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EQUILIBRADA
PARA A POPULAÇÃO
BRASILEIRA
INSTITUTO DANONE
WORKSHOP
15 E 16 DE MAIO 1998
FLORIANÓPOLIS
ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA PARA
A POPULAÇÃO BRASILEIRA:
PIRÂMIDE ALIMENTAR
I Workshop Instituto Danone 15 e 16 de maio de 1998 - Florianópolis - SC
Comissão Organizadora:
Prof. Dr. José Eduardo Dutra de Oliveira
Universidade de São Paulo/RP/SP
Universidade de Ribeirão Preto/RP/SP
Instituto Danone
Comissão de Redação:
Profª. Drª. Emília Addison Machado Moreira
Universidade Federal de Santa Catarina/SC - Instituto Danone
Apoio: SBAN
Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição
Prefácio..............................................1
Apresentação......................................3
Sumário Executivo.............................4
Objetivos............................................5
Programa...........................................6
Participantes.....................................7
Considerações Específicas.................26
Textos Referenciais
1
É premissa ética que norteia os Institutos Danone que eles não tenham objetivo
comercial: suas publicações não incluem qualquer tipo de informação comercial.
Este primeiro Workshop cujos anais são apresentados a seguir, foi realizado em
Florianópolis e muito se deve à árdua e perseverante atuação da Drª Emília
Addison Machado Moreira, Professora de Nutrição da Universidade Federal de
Santa Catarina. Ela mobilizou o grupo de nutrição local e não mediu esforços
para que sua realização fosse, como foi, um sucesso.
A idéia atrás da realização desta reunião, é que ela tenha continuidade, que não
fosse apenas mais um encontro e que os dados obtidos possam trazer resultados
práticos e objetivos na melhoria da alimentação de todos os brasileiros.
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Profª. Drª. Emília Addison Machado Moreira
Coordenadora Científica do Evento
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Na perspectiva do objetivo a que se propôs, o de discutir
multidisciplinarmente a adequação da pirâmide alimentar como
instrumento de orientação para a alimentação da população brasileira,
o I Workshop Instituto Danone adotou uma dinâmica própria, que
conjugou uma ordenação das exposições temáticas no sentido do geral
para o particular, a uma distribuição do tempo que privilegiou,
claramente, a discussão.
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Objetivos
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Guias Alimentares na América Latina como
Instrumento de Promoção da Saúde
Discussões em grupo
Conclusões
6
Participaram do evento pesquisadores das diferentes regiões do Brasil, de
reconhecido trabalho na Área de Alimentação e Nutrição, os quais
contribuíram com o seu conhecimento e experiência para o sucesso do
Workshop.
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O texto a seguir não é nem uma transcrição literal nem um resumo
das apresentações. Tentou-se colocar no papel os principais temas
desenvolvidos durante os dois dias do evento, com foco no objetivo
principal do encontro: a discussão sobre a adequação da Pirâmide
Alimentar como instrumento de orientação para a alimentação da
população brasileira, considerando-se as diferentes regiões e grupos
etários. E, desta forma, o texto está sujeito a interpretações dos
redatores e editores.
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Outro elemento citado foi a questão do contexto antropológico e cultural que
determina as culturas alimentares presentes nos países. Segundo ele, este contexto
deve ser considerado de forma efetiva quando da elaboração dos guias
alimentares.
Manuel Peña traz ainda para a discussão algumas outras questões, quais sejam:
Que os guias devem conter informações que permitam derivar delas várias
informações sobre diferentes necessidades como, por exemplo, para as crianças,
para o exercício físico, por faixa etária.
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Para se fazer intervenção nos hábitos alimentares, deve-se utilizar os meios de
comunicação como rádio, TV e outros materiais com mensagens educativas.
Além disso, os grupos do guia alimentar podem variar entre os diferentes países,
pois uns são elaborados para a família (Canadá, USA, Venezuela) e outros para
crianças (Brasil e Argentina).
• variedade de alimentos
• peso saudável, exercício físico regular e alimentação saudável
• produtos lácteos com baixo teor de gordura, carnes magras e preparações com
pouca ou nenhuma gordura
• aumentar o consumo de cereais, pães, derivados de grãos, vegetais e frutas
• limitar o consumo de sal, álcool e cafeína
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Guatemala (forma de um pote)
Inglaterra
Enfim, cada país deve procurar uma forma gráfica que julgue adequada para
expressar o guia. Deve-se procurar termos simples, de fácil entendimento, por
exemplo, evitar o termo porção, pois poucos entendem o significado deste termo.
Deve-se ainda incluir a atividade física.
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Os guias alimentares devem trabalhar com o referencial da família. Segundo os
autores, a única forma de se atingir as recomendações para a população é
partindo da estrutura familiar a qual representa a “unidade” de mais fácil
entendimento para a população.
Recomenda-se usar uma cesta básica regionalizada como ponto de partida para
atingir as metas nutricionais para a população brasileira. Hoje já se pensa em
utilizar as DRI (dietary reference intakes) como referência para se definir as
necessidades nutricionais.
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Tabela 1 - Consumo de alguns nutrientes nos anos 70 e 80
Fibra 19 16
Amido resistente 6 5
70 9,1 1,9
80 6,9 1,5
90 5,0 1,2
Sugerem ainda os autores, que a população deve ser consultada sobre o modelo
gráfico atual. Da mesma forma, a OPAS tem orientado quando na elaboração
e/ou implantação de guias alimentares, ou seja, a legitimidade de qualquer
instrumento é dado pela população.
Relatou inicialmente que foi realizada uma reunião entre o Ministério da Saúde e
o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras – CRUB à qual 33
universidades foram convidadas a participar da pesquisa nacional sobre
consumo alimentar, e que apenas 7 destas permaneceram no projeto
(Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ, Universidade Estadual de
Campinas – UNICAMP, Universidade Federal de Ouro Preto – UFPO, Universidade
Federal de Goiás – UFG, Universidade Federal do Paraná – UFP, Universidade
Federal do Pará – UFPA, Secretaria de Saúde da Distrito Federal SES-GDF) e
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assim foram estudadas as cidades do Rio de Janeiro, Campinas, Ouro Preto,
Goiânia, Curitiba, Belém e Brasília.
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• Monotonia da alimentação com predominância láctea (Bahia);
• Oferecimento tardio de carnes e outros alimentos importantes (esquema
alimentar inadequado em relação à introdução dos alimentos);
• Alto uso de espessantes;
• Alto consumo de biscoitos;
• Desnutrição infantil em algumas áreas do Brasil é baixa;
• Necessidade de mudanças de hábito alimentar: para isto é necessário
orientação.
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A recomendação para a população brasileira deve, antes de tudo, valorizar todos
os hábitos adequados da população e tentar estimular mudanças que melhorem a
qualidade da alimentação, entretanto o patrimônio gastronômico deve ser
preservado.
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Apresentou dados de um consumo alimentar com dietas-padrão de 1600, 2200 e
2800 kcal. Neste trabalho, mostrou que as dietas de 1600 e 2200 kcal tinham
deficiência de alguns micronutrientes, sendo que a de 1600 apresentava maior
deficiência, e que a de 2800 era a que tinha mais disponibilidade de nutrientes.
Na análise destes dados foi possível demonstrar que quanto menor a quantidade
de calorias ingerida menor é a disponibilidade dos micronutrientes, e que para
melhorar esta adequação deve-se ter mais cuidado na escolha dos alimentos
recomendados. Abordaram recomendações nutricionais específicas para crianças
menores de dois anos. Entretanto apresentaram um modelo de pirâmide familiar
e defenderam que, por exemplo, a colocação do açúcar e do óleo deveria
permanecer no topo da pirâmide.
Outra pesquisa feita foi o inquérito alimentar em uma escola, para cálculo de
calorias e de macro e micronutrientes. Quanto ao cálculo dos macronutrientes
não há dificuldade, porém os micronutrientes são difíceis de calcular, devido à
precariedade das tabelas, que não trazem as informações necessárias em relação
a esses elementos.
Além destes estudos, foi elaborada uma pirâmide alimentar específica para a
população infantil.
Conclusões:
• Pirâmide - instrumento educativo;
• Alimentos substitutos: ferro e vitaminas, atendendo a faixa etária;
• Adaptada aos objetivos da população infantil.
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Guia Alimentar da Pirâmide: Experiência em Uberaba - MG
Abordou o tema de maneira bastante entusiasmada contando da sua experiência
com a utilização da pirâmide alimentar como instrumento pedagógico. Fez uma
demonstração do excelente material áudio-visual que utiliza na sua região para
fazer orientação à população sobre as normas da boa alimentação.
Etapas:
• Apresentação sumária das recomendações
• Solicitação de perguntas da comunidade
• Seleção das perguntas
• Elaboração de Manual de Perguntas e Respostas.
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Conclusões com base nas observações das questões formuladas:
• Crianças: relação com o prazer de alimentar-se;
• Adultos: preocupação com o aspecto quantitativo das porções e na prevenção de
doenças;
• Idosos: relação com o tratamento dietético de doenças existentes.
Relatos de Experiências
1. A Profª. Sílvia Cozzolino abordou as recomendações do SBAN e ressaltou que as
recomendações devem ser dirigidas à família. Considera pertinente que não deve
haver um espaço específico para açúcares e gorduras na pirâmide alimentar, pois
a população já os consome nas diversas preparações.
Algumas pesquisas foram feitas com o método da porção em duplicata. Para isto,
foram fornecidos ranchos para as mães e no dia seguinte passavam recolhendo os
alimentos preparados. Observando-se que os pré–escolares tinham uma ingestão
calórica abaixo de 100% de adequação, para o Ca, Zn, Fe, abaixo de 50% de
adequação, o Na no entanto apresentou um consumo elevado.
Foram apresentados dados de análises de várias frutas da região, bem como suas
fotos para identificar.
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Trabalhos em Grupo por Regiões Brasileiras
Dr. Dutra deu início aos trabalhos, colocando que durante o período da manhã
as pessoas trabalharão em grupo e no final da manhã cada grupo apresentaria
suas conclusões.
Antes de iniciar, alguns pontos foram levantados, pois estes deveriam ser
considerados quando da discussão nos grupos de trabalho sobre guias
alimentares, quais sejam:
Quanto aos guias, estes, assim que fossem elaborados, deveriam ser testados na
comunidade, para validação;
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• Tome diariamente bastante água tratada;
• Faça uso diário de leite e derivados;
• Coma uma alimentação equilibrada e gaste menos
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agressiva à população carente.
Analisaram, ainda, como foi difícil estabelecer uma definição sobre o consumo de
alguns alimentos, como por exemplo, o consumo de legumes na região e neste
sentido, sugere-se, observar a importância de ser realizado um inquérito
alimentar para obter da população esta informação.
• Amamente seu filho exclusivamente pelo menos até o sexto mês de vida;
• Lave as mãos com água e sabão antes de preparar e comer os alimentos;
• Coma alimentos variados e faça pelo menos 3 refeições por dia;
• Aumente o consumo de verduras, frutas e cereais (de acordo com a época de
cada um);
• Coma ao menos 2 vezes por semana algum tipo de carne (ou vísceras) e ovo;
• Use óleos vegetais como soja, algodão e milho e reduza o uso de manteiga,
azeite de dendê e banha de porco, na preparação dos alimentos;
• Tome água e sucos de frutas e reduza o consumo de refrigerantes;
• Use leite, queijos, coalhada e iogurte com freqüência;
• Reduza o consumo de sal e açúcar;
• Mantenha bons hábitos de vida: pratique atividades físicas, reduza o consumo
de bebida alcoólica e elimine o uso de cigarros e outras drogas;
• Cereal
• Feijão
• Vegetais e legumes
• Frutas
• Leite e produtos lácteos
• Carne
• Óleo e açúcar
Representação gráfica:
Qualquer que seja a representação gráfica, esta deve ser única; respeitar a
proporcionalidade do consumo de alimentos; o feijão deve aparecer junto com o
arroz.
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Mensagens
A alimentação deve ser a mais variada possível, distribuída em pelo menos três
refeições ao dia;
Coma pequenas quantidades de carne, de uma a duas vezes ao dia, podendo ser
substituída por ovos, no máximo duas vezes por semana;
Coma frutas no mínimo duas vezes ao dia, dando preferência às frutas da época;
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O leite ou seus derivados devem ser consumidos por todos os membros da família,
de duas a três vezes ao dia;
Recomendações
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• Acredita-se que o melhor seria propor um único guia para o país:
esta proposta surge da leitura que Peña faz do conjunto de
recomendações apresentadas pelo grupo e que, segundo ele, não
apresentam uma variação tão grande que oriente para diversos
instrumentos;
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• Núcleo das orientações é a família, pois ela leva o hábito e melhora a
saúde infantil;
Ao finalizar, o Dr. Dutra ressaltou que as linhas seriam gerais e que os guias
seriam regionais. A intenção do Instituto Danone é de dar continuidade aos
trabalhos iniciados neste primeiro encontro de técnicos e, posteriormente, publicar
e divulgar as conclusões deste encontro.
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Realização: Apoio:
SBAN
Sociedade Brasileira de
Instituto Danone Alimentação e Nutrição