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Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(4): 261-269.

Pinto DM, Mandil A. Claudicação Intermitente: do Tratamento Clínico ao Intervencionista. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(4): 261-269.

Artigo de Revisão

Claudicação Intermitente:
do Tratamento Clínico ao Intervencionista
Daniel Mendes Pinto1,2,3, Ari Mandil1,3

RESUMO SUMMARY

A claudicação intermitente é a apresentação clínica mais Intermittent Claudication:


comum da doença arterial periférica. A abordagem principal from Clinical to the Interventional Treatment
desta condição é o tratamento da aterosclerose sistêmica,
baseado na modificação de fatores de risco, controle medica- Intermittent claudication is the most common feature of
mentoso e exercícios físicos. Uma minoria de pacientes peripheral arterial disease. Core treatment of this condition
necessita de tratamento invasivo, entretanto, a maior parte includes the treatment of systemic atherosclerosis - based
destes pode ser tratada com técnicas percutâneas. Várias on risk factor modification -, pharmacotherapy and exercise
são as opções de tratamento endovascular, dependendo da rehabilitation. A minority of patients will need invasive
anatomia da lesão. O tratamento cirúrgico é reservado procedures, most of them by percutaneous techniques. The
para uma pequena parte de pacientes com doença ateros- several options for endovascular procedures are dependent
clerótica difusa. Neste artigo, os autores revisam o tratamento on lesion anatomy. Surgical treatment is reserved for a
clínico e as opções de tratamento invasivo atualmente small number of patients with diffuse atherosclerotic disease.
disponíveis. In this article, the authors review clinical treatment and the
different options for invasive treatment available.
DESCRITORES: Claudicação intermitente. Angioplastia trans- DESCRIPTORS: Intermittent claudication. Angioplasty, trans-
luminal percutânea coronária. Doenças vasculares. luminal, percutaneous coronary. Vascular diseases.

A
doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) é a madamente um terço dos pacientes com DAOP apresen-
manifestação mais comum da doença ateroscle- tam claudicação5. A DAOP ocorre em quatro estágios
rótica sistêmica1. Presume-se que 16% da popula- clínicos: assintomáticos, claudicação intermitente, dor
ção com mais de 55 anos é portadora da doença isquêmica em repouso e presença de lesão trófica.
aterosclerótica periférica2. O diagnóstico da aterosclerose Esses dois últimos (dor em repouso e/ou lesão trófica)
sistêmica pode ser feito precocemente com o exame configuram quadro de isquemia crítica dos membros
minucioso das artérias dos membros inferiores. A mor- inferiores, o que indica que, na maioria das vezes,
talidade é seis vezes maior nos pacientes com doença algo deve ser feito para melhora da perfusão em membros
arterial obstrutiva periférica. Quanto mais grave os inferiores, pois o risco de uma amputação é iminente6.
sintomas, maior é a mortalidade, porém estudos demons-
traram que a mortalidade em dez anos é maior também DIAGNÓSTICO
nos pacientes com DAOP assintomática.
O diagnóstico da claudicação e da DAOP é feito
Claudicação intermitente é definida como dor nas pela avaliação clínica e por métodos não invasivos. A
pernas desencadeada pelo exercício e aliviada com dor desencadeada pela deambulação ocorre em locais
repouso3. Trata-se da apresentação clínica mais comum dependentes do sítio de obstrução arterial. Oclusão
da DAOP, que apresenta graus variados, conforme a das artérias ilíacas leva a dor em glúteos e em coxa.
intensidade da obstrução arterial4 (Quadro 1). Aproxi- Lesões da artéria femoral superficial, que é a artéria
mais acometida pela doença arterial periférica, levam
à claudicação de panturrilha. Trata-se de dor de forte
1
Hospital Felício Rocho, Belo Horizonte, MG. intensidade, bem localizada na musculatura posterior
2
Hospital Mater Dei, Belo Horizonte, MG. da perna, com rápido alívio após a cessação da deam-
3
Hospital Lifecenter, Belo Horizonte, MG.
bulação. Ateromatose de múltiplos segmentos leva a
Correspondência: Ari Mandil. Rua Boa Esperança, 525/200. Belo
Horizonte, MG, Brasil. CEP 30310-730. E-mail: amandil@uol.com.br dor difusa nos membros inferiores. Com alguma freqüên-
Recebido em: 09/01/2006 • Aceito em: 27/01/2006 cia, um paciente com DAOP grave pode não se queixar

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QUADRO 1 da tensão de oxigênio, entretanto, não são de uso fácil


Classificação da doença arterial e disponíveis como o Doppler portátil.
obstrutiva periférica4
O índice tornozelo/braço (ITB) é calculado com a
Fontaine Rutherford divisão da maior pressão no tornozelo pela pressão
braquial. Valores de 0,90 a 1,30 são considerados
Estágio Quadro clínico Grau Quadro clínico
normais. Pacientes com claudicação têm ITB em torno
I Assintomático 0 Assintomático de 0,50, com dor isquêmica em repouso, em torno de
II Claudicante 1 Claudicante leve 0,20 a 0,30 e valores menores que 0,20 estão associa-
III Dor em repouso 2 Claudicante moderado dos a úlceras isquêmicas9. Importante ressaltar, porém,
que valores menores que 0,90 (ou seja, próximos da
IV Úlcera ou 3 Claudicante grave
normalidade) indicam presença de DAOP com sensibi-
gangrena
lidade e especificidade acima de 95% e, mesmo que
4 Dor em repouso
assintomáticos, devem ser tratados agressivamente para
5 Perda tecidual menor prevenção de eventos cardiovasculares (infarto agudo
6 Perda tecidual maior do miocárdio, angina instável e acidente vascular cere-
bral). Pressões aumentadas nas artérias tibiais podem
ocorrer em pacientes diabéticos e nefropatas, o que
leva a índices falsamente elevados. Quando comparado
de dor à deambulação, porque outras condições limitam com a arteriografia, o ITB apresenta sensibilidade de
sua atividade física. 95% para diagnóstico de lesões obstrutivas nas artérias
Para estudos populacionais, o diagnóstico da clau- de membros inferiores e é quase 100% específico
dicação pode ser feito com uso de questionários, como para identificar indivíduos saudáveis10. Pacientes com
o de Rose, de 1962, e sua versão atualizada – questio- pressão de tornozelo acima de 100 mmHg têm mais
nário de Edimburgo7. Entretanto, os resultados destes de 80% de chance de cicatrização das úlceras isquêmicas
questionários variam dependendo de características nos pés11. Pacientes com ITB abaixo de 0,40 têm risco
como a idade e a ocupação do paciente5. relativo de morte por doenças cardiovasculares de 3,35,
comparados com aqueles com ITB acima de 0,851.
É freqüente a dificuldade diagnóstica com dor
devido à compressão de raízes nervosas lombares ou O diagnóstico da claudicação é preciso quando
à insuficiência venosa crônica. Falso-positivos de até se associa a história clínica, a palpação de pulsos
44% podem ocorrer com a anamnese isolada8. periféricos e a medida do ITB.

A parte mais importante do exame físico para EVOLUÇÃO DO PACIENTE


confirmação da DAOP é a palpação de pulsos perifé- COM CLAUDICAÇÃO
ricos. Devem ser palpados os pulsos das artérias femorais,
poplíteos, tibial posterior e pediosa. Importante ressal- A evolução dos pacientes com claudicação é benig-
tar que em até 12% das vezes o pulso pedioso não na em sua maioria. De cada 100 pacientes, 75 estabi-
é palpável8. Na prática clínica diária, a palpação de lizam ou melhoram os sintomas, mesmo que ocorra
pulsos periféricos é a chave para o diagnóstico, pois deterioração do quadro angiográfico12. A estabilização
exclui a DAOP com alto grau de certeza e identifica dos sintomas ocorre pelo desenvolvimento de circula-
o grupo que necessitará da avaliação não invasiva. O ção colateral, por adaptação metabólica do músculo
próximo importante passo do exame físico é a medi- isquêmico e aumento da densidade capilar. Dos pacientes
ção das pressões de tornozelo, com cálculo do índice com claudicação, 25% pioram o quadro, aproximada-
tornozelo/braço. mente 5% necessitarão de alguma intervenção cirúrgi-
ca ou endovascular e 2% evoluem para amputação
ÍNDICE TORNOZELO/BRAÇO em 5 anos5,11 (Figura 1). Os objetivos do tratamento da
claudicação são melhorar os sintomas, a capacidade
As medidas de pressão de tornozelo fazem parte de deambulação e a qualidade de vida.
do exame do paciente com DAOP e suspeito de clau-
dicação. São feitas medidas de pressão da artéria tibial TRATAMENTO CLÍNICO
posterior atrás do maléolo medial e da artéria pediosa,
no dorso do pé. Para isso, utiliza-se o aparelho de O principal problema do paciente claudicante não
Doppler-ultra-som portátil. Trata-se de aparelho de fácil é a limitação à deambulação. Claudicação intermiten-
uso, de baixo custo, as medidas são indolores e de te tem 30% de mortalidade em 5 anos, e risco de 2
alta reprodutibilidade, o que torna o método de uso a 4 vezes maior de óbito por complicações cardiovas-
disseminado. Outras técnicas de avaliação quantitativa culares em comparação à população não claudicante13.
da circulação arterial podem ser mais acuradas para A prioridade, portanto, é o tratamento para modifica-
indicação de revascularização dos membros inferiores, ção dos fatores de risco de progressão da aterosclerose.
como a pletismografia de hálux e a medida transcutânea Vários estudos mostram que pacientes com DAOP são

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Antagonistas beta-adrenérgicos podem levar à piora


dos sintomas da claudicação, especialmente em graus
avançados. Apesar de ocorrer piora da dor com uso
de betabloqueadores não seletivos, vários estudos mos-
tram que não há redução da distância de marcha com
esses medicamentos18. O uso dos betabloqueadores
seletivos é seguro nos pacientes com claudicação leve
a moderada, porém, pode agravar a dor isquêmica em
repouso19. O uso de inibidores da enzima conversora
da angiotensina (IECA) nos pacientes com DAOP tem
a vantagem de reduzir os eventos cardiovasculares.
Pacientes com DAOP beneficiam-se do uso de ramipril,
porém não há diferença significativa em relação ao
grupo de pacientes sem doença arterial periférica20.
Apesar da análise do subgrupo de pacientes clau-
dicantes do estudo Antiplatelet Trialist’s Collaboration21
mostrar uma redução de 18% de morte devido a causas
vasculares nos pacientes recebendo aspirina, esta redu-
Figura 1 - Evolução do paciente claudicante em 5 anos 5,13. ção não foi estatisticamente significativa. Embora não
seja indicada para tratamento específico da doença
arterial periférica, a aspirina, mesmo em doses de 75
a 325 mg/dl, reduz o risco de morte por causas vascu-
subtratados em relação ao uso de drogas antilipidêmicas
lares, aumenta a patência de enxertos arteriais e da
e antiplaquetárias, em relação aos com doença coro-
angioplastia periférica22. O uso de ticlopidina é dificul-
nariana14. Os fatores de risco para DAOP, em ordem
tado pela incidência em 2,3% dos pacientes de trom-
de importância, são: tabagismo, obesidade, diabetes
bocitopenia e neutropenia. O clopidogrel tem menos
mellitus, hipertensão familiar, hiperlipidemia, hipertensão efeitos hematológicos que a ticlopidina.
arterial e trombofilias.
Dados do subgrupo de pacientes com doença
Como observado acima, a grande maioria dos arterial periférica do estudo CAPRIE mostraram que a
pacientes tem evolução benigna quanto aos sintomas redução de morte por eventos cardiovasculares foi
de claudicação. Portanto, o tratamento é eminentemente significativamente menor quando em uso de clopidogrel
clínico. Menos de um quarto dos pacientes necessitarão em relação à aspirina (redução de 8,7%, p =0,04)20. A
de alguma espécie de intervenção. Os objetivos do associação de clopidogrel e aspirina é usada por um
tratamento da claudicação são a prevenção de eventos período variável de 2 meses a 1 ano, em pacientes
cardiovasculares, melhorar os sintomas, a capacidade submetidos à angioplastia de membros inferiores.
de deambulação e a qualidade de vida.
O controle da glicemia, dos níveis de colesterol
O tratamento principal do claudicante é um progra- LDL e triglicerídeos e o uso de antiagregantes (aspirina
ma de exercício físico formal. O exercício físico super- ou clopidogrel) fazem parte do tratamento do claudi-
visionado leva ao aumento médio da distância de cante, no entanto, visam mais à redução dos eventos
marcha de 179 metros15. Os melhores resultados reque- cardiovasculares fatais que ao tratamento específico
rem motivação dos pacientes, o que é uma limitação, da claudicação.
como assim o é para a interrupção do hábito de fumar.
Apesar da interrupção do tabagismo reduzir a chance DROGAS PARA TRATAMENTO
de progressão para isquemia crítica, não está certo se DA CLAUDICAÇÃO
leva à melhora da claudicação. Dados de uma meta- A pentoxifilina é uma metilxantina que altera a defor-
nálise mostraram que, parando de fumar, os pacientes mabilidade das hemácias por meio de alterações estrutu-
não aumentaram a distância de marcha15. rais nos microtúbulos. Apesar de ser a primeira droga
Os pacientes com DAOP, que freqüentemente liberada para uso em claudicantes, não mostrou ser supe-
cursam com doença coronariana ou cerebral, benefi- rior ao placebo para o aumento da distância de deam-
ciam-se do uso de drogas hipolipemiantes, com a bulação23. O pouco efeito na melhora da claudicação
faz com que não haja indicação para seu uso corriqueiro.
recomendação atual de manter o colesterol LDL abaixo
de 100 mg/dl e triglicerídeos abaixo de 150 mg/dl16. O cilostazol é um inibidor da fosfodiesterase-3, au-
Estatinas são recomendadas como drogas iniciais. O menta o AMP cíclico intracelular, inibe a agregação pla-
ácido nicotínico é uma opção para redução de trigli- quetária e é um inibidor in vitro da célula muscular lisa.
cerídeos em pacientes com dificuldade de controle da Apesar disso, o mecanismo pelo qual o cilostazol aumen-
glicemia, com a vantagem de elevar os níveis séricos ta a tolerância à deambulação é desconhecido24. Vários
de colesterol HDL17. trabalhos randomizados mostram o cilostazol superior ao

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placebo e à pentoxifilina para aumento da distância de conduta deve levar em conta as comorbidades dos
marcha e redução da dor à deambulação25. O principal pacientes, o risco operatório e a expectativa de vida.
efeito colateral é a cefaléia, que pode afetar um terço dos
O sucesso técnico para as estenoses é próximo a
pacientes em uso de 100 mg duas vezes ao dia25. Assim
100% e, para as oclusões, em torno de 80 a 85%5,27.
como a milrinona, outro inibidor da fosfodiesterase-3,
Para angioplastia isolada com balão das artérias ilíacas,
deve ser evitado em pacientes com insuficiência cardíaca.
a patência é próxima a 80%, em 1 ano e 60%, em 5
É o medicamento de escolha para tratamento com obje-
anos28. O resultado com uso de stents tem se mostrado
tivo de melhora da distância de deambulação.
melhor, com patência de 72%, em cinco anos para
O uso de outros medicamentos para tratamento estenoses e de 64%, em 3 anos para oclusões29,30 (Figu-
da claudicação não se mostrou eficaz, incluindo os ras 2 e 3). Os resultados da angioplastia foram compa-
vasodilatadores, anticoagulantes, buflomedil, naftidrofuril rados pelo grupo TASC com os resultados cirúrgicos
e ginko biloba24,25. obtidos de uma metanálise da literatura sobre o bypass
aorto-bifemoral de 1970 a 1996, que mostra patência
TRATAMENTO ENDOVASCULAR DA de 91%, em 5 anos e mortalidade de 3,3%31. O grupo
CLAUDICAÇÃO concluiu que apesar da maior perviedade, a cirurgia
deve ser usada para tratamento da claudicação somen-
O tratamento invasivo para claudicação, seja por te quando outras formas de tratamento medicamentoso
via endovascular, ou por cirurgia convencional, é indi- não tiveram sucesso (recomendação 371 – TASC)5. De
cado somente numa minoria de pacientes, especialmente maneira geral, o benefício com a cirurgia é menor no
naqueles que não houve melhora com exercício físico. claudicante leve a moderado, portanto, o tratamento
Desde a primeira intervenção descrita por Dotter e endovascular é de escolha neste subgrupo de pacientes.
Judkins, em 196426, várias modalidades de tratamento
podem ser utilizadas, desde a angioplastia isolada com A angioplastia tem sido comparada com programas
balão, uso de stents metálicos e endopróteses a mé- de exercício físico, com objetivo de definir qual melhor
todos de intervenção ainda de aplicabilidade limitada, opção para melhora da capacidade funcional e da qualida-
como aterótomos periféricos, laser e crioplastia. de de vida. Em estudo publicado recentemente, compa-
rando artigos de 1980 a 2003 com grupos de pacientes
O resultado da angioplastia com ou sem uso de submetidos à fisioterapia supervisionada e à angioplastia,
stents é variável, conforme a localização da lesão e os autores concluíram que ambos os tratamentos melho-
sua morfologia. Doença aterosclerótica difusa, com ram a qualidade de vida, porém a capacidade funcional
vários níveis de estenoses/obstruções desde a aorta de deambulação é significativamente maior naqueles sub-
até os membros inferiores, seguramente é melhor tratada metidos à angioplastia32. Esses dados mostram a tendên-
com cirurgia. Por outro lado, lesões curtas ou segmen- cia atual de complementação das opções terapêuticas e
tares apresentam resultado a longo prazo satisfatório não somente indicar a angioplastia ilíaca quando o pacien-
com tratamento percutâneo. Lesões no território aorto- te não tem melhora com o tratamento conservador33.
ilíaco apresentam excelente patência a longo prazo,
A taxa de complicações geral após angioplastia
comparável, em algumas situações, à cirurgia. Lesões
abaixo do ligamento inguinal têm patência menor que
as de ilíacas. No território infrapoplíteo, o tratamento
endovascular habitualmente é reservado para o salva- QUADRO 2
mento de membro, não usado para tratamento da Classificação TASC de lesões ilíacas5
claudicação devido à baixa perviedade. TASC A
• lesões focais < 3 cm
TRATAMENTO DAS LESÕES AORTO-ILÍACAS
TASC B
No território aorto-ilíaco, a maioria dos casos pode • estenose entre 3 e 10 cm extensão
ser tratada por via endovascular com bons resultados • lesão bilateral < 5 cm
a longo prazo. O TASC – Transatlantic Inter-Society • oclusão unilateral da artéria ilíaca comum
Consensus – é um documento de consenso publicado
TASC C
em 2000, no qual é descrita a classificação das lesões
• estenose bilateral entre 5 e 10 cm
ateroscleróticas periféricas, conforme utilizada hoje (Qua-
dro 2)5. Lesões curtas, abaixo de 5 cm de extensão • oclusão unilateral da artéria ilíaca externa
(TASC A e B), são de tratamento preferencial por via • oclusão bilateral da artéria ilíaca comum
endovascular. Para lesões TASC C ainda não há certeza TASC D
sobre qual a opção mais eficaz. Lesões TASC D (oclusões • estenose ilíaco-femoral > 10 cm
longas em segmento aorto-ilíaco) apresentam maior pervie- • oclusão unilateral da artéria ilíaca comum e da
dade com tratamento cirúrgico, apesar de inúmeras artéria ilíaca externa unilateral
publicações mostrarem benefício na abordagem percutânea • oclusão bilateral da artéria ilíaca externa
em pacientes de alto risco cirúrgico. A definição da

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Figura 2 - Tratamento de estenose da artéria ilíaca externa esquerda (lesão TASC A) com angioplastia isolada com balão.

Figura 3 - Oclusão bilateral das artérias ilíacas comuns (lesão TASC C) tratada com angioplastia com implante de stents.

de ilíacas é de 8,1%, sendo 2,7% de complicações É submetida a forças de tração longitudinal e transversal
maiores28. As complicações mais comuns estão relacio- causadas pelos grupos musculares da coxa, caracterís-
nadas ao acesso vascular: hematomas (2,9%), oclusão ticas que não se encontram em outros segmentos arteriais.
aguda (1,9%), embolização (1,6%) e pseudo-aneurismas Irriga um território de alta resistência periférica, por
(0,5%), com mortalidade média de 0,2%28,33. vezes com escoamento ruim pelas artérias tibiais, pois
é comum o acometimento aterosclerótico concomitante
TRATAMENTO DAS LESÕES FÊMORO-POPLÍTEAS dessas artérias (Figura 4).
A artéria femoral superficial é a artéria periférica Essas características fazem com que o segmento
mais comumente acometida pela doença aterosclerótica. fêmoro-poplíteo seja hoje o “calcanhar-de-aquiles” dos

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quer método pode ser usado, pois os resultados não


diferem muito.
Para lesões difusas e longas, o bypass fêmoro-
poplíteo é a melhor opção. É opinião de vários autores
que para lesões de até 5 cm de extensão, o tratamento
endovascular é efetivo e oferece resultados satisfatórios,
considerando sua menor morbidade34.
Com o desenvolvimento de stents auto-expansíveis
de nitinol, o tratamento percutâneo tem sido cada vez
mais usado como primeira opção35,36. Apesar da menor
perviedade a longo prazo em relação às ilíacas, pacientes
com lesões fêmoro-poplíteas têm maior probabilidade
de apresentarem comorbidade coronariana e ateros-
clerose em múltiplos níveis36. Taxas de perviedade de
85%, em 1 ano e de 68%, em 3 anos, são alcançadas
com os stents de nitinol37. Desta forma, lesões fêmoro-
poplíteas curtas, de até 5 cm de extensão, são tratadas
inicialmente por via endovascular, reservando a cirur-
Figura 4 - Forças exercidas sobre a artéria femoral superficial. gia para os casos de insucesso nas recanalizações e
obstruções longas (Figura 5). Além disso, várias publica-
ções mostram que o resultado clínico como alívio dos
intervencionalistas. Inúmeros métodos podem ser usados sintomas e a cicatrização das feridas é maior que as
para tratamento dessas lesões, porém nenhum provou taxas de perviedade38,39. Não é raro encontrar pacientes
ser eficaz para evitar a reestenose tardia. Os stents com reestenose da artéria femoral que permanecem
auto-expansíveis de nitinol apresentam características sem sintomas. Portanto, a perviedade não deve ser a
de conformabilidade com a artéria femoral e a poplí- única medida de resultado do tratamento, mas também
o alívio dos sintomas e a morbidade a longo prazo.
tea, com suporte para as forças de tração, consistindo
na melhor opção atual para tratamento percutâneo. O Quadro 3 sumariza as opções de tratamento
Entretanto, para as lesões curtas, provavelmente qual- endovascular para as lesões fêmoro-poplíteas.

Figura 5 - Tratamento de oclusão da artéria femoral superficial com angioplastia e implante de stent.

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QUADRO 3
Opções de tratamento endovascular para lesões fêmoro-poplíteas
Tipo de procedimento Como funciona Melhor indicação Resultados
Angioplastia Fratura da placa Lesões focais; lesões Patência primária de 61%, em 1 ano, 51%,
intraluminal aterosclerótica e na linha articular do em 3 anos e 48%, em 5 anos; para esteno-
com balão dilatação do lúmen joelho; reestonoses ses curtas, o resultado é semelhante ao uso
arterial intra-stent de stents; para oclusões, a perviedade é mui-
to baixa, sendo indicado uso de stents40
Angioplastia Angioplastia realizada Lesões longas ou que Taxas variáveis de sucesso nas recanaliza-
subintimal com balão fora do ultrapassam a linha ções extraluminais (13 a 24% de insucesso
lúmen da artéria, no articular do joelho técnico) e patência primária em 1 ano de
espaço subintimal 33 a 74%41
Angioplastia com Lâminas longitudinais Estenoses de anasto- Resultados semelhantes à angioplastia com
cutting balloon causam fratura e moses de bypass; balão, porém com menor necessidade de
dissecção ordenada da reestenose intra-stent uso de stents; séries com número reduzido
placa aterosclerótica de casos42
Stents auto- Malha de nitinol com Lesões longas e Resultados de 1 ano são próximos ao
expansíveis de força para manter o oclusões bypass com veia safena (patência primária
nitinol lúmen aberto e com de 85%), porém sofrem queda acentuada
elasticidade radial e nos próximos anos, com patência primária
axial de 68%, em 2 anos43
Stents revestidos Stents de nitinol Lesões longas e Resultados não foram superiores ao stent de
com drogas revestidos com oclusões nitinol não-revestidos devido à inesperada
rapamicina elevada patência primária desses stents (7%
de reestenose em 6 meses)44
Stents recobertos Endoprótese tubular de Múltiplas estenoses Endoprótese de PTFE (Viabahn®) apresenta
(endopróteses) PTFE ou Dacron, ou oclusões longas patência semelhante ao bypass com pró-
montadas sob esquele- teses, com patência de 74% em 2 anos45
to de nitinol ou de aço
Crioplastia Balão de angioplastia Estenoses longas ou Resultados similares à angioplastia com
que esfria a placa; a na linha articular do balão, porém sem dados a longo prazo46
temperatura de -10°C joelho
leva à apoptose da
célula muscular lisa,
teoricamente reduzindo
a chance de reestenose
Aterectomia O aterótomo SilverHawk Lesões ostiais ou Patência em 6 meses superior à angioplastia
(FoxHollow Technolo- difusas; reestenose com balão para lesões difusas, porém com
gies) é o único projeta- intra-stent reduzido número de casos e não há dados
do para circulação peri- a longo prazo47
férica, com lâminas cir-
culares que retiram
fragmentos da placa
aterosclerótica
Laser Excimer laser que usa Lesões difusas nas Estudos PELA e LACI não mostraram maior
efeito da luz de laser artérias tibiais; reeste- perviedade em relação à angioplastia com
para ablação da placa nose intra-stent balão, porém com maiores taxas de
recanalização de artérias tibiais48
Cirurgia Derivações feitas com Lesões difusas ou Patência primária de 75% e secundária de
enxertos venosos ou oclusões longas 81%, em 5 anos; taxas de infecção de ferida
próteses de 8 a 19%49

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TRATAMENTO CIRÚRGICO DA CLAUDICAÇÃO DL et al. Critical issues in peripheral arterial disease detec-
tion and management: a call to action. Arch Intern Med
A cirurgia raramente é necessária para o tratamento 2003;163:884-92.
da claudicação. Como visto anteriormente, somente uma 3. Rose GA, Blackburn H. Cardiovascular survey methods. World
pequena porcentagem necessitará de tratamento cirúrgico. Health Organization monograph series. No. 56. Geneva:
No claudicante, o tratamento da aterosclerose sistêmica World Health Organization;1968. p.1-188.
é prioritário ao das lesões periféricas. Ocasionalmente, 4. Lastoria S, Maffei FHA. Aterosclerose obliterante periférica:
se o exercício físico supervisionado, associado ao uso epidemiologia, fisiopatologia, quadro clínico e diagnóstico.
In: Maffei FHA, Lastória S, Yoshida WB, Rollo HA, eds.
de cilostazol e estatinas, não funciona ou é rejeitado Doenças vasculares periféricas. Rio de Janeiro:MEDSI;2002.
pelo paciente, este pode ser encaminhado para realiza- p.1007-24.
ção de exames de imagem para avaliar a possibilidade 5. Dormandy JA, Rutherford RB. Management of peripheral
de angioplastia periférica. Se esta não é possível, devi- arterial disease (PAD). J Vasc Surg 2000;31:S1-296.
do à anatomia das lesões, a cirurgia é a opção. 6. Rutherford RB, Baker JD, Ernst C, Johnston KW, Porter JM,
Ahn S et al. Recommended standards for reports dealing with
Derivações arteriais infra-inguinais com uso de lower extremity ischemia: revised version. J Vasc Surg 1997;
enxerto venoso ou protético são feitas com menor 26:517-38.
morbidade que procedimentos no segmento aorto- 7. Leng GC, Fowker FG. The Edinburgh claudication questionnai-
ilíaco, que necessitam de incisões abdominais. Entretan- re: an improved version of the WHO/Rose Questionnaire for
to, os procedimentos proximais, especialmente aque- use in epidemiological surveys. J Clin Epidemiol 1992;45:
les com necessidade de pinçamento da aorta, têm 1101-9.
maior morbidade, as revascularizações distais normal- 8. Marinelli MR, Beach KW, Glass MJ, Primozich JF, Strandness
DE Jr. Non-invasive testing vs. clinical evaluation of arterial
mente são feitas em pacientes diabéticos e/ou com
disease: a prospective study. JAMA 1979;241:2031-4.
aterosclerose avançada, cujo risco cirúrgico é alto.
9. van Bellen B. Doppler ultra-som, índice de pressão e prova
Taxas de perviedade de até 80%, em 10 anos, são de esforço na avaliação das doenças arteriais. In: Maffei FHA,
atingidas com o bypass aorto-bifemoral32. Lastória S, Yoshida WB, Rollo HA, eds. Doenças vasculares
periféricas. Rio de Janeiro: MEDSI;2002. p.319-27.
Quando o acometimento das artérias tibiais é pe-
10. Laing S, Greenhalgh RM. The detection and progression of
queno, ou seja, há um run-off adequado, o bypass asymptomatic peripheral arterial disease. Br J Surg 1983;70:
fêmoro-poplíteo apresenta altas taxas de patência. Entre- 628-30.
tanto, como exposto anteriormente, deve ser indicada 11. Imparato AM, Kim GE, Davidson T, Crowley JG. Intermittent
somente quando não há melhora com outras modali- claudication: its natural course. Surgery 1975;78:795-9.
dades de tratamento conservador ou mesmo endovas- 12. Jelnes R, Gaardsting O, Hougaard Jensen K, Baekgaard N,
cular. Derivações para artérias infrapoplíteas são rara- Tonnesen KH, Schroeder T. Fate in intermittent claudication:
mente justificadas para o tratamento da claudicação e outcome and risk factors. Br Med J 1986;293:1137-40.
são reservadas para o salvamento de membros. 13. CAPRIE Stering Committee. A randomised, blinded, trial of
clopidogrel versus aspirin in patients at risk of ischaemic
events (CAPRIE). Lancet 1996;348:1329-39.
CONCLUSÃO
14. McDermott MM, Mehta S, Ahn H, Greenland P. Atheroscle-
O tratamento do paciente com claudicação deve rotic risk factors are less intensively treated in patients with
ser focado na modificação de fatores de risco, terapia peripheral arterial disease than in patients with coronary
artery disease. J Gen Intern Med 1997;12:209-15.
antiplaquetária, antilipidêmica, uso do cilostazol e exer-
15. Girolami B, Bernardi E, Prins MH, Ten Cate JW, Hettiarachchi
cício físico monitorizado. Para os pacientes que não
R, Prandoni P. Treatment of intermittent claudication with
melhoram ou não seguem as medidas conservadoras, physical training, smoking cessation, pentoxifylline or nafronyl:
o tratamento endovascular pode ser feito como primeira a meta-analysis. Arch Intern Med 1999;159:337-45.
opção na maioria das vezes. O tratamento endovascular 16. Hiatt WR. Medical treatment of peripheral arterial disease
no segmento aorto-ilíaco apresenta perviedade próxi- and claudication. N Engl J Med 2001;344:1608-21.
ma à da cirurgia, porém com grande impacto na redu- 17. Elam MB, Hunninghake DB, Davis KB, Garg R, Johnson C,
ção da morbidade. Existem inúmeras opções para trata- Egan D et al. Effect of niacin on lipid and lipoprotein levels
mento no segmento fêmoro-poplíteo, sendo que nenhu- and glycemic control in patients with diabetes and periphe-
ma resolveu ainda o problema da reestenose tardia. ral arterial disease: the ADMIT study: a randomized trial.
JAMA 2000;284:1263-70.
Entretanto, como as co-morbidades cardiovasculares
18. Racak K, Deck C. Beta-adrenergic blocker therapy does not
são comuns neste subgrupo de pacientes, o tratamento
worsen intermittent claudication in subjects with peripheral
percutâneo tem sido feito como primeira escolha em arterial disease: a meta-analysis of randomized controlled
vários centros, pois o resultado clínico (alívio dos trials. Arch Intern Med 1991;151:1769-76.
sintomas) tende a exceder as taxas de patência. 19. Heintzen MP, Strauer BE. Peripheral vascular effects of beta-
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