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Como já foi dito anteriormente, o PSDB foi fundado em 1988, por alguns
membros dissidentes do PMDB. Ocorre que em 88 muitos destes políticos estavam
no exercício de seus mandatos pelo PMDB. Assim, os dados aqui apresentados
referentes à evolução do número de membros do PSDB no Congresso Nacional
datam de 1988, apesar de seus mandatos terem início em 1986, pois quando eleitos
os parlamentares do PSDB eram filiados ao PMDB. Por esta razão, quando da sua
fundação o PSDB já possuía 8 representantes no Senado e 40 na Câmara de
Deputados.
Para elucidar a análise do desempenho do PSDB nas eleições para a Câmara
de Deputados, elaboramos o seguinte gráfico:
O gráfico nos mostra que, desde o seu surgimento o PSDB já apresentava
grande representatividade na Câmara de Deputados. Este fato é atribuído as
circunstâncias de sua fundação, explicitadas anteriormente. Apesar de perder dois
Deputados em 1990, o PSDB apresentou um crescimento significativo que atingiu o
seu ápice em 1998.
Em 1994 o partido obteve 25 deputados federais a mais do que na eleição
anterior. Este aumento expressivo pode ser atribuído às mesmas razões que
levaram o partido a vitória das eleições presidenciais no mesmo ano, com o
candidato Fernando Henrique Cardoso. Dentre estas razões (já enumeradas na
seção anterior), destacam-se a visibilidade proporcionada pela ampla participação
no governo de Itamar Franco, bem como o impacto positivo da implementação do
Plano Real.
Em 1998 o aumento de deputados federais do PSDB é ainda mais
expressivo, o partido conquista mais 35 cadeiras. Este crescimento pode ser
entendido como um reflexo das políticas do executivo nacional. Desde o sucesso do
Plano Real, o governo FHC apresentava-se como aquele que iria colocar o Brasil no
caminho do desenvolvimento.
Desde 2002 o número de cadeiras ocupadas pelo PSDB na Câmara de
Deputados entrou em declínio. Este também foi o ano em que o partido perdeu o
governo federal para o PT. O governo Lula, além de centrar esforços para fazer o
Brasil avançar no caminho do desenvolvimento, intensificou os investimentos em
políticas sociais. O resultado foi a crescente popularidade do Presidente Lula, a
partir de 2002. O que nos leva a crer que não é por acaso que neste mesmo período
o partido de oposição (PSDB) apresente um declínio.
A análise dos dados nos revela que há uma correspondência entre o
desempenho no executivo nacional e o desempenho no legislativo nacional. Isto é,
se excluirmos o PMDB (que até hoje sempre esteve no executivo nacional),
podemos dizer que o partido que ganha a Presidência da República, conquista a
maioria na Câmara de Deputados.
Assim, nas últimas três eleições o PSDB vem perdendo força na Câmara.
Será que esta é também a realidade do Senado Federal? Para responder esta
pergunta analisaremos os dois gráficos a seguir:
Um dado interessante, é que o único pleito em que o PSDB tem a maioria dos
votos para a Presidência no estado é o de 2006. Esta é, também, a primeira vez que
o partido indica um candidato para o cargo de Governador. Se considerarmos que a
candidata do partido vai para o segundo turno e vence as eleições, podemos dizer
que o partido teve um crescimento significativo neste período. Este avanço pode ter
sido oportunizado, em parte, pelos escândalos em que os dois partidos mais
competitivos do estado (PT/PMDB) estavam envolvidos a nível nacional, como o
“mensalão”, e que vieram à tona no governo anterior.
Destaca-se, também, que a ausência de dados nas eleições de 1994, 1998 e
2002, se dá porque o partido não lançou candidato para Governador nestes anos.
Mas isto não quer dizer que ele não tenha participado do pleito. Em 1990, dois anos
após a sua fundação, o PSDB compôs a chapa que seria vitoriosa no estado,
coligando-se com o PDT e indicando João Gilberto Lucas Coelho (PSDB) como o
Vice-Governador de Alceu Collares (PDT). Em 1994 o partido também indica o vice-
governador de Antônio Britto Filho (PMDB), e vence as eleições. Esta parceria como
PMDB se repetirá em 2002, quando Antônio Carlos Hohlfeldt (PSDB) é candidato a
Vice-Governador, na chapa de Germano Rigotto (PMDB).
Assim, de 1990 até as últimas eleições de 2010, o único período em que o
PSDB havia estado afastado do Governo estadual foi de 1999 até 2003. Isto porque,
nas eleições de 1998 o partido apóia o PMDB na tentativa de reeleição, mesmo sem
compor a chapa, e a coligação perde o pleito para o PT. Este fato volta a ocorrer
agora, nas eleições de 2010, quando a atual Governadora do PSDB, Yeda Crusius,
perde o pleito para o candidato do PT, Tarso Genro.
Podemos atribuir a derrota do partido nestas eleições as fortes denúncias de
corrupção que receberam, que, inclusive, levaram a abertura de um processo de
improbidade administrativa do qual a Governadora é ré. Se aceitarmos a hipótese de
que os escândalos de corrupção a nível nacional envolvendo o PT e o PMDB,
levaram o povo gaúcho a procurar outros candidatos, resultando no crescimento do
PSDB em 2006, nos parece lógico que aceitemos que as denúncias de corrupção a
nível estadual envolvendo o PSDB provocaram a mesma reação no povo gaúcho. Já
a crescente popularidade do governo Lula (PT), e a presença de Tarso Genro neste
governo, somadas a participação que o PMDB teve no governo estadual do PSDB,
são algumas explicações para a opção do povo gaúcho pelo retorno ao PT.