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APÊNDICE A

QUANDO FALECEU ANTÔNIO RODRIGUES DE ARZAM, O DESCOBRIDOR


DO OURO DO RIO DAS CASCAS?

Antonio Rodrigues de Arzam ocupa uma posição bem definida no drama


emocional das tentativas pelo descobrimento do ouro, no último decênio do
século* seiscentista.
Em 1692 subiu ele, com 50 companheiros, para o Itaverava, à procura do
Itacolomi, a grande incógnita, que se escondera aos sortanistas ansiosos do
cobiçado metal. Como os outros, errou èle pelas regiões do CHopotó o Piranga,
mas descobriu o rico manancial aurifero do rio das Cascas. Depois dc uma
jornada de dois anos, "sua comitiva, quase tôda morta de febres, de cansaço e
de combates" (Diogo de Vasconcelos), veio bater na vila da Vitória,(ES) guiado
pelos Índios Puri, seus amigos e aliados. Apresentou ao capitão mor da Capi -
tania do Espírito Santo três oitavas de ouro. Sendo-lhe impossível organizar
nova expedição, que explorasse suas descobertas, voltou para São Paulo, onde
entregou o roteiro de sua entrada sertanista ao concunhado Bartolomeu Bueno
de Siqueira, éle mesmo, talvez, desiludido pelas ingentes fadigas e dos infor-
túnios de sua emprêsa frustrada.
Bartolomeu Bueno de Siqueira e seus companheiros. Miguel Garcia de Al-
meida e Salvador Fernandes Furtado de Mendonça, à frente de novas bandeiras,
"com os olhos fitos no roteiro de Arzam", foram os felizes descobridores de
Paraopeba, Pitangui, Tripuí, Gualaxo e Ribeirão do Carmo.
Com êstes, Antônio Rodrigues de Arzam passou para os compêndios e
manuais da história brasileira.
Todos os autores, a começar com Bento Fernandes Furtado dc Mendonça.
JjlliajJfl descobridor Salvador Fernandes Furtado. lhe assinalam o ano de 1694
como o de seu falecimento. E, parece quo todos os autores posteriores, Cláudio
Manuel da Costa (f 1788), Silva. Pontes, Aires de Casal, Diogo dc Vasconcelos,
basearam-se nas memórias de Bento Furtado (f 1765}.
Silva Leme, tratando de Mariana de Camargo (Genealogia Paulistana I,
i 9 1 , 2-3), diz que António Rodrigues de Arzam faleceu em 1696 e corrige-se no
vol. V, 509, em uma nota sôbre Cárlos~Pedroso da Silveira: " . . . escrevemos o
ano de 1696, como a data do falecimento do capitão Antúnio Rodrigues de Arzam,
402 FREI ADALBERTO ORTMASN O . F . J I

quando é certo que essa é a data do seu Inventário, tendo ele falecido provà-
velmente em 1 6 8 4 . . . "
Basilio de Magalhães, comentando as referências de Silva Leme — em
Documentot Intcreuantei, vol. I I , p á g . 3 i 4 — explica: " X ã o «ão bem rigoro-
sas as informações de Silva Leme (I, 192) quanto à data do falecimento de
Antônio Rodrigues de Arzam. Se não mentem os tradicionalistas e tendo-se em
( conta a era «em que penetraram os sertões mineiros as bandeiras dc Bartolomcu
Bueno de Siqueira e de Salvador Fernandes Furtado, o falecimento de Antôpio
i Rodrigues de Arzam deve ter ocorrido, não em 1696, mas em 1693 ou começos
de 1694". E em nota acrescenta: "Depois de escritas estas linhas, vimos que
( o próprio Silva Leme (V, 509) corrigiu èste engano, atribuindo a 1696 o inven-
tiirio do Antônio Rodrigues de Arzam que julga provável ter falecido em 1691".
i

i
>

Cremos, no emunto, que todos ístes autores se encontram cm perdoável


I equivoco, inclusive Silva Leme. A única fonte, ao que parece, de que todos s
e serviram, eram as memórias e a tradicãoo oral dc Berilo Furtado, menos Silva
' Leme, que diz ter encontrado o inventário de Antônio Rodrigues de Arzam,
( íeito em 1696.
Quando, há dois anos, manuseamos alguns livros do arquivo da Ordem
I Terceira do São Francisco da cidado de São Paulo, deparamos no "Livro I.°
dos Termos", ii f.® l l v o scguírfte tópico: "Aos cinco dias do m i s do jutlio
I de m i l sciscentos e noventa e quatro foi admitido a tomar o hábito nesta
Ordem Ant.o Roiz dc Arzão O sua mulher Mariana de Camargo a 2 de agôsto"
i No "Primeiro Livro das Profissões", à f.» 21 lançou-se o tôrmo da profissão,
feita aos 2 de agôsto de 1695, do mesmo Antônio Rodrigues dc Arzam e de sua
' m u l h e r Mariana de Camargo. Nesta ocasião era ministro da Ordem Terceira
Estêvão Lopes de Camargo, irmão de Mariana Camargo. Co )
* O tèrmo é assinado pelo recém-professo, porém não conseguimos verificar
so ti autógrafo ou, apenas, cópia do secretário da Ordem, Manuel Pais dc Bo-
' telho. Pois, justamente neste ano, aos 21 de maio, o secretário começou o
j "Primeiro Livro das Profissões", copiando, de outros quatro livros antigos,
todos os nomes dos professos vivos até aquela data c o l ò m t o dc suas profissões.
} DOÍtes quatro'livros só um se conservou ato os nossos dias, o "Livrn 1° dos
Termos", começado em 1686 c neste foi lançado o u l t i m o tèrmo de profissão aos
3 de abril do 1695 (f.* 78v). Talvez teria sido lançado cm um dos três livros
perdidos o tèrmo original dos dois cm questão.
Em lodo caso é fora <ie dúvida que Antônio Rodrigues dc Arzam estava
vivo e estava de saúde no mês dc agôsto de 1695. ^
No mesmo livro das profissões _ h i j i u l r o t í r m o do ano de lTOO^pelo qual
1
foi concedido hábito público a Manuel Álvares (Rodrigues, senijó o tèrmo
assinado por todos os membros da Mesa {de 28 de fevereiro de í7ÍJO ii f. a 31v).
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H I S T Ó R I A DA CAPELA DE SÃO FRANCISCO EM SÃO PAULO 403

Dos membros da Mesa também assinou um Antônio de Ârzão. Quem será êste
A n t ô n i o de Arzam? Èm Silva Leme não há nenhum — afora o nosso — dêsfe
nome entre os descendentes do titular Cornéllo de Arzam ( V i l , 315-313; I,
131-185; V, 404-410; V I I I , 188-191; 178 s pattim). Talvez seria um dos
muitos descendentes desconhecidos e não registrados por Silva Leme. Neste
caso, porém, devia esttar lançado em um dos livros da Ordem Terceira na tomada
do hábito ou na profissão. Xo entanto, n ã o encontramos n e n h u m outro senão
o m a r i d o dc Mariana de Camargo, i r m ã de Maria de Camargo, çqsada com
Bartolomeu Bueno de Siqueira. A não ser esquecimento ou descuido do secre-
tário da Ordem Terceira, que não tivesse lançado o tèrnio déstc segundo An-
tônio de Arznin.
Ainda não foi publicado, nos trinta volumes do "Inventários e Testamentos",
do que S i l v a Leme diz ter sido feito em 1G9G.
Mas fui publicado, no vol. X X f H . ]>ág. 223-307. o inventário de Catarina da
Silva, mulher dc Gonçalo Lopes, avó do Mariana de Camargo.
Catarina da Silva faleceu em princípios do mês tli* mnrço, pois as pri-
meiras quiluções do cntOrro datam do 12 de março dèsle ano. Xa página 297
se acha uma quitação assinada por Antônio Rodrigues de Arzam no d i a 20 dc
abril do ano de 1099, em que declara ter recebido da mão de Estêvão Lopes
de Camargo — que era o teslamenteiro — um empréstimo de 40$õ0Q réi3.
Aos i de agôsto de 1700 o capitão João Peres Calhamares recebeu do
mesmo monte o empréstimo de 1008000 réis, apresentando por fiadores Manuel
tia fios» — seu cunhado — e Antônio Rodrigues de Arzam — seu irmão, como
ainda veremos. A quitação, no entanto, é assinada, não por Antônio, mas por
Francisco Rodrigues de Arzam (pág. 299).

E mais oiflro " t é r m o de dinheiro" achamos no mesmo inventário, o qual,


por sim importância, no que diz respeito ao ano do falecimento de Antônio
Rodrigues de Arzam, seja aqui transcrito integralmente pág. 300).

'"Aos nilo «lias do mês de dezembro de m i l e setecentos anos nesta


vitn (!>• são Paulo perante o j u i z dos órfãos o capitão e governador
Manuel Bueno da Fonseca apareceu o capita* Antònio Rodrigues de
Arzam a quem o dito j u i z deu a gnnlio? a seu pedimento a quantia
de cem mil réis a oito por cento como é uso e costume na terra por
tempo il'1 um ano ou pelo tempo que os tiver em seu poder de que
pagará ganhos até real entrega t:!),:-a o que obriga sua pessoa e bens,
assim móveis como do n ú z havidos e por h a w r e para mais segu-
rança apresentou por seu fiador e principal pagador a seu irmão
João Peres Calhamares o qual se obiiga assim e da maneira que «eu
fiado abriga sem a isso pòi- dúvida nem contradição alguma,-® {
iiidrnssim tiiutlém apwsiíniou- a Fcvnüo Munhoz por seu fiador n
principal pagador o qual se obriga assim c da maneira que seu fiado
se obriga, ambos os fiadores se obrigam ambos juntos e cada un>
404 FREI ADALBERTO ORTMANN O.F.M

por si, a 4udo dar e pagar principal e ganhos até real entrega de que
fiz êste tórroo em que o fiador e o devedor se assinaram eu Diogo
Gonçalves Moreira o escrevi. — Manuel Bueno da' Fonseca — João
Pores Calham ares — Antônio Rodrigues de Arzam — Fernão Munhoz
Pais".

Se fato, João Peres Calharames é um dos dez irmãos de Antônio Rodri-


gues de Arzam e neto materno de João Peres Calhamares e de Margarida
Fernandes. Casou-se em Í703 com Joana Pires de Siqueira, filha de Roque
Furtado Simões. Faleceu no ano de 1731 em Santo Amaro.
Já não pode haver dúvida alguma, Antônio Rodrigues dc Arzam não faleceu
nem cm 1493 ou 94 e tampouco em 1696. Silva Leme equivocou-se, quando
escreveu que o eeu inventário é de 1696, tendo falecido provavelmente em 1691.
"O iniciador, em 1693, do descobrimento do ouro em Minas Gerais" (Basí-
lio de Magalhães) eslava vivo ainda em 1700, e provavelmente ainda em 1701.
Pois, no dia 2 de abril de 1701 se fez um "térmo de traspasso da hipoteca das
casas do capitão João Peres Calhamares para as casas onde «agora é morador".
Trata-se, sem dúvida, dos 100$000 réis emprestados a Antônio Rodrigues de
Arzam, ds que João Peres era fiador, tendo para êste fim hipotecado os seus
haveres. Ao pé dêste mesmo têrmo acham-se íambém as quitações, dada3 a s
João Peres Calhamares e Antônio Rodrigues de Arzam, que, infelizmente, não
foram publicadas pelos editôres dêste volume dos "Inventários e Testamentos"'
(pág. 3 0 3 ) .
O Antônio de Arzão, mesário da Ordem Terceira de São Francisco de 1700.
conforme o livro das profissões da mesma Ordem, só pode ser o desbravador
dos sertões do Piranga e Cascas, o descobridor do ouro e o impulsionador das
bandeiras que resultaram na sua descoberta' definitiva.

Atenção:
Segue abaixo o texto original fac-símile
para conferir eventuais erros provocados
pelo O.C.R. ao fazer o reconhecimento das
páginas e substituição de fonte.
APÊNDICE A

QUANDO FALECEU ANTÔNIO RODRIGUES DE ARZAM, O DESCOBRIDOR


DO OURO NO RIO DAS CASCAS?

Ai^ônio Rodrigues de Arzam ocupa uma posição bem definida 110 drama
emocionai das tentativas pelo descobrimento do ouro, no último decênio do
séculof seiscentista.
Em 1690 subiu êle, com 50 companheiros, para o Itaverava, h procura do
Itacolomi, a grande incógnita, que se escondera aos sertanistas ansiosos do
cobiçado metal. Como os outros, errou êle pelas regiões do Cliopotó o Piranga,
mas descobriu o rico manancial aurífero do rio das Cascas. Depois de uma
jornada de dois anos, "sua comitiva, quase tôda morta de febres, de cansaço e
de combates" (Diogo de Vasconcelos), veio bater na vila da Vitória, guiado
pelos índios Puri, seus amigos e aliados. Apresentou ao capitão-mor fo
iania do Espírito Santo três oitavas de ouro. Sendo-llie impossível organizar
nova expedição, que explorasse suas descobertas, voltou para São Paulo, onde
entregou o roteiro de sua entrada sertanista ao concunhado Barto)pm<flj Ruftnn
de Siqueira, éle mesmo, talvez, desiludido pelas ingentes fadigas e dos infor~
túnios de sua emprêsa frustrada.
Bartolomeu Bueno de Siqueira e seus companheiros. Miguel Garcia de A l -
meida e Salvador Fernandes Furtado de Mendonça, h frente de novas bandeiras,
"com os olhos fitos no roteiro de Arzam", foram os felizes descobridores de
Paraopeba, Pitangui, Tripuí, Gualaxo e Ribeirão do Carmo.
Com êstes, Antônio Rodrigues de Arzam passou para os compêndios e
manuais da história brasileira.
Todos >os autore?. a começar com Bento Fernandes Furtado de Mendonça.
Jjlfí n «df) descobridor Salvador Fernandes Furtado, lhe assinalam o ano de 1694
como o de seu falecimento. E, parece que todos os autores posteriores, Cláudio
Manuel da Costa ( f 1789), Silva Pontes, Aires de Casal, Diogo de Vasconcelos,
basearam-se nas memórias de Bento Furtado ( f 1765).
Silva Leme, tratando de Mariana de Camargo {Genealogia Paulistana I ,
i91, 2-3), úiz que Antônio Jlodrigues de Arzam faleceu em 1696 e corrige-se no
vol. V, 509, em uma nota sôbre Car7òs"Pédroso dã Sllvèira: " . . . escrevemos o
ano de 1696, como a data do falecimento do capitão Antônio Rodrigues de Arzam,
402 FREI ADALBERTO ORTMANN O.F.M

quando é certo que essa é a data do seu inventário, tendo êle falecido provà-
velmente em 1 6 9 4 . . . "
Basílio de Magalhães, comentando as referências de Silva Leme — em
Documentos Interessantes, vol. II, pág. 344 — explica: u Não são bem rigoro-
sas as informações de Silva Leme (I, 192) quanto à data do falecimento de
Antônio Rodrigues de Arzam. Se não mentem os tradicionalistas e tendo-se em
conta a era «em que penetraram os sertões mineiros as bandeiras de Bartolomeu
Bueno de Siqueira e de Salvador Fernandes Furtado, o falecimento de Antôpio
Rodrigues de Arzam deve ter ocorrido, não em 169G, mas cm 1093 ou começos
de 1094". E em nota acrescenta: "Depois dc escritas estas linhas, vimos que
o próprio Silva Leme (V, 509) corrigiu êste engano, atribuindo a 1696 o inven-
tário de Antônio Rodrigues de Arzam que julga provável ter falecido em 1694".

Cremos, no cinuiito, que todos êstes autores se encontram em perdoável


equívoco, inclusive Silva Leme. A única fonte, ao que parece, de que todos
se serviram, eram as memórias e a tradição orai dc Bento Furtado, menos Silva
Leme, que diz ter encontrado o inventário de Antônio Rodrigues dc Arzam,
leito em 1696.
Quando, há dois anos, manuseamos alguns livros do arquivo da Ordem
Terceira de São Francisco da cidade dc São Paulo, deparamos no " L i v r o I.°
dos Têrmos", à f. a U v o seguirite tópico: "Aos cinco dias do mês de julho
de mil seiscentos e noventa e quatro foi admitido a tomar o hábito nesta
Ordem Ant.° Roiz dc Arzão c sua mulher Mariana dc Camargo a 2 de agôsto"
No "Primeiro Livro das Profissões", à f. a 24 lançou-se o têrmo da profissão,
feita aos 2 de agôsto de 1695, do mesmo Antônio Rodrigues de Arzam e de sua
mulher Mariana de Camargo. Nesta ocasião era ministro da Ordem Terceira
Estêvão Lopes de Camargo, irmão <le Mariana Camargo. ( ^ L a f ^ )
O têrmo é assinado pelo recém-professo, porém não conseguimos verificar
se é autógrafo ou, apenas, cópia do secretário da Ordem, Manuel Pais dc Bo-
telho. Pois, justamente neste ano, aos 21 de maio, o secretário começou o
"Primeiro L i v r o das Profissões", copiando, de outros quatro livros antigos,
todos os nomes dos professos vivos até aquela data c o têrmo dc suas profissões.
| Dêstes quatro divros só um se conservou até os nossos dias, o " L i v r o I.° dos
Têrmos", começado em 1686 c neste foi lançado o último têrmo de profissão aos
3 de abril de 1695 (f. a 78v). Talvez teria sido lançado cm um dos três livros
perdidos o têrmo original dos dois cm questão.
Em todo caso é fora de dúvida que Antônio Rodrigues de Arzam estava
vivo e estava de saúde no mês de agôsto de 1695. ^
No mesmo"'"li\TÒ~dãs~profi§^ ano de 1700^'pelo qual
foi concedido hábito público a Manuel Álvares IRodrigues, senejó o têrmo
assinado por todos os membros da Mesa (de 28 de fevereiro de 1700 à f. a 31v).
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420
HISTÓRIA DA-CAPELA DE SÃO FRANCISCO EM SÃO PAULO

Dos membros da Mesa também assinou um Ant&nio de Arzão. Quem será êste
Antônio de Arzam? Em Silva Leme não há nenhum — afora o nosso — dêste
nome entre os descendentes do titular Cornélio de Arzam (VII, 315-343; I,
101-185; V, 404-410; V I I I , 188-191; 178 e passim). Talvez seria um dos
muitos descendentes desconhecidos e não registrados por Silva Leme. Neste
caso, porém, devia estar lançado em um dos livros da Ordem Terceira na tomada
do hábito ou na profissão. No entanto, não encontramos nenhum outro senão
o marido de Mariana de Camargo, irmã de Maria de Camargo, casada com
Bartolomeu Bueno dc Siqueira. A não ser esquecimento ou descuido do secre-
tário da Ordem Terceira, que não tivesse lançado o têrmo dêste segundo An-
tônio de Arzam.
Ainda não foi publicado, nos trinta volumes do "Inventários e Testamentos",
de que Silva Leme diz ter sido feito em 1090.
Mas foi publicado, no vol. NXIII. pág. 223-307. o inventário de Catarina da
Silva, mulher de Gonçalo Lopes, avó do Mariana Camargo.
Catarina da Silva faleceu em princípios do mês de março, pois as pri-
meiras quitações do entêrro datam de 12 de março dêste ano. Na página 297.
se acha uma quitação assinada por Antônio Rodrigues de Arzam no dia 20 de
abril do ano de 1099, em que declara ter recebido da mão de Estêvão Lopes
de Camargo — que era o testamenteiro — um empréstimo de 40$600 réis.
Aos 4 de agosto de 1700 o capitão João Peres Calhamares recebeu do
mesmo monte o empréstimo de 1005000 réis, apresentando por fiadores Manuel
da Rosa — seu c u n h a d o — e Antônio Rodrigues de Arzam — seu irmão, como
ainda veremos. A quitação, no entanto, é assinada, não por Antônio, mas por
Francisco Rodrigues de Arzam (pág. 299).
E mais outro "têrmo de dinheiro" achamos no mesmo inventário, o qual,
por sua importância, no que diz respeito ao ano do falecimento de Antônio
Rodrigues - de Arzam, seja aqui transcrito integralmente 'pág. 300).

u Ao« oito «lias do mès de dezembro de mil e setecentos anos nesta

vila de são Paulo perante o juiz dos órfãos o capitão e governador


Manuel Bueno da Fonseca apareceu o capita* Antônio Rodrigues de
Arzam a quem o dito juiz deu a ganhos a seu pedimento a quantia
de cem mil réis a oito por cento como uso e costume na terra por
tempo de um ano Ou pelo tempo que os tiver em seu poder de que
pagará ganhos até real entrega pjira o que obriga sua pessoa e bens,
assim móveis como de rau < havidos e por haver e para mais segu-
rança apresentou por s>?u fiador e principal pagador a seu irmão
João Peres Calhamares o qual se obriga assim e da maneira que seu
..... fiado se^ obriga sem a isso pôr dúvida nem contradição a l g u m a r t {
outrossim tamltfm aiw^senioiia Fernão Munhoz por seu fiador e
principal pagador o qual se obriga assim e da maneira que seu fiado
se obriga, ambos os fiadores se obrigam ambos juntos e cada um
•404 FREI ADALBERTO ORTMAXX O . F . M

por si, a lado dar e pagar principal e ganhos até real entrega de que
fiz êste têrmo em que o fíador e o devedor se assiniaram eu Diogo
Gonçalves Moreira o escrevi. — Manuel Bueno da' Fonseca — João
Peres Calhamares — Antônio Rodrigues de Arzam — Fernão Munhoz
Pais".

De fato, João Peres Calharames é um dos dez irmãos de Antônio Rodri-


gues de Arzam e neto materno de Joáo Peres Calhamares e de Margarida
Fernandes. Casou-se em 1703 com Joana Pires de Siqueira, filha de Roque
Furtado Simões. Faleceu no ano de 1734 em Santo Amaro.
Já não pode haver dúvida alguma, Antônio Rodrigues do Arzam não faleceu
nem em 1693 ou 94 e tampouco em 1696. Silva Leme equivocou-se, quando
escreveu qtte o seu inventário é de 1*096, tendo falecido provavelmente em 1694.
u O iitfciador, em 1693, do descobrimento do ouro em Minas Gerais" (Basí-
iio d$ Magalhães) estava vivo ainda em 1700, e provavelmente ainda em 1701.
Pois, no dià 2 de abril de 1701 se fez um "têrmo de traspasse da hipoteca das
casas do capitão João Peres Calhamares para as casas onde agora é morador".
Trata-se, sem dúvida, dos 100$000 réis emprestados a Antônio Rodrigues de
Arzam, de que João Peres era fiador, tendo para êste fim hipotecado os seus
haveres. A o pé dêste mesmo têrmo acham-se também as quitações, dadas a
João Peres Calhamares e Antônio Rodrigues de Arzam, que, infelizmente, não
foram publicadas pelos editôres dêste volume dos u Inventários e Testamentos'1
(pág. 303).
O Antônio de Arzão, mesário da Ordem Terceira de São Francisco dé 1700,
conforme o livro das profissões da mesma Ordem, só pode ser o desbravador
dos sertões do Piranga e Cascas, o descobridor do ouro e o impulsionados das
bandeiras que resultaram na sua descoberta definitiva.

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