Sunteți pe pagina 1din 13

DESPOLUIÇÃO DO LAGO PARANOÁ: UMA ANÁLISE MATEMÁTICA

Victor Hugo Costa Dias

1. RESUMO

O presente artigo tem por objetivo a modelagem matemática de um problema


bastante discutido entre engenheiros e ecologistas do Brasil, e principalmente do DF.
Trata-se da despoluição do Lago Paranoá. A pesquisa utilizou dados fornecidos pela
Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH) e também do Comitê de
Bacia Hidrográfica do Rio Paranoá (CBH/RP). A modelagem proposta para esse
problema foi baseada em uma equação diferencial ordinária de primeira ordem, assim
como em suas resoluções e campos de direções.

2. PALAVRAS-CHAVE

Equações Diferenciais – Lago Paranoá – Despoluição - Modelagem Matemática

3. INTRODUÇÃO

O Lago Paranoá é um lago artificial construído em Brasília em 1959 com o


objetivo de aumentar a umidade em sua redondeza, já que a região tem por característica
um clima bastante seco. O Lago Paranoá tem uma profundidade máxima de
aproximadamente 40m e profundidade média de 13m. Devido a este desnível, o Lago é
usado também para gerar energia para a cidade de Brasília, atingindo um valor de 30MW,
que é fornecido principalmente nos horários de pico.
2

Além dessas formas de uso do lago, podemos destacar o entretenimento, já que há


várias formas de diversão instaladas em sua proximidade, como bares, restaurantes, píer,
shoppings e boates.

Ultimamente, com a diminuição dos recursos hídricos da cidade, já se fala em


utilizar a água do Lago Paranoá para consumo. Entretanto, isso ainda não pode ser feito,
já que o lago se encontra poluído. Fator determinante para isso é o depósito de esgoto
clandestino em suas águas, o desmatamento e constante construção de edifícios em sua
orla e o crescimento desordenado da população, que contribui para o agravamento da
situação.

Por esses motivos, recentemente tem acontecido um grande esforço para


promover a despoluição do Lago Paranoá, contando com diversos métodos de ação. E o
objetivo desse trabalho é procurar uma forma de representar matematicamente esse
trabalho de limpeza, a fim de ter estimativas de tempo de duração do processo,
viabilidade e eficácia.

O método utilizado foi, através da coleta de dados de órgãos competentes,


formular uma equação, mais especificamente uma equação diferencial de primeira ordem
baseada em aspectos geográficos e físicos do lago, e encontrar suas soluções e
representações gráficas para entender melhor o problema e suas soluções. Para manusear
as ferramentas matemáticas, o programa Maple 13 foi utilizado.

4. DESENVOLVIMENTO

Inicialmente, para propor um modelo para a situação, é preciso obter vários dados
que nos permitam começar. Algo de extrema importância para esse caso de estudo é o
volume de água contido no Lago. Segundo o Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio
Paranoá (CBH/RP), o seu volume é de aproximadamente 510 milhões de m³. Outro valor
essencial para o estudo do problema é a vazão do lago. A tabela a seguir mostra os dados
3

mais recentes fornecidos pela Companhia Energética de Brasília (CEB), são referentes a
janeiro de 2007.

VAZÃO VAZÃO
VAZÃO VERTIDA
COTA AS 24 TURBINADA DEFLUENTE NATURAL
DIA (metro
HORAS (metro) (metro TOTAL (metro
cúbico/seg.)
cúbico/seg.) cúbico/seg.)

01 1000,56 27,70 0.00 27,70 109,58

02 1000,61 28,33 0.00 28,33 51,08

03 1000,66 28,42 0.00 28,42 51,16

04 1000,68 28,38 0.00 28,38 37,48

05 1000,68 28,52 0.00 28,52 28,52

06 1000,69 28,47 0.00 28,47 33,02

07 1000,77 28,49 0.00 28,49 64,88

08 1000,79 28,51 0.00 28,51 37,60

09 1000,79 28,47 0.00 28,47 28,47

10 1000,80 28,51 0.00 28,51 33,06

11 1000,81 28,50 0.00 28,50 33,05

12 1000,81 28,46 21,19 49,65 49,65

13 1000,78 28,54 38,97 67,51 53,86

14 1000,73 28,51 38,89 67,40 44,66

15 1000,70 28,45 22,92 51,38 37,73

16 1000,69 26,48 15,46 43,94 39,39

17 1000,67 28,44 13,41 41,85 32,75

18 1000,74 28,50 0.00 28,50 360,34

19 1000,80 28,49 0.00 28,49 55,79

20 1000,81 28,53 0.00 28,53 33,08

21 1000,81 28,51 0.00 28,51 28,51

22 1000,79 28,54 0.00 28,54 19,44

23 1000,79 26,34 0.00 26,34 26,34

24 1000,80 28,51 0.00 28,51 33,06

25 1000,80 25,57 3,57 29,14 29,14


4

26 1000,78 28,58 15,56 44,14 35,04

27 1000,78 28,58 15,54 44,12 44,12

28 1000,77 28,51 15,54 44,05 39,50

29 1000,76 28,56 15,53 44,09 39,54

30 1000,74 27,07 15,52 42,59 33,49

31 1000,71 28,52 15,50 44,02 30,37

TOTAL 876,00 247,60 1123,60 1273,72

MÉDIA 1000,75 28,26 7,99 36,25 41,09

Analisando a tabela, podemos ver que o valor total da vazão natural durante o mês
de janeiro foi de 1273,72 m³/s, sendo a média diária de 41,09 m³/s. No modelo proposto,
o tempo foi utilizado em dias, portanto é conveniente mudar a unidade da vazão natural
de segundos para dias. Efetuando essa mudança, temos a vazão v = 3550176 m³/dia.

Para possibilitar a modelagem, a quantidade inicial de detritos no lago, teve de ser


expressa em função do volume total de água no lago V = 510.106 m³. Nesse ponto houve
o problema de não serem encontradas informações precisas sobre a quantidade de detritos
no Lago Paranoá baseadas em pesquisas anteriores. Por esse motivo, usaremos uma
quantidade aproximada igual a 0,2V kg, uma vez que esse valor pode ser facilmente
alterado em qualquer ponto da modelagem.

Como o objetivo a ser alcançado é a diminuição da quantidade de detritos no lago,


vamos inicialmente propor essa redução para um valor inferior a 0,1V kg de detritos.
Novamente, esse valor também poderá ser alterado futuramente sem complicações. Para
que se consiga atingir esse valor, pretende-se que a quantidade de detritos seja limitada a
uma concentração de 0,05 kg/m³, um valor também proposto e que dependeria
diretamente, dentre outros fatores, do comportamento da população e das empresas da
região.
5

Dessa maneira, relacionando a concentração dos detritos lançados com a vazão


natural do lago, chega-se a um valor de 0,05v kg/dia para a quantidade de detritos
lançados no lago diariamente, de acordo com este modelo. Agora, denotando a
quantidade de detritos no lago no instante t por q(t), obteve-se um valor de kg/dia
para o valor de detritos a serem retirados diariamente do lago.

Feitas essas suposições e obtenção de dados, pode-se começar a modelar o


problema de fato. Sabe-se que a variação da quantidade de detritos no lago é dada pela
quantidade que entra menos a quantidade que sai, diariamente. Um ponto importante é
que a variação, no tempo, da quantidade de detritos q(t) é dada pela derivada em relação a
t da função q(t). Assim, a equação que rege o problema é obtida:

Além disso, definiu-se a condição inicial:

Portanto, o que se obteve foi uma equação diferencial linear de primeira ordem
com uma condição de contorno. Através dela há a possibilidade de chegar a diversas
informações sobre o problema. Para isso, existem alguns métodos de resolução para a
equação. Aqui serão apresentados dois métodos de resolução, o primeiro é conhecido
como método da separação de variáveis e o segundo é conhecido como método do fator
integrante.

4.1 1ª resolução: Separação de variáveis


6

Colocando em evidência:

Integrando ambos os lados, temos:


7

Fazendo sucessivas mudanças na constante:

Substituindo a condição inicial, temos:

4.2 2ª resolução: Fator integrante


8

(1)

Comparando o lado esquerdo de (2) com (3) temos que:

Assim, temos que:

Logo ,

Integrando ambos os lados, temos:

Assim,
9

Substituindo a condição inicial , temos:

Através dos dois métodos utilizados chegamos à mesma função q(t), dada por

.
Isso mostra que os dois métodos funcionam, independentemente de qual dos dois
é mais apropriado para esse caso específico. A partir dessa função q(t) podemos encontrar
valores para a quantidade de detritos substituindo os valores já citados para v e V
anteriormente. Devido a isso foi dito que os valores poderiam ser alterados sem
complicações a qualquer momento do processo.

Substituindo tais valores, temos:


10

De posse da resolução da equação diferencial com seu valor de contorno, pode-se


partir para algumas análises. O primeiro passo para isso é plotar o gráfico da função, o
que foi feito com auxílio do programa Maple 13. Tal gráfico é apresentado a seguir:

No gráfico pode-se observar claramente a quantidade de detritos no lago no tempo


igual a zero. Pode-se também observar como é o decrescimento da função, ou seja, de
que maneira a quantidade de detritos no lago diminui. Além disso observa-se também o
campo de direções, representado pelas setas vermelhas.

Pode-se agora determinar o tempo gasto até que a quantidade de detritos no lago
seja a quantidade proposta no início deste artigo, que foi definida como menor que 0,1V
kg. Para obter esse valor do tempo, basta substituir q(t) por 0,1V kg na resolução da
equação diferencial e então encontrar o valor de t procurado. Assim:
11

Portanto, quando o tempo é exatamente igual a 158,04 dias, a quantidade de


detritos presente no Lago Paranoá é de 0,1V kg. Para termos um valor para a quantidade
de detritos inferior a 0,1V kg, basta tomar qualquer valor para t superior a 158,04, como
159 dias.

Além disso, pode-se estimar o valor da quantidade de detritos no lago após muito
tempo de execução da prática anteriormente proposta, lançando e retirando diariamente a
quantidade especificada, através do cálculo do limite da função, como se segue:

Sendo assim, após ter passado muito tempo desde o início do procedimento de
despoluição do Lago Paranoá, encontra-se um valor de 25,5.106 kg de detritos, o que
corresponde a 0,05V kg de detritos.
12

5. CONCLUSÃO

O processo de despoluição do Lago Paranoá é, em tese, possível e viável do


ponto de vista matemático. Além disso, o tempo de duração do processo não é tão longo
quando comparado ao tempo que o lago esteve sujeito ao mau uso e poluição por parte da
população e empresas locais.

De acordo com esse procedimento, observou-se que ao seu fim, o lago teria uma
concentração de detritos muito pequena com relação ao que tem hoje. Entretanto, se
houver uma junção de esforços de pesquisadores de diversas áreas como a biologia, a
química e a engenharia, essa concentração pode diminuir ainda mais, já que cada uma
dessas áreas de estudo pode desenvolver tecnologias diferentes que possam coexistir.

O maior problema encontrado nesse modelo seria o de controlar o lançamento de


detritos no lago, estipulando uma concentração máxima. Para o bom aproveitamento
desse processo, as autoridades competentes teriam de tomar providências nesse sentido. E
para a obtenção de resultados mais precisos, deveria haver dados mais precisos, é
necessário que uma pesquisa seja feita com objetivo de levantar dados para as
características físicas e geográficas atuais do Lago Paranoá, como volume de água,
quantidade de detritos e vazão natural. Ainda assim, esse modelo proposto é flexível e
não seria alterado devido a uma alteração nos dados, já que as equações são
genericamente resolvidas para só depois haver interação com os valores numéricos.
13

6. REFERÊNCIAS

Kreider – Kuller – Ostberg. Equações Diferenciais. 3ª ed., São Paulo: 1972


http://www.cbhparanoa.df.gov.br/bacia-paranoa.asp
http://www.semarh.df.gov.br/semarh/site/lagoparanoa
http://www.ceb.com.br/Ceb/ceb/area.cfm?id_area=355nivel=3
http://www.igc.ufmg.br/geonomos/PDFs
http://www.perfuradores.com.br

S-ar putea să vă placă și