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SUCOS E REFRIGERANTES

Um mercado em ebulição
Lilian Araujo

P ara atender às modificações do hábi-


tos alimentares, a indústria brasileira
de bebidas está alterando as formas de atu-
o crescimento de participação das outras
parcelas do mercado de bebidas não-
alcóolicas. O mercado de bebidas, no Bra-
dados prévios das indústrias do setor. Mas
o rival da indústria de refrigerantes não é
a de sucos prontos, que está bem longe de
ação no mercado e seguindo uma tendên- sil, movimenta 14 bilhões de litros ao ano, chegar aos patamares em volume das fá-
cia mundial: a de produtos mais saudáveis, com crescimento médio de 15%. Deste to- bricas de bebidas gaseificadas. Anualmen-
saborosos e que ainda possam proporcio- tal, 3 bilhões são de sucos. te, as empresas de sucos prontos movimen-
nar benefícios à saúde. Com esta visão, A pouca apreensão da indústria de re- tam cerca de 165 milhões de litros no País,
surgem a cada momento novas empresas frigerantes é justificada pelo volume pro- o que representa R$ 450 milhões. O valor
ou outras já tradicionais, que estão ingres- dutivo desta linha, o qual está muito dis- está bem abaixo dos mais de R$ 15 bi-
sando no mercado de bebidas prontas para tante de outros setores. No ano passado, a lhões movimentados pela indústria de re-
beber, nas quais se incluem sucos de fru- indústria de refrigerantes brasileira produ- frigerantes. Para 2003, a expectativa é de
tas, refrescos, chás, água mineral e água ziu 11,97 bilhões de litros da bebida, o que o setor de sucos prontos atinja a casa
de coco. Na via contrária, ao mesmo tem- que significou um aumento de 3,3% em dos 200 milhões de litros.
po em que as opções de bebidas se proli- relação a 2001. Um ligeiro aumento se Por enquanto, a única disputa acirra-
feram, estão os “vovôs” refrigerantes, cuja comparado ao do mercado de sucos pron- da no setor de refrigerantes está entre
indústria é dona da maior parcela do seg- tos para beber, que deve registrar cresci- as marcas regionais, que têm diferenças
mento e que ainda está despreocupada com mento médio de 50% em 2002, segundo éticas na forma de trabalharem. De acor-

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do com a Associação Brasileira da marca Coca-Cola cresceu 3,2% no
Indústria de Refrigerantes (Abir), período e se mantém líder no seg-
após a entrada da garrafa PET de mento, com uma participação de
dois litros, no início da década de 32,2%. Segundo o diretor da ABIR,
noventa, muitas marcas regionais de o Brasil é o terceiro maior consu-
refrigerantes passaram a ter outra midor mundial de refrigerantes, fi-
imagem nas gôndolas dos supermer- cando atrás somente dos Estados
cados, saindo de 8% de participa- Unidos e México.
ção do segmento para 16%. Com o A ABIR está ampliando sua atu-
crescimento do segmento, o núme- ação no segmento de bebidas e
ro de marcas regionais aumentou e mudando a denominação para As-
muitas passaram a ser vendidas a sociação Brasileira da Indústria de
preços excessivamente baixos. Isto R e f r ig e ra nt e s e B e b i da s N ã o -
levou a ABIR a organizar estudos alcóolicas, sob a mesma sigla. Bom
que provassem má conduta de de- para o setor de sucos prontos, que
terminadas empresas. A pesquisa até então não dispunha de algum
identificou que muitas destas com- órgão que o representasse. “Além
panhias ignoravam a carga tributá- deste grupo de produtores não ter
ria, que chega a 40% do valor final uma associação que os represen-
do refrigerante. Os documentos fo- tasse, a maioria dos nossos asso-
ram encaminhados às Secretarias da ciados já estavam ingressando no
Fazenda estaduais e à Receita Fede- mercado de sucos, energéticos e
ral. “Isto era uma competição anti- água mineral”, justifica Menezes.
ética, que prejudicava as outras em-
presas regionais. Com os estudos, os Potencial dos Sucos
órgãos responsáveis fizeram uma fis- Fanta Morango: último lançamento da Coca-Cola
calização bastante eficiente e hoje Assim como a indústria de refrige-
os refrigerantes regionais têm 33% do do 17% a participação da Ambev. A rantes tem outras questões a se preocupar
mercado”, conta Carlos Cabral de Menezes, Coca-Cola obteve crescimento de 2,6% e não aquelas relacionadas com as de su-
diretor executivo da ABIR. nas vendas em 2002, com destaque para cos prontos, a indústria de sucos também
Atualmente são mais de 700 marcas a marca Fanta, com aumento de 14% no tem outras metas a seguir. Com o expres-
de refrigerantes regionais no Brasil, que ano passado. Depois de lançar os sabo- sivo crescimento, o potencial do segmen-
competem com as grandes Coca-Cola e res Citrus e Maçã, a Coca-Cola inicia o to de sucos de frutas está sendo acompa-
Ambev, detentora das marcas Guaraná ano com mais um item para a marca nhado nos últimos anos, instigando diver-
Antarctica, Brahma e Pepsi. Líder de Fanta: o sabor Morango. De acordo com sas empresas a entrar no segmento. Ideal
mercado, a Coca-Cola é dona de 50% das a empresa, o Brasil já é o maior merca- para o consumidor, que tem mais opções
vendas nacionais de refrigerantes, sen- do de Fanta no mundo. Por sua vez, a de escolha e maior concorrência para as

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tradicionais no ramo. das, nas quais estão os


São novas empresas que sucos naturais sem
decidiram investir no conservantes e os re-
segmento, outras que frescos prontos. “É im-
querem ampliar a parti- portante que as marcas
cipação no mercado e trabalhem no sentido
algumas já tradicionais de criar sua própria ca-
do setor de bebidas que tegoria e se diferenci-
estão apostando na li- ar com produtos de
nha de sucos prontos qualidade”, destaca
para beber. Purri, ao ressaltar que
Mercado para todas o objetivo da nova em-
é o que não falta. Ape- presa é tornar o con-
sar do considerável au- sumidor fiel à fruta,
mento na produção, com “produtos saudá-
este setor da indústria veis e de qualidade”,
alimentícia ainda tem complementa.
muito a explorar. Se- A principal estra-
gundo pesquisas, o Vitor Purri, superintendente da Sucos Mais tégia da Sucos Mais
consumo per capita de para tornar o público
sucos prontos, no Brasil, varia entre 0,6 lhões. Instalada numa área de 75 mil m², fiel à marca é uma campanha de degus-
ml e 0,8 ml, o que é muito baixo com- sendo 12 mil m² de área construída, a fá- tação por etapas. A primeira delas, pro-
parado a outros países. Na Alemanha, o brica conta com capacidade para proces- movida no último semestre de 2002,
consumo per capita chega a 30 litros, sar 6 milhões de l/mês e quatro linhas de aconteceu no Espírito Santo e Minas
nos Estado Unidos a 37 l, no Canadá a embalagem. Na unidade são processados Gerais, estados de atuação dos con-
30 l, na Argentina a 10 l e no Chile a 4 os sabores manga, manga light, pêssego, troladores da empresa, que são de ori-
l por habitante. pêssego light, goiaba, goiaba light, uva, gem supermercadista e da indústria do
Um dos casos mais recentes de empre- uva light e ainda maracujá, caju, laranja e café. “A meta é nos tornarmos líderes
sa que ingressou no segmento de sucos maçã, os quais são embalados em frascos nesses dois estados”, diz o superinten-
prontos para beber é o da Cocamar Coo- de vidro de 250 ml, lata de 335 ml e em dente da empresa. A segunda campa-
perativa Agroindustrial, do Paraná. A co- cartonadas de 200 ml e 1 litro. nha entrou em ação no primeiro trimes-
operativa acaba de lançar a marca de suco A unidade foi projetada para processar tre de 2003, nos Estados de São Paulo e
Purity, com seis sabores convencionais de 24 milhões de litros de sucos e chegar a Rio de Janeiro, devendo ser expandida
néctares de frutas (pêssego, manga, la- um faturamento de R$ 52 milhões no pri- para os outros Estados ao longo do ano.
ranja, goiaba, morango e uva) e quatro meiro ano de atuação. “Nós queremos es- Apesar do potencial interno do mer-
versões light do produto (morango, man- tar, em três anos, entre as três ou quatro cado de sucos, a Sucos Mais quer ir mui-
ga, goiaba e pêssego). principais marcas do Brasil”, acredita Vitor to além. A empresa já conquistou o ex-
Para isso, a Cocamar investiu R$ 9 mi- Purri, superintendente da Sucos Mais. terior com seus produtos, devendo ter
lhões na fábrica de sucos. A unidade de Para isso, a empresa quer se destacar 10% do seu faturamento representado
Maringá entrou em operação em janeiro, pela diferenciação das categorias de bebi- pelas vendas internacionais. “Já esta-
com capacidade para mos embarcando para
produzir 40 milhões de China e Portugal”, diz
litros. A meta da empre- o superintendente da
sa é alcançar 4% de par- empresa. Com isso,
ticipação de mercado em as metas de cresci-
2003, 9% no próximo mento para 2003 es-
ano e 15% em 2005. tão sendo revistas,
Outra empresa a se pois, pelo andar da
lançar no mercado de su- carruagem, serão su-
cos prontos é a Mais In- peradas antes mesmo
dústria de Alimentos, de de completar 12 me-
Linhares (ES). Formada ses de atuação. “Ori-
pelos grupos WRV e ginalmente, as ativi-
MonteSanto Tavares, a dades de exportação
indústria entrou em ope- não estavam previs-
ração em agosto passa- tas para o primeiro
do, após receber inves- a no de operação”,
timento de R$ 28 mi- Sucos Mais quer faturar R$ 52 milhões com mix de sucos naturais acrescenta Purri.

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Assim que a ex- As grandes


pectativa for con- na disputa
firmada, a Mais pelo mercado
Indústria de Ali-
mentos dará início Enquanto novas
à segunda fase do empresas investem
projeto da fábrica, para disputar o
a qual foi projeta- crescente mercado
da para atender de sucos de frutas
rapidamente ex- naturais e prontos
pansões. “Na se- para beber, Del
gunda fase a uni- Valle, Parmalat e
dade praticamente Kraft Foods criam
dobra de capaci- Kraft entra na dispura do mercado de sucos prontos com marca tradicional estratégias para se
dade”, detalha destacar frente às
Vitor Purri. Para fortalecer sua participa- prontos para beber. A companhia, insta- novas marcas do setor neste ano. A mais
ção neste mercado, a Mais Indústria de Ali- lada em Caçapava, interior de São Paulo, nova entre elas no segmento, a Kraft
mentos estará, durante o ano de 2003, par- está investindo, no primeiro trimestre do Foods, conta com uma marca de peso, a
ticipando de feiras no exterior em parceria ano, R$ 750 mil em marketing. A meta da do tradicional suco concentrado Maguary.
com a Associação das Indústrias Proces- empresa é expandir em 40% suas vendas Por outro lado, a Del Valle foi a primeira
sadoras de Frutos Tropicais (ASTN). da linha de sucos naturais Sufresh, que é a acreditar no segmento no Brasil, é líder
Além disso, Purri explica que o pro- composta pelos sabores goiaba, uva, man- de mercado e aposta na fidelização dos
jeto da fábrica foi desenhado para aten- ga, pêssego, maracujá, laranja, maçã, la- consumidores. E ainda a Parmalat, que
der a todas as legislações ambientais ranja com acerola e caju. também disputa o mercado de concentra-
vigentes, incluindo as futuras amplia- O investimento inclui campanhas pu- dos e quer ganhar mercado em 2003 com
ções. O projeto inclui uma central de blicitárias no litoral de São Paulo e capi- a linha Santàl de sucos prontos.
reciclagem e uma estação de tratamen- tal, Campinas e São José dos Campos, no Dona de 43% do segmento de con-
to de efluente. A estação está apta para interior de São Paulo, Cabo Frio (RJ), centrados com a marca Maguary, a Kraft
realizar o tratamento aeróbico, com ca- Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS), onde Foods Brasil aproveitou-se do peso da
pacidade para tratar até 500 mil litros estarão expostas mídias externas, in- marca no País e lançou, no início de
de efluentes. “O sistema é totalmente fláveis, painéis front light e busdoors. A 2003, o suco pronto para beber, sob a
aprovado pela secretaria de meio ambi- campanha inclui, ainda, veiculação na TV, mesma marca. Com isso, a companhia
ente e demais órgãos ambientais”, afir- com comercial de 30 segundos, desenvol- ingressa numa nova categoria com pú-
ma o superintendente da Sucos Mais, ao vido pela DMA Mídia e Produção. A divul- blicos distintos, mas com uma marca de
declarar que o próximo passo da empre- gação do produto inclui também degus- 50 nos de tradição na linha de concen-
sa com relação ao meio ambiente é bus- tação em supermercados. trados, setor este que movimenta 630
car a certificação ISO 14000. “O proje- O número de empresas a ingressar milhões de litros anuais e fatura R$ 300
to já está todo rastreado e controlado no ramo de sucos prontos não deve milhões, segundo dados ACNielsen 2002.
para isso”, finaliza. parar tão cedo. Em outubro próximo “Tanto os consumidores de um quanto
De olho no desempenho do mercado está prevista a inauguração de mais os do outro buscam produtos à base de
de sucos prontos, a baiana Doce Mel, tra- uma unidade no País para a fabricação fruta natural. Só que o consumidor do
dicional empresa do ramo de polpas de de sucos prontos para beber, no muni- pronto para beber valoriza mais o as-
frutas, resolveu ingressar no ramo e inau- cípio de Campos (RJ). Trata-se da fá- pecto da praticidade e conveniência e o
gurou, no final de 2001, uma linha de brica da Bela Joana, empresa criada concentrado prefere ele próprio prepa-
sucos dentro da sua unidade de polpas. numa associação entre o grupo MPE, rar o suco em sua casa, seguindo a sua
Hoje, a empresa conta com duas máqui- do Rio de Janeiro, e a portuguesa receita, mais forte ou mais fraco, com
nas para sucos prontos, com capacidade Refrigor. As sócias lançaram, em feve- pouco ou muito açúcar, enfim, ele se-
de 8 mil l/h cada uma. Instalada em Ipiaú, reiro, a pedra fundamental da nova fá- gue um ritual próprio de preparação”,
a Doce Mel está utilizando 30% da capa- brica, que receberá investimento de R$ detalha o gerente geral da categoria
cidade da fábrica para processamento de 35 milhões, dos quais 25% do Banco bebidas da Kraft, André Vercelli.
sucos prontos, nos sabores abacaxi, man- Nacional de Desenvolvimento Econômi- A nova linha Maguary chega, inicial-
ga, caju, laranja, maracujá, morango, uva co e Social (BNDES). A unidade terá ca- mente, à região Sudeste nos sabores ma-
e pêssego. Para produção de polpas, a pacidade para processar 30 milhões de racujá, manga, pêssego, uva e laranja.
companhia dispõe de dez máquinas com l/ano de sucos, nos sabores manga, ma- De acordo com Vercelli, São Paulo, Rio
capacidade para 1.500 polpas de 100g por racujá, goiaba e abacaxi. A meta é de de Janeiro, Minas Gerais e Espírito San-
hora cada equipamento. produzir, inicialmente, 15 milhões de to representam 70% do mercado nacio-
A WOW! Indústria e Comércio é outra a litros e faturar R$ 30 milhões nos pri- nal de bebidas prontas para beber, o que
empresa a investir no segmento de sucos meiros doze meses de operação. não significa que as outras regiões dei-

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xarão de conhecer o estrutura de vendas e


novo produto. “Vamos distribuição e consu-
ampliar a oferta do midor final.
produto gradualmente Ao t o do , fora m
ao longo do ano”, afir- quatro meses investi-
ma o gerente de bebi- dos em pesquisas com
das. O novo Maguary consumidores, que ti-
pronto para beber po- nham como meta ve-
de ser encontrado em rificar as principais
duas versões de emba- características dese-
lagens cartonadas: de jadas nas linhas de
um litro, com tampa sucos prontos, con-
abre e fecha, e 200 ml, centrados e chás. O
com canudo. passo seguinte foi a
A Kraft entra na dis- incorporação dos re-
puta do setor de pron- sultados aos produ-
tos para beber para con- tos. Entre eles está o
solidar sua liderança no lançamento do sabor
mercado de bebidas à Lançada em setembro, linha Mix da Del Valle já representa 6% do faturamento morango, que segun-
base de frutas. Além das do a empresa vai de
duas versões da marca Maguary, a empre- suco passa a contar com uma solução encontro aos desejos dos consumidores.
sa é dona das principais marcas de refres- gráfica, que explora todas as sensações O novo sabor se soma à linha de outros
cos em pó no Brasil. da fruta. “Mesclamos o visual das fru- onze sabores de sucos e néctares, que
O lançamento do Maguary pronto para tas com o próprio líquido em movimen- inclui laranja (normal e light), uva, aba-
beber acontece, segundo a companhia, to, que transmitem leveza, sabor e caxi, maçã, maracujá, pêssego (normal
num momento estratégico: após a conso- refrescância. As frutas complementam es- e light), caju e manga. “A Parmalat apri-
lidação das marcas de sucos concentra- tes valores, como se recém-saídas da na- morou a linha Santàl com controle de
dos e refrescos em pó. “Nos últimos anos, tureza, passando a idéia de uma marca matéria-prima, melhoria do processo
a Kraft manteve seu foco no crescimento que se preocupa em manter os valores produtivo e uma embalagem revolucio-
destas marcas, mas acompanhou atenta- naturais de seus ingredientes”, explica nária. Estamos inaugurando um novo
mente o forte crescimento da categoria Renata Melman, diretora da agência. patamar de qualidade no segmento de
de sucos prontos”, revela Vercelli. Dois A campanha da Parmalat vai além da sucos e chás”, comemora Andrea Martini,
anos depois de iniciar o projeto para a publicidade. A companhia trabalhou em diretor executivo da unidade de negó-
linha de sucos prontos, a companhia en- todo processo, que envolveu pesquisa e cio mercearia da Parmalat.
tra no segmento para tornar-se um im- desenvolvimento, fornecedores, equipa- Outra preocupação da Parmalat no pro-
portante player em pouco tempo. Sem re- mentos, novas embalagens, melhora na cesso do lançamento da segunda geração
velar qual a porcentagem de mercado que de Santàl foi com relação à matéria-pri-
a empresa pretende conquistar e em quan- ma. A empresa, preocupada em garantir a
to tempo, o gerente de bebidas declara excelência na qualidade da matéria-pri-
que a meta é “atingir diferentes catego- ma, criou um Programa de Qualidade
rias, com a garantia de qualidade e sabor Monitorado. A função do programa é
das bebidas da Kraft Foods”. acompanhar todo o processo envolvendo
A entrada da Kraft Foods no segmento fornecedores, o que significa análises des-
de sucos prontos já era prevista pela de a colheita até a chegada à fábrica.
Parmalat. A empresa, que remodelou a O foco inicial do lançamento da li-
marca de sucos e concentrados Santàl no nha foi São Paulo e Rio de Janeiro. No
início do verão, considerava como prová- início do verão, a companhia fechou
vel a entrada da marca Maguary no seg- contratos exclusivos com quiosques dos
mento, considerado pela companhia um dos litorais destes dois estados. No entan-
mais atrativos dentro do setor de alimen- to, a meta da Parmalat é atingir todo o
tos. Para a Parmalat, a entrada da Kraft na território nacional com a campanha
disputa não atrasa em nada os planos da Santàl. As ações de marketing, inicia-
empresa para a marca Santàl. das no primeiro semestre de 2003, en-
Visando renovar a marca Santàl, a volvem suporte de materiais promo-
Parmalat lançou em dezembro a campa- cionais, veiculação em TV, rádio, mídia
nha da segunda geração de sucos Santàl. impressa, outdoor e busdoor.
Com novo visual na embalagem, o qual Com as ações voltadas para o segmen-
foi desenvolvido pela 100% Design, o Suco enriquecido com vitaminas da Gerber to de bebidas, que envolve sucos pron-

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tos, concentra- ticipação de mer-


dos e chás, a cado, em 2002 a
Parmalat preten- Del Valle atingiu
de não só ampli- todas as suas ex-
ar sua participa- pectativas, com
ção de mercado, c rescime nto de
que está em tor- 50%. Com isso, o
no de 7%, como fatura me nto da
da c a t e go r ia companhia ficou
dentro da em- na casa dos R$ 153
presa. Com ati- milhões, com pro-
vidades voltadas dução de 80 mi-
para a industri- lhões de litros de
alização e co- sucos de frutas.
mercialização de “Atingimos nossas
lácteos, sucos e metas mesmo com
Parmalat quer 7% do mercado de sucos prontos com a marca Santàl
chás, refrigera- todas as intempé-
dos, vegetais e ries do mercado,
conservas e biscoitos, a Parmalat pre- cado, com 33%, a Del Valle até há pouco mesmo com as oscilações do câmbio e
tende que a linha de sucos ganhe maior tempo tinha como concorrentes poucas mesmo com as dúvidas eleitorais e eco-
destaque no faturamento da empresa em marcas, entre elas até mesmo a Coca-Cola. nômicas”, complementa o gerente de
2003. Somente em 2002, a categoria No entanto, o mercado tem se tornado marketing. Para atender a esse cresci-
cresceu cerca de 25% no faturamento mais atrativo a cada dia, principalmente mento a Del Valle precisou investir, no
da companhia em comparação ao ano com um crescimento médio de 40% ao final do primeiro semestre de 2002, R$ 4
anterior. A mesma porcentagem foi regis- ano. Agora, a subsidiária da mexicana milhões em equipamentos para a linha
trada no faturamento total da companhia Jugos Del Valle terá pela frente uma dis- de envase de embalagem cartonada.
em 2002 em relação a 2001, ano em que puta muito mais intensa com as diversas Os resultados da Del Valle em 2002
a empresa faturou R$ 1,4 bilhão. Segun- concorrentes que estão surgindo. incluem o lançamento da linha Mix,
do a empresa, a expectativa para 2003 é Para garantir sua liderança nas vendas ocorrido em setembro. A nova linha, em
de que haja um crescimento pelo menos de sucos de frutas prontos para beber, a embalagens de um litro e de 335 ml,
duas vezes superior. Del Valle, assim como a Parmalat, acredita inclui os sabores mamão com laranja e
Atualmente, o market share total da que uma das ferramentas estratégicas nesta laranja, cenoura e acerola, que chega-
Parmalat no mercado de sucos gira em tor- disputa será a realização de ações em ram a representar 6% do faturamento
no de 5,9%, de acordo com a última lei- marketing permanentes e consistentes. “O da companhia em apenas quatros me-
tura Nielsen de outubro/novembro de marketing sem dúvida nenhuma será uma ses de atuação no mercado. De acordo
2002. Apesar disso, a participação de das ferramentas para a manutenção de com o gerente de marketing da Del Valle,
mercado da companhia no último ano mó- nossa participação, posto que a marca é a versão Mix de sucos deve ganhar no-
vel sofreu uma queda de 0,6% com rela- de qualidade e os produtos são de proce- vos sabores, mas o prazo para que isso
ção ao ano móvel anterior, ficando com dência”, garante Marcelo Passafaro, gerente ocorra não foi revelado.
7%. A Parmalat associa o resultado ao de marketing da Sucos Del Valle. Entre as A participação de produtos da Del Valle
crescimento do segmento num ritmo mai- últimas ações da companhia nesta área está diferentes da linha clássica, que conta com
or que o da empresa. Sem revelar qual a a realização de investimentos em toda a os sabores pêssego, uva, manga, moran-
porcentagem de mercado que pretende região litorânea do País. Estiveram envol- go, maçã, goiaba, laranja e maracujá, já
atingir, a meta da companhia é reverter vidos principalmente a região Nordeste e representa 26% da produção da companhia.
os resultados ainda em 2003. os Estados do Espírito Santo, Rio de Ja- Além dos 6% da linha Mix, estão nesta lis-
No segmento de sucos concentrados, a neiro, São Paulo, Santa Catarina e Paraná. ta 23% da linha light, que cresceu 3% no
Parmalat é dona de 7,2% de market share. Para 2003, Passafaro informa que as ações último ano. Nesta linha estão os sabores
O resultado representa um ganho de cerca ainda estão sendo definidas. pêssego, uva, manga, maçã, goiaba e ma-
de 3 pontos percentuais nos dois últimos O forte crescimento do mercado de su- racujá, os únicos exportados pela compa-
anos móveis da empresa. Para este ano, a cos prontos fez com a Del Valle perdesse nhia. Segundo Passafaro, as exportações
Parmalat espera que a categoria se benefi- 1% de participação no segmento em 2002. representam 5% da produção da Del Valle.
cie com os investimentos na linha de su- Apesar disso, o resultado está sendo con- Presente em mais de 35 países e com
cos prontos, que adota a mesma marca. siderado natural pela companhia. “Acredi- 54 anos de tradição, a controladora da
Enquanto Parmalat e Kraft Foods in- tamos que, com o crescimento muito rápi- Del Valle, a Jugos Del Valle México, tem
vestem para ganhar mercado, a Sucos Del do da companhia, a tendência é que se na filial brasileira a fábrica de maior tec-
Valle trabalha para manter o que já con- comece a crescer menos ou dentro dos va- nologia do grupo. Instalada em America-
quistou desde que se instalou no País, há lores do mercado”, explica Passafaro. na (SP), a unidade tem capacidade para
seis anos. Dona da maior parcela de mer- Apesar desta pequena redução de par- produzir até 10 milhões de litros por mês.

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para 20 t/h. “Com a segunda linha, va-


mos processar dois tipos de frutas ao
mesmo tempo”, explica.
Apesar da antiga atuação no segmen-
to de sucos prontos, desde 1986 - ano de
fundação da marca Tial -, Maurício Cam-
pos está realizando um projeto de quase
vinte anos trabalhando com um ideal: pro-
mover a fruticultura da região, “tentan-
do resgatar o trabalho de pequenos e an-
tigos proprietários de terras, que deixa-
ram suas propriedades por falta de apoio
político e financeiro. O meu grande so-
nho é fazer com que esse povo volte com
seus filhos, volte às origens”, desabafa.
A Agrofruit é o resultado deste sonho.
A nova empresa está processando as sa-
fras dos produtores de 14 municípios, que
se uniram à Universidade de Viçosa e às
Maurício Campos, fundador da mineira Agrofruit
respectivas prefeituras para formar a As-

Agrofruit aposta no natural


sociação Intermunicipal de Fruticultores
(Assifrut). Somente os municípios de Vis-
conde do Rio Branco tem cerca de 40 mil
Se de um lado a baiana produtora de sidente da Agrofruit. Isso é possível graças habitantes, dos quais 800 famílias se uni-
polpas de frutas Doce Mel investe para à tecnologia de envase adotada pela empre- ram ao projeto. Fruticultores dos outros
entrar no segmento de sucos prontos sa. Desenvolvido pela norte-americana Sholle, municípios estão sendo catalogados.
para o consumo, do outro a mineira Tro- o sistema de embalagem da Agrofruit ofere- O trabalho conjunto permitiu o aper-
pical Indústria de Alimentos, dona da ce proteção química e microbiológica por feiçoamento da agricultura local, que pas-
marca de sucos de frutas Tial, deixa de meio de bags assépticos, com capacidades sou a oferecer frutas mais saudáveis e
contar com um de seus acionistas, que que variam de 3kg a 200 kg. As embalagens com melhor qualidade. “Com essa filoso-
resolveu investir no segmento de polpas são armazenadas em tambores quando trans- fia, nós reduzimos em 40% o uso de
de frutas. Apesar do significativo cresci- portadas, o que reduz, segundo Campos, em agrotóxicos, mudando o uso de adubo
mento no consumo de sucos prontos, o 50% o custo de transporte para exportação, químico para orgânico e para inseticidas
empresário e fundador da Tropical Ali- pois não exigem tanques refrigerados. que não prejudicam a saúde”, conta o
mentos, Maurício Campos, segue na via A construção da unidade mineira se ini- presidente da Agrofruit, apostando que
contrária da empresa baiana por acredi- ciou em abril de 2002, sendo concluída em este será mais um trunfo de negócios para
tar em algo ainda maior, tanto pelo lado novembro e inaugurada oficialmente no pri- as vendas internacionais.
econômico quanto pelo social. meiro bimestre de 2003, com tecnologia im- Atualmente, os associados da Assifrut
Pelo lado de negócios, o empresário portada da Itália e Estados Unidos. Já em estão concluindo a construção de uma fá-
pleiteia o mercado de food service inter- novembro, a empresa iniciou o processamento brica de mudas e sementes com tecnologia
nacional, o qual, segundo ele, deverá ren- de mangas, começando em 2003 o trabalho avançada. A unidade foi financiada pelo
der US$ 3 milhões, ainda este ano, à sua com goiaba, banana e maracujá. A Agrofruit Ministério de Ciência e Tecnologia, por meio
nova empresa processadora de polpas de está assinando contratos com países como os da Financiadora de Estudos e Projetos
frutas. Denominada Agrofruit, a empresa Estados Unidos, Itália, França, Alemanha e (FINEP), com o apoio do Sebrae . “Isto
está instalada estrategicamente em Vis- Espanha, os quais devem consumir cerca de está sendo possível graças ao intercâmbio
conde do Rio Branco (MG), a 130 quilô- 80% da produção da companhia brasileira. tecnológico feito entre o Brasil e outros
metros de Juiz de Fora, que inclui a re- Nestes países, as vendas da Agrofruit estão países, entre os quais Espanha e Estados
gião fruticultora do Vale do Xopotó, na voltadas para indústrias como a de sorvete, Unidos”, conta Campos.
Zona da Mata Mineira. gelatina e de purê infantil. “No Brasil, que Apesar do recente apoio do governo,
Na nova fábrica, que ocupa uma área ficará com os 20% restantes da produção, as ocorrido no ano passado, o presidente da
de 54 mil m², serão produzidas 20 t/h de vendas serão direcionadas para outros seg- Agrofruit ressalta que, em todos esses
polpas de frutas naturais, sem mentos, entre os quais de purê infantil de anos de trabalho, a região nunca rece-
conservantes ou qualquer aditivo quími- alta qualidade”, revela Maurício Campos. beu apoio político. “O Brasil ficou estag-
co. “Isto é uma questão de filosofia: ofe- A expectativa de sucesso é tanta que o nado estes 8 anos. Precisamos voltar a
recer um produto 100% natural, que pre- empresário já iniciou os planos de expan- produzir, pois o Brasil precisa de alimen-
serve as propriedades da fruta e com va- são da companhia. Ainda este ano deverá tos, como o mundo inteiro”, ressalta Cam-
lidade de doze a quatorze meses, sem ne- entrar em operação uma outra linha de pos, ao lembrar que o apoio governamen-
cessidade de refrigeração”, detalha o pre- processamento, também com capacidade tal ocorreu somente em 2002.

24 BRASIL ALIMENTOS - nº 18 - Janeiro/Fevereiro de 2003


CAP
CAPAA

Público Infantil tre eles o lançamento


de novos produtos e a
Ideais para acom- inauguração da nova
p a n h a r re f e i ç õ e s, unidade. A aposta da
lanches escolares, na companhia se segue ao
hora de praticar es- longo de 2003. Já em ja-
portes ou passear, a neiro a General Brands
i ndústria de sucos lançou mais duas ver-
não pode deixar de sões do refresco Camp:
lado uma parcela tão os sabores Manga e Mo-
significativa de con- rango. Com os novos sa-
sumidores: a do pú- bores, a linha passa a
blico infantil. Pen- ter dez versões: laran-
sando nos pequenos, ja, maracujá, abacaxi,
as empresa oferecem tangerina, salada de
embalagens práticas frutas, limão, uva e
e de pequeno volu- guaraná, todos acresci-
me para atender às dos de vitamina C.
crianças tanto no O u t ra e m p re s a a
dia-a-dia como em acreditar no segmento
ocasiões diversas. A é a Genuína Lindoya.
Del Valle, por exem- Depois de entrar no
Genuína Lindoya investirá R$ 100 mil em marketing da nova linha de sucos em pó
plo, criou uma mar- mercado de sucos e re-
ca só para o público infantil, o Del Valle vel participação do volume comer- frescos prontos para beber em 2002, a
Kids, que oferece o mesmo produto, mas cializado em 2002. Dos 14 bilhões de tradicional marca de água mineral Ge-
em embalagem de 200 ml com perso- litros de bebidas movimentados no ano nuína Lindoya estréia no ramo de re-
nagens de frutas. passado, 2,1 bilhões de litros referem- frescos em pó. A empresa investiu R$
A Parmalat também desenvolveu uma se a refrescos em pó, o que representa 1 milhão nas áreas de desenvolvimen-
linha específica para esse público. O suco R$ 650 milhões em faturamento. O re- to, equipamentos e infra-estrutura e
traz na embalagem brik de 200 ml os per- sultado significa um aumento de 14% pretende conquistar 2% do segmento
sonagens Thornberrys, do canal infantil no período, com previsão de crescer en- até o final de 2003. Para isso, a Genu-
Nickelodeon. Além disso, as embalagens tre 12% e 15% em 2003, segundo a ína Lindoya investirá R$ 100 mil em
cartonadas têm ainda jogos e brincadei- Kraft Foods. Dona de 50% do mercado ações de marketing para divulgar os
ras, sempre associados ao desenho. de refrescos em pó, a Kraft detém as prin- seis sabores do novo produto: laranja,
Outra empresa que oferece sucos exclu- cipais marcas do País, entre as quais tangerina, uva, maracujá, limão e aba-
sivos para crianças é a Gerber, especialista Tang, Clight, Fresh, Ki-Suco e Q.Refresco. caxi, que contêm vitamina C e já vêm
em nutrição para bebês. Para garantir o cres- Além disso, a empresa inaugurou o ramo adoçados. A nova linha de produção
cimento saudável dos pequenos, a empresa de refrescos em pó light, com a marca tem capacidade para 450 toneladas por
desenvolveu uma linha que conta com do- Clight em 1996. De acordo com a empre- mês de refrescos em pó, devendo am-
ses extras de ferro, zinco, cálcio, potássio e sa, hoje a linha é líder na categoria light, pliar a participação do segmento de
vitaminas C e E. Os sucos, encontrados nos com 70% do mercado. sucos no faturamento de sucos, que
sabores frutas mistas, pêra, maçã e laranja O mercado é promissor, como mos- deve ficar em 20% até o final do ano.
com cenoura e pêra, fazem parte da linha tram os resultados da General Brands em Com o mercado promissor, ninguém
Gerber Colheita Especial. A linha é compos- 2002. Concorrente da Kraft no segmen- quer ficar de fora, nem mesmo a Unilever
ta por 32 itens, entre os quais sopinhas, to de refrescos em pó, a General Brands Bestfoods. A multinacional abriu mais
papinhas e suquinhos. Os produtos fazem tem motivos de sobra para comemorar uma exceção do seu projeto global de
parte de um rigoroso controle de qualidade o fechamento do período. Além de inau- extinguir grande parte das marcas lo-
da empresa, entre eles um programa de re- gurar uma nova unidade fabril em 2002, cais, desta vez para a marca de refres-
dução de agrotóxicos. que está instalada em Guarulhos (SP), cos Frisco. No ano passado, a Unilever
a empresa encerrou o ano com fatura- voltou a investir em marketing da mar-
Refrescos em pó mento de R$ 50 milhões, um aumento ca no ponto-de-venda, conseguindo au-
de 54% em relação a 2001. O valor re- mentar a participação do produto de
Um dos mais tradicionais produtos presenta um volume de 11 mil tonela- 9,5% para 11% em 2002, excluindo o
do segmento de bebidas continua com das de produtos, dos quais 8 mil tone- segmento de não adoçados, do qual a
expectativa de crescimento, apesar do ladas referem-se a refrescos em pó das empresa não participa. Para 2003, os
surgimento constante de novos produ- marcas Camp, Sukki, Camp Light, Camp planos de marketing da companhia in-
tos e marcas no setor. O ramo de re- Institucional e Tanny. A companhia atri- cluem um aumento de 10% no investi-
frescos em pó mantém uma considerá- bui o crescimento a diversos fatores, en- mento para a linha sobre 2002. v
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