IBM no projeto e não disse uma palavra a respeito de Tom
Watson, que, obviamente, ficou furioso.
Pouco depois, Watson alugou a máquina para a Marinha, que a usou para
resolver difíceis problemas balísticos sob a supervisão de Aiken. O Mark I podia
manipular - ou "triturar" - números de até 23 dígitos. Podia somá-los ou subtraí-los em
3/10 de segundo, e multiplicá-los em três segundos. Tal velocidade, embora apenas um
pouco mais rápida que a imaginada por Babbage, era sem precedentes. Num só dia, a
máquina podia efetuar cálculos que antes exigiam seis meses completos.
O Mark I continuaria suas reverbantes tarefas matemáticas em Harvard ao longo
de dezesseis anos completos. Todavia, a despeito dos longos e sólidos serviços que
prestou, não foi o sucesso que Tom Watson esperava. Outros pesquisadores - alemães e
ingleses, bem como norte-americanos - estavam abrindo aos computadores caminhos
mais promissores. De fato, o Mark I era obsoleto antes mesmo de ser construído.
Konrad Zuse apontou o caminho na Alemanha. Em 1.941, cerca de dois anos antes do
Mark I triturar seus primeiros números, e logo após o desenvolvimento de seus modelos
de teste Z1 e Z2, Zuse completou um computador operacional : um dispositivo
controlado por programa e baseado no sistema binário. Designada como Z3, essa
máquina era muito menor que a de Aiken e de construção muito mais barata.
Tanto o Z3 como o Z4, seu sucessor, eram usados para resolver problemas de
engenharia de aeronaves e de projeto de mísseis (incluindo as famosas V-1 e V-2). Zuse
também construiu vários computadores para fins especiais. Mas, num certo aspecto, o
trabalho de VZuse foi impedido pelo governo alemão.
Em 1.942, ele e seu colega Helmut Schreyer, um engenheiro eletricista austríaco,
propuseram-se construir um computador radicalmente diferente. Ambos queriam
replanejar o Z3 de modo que usasse válvulas eletrônicas em vez de interruptores
eletromecânicos de relê.
“A Escolinha”

Ao contrário dos computadores eletromecânicos, as válvulas não têm partes


móveis; elas controlam a circulação da corrente apenas por meio de tensões elétricas. A
máquina que Zuse e Schreyer conceberam operaria mil vezes mais depressa que
qualquer outra que os alemães tinham na época.
A proposta, porém, foi recusada. A guerra ainda estava no começo, e Hitler
achava-se tão convencido de uma vitória rápida que ordenou o embargo de todas as
pesquisas científicas, exceto daquelas a curto prazo. "Eles perguntaram quando as
máquinas funcionariam", relembra Zuse. "Dissemos que em cerca de dois anos. Eles
responderam que até lá nós tínhamos ganhado a guerra". Uma das aplicações potenciais
que Zuse e Schreyer citaram para seu computador de alta velocidade era quebrar os
códigos que os ingleses usavam para se comunicar com os comandantes no campo.
Ninguém sabia disso naquela época, mas os ingleses também estavam desenvolvendo
uma máquina justamente com esse propósito. O projeto britânico prosseguia sob a mais
alta prioridade, como parte de uma notáve esforço de ruptura de códigos, conhecido
como Ultra e liderado por um grupo de pesquisadores brilhantes e excêntricos, de
engenheiros a professores de literatura, reunidos em Bletchley Park, perto de Londres.
Entre eles havia um matemático chamado Alan Turing. Teórico audacioso, proveniente
da Universidade de Cambridge, Turing era, talvez, o mais estranho e, certamente, o
mais bem-dotado de todos os integrantes do grupo. Simpático e com longos cabelos,
usava roupas amarrotadas e costumava defender pontos de vista não-convencionais, não
negando, por exemplo, seu ateísmo ou sua homossexualidade. Tinha uma "gagueira
estridente", admitia sua própria mãe, "e uma risada semelhante a um cacarejo de galo,
que conseguia irritar os nervos até mesmo de seus amigos". Algumas idéias de Turing
tomaram forma nas máquinas construídas em Bletchley Park. Primeiro foi a vez de uma
série de dispositivos quebradores de códigos, que empregavam relês eletromecânicos,
como aqueles utilizados por Konrad Zuse em Berlin, George Stibitz, no Bell
Laboratories, e Howard Aiken, em Harvard. Essas máquinas trabalhavam,
essencialmente, por tentativa e erro, explorando as combinações de símbolos no código
germânico até que fosse descoberta alguma espécie de transliteração inteligível. Mas, no
final de 1.943, colocou-se em operação uma série de máquinas muito mais ambiciosas,
o Colossus.
Em vez de relês eletromecânicos, cada uma das novas máquinas usava 2.000
válvulas eletrônicas - a mesma tecnologia e, por coincidência, mais ou menos o mesmo
número de válvulas de Zuse propusera para o dispositivo que não lhe permitiram
desenvolver. Milhares de mensagens inimigas interceptadas diariamente eram
introduzidas no Colossus por uma via semelhante à que Alan Turing concebera: como
símbolos perfurados num argola de fita de papel. A fita era inserida numa máquina de
leitura fotoelétrica, que a explorava repetidas vezes, à taxa espantosa de 5.000
caracteres por segundo, comparando a mensagem cifrada com códigos conhecidos até
conseguir encontrar uma coincidência. Cada máquina tinha cinco dessas leitoras, o que
lhe permitia processar o número surpreendente de 25.000 caracteres por segundo.
Do outro lado do Atlântico, em Filadélfia, as exigências da guerra estavam
dando origem a um dispositivo mais próximo, em espírito e função, à máquina universal
teórica de Alan Turing. O Computador e Integrador Numérico Eletrônico, ou ENIAC
(Eletronic Numerical Integrator and Computer), assim como o Mark I, de Howard
Aiken, nasceu da necessidade de resolver problemas balísticos. Mas acabou
comprovando-se capaz de executar diversas tarefas.
“A Escolinha”

Conclusão:

Impossível seria avaliar as conseqüências da II Guerra Mundial em termos


matemáticos. Estima-se não obstante, que o total de mortos e desaparecidos militares
das duas facções opositoras tenha andado pela casa dos 14.500.000. A população civil
sofreu ainda mais com a guerra, em razão dos bombardeios aéreos, da fome, epidemias
e massacres dirigidos. Pensa-se que o número de civis mortos tenha atingido um total de
quase 15.000.000 de vítimas, isto sem contar as estimativas da China e de outros países
do extremo Oriente.
O custo militar da guerra ascendeu em mais de um trilhão de dólares. O dano
material por ela causado à propriedade privada é estimado em cerca de 800 bilhões de
dólares. A guerra no mar custou 4.700 barcos mercantes.
Acresça-se a isso o fato de que as despesas não se interromperam com o fim da
guerra: persistiram a assistência aos inválidos, as pensões etc. Só nos EUA, os gastos da
ONU com ajudas financeiras, ocupação de países estrangeiros e benefícios para os
veteranos de guerra elevaram-se a um custo total de cerca de 30 bilhões de dólares.
Os custos financeiros é apenas o que é gasto e já mostra como todos saem
perdendo com uma guerra, além disso, o horror de uma guerra a vida de um veterano de
guerra jamais poderia ser igual e não foi. A dor da perda das famílias, dos amigos, de
todos aqueles que tinham se quer algum sentimento, e teve governantes que ainda
assim, dizendo amar um país preferiram entrar na guerra para medir forças, pois para
esses governantes os guerreiros sempre foram apenas peças para seu jogo.

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