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quando é certo que essa é a data do seu Inventário, tendo ele falecido provà-
velmente em 1 6 8 4 . . . "
Basilio de Magalhães, comentando as referências de Silva Leme — em
Documentot Intcreuantei, vol. I I , p á g . 3 i 4 — explica: " X ã o «ão bem rigoro-
sas as informações de Silva Leme (I, 192) quanto à data do falecimento de
Antônio Rodrigues de Arzam. Se não mentem os tradicionalistas e tendo-se em
( conta a era «em que penetraram os sertões mineiros as bandeiras dc Bartolomcu
Bueno de Siqueira e de Salvador Fernandes Furtado, o falecimento de Antôpio
i Rodrigues de Arzam deve ter ocorrido, não em 1696, mas em 1693 ou começos
de 1694". E em nota acrescenta: "Depois de escritas estas linhas, vimos que
( o próprio Silva Leme (V, 509) corrigiu èste engano, atribuindo a 1696 o inven-
tiirio do Antônio Rodrigues de Arzam que julga provável ter falecido em 1691".
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H I S T Ó R I A DA CAPELA DE SÃO FRANCISCO EM SÃO PAULO 403
Dos membros da Mesa também assinou um Antônio de Ârzão. Quem será êste
A n t ô n i o de Arzam? Èm Silva Leme não há nenhum — afora o nosso — dêsfe
nome entre os descendentes do titular Cornéllo de Arzam ( V i l , 315-313; I,
131-185; V, 404-410; V I I I , 188-191; 178 s pattim). Talvez seria um dos
muitos descendentes desconhecidos e não registrados por Silva Leme. Neste
caso, porém, devia esttar lançado em um dos livros da Ordem Terceira na tomada
do hábito ou na profissão. Xo entanto, n ã o encontramos n e n h u m outro senão
o m a r i d o dc Mariana de Camargo, i r m ã de Maria de Camargo, çqsada com
Bartolomeu Bueno de Siqueira. A não ser esquecimento ou descuido do secre-
tário da Ordem Terceira, que não tivesse lançado o tèrnio déstc segundo An-
tônio de Arznin.
Ainda não foi publicado, nos trinta volumes do "Inventários e Testamentos",
do que S i l v a Leme diz ter sido feito em 1G9G.
Mas fui publicado, no vol. X X f H . ]>ág. 223-307. o inventário de Catarina da
Silva, mulher dc Gonçalo Lopes, avó do Mariana de Camargo.
Catarina da Silva faleceu em princípios do mês tli* mnrço, pois as pri-
meiras quiluções do cntOrro datam do 12 de março dèsle ano. Xa página 297
se acha uma quitação assinada por Antônio Rodrigues de Arzam no d i a 20 dc
abril do ano de 1099, em que declara ter recebido da mão de Estêvão Lopes
de Camargo — que era o teslamenteiro — um empréstimo de 40$õ0Q réi3.
Aos i de agôsto de 1700 o capitão João Peres Calhamares recebeu do
mesmo monte o empréstimo de 1008000 réis, apresentando por fiadores Manuel
tia fios» — seu cunhado — e Antônio Rodrigues de Arzam — seu irmão, como
ainda veremos. A quitação, no entanto, é assinada, não por Antônio, mas por
Francisco Rodrigues de Arzam (pág. 299).
por si, a 4udo dar e pagar principal e ganhos até real entrega de que
fiz êste tórroo em que o fiador e o devedor se assinaram eu Diogo
Gonçalves Moreira o escrevi. — Manuel Bueno da' Fonseca — João
Pores Calham ares — Antônio Rodrigues de Arzam — Fernão Munhoz
Pais".
Atenção:
Segue abaixo o texto original fac-símile
para conferir eventuais erros provocados
pelo O.C.R. ao fazer o reconhecimento das
páginas e substituição de fonte.
APÊNDICE A
Ai^ônio Rodrigues de Arzam ocupa uma posição bem definida 110 drama
emocionai das tentativas pelo descobrimento do ouro, no último decênio do
séculof seiscentista.
Em 1690 subiu êle, com 50 companheiros, para o Itaverava, h procura do
Itacolomi, a grande incógnita, que se escondera aos sertanistas ansiosos do
cobiçado metal. Como os outros, errou êle pelas regiões do Cliopotó o Piranga,
mas descobriu o rico manancial aurífero do rio das Cascas. Depois de uma
jornada de dois anos, "sua comitiva, quase tôda morta de febres, de cansaço e
de combates" (Diogo de Vasconcelos), veio bater na vila da Vitória, guiado
pelos índios Puri, seus amigos e aliados. Apresentou ao capitão-mor fo
iania do Espírito Santo três oitavas de ouro. Sendo-llie impossível organizar
nova expedição, que explorasse suas descobertas, voltou para São Paulo, onde
entregou o roteiro de sua entrada sertanista ao concunhado Barto)pm<flj Ruftnn
de Siqueira, éle mesmo, talvez, desiludido pelas ingentes fadigas e dos infor~
túnios de sua emprêsa frustrada.
Bartolomeu Bueno de Siqueira e seus companheiros. Miguel Garcia de A l -
meida e Salvador Fernandes Furtado de Mendonça, h frente de novas bandeiras,
"com os olhos fitos no roteiro de Arzam", foram os felizes descobridores de
Paraopeba, Pitangui, Tripuí, Gualaxo e Ribeirão do Carmo.
Com êstes, Antônio Rodrigues de Arzam passou para os compêndios e
manuais da história brasileira.
Todos >os autore?. a começar com Bento Fernandes Furtado de Mendonça.
Jjlfí n «df) descobridor Salvador Fernandes Furtado, lhe assinalam o ano de 1694
como o de seu falecimento. E, parece que todos os autores posteriores, Cláudio
Manuel da Costa ( f 1789), Silva Pontes, Aires de Casal, Diogo de Vasconcelos,
basearam-se nas memórias de Bento Furtado ( f 1765).
Silva Leme, tratando de Mariana de Camargo {Genealogia Paulistana I ,
i91, 2-3), úiz que Antônio Jlodrigues de Arzam faleceu em 1696 e corrige-se no
vol. V, 509, em uma nota sôbre Car7òs"Pédroso dã Sllvèira: " . . . escrevemos o
ano de 1696, como a data do falecimento do capitão Antônio Rodrigues de Arzam,
402 FREI ADALBERTO ORTMANN O.F.M
quando é certo que essa é a data do seu inventário, tendo êle falecido provà-
velmente em 1 6 9 4 . . . "
Basílio de Magalhães, comentando as referências de Silva Leme — em
Documentos Interessantes, vol. II, pág. 344 — explica: u Não são bem rigoro-
sas as informações de Silva Leme (I, 192) quanto à data do falecimento de
Antônio Rodrigues de Arzam. Se não mentem os tradicionalistas e tendo-se em
conta a era «em que penetraram os sertões mineiros as bandeiras de Bartolomeu
Bueno de Siqueira e de Salvador Fernandes Furtado, o falecimento de Antôpio
Rodrigues de Arzam deve ter ocorrido, não em 169G, mas cm 1093 ou começos
de 1094". E em nota acrescenta: "Depois dc escritas estas linhas, vimos que
o próprio Silva Leme (V, 509) corrigiu êste engano, atribuindo a 1696 o inven-
tário de Antônio Rodrigues de Arzam que julga provável ter falecido em 1694".
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HISTÓRIA DA-CAPELA DE SÃO FRANCISCO EM SÃO PAULO
Dos membros da Mesa também assinou um Ant&nio de Arzão. Quem será êste
Antônio de Arzam? Em Silva Leme não há nenhum — afora o nosso — dêste
nome entre os descendentes do titular Cornélio de Arzam (VII, 315-343; I,
101-185; V, 404-410; V I I I , 188-191; 178 e passim). Talvez seria um dos
muitos descendentes desconhecidos e não registrados por Silva Leme. Neste
caso, porém, devia estar lançado em um dos livros da Ordem Terceira na tomada
do hábito ou na profissão. No entanto, não encontramos nenhum outro senão
o marido de Mariana de Camargo, irmã de Maria de Camargo, casada com
Bartolomeu Bueno dc Siqueira. A não ser esquecimento ou descuido do secre-
tário da Ordem Terceira, que não tivesse lançado o têrmo dêste segundo An-
tônio de Arzam.
Ainda não foi publicado, nos trinta volumes do "Inventários e Testamentos",
de que Silva Leme diz ter sido feito em 1090.
Mas foi publicado, no vol. NXIII. pág. 223-307. o inventário de Catarina da
Silva, mulher de Gonçalo Lopes, avó do Mariana Camargo.
Catarina da Silva faleceu em princípios do mês de março, pois as pri-
meiras quitações do entêrro datam de 12 de março dêste ano. Na página 297.
se acha uma quitação assinada por Antônio Rodrigues de Arzam no dia 20 de
abril do ano de 1099, em que declara ter recebido da mão de Estêvão Lopes
de Camargo — que era o testamenteiro — um empréstimo de 40$600 réis.
Aos 4 de agosto de 1700 o capitão João Peres Calhamares recebeu do
mesmo monte o empréstimo de 1005000 réis, apresentando por fiadores Manuel
da Rosa — seu c u n h a d o — e Antônio Rodrigues de Arzam — seu irmão, como
ainda veremos. A quitação, no entanto, é assinada, não por Antônio, mas por
Francisco Rodrigues de Arzam (pág. 299).
E mais outro "têrmo de dinheiro" achamos no mesmo inventário, o qual,
por sua importância, no que diz respeito ao ano do falecimento de Antônio
Rodrigues - de Arzam, seja aqui transcrito integralmente 'pág. 300).
por si, a lado dar e pagar principal e ganhos até real entrega de que
fiz êste têrmo em que o fíador e o devedor se assiniaram eu Diogo
Gonçalves Moreira o escrevi. — Manuel Bueno da' Fonseca — João
Peres Calhamares — Antônio Rodrigues de Arzam — Fernão Munhoz
Pais".